PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE
O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:
GÁS E TERMOELÉTRICAS
1 DEZEMBRO DE 2012Nivalde J. de Castro Daniel C. L. Langone
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ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO...3
1-OFERTA DE GÁS NATURAL: DESCOBERTAS, EXPLORAÇÃO, PRODUÇÃO E
TRANSPORTE...5 2-CONSUMO DE GÁS NATURAL...5 3-PREÇO E COMERCIALIZAÇÃO DO GÁS NATURAL...6 4-ASPECTOS INSTITUCIONAIS, REGULATÓRIOS E AMBIENTAIS, DAS EMPRESAS DE GÁS E TERMOELÉTRICAS...6
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SUMÁRIO EXECUTIVO
Este relatório está esquematizado em grupos de assuntos relacionados ao setor de Gás e às usinas termelétricas. São eles: i) descobertas, exploração, produção e transporte de GN; ii) consumo de GN; iii) preço e comercialização do gás natural; iv) aspectos institucionais, regulatórios e ambientais. Estes grupos possuem subgrupos nos quais tornam o relatório ainda mais fácil para a busca encadeada dos fatos durante o mês.
No primeiro tópico, no qual se relaciona as principais informações veiculadas sobre ofertas de gás natural, encontram-se as divisões Operação e Dados estatísticos. Em Operação, citamos que a britânica Rolls-Royce firmou contratos com a Petrobras para apoiar atividades de produção offshore no Brasil com valor potencial de US$ 650 milhões. Em Dados estatísticos, a Petrobras divulgou dados da sua produção média de gás natural em novembro, apresentando um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2010.
No segundo tópico é abordado o assunto consumo do gás natural durante os períodos já completados anteriormente. Neste mês, anunciamos que o consumo de gás natural do país em novembro alcançou a marca de 50 milhões de metros cúbicos diários. As indústrias foram as maiores responsáveis pelo consumo. Na comparação com novembro do ano passado, o uso para energia elétrica não manteve a média de crescimento devido à redução de 57,20% no despacho de usinas termelétricas. Isto ocorre pois do ponto de vista dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, o mês anterior fechou com boas notícias e alguma apreensão já parcialmente dissipada nos primeiros dias para as usinas hidrelétricas. As metas de economia de água nos principais reservatórios do país foram batidas com folga e próximo do gasto zero em energia térmica. Previsões de chuvas abaixo da média em dezembro, exceto na região Norte, somadas a um recálculo para baixo da participação da energia do rio Madeira no SIN, com a entrada em operação da primeira unidade da usina de Santo Antonio, fizeram, porém, com que o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) da primeira semana de dezembro desse um salto de 41,5% em relação à média de novembro. A expectativa é que em análises futuras encontremos um aumento da demanda por energia térmica.
O terceiro tópico cita as principais informações veiculadas sobre preços e a comercialização do gás natural. Segundo estudos realizados pela Firjan, a indústria brasileira
paga uma tarifa média de gás natural 17,3% mais cara do que em países como Estados Unidos, Reino Unido e França.
No quarto e último tópico abordam-se fatos ligados a aspectos institucionais, regulatórios e ambientais. Este último tópico é subdividido em Autorizações de órgãos públicos, Fusão e aquisição e Financiamentos. Neste mês, em Pronunciamentos da Aneel, citamos quatro informações relevantes. São elas: O Ministério de Minas e Energia regulamentou a troca de combustível de termelétricas que tenham celebrado contrato de comercialização de energia no Ambiente Regulado; A MPX Energia informou que a OGX Maranhão obteve da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA) a licença prévia para a produção de gás natural nos campos Gavião Real e Gavião Azul, na Bacia do Parnaíba; A termelétrica Luís Carlos Prestes (MS - 385,8 MW) recebeu licença de operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. Em Fusão e aquisição, a estatal mineira Cemig aumentou sua participação na controlada Gasmig, distribuidora de gás natural que atende todo o território mineiro. Informamos também que a Petrobras adquiriu 80% da Companhia de Desenvolvimento de Plantas Utilidades (CDPU) por R$ 20 milhões. Por último, em Financiamentos, encontramos o contrato do BNDES, no qual enquadrou-se um financiamento de R$ 1,6 bilhão à MPX, referente à implantação de três usinas termelétricas a gás no Complexo Termelétrico do Parnaíba, no Maranhão.
