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Qualidade bromatológica e produção de biomassa de milho silagem em diferentes sucessões culturais de inverno

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

RÓBSON ALVES MROGINSKI

QUALIDADE BROMATOLÓGICA E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE

MILHO SILAGEM EM DIFERENTES SUCESSÕES CULTURAIS DE

INVERNO

Ijuí - RS 2019

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RÓBSON ALVES MROGINSKI

QUALIDADE BROMATOLÓGICA E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE

MILHO SILAGEM EM DIFERENTES SUCESSÕES CULTURAIS DE

INVERNO

Trabalho de Conclusão do Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Profa. Dra. Cleusa Adriane Menegassi Bianchi

Ijuí - RS 2019

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RÓBSON ALVES MROGINSKI

QUALIDADE BROMATOLÓGICA E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE

MILHO SILAGEM EM DIFERENTES SUCESSÕES CULTURAIS DE

INVERNO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Agronomia – Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido

perante a banca abaixo subscrita.

Banca examinadora

... Profa. Dra. Cleusa Adriane Menegassi Bianchi – DEAg/UNIJUÍ

... Profa. Dra. Gerusa Massuquini Conceição – DEAg/UNIJUÍ

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais César Gilberto Mroginski e Maria Rosane Alves Mroginski que estiveram ao meu lado em todos os momentos desta caminhada e por me proporcionar a possibilidade de estudar. A minha namora Geovana da Silva Kinalski pelo carinho, compreensão e apoio em todos os momentos do desenvolvimento dos trabalhos. A minha irmã Lohana Alves Mroginski pelo apoio e pela torcida no decorrer da caminhada.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que tem me proporcionado em especial a realização do sonho de formação acadêmica em Agronomia.

Aos meus pais César Gilberto Mroginski e Maria Rosane Alves Mroginski e minha irmã Lohana Alves Mroginski que sempre estiveram ao meu lado, torcendo e me incentivando nesta caminhada.

A minha namorada Geovana da Silva Kinalski pelo amor, carinho, apoio e por estar ao meu lado incondicionalmente participando em todos os momentos do desenvolvimento do trabalho.

A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, pela graduação.

Ao professor chefe do Departamento de Estudos Agrários Osório Antônio Lucchese. A professora Coordenadora do curso e minha orientadora Cleusa Adriane Menegassi Bianchi, pelos ensinamentos concedidos.

A professora Gerusa Massuquini Conceição por aceitar ser avaliadora do trabalho de conclusão de curso.

Ao professor Emerson André Pereira pela oportunidade de participação como bolsista de extensão.

A professora Leonir Teresinha Uhde que foi minha primeira professora no curso e orientadora do estágio profissional final de curso.

A Engenheira Agrônoma Jordana Schiavo e o Engenheiro Agrônomo César Sartori pelo apoio, dedicação e orientação no desenvolvimento dos trabalhos.

Ao funcionário Luis Gustavo Oliveira pelo auxílio e colaboração no desempenho da realização das atividades práticas no campo.

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QUALIDADE BROMATOLÓGICA E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE

MILHO SILAGEM EM DIFERENTES SUCESSÕES CULTURAIS DE

INVERNO

RESUMO

A utilização de silagem de milho na alimentação de bovinos é prática recorrente e de fundamental importância na alimentação animal, dentre os aspectos envolvidos na semeadura de milho silagem estão a utilização intensiva de áreas para o cultivo, neste sentido este trabalho objetivou-se avaliar a sucessão cultural no inverno quanto aos seus benefícios na atribuição da qualidade bromatológica e nos caracteres agronômicos determinantes para produtividade de biomassa. O experimento foi desenvolvido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural – IRDeR, no Município de Augusto Pestana-RS. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com quatro repetições. Neste estudo os tratamentos constituíram-se de antecedente culturas de inverno, sendo T1: Aveia Branca, Aveia Preta, Trigo e Centeio, T2: Canola, T3: Nabo, T4: Mix (Aveia Preta, Nabo e Ervilhaca), T5: Pousio, T6: Forrageiras para Pastejo (Aveia Preta + Azevém/ Trigo). As faixas das culturas de verão se constituíram de: Milho Silagem/ Milho Silagem safrinha e Milho Silagem/ Soja safrinha. As variáveis analisadas a campo foram: estande de plantas, altura de planta, Matéria Verde e Matéria Seca, em laboratório foi realizada a análise da qualidade da Matéria Seca (% MS, PB, EE, MM, FDN, FDA, NDT, CNF). O sistema de cultivo das sucessões de inverno não influenciou significativamente o rendimento de biomassa e a qualidade bromatológica da silagem produzida.

Palavras-Chave: Milho Silagem, Qualidade Bromatológica, Produção de Biomassa, Sucessão Cultural.

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ABSTRACT

The use of corn silage in cattle feeding is a recurrent practice and of fundamental importance in animal feeding, among the aspects involved in the sowing of silage corn are the intensive use of areas for cultivation, in this sense this work aimed to evaluate the succession cultural in the winter as to its benefits in the attribution of the bromatological quality and in the determining agronomic traits for biomass productivity. The experiment was developed in the Regional Institute of Rural Development - IRDeR, in the Municipality of Augusto Pestana-RS. The experimental design was randomized blocks with four replicates. In this study, the treatments were constituted of antecedent winter crops, being T1: White Oats, Black Oats, Wheat and Rye, T2: Canola, T3: Turnip, T4: Mix (Black Oats, Turnip and Ervilhaca), T5: T6: Forages for Cattle (Oat Black + Azevém / Wheat). The bands of the summer crops consisted of: Maize Silage / Maize Silage safrinha and Maize Silage / Soja safrinha. The variables analyzed in the field were: plant stand, plant height, Green Matter and Dry Matter, in the laboratory the dry matter quality analysis (% MS, PB, EE, MM, NDF, FDA, NDT, CNF). The winter succession cultivation system did not significantly influence the yield of biomass and the bromatological quality of the silage produced.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição da silagem em diferentes estádios de maturidade de grãos. ... 15

Tabela 2.Características da silagem em relação ao Teor de Matéria Seca. ... 21

Tabela 3. Características bromatológicas ideais para silagem. ... 23

Tabela 4. Classificação das silagens de milho. ... 23

Tabela 5. Teores médios dos indicadores de fertilidade do solo. ... 28

Tabela 6. Análise da variância para as Variáveis analisadas em laboratório. ... 30

Tabela 7. Variáveis obtidas à campo e os resultados obtidos após a análise de interação realizada no Sisvar. ... 31

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 11 1 REVISÃO DE LITERATURA ... 13 1.1 SILAGEM DE MILHO ... 13 1.2 CARACTERES AGRONÔMICOS ... 13 1.2.1 Época de Semeadura ... 13 1.2.2 Escolha do híbrido ... 14 1.2.3 Processamento da Silagem ... 16

