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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Jaqueline Staziacki

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS, Brasil

2017

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Jaqueline Staziacki

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do estágio curricular supervisionado na área de clínica médica e cirúrgica de grandes animais apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária, da Universidade

Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica

Veterinária.

Orientadora: Prof. Med.Vet MSc. Luciane Ribeiro Viana Martins

Ijuí, RS 2017

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Jaqueline Staziacki

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório do estágio curricular supervisionado na área de clínica médica e cirúrgica de grandes animais apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Universidade

Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica

Veterinária.

Aprovado em 20 de novembro de 2017:

___________________________

Luciane Ribeiro Viana Martins, MSc (UNIJUÍ)

(Orientadora)

_______________________________________

Denize da Rosa Fraga, Dra (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda minha família, principalmente meus pais, pela paciência de sempre, apoio, carinho e força para que meu sonho se tornasse realidade, e também aos meus

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5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido a vida, por me dar forças nas horas que mais precisei e por iluminar o meu caminho;

Aos meus pais Sirlei e Valmir Staziacki, que estiveram sempre presente nesta caminhada, me apoiando, incentivando, dando forças para seguir em frente, principalmente nas horas de cansaço e desanimo, e peço desculpas por algumas vezes não ter dado a atenção que vocês mereciam, pelo motivo de me dedicar aos estudos, mas nada foi em vão, pois isso foi para que “nosso“ sonho se tornasse realidade;

Ao meu supervisor de estágio, Thiago Cristiano Gombar, pelas oportunidades e ensinamentos passados durante todos os estágios, principalmente pela amizade que construímos, pelas “ mijadas “ merecidas algumas vezes, tudo isso eu sei que foi para que eu me tornasse uma boa profissional;

A minha orientadora professora Luciane Ribeiro Viana Martins, pelo carinho, amizade, paciência, incentivo, e disponibilidade de sempre me ajudar para a conclusão deste trabalho;

Um agradecimento especial a todos os professores que ao longo da graduação compartilharam todo o seu conhecimento;

A todos os meus parentes e amigos que de alguma forma ajudaram a concretizar este sonho;

Aos meus colegas, amigos eternos da faculdade, que levarei para sempre em meu coração, em especial a Meirielly, Bruna Letiane, Marcisa, Anderson Buratti, e Matheus Muller, enfim, todos que de alguma forma me deram apoio, por toda a ajuda, horas de estudo, material emprestado, principalmente pela amizade e carinho eterno, e pelo companheirismo que construímos todos juntos;

Para finalizar, agradeço de coração à todos pela ajuda e incentivo para conclusão desta etapa em minha vida e me tornar Médica Veterinária. Muito obrigada por tudo.

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“A persistência é o caminho do êxito”.

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RESUMO

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

AUTOR: JAQUELINE STAZIACKI

ORIENTADORA: LUCIANE RIBEIRO VIANA MARTINS

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica, Cirurgia, Manejo e Reprodução de Grandes Animais, direcionado a Bovinocultura de Leite. O estágio foi realizado no município de Três de Maio, Rio Grande do Sul, no período de 10 de Julho a 11 de Agosto de 2017, totalizando 150 horas de atividades. Sob supervisão do Médico veterinário Thiago Cristiano Gombar e orientação da professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins. O estágio proporcionou aquisição de novos conhecimentos na parte da clínica, cirurgia, reprodução, e manejo. Durante o estágio foram acompanhados diversas atividades que estão descritas em tabelas, neste trabalho. Neste relatório serão descritos e discutidos dois relatos clínicos acompanhados, um deles foi um caso de Hipocalcemia pós-parto e outro sobre Tristeza Parasitária Bovina ambos em fêmeas bovinas. O estágio proporcionou um bom aprendizado prático, contribuindo com a formação acadêmica e profissional, estabelecendo um crescimento pessoal e profissional nesta área da Medicina Veterinária.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes animais. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. ... 13 Tabela 2– Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. ... 13 Tabela 3– Atendimentos cirúrgicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. ... 14 Tabela 4– Atividades relacionadas à reprodução em fêmeas bovinas acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. ... 14 Tabela 5- Manejos Sanitários acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. ... 14

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LISTA DE ABREVIATURAS ºC Graus Célsius mg Miligramas Kg Quilogramas mL Mililitros G Gramas