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1-OFERTA
DE
GÁS
NATURAL:
DESCOBERTAS,
EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO
OPERAÇÃO
A britânica Rolls-Royce, fornecedora global de sistemas de energia, anunciou no dia primeiro do mês que firmou contratos com a Petrobras para apoiar atividades de produção offshore no Brasil com valor potencial de US$ 650 milhões. O grupo fornecerá à estatal de petróleo 32 turbogeradores a gás, incluindo unidades de recuperação de calor, para geração de energia em oito embarcações FPSO (do inglês Floating Production, Storage and Offloading), que vão operar nos campos de Lula e Guará, no pré-sal da Bacia de Santos. Cada plataforma flutuante receberá quatro pacotes de turbinas.
DADOS ESTATÍSTICOS
A produção média de gás natural da Petrobras em novembro teve um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2010, de acordo com dados divulgados pela Petrobras na última terça-feira, 20 de dezembro. A produção no período foi de 57,6 milhões m3/d, 1,3% acima do que foi produzido em outubro deste ano. De acordo com a Petrobras, a produção média de petróleo e gás natural dela, no Brasil e no exterior, foi de 2.677.056 barris de óleo equivalente por dia (boed). Esse resultado representa um aumento de 2,69% em relação ao volume total extraído em outubro de 2011 e 2,16% quando comparado a novembro de 2010. Considerando apenas os campos no Brasil, a produção média de petróleo e gás alcançou 2.423.118 boed, um aumento de 2,7% em relação a outubro desse ano e de 1,86% em relação a novembro do ano passado. Já a produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais chegou a 2.060.695 barris por dia, uma elevação de 2,96% em relação a outubro e de 1,46% em relação a novembro do ano passado.
2-CONSUMO DE GÁS NATURAL
O consumo de gás natural do país em novembro alcançou a marca de 50 milhões de metros cúbicos diários. Segundo levantamento da Abegás, as indústrias foram as maiores responsáveis pelo consumo, com 29 milhões m²/dia, o que representa 60% do total. Na comparação com novembro do ano passado, o uso para energia elétrica não manteve a média de crescimento devido à redução de 57,20% no despacho de usinas termelétricas, dado que ocorre em função do alto nível dos reservatórios das hidrelétricas. O levantamento da Abegás mostrou também que no acumulado de janeiro a novembro de 2011, o consumo de gás para geração elétrica apresentou uma redução de 37,68%. Ainda no período de 11 meses no ano, o setor de cogeração, por outro lado, apresentou um incremento de 4,14%. As indústrias e as residências apresentaram um consumo de 10%.
3- PREÇO E COMERCIALIZAÇÃO DO GÁS NATURAL
Segundo estudos realizados pela Firjan no mês de Dezembro, a indústria brasileira paga uma tarifa média de gás natural 17,3% mais cara do que em países como Estados Unidos, Reino Unido e França. No Brasil, o valor médio é de US$ 16,84 por milhão de Btu enquanto que a média internacional, verificada em um conjunto de 23 países, é de US$ 14,35/MMBtu. Para a Firjan, o gás brasileiro perde em competitividade devido ao alto preço e outras questões como a elevada carga tributária. O estudo, intitulado "Quanto custa o gás natural para a indústria no Brasil?", mostra também que existe uma grande disparidade de preços entre os estados brasileiros, onde o preço do insumo chega a uma diferença de 31% entre o estado mais barato - Mato Grosso do Sul - e onde o gás é mais caro - no Ceará. Essa diferença, segundo o estudo a Firjan, reflete a diferença do custo da commodity e o peso dos tributos aplicados. Os impostos - como mostra também o estudo - representam uma fatia de 22,1% na composição do preço para o consumidor industrial.
4-
ASPECTOS
INSTITUCIONAIS,
REGULATÓRIOS
E
AMBIENTAIS
AUTORIZAÇÕES DE ÓRGÃOS PÚBLICOS
O Ministério de Minas e Energia publicou no dia 14 de dezembro, a portaria nº 649, que regulamenta a troca de combustível de termelétricas que tenham celebrado contrato de comercialização de energia no Ambiente Regulado. Segundo a portaria, a mudança do combustível poderá ser feita sem a redução da garantia física da usina, preservando os critérios objetivos de seleção dos vencedores dos leilões e sem haver prejuízo aos consumidores. Associada à mudança do combustível, o MME poderá também autorizar a alteração da potência outorgada unitária das unidades geradoras, a localização do empreendimentos e o ponto de conexão à rede de transmissão. No entanto, o preço unitário da energia elétrica não poderá aumentar, assim como a receita fixa e o Custo Variável Unitário das usinas. Além disso, os montantes de energia e de potência associada, pactuados contratualmente, assim como a declaração de inflexibilidade e as modalidades de despacho da usina, também não poderão ser alterados.
