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Vista do GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

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GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

Sandra Denise Ferle Enfermeira pós graduada em oncologia

Marco Aurélio Camargo Areias Professor Mestre em Ciências da Saúde do Centro Universitário da Grande Dourados

Resumo

O Gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde constitui em um conjunto de procedimentos de gestão, planejado a partir de bases cientificas e técnicas, normativas que têm o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento correto, com a finalidade de proteger os profissionais da equipe de enfermagem e o meio ambiente. Este estudo teve como objetivo compreender os fatores envolvidos no manejo de resíduos sólidos de serviço de saúde, por parte dos profissionais da equipe de enfermagem, em um hospital privado; identificando as principais dificuldades encontradas pelos profissionais da equipe de enfermagem no manejo dos resíduos sólidos. Tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo transversal. A amostra contou com a participação de 20 profissionais da equipe de enfermagem do setor de Clinica Cirúrgica. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário validado com perguntas abertas e fechadas. Os resultados analisados mostraram que 50% da equipe de enfermagem entrevistada possuem conhecimento sobre o que são resíduos sólidos de serviço de saúde, apenas 60% conhecem a legislação vigente sobre a classificação dos resíduos sólidos; dentre estes, 95% conhecem a classificação dos resíduos sólidos de saúde e 50% responderam que as principais dificuldades encontradas para se realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos é a falta de informação. Mesmo alguns profissionais da equipe de enfermagem tendo conhecimento sobre o tema possuem dificuldades em realizar corretamente, sendo necessários treinamentos e educação

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permanentes em relação ao assunto.

Palavras Chaves: Resíduos sólidos; Gerenciamento; Biossegurança.

Abstract

The Management of the solid residues of health constitutes in a set of management procedures, planned from scientific and techniques bases, normative that it has the objective to minimize the production of residues and to provide to the generated residues a correct guiding with the purpose to protect the professionals of the nursing team and the environment. This study it had as objective to understand the involved factors in the handling of solid residues of service of health on the part of the professionals of the team of nursing in a private hospital; identifying the main difficulties found for the professionals of the team of nursing in the handling of the solid residues. This was a quantitative study, cross-sectional. The specimen included the participation of 20 professionals from the nursing sector of Clinical Surgery, the instrument used for data collection was a validated questionnaire with open and closed questions. The analyzed results had shown that 50% of the team of interviewed nursing can knowledge on what they are solid residues of health service, only 60% know the current law on the classification of the solid residues, amongst these, 95% know the classification of the solid residues of health and 50% had answered that the main found difficulties to become the management of the solid residues are the information fault. Even some professional nursing team with knowledge on the subject they have difficulties in performing correctly, requiring training and continuous education on the subject.

Key words: Solid waste; Management; Biosafety.

I

ntrodução

As instituições hospitalares são as maiores produtoras de todos os tipos de resíduos, que são decorrentes das atividades realizadas. Esses resíduos produzidos são dejetos patológicos ou anatômicos, secreções, sangue e derivados, parte de tecidos corporais, sobras de alimentos, materiais perfuro cortantes e lixos em geral (1).

Os problemas relacionados aos aspectos ambientais em uma instituição hospitalar, representam uma considerável relevância no contexto da promoção e manutenção da qualidade de vida de uma sociedade. Na instituição hospitalar, o gerenciamento dos resíduos sólidos devem ser

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avaliados e acompanhados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (2).

Os resíduos sólidos de serviço de saúde, quando são gerenciados inadequadamente, causam diversos riscos, como contaminações e elevados índices de infecção hospitalar, acidentes de trabalho e problemas ambientais. Os resíduos sólidos, por suas características peculiares, devem ser tratados por medidas especiais, desde sua origem até seu destino final, sendo necessário um tratamento eficiente, para não causar implicações para as pessoas que o gerenciam (3).

A escolha desse tema para o presente estudo deve-se ao fato de que a Enfermagem é a única categoria profissional que permanece 24 horas na Instituição de Saúde. O enfermeiro desenvolve ações de prevenção e proteção da saúde, tanto em nível individual como coletivo, sendo obrigação da enfermagem, como agente gerador de resíduos sólidos, realizar um gerenciamento correto dos resíduos gerados durante a assistência prestada ao cliente, na intenção de reduzir os riscos de infecções.