RS Rio Grande do Sul

TPB Tristeza Parasitária Bovina

® Marca Registrada

FC Frequência Cardíaca

FR Frequência Respiratória

MPM Movimentos por minuto BPM Batimentos por minuto

IM Intramuscular

Ca Cálcio Ac Acetilcolina PTH Paratormônio

ECC Escore de Condição Corporal

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A - Foto da fêmea atendida com Hipocalcemia Pós- parto – Animal em decúbito esternal. ... 35 Anexo B - Foto da fêmea atendida com Hipocalcemia Pós- parto – Animal recuperado – Em estação. ... 36 Anexo C - Foto da fêmea atendida com Suspeita de Tristeza Parasitária Bovina... 37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 13

3 RELATO DE CASO... ... 15

3.1 HIPOCALCEMIA PÓS-PARTO EM VACA HOLANDESA ... 15

3.1.1 Introdução ... 15 3.1.2 Metodologia e Resultados ... 16 3.1.3 Discussão ... 17 3.1.4 Conclusão ... 22 3.1.5 Referências Bibliográficas ... 23 4 RELATO DE CASO ... 25

4.1 SUSPEITA DE TRISTEZA PARASITÁRIA EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA ... 25 4.1.1 Introdução ... 25 4.1.2 Metodologia e Resultados ... 26 4.1.3 Discussão ... 27 3.1.4 Conclusão ... 31 3.1.5 Referências Bibliográficas ... 31 5 CONCLUSÃO ... 33

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1 INTRODUÇÃO

O estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no período de 10 de Julho a 11 de Agosto de 2017, totalizando 150 horas de atividades. O local da realização do estágio foi na cidade de Três de Maio, Rio Grande do Sul, na área de Clínica, Manejo, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais, direcionado a área de bovinocultura de leite, sob supervisão do Médico Veterinário Thiago Cristiano Gombar e orientação da professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins.

O médico veterinário acompanhado realiza uma grande variedade de atendimentos clínicos, além de cirurgias, reprodução, e manejos direcionados a grandes animais, dentre eles, amochamento, descorna, castrações, durante o estágio foram acompanhados atendimentos apenas em bovinos.

Este estágio teve como objetivo principal a junção entre o conhecimento teórico adquirido durante os anos de faculdade, sendo alguns aplicados na prática, trocando experiências pessoal e profissional com o Médico Veterinário, fazendo acompanhamento da evolução dos casos atendidos, conhecimentos de rotina, vendo qual a conduta clínica mais correta para cada situação.

Dessa forma, o presente trabalho descreve dois casos clínicos acompanhados durante a realização do estágio, na qual aborda a etiologia, patogenia, diagnóstico e tratamento de um caso referente a uma hipocalcemia pós-parto e outro de suspeita de tristeza parasitária ambos em fêmea bovina, e relatados conforme indicação de literatura.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária sendo Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes Animais apresentadas na Tabela 1. As descrições de cada atividade realizada estão especificadas nas Tabelas de 2 a 5.

Tabela 1– Resumo das atividades acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes animais. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017.

Resumo das Atividades Total %

Atendimentos clínicos 43 10,14%

Atendimentos cirúrgicos 70 16,51%

Atividades relacionadas à reprodução 169 39,86%

Manejo Sanitário 142 33,49%

Total 424 100

Tabela 2– Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017.

Procedimento Total %

Hipocalcemia

Suspeita de tristeza parasitária bovina Retenção de Placenta 11 7 5 25,58% 16,27% 11,62% Auxílio a parto distócico com fórceps

Diarreia Inapetência 4 3 3 9,30% 6,98% 6,98% Mastite clínica 3 6,98% Cetose 2 4,65% Mastite sub-clinica 1 2,33% Aborto 1 2,32% Hipotermia Torção uterina Alergia a medicamento 1 1 1 2,33% 2,33% 2,33% Total 43 100

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Tabela 3– Atendimentos cirúrgicos em bovinos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017. Procedimento Total % Amochamento Térmico Orquiectomia em bovinos 50 17 71,43% 24,28%

Deslocamento de abomaso à Esquerda 3 4,29%

Total 70 100

Tabela 4– Atividades relacionadas à reprodução em fêmeas bovinas acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017.

Procedimento Total %

Diagnóstico de gestação através de palpação retal 169 100%

Total 169 100

Tabela 5- Manejos Sanitários acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado Medicina Veterinária na Área de Clínica, Cirurgia, Reprodução e Manejo de Grandes. No município de Três de Maio, RS, no período de 10 de julho a 11 de agosto de 2017.