1.2.4 Tamanho das Partículas ... 17

1.2.5 Compactação ... 18

1.2.6 Processo Fermentativo ... 18

1.2.7 Parâmetros de campo para avaliar uma silagem ... 21

1.3 ANÁLISE BROMATOLÓGICA ... 21

1.4 SUCESSÃO CULTURAL COM ESPÉCIES VEGETAIS DE CICLO HIBERNAL .... 24

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 25

2.1 INFORMAÇÕES DAS CULTURAS DE INVERNO 2018 ... 27

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 30

CONCLUSÃO ... 33

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INTRODUÇÃO

A utilização de silagem para alimentação de rebanhos bovinos é prática recorrente e de grande importância, pois tem o papel fundamental de suprir a demanda por alimento em períodos críticos onde as pastagens têm redução de produtividade, principalmente, as pastagens naturais, todavia a produção de pastagens cultivadas tem papel expressivo dentro dos sistemas de produção, entretanto, não minimizando a importância da mantença de produção de silagem de milho, visto que, se tem a garantia de disponibilidade de alimento para os animais, mesmo que ocorra intempéries climáticas que venham a prejudicar o desenvolvimento das pastagens.

Embora existam várias plantas forrageiras, anuais e perenes, que servem para produção de silagem, o milho é uma das culturas mais utilizadas neste processo no Brasil por apresentar um bom rendimento de matéria verde, excelente qualidade de fermentação e manutenção do valor nutritivo da massa ensilada, aliado ao baixo custo operacional de produção e uma boa aceitabilidade por parte dos animais. O milho é a forragem mais tradicional por apresentar condições ideais para a produção de uma boa silagem, como o teor de matéria seca por ocasião da ensilagem entre 30% e 35%, mais de 3% de carboidrato solúvel na matéria original e baixo poder tampão.

No passado, as tecnologias recomendadas para a produção de milho para silagem visavam basicamente à produção de massa verde, dando ênfase ao uso de cultivares de porte alto e com alta densidade de plantio. Posteriormente, a qualidade da silagem passou a ser avaliada somente através da porcentagem de grãos na matéria seca. Isto foi atribuído devido ao grande número de trabalhos desenvolvidos até a década de 1970, demonstrando que os grãos de milho são mais digestíveis do que as folhas e hastes da planta e, desta forma, aumentando-se sua proporção na silagem. A partir dos anos oitenta, vários trabalhos de pesquisas mostram que a digestibilidade da porção volumosa (colmos e folhas) também deveria ser avaliada na determinação da qualidade da cultivar a ser ensilada.

Diversas gramíneas e leguminosas podem ser utilizadas para a produção de silagem. Entretanto, a cultura do milho tem sido apresentada como a espécie mais adaptada ao processo

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de ensilagem, por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos e, principalmente, pela qualidade da silagem produzida (CAETANO, 2001).

Dentre as maiores dificuldades encontradas pelos produtores rurais é adequar o manejo de forma racional gerando rendimento e sustentabilidade ao processo de produção, bem como, a geração de um produto de qualidade, a qual se faz fundamental para dispor de uma dieta equilibrada e nutricional ao rebanho bovino.

O objetivo do presente trabalho é avaliar a sucessão cultural no inverno quanto aos seus benefícios na atribuição da qualidade bromatológica e nos caracteres agronômicos determinantes para produtividade de biomassa.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 SILAGEM DE MILHO

Dentre os alimentos forrageiros disponíveis ao produtor Rural que podem ser conservados (ensilados), temos a silagem de planta inteira de Milho como a mais difundida para alimentação de bovinos de leite e corte, por apresentar uma elevada produção de matéria seca (MS), boa estabilidade na armazenagem em vários tipos de silos, alta palatabilidade, baixo poder tampão e uma excelente fonte de energia (amido).

A importância da silagem de milho em um planejamento forrageiro deve-se à segurança que um alimento conservado de alta qualidade confere a um sistema de produção. Durante o período em que as forrageiras para pastejo ainda estão em plena produção, ocorre uma carência de energia para animais de alta produção e esta deve ser suprida para evitar perda excessiva de peso, baixa produção e queda nos índices reprodutivos.

A silagem de milho de alta qualidade tem o menor custo de energia/kg de matéria seca, desde que colhida com matéria seca acima de 32%. É o alimento ideal para atender a demanda de forragem e energia nos vazios forrageiros, para a região sul do Brasil, e no período da seca para o centro do país.

Os vazios forrageiros presentes nos períodos de final de verão/início de outono e, na saída do inverno para as regiões mais ao sul do Brasil, apresentam baixa oferta de matéria seca e/ou de qualidade, limitando o potencial produtivo dos animais, reduzindo a renda do produtor e, propiciando baixa de imunidade dos rebanhos o que pode redundar em enfermidades oportunistas (VIEIRA, 2009). Nas regiões centrais do país, onde ocorre o período da seca e das águas, torna-se interessante um alimento conservado disponível a todo o momento aos animais, reduzindo o estresse de deslocamento em busca de alimento de baixa qualidade e pouca oferta.

1.2 CARACTERES AGRONÔMICOS

1.2.1 Época de Semeadura

A época de semeadura afeta o rendimento do milho, devendo ser observada a recomendação para cada região, interferindo dessa forma, tanto na quantidade de matéria seca/ha, bem como, seu valor nutricional.

Os genótipos de milho apresentam respostas diferenciadas à variabilidade ambiental, devido à interação genótipo e ambiente, não havendo independência entre eles. Os híbridos para

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silagem devem ter a época de semeadura respeitada para que, não havendo adversidades climáticas, possam expressar todo o seu potencial produtivo (SOUZA, 1989; PENATI, 1995). Von Pinho et al. (2007) observaram que a qualidade da silagem diminui com o atraso da semeadura, e verificaram que a fibra em detergente neutro (FDN) da silagem dos materiais avaliados até o 20° dia de atraso apresentou FDN baixo, a partir de quando os valores passaram a aumentar. O FDN é inversamente relacionado com a ingestão, assim, quanto maior seu valor, menor ingestão da silagem pelos animais.

A adubação e calagem deve ter como base a análise de solo, devendo-se optar por fertilizantes de qualidade e uma regulagem dos equipamentos para uma adequada distribuição dos fertilizantes.

A densidade de semeadura deve ser de acordo com o ciclo produtivo do híbrido escolhido, fatores de solo e disponibilidade de água. Alguns trabalhos observaram que com a redução no espaçamento ocorre um aumento da produção de matéria seca por hectare (MS ha-1) e menores concentrações de: FDN e FDA, hemicelulose, celulose e lignina do caule. A adoção de espaçamentos mais reduzidos entrelinhas, promovendo dessa forma, uma melhor distribuição das plantas na área.

1.2.2 Escolha do híbrido

A escolha de um híbrido de milho para silagem é relevante quando se objetiva um alimento de alta qualidade (PEREIRA et al., 2004). Para uma escolha adequada, é necessário ter conhecimento sobre os seguintes critérios:

a) Produtividade;

b) Relação entre produção de fibras e de grãos; c) Grãos no estádio farináceo;

d) Tolerância à pragas e doenças;

e) Boa janela de corte (lenta velocidade de maturação dos grãos); f) Teor de FDN e FDA.

