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Teoria geral da pena

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Academic year: 2021

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(1)

CURSO – ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA

Nº 54

DATA – 20/10/15

DISCIPLINA – DIREITO PENAL (NOITE)

PROFESSOR – CHRISTIANO GONZAGA

MONITORA – JAMILA SALOMÃO

AULA 08/08

Ementa:

Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos:

 Teoria geral da pena.

 Concurso de crimes.

 Prescrição.

Teoria geral da pena

 Espécies de pena

– Art. 32, CP:

1) Pena privativa de liberdade (PPL)

2) Pena restritiva de direitos (PRD)

3) Multa

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos; III - de multa.

(2)

1.1) Reclusão: Tem a possibilidade de o agente começar a cumprir a pena em regime fechado,

depois passa para o semiaberto e, por fim, aberto.

Depende do regime de pena inicial.

1.2) Detenção: o agente começa no semiaberto e vai para o aberto.

Pode começar no regime semiaberto e regredir para o fechado. Não é impossível começar no

semiaberto e ir para o fechado.

Critério do art. 33, CP.

Pena de até 4 anos  Regime aberto

Pena de 4 até 8  regime semiaberto

Pena acima de 8  regime fechado.

Depende da quantidade de pena. Para saber a quantidade de pena tem o art. 59, CP. Fixa o

quantum.

Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§4º – O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Fixação da pena

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Progressão

Art. 112, lei 7210/84

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

(3)

§1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. (Redação dada

pela Lei nº 10.792, de 2003)

§2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

Cumpre

1

/

6

para crimes comuns. Cumprido, sai do fechado  Semiaberto  Aberto.

Art. 2º, §1º e §2º, lei 8072/90 – Para crimes hediondos.

2

/

5

se o réu for primário

3

/

5

réu reincidente

Art. 2º:

§1o– A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§2o – A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

Primário e reincidente não tem que ser em crime hediondo, é em qualquer crime. Não

necessita da reincidência específica.

O STF já manifestou que essa reincidência não tem que se operar em virtude de crime

hediondo, pode ser em virtude de qualquer crime.

Informativo 554, STJ.

Essas quantidades de

2

/

5

e

3

/

5

foram acrescentadas em 2007. Antes de 2007 tinha vedação de

progressão em crime hediondo.

O STF julgou inconstitucional o regime ser integralmente fechado. O legislador, então, usa

2

/

5

e

3

/

5

para progredir.

Para crimes cometidos antes de 2007 e julgados depois deve aplicar a progressão de

1

/

6

porque a lei que vedava era, à época, inconstitucional. Fenômeno da irretroatividade da lei mais

grave e ultratividade da lei anterior.

Art. 2º, lei 8072/90:

Regime será inicialmente fechado para crime hediondo e equiparado.  Julgado

inconstitucional.

Informativo 691, STF.  Princípio da Individualização das Penas. Segundo o STF somente o

juiz pode determinar o regime inicial de pena. Art. 33 e 59, CP.

O legislador estaria invadindo a seara do juiz. Viola o Princípio da Separação dos Poderes.

Lei 8072/90, Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

(4)

§4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo,

terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Reclusão e detenção

CP, Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§1º- Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Fixação da pena

CP, Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Ex.: Crime equiparado a hediondo – Art. 33, §4º, lei de drogas. Diminui a pena em

2

/

3

.  1 ano

e 8 meses.  Regime inicial aberto.

Art. 33. §4o Nos delitos definidos no caput e no §1odeste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

2) PRD – Pena Restritiva de Direito – Art. 44, CP.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§1o(VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§2oNa condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a

medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) §5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

(5)

Ex.: Art. 298, parágrafo único, CP para chegar no art. 171, CP

– crime meio para chegar no

crime-fim, responde apenas pelo crime fim, art. 171, CP – Súmula 17, STJ  de 1 a 5 anos.

Mais

1

/

6

.

1 ano e 3 meses.  Cabe PRD.

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, e por este absorvido.

Crime culposo  Qualquer pena.

Ex.: agente matou no trânsito embriagado. Art. 302, §2º, CTB. Reclusão de 2 a 4 anos.

Cabe substituição por ser crime culposo, qualquer que seja a pena.

Art. 302. §2º Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

3) Multa

O CP adotou o Sistema dias-multa. Art. 49, CP.

Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) §2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Impossibilidade em conversão da multa em pena privativa de liberdade caso não seja paga.

Art. 51, CP. É cobrada enquanto dívida de valor. Não é dívida ativa. Não tem lançamento

tributário. É dívida de valor. Vedada a conversão.

Modo de conversão.

Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

§1º - e §2º -(Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Quando a PRD aplicada é prestação pecuniária e não é paga. Art. 44, §4º, CP  Conversão

em PPL.

Visão da defensoria  Essa conversão em PPL é para qualquer pena restritiva de direitos,

salvo prestação pecuniária. Analogia in bonam partem. Não tem diferença com dias-multa, a qual

não pode converter.

(6)

Art. 44, §4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

 Concurso de crimes:

Art. 69, 70 e 71, CP.

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

1) Concurso Material de crimes, Art. 69, CP:

Duas ou mais condutas. Dois ou mais crimes. Aplicação do cúmulo material.

Mais de 30 dias, sai do período de continuidade, pega as penas e soma.

Ex.: Bens jurídicos diversos.

Art. 311-A, CP. – Comprar gabarito de prova. Corrupto e corruptor.  Tutelam a fé pública

Art. 317, CP – Quem vende - para o corrupto.  Tutela a administração pública

Art. 333, CP – Quem compra - Para o corruptor;  Tutela a administração pública

Ambos respondem pelos dois tipos, respectivamente.

Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Corrupção passiva

(7)

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

2) Concurso Formal, art. 70, CP:

Existem duas possibilidades, em ambos ocorre uma só conduta e dois ou mais crimes.

2.1) Concurso formal próprio, puro ou perfeito.

1 conduta  2 ou mais crimes

Critério da exasperação. Aumenta de

1

/

6

a

1

/

2

.  Causa de aumento de pena, chamada de

majorante. Incide na terceira fase da pena.

Art. 68, CP  Critério trifásico.

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

2.2) Concurso formal impróprio, impuro ou imperfeito.

1 conduta  2 ou mais crimes.

Critério do cúmulo material. Soma as penas.

Desígnios autônomos

Ex.: o agente que coloca uma bomba no avião e mata todos que estão dentro. O agente tem

vontade de matar o alvo e os outros. Intenção autônoma em relação a cada um dos passageiros.

Art. 70, parágrafo único, CP.  Cúmulo material benéfico.

Ex.: pode acontecer de quando utilizar o critério da exasperação o resultado seja pior. Quando

o resultado for pior aplica-se o cúmulo material benéfico e soma as penas.

O critério da exasperação é sempre para beneficiar.

3) Crime continuado, art. 71, CP:

2 ou mais condutas  2 ou mais crimes

Aplicação do sistema da exasperação  Aumenta a pena de

1

/

6

a

2

/

3

.

Requisitos da continuidade delitiva:

Mesmo tempo: Em até 30 dias. HC 184545/RS, STJ.

(8)

Mesma maneira de execução: Mesmo modus operandi, mesma forma de praticar o crime.

Mesmo crime: Mesmo tipo penal. Informativo 551 e 691, STF. Por ser um benefício muito

grande o crime continuado tem que ser interpretado restritivamente. Não poderia ser o

mesmo bem jurídico.

Alguns inserem o requisito subjetivo de o agente saber que está cometendo crime único.

Art. 71, parágrafo único, CP  Vítimas podem ser diferentes. Informativo 705, STF.

 Prescrição:

Art. 107, IV, CP. Forma de extinção da punibilidade.

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

Espécies:

1) Prescrição da pretensão Punitiva

Ius puniendi

– Direito do Estado de punir. Se não punir a tempo perde o direito.

Quando ocorre:

De acordo com a pena máxima abstrata.

Ex.: Art. 155, CP. Pena de 1 a 4 anos.  4 anos  Joga no art. 109, CP, tabela prescricional.

A prescrição se dará em 8 anos.

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §1odo art. 110 deste Código,

regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

(Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

1.1) Prescrição da pretensão punitiva retroativa:

Considera:

Pena concreta

(9)

Como só cabe recurso para a defesa e não pode aumentara pena, já pode ser considerada

para efeito de prescrição.

Alteração legal de 2010  Art. 110, §1º, CP. Retirou a prescrição retroativa de antes do

recebimento da denúncia.

Atualmente a prescrição retroativa só pode ocorrer do recebimento da denúncia até a

sentença.

Para crimes cometidos antes de 2010 continua existindo prescrição a partir do crime até o

recebimento da denúncia.

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110 - §1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

1.2) Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente:

Considera:

Pena concreta

Cabe recurso para a defesa

Ex.: Crime de furto – 1 a 4 anos – prescreve em 8 anos.

|---4 anos---|---3 anos---|---4 anos---|

Crime Recurso Defesa Sentença TJ/TRF: quando for julgar prescreveu

1 anos  4 anos.

Superveniente  Entre a sentença e a segunda instância.

2) Prescrição da pretensão executória:

Aplicação da pena

Considera:

Pena aplicada

Não cabe mais recurso (para ambas as partes).

Ex.: Crime de furto – 1 a 4 anos.

|---4 anos---|---Fuga---|

(10)

Para aplicar a sentença o juiz tem o prazo de prescrição da pena aplicada.

Para o início do cumprimento da pena ou sua continuação.

Para fins de prescrição quando o agente foge no curso do cumprimento da pena  Art. 113,

CP.  A prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

 Prescrição virtual:

Não está na legislação. Não é reconhecida, conforme súmula 438, STJ.

Súmula 438, STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.

Ocorre antes de chegar na sentença e posterior ao recebimento da denúncia. Reconhecida na

AIJ.

O STJ diz que no interregno entre a AIJ e a sentença pode acontecer algo que mude a pena.

Prescrição pela pena em perspectiva.

Referências

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