Procedimento Total %

Exames de Brucelose e Tuberculose Colocação de brincos de identificação

123

19

86,62% 13,38%

Total 142 100

A seguir serão descritos dois casos clínicos, um de Hipocalcemia pós-parto, e outro de Tristeza Parasitária, ambos em fêmea bovina da raça holandesa, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

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3 RELATO DE CASO

3.1 HIPOCALCEMIA PÓS-PARTO EM VACA HOLANDESA

3.1.1 Introdução

O leite destaca-se pela qualidade nutricional, visto que possui uma grande quantidade de nutrientes que são importantes para o crescimento e manutenção de uma vida saudável (BARBOSA, 2002).

São necessários muitos nutrientes para o desenvolvimento animal, ganho de peso e para uma boa lactação, dentre eles destacam-se energia (lipídios e carboidratos), vitaminas, minerais, aminoácidos, proteínas, e água. Uma vaca gestante requer uma maior quantidade destes nutrientes e por isso se observa em média nas proximidades do oitavo mês de gestação, a diminuição da produção de leite, em torno de 20%, que está relacionada a esse aumento na requisição nutricional (PARK; LINDBERG , 2006).

Quando a fêmea bovina atinge os dois últimos meses de prenhez, ela entra na fase de descanso do ciclo produtivo, neste período a vaca precisa de mais nutrientes, devido ao crescimento fetal. Este é o momento também, que se realiza a secagem da vaca, que é de grande importância para recuperação do tecido secretor mamário para a lactação seguinte (LOPES et al., 2010).

Deste modo, por haver importantes alterações nutricionais durante o período gestacional e também no puerpério, uma fase que corresponde três semanas antes e três semanas após o parto de uma vaca e é denominada de período de transição, se mostra muito importante, pois este momento é caracterizado por várias mudanças metabólicas e endócrinas que modificam a distribuição de nutrientes no organismo. No instante em que ocorre alterações nos mecanismos de regulação homeostáticos as chances de doenças metabólicas aumentam, dentre elas a hipocalcemia é rotineiramente observada (CORBELLINI, 1998).

A hipocalcemia é uma patologia de origem metabólica, que está relacionada a problemas de nutrição, manejo, genéticos, entre outros (SANTOS, 2006; JACQUES, 2011). Sua ocorrência geralmente se dá nas primeiras 48 horas pós-parto, podendo ocorrer antes do mesmo, ou em até 72 horas após o parto. O desencadeamento desta doença se dá pelo fato de que durante os primeiros meses de gestação as necessidades de cálcio são menores do que no final da gestação e no início da lactação (RIETH-CORREA, 2001).

A hipocalcemia pode acometer vacas de qualquer idade e raça, porém geralmente as mais atingidas são as multíparas com mais de cinco anos de idade. Uma maior

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susceptibilidade da doença é observada em animais da raça Jersey por produzirem grande quantidade de sólidos no leite, predominantemente pela gordura em que o cálcio se liga, elevada concentração de cálcio no colostro e pelo motivo que esta raça, quando comparada com Holandesa, possui nas células intestinas menos receptores para vitamina D3, dificultando

a absorção de cálcio no pré-parto (SANTOS, 2006; KAHN, 2008; JACQUES, 2011). No entanto, nas fêmeas da raça Holandesa são observados casos mais frequentes por se tratarem de animais de alta produção (JACQUES, 2011).

Esta enfermidade geralmente acontece no início da lactação devido à alta transferência de cálcio para o leite (KAHN, 2008). Os hormônios denominados de Paratormônio e 1,25-Dihidroxivitamina D, responsáveis pela absorção de cálcio, tanto nos ossos quanto nos intestinos, nesta fase, estão em atividade reduzida, já que nesse período que antecede o parto, por não haver grande produção de leite, a exigência de cálcio pelo animal é menor (SANTOS; SANTOS, 2017).

Cunningham e Klein (2008) abordam que o elemento cálcio é necessário para as contrações musculares, o mesmo ajuda na estabilização da membrana dos nervos periféricos, e em casos de deficiência deste componente poderá ocorrer tetania moderada, que geralmente observa-se em vacas com hipocalcemia.

Esta patologia apresenta três estágios clínicos: no primeiro o animal consegue se manter em estação, mas demonstra sinais de excitabilidade e hipersensibilidade, ao caminhar o animal apresenta-se levemente atáxico. No segundo o animal já se encontra em decúbito esternal, e apresenta dificuldade de defecar e urinar. Já no terceiro estágio a fêmea permanece em um estado de coma, sendo incapaz de manter-se em decúbito esternal, mas geralmente após o tratamento correto e em tempo hábil, os animais se recuperam e voltam ao seu estado normal (estação) (HUNT; BLACKWELDER, 2006).

Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de hipocalcemia pós-parto em uma vaca da raça holandesa, atendida durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

3.1.2 Metodologia e Resultados

Durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no interior do município de Três de Maio – RS, em 12 de julho de 2017, foi realizado um atendimento a uma fêmea bovina da raça Holandesa de cinco anos, multípara com aproximadamente 600 kg,

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apresentando escore de condição corporal (ECC) 3 (onde 1 é magra e 5 é obesa), com produção média de 35 litros na última lactação.

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal havia parido um terneiro macho 2 dias antes do atendimento, após o parto a fêmea encontrava-se bem, sendo ordenhada normalmente para retirada do colostro para ofertar ao bezerro. Após a ordenha a vaca era conduzida junto com os outros animais para a pastagem de aveia e azevém e no turno da noite permaneciam em um potreiro com campo nativo. Dois dias pós-parto esta vaca foi encontrada em decúbito esternal pela manhã, não conseguindo levantar-se, o que levou o produtor a suspeitar de hipocalcemia pós-parto. O mesmo informou, que esta fêmea não recebeu dieta diferenciada no pré-parto. A alimentação deste animal neste período pré-parto era composta por silagem de milho e pastagem de aveia e azevém.

Durante o exame clínico verificou-se na auscultação, a frequência cardíaca de 68 batimentos por minuto (bpm) e a frequência respiratória de 21 movimentos respiratórios por minuto (mpm). O animal apresentava tremores musculares, ausência de movimentos ruminais e temperatura retal de 36,7 ºC. Não foi realizada nenhuma coleta de material para exame complementar.

A partir do relato da anamnese e dos sinais clínicos observados, confirmou-se a suspeita clínica de hipocalcemia pós-parto.

O tratamento instituído no dia do atendimento foi de 500 mL de Caldextran (Gluconato de Cálcio), equivalente à 10,37 g de Ca e 250 mL de Pradocálcio (Borogluconato de Cálcio), equivalente à 4,18 g de Ca, totalizando uma dose de 14,55 g de Cálcio fornecido ao animal, além de 10 mL (0,03 mg/kg) de Cortiflan (Fosfato sódico de dexametasona), ambos pela via endovenosa por acesso realizado na veia jugular.

O animal permaneceu sob observação do proprietário durante 4 dias após melhora clínica.

3.1.3 Discussão

Para Jacques (2011) a hipocalcemia é uma patologia metabólico-nutricional que é causada pela dificuldade do organismo em manter os níveis de cálcio adequadamente no pré-parto, ou seja, no período em que o organismo do animal sofre algumas transformações, geralmente esta doença tem uma maior ocorrência em animais de alta produção, tendo mais casos observados em animais da raça Holandesa. A maior casuística da patologia é verificada em vacas adultas com mais de 3 lactações, pois com o passar dos anos as trocas de cálcio nos

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ossos e a absorção desse elemento no intestino ficam diminuídas concordando com o caso acompanhado, onde o animal atendido era da raça holandesa, de alta produção e com idade de 5 anos.

Carvalho et al. (2010) aborda que certas enfermidades tanto metabólicas quanto infecciosas tem ocorrência no pré-parto, porém, devido a uma alimentação incorreta neste período, algumas vacas acabam demonstrando alguns sinais clínicos no pós-parto. Neste momento que antecede o parto, muitas mudanças ocorrem no organismo do animal, e pela dificuldade das fêmeas manterem adequadamente as reservas de energia e minerais, algumas vacas leiteiras tornam-se mais susceptíveis a enfermidades metabólicas, entre elas a hipocalcemia.

Santos e Santos (2017) relatam que na bovinocultura de leite está aumentando a utilização do balanço catiônico-aniônico nas dietas para evitar o acontecimento de distúrbios metabólicos, para que assim aumentem a produção de leite. Sendo assim, o emprego de dietas aniônicas para vacas no pré-parto é um fator importante, pois com a sua utilização tem-se uma menor ocorrência de distúrbios metabólicos. No caso abordado a fêmea não recebia nenhum tipo de dieta diferenciada pré-parto ficando assim mais predisposta a ocorrência desta patologia.