Deve ser acrescentada também aos critérios de escolha, a textura do grão, que traz um diferencial a silagem de milho, de acordo com vários trabalhos publicados (PEREIRA et al.,2004).

A produtividade do híbrido para silagem de milho, deve objetivar alta produção de matéria verde/ha, com elevada produção de grãos, pois a relação grãos/colmo e folhas, determinam qual a resposta animal (Paziani, 2009). Ao usar como critério apenas a produção de matéria verde ha-1 ou matéria seca ha-1 e não levar em conta a proporção de grãos na massa

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ensilada, corre-se o risco de produzir um alimento com menos energia/kg de matéria seca, o que pode acarretar um baixo desempenho do rebanho.

O Agricultor nunca pode esquecer quais são os consumidores de silagem: a vaca de leite ou o boi de engorda, e que, o desempenho destes animais está ligado à digestibilidade das diferentes frações da planta de milho. A alta participação de colmos, folhas e sabugo, diminuem a qualidade da silagem, pois, de maneira geral, apresentam altos teores de fibra, baixos teores de proteína e digestibilidade reduzida (NUSSIO et al., 2009).

O ponto de maturidade do grão com 2/3 da linha de leite, de acordo com Bal et al. (1997), apresentou: maior ingestão de amido digestível e as concentrações de FDN e FDA reduziram neste estádio em relação ao grão pastoso, 1/4 da linha de leite e da linha preta (Tabela 2). No mesmo experimento, foi observado aumento da produção de leite para os estádios 1/4, 2/3 e linha preta, em relação ao estádio pastoso.

Tabela 1. Composição da silagem em diferentes estádios de maturidade de grãos.

Adaptado de Bal et al. (1997).

É interessante estabelecermos a diferença em relação à textura do grão de milho Flint (duro) e dent (dentado). O arranjo do amido no grupo duro é mais denso e, a matriz proteica limita mais o acesso das enzimas microbianas na digestão do amido, reduzindo a digestibilidade do carboidrato. O grupo dentado por sua vez, tem o endosperma mais poroso e menos denso, apresentando menos vitreosidade (resistência a digestão enzimática), mesmo em estádios de maturidade mais avançados, (EMBRAPA, 2010).

A importância dos materiais dentados na recomendação para silagem deve-se a maior digestibilidade no rúmen quando comparados aos materiais do grupo duro (CORRÊA et al., 2003; PEREIRA et al., 2004), e a janela de corte maior devido a menor perda da digestibilidade em estádio mais avançado de maturidade.

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Os grãos de milho, ao atingirem o estádio de grão leitoso, a matéria seca passa a elevar-se em torno de 0,5%/dia, assim, em 10 dias o material atingirá 35% de MS (considerado ideal para colheita). A ingestão de silagens de materiais com alta digestibilidade, permite uma economia na complementação energética, sem diminuição da performance zootécnica (BARRIÈRE et al., 1995).

1.2.3 Processamento da Silagem

A determinação do ponto de colheita da silagem interfere diretamente na qualidade e segurança alimentar.

Silagens de milho colhidas com baixos teores de matéria seca apresentam elevada produção de nitrogênio amoniacal, devido ao crescimento de bactérias do gênero Clostridium, responsáveis por proteólise. Os Clostridios desenvolvem-se em materiais com aproximadamente 72% de umidade e pH próximo a 5,5. Em consequência tem-se: queda na produção de matéria seca por hectare, perda de qualidade, palatabilidade e queda no consumo (SHAVER et al., 1997). A alta umidade não permite uma estabilidade rápida do material ensilado (com consumo dos carboidratos), retardando ao atingir a faixa de pH entre 3,6 e 4,2, recomendado para a conservação da silagem, devido a produção de ácidos orgânicos de baixo poder ionizante.

Em casos de alto teor de matéria seca tem-se: baixo teor de carboidratos, compactação não satisfatória, diminuição na densidade, retenção de oxigênio, aumento da porosidade da silagem e o desenvolvimento de fungos. Teores altos de matéria seca oferecem mais dificuldade para que o equipamento de colheita mantenha um corte uniforme, além de exigir mais potência para a execução da colheita.

Os grãos de milho à medida que atingem a maturidade fisiológica, têm a digestibilidade de amido diminuída, de modo mais expressivo nos do grupo duro (Flint) (BAL et al, 1997).

A correlação entre maturidade fisiológica, teor de matéria seca e a evolução da linha de leite pode ser baixa devido à interferência de fatores como: estresse hídrico, staygreen e veranicos. A linha de leite de acordo com Bal et al. (1997) é um indicador do dry-down, sendo um indicador do teor de matéria seca. Segundo Shaver et al. (1997), a linha do leite (1/2 linha) é o melhor indicador de quando iniciar o monitoramento da umidade da planta de milho, e os melhores resultados são obtidos com 2/3 da linha de leite.

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1.2.4 Tamanho das Partículas

O tamanho das partículas de silagem podem interferir no aproveitamento do alimento pelos animais (seletividade). Por sua vez, o tamanho de suas partículas podem favorecer ou prejudicar o processo de ensilagem (NEUMANN et al., 2006). O tamanho ideal de partículas é de 0,5 centímetros a 2,5 centímetros.

As partículas excessivamente grandes, dificultam a compactação, permitem maior permanência de oxigênio dentro da massa ensilada alterando o processo fermentativo e reduzem a capacidade de carga das carretas e/ou caminhões. As ensiladeiras com regulagem para partículas grandes não permitem que os grãos sejam quebrados, com aumento de perdas de grãos nas fezes e menor digestibilidade do amido.

As silagens picadas em partículas grandes, predispõem os animais a selecionarem as partículas menores, resultando em maior consumo de concentrado em relação ao volumoso, acarretando menor produção de saliva, reduzindo o tamponamento ruminal e como consequência, o aparecimento de distúrbios metabólicos, alterações na composição do leite e, problemas digestivos, entre eles: acidose ruminal, baixo teor de gordura do leite e deslocamento de abomaso.

A regulagem das ensiladeiras para corte com partículas grandes (em máquinas de desempenho entre 3 a 5 hectares/dia), podem comprometer a quebra dos grãos. As automotrizes (autopropelidas) podem regular o tamanho das partículas e manter o processamento do grão devido ao fato de serem equipadas com um quebrador de grãos (sistema de rolos – “corn cracker”), com abertura entre 1,8mm a 3mm. A regulagem deve ser aferida para que o operador não opte por reduzir o tamanho da partícula e aumentar a abertura dos rolos, o que aumenta desempenho da máquina, porém, compromete o desempenho dos animais.

Partículas grandes elevam o desperdício de alimentos, pois os animais sempre selecionam o que comer. Para o cálculo do prejuízo, considere: o custo de produção da silagem (insumos, sementes, diesel, lonas etc), o processo de ensilagem (trituração e compactação), sem contar a mão-de-obra na retirada das sobras que ficarão nos cochos e, que obrigatoriamente, serão desperdiçadas.

Partição dos grãos – Os grãos que não forem “machucados” pela ensiladeira, terão baixa ou nenhuma digestibilidade no rúmen, sendo eliminados nas fezes pelos animais. A verificação pelo produtor/técnico sobre o percentual de grão que foram fragmentados parcialmente ou totalmente (o que expõe o amido às bactérias ruminais) é de fundamental importância de ser feita durante o processo de ensilagem.

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Partículas pequenas por sua vez, reduzem a taxa de ruminação, mastigação e salivação (menor produção de bicarbonato), predispondo à queda de pH e acidose ruminal (NEUMANN et al, 2006). A taxa de passagem da silagem no trato digestivo é alterada, não proporcionando o tempo suficiente para o processo das bactérias ruminais sobre a silagem.

1.2.5 Compactação

A compactação objetiva a retirada do oxigênio da massa ensilada, deve ter nível superior a 650 kg/m³, para obtenção de condição de anaerobiose, favorecendo a fermentação para que as qualidades nutritivas sejam similares ao material original. Baixos níveis de compactação aumentam as perdas de matéria seca. Em comparação a dois níveis de compactação (500 x 600 kg MV/m³), observaram-se perdas de 0,8 unidade percentual na matéria seca.

Os fatores que interferem de acordo com Holmes & Muck (1999) são: pressão e peso exercidos na compactação, tempo de compactação, a espessura da camada de forragem no silo, taxa de enchimento do silo, tamanho da partícula e a matéria seca do material. Assim, a utilização de tratores pesados, exercendo alta pressão sobre a massa ensilada por tempo deve ser 1 a 1,4 vezes o tempo de serviço, ou seja, se o período de serviço for de 6 horas, o tempo de compactação deverá ser de 6h a 7,2horas. A espessura da camada a ser compactada deveria ser de 15cm a 30cm.

A avaliação constante do grau de picagem merece destaque. A regulagem do equipamento, objetivando manter tamanho da partícula, além de favorecer a compactação, traz benefícios em relação ao tempo de serviço, desgaste da ensiladeira e trator, além de aumentar o contato entre os micro-organismos e o substrato. A compactação permite elevar a quantidade de alimento por m³ de silo, evitando a necessidade de maiores investimentos na construção de novos silos.

1.2.6 Processo Fermentativo

Os princípios da conservação de alimentos consideram que utilizando uma forragem fresca devidamente triturada e compactada, seguida de adequada vedação permitirá obter-se um alimento estável, com elevada palatabilidade e com bom valor nutritivo (MUCK,1988).

A conservação de forragens mediante o uso da ensilagem, baseia-se na fermentação láctica espontânea que ocorre em ambiente anaeróbico, onde os agentes fermentadores principais são as bactérias lácticas. Deste modo, a queda do pH e a anaerobiose são fundamentais para a conservação do material ensilado (PAHLOW et al., 2003), pois os

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organismos responsáveis pela deterioração da silagem são inibidos pela ação sinérgica dos seguintes fatores: pressão osmótica elevada (estabelecida pela correta concentração de matéria seca na colheita), efeito sinérgico dos ácidos orgânicos produzidos na fermentação e ausência de oxigênio.

Alimentos conservados na forma de silagens, com fermentação adequada, apresentam valores de pH entre 3,8 e 4,2, ácido acético menor que 2,0% da MS e teores de ácido láctico de 6,0% a 8,0% da MS, ácido propiônico de 0,0% a 1,0% da MS e ácido butírico menor que 0,1% MS.

O material ensilado passa por 4 fases de acordo com Kung Jr. (2002), e são descritas como:

1.2.6.1 Fase 1- Aeróbica

- Deposição do material no silo e compactação; - Células vegetais com intensa respiração; - Consumo de carboidratos e de oxigênio; - Produção de água e CO2;

- Elevação da temperatura, acima de 55°C; - Redução de pH.

Nesta fase é importante que os silos estejam limpos para receber o material. Nos casos de colheita com máquina de 1 a 2 linhas, verificar a necessidade de contratação de pessoal para auxiliar na descarga e distribuição do material para que seja feita a compactação. Nos casos de autopropelidas, trabalhar com 2 a 3 silos ao mesmo tempo para que a compactação não seja comprometida, de modo que a retirada do oxigênio seja mais efetiva.

A compactação e vedação são fundamentais para que a respiração da planta cesse o mais rapidamente possível, reduzindo as perdas de matéria seca e consumo de carboidratos, prolongando o tempo para a queda do pH, não impedindo a atividade microbiana deletéria à silagem (MUCK, 1988).

O aumento da temperatura representa perda de MS e energia bruta (EB) - as bactérias lácticas ou os animais poderiam usar como fonte de energia os açúcares degradados nesta fase. A temperatura atingindo acima de 50°C promoverá degradação da proteína bruta. Esta perda levará o produtor a aumentar o custo de dieta pela necessidade de acrescentar proteína de outra fonte de alimento.

O fechamento rápido dos silos trará como benefício a redução destas perdas, mantendo a qualidade da silagem.

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1.2.6.2 Fase 2 – Período anaeróbico (fermentação ativa) - Exaustão do oxigênio no silo;

- Produção de ácido acético pelas bactérias Entero-fermentativas, remanescentes da fase anterior (são termoresistentes e tolerantes ao ácido acético);

- Crescimento de bactérias lácticas heterofermentativas; - Redução do pH de 6,0 para 4,2;

- Com pH menor que cinco (5,0), diminuem as heterofermentativas e há crescimento das homofermentativas, produtoras de ácido láctico.

Nesta fase é muito importante que a massa ensilada tenha umidade adequada (63% a 68%) e, que o pH baixe rapidamente inibindo crescimento dos Clostridium e Listéria monocytogenes. Alta umidade na massa ensilada leva a elevada produção de efluentes que contém: aminoácidos, carboidratos solúveis e minerais. A remoção de água e de ácidos orgânicos produzidos, promovem aumento do pH, proporcionando o retorno das condições para crescimento dos

Clostridium.

1.2.6.3 Fase 3 – Estabilidade

- Com pH atingindo 3,8 a 4,5, o crescimento de todos os organismos é inibido. Esta fase dura aproximadamente de uma a quatro semanas;

- Plena produção de ácido láctico;

- Temperatura da massa ensilada acompanhando a temperatura ambiente;

- Micro-organismos ácidos resistentes (clostrídios e enterobactérias), permanecem inativos ou esporulados, com presença de enzimas (proteases e carboxilases) e Lactobacillus

Buchneri, em pequenas concentrações; Alta produção de efluentes nesta fase deve ser drenada

para fora do silo ou absorvido por aditivos (grãos moídos) que atuarão como absorventes; O efluente é altamente contaminante ao meio ambiente (lençóis freáticos) e corrosivo.

