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Desenvolvimento de um novo conceito de cabine ergonômica para linha aeronáutica agrícola

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Academic year: 2021

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Desenvolvimento de um novo conceito de cabine ergonômica para

linha aeronáutica agrícola

Ricardo Gasperini ; (Desenho Industrial; UNESP – Campus de Bauru) ricardo.gasperini@gmail.com

José Carlos Plácido da Silva ; (Desenho Industrial; UNESP - Campus de Bauru) placido@faac.unesp.br

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um novo conceito de cabine

ergonômica para a linha aeronáutica agrícola baseado nos aviões atuais. Os estudos realizados serão direcionados a uma releitura e a aplicação do design ergonômico na linha aeronáutica agrícola, não tendo como preocupação inicial os efeitos físicos e aerodinâmicos, mas sim o conforto para o usuário, não esquecendo o equilíbrio estético do produto. Este novo conceito de cabine visa agilizar o processo de entrada no avião como também proporcionar um maior conforto ao piloto, desenvolvendo novos dispositivos e componentes relacionados à cabine.

Palavras Chave: Design; Aviões Agrícolas; Cabines; Conforto; Ergonomia. 1. Introdução

1.1 Delimitação do problema

A deficiência de espaço interno da cabine e a dificuldade para entrar no avião são os problemas existentes nos atuais projetos de aeronaves agrícolas que são utilizados a mais de três décadas pelos agricultores e empresários.

1.2 Definição do problema

Nos estudos realizados sobre o desenho, forma e a construção dos atuais aviões de pulverização utilizados atualmente, foram verificados vários problemas conceituais biomecânicos, como a entrada e saída da cabina, e o pequeno espaço interno da mesma, podendo causar desconforto para o piloto quando o trabalho exige grandes horas sem interrupções.

Também constata-se que os aviões não sofreram nenhuma modificação estrutural significativa nas últimas três décadas, tornando-se um produto obsoleto com relação aos novos conceitos de conforto, saúde, segurança e produtividade.

Portanto, um dos maiores problemas enfrentados por esse perfil de produto, é o baixo investimento na linha de pesquisas de novos conceitos de aviões agrícolas.

1.3 Objetivos a serem alcançados

Espera-se que o novo conceito de cabine possa propiciar um maior conforto para o piloto, como também agilizar o processo de entrada e saída da aeronave.

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2 Revisão Teórica

2.1 Informações sobre o histórico do problema

A dificuldade para se entrar na cabine da aeronave gerada pelo design do avião a qual é baseada em estruturas tubular que não agregam peso é um dos problemas enfrentados pelo o usuário.

Neste processo o piloto sobe pela asa para depois entrar no cockipt, tendo certa dificuldade de acomodação.

Outro problema é o espaço interno da cabine, que de certa forma é limitada, causando desconforto.

FIGURA 1 : Processo de entrada na cabine; a – apoio para os pés; b – O piloto sobe na asa para entrar na cabine; c – abertura da cabine.

Fonte: Revista Bandeirante, EMBRAER (2002).

2.2 Informações que estruturam o projeto

A história do avião agrícola EMB200 Ipanema da Embraer confunde-se com a própria origem da empresa. Seu primeiro protótipo voou em julho de 1970 e foi homologado em 1971.No ano seguinte, o avião começou a ser fabricado.

A evolução do EMB200 ao longo dos anos teve início em 1974, quando o motor de 260HP foi equipado por uma hélice de velocidade constante (passo variável), originando o

EMB200A. O lançamento do modelo EMB201 com motor de 300HP, aconteceu no mesmo

ano e, em 1977, surgiu o EMB201A com asa modificada. As atividades de fabricação, desenvolvimento e comercialização foram transferidas para a Neiva na década de 80.

Em 1992, surgiu o modelo EMB202 que, apesar de trazer o mesmo motor, incorporava uma série de modificações resultando em uma aeronave de ótimo desempenho e grande capacidade de carga (Hopper 40% maior) e winglets nas extremidades das asas, porém sem grandes modificações no design do avião. A opção de um sistema de pulverização eletrostáticos, revolucionário, ainda pouco utilizado mesmo nos principais centros internacionais foi introduzido em 2001.

A última grande evolução que também não tem base no design propriamente dito é a opção do motor a álcool, o qual foi premiado em vários eventos internacionais.

Nota-se que a evolução do Ipanema nos últimos 30 anos foi focada somente no desenvolvimento do aumento de carga, adaptações e substituição de alguns sistemas não perdendo a característica do primeiro protótipo desenvolvido em 1971, deixando de lado a criação de um novo produto com um novo conceito preocupando-se não somente com a eficiência da aeronave, mas também com o conforto do usuário e o equilíbrio estético do avião.

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2.3 – Informações fornecidas pela empresa

FIGURA 2 : Simulação ergonômica da cabine do avião Ipanema da Embraer. a – acesso fácil; b – acesso moderado; c – acesso difícil

Fonte: Engenharia Embraer unidade Botucatu (2006).

Nota-se que na figura 2 a alavanca do flap não está nem se quer localizado na lona de difícil acesso, tendo a necessidade de uma intervenção projetual.

3 Objetivos Projetuais

3.1 Compreensão da estrutura do objeto

O novo modelo de cabine para as aeronaves agrícolas terá como principal objetivo, propiciar um maior conforto para o piloto, reestruturando a mesma e deixando-a com o espaço adequado, como também facilitar a entrada do piloto na aeronave.

Este novo projeto de cabine foi baseado nos desenhos das cabines de planadores, no qual se encontra uma forma muito simples e eficiente.