Em animais no período do pré-parto o consumo de forrageiras de inverno incluindo a aveia e o azevém (ricos em potássio) utilizadas como único alimento volumoso ou em grande parte na dieta dos animais, podem ser uma razão da ocorrência da hipocalcemia além de estar relacionados com o excesso de ingestão de cátions (CONEGLIAN et al., 2014). No caso acompanhando foi relatado que durante o pré-parto o animal permanecia a maior parte do tempo em pastagem de aveia e azevém com outros bovinos, recebendo uma pequena quantidade de silagem de milho, então como o autor salienta, o consumo da aveia e do azevém pelo animal, pode ter sido um dos motivos do desencadeamento da hipocalcemia pós-parto, devido à grande quantidade de cátios presentes nestes alimentos.

Para Carvalho et al. (2010) a condição corporal ideal ao parto para animais da raça holandesa é de 3,25 e 3,5, pois além de evitar alguns distúrbios, faz com que aumente a produção de leite no início da lactação, com um rápido retorno ao cio e elevada fertilidade Durante o exame clínico pode-se observar que a vaca possuía um escore de condição corporal de 3, um pouco abaixo do recomendado, deixando assim a fêmea mais predisposta a algumas patologias.

A hipocalcemia caracteriza-se por uma queda rápida das concentrações de cálcio no sangue, em motivo da grande transferência deste nutriente para a glândula mamária no

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começo da lactação (SANTOS; SANTOS, 2017). No caso acompanhado o produtor relatou que após a fêmea ter parido, em todas as ordenhas, foi retirado todo o colostro para fornecer ao bezerro, este pode ser, também, fator desencadeante da hipocalcemia, pois a concentração de cálcio no colostro é duas vezes maior do que a concentração no leite, pois em seguida ao parto se uma vaca produzir 10 kg de colostro por ordenha, isso irá secretar em torno de 23 g de cálcio em uma só ordenha, representando 8-10 vezes o volume total de cálcio no compartimento vascular de uma vaca de aproximadamente, 600 kg (SANTOS, 2006).

Ogilvie (2000) aborda que se devem realizar ordenhas parciais por 1 - 2 ordenhas após o tratamento de hipocalcemia para evitar recidivas, pois fazendo este manejo é possível diminuir a perda de cálcio pelo leite, reduzindo as chances de recidivas. Para Radostis (2010) a realização de ordenhas completas nas primeiras 48h pós-parto, pode ser um dos fatores responsáveis do desencadeamento da doença. Pois quando é, retirando pouco leite, o restante mantém uma pressão no úbere, reduzindo, então a produção de leite (KAHN, 2008).

Segundo Rodrigues (2004), os sinais clínicos podem ser divididos em 3 estágios: o primeiro é caracterizado por tremores musculares com o animal em pé; no segundo o bovino permanece em decúbito esternal prolongado, anorexia, torcicolo lateral da cabeça, extremidades frias e temperatura subnormal; e no terceiro o animal fica em coma com total flacidez muscular. Os sinais clínicos da vaca citados anteriormente, são condizentes com o segundo estágio da hipocalcemia, pelo fato de já haver diminuição nos níveis sanguíneos de cálcio, interferindo na contração muscular, que foi observada pela dificuldade do animal manter-se em estação.

A acetilcolina (Ac) quando liberada nas junções neuromusculares é mediada por cálcio, quando ocorre a hipocalcemia, esta provoca queda na liberação de Ac, e isto pode levar à paralisia, sendo que, os sinais clínicos apresentados pelas fêmeas incluindo hipotermia, elevação da frequência cardíaca, pulsos fracos, extremidades frias, paresia, e diminuição dos movimentos ruminais, podem sem atribuídos a esta patologia (CUNNINGHAM; KLEIN, 2008).

Animais acometidos pela hipocalcemia geralmente demonstram tremores musculares, além da dificuldade de se levantar, ficando em decúbito esternal ou lateral em casos mais graves, e em relação à temperatura retal a mesma encontra-se reduzida sendo em torno de 36 à 37 ºC, e a frequência cardíaca pode estar acelerada devido a falta de tônus muscular, ocorre atonia ruminal e estase intestinal (SANTOS, 2006). Estes sinais clínicos citados anteriormente também foram observados na fêmea bovina atendida. Rebhun (2000) relata fisiológica a freqüência cardíaca de 60 a 84 bpm (batimentos por minuto), a frequência respiratória de 18 a

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28 mpm (movimentos por minuto) e a temperatura corporal de 38 a 39,17 ºC. Neste caso a frequência cardíaca apresentada pela fêmea era de 68 bpm, a frequência respiratória em 21 mpm, e a temperatura retal de 36,7 ºC.