A MPX Energia informa que a OGX Maranhão obteve da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA) a licença prévia para a produção de gás natural nos campos Gavião Real e Gavião Azul, na Bacia do Parnaíba. Com o projeto detalhado e o contrato de construção firmado, a OGX Maranhão segue com a execução da implementação da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) na região. Na UPGN será realizado o tratamento para remover os líquidos existentes, filtrar e aquecer o gás produzido. A termelétrica Luís Carlos Prestes (MS - 385,8 MW) recebeu no dia 28 de dezembro, licença de operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. A usina, de propriedade da Petrobras, fica no município de Três Lagoas e irá operar com gás natural. O
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insumo para abastecer a usina virá de uma ligação proveniente de um ramal do Gasoduto Bolívia-Brasil. A UTE funcionará em ciclo simples e combinado, constituída de quatro unidades turbogeradoras a gás natural e duas unidades turbogeradoras a vapor. A conexão da usina com o sistema associado será feito por meio de uma linha de transmissão de até 138 kV até a subestação da hidrelétrica Souza Dias, da Cesp, e a água necessária ao sistema será proveniente do reservatório da mesma UHE.
FUSÃO E AQUISIÇÃO
A estatal mineira Cemig aumentou sua participação na controlada Gasmig, distribuidora de gás natural que atende todo o território mineiro. A empresa anunciou no final do mês de Dezembro que comprou a fatia de 4,38% da Gasmig detida pelo MGI, órgão de investimentos do governo do Estado de Minas Gerais, por R$ 67,2 milhões. O governo estadual é o controlador da Cemig, com 50,9% das ações votantes e 22% do capital total da companhia. Com a operação, a participação da Cemig na distribuidora de gás passou de 55,2% para 59,58%. A Petrobras é a segunda maior acionista da Gasmig, com 40% das ações. Os 0,42% restantes estão nas mãos da prefeitura de Belo Horizonte. A Cemig desembolsou R$ 3,75 por cada uma das 10.781.736 ações ordinárias (com direito a voto) e 7.132.773 ações preferenciais (sem direito a voto) adquiridas na operação de ontem. Esse valor ainda está sujeito a ajuste, a depender do resultado do laudo de avaliação das ações das Gasmig a ser elaborado por uma instituição financeira.
A Petrobras adquiriu 80% da Companhia de Desenvolvimento de Plantas Utilidades (CDPU) por R$ 20 milhões. A CDPU é uma central de utilidades que concentra as unidades de geração de energia elétrica e vapor, tratamento de água de efluentes industriais para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os vendedores foram a japonesa Mitsui & Co. (que controlava a SMU Energia e Serviços de Utilidades), o cingapuriano Sembcorp Utilities e a Utilitas Participações. A Petrobras não informou o motivo da saída dos sócios asiáticos do negócio. Com a aquisição, a estatal passou a deter 100% da CDPU. De acordo com o plano de investimentos da Petrobras, as obras do Comperj devem demandar aportes de R$ 8,4 bilhões. A previsão é de que o polo, formado por duas refinarias e uma petroquímica, entre em operação em 2013.
FINANCIAMENTO
O BNDES enquadrou um financiamento de R$ 1,6 bilhão à MPX, referente à implantação de três usinas termelétricas a gás no Complexo Termelétrico do Parnaíba, no Maranhão. Em comunicado encaminhado à CVM, a MPX informa que os termos definitivos do “pacote de financiamento de longo, na modalidade project finance”, ainda estão condicionados à aprovação do banco de fomento. "Considerando-se o valor total requerido, de R$ 1,6 bilhão, e o investimento necessário para a implantação dos empreendimentos, a estrutura de capital do projeto será de aproximadamente 70% de dívida e 30% de capital próprio”, diz o comunicado.
A construção das três usinas termelétricas envolve investimento total de cerca de R$ 2,3 bilhões, dos quais 80% desembolsados até 2012.