3.2 Definição do que se espera do projeto

Com o objetivo de encontrar uma solução para o problema da deficiência do espaço interno como também o processo de entrada no avião, foram realizados diversos estudos sobre a linha de desenho a ser adotada que melhor se adaptaria tanto aos conceitos ergonômicos como aos conceitos básicos de aeronáutica.

A partir da definição do novo design executado através dos estudos e geração de idéias, este trabalho apresenta uma proposta não tendo como preocupação inicial os efeitos físicos e aerodinâmicos, mas sim o conforto para o usuário, sem esquecer o equilíbrio estético do produto.

4 Materiais e Métodos

4.1 Aplicações de conceitos ergonômicos

A alimentação das medidas antropométricas do boneco ergonômico, foi tomada como base o levantamento antropométrico Embraer, concluído em 2002 pelo INT (Instituto Nacional de Tecnologia) e o Grupo Ergo&Ação do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos.

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FIGURA 3 : Boneco ergonômico

TABELA 1 : Levantamento Antropométrico

1.1 – 172,00 cm 2.1 – 24,00 cm 1.2 – 159,00 cm 2.2 – 87,00 cm 1.3 – 144,00 cm 2.3 – 149,0 cm 1.4 – 29,00 cm 2.4 – 47,50 cm 1.5 – 25,00 cm 2.5 – 42,00 cm Fonte : Levantamento Antropométrico Embraer (2002).

4.2 Desenvolvimento do banco ergonômico

O novo modelo de banco, tem como principais características a vazão no encosto e no assento, localizados estrategicamente nos pontos de maior contato, permitindo a transpiração do usuário.

Outra característica são os suportes laterais no encosto localizado na região da cintura e os suportes laterais do assento, permitindo ao piloto maior estabilidade nas curvas

a - borda frontal em gel ; b – vazão do assento em gel ; c – regulagem angular do encosto ; d - vazão do encosto em gel ; e - regulagem angular do encosto da cabeça ; f – encosto da cabeça ; g – regulagem da altura do encosto da cabeça ; h – suporte lateral do encosto ; i – suporte lateral do assento.

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4.2 Desenvolvimento do manche e alavanca do flap

FIGURA 5 : Novo manche e nova alavanca do flap.

O manche da aeronave foi desenvolvido a partir da empunhadura natural entre o eixo da mão e o anti-braço permitindo maior conforto e destreza, obedecendo o diâmetro de pega de 3cm .

A alavanca do flap também obedece o diâmetro de pega de 3 cm e fica posicionada estrategicamente próximo ao piloto ao contrário do projeto atual demonstrado na figura 2.

4.3 Desenvolvimento do painel e cabine

FIGURA 6 : Novo painel de instrumentos

O painel de instrumentos da nova cabine para aviões agrícolas foi desenvolvido de modo que o mesmo fique em uma angulação favorável ao piloto deixando ao mesmo tempo uma visão ampla e aberta para a vista exterior.

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FIGURA 7 : Novo conceito de cabine.

A figura 7 demonstra as principais características do novo conceito de aeronave, com uma cabine ampla e de fácil acesso com a abertura lateral do canopi, não precisando subir na asa para entrar no avião conforme demonstrado na figura 1.

Nota-se também que o processo para se entrar ou sair da aeronave ficou mais ágil e com um grau de facilidade maior que ao projeto atual conforme ilustrado na figura 8.

FIGURA 8 : Simulação do processo de entrada no avião

5 Análise e Considerações Finais

5.1 Aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos, bem como suas limitações.

Com o emprego do novo conceito de cabine, espera-se eliminar o desconforto como dinamizar o sistema de entrada do piloto no avião, sem deixar de lado o equilíbrio estético do produto como também desenvolver dispositivos e componentes conceitos relacionado a cabine o qual é a interface entre o piloto e o avião.

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Não se pode esquecer que a introdução e a fabricação desse novo modelo de cabine nos aviões atuais, necessita antes de qualquer início de projeto aeronáutico, de um estudo real conjuntamente com as engenharias de produto e produção, realizando todos os teste necessários como simulações em túneis de vento, resistências dos materiais, e adaptações aos conceitos aeronáuticos que não foram abordados nesse trabalho, pois o mesmo tem como principal objetivo a quebra do conceito de fabricação que não utiliza a integração da ergonomia.

Portanto, com essa nova conceituação de ergonomia aplicada ao produto e integrada a engenharia, espera-se elevar o ganho tanto no conforto e equilíbrio estético como também na simplicidade e funcionabilidade dos aviões de pulverização agrícola, estimulando dessa forma a comunicação entre engenharia e ergonomia.

6 Referências Bibliográficas

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<http://www.airtractor.com/models/, Acessado em : 26 set. 2005.

BAXTER, Mike. Projeto de Produto, São Paulo, Edgard Blucher, 2000. 260p. EMBRAER, Revista Bandeirante, São Paulo, RMC Editora, 2002. 31p.

Grupo Ergo&Ação/UFSCar, Caderno 1 : Fundamentos de Ergonomia, 2003.Disponível em: <http://www.simucad.dep.ufscar.br/dn_fundamentos.pdf, Acessado em : 17 out. 2005.

GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem, 4a ed., Porto Alegre, Bookmam, 1998. 338p.

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IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção, 2a ed., São Paulo, Edgard Blucher, 2005. 614p. MORAES Anamaria de, MONT’ALVÃO Claúdia. Ergonomia: Conceitos e Aplicações, 2a ed., Rio de Janeiro, 2AB, 2000. 132p.

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Referências

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