Para se ter um diagnóstico correto deveria ser mensurada a concentração de cálcio ionizado sanguíneo, porém, na maioria dos casos os médicos veterinários e produtores tratam o animal pelos sinais clínicos e histórico da mesma, confirmando o diagnóstico após a resposta ao tratamento (CUNNINGHAM; KLEIN, 2008).

O diagnóstico deste caso baseou-se no exame clínico e não no exame complementar laboratorial, pois foi através da anamnese e pela observação dos sinais clínicos apresentados pelo animal no momento do atendimento. Conforme Júnior et al. (2011) o tratamento deve ser feito o mais rápido possível, e a resposta da confirmação do caso clínico se dá pela recuperação do animal na sequência da aplicação dos medicamentos. Por ser de urgência clínica, na hipocalcemia, na maioria das vezes, não se faz a coleta para realização do exame complementar para o diagnóstico.

Em relação aos medicamentos utilizados um deles foi o Gluconato de cálcio que para Kahn (2008) deve ser usado na dose de 1 g de cálcio para cada 45 kg de peso corporal, sendo que a maior parte dos frascos comercializados são de 500 mL, contendo 8 a 11 g de cálcio, por este medicamento ser cardiotóxico, o mesmo deve ser administrado lentamente em um período de 10-20 minutos pela via intravenosa. Este volume foi administrado sem sucesso.

Assim o segundo medicamento aplicado foi o borogluconato de cálcio, Santos (2006) salienta que tratamentos realizados com 10 g de borogluconato de cálcio intravenoso são efetivos, pois este medicamento mantém as concentrações de cálcio sanguíneo por até 4 horas. No caso acompanhado a dose deste medicamento foi de 4,18 g, Papich (2012) aborda que a dosagem de borogluconato de cálcio para bovinos é de 5-12 g via endovenosa, administrando lentamente.

A quantidade total de cálcio fornecida ao animal foi de 14,55 g, e a formulação de cálcio usada em maior quantidade foi o Gluconato de cálcio (10,37 g de cálcio), este, quando aplicado no animal não promoveu a melhora clínica, porém, após a aplicação de 250 mL de Borogluconato de cálcio (4,18 g de cálcio), o animal apresentou melhora clínica. Somando-se as duas aplicações das formulações de cálcio, a quantidade total está um pouco acima do indicado, demonstrando pequeno risco de intoxicação ao animal, no entanto, não foi observado nenhum sinal clínico de intoxicação e o tratamento mostrou-se eficiente.

Além do cálcio, o magnésio também está envolvido no desencadeamento da hipocalcemia, onde uma fêmea bovina de 600 kg de peso corporal vivo tem em torno de 250 g

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de Magnésio, sendo 65-70% que faz parte da fração mineral do osso, e 30-35% encontra-se no liquido intracelular dos tecidos macios, principalmente nas massas musculares. No terço final de uma gestação e lactação exige grandes perdas de magnésio do líquido extracelular, assim sendo, se o consumo diário de magnésio foi insatisfatório ocorrerá o desaparecimento de magnésio na urina, levando a hipomagnesemia no início subclínica, predispondo assim a hipocalcemia ao parto, além de outros problemas como menor desenvolvimento mamário quando tem ocorrência em vacas secas, já em vacas em lactação ocorre menor produção de leite e queda na quantidade de gordura no leite (CORBELLINI, 1998). Neste sentido, visando uma reposição de magnésio nestes casos, a maioria das formulações terapêuticas para o tratamento da hipocalcemia, possuem este elemento em sua composição, como é o caso dos dois produtos aplicados, sendo maior a concentração no segundo produto aplicado.

A dexametasona é considera um corticosteróide de ação longa (36–48h) (PAPICH, 2012), e entre seus vários efeitos reduz a permeabilidade capilar, reduzindo edemas, além de reduzir a secreção de prolactina, além disso, a dexametasona aumenta a reabsorção óssea, aumentando seus níveis séricos de cálcio (JERICÓ; ANDRADE, 2008). Deve-se ter cuidado com a administração endovenosa deste medicamento, associado ao cálcio, pois pode causar fibrilação ventricular e parada cardíaca. Este medicamento foi utilizado na fêmea atendida, visando obter seu efeito antiinflamatório, em consequência do decúbito prolongado em que o animal se encontrava, além dos outros efeitos citados. A dose total da dexametasona em casos de inflamação é de 0,1-0,2 mg/kg (PAPICH, 2012), sendo que no caso acompanhado a dose foi de 0,03 mg/kg, estando abaixo do que é recomendado pelo autor.