Baseamo-nos na experiência acadêmica, durante o estágio, o que resultou na escolha do tema, que tem por objetivo compreender os fatores envolvidos no manejo dos resíduos sólidos, por parte dos profissionais da equipe de enfermagem, devido que, muitos profissionais da equipe de enfermagem desconhecem como realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos corretamente. É importante que os profissionais da equipe de enfermagem conheçam os riscos que esses resíduos podem causar e cumpram a legislação vigente sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde.

A Resolução nº. 5, de 05 de Agosto de 1993, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA define os resíduos sólidos como: “Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial e agrícola. Ficam incluídos nesta definição, determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgoto” (4).

Segundo Nogueira,(5) os resíduos sólidos de serviço de saúde, ou lixo hospitalar são gerados por um hospital, podendo ser: infecciosos, químicos, radioativos, mistos, águas, restos alimentares e lixos em geral.

Segundo a Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente 282/2001 e pela Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Resolução da Diretoria Colegiada, número 306, 2004, os resíduos de serviços de saúde são classificados em grupos; sendo: o grupo A, são os resíduos que possuem presença de agentes biológicos; o grupo B, compreende os resíduos que contêm substâncias químicas; o grupo C, são materiais que possuem rejeitos radioativos; os do grupo D, são todos os resíduos que não apresentam risco biológico, químico e ao meio ambiente e o grupo E, compreende os resíduos como os materiais perfuro cortantes (6).

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gestão, planejados a partir de bases normativas e técnicas, que têm o objetivo de reduzir a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos que são produzidos um encaminhamento correto, visando à proteção dos profissionais da equipe de enfermagem, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde envolve duas etapas: o gerenciamento interno e o externo (6).

De acordo com suas características, e sua classificação em grupos e no volume, os resíduos de serviços de saúde gerados, devem ser gerenciados de acordo com o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Este plano estabelece diretrizes e normas de manejos para esses resíduos sólidos (7).

Segundo Mozachi,(4) o gerenciamento interno e externo dos resíduos sólidos de serviço de saúde compreende as seguintes etapas:

-Minimização: a minimização é o primeiro aspecto a ser considerado dentro do conceito de prevenção à ocorrência dos impactos ambientais, e consiste em reduzir a geração de resíduos sólidos.

- Segregação: consiste em separar os resíduos de acordo com a classificação dos resíduos, produzidos no local de sua geração.

-Acondicionamento: o acondicionamento dos resíduos deverá ser realizado em recipientes que não causam rupturas e vazamentos.

-Identificação: os resíduos, depois de serem acondicionados, deverão ser identificados com a expressão e símbolo especifico para cada tipo de resíduos sólidos produzidos.

-Coleta e transporte interno: consiste na retirada dos sacos plásticos do local onde são gerados até o seu local de armazenamento, sendo utilizados veículos exclusivos para esse fim.

-Armazenamento intermediário e temporário: consiste em estocar os resíduos de forma segura em locais apropriados do estabelecimento onde foram gerados.

-Coleta e transporte externo: a coleta dos resíduos deverá ser realizada diariamente, sendo admissível sua realização no mínimo três vezes por semana. Os resíduos devem ser coletados com equipamentos específicos para cada tipo de resíduos. O transporte externo deve ser realizado num roteiro mais curto possível, para evitar acidentes e derramamentos.

- Tratamento: o tratamento dos resíduos é um procedimento realizado dentro da unidade de saúde geradora dos resíduos, sendo que os métodos de tratamento são realizados, de acordo com as características de todos os resíduos produzidos, que compreendem em: reciclagem, esterilização, compostagem, incineração, tratamento químico e ionização.

-Disposição e destinação final: consiste na disposição dos resíduos sólidos em locais apropriados e preparados para esse fim. Geralmente os resíduos são dispostos em aterros sanitários ou industrial, valas sépticas e lixões, que devem ter licenciamento ambiental e critérios técnicos de

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construção e operação.

O tratamento dos resíduos de serviços de saúde é fundamental para prevenir acidentes para a saúde humana e para o meio ambiente na sua destinação ambiental.É muito importante que todos os profissionais da equipe de enfermagem tenham conhecimentos sobre o correto gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde, evitando assim a contaminação do meio ambiente (6).

Segundo a Resolução n 05, de 5 de agosto de 1993, que dispõe sobre o Plano de gerenciamento de Resíduos, tratamento e destinação final de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, o tratamento de resíduos de serviço de saúde é definido como o “conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente” (8).

As estratégias de tratamento dos resíduos devem promover a redução na fonte dos resíduos gerados, e dos desperdícios de matérias-primas, e promover modificação de processos existentes para minimizar os riscos. Existem vários procedimentos de tratamentos de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, que são associados aos diferentes grupos de resíduos, pois cada grupo de resíduos tem características próprias, o que implica em tratamento específico e diferenciado (4).

Para Barros (9), entre as medidas preventivas recomendadas para evitar exposições com materiais biológicos, encontram-se a necessidade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para que os profissionais da equipe de enfermagem não tenham qualquer tipo de contato com esses resíduos, promovendo a saúde ocupacional desses profissionais .

De acordo com Hirata, (10) as normas de biossegurança reduzem os riscos de acidentes de trabalho e o uso de equipamentos de proteção individual, quando usadas corretamente protegem a saúde dos profissionais da equipe de enfermagem e em caso de acidentes, reduzem as suas consequências.

Os resíduos sólidos de serviços de saúde, quando gerenciados corretamente, trazem vários benefícios, tanto para a instituição de saúde, como para os profissionais da equipe de enfermagem. (9)

Segundo Ribeiro, (11) as questões relacionadas ao ambiente nos trabalhos de enfermagem são de extrema importância para que ocorra a promoção da saúde, pois desde Florence Nightingale é abordada a importância do ambiente para a prevenção de doenças, no tratamento e recuperação de doentes. É muito importante o cuidado com o ambiente, sendo de extrema importância a promoção do correto gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde.

Todos os profissionais da equipe de enfermagem que atuam no gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde, ou não estejam diretamente envolvidos nas atividades do gerenciamento dos resíduos, devem conhecer o sistema adotado para o gerenciamento dos resíduos sólidos dentro da instituição de saúde onde trabalham. A equipe de enfermagem deve ter

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conhecimento dos procedimentos preconizados no manuseio dos resíduos sólidos e deve conhecer os símbolos ou padrões de cores adotados, além de ter conhecimento sobre a segregação dos resíduos sólidos e os horários e os percursos da coleta dos resíduos sólidos (3).

O enfermeiro desenvolve ações de prevenção, promoção e proteção da saúde, tanto a nível individual, como coletivo, sendo obrigação da equipe de enfermagem preocupar-se com os resíduos gerados durante suas atividades realizadas, objetivando reduzir os riscos de infecções e problemas ambientais, promovendo a saúde, tanto dos profissionais da equipe de enfermagem, como para os seus clientes (9).

Método

A pesquisa foi realizada através de uma abordagem quantitativa, com característica descritiva e transversal, para verificar o nível de conhecimento dos profissionais da equipe de enfermagem, em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos dos serviços de saúde.

Segundo Gil. (12) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre vários”.

De acordo com Marconi, (13) o método quantitativo descritivo consiste em investigações de pesquisa empírica que tem como finalidade a análise das características de fatos ou fenômeno. A pesquisa transversal caracteriza-se por analisar uma determinada população, com relação às suas características pessoais e às suas histórias de exposição a fatores causais suspeitos, em determinado momento (14).

O presente estudo foi remetido ao Comitê de ética e Pesquisa – CEP para a avaliação e aprovação, valendo-se dos preceitos éticos estabelecidos pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e após a sua aprovação do protocolo nº. 260/09, tendo anterior aprovação do Hospital Evangélico Dr. E Sra. Goldsby King da cidade de Dourados. Foi fornecido aos sujeitos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), detalhando as questões referentes à pesquisa, Os profissionais da equipe de enfermagem que participaram da pesquisa foram orientados quanto ao objetivo do estudo, tendo livre escolha de participar ou não da pesquisa.

A razão pela qual a instituição foi escolhida como local de pesquisa se dá devido ao fato de ser um hospital de grande porte, que atende a pacientes de diversos municípios, podendo assim contemplar os objetivos da pesquisa.

O público alvo da pesquisa foram os membros da equipe de enfermagem de 4 setores de internação de clínica cirúrgica do Hospital Evangélico, composta por enfermeiros, técnicos e

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auxiliares de enfermagem. Para a definição do tamanho da amostra, utilizou-se da técnica de amostragem Barbeta(15), sendo excluídos os indígenas, por serem considerados populações especiais, segundo Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

O estudo estatístico será da modalidade descritiva, com medidas de tendência central (médias aritméticas, mediana, moda), sendo que para a apresentação dos dados serão utilizados tabelas e gráficos, tendo como ferramenta a planilha eletrônica Microsoft Excel 2003.

Os sujeitos responderam um questionário estruturado com 8 questões fechadas, 3 questões abertas. O mesmo foi adaptado do estudo realizado por (16) “Avaliação do Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde em Hospital Filantrópico de Feira de Santana – BA”. As questões do questionário estão relacionadas ao cotidiano e à prática que são desenvolvidos dentro da instituição hospitalar. (Apêndice)

Resultados e Discussões

A pesquisa contou com a participação de 20 profissionais da equipe de enfermagem do setor de internação e clínica cirúrgica do Hospital Evangélico da Cidade de Dourados MS, sendo composta por 2 enfermeiros (10%), 11 técnicos de enfermagem (55%), e 7 auxiliares de enfermagem, (35%), que responderam a um questionário adaptado por Santos e Dias (16). Abaixo seguem os resultados descritos em forma de tabelas, construídos a partir do questionário.

(8)

Tabela 1. Distribuição quanto aos procedimentos e cuidados prestados entre os profissionais da equipe de enfermagem da Clínica Cirúrgica no gerenciamento dos resíduos sólidos.

Resíduos Sólidos Freqüência %

O que são Resíduos Sólidos

Sim 10 50

Não 10 50

Separação dos Resíduos Sólidos

Não misturar 4 20

Remoção 16 80

Organização 0 0

Re-uso 0 0

Primeiro procedimento para gestão adequada dos Resíduos

Lavar 1 5

Segregar 19 95

Limpar 0 0

Transporte 0 0

Riscos atribuídos aos Resíduos Sólidos

Contaminação 1 5

Ferimento 1 5

Contaminação/Ferimento 17 85

Infecção 1 5

Cuidados realizados ao manusear os Resíduos Sólidos

Uso de EPI 6 30

Atenção durante o procedimento 0 0

Segregação no acondicionamento 14 70

Lavagem das Mãos 0 0

Classificação dos Resíduos

Dois grupos 1 5

Três grupos 0 0

Quatro grupos 0 0

Cinco grupos 19 95

Conforme descrito na Tabela 1 acima, 50% dos profissionais da equipe de enfermagem do setor de internação de Clínica Cirúrgica que participaram do estudo, independente do cargo, sabem o que são resíduos sólidos, e 50% não sabem o que são resíduos sólidos.

Os Resíduos sólidos de serviços de saúde são todos os resíduos produzidos por estabelecimentos de serviços de saúde: hospitais, clínicas médicas e laboratórios, ambulatórios médicos, farmácias, clínicas veterinárias (17).

Segundo Naime,(18) os profissionais da área de saúde, principalmente os profissionais da equipe de enfermagem não sabem o que são resíduos sólidos, o que demonstra a falta de um programa de sensibilização e conscientização entre os profissionais da equipe de enfermagem, para que realizem o gerenciamento dos resíduos sólidos, de forma correta, durante as atividades.

(9)

de enfermagem possuem conhecimento da importância da separação dos resíduos sólidos e 80% não sabem ou desconhecem a importância da separação dos resíduos sólidos em recipientes adequados.

A correta separação dos resíduos sólidos que são produzidos durante as atividades realizadas, contribui para a diminuição de acidentes e custos para a instituição hospitalar (2).

Segundo Naime, (18) quando os resíduos sólidos infectantes são misturados aos que não são infectantes, todos se tornam infectantes, tornando o tratamento e a disposição desses resíduos mais difícil, o que causa diversos problemas ambientais e o descumprimento da legislação vigente.

Em relação ao primeiro procedimento para a gestão adequada dos resíduos, 95% dos profissionais da equipe de enfermagem estão cientes de que o primeiro procedimento para se ter um gerenciamento correto é a segregação dos resíduos sólidos no local onde são gerados.

A segregação dos resíduos sólidos no local onde são gerados diminui a quantidade de materiais infecciosos que poderão atingir o solo e assim causar contaminação ambiental. Há diversas medidas que poderiam ser tomadas para evitar os danos ambientais, sendo uma delas a elaboração de um planejamento para o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados (19).

Segundo Naime, (18) a maioria dos profissionais da área da enfermagem não realiza a segregação dos resíduos sólidos corretamente, tendo dificuldades para realizar a segregação dos resíduos no momento de sua disposição em recipientes adequados.

Em relação aos riscos atribuídos aos resíduos sólidos, 95% dos profissionais da equipe de enfermagem atribuem os riscos dos resíduos sólidos à contaminação e ferimentos e 5% atribuem à infecção.

Segundo Santos e Dias, (16) profissionais da equipe de enfermagem reconhecem os riscos atribuídos à manipulação dos resíduos sólidos, durante as atividades realizadas. Os resultados evidenciam diferenciais da pesquisa realizada por Santos e Dias, pois 25% dos profissionais da área de enfermagem atribuem os riscos dos resíduos sólidos à contaminação e a ferimentos.

Os riscos atribuídos ao manuseio dos resíduos sólidos estão associados aos materiais perfurocortantes em locais impróprios, o que gera acidentes de trabalho e doenças infecciosas (9).

De acordo com os cuidados que devem ser realizados ao manusear os resíduos sólidos hospitalares 70% da equipe de enfermagem responderam que é a segregação no acondicionamento e 30% que é o uso de Equipamentos de Proteção Individual. Os resultados evidenciaram diferenciação de acordo com a pesquisa realizada por Santos e Dias (16), pois somente 35,3% da equipe de enfermagem responderam segregação no acondicionamento e 47% responderam uso de Equipamentos de Proteção Individual.

A tabela acima nos evidencia que 95% dos profissionais da equipe de enfermagem demonstram ter conhecimento sobre a classificação dos resíduos sólidos de serviço de saúde e 5%

(10)

não sabem a classificação correta dos resíduos sólidos.

Segundo Queiroz, (6) os resíduos sólidos de serviço de saúde são classificados em 5 grupos, de acordo com os riscos potenciais que podem apresentar ao meio ambiente e à saúde publica. É muito importante o conhecimento da equipe de enfermagem na classificação correta dos resíduos produzidos durante as atividades desenvolvidas

Tabela 2. Distribuição quanto aos conhecimentos sobre a legislação e principais dificuldades no gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

Resíduos Sólidos Freqüência %

Resíduos mais produzidos

Luva 4 20

Perfuro - Cortante 6 30

Equipo, Frascos de Soro, Seringas 5 25

Papéis, gazes e curativos 5 25

Atual Legislação da classificação dos Resíduos Sólidos

CONAMA – Resolução 283/01 0 0

RDC 33 25/12/03 0 0

CONAMA – Nº 5/1993 8 40

RDC 306 7/12/2004 12 60

Dificuldades encontradas no manejo de Resíduos Sólidos

Organização do Sistema de Manuseios 6 30

Local para o descarte 4 20

Falta de Informação 10 50

Fatores que interferem para a não

realização do Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Falta atenção 6 30

Falta de tempo 3 15

Falta de treinamento/Informação 11 55

Gerenciamento dos Resíduos Sólidos gerados em serviços de Saúde.

Minimização, Geração, Segregação, Coleta, Acondicionamento, Transporte Interno e Disposição Final.

0 0

Segregação, Minimização,

Acondicionamento, Coleta, Transporte Interno e Externo, e Disposição Final.

17 85

Geração, Segregação, Acondicionamento, Transporte Interno e Externo e Disposição Final.

2 10

Minimização, Geração, Segregação, Acondicionamento, Coleta, Transporte Interno e Externo e Disposição Final.

(11)

Em relação aos resíduos sólidos mais produzidos durante as atividades realizadas pela equipe de enfermagem, 30% responderam materiais perfuro cortantes, 25% referem que os mais produzidos são equipo, frascos de soro e seringas, 25% referem ser os papéis, gazes e curativos, e 20%: luvas de procedimento.

Durante as atividades realizadas pela equipe de enfermagem diversos tipos de resíduos são produzidos, sendo que os profissionais da equipe de enfermagem devem promover uma disposição correta dos resíduos gerados (18).

Segundo Santos e Dias, (16) os resíduos sólidos mais produzidos durante as atividades realizadas pela equipe de enfermagem no Hospital de Feira de Santana BA, são papéis, perfuro cortantes, gazes, algodão e curativo.

