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LEI N , de 13 de outubro de 2009.

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LEI N°. 1.637, de 13 de outubro de 2009.

REGULAMENTA A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Prefeito do Município de Mato Leitão, Estado do Rio Grande do Sul. FAÇO SABER, no uso da atribuição que me confere o art. 54, inciso IV, da Lei Orgânica do Município, que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono a Lei seguinte:

Art. 1º - A concessão dos benefícios eventuais é um direito garantido na lei nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993, Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, art. 22, parágrafos 1º e 2º.

Art. 2º - O benefício eventual é uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos.

Parágrafo único. Na comprovação das necessidades para a concessão do benefício eventual são vedadas quaisquer situações de constrangimento ou vexatórias.

Art. 3º - O benefício eventual destina-se aos cidadãos e às famílias com impossibilidade de arcar, por conta própria, com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros.

Art. 4º - São formas de benefícios eventuais: I – auxílio natalidade;

II – auxílio-funeral; III – auxílio passagem; IV – auxílio alimentação;

V – auxílio confecção de documentos;

VI – auxílio situação de vulnerabilidade temporária.

Parágrafo Único. A prioridade na concessão dos benefícios eventuais será para a criança, a família, o idoso, a pessoa com deficiência, a gestante, a nutriz e os casos de calamidade pública.

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Art. 5º - São critérios de seleção para a concessão de benefícios eventuais ter renda mensal per capita familiar igual ou inferior a ½ (meio) salário mínimo nacional vigente e estar residindo no Município a, pelo menos, dois meses (exceto para o auxílio passagem).

§ 1° – Os auxílios de que trata esta Lei são eventuais e esporádicos e poderão ser fornecidos dentro da periodicidade máxima estabelecida em cada benefício.

§ 2° – Os casos específicos, não contemplados pelos critérios de seleção tratados neste artigo, mas que ainda assim, transpareçam situação de vulnerabilidade, poderão, mediante avaliação técnica e deliberação do CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social, ser beneficiados com a concessão ou prorrogação de benefícios eventuais.

Art. 6° - O benefício eventual, na forma de auxílio-natalidade, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia ou em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de membro da família.

Art.7º - O benefício natalidade é destinado à família e deverá alcançar, preferencialmente:

I - atenções necessárias ao nascituro;

II - apoio à mãe no caso de morte do recém-nascido;

III - apoio à família no caso da morte da mãe; e outras providências que os operadores da Política de Assistência Social julgarem necessárias.

Art. 8º - O benefício natalidade pode ocorrer na forma de pecúnia ou em bens de consumo.

§ 1° – Os bens de consumo consistem no enxoval do recém-nascido, denominado Kit Bebê, incluindo itens de vestuário, utensílios para alimentação e de higiene, observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito à família beneficiária.

§ 2° – Quando o benefício natalidade for assegurado em pecúnia deve ter como referência o valor das despesas previstas no parágrafo anterior.

§ 3° – O requerimento do benefício natalidade deve ser realizado até noventa dias após o nascimento.

§ 4° – O benefício natalidade deve ser pago até trinta dias após o requerimento e deverá ser concedida após avaliação da demanda emergencial da beneficiária.

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Art. 9º - O benefício eventual, na forma de auxílio-funeral, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em pecúnia, por uma única parcela, ou em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da família.

Art. 10 - O alcance do benefício funeral consiste no custeio das despesas de urna funerária, de velório e de sepultamento.

Art. 11 - O benefício funeral pode ocorrer na forma de pecúnia ou na prestação de serviços, conforme avaliação do CMAS.

§ 1° – Os serviços devem cobrir o custeio de despesas de urna funerária, velório e sepultamento, incluindo transporte funerário, utilização de capela, isenção de taxas e colocação de placa de identificação, dentre outros serviços inerentes que garantam a dignidade e o respeito à família beneficiária.

§ 2° – Quando o benefício for assegurado em pecúnia, deve ter como referência o custo dos serviços previstos no parágrafo anterior.

§ 3° – O benefício, requerido em caso de morte, deve ser pago imediatamente, em pecúnia ou em serviço, sendo de pronto atendimento, em unidade de plantão 24 horas, diretamente pelo órgão gestor ou indiretamente, em parceria com outros órgãos ou instituições.

§ 4° – Em caso de ressarcimento das despesas previstas no § 1º, a família pode requerer o benefício até trinta dias após o funeral.

§ 5° – O benefício funeral, em caso de ressarcimento, deve ser pago até trinta dias após o requerimento e deverá ser equivalente ao valor das despesas previstas no § 1º.

Art. 12 - Os benefícios natalidade e funeral serão devidos à família em número igual ao das ocorrências desses eventos.

Art. 13 - Os benefícios natalidade e funeral podem ser pagos diretamente a um integrante da família beneficiária: genitor, parente até segundo grau ou pessoa autorizada mediante procuração.

Art. 14 - O benefício eventual de auxílio passagem destina-se àquele usuário que está de passagem pelo Município e não possui meios financeiros para retornar à sua cidade de origem ou Município em que reside.