1.2.6.4 Fase 4 - Desensilagem

A silagem é exposta ao oxigênio novamente, iniciando o processo de deterioração, dividido em duas fases: o primeiro estágio caracterizado pelo consumo de ácidos orgânicos (que preservam a silagem), por leveduras e bactérias formadoras de ácido acético, promovendo elevação do pH. O segundo estágio caracterizado pelo aumento da temperatura e atividade de bacilos, mofos, e enterobactérias que deterioram a silagem. O ar pode penetrar entre 15cm a 35cm por dia na massa ensilada, e alguns trabalhos apontam que a degradação aeróbica na desensilagem pode representar aproximadamente 50% das perdas totais da matéria seca.

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1.2.7 Parâmetros de campo para avaliar uma silagem

De forma prática, a tabela 2 abaixo auxilia na determinação de matéria seca de silagens ou forragens a campo. Faz-se necessário que se aplique os padrões da tabela comparando com os resultados das análises para que os resultados sejam cada vez mais acurados.

Tabela 2.Características da silagem em relação ao Teor de Matéria Seca.

Fonte: Meyer et al. (1989).

1.3 ANÁLISE BROMATOLÓGICA

O objetivo da análise bromatológica é auxiliar o nutricionista na definição de uma dieta equilibrada em proteína, energia, minerais e vitaminas para o rebanho. Essa análise permite optar por concentrados menos energéticos, reduzir o custo animal por dia e também, promover comparativos entre os híbridos de milho utilizados e escolher os mais adequados à região. A amostragem é fundamental para uma análise precisa. Assim recomendamos: coletar sub-amostras (6 a 10), evitar as bordaduras superiores, inferiores e laterais. Realizar a coleta após a desensilagem. Misturar bem as sub-amostras. Colocar num saco plástico limpo (aproximadamente 1 kg), compactando e retirando o ar. Congelar a amostra e enviar ao laboratório. A silagem de milho é um alimento energético, entretanto, contribui com fibra, proteína e minerais. Ao analisarmos o material teremos noção do processo fermentativo, as perdas de Matéria Seca (MS) ou de Proteía Bruta (PB). Também podemos obter o potencial de leite por área (ha) através da energia (NDT). Veja os principais elementos de uma análise bromatológica:

Matéria seca: 32% a 37%, valores abaixo ou acima indicam erros na determinação do ponto de colheita (KAUTZ & KUNG Jr., 2000).

Cinzas: Teores médios entre 6% a 9%, sendo que, acima de 10% indicam presença de terra no material ensilado.

Teor de matéria seca Características

Menor que 20% Fluido escorre quando submetido à pressão moderada.

20 a 25% Sob pressão moderada a superfície interna da mão apresenta-se úmida. Sob pressão vigorosa, o fluido pode ser observado.

25 a 30% Ao se abrir a mão, após ter exercido ligeira pressão no material, o formato arredondado do mesmo permanece. Não se consegue obter o fluido, mesmo exercendo bastante pressão. O fluido, neste caso, só será obtido com a 30 a 35% A superfície interna da mão torna-se ligeiramente úmida com a torção do material.

Maior que 35% Sob pressão ou torção a superfície interna da mão tende a permanecer mais seca. Maior que 50% Material tende a tornar-se semelhante ao feno, mais seco e volumoso

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Proteína Bruta: Variam conforme híbrido, ponto de colheita e adubação, entretanto, sempre serão considerados baixos do ponto de vista nutricional sendo corrigidos pelo nutricionista. Encontra-se uma variação entre 5% a 8%.

Nitrogênio insolúvel em detergente ácido: Valores devem estar abaixo de 5% do nitrogênio total (PB) e indicam que parte da proteína esta indigestível. As causas podem estar relacionadas ao aquecimento excessivo da massa ensilada, devido provavelmente ao lento enchimento do silo, má compactação, matéria seca elevada, partículas de tamanho elevado etc.

Amônia - NH3-N: Teor de nitrogênio amoniacal na silagem (% da MS). Silagens de boa qualidade apresentam teores menores que 8%, e concentrações maiores que 12% são típicas de silagem de baixa qualidade.

Fibra detergente neutro: Tem relação inversa com ingestão, ou seja, quanto maior o valor menos o animal vai comer. Seus componentes são: hemicelulose, celulose e lignina. Valores entre 40% e 50% da matéria seca normalmente são encontrados. Valores acima, indicam baixa quantidade de grãos na massa ensilada, resultando em menor teor de energia. A ingestão de matéria seca pelo animal em porcentagem de peso vivo pode ser determinada através da fórmula: IMS = 120/FDN.

Fibra detergente ácida: Tem como componentes celulose e lignina. Relacionada com a digestibilidade da matéria seca de acordo com Linn et al. (1997), através da fórmula: DMS = 88,9 – (0,779 x %FDA)

Energia: Vários nutrientes estão envolvidos na determinação da energia, que pode ser calculada em nutrientes digestíveis totais (NDT) ou em energia líquida de lactação (EL l), através de equações.

NDT% = -21,94 + 1,054* %PB + 0,9736 * %ENN + 3,002* %EE + 0,459* % FB EL lactação (Mcal/kg MS) = 0,0245 * %NDT - 0,12M

Onde:

PB = proteína bruta

ENN = extrativo não nitrogenado FB = fibra bruta.

Carboidratos Não Fibrosos (CNF): Na silagem de milho representa a fração amido. É a principal fração da silagem porque corresponde à maioria da energia contida nela. Todo o amido vem do grão, por isso quanto maior a participação de grãos, menor o teor de FDN, menor o teor de FDA, maior o NDT.

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Considerações:

Pode-se estimar o teor de CNE (amido) de uma silagem da seguinte maneira:

 %CNE = 100 – (% FDN - % PB - % MM – EE)

Tabela 3. Características bromatológicas ideais para silagem.

Fonte: Departamento de Desenvolvimento Tecnológico Agroceres. Tabela 4. Classificação das silagens de milho.

Parâmetros Muito

Boa

Boa Média Ruim

MS (%) 30 - 37 25 - 29,9 21 - 24,9 < 20,9 ou > 37,1 PB (% MS) 7 - 10 - - < 6.0 PD (% MS) 5 - 7 - - < 4.0 pH, índice acidez ≤ 3,8 3,81 - 4,2 4,21 - 4,6 > 4,61 DMS (%) > 65 58 - 64,9 53 - 57,9 < 52,9 Amido (% MS) > 30 24 - 29,9 17 - 23,9 < 19,9 NDT (% MS) > 70 65 - 69,9 55 - 64,9 < 54,9 FDA (% MS) < 30 30,1 - 38 38,1 - 43 > 43,1 FDN (% MS) < 42 42,1 - 53 53,1 - 65 > 65,1 ELI, Mcal/kg MS > 1,55 0,96 - 1,54 0,78 - 0,95 < 0,77 CNF (% MS) > 40 33 - 39,9 25 - 32,9 < 25 CMSP (% PV) > 3,0 2,3 - 2,99 1,8 - 2,29 < 1,79 VRA > 150 115 - 149 90 - 115 < 90

Fonte: Departamento Técnico Agroeste.

Característica Sigla Valor médio ideal

(%) Variação (%)

Matéria seca MS 33 a 35 32 a 37

Proteína bruta PB 7 6 a 8

Extrato etéreo EE 2,5 2 a 3

Matéria Mineral MM 3 2 a 4

Fibra insolúvel em detergente neutro FDN Menor que 50 36 a 50

Fibra insolúvel em detergente ácido FDA Menor que 30 18 a 26

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1.4 SUCESSÃO CULTURAL COM ESPÉCIES VEGETAIS DE CICLO HIBERNAL

A sucessão cultural consiste em suceder espécies vegetais, no passar do tempo, na mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter propósitos comerciais e de manutenção ou recuperação do meio ambiente. Na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, para culturas de inverno normalmente têm-se dois tipos de precedente cultural: milho e soja (ANTONOW, 2010). Os restos vegetais deixados pelas culturas visam melhorar as propriedades do solo em médio e longo prazo, controlar erosões hídrica e eólica e preservar o meio ambiente mediante uso racional dos recursos naturais (ZIECH, 2015), além de beneficiar o controle de invasoras, pragas e doenças, e principalmente reduzir a aplicação de fertilizantes. Segundo Martins et al. (2016) a prática de rotação de culturas, substituindo a sucessão soja-trigo, pode ser importante no controle de pragas, doenças e ervas daninhas, assim também como forma de manejo da fertilidade do solo pela capacidade de reciclar os nutrientes minerais da camada arável e os que tenham percolado para horizontes abaixo dela.

Em áreas agrícolas da região Sul do Brasil, as plantas de cobertura de ciclo hibernal, ou de outono/inverno, são semeadas no outono e se desenvolvem preferencialmente sob temperaturas amenas, com ciclo que se estende até a primavera. Nessas áreas, a adoção destas para produção de palhada é mais aceita do que às espécies de verão, quando a maior parte das áreas é ocupada para cultivos de culturas de interesse econômico (Souza et al., 2012).

A aveia preta tem se mostrado como a gramínea mais utilizada para cobertura de solo no sul do país com área coberta de mais de 43%, o uso intenso dessa gramínea se deve principalmente à capacidade de aporte de MS, que pode variar de 1.532 kg ha-1 (Carvalho et al., 2013) a 6.000 kg ha-1 (Wutke et al., 2014), bem como à facilidade de aquisição de sementes e de implantação, à rusticidade da planta, à rapidez na formação de cobertura do solo e ao ciclo adequado às culturas sucessoras (Silva et al., 2006).

Entretanto, a alta relação C/N de seus resíduos, entre 32,5 e 42,9, pode fazer com que haja imobilização de N pelos resíduos culturais da gramínea durante a decomposição (Giacomini et al., 2003), o que torna o nutriente indisponível para as culturas em sucessão.

Espécies leguminosas ao mesmo tempo que disponibilizam rapidamente N orgânico, por apresentar baixa relação C/N (<25) apresentam rápida decomposição dos resíduos, o que faz com que o solofique desprotegido já na fase inicial do desenvolvimento do milho (Silva et al., 2006).

Outras espécies também podem ser utilizadas para cobertura de solo, como é o caso do nabo forrageiro, pertencente à família das brassicáceas, que apresenta, como vantagens, baixo

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custo das sementes, rápido desenvolvimento inicial, ciclo curto (Amado et al., 2002), elevado rendimento de MS (Silva et al., 2007) e alta concentração de nutrientes na parte aérea. A consorciação de espécies vegetais, em comparação aos cultivos isolados, propicia a formação de uma cobertura do solo mais próxima do ideal, quanto à quantidade e à qualidade dos resíduos, o que traz benefícios às culturas em sucessão e ao SPD (Silva et al., 2007).

No entanto, para expressar o seu potencial produtivo, além de outros fatores, o milho necessita ter suas exigências nutricionais plenamente satisfeitas, de forma a atender a grande demanda de nutrientes, principalmente do N, o que requer usualmente o uso de adubação nitrogenada em cobertura para complementar a quantidade suprida pelo solo (HURTADO et al., 2009).

Neste sentido, a utilização de plantas de cobertura que fixam o N atmosférico ou reciclem de camadas mais profundas para a superfície é uma estratégia interessante, pois o N mantido na forma orgânica é menos sujeito as perdas por lixiviação ou volatilização, sendo disponibilizado lentamente, de acordo com a mineralização dos resíduos vegetais.

Assim, o manejo da matéria orgânica através da utilização de plantas de cobertura pode melhorar o aproveitamento de adubos químicos, além de permitir uma redução de sua necessidade para a cultura do milho, uma vez que essas plantas constituem importante componente em sistemas agrícolas, pois contribuem para a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo (DERPSCH et al., 1985).

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural – IRDeR, no Município de Augusto Pestana-RS. O solo do local é caracterizado como Latossolo Vermelho distroférrico típico (SANTOS et al., 2006), com um perfil profundo, bem drenado, coloração vermelho escuro, com altos teores de argila e predominância de argilominerais 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro e alumínio. De acordo com a classificação climática de Köeppen, o clima da região se enquadra na descrição de Cfa (subtropical úmido).

A área utilizada faz parte do laboratório de ensino pesquisa e extensão denominado sucessão. Esta área é composta por 180 parcelas onde são semeadas as culturas de inverno e verão de forma cruzada, possibilitando a utilização de vários tratamentos para fins de pesquisa.

A definição dos tratamentos se constituiu da sobreposição dos cultivos pela sucessão das culturas de inverno e verão conforme ilustrado na figura 01. As culturas de verão ocuparam 2

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faixas paralelas de 10 metros de largura, enquanto que as de inverno ocupam 10 faixas paralelas de 15 m de largura cada constituindo os 6 tratamentos. Cada unidade experimental teve 150 m2. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com quatro repetições. Neste estudo os tratamentos constituíram-se de antecedentes culturais de inverno, sendo T1: Aveia Branca, Aveia Preta, Trigo e Centeio, T2: Canola, T3: Nabo, T4: Mix (Aveia Preta, Nabo e Ervilhaca), T5: Pousio, T6: Forrageiras para Pastejo (Aveia Preta + Azevém/ Trigo).

As faixas das culturas de verão se constituíram de: Milho Silagem/ Milho Silagem safrinha e Milho Silagem/ Soja safrinha.

A semeadura das culturas de inverno foi feita no sentido vertical, e as culturas de verão foram semeadas de forma horizontal, formando assim a sobreposição dos cultivos em sucessão de inverno e verão.

A cultivar utilizada é a AS 1730, um híbrido superprecoce, semeado no dia 05 de outubro de 2018, com 3 sementes por metro linear, adubação utilizada foi da formulação NPK – 10-20-10 com 550kg/ha, e aplicação de uréia em cobertura no estádio V4 na quantia de 188kg/ha.

As variáveis analisadas a campo foram: estande de plantas, altura de planta, Matéria Verde e Matéria Seca, em laboratório foi realizada a análise da qualidade da Matéria Seca (% MS, PB, EE, MM, FDN, FDA, NDT, CNF).

As amostragens das plantas constituiu-se na medição dos parâmetros morfológicos e do corte no momento pré-ensilagem de forma aleatória, deixando um metro de bordadura em cada parcela amostrada, retirando plantas das linhas centrais. Onde foram selecionadas plantas aleatórias para mensurar a altura e número de plantas por metro linear, anotadas em uma planilha de dados, para análise estatística. Após isso foi realizado o corte das plantas em média de 8-10 plantas conforme a faixa e tratamento para constituir uma amostra, sendo colocadas em uma sacola com identificação. Depois foi retirado duas plantas para realizar a pesagem, após foi realizada a moagem das mesmas em uma máquina de moer plantas estacionaria, e armazenadas em sacos de papel, pesada novamente e colocadas em estufa para posteriormente fazer a pesagem para obter a matéria seca da amostra, estes valores serviram de parâmetros para estimar a produtividade média de matéria verde e matéria seca por hectare. O restante das plantas do saco foram moídas, aplicado inoculante, colocadas nos mini-silos com aproximadamente 1926,50 cm3 que foram devidamente higienizados e secos para não ter outros resíduos, sendo colocado o conteúdo moído e compactado aos poucos para não haver presença de ar nos silos, após o preenchimento total dos silos, totalizando vinte e quatro mini-silos, os mesmos foram vedados hermeticamente com tampa e cinta metálica, para evitar entrada de ar.

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Passando-se o período de dois meses os mini-silos foram abertos para realizar a análise da silagem de milho, sendo retirada uma amostra, pesado o conteúdo e enviado ao Laboratório de Bromatologia Animal da Unijuí, onde as amostras passaram pelos devidos processos de secagem em estufa, peso da amostra seca, moagem e análise pelo equipamento NIR DA7200 (Near Infrared Reflectance), obtendo-se os dados gerados de MS, PB, EE, MM, FDN, FDA, NDT, CNF, anotados para posteriormente análise estatística.

Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro, utilizando-se o programa Sisvar, sendo considerado valores de P >0,05 não significativos.

Na Figura 1 está demostrando o croqui da área e a faixa demarcada em preto a localização das faixas onde foi instalado o experimento com milho silagem.

Figura 1 - Croqui Sucessões

2.1 INFORMAÇÕES DAS CULTURAS DE INVERNO 2018

Na tabela 5 estão expressos os teores médios dos indicadores de fertilidade do solo, as amostragens são realizadas conforme indicação do Manual de Calagem e Adubação (2016), onde foram coletadas amostras de forma que expressassem de forma representativa a área de acordo com sua topografia.

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Tabela 5. Teores médios dos indicadores de fertilidade do solo.

Talhão Argila MO CTCpH7,0 P K

Cereais BI 55,7 3,3 13,56 15,06 249

Classe 2 Médio Médio Alto Muito alto

Mix BI

56,3 3,13 13,63 21,1 196

Classe 2 Médio Médio Alto Muito alto

Cereais BII

56,3 3,6 14,26 22,46 248,3

Classe 2 Médio Médio Alto Muito alto

Mix BII

54 3,26 13,66 24,16 202,6

Classe 2 Médio Médio Muito alto Muito alto

Forrageiras

59,3 3,4 12,7 29,73 196,6

Classe 2 Médio Médio Muito alto Muito alto

Fonte: IRDeR.

Quadro 1. Descrição das espécies e cultivares, com a respectiva densidade de semeadura utilizada.

Espécies Cultivar Área (ha) Densidade

(kg ha-1) Quantidade faixa (kg)

Aveia Branca Corona 0,42 120 50,4

Aveia Preta Embrapa 139 0,42 80 33,6

Trigo FPS Amplitude 0,42 120 50,4

Centeio BRS Progresso 0,42 70 29,4

Canola Diamond 0,42 3 1,26

Nabo Comum 0,42 20 8,4

Mix (aveia Preta, ervilhaca e nabo)

Embrapa 139+

Comum+ Comum 0,42 60 + 40 + 15 25,2+16,8+6,3

Aveia + Azevém Embrapa 139 +

Baqueano 0,42 65+30 27,3+10,5

Trigo pastejo Tarumã 0,42 100 42

Fonte: IRDeR. Aveia branca

A aveia branca foi semeada no dia 04 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a Corona, com densidade de semeadura de 120 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 300 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A adubação nitrogenada foi realizada em 10 de julho, quando as plantas se apresentavam no perfilhamento. A dose utilizada foi de aproximadamente 66 kg ha -1 de ureia.

Aveia preta

A aveia preta foi semeada no dia 07 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a Embrapa 139, com densidade de semeadura de 80 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 225 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A adubação nitrogenada foi realizada no dia 10 de julho. A dose utilizada de ureia foi de aproximadamente 40 kg ha-1.

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Trigo

O trigo foi semeado no dia 10 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a Amplitude, com densidade de semeadura de 120 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 300 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A adubação nitrogenada foi realizada no dia 10 de julho. A dose utilizada de ureia foi de aproximadamente 66 kg ha-1.

Centeio

O centeio foi semeado no dia 10 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a BRS Progresso, com densidade de semeadura de 70 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 225 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A adubação nitrogenada foi realizada no dia 10 de julho. A dose utilizada de ureia foi de aproximadamente 40 kg ha-1.

Canola

A canola foi semeada no dia 25 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a Diamond, com densidade de semeadura de 80 plantas m2. A dose de adubo formulado usado na base foi 300 e 250 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K para o bloco I e II, respectivamente. A adubação nitrogenada foi realizada no dia 10 de julho.

Nabo

O nabo foi semeado no dia 9 e 10 de maio de 2018. A densidade de semeadura de 20 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 200 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. Não foi realizada adubação nitrogenada nas parcelas.

Mix (Nabo + Aveia preta + Ervilhaca)

O nabo foi semeado no dia 8 de maio de 2018. A densidade de semeadura de foi de 60 + 40 + 15 kg ha-1 para aveia preta (Embrapa 139), ervilhaca e nabo, respectivamente. A dose de adubo formulado usado na base foi 300 e 200 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K, para o bloco I e II, respectivamente. Não foi realizada adubação nitrogenada nas parcelas.

Aveia + Azevém

O consórcio de aveia + azevém foi semeado no dia 7 de maio de 2018. A cultivar utilizada foi a Embrapa 139 e Baqueano, com densidade de semeadura de 65 + 30 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 400 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A utilização de adubação nitrogenada foi deixada para fazer após o pastejo, para evitar que as plantas acelerassem mais o seu desenvolvimento e o ponto ideal de entrada dos animais fosse perdido. O pastejo foi

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realizado do dia 23 ao dia 25 de julho, com 16 novilhas de 450 kg peso médio. Os animais permaneceram na área durante o dia e a noite, sendo fornecido água no piquete.

Antes da entrada dos animais foi determinada a massa de oferta de cada parcela correspondente aos tratamentos de sucessão. Foi coletado uma amostra por tratamento, pesado a massa verde e encaminhado para secagem em estufa. Da mesma forma, o consumo foi mensurado após a saída das novilhas, com amostragem em cada parcela.

Com a dessecação da área para a semeadura do girassol e milho, a maior parte da área ficaria isolada para a semeadura destas culturas de verão, dificultando o manejo com os animais, sendo assim, optou-se por não fazer a aplicação de nitrogênio, visto que as parcelas seriam dessecadas.

Cabe destacar que nas parcelas sobre o resíduo da soja houve uma maior pisoteio dos animais, mesmo mantendo o tanque de água no corredor, fora das parcelas. Além disso, houve maior consumo na parte mais alta de parcelas, sobrando mais pasto na parte de baixo da área.

Trigo duplo propósito

O trigo, cultivar Tarumã, foi semeado no dia 7 de maio de 2018. A densidade de semeadura de 65 + 30 kg ha-1. A dose de adubo formulado usado na base foi 300 kg ha-1 de 10-20-10 de N-P-K. A utilização de adubação nitrogenada foi deixada para fazer após o pastejo, para evitar que as plantas acelerassem mais o seu desenvolvimento e o ponto ideal de entrada dos animais fosse perdido. O pastejo foi realizado do dia 31 de julho, com as vacas da lactação, total de 58 animais, no período da manhã e tarde. O manejo da pastagem foi semelhante ao consórcio da aveia +azevém.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 6 e 7 estão apresentados os dados relativos a análise da variância para as varáveis de laboratório

Tabela 6. Análise da variância para as Variáveis analisadas em laboratório de Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE), Matéria Mineral (MM), Fibra de Detergente Neutro (FDN), Fibra de Detergente Ácido (FDA), Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) e Carboidratos Não Fibrosos (CNF).

Fonte: Autor, 2019. *Valores de Pr>Fc > 0,05 são considerados não significativos pelo teste de Tukey.

FV GL QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc TRATAMENTO 5 1,80 0,64 0,56 0,15 0,08 0,21 0,83 0,07 4,28 0,49 1,92 0,53 0,94 0,53 10,68 0,09 BLOCO 3 9,09 0,04 0,50 0,21 0,02 0,71 0,55 0,20 2,90 0,61 0,96 0,73 0,47 0,73 3,84 0,49 ERRO 15 2,66 0,30 0,05 0,32 4,67 2,26 1,10 4,59 CV(%) MÉDIA GERAL 5,29 40,49 3,33 4,81 44,97 6,42 23,42 1,47 71,44 NDT CNF 4,98 32,76 6,49 8,45 8,30 2,74 17,19 MS PB EE MM FDN FDA

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Tabela 7. Variáveis obtidas à campo e os resultados obtidos após a análise de interação realizada no Sisvar para Densidade, Altura de Plantas, Plantas por hectare (Plantas ha-1), Produtividade de Matéria Verde em Quilos por hectare (Prod. MV kg ha-1), Produtividade de Matéria Seca em Quilos por hectare (Prod. MS kg ha-1).

Fonte: Autor, 2019. *Valores de Pr>Fc >0,05 são considerados não significativos pelo teste de Tukey.

Não houve efeito significativo para nenhuma das variáveis avaliadas, isto significa que não há interferência nas diferentes sucessões submetidas. As variáveis qualitativas, ou seja, as de qualidade bromatológica não sofreram interferência de diferentes sucessões, sendo mais influenciadas pelo genótipo, como no estudo foi empregada somente o híbrido AS 1730 não permitiu avaliar esse efeito.

As variáveis de campo sofrem interferência pelas condições edafoclimáticas, sendo assim o cultivo do milho sofreu as mesmas interferências bióticas e abióticas não surtindo em efeito significativo entre as variáveis analisadas.

A qualidade bromatológica pode sofrer influência de manejo no momento de preparo da ensilagem. Durante o desenvolvimento da produção da silagem seguiu-se todos os procedimentos necessários para o cuidado quanto a compactação, a fim de evitar a presença de ar nos mini-silos. Em trabalhos realizados com equipamento tratorizado estas variáveis podem sofrer influência devido a maior dificuldade de homogeneização do material no silo.

Além das características da planta, a forma como é realizada a ensilagem pode alterar a qualidade e o valor nutritivo da silagem em função das perdas que ocorrem durante o processo fermentativo. Na fase pós abertura a silagem fica mais propensa a ação de agentes deterioradores (leveduras, fungos filamentosos e bactérias), pois nesta etapa o material volta a ter contato com o oxigênio, permitindo assim o desenvolvimento de microrganismos aeróbios. Com o crescimento destes agentes inicia-se a degradação aeróbia, diminuindo o valor nutritivo do alimento, pela intensa atividade microbiana, elevando a temperatura e aumentando o risco de contaminação por compostos tóxicos, o que pode comprometer a qualidade da silagem (NOVINSKI, SOUZA, SCHMIDT, 2010).

O manejo nutricional é um fator pelo qual segundo Rabêlo et al., (2013) não influenciou na qualidade bromatológica de milho ensilado, no estudo realizado com diferentes doses FV GL QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc QM *Pr>Fc TRATAMENTO 5 0,01 0,91 0,01 0,09 6984307,69 0,88 148748215,3 0,11 13530606,76 0,22 BLOCO 3 0,02 0,6 0 0,69 15192180,54 0,54 214483867,6 0,05 24428018,63 0,07 ERRO 15 0,04 0,01 20746878,33 68589450,12 8554534,86 CV(%) MÉDIA GERAL 2,81 2,27 62431,41 60683,35 21038,3 Prod. MS Kg ha-1 7,58 3,28 7,3 13,65 13,9

Densidade Altura Plantas ha-1

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potássicas, assim concluiu que a adubação potássica não altera a porcentagem de MS, embora haja um incremento na produtividade de grãos obtida com a disponibilização deste nutriente às plantas no plantio.

Segundo Galon et al., (2010) os impactos dos fatores abióticos nos agroecossistemas agrícolas são considerados elementos causadores de alguma limitação na produção. Portanto, fatores abióticos como, estresse hídrico, temperatura, radiação, nutrientes e CO2, interferem na produtividade da cultura do milho. O fator abiótico déficit hídrico é considerado como o maior limitante na produção do milho. No entanto, os outros fatores edafoclimáticos, somados as intempéries climáticas modificam o desempenho produtivo desta cultura.

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CONCLUSÃO

Os caracteres bromatológicos e morfológicos analisados não apresentaram interação significativa entre os tratamentos submetidos de sucessões culturais com diferentes espécies de ciclo hibernal. Demonstrando que o manejo de sucessão cultural não interfere na qualidade da silagem produzida nem nos caracteres agronômicos da cultura do milho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10.1590/S0100-06832002000100025.

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