A prevenção poderá ser realizada pelo fornecimento de dietas com baixo teor de cálcio no período seco, estimulando assim a absorção intestinal e a reabsorção óssea antes da alta demanda pelo cálcio no começo da lactação (KAHN, 2008). Ogilvie (2000); Hunt; Blackwelder (2006) abordam que o fornecimento de cálcio via oral para vacas no período do parto é indicado, pois reduz as chances de hipocalcemia, onde que, a ingestão de 50g de cálcio fornece em torno de 4g de cálcio no sangue. Além do uso de vitamina D3 e seus metabólitos

durante a semana antecedente ao parto, também mostra resultados satisfatórios de prevenção desta patologia.

A hipocalcemia faz a estimulação do mecanismo homeostático do cálcio, com o intuito de melhorar a capacidade de absorção intestinal deste componente aumentando assim, a absorção óssea. É necessário em torno de 24 horas de estimulação por níveis 1,25-Dihidroxivitamina D para promover o transporte intestinal de cálcio. A elevação na taxa de reabsorção óssea demanda 48 horas de estímulo pelo Paratormônio (PTH). Se as adaptações

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para o requerimento elevado de cálcio se estendam, isso pode levar a hipocalcemia clínica (HUNT; BLACKWELDER, 2006). Já que, com o aumento da idade da vaca o número de receptores intestinais para 1,25-Dihidroxivitamina D diminui, as fêmeas mais velhas tornam-se menos capazes para responder ao hormônio, levando a um período de tempo maior para adaptação dos mecanismos intestinais para a absorção do cálcio (RODRIGUES, 2004).

A bovinocultura de leite caracteriza-se pela obtenção de lucros, e prejuízos causados por algumas enfermidades, como a hipocalcemia, merecem atenção de médicos veterinários e produtores, já que esta é uma doença multifatorial provinda de erros tanto no manejo pré-parto ou na nutrição. O tratamento desta doença não é muito difícil, porém fatores que decorrem do acontecimento da mesma, incluindo os problemas subsequentes devem ser levados em consideração dentre eles doenças como retenções de placenta, mastites, metrites, que de alguma maneira comprometem a lactação deste animal, sendo assim, em vacas bem nutridas e bem manejadas principalmente no pré-parto as chances de ocorrências de distúrbios metabólicos são menores, assim como as perdas significativas com outras doenças em decorrência da hipocalcemia pós-parto (JACQUES, 2011).

Diante todas as informações sabe-se então, que um pré-parto correto incluindo uma nutrição adequada é de suma importância para evitar problemas metabólicos, e os animais quando diagnosticados com hipocalcemia, devem ser tratados rapidamente e adequadamente, evitando problemas seguintes. Desta forma, em relação ao diagnóstico e tratamento realizado no caso clínico acompanhado, considerou-se correto, pois após a instituição medicamentosa o animal se recuperou mantendo-se em estação, não tendo recidivas do caso.

3.1.4 Conclusão

A partir dos sinais clínicos apresentados pelo animal, anamense, e tratamento instituído conclui-se que a fêmea bovina da raça Holandesa teve um quadro de Hipocalcemia pós-parto, devido a fatores relacionados com raça, idade, animal de alta produção, e manejo inadequado no pré-parto, porém o diagnóstico e o tratamento foram corretos resultando em melhora da paciente em questão.

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3.1.5 Referências Bibliográficas

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4 RELATO DE CASO

4.1 SUSPEITA DE TRISTEZA PARASITÁRIA EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA HOLANDESA

4.1.1 Introdução

A doença denominada de Tristeza Parasitária Bovina, é uma patologia que está presente diariamente na pecuária de leite e corte, sendo assim, é de grande importância conhecer a sua epidemiologia, prevenção, controle e tratamento, reduzindo assim as perdas econômicas (MANICA, 2013).

Esta patologia é causada por agentes etiológicos distintos: Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale. Porém, os sinais clínicos e epidemiologia da anaplasmose e babesiose são semelhantes (FARIAS, 2001; TRINDADE et al., 2011).

A anaplasmose é causada por uma bactéria intra-eritrocitária obrigatória da ordem Rickettsiales, da família Anaplasmataceae, gênero Anaplasma. Em bovinos os casos clínicos estão associados ao Anaplasma marginale (KAHN, 2008).

A babesiose é causada por um protozoário do gênero Babesia, é uma doença intra-eritrocitária, e as espécies de maior ocorrência em bovinos são a Babesia bigemina e Babesia bovis (ZAUGG, 2006).