Art. 15 - Ter-se-á como critério para concessão do benefício de que trata o artigo 14 desta Lei, além da situação de vulnerabilidade e risco social:

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I – Ocorrência de falecimento ou doença grave de ascendente, descendente ou cônjuge, em outro Município;

II – Casos de retorno à Localidade de origem, para busca de emprego;

III – Mulheres em situação de violência e itinerantes para retorno à localidade origem.

Parágrafo único – As situações que demandem auxílio passagens para tratamento de saúde, deverão ser analisadas e fornecidas pela Secretaria Municipal da Saúde.

Art. 16 - O benefício eventual, na forma de auxílio alimentação, destinar-se-á a atender famílias que se encontram em situação extrema de vulnerabilidade social, envolvendo crianças, gestantes, púrpuras e deficientes e consiste no fornecimento de um conteúdo básico definido pelo CMAS.

Art. 17 - Ter-se-á como critério para concessão do benefício de que trata o artigo 16 desta Lei, além da situação de vulnerabilidade e risco social, situações emergenciais decorrentes de doenças, desnutrição, incêndio, despejo, morte de familiares, desabamentos, alagamentos, desemprego, dentre outros a serem avaliados pelo CMAS.

Parágrafo único – O auxílio alimentação poderá ser fornecido em periodicidade máxima, por família, de até seis meses consecutivos.

Art. 18 - O benefício eventual na forma de auxílio para confecção de documentos visa atender os munícipes que não possuam ou tenham extraviado documentação pessoal, consistente em 2ª via de Registro de nascimento, casamento, óbito, natimorto e fotografia para documentos.

Parágrafo único – A solicitação deverá ser encaminhada antes de efetuado o pagamento das taxas ou confecção de fotografias, sendo vedado o reembolso destas despesas.

Art. 19 - Entende-se ainda por benefícios eventuais, as ações emergenciais de caráter transitório, em forma de pecúnia ou de bem material para reposição de perdas, com a finalidade de atender a vítimas de calamidades e enfrentar contingências, de modo a reconstruir a autonomia através de redução de vulnerabilidades e impactos decorrentes de riscos sociais.

Art. 20 - Fica autorizada, para os casos a que alude o artigo 19 desta Lei, o fornecimento de materiais de construção, elétrico e hidráulico para pequenos reparos na moradia, gás de cozinha, vestuário, agasalhos, cobertores, colchões, roupas de cama e banho.

Art. 21 - Caberá ao órgão gestor da Política de Assistência Social do Município: I - a coordenação geral, a operacionalização, o acompanhamento, a avaliação da prestação dos benefícios eventuais, bem como o seu financiamento;

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II - a realização de estudos da realidade e monitoramento da demanda para constante ampliação da concessão dos benefícios eventuais; e

III - expedir as instruções e instituir formulários e modelos de documentos necessários à operacionalização dos benefícios eventuais.

Parágrafo Único. O órgão gestor da Política de Assistência Social deverá encaminhar relatório destes serviços, bimestralmente, ao Conselho Municipal de Assistência Social.

Art. 22 - Caberá ao Conselho Municipal de Assistência Social fornecer ao Município informações sobre irregularidades na execução dos benefícios eventuais bem como avaliar e reformular, a cada ano, o valor dos benefícios natalidade e funeral que deverão constar na Lei Orçamentária do Município.

Art. 23 - As despesas decorrentes desta lei correrão por conta de dotação orçamentária própria, prevista na Unidade Orçamentária Fundo Municipal de Assistência Social, a cada exercício financeiro.

Art. 24 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE MATO LEITÃO, RS, em 13 de outubro de 2009.

CARLOS ALBERTO BOHN PREFEITO MUNICIPAL

REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE

Evandro Luis Lenhart Assessor de Gabinete

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MENSAGEM JUSTIFICATIVA PROJETO DE LEI Nº. 110/2009

Sr. Presidente, Srs. Vereadores!

O presente Projeto de Lei visa regulamentar a concessão dos benefícios eventuais da Política Municipal de Assistência Social, visando estabelecer critérios objetivos para atendimento aos Munícipes em situação de vulnerabilidade social.

Sua regulamentação por Lei, foi construída com base em Resolução do Conselho Municipal de Assistência Social (Resolução n.° 09/2009), aprovada em Reunião realizada no dia 10 de setembro do corrente (Ata n.° 12/2009), ambas anexas.

Os critérios e rol de benefícios propostos consistem no que vem sendo praticado atualmente pela Assistência Social do Município e foi estabelecida com base em Estudo de necessidade realizado pela Assistente Social Municipal.

Com as ponderações acima expedidas, pela importância do assunto e pela necessidade de Legislação Municipal que regulamente a matéria, entendemos justificado o presente projeto que, rogamos, seja aprovado por essa Colenda Câmara.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE MATO LEITÃO, DE 08 DE OUTUBRO DE 2009.

CARLOS ALBERTO BOHN PREFEITO MUNICIPAL

Referências

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