Conforme o observado na tabela acima, verificou-se que 60% da equipe de enfermagem conhecem a legislação vigente sobre a classificação dos resíduos de serviço de saúde e 40% não sabem ou desconhecem a legislação que classifica os resíduos sólidos. Segundo (9) a Resolução da Diretoria Colegiada-RDC nº. 306, 07/12/04 é a legislação vigente mais atual que classifica os resíduos sólidos em cinco grupos.

Segundo Queiroz, (6) A resolução CONAMA 283/2001, obriga os serviços de saúde a cumprir estas resoluções, visando a que o descumprimento causará problemas e responsabilidade penal por parte dos geradores, de seus administradores e responsáveis técnicos, de acordo com as penas previstas na lei de serviços de saúde. A instituição hospitalar, por sua especificidade dos tipos de resíduos gerados, deverá apresentar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, segundo a legislação vigente.

Em relação às principais dificuldades encontradas pela equipe de enfermagem no gerenciamento de resíduos sólidos, é a falta de informação que corresponde a 50%, a Organização dos sistemas de manuseio a 30% e 20% responderam que as dificuldades encontradas foram relativas à falta de local apropriado para o descarte dos resíduos sólidos.

Segundo Barros, (9) os profissionais da área da enfermagem possuem dificuldades em realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos de forma correta. As dificuldades estão relacionadas à falta de capacitação e esclarecimento sobre a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos dentro da instituição hospitalar.

Os fatores que interferem para a não realização do gerenciamento dos resíduos sólidos estão associados à falta de treinamento, o que corresponde a 55%; 30% da equipe de enfermagem responderam que é a falta de atenção durante o descarte dos resíduos, e 15% responderam ser a falta de tempo o principal fator que interfere para a não realização dos resíduos sólidos.

Em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em serviços de saúde, 85% da equipe de enfermagem conhecem as etapas do gerenciamento correto dos resíduos sólidos, sendo o

(12)

restante, 15% da equipe de enfermagem, os que não conhecem as etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos.

Devem ser realizados, junto ao setor de recursos humanos, programas de capacitação, como parte integrante do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde. Os profissionais da equipe de enfermagem envolvidos no gerenciamento dos resíduos devem receber capacitação em sua admissão e treinamento continuado, o que caracteriza aspectos educacionais pertinentes ao processo global da construção de um gerenciamento eficaz. Neste contexto a avaliação é essencial, porque tem como finalidade o aprimoramento do aprendizado da equipe de enfermagem (3).

Segundo Naime, (18) a falta de informação sobre o correto gerenciando dos resíduos e a ausência de projetos contribuem para o agravamento do problema do gerenciando incorreto nas instituições de saúde. A conscientização dos profissionais da equipe de enfermagem, para o cuidado com a segregação dos resíduos gerados durante sua atuação no ambiente hospitalar proporciona uma visão ampliada sobre as questões ambientais da atualidade.

Conclusão

O desenvolvimento do presente estudo foi direcionado para a verificação do nível de conhecimento da equipe de enfermagem no gerenciamento dos resíduos sólidos. De acordo com a análise dos dados, percebemos que os profissionais da área de enfermagem possuem conhecimento sobre as normas do gerenciamento de resíduos sólidos que são gerados na instituição hospitalar. Sobretudo se observou que existem alguns fatores que contribuem para que não ocorra um gerenciamento dos resíduos sólidos de forma correta. Esses fatores são variáveis determinantes por terem ou não informações sobre o correto gerenciamento dos resíduos produzidos durante suas atividades, assim sendo algo que pode ser compensado através de ações de educação permanente em serviço.

As hipóteses foram confirmadas, pois alguns profissionais da equipe de enfermagem não conhecem as normas que norteiam o gerenciamento dos resíduos sólidos, sendo necessário um aprimoramento dos conhecimentos, através de educação e treinamento permanente desses profissionais.

(13)

Espera-se que a divulgação dos resultados desta pesquisa possa trazer contribuições e reflexões entre os profissionais da equipe de enfermagem, para que possam realizar um gerenciamento dos resíduos sólidos de forma correta, atentando-se para medidas de biossegurança, durante o manuseio desses resíduos. São necessárias uma conscientização e uma mudança de comportamento dos profissionais de enfermagem, para que realizem a segregação e acondicionamento dos resíduos gerados em locais próprios, a fim de evitarem acidentes e custos à instituição hospitalar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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um hospital –escola. Cogitare Enfermagem, v.12, nº2, 2007.

Responsável pela submissão Sandra Denise Ferle E-mail: sandraenfer@bol.com.br

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