A transmissão da Tristeza Parasitária Bovina se dá por vetores como o carrapato (Boophilus microplus), e insetos hematófagos como mutucas, mosquitos e moscas, e por alguns materiais utilizados de um animal infectado para outro sadio, como por exemplo, os utilizados em vacinações e castrações (FARIAS, 2001).

O período de incubação da Babesia spp varia de 7 a 10 dias, e o da Anaplasma marginale é geralmente superior a 20 dias. No caso da Babesia bovis, a mesma é inoculada no bovino por larvas do carrapato a partir do primeiro dia de parasitismo, já a Babesia bigemia só começa a ser inoculada pelo estágio final de ninfa, em torno de 8 dias após a fixação das larvas do carrapato (FARIAS, 2001).

A ocorrência de surtos de Tristeza Parasitária Bovina tem correlação com falhas no manejo do rebanho, uso errado dos carrapaticidas, introdução de animais de locais livres de carrapatos em áreas com infestação, além das condições climáticas que auxiliam o desenvolvimento dos carrapatos por longos períodos (AZEVEDO et al., 2008).

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Os sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos, geralmente são hipertermia (41 ºC), anemia, inapetência, queda na produção de leite, mucosas pálidas ou ictéricas, aborto em animal prenhe, incoordenação, taquipneia e tremores musculares (KAHN, 2008).

Esta doença tem alta morbidade e mortalidade sendo maior em animais adultos primo-infectados, pois os bezerros possuem uma imunidade não especifica até os 7-10 meses de vida (FARIAS, 2001). Zaugg (2006) aborda que os bezerros de 6 a 9 meses de idade possuem uma imunidade natural à Babesiose e a Anaplasmose, explica-se isso devido ao motivo que a imunidade é reforçada por anticorpos presentes no colostro e transferidos aos bezerros que nasceram de fêmeas previamente infectadas, então a doença geralmente é mais branda em bezerros, sendo mais grave em bovinos mais velhos (PALMES; LINCOLN, 2006).

É importante ressaltar que não se deve acabar com todos os carrapatos nos animais, deve-se mantê-los em quantidade razoável, sendo em torno de 40 fêmeas de carrapato em bovino europeu e 20-30 em bovinos zebu, pois assim ocorre estimulação da imunidade dos animais contra a doença (AZEVEDO et al., 2008).

Radostis et al. (2010) afirma que deve-se utilizar como diagnóstico correto um esfregaço sanguíneo corado, para assim identificar o parasita, e então fazer o tratamento correto, mas na maioria dos casos o diagnóstico é clinico, observando a presença dos parasitas e o histórico do animal.

Por esta enfermidade ser de grande importância aos produtores rurais, o presente trabalho tem como objetivo relatar uma suspeita de tristeza parasitária em uma fêmea bovina da raça Holandesa acompanhada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

4.1.2 Metodologia e Resultados

Durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, foi realizado um atendimento em uma propriedade rural localizada no interior do município de Três de Maio, Rio Grande do Sul, Brasil, a uma fêmea bovina da raça Holandesa, com pelagem preta e branca, com aproximadamente três anos de idade, primípara, pesando 465 kg. Na anamnese, o proprietário relatou que o animal havia sido comprado de outra propriedade no mês anterior, e no dia que antecedeu o atendimento estava com aparência apática, e apresentava diminuição da ingestão de alimento. Por se encontrar no período pré-parto, estava recebendo uma alimentação composta por silagem de milho, grama de tifton, feno de tifton, ração pré-parto, e água.

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No exame clínico com o animal em estação avaliou-se o escore de condição corporal (ECC), no qual a fêmea apresentava um escore três (onde 1 é magra e 5 é obesa), apresentava presença de moscas do chifre (Haematobia irritans) e alguns carrapatos.

Ao realizar o exame clínico o animal apresentou temperatura retal de 40ºC, na ausculta cardíaca foram observados 128 bpm (batimentos por minuto), e na ausculta respiratória 44 mpm (movimentos por minuto), um movimento ruminal/minuto e a mucosa vulvar com colocação ictérica.

Não foram realizados exames complementares para confirmação e diferenciação da doença, o diagnóstico se baseou apenas nos sinais clínicos. Após avaliação clínica do animal o médico veterinário optou em tratar a fêmea para tristeza parasitária devido aos sinais serem condizentes com esta patologia, sendo então instituído tratamento terapêutico.

O tratamento instituído para este animal foi Terramicina® LA (Oxitetraciclina dihidratada), