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Re-significação, sentido de planejar, fundamentos histórico-antropológicos e epistemológicos

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Academic year: 2021

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PRESSUPOSTO CONCEITUAL BÁSICO:

RE-SIGNIFICAÇÃO, SENTIDO DE PLANEJAR,

FUNDAMENTOS

HISTÓRICO-ANTROPOLÓGICOS E EPISTEMOLÓGICOS.

Profª Sônia Fortes / 2015.2

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SEMANA PASSADA:

- APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ENSINO

- PRESSUPOSTO CONCEITUAL BÁSICO DO PLANEJAMENTO:

FILOSÓFICO

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PARA INÍCIO DE CONVERSA:

VAMOS REFLETIR SOBRE PLANEJAMENTO

COM O AUXÍLIO DA FÁBULA

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Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque... Até que descobriram um novo método.

Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo.

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Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: as vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas.

Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários e conferencias passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferencias.

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As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas a indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou a inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda as árvores, excessivamente verdes, ou a umidade da terra ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas. As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incediadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc, incendiadores noturnos e diurnos - com especialização matutina e vespertina - incendiador de verão, de inverno etc). Havia especialista também em ventos - os anemotecnicos. Havia um diretor geral de assamento e alimentação assada, um diretor de técnicas ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um administrador geral de reflorestamento, uma comissão de treinamento profissional em Porcologia, um instituto superior de cultura e técnicas alimentícias (ISCUTA) e o bureau orientador de reforma igneooperativas.

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Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.

Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, o fogo mais potente etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno.

Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores fossem especializados na construção das instalações para porcos. Fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos etc.

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As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus e posicionar ventiladores gigantes em direção oposta a do vento, de forma a direcionar o fogo. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas ideias em dados e pesquisas específicos.

Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso) chamado João Bom-Senso resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então numa armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.

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Tendo sido informado sobre as ideias do funcionário, o diretor geral de assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe: "Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotecnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?". "Não sei", disse João. "E os especialistas em sementes? Em arvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas maquinas purificadores automáticas de ar?". "Não sei". "E os anemotecnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao pais? Vou manda-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano tem trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?". "Não sei", repetiu João, encabulado.

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"O senhor percebe, agora, que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê que se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotecnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas arvores não dão frutos e nem tem folhas para dar sombra? Vamos, diga-me?". "Não sei, não, senhor". "Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades cientificas do mais extraordinário valor?". "Sim, parece que sim". "Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o pais?" "Não sei".

(11)

"Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotecnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência) ou como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transforma-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!". "Realmente, eu estou perplexo!", respondeu João. "Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por ai que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina.

Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?".

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João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "a". Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu.

Autor desconhecido ou ignorado

FIM

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O que nos leva a

refletir essa

(14)

O que você

entende por

(15)

Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colmeia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transfermá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. ( MARX, 1980, p. 202)

Acima do sujeito, além do objeto imediato, a ciência moderna funda-se no projeto. No pensamento científico, a meditação do objeto pelo sujeito toma sempre a forma de projeto. (BACHELARD, 1978, p. 96)

(16)

O que dizem os professores...

Não é possível planejar

Do jeito que o planejamento

vem sendo feito não funciona

Não é necessário planejar

É difícil planejar com as

tecnologias digitais

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(Des) Caminhos do Planejamento

Breve Retrospectiva Histórica

◦Planejamento se dá fora do ambiente da ação,

◦Taylor: separa planejamento de execução,

◦Tecnocracia: quem planeja não executa.

(18)

(Des) Caminhos do Planejamento Núcleo do

problema

Idealismo (idéia mais valorizada que a

prática)-domínio intelectual, social e econômico / descontextualizada.

Formalismo (burocratização) – prática cartorial,

teatralização.

Não participação (disciplinamento) – camuflagem, participação na execução ou

participação em questões menores. VAMOS DEFENDER

O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO?

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Re-signignificando

Uma vez que se definiu que o planejamento é um processo de construção desenvolvido numa perspectiva democrática e participativa, que contribui para a organização e gestão escolar, resta-nos ainda definir quais as suas funções.

Libâneo (2004, p. 150) considera que o planejamento atende, em geral, às seguintes funções:

Diagnóstico e análise da realidade da escola :

busca de informações reais e atualizadas que permitam identificar as dificuldades existentes e as causas que as originam, em relação aos resultados obtidos até então.

Definição de objetivos e metas que compatibilizem a

política e as diretrizes do sistema escolar com as intenções, expectativas e decisões da equipe da escola.

Determinação de atividades e tarefas a serem

desenvolvidas em função de prioridades postas pelas condições concretas e compatibilização com os recursos disponíveis (elementos humanos e recursos materiais e financeiros).

(20)
(21)

De que pressuposto parte-se

quando se planeja?

◦Planejar ajuda a concretizar aquilo que se almeja (relação Teoria-Prática)?

◦Aquele algo que planejamos é possível acontecer; podemos, em certa medida, interferir na realidade.

Re-significar o planejamento para o sujeito implica resgatar sua necessidade e possibilidade, em dois niveis: um mais geral e outro específico da atividade de planejar. (VASCONCELLOS, 2004, p. 35)

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Planejar, remete...

1. Querer mudar algo;

2. Acreditar na possibilidade de mudança da realidade; 3. Perceber a necessidade da mediação

teórico-metodológica;

4. Vislumbrar a possibilidade de realizar aquela determinada ação.

LOGO

O educador precisa ver o planejamento como necessário e possível

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Que

fundamentos

nos guiam para

um

planejamento

escolar?

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FUNDAMENTOS

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Fundamentos

histórico-antropológicos e epistemológicos

Perspectiva histórico-antropológica

◦Gênese da atividade de planejar (hominização, trabalho)

◦Dimensões da ação intencional (necessidade/imaginário, objetivos/ buscar algo, plano de ação/ de uma determinada maneira)

Planejamento enquanto método dialético de transformação

◦Concepção de método (postura diante da realidade - prática) (reflexão – conhecimento – interpretação – transformação)

◦Planejamento enquanto métodos de trabalho (não só fazer, mas saber o que está fazendo)

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Planejamento enquanto métodos

de trabalho

Professor reflexivo (realidade / onde estamos, finalidade / para onde queremos ir, mediação / o que fazer para chegar lá);

ANÁLISE DA REALIDADE (AR) PROJEÇÃO DE FINALIDADE (PF)

ELABORAÇÃO DAS FORMAS DE MEDIAÇÃO (FM)

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Dimensões do processo de elaboração do planejamento e as dimensões da atividade humana intencional (VASCONCELLOS, 2004, p. 76)

Atividade

Intencional Planejamento em Geral Projeto de Ensino-Aprendizagem

Projeto Político Pedagógico

Necessidade Realidade Análise da

Realidade Marco Situacional Diagnóstico

Objetivo Finalidade Projeção de

Finalidades Marco OperativoMarco Filosófico

Plano de Ação Plano de Mediação Elaboração das Formas de

Mediação

(29)

A PALAVRA MÁGICA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Se tarda o encontro, se não a encontro,

Não desanimo, procuro sempre.

Procuro sempre, e a minha procura

ficará sendo minha palavra. Certa palavra dorme na

sombra De um livro raro. Como desencantá-la? É a senha da vida a senha do mundo. Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira

(30)

A senh

a da vid

a e

do mun

do está

na

palavra

, em su

a

busca i

nacaba

da,

nos me

ios de

comuni

cação.

Projeto Eco -

Político Pedagógico

é a palavra da

comunidade.

(31)

REFLETIR PARA A AULA SEGUINTE AS QUESTÕES DESTA AULA: RE-SIGNIFICAÇÃO,

SENTIDO DE PLANEJAR,

FUNDAMENTOS HISTÓRICO-ANTROPOLÓGICOS E EPISTEMOLÓGICOS. SUAS INFLUÊNCIAS PARA UM PROJETO ECO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Referências

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