Palestra 12
Sérgio de Paula Machado
Professor e Pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro Graduado em Química Industrial- UFF
Mestrado em Química - UFRJ Doutorado em Química – UFRJ
Áreas de Interesse: Química , com ênfase química inorgânica e
compostos de Coordenação, atuando principalmente nos seguintes temas modelagem molecular, Bioinorganica, DFT, ensino de
química e Orbital Molecular.
- Ocupa a Diretoria da Divisão de Química Inorgânica da SBQ
e Membro da American Chemical Society.
- Prêmio por serviços relevantes prestados ao Brasil(dado pelo
conselho federal de Química) , Destaque acadêmico do Ano
2009 ( Dado pelo CCMN UFRJ)
Química – O Mercado, o Exercício
Profissional e a Formação
Sérgio de Paula Machado UFRJ/CRQ-3a. Região
Encontro Regional de Ciências do NUPESC 2012
Profissão do Químico
18 de junho de 1956 com o advento da Lei nº 2.800
.Há pouco mais de meio século, os Profissionais da Química praticamente não eram conhecidos no Brasil!
Presidente da República Sr. Juscelino Kubstichek de Oliveira, de cujo Projeto de Lei, foi relator, o ex-Senador, Sr. Nelson Carneiro.
Qual a opinião da Sociedade a respeito
desta profissão?
Vocês se Lembram?
Década de 80:
Um Grande Supermercado Carioca:
“ Os nossos produtos hortifrutigranjeiros não
contém QUÍMICA.”
OU
Um fabricante de piscinas:
O que fazer para reverter este quadro?
Este imaginário popular reflete a
importância do setor químico para o
aumento da qualidade de vida da
população e para o desenvolvimento
Setor Químico
:Exportações:
US$ 13,1 bilhões em 2010
Crescimento de 25,3% em comparação ao mesmo período de 2009.
Importações:
US$ 33,7 bilhões, cresceram
Crescimento de 29,1% em comparação ao mesmo período de 2009..
* O déficit da balança comercial:US$ 20,6 bilhões.
Responsável por 18,6% de toda a importação feita pelo Brasil em 2009.
Ranking da indústria química
mundial
Faturamento líquido - 2009
em US$ bilhõesEstados Unidos China Japão França Coréia Reino Unido Itália Brasil Índia Holanda 674 635 286 213 135 105 104 103 97 93 66 8ª posição Alemanha
é o quarto maior setor industrial brasileiro
O PIB DA QUÍMICA NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 17,18 15,92 10,47 10,08 8,48 4,90 4,17 3,42 3,28 3,27 2,79 2,76 1,92 1,81 1,75 1,57 1,29 1,11 1,07 2,76
Coque, produtos derivados do petróleo e biocom bustíveis
Alim entos e bebidas Veículos autom otores, reboques e carrocerias Produtos quím icos Metalurgia Máquinas e equipam entos Produtos de m etal (exc.m áquinas e equipam .) Produtos de m inerais não-m etálicos Produtos de borracha e de m aterial plástico Celulose, papel e produtos de papel Máquinas, aparelhos e m ateriais elétricos Equipam entos de inform ática, produtos eletrônicos e
ópticos
Confecção de artigos do vestuário e acessórios Outros equipam entos de transporte (exc. veículos
autom otores)
Produtos têxteis Prep. de couros e fabricação de artefatos de couro,
artigos de viagem e calçados
Produtos de m adeira Manutenção, reparação e instalação de m áquinas e
equipam entos
Móveis Outras indústrias
Fonte: IBGE – PIA Empresas Unidade de investigação: Unidade local industrial
(base: 2008)
(*) Produtos químicos: inclusive farmoquímicos e farmacêuticos.
% sobre o PIB Industrial.
Produtos químicos: 4ª maior participação
Participação no PIB
Em 2009, o setor químico respondeu
por 2,6% do Produto Interno
INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA
PARTICIPAÇÃO % NO PIB
Nota: Admitindo-se que o valor agregado, em média, seja de 40% Fonte: Abiquim 2,1 2,0 2,1 2,1 2,5 2,7 2,8 3,0 3,3 3,6 3,3 3,0 3,0 3,0 2,6 95 96 97 98 99 00. 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09.
1.091 = Total de fábricas de produtos químicos de uso industrial cadastradas no Guia da Indústria Química Brasileira = 5 8 70 13 = 7 9 2 67 3 5 = 8 = 18 4 57 = 78 = 5 82 = 37 = 4 604 Fonte: ABIQUIM. 1 1 1 1 1
PRODUTOS QUÍMICOS DE USO INDUSTRIAL
DISTRIBUIÇÃO DAS PLANTAS
Nordeste = 129 Sudeste = 756 Sul = 176
CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA
É O ÓRGÃO NORMATIVO. CRIA AS
RESOLUÇÕES NORMATIVAS E
REGULAMENTA AS ATRIBUIÇÕES
PROFISSIONAIS.
CONSELHOS REGIONAIS DE QUÍMICA
* SÃO ÓRGÃOS EXECUTIVOS.
* REGISTRAM PROFISSIONAIS DA QUÍMICA E EMPRESAS COM ATIVIDADES NA ÁREA QUÍMICA
* FISCALIZAM O EXERCÍCIO PROFISSIONAL E AS ATIVIDADES DAS EMPRESAS RELACIONADAS COM A ÁREA QUÍMICA
* ZELAM PELO CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA * ESTIMULAM O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
FUNÇÃO:
Os Conselhos Regionais devem
ser instrumento da sociedade
para fiscalizar e incentivar a
1ª Região Pernambuco 11ª Região Maranhão
2ª Região Minas Geraes 12ª Região Goiás e Distrito Federal
3ª Região RJ 13ª Região Santa Catarina
4ª Região SP 14ª Região Amazonas
5ª Região RS 15ª Região RN
6ª Região Pará e Amapá 16ª Região Mato Grosso
7ª Região Bahia 17ª Região
Alagoas
8ª Região Sergipe 18ª Região Piauí
9ª Região Paraná 19ª Região Paraíba
10ª Região Ceará e Piauí 20ª Região Mato Grosso do Sul
21a. Região
CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA
RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 36 DE 25.04.1974
Dá atribuições aos profissionais da química e estabelece critérios para concessão das mesmas, em substituição à Resolução Normativa
Art. 1º - Fica designado, para efeito do exercício profissional, corresponde às diferentes modalidades de profissionais da Química, o seguinte elenco de atividades;
01 - Direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica no âmbito das atribuições respectivas.
02 - Assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamento, divulgação e comercialização, no âmbito das atribuições respectivas.
03 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos; elaboração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das atribuições respectivas.
04 - Exercício de magistério, respeitada a legislação específica.
05 - Desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito das atribuições respectivas. 06 - Ensaios e pesquisas em geral. Pesquisa e desenvolvimento de métodos produtos. 07 - Análise química e físico-química, químico-biológica, bromatológica, toxicológica e legal, padronização e controle de qualidade.
08 - Produção; tratamento prévios e complementares de produtos e resíduos.
09 - Operação e manutenção de equipamentos e instalações; execução de trabalhos técnicos;
10 - Condução e controle de operações e processos industriais, de trabalhos técnicos, reparos e manutenção.
11 - Pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais. 12 - Estudo, elaboração e execução de projetos de processamento.
13 - Estudo de viabilidade técnica e técnico-econômica no âmbito das atribuições respectivas.
14 - Estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais.
15 - Execução, fiscalização de montagem e instalação de equipamento. 16 - Condução de equipe de instalação, montagem, reparo e manutenção.
Art. 5º - Compete ao profissional com currículo de
"Químico", de acordo com a extensão do mesmo, o
desempenho de atividades constantes dos números
01 a 07 do artigo 1º desta Resolução Normativa. Art. 6º - Compete ao profissional com currículo de "Química Tecnológica", de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos números 01 a 13 do artigo 1º desta Resolução Normativa.
Art. 7º - Compete ao profissional com currículo de
"Engenharia Química", de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos números 01 a 16 do artigo 1º desta Resolução Normativa.
CURSOS DE GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
6% 27% 41% 22% 4%44%
36%
17% 3%
Federais Particulares Estaduais Municipais
Norte Nordeste
Química Industrial (1) Química Industrial (7)
Química (5) Química (12)
Sudeste Sul
Química (31) Química (15)
Química Industrial (8) Química Industrial (10)
Química Tecnológica (5) Química de Alimentos (3)
Química de Polímeros (1) Química de Polímeros (1)
Centro-Oeste
Química Industrial (2)
Química (5)
1. Formação de recursos humanos qualificados;
2. Desconcentração regional e combate a endogenia;
3. Estímulo ao empreendedorismo e à
interdisciplinaridade;
4. Vinculação orçamentária de recursos para C&T;
5. Aproximação pró-ativa da academia com a atividade econômica; e
6. Combate aos gargalos institucionais.
“EIXOS MOBILIZADORES EM QUÍMICA”
J. B. de Andrade, S. Cadore, P.C. Vieira, C. Zucco e A. Pinto,
A FORMAÇÃO DO QUÍMICO
Ampliar a discussão sobre a formação dos
profissionais de Química em nível de
Graduação
e
Pós-Graduação
, as suas
repercussões no ensino (inclusive o
secundário) e a inserção destes
profissionais no setor industrial.
Flexibilização curricular que, sem
prejuízo de uma formação didática, científica e
tecnológica sólida, avance também na direção
de uma
formação humanística
que dê
condições ao egresso de exercer a profissão
em defesa da vida, do ambiente e do bem
estar dos cidadãos.
O PRINCÍPIO
Cézar Zucco, Francisco B.T. Pessine, Jailson B. de Andrade, “Diretrizes Curriculares para Cursos de Química”, Química Nova, 22(3), 454-461, (1999).
A EXPECTATIVA
Espera-se que os novos currículos
ofereçam mais do que o domínio cognitivo das
disciplinas, contemplando atividades que visem
estabelecer correlações entre áreas conexas
ampliando o caráter interdisciplinar. Também,
tendo como princípio que o
professor
não é a
fonte principal de informações para os
estudantes, mas sim um
sistematizador e
O CURRICULUM
O mais importante num currículo não é a quantidade de
disciplinas, mas a articulação delas em torno de uma proposta
de ensino onde estejam definidos claramente os objetivos do
curso e a sua abrangência, estimule o caráter crítico-reflexivo
dos estudantes e vise a formação de profissionais que venham a
gerar empregos e não que objetivem apenas a ser empregados.
Deve-se evitar a pulverização do currículo com
desnecessário número de disciplinas que na maioria das vezes repete conteúdos de maneira desnecessária. É importante que
o currículo seja flexível, priorizando a formação básica
PROPOSTA CURRICULAR
conteúdos básicos; essenciais para o desenvolvimento de competências e habilidades (Matemática, Física e Química).
conteúdos profissionais: essenciais para o desenvolvimento
de competências e habilidades que ampliem o conhecimento
básico do estudante avançando no sentido de capacita-lo para o exercício da profissão;
conteúdos complementares : essenciais para alargar a visão
do cidadão e do profissional com relação à sua formação ética, humanística, e interdisciplinar.
atividades extra classe, essenciais para complementar as
QUÍMICA MATEMÁTICA FÍSICA biologia ética leis história eletrônica computação administração processos industriais
FORMAÇÃO
QUÍMICO
DO
Empreendedor
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO INTERESSADO: Conselho Nacional de Educação / Câmara
de Educação Superior UF: DF
ASSUNTO: Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química
RELATOR(A): Francisco César de Sá Barreto (Relator), Carlos Alberto Serpa de
Oliveira, Roberto Claudio Frota Bezerra
PROCESSO(S) N.º(S): 23001.000320/2001-44 PARECER N.º: CNE/CES 1.303/2001 COLEGIADO: CES APROVADO EM: 06/11/2001
...Mas para que esses novos currículos,
montados sobre este novo paradigma
educacional, sejam eficazes, há que haver,
igualmente, uma mudança de postura
institucional e um novo envolvimento do
Objetivo deste novo Paradigma:
Formar o estudante para
trabalhar em um emprego que
ainda não existe, usando uma
tecnologia que ainda será
inventada.
PROBLEMAS
OBSERVADOS NOS
1) Em média, valores elevados de evasão nos cursos de
Química.
2) Estudante muito jovem fazendo escolha da profissão.
3) Falta de informação e conhecimento a respeito da
carreira.
4) Completa
desarticulação
entre
as
diferentes
disciplinas (dentro de um curso) e entre as diferentes
coordenações de uma mesma região.
5) Completo desconhecimento da legislação.
6) Falta de um esquema eficiente de Formação
Continuada.
O que os CRQ´s e as Sociedades
Científicas
podem
fazer?
Como um organismo que gerencia a
1) Promover campanhas junto as
Universidades, Escolas Técnicas e
Colégios de Ensino Médio visando
divulgar, e por que não desmistificar, a
área de Química, bem como a atuação
2) Tentar, junto as diversas coordenações,
diminuir a incidências de cursos com
diversas denominações e
especificidades:
Ex:
Tecnólogo e Produtos Naturais,
Química de Meio Ambiente,
3) Divulgar a Legislação, atuação e
Ética Profissional.
Auxiliar as coordenações com palestras,
mini-cursos ou seminários mostrando
aos alunos a questão da ética
profissional e do correto exercício da
profissão.
4) Atuação Profissional
Trabalhar em colaboração com
as coordenações dos cursos de
Química, na apresentação do
quadro regional e nacional das
áreas de atuação do profissional.
5) Congregar as Coordenações de
Graduação das respectivas
regiões, gerando atividades para
troca de experiência e melhor
6) Apoiar processos de
Formação Continuada,
visando oferecer atividades
aos profissionais formados e
aos estudantes de graduação.
1. Seja flexível, isto é, não se especialize demais; 2. Invista na criatividade, não só no conhecimento; 3. Aprenda a lidar com incertezas (o mundo é assim); 4. Prepare-se para estudar durante toda a vida;
5. Tenha habilidades sociais e capacidade de expressão; 6. Saiba trabalhar em grupo, bons empregos exigem isso; 7. Esteja pronto para assumir responsabilidades;
8. Busque ser empreendedor, talvez você crie o seu emprego 9. Entenda as diferenças culturais (o trabalho globalizou);
10. Adquira intimidade com novas tecnologias
CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE O ENSINO SUPERIOR DA UNESCO
SBQ
CRQ/CFQ
Universidade
Sérgio de Paula Machado Instituto de Química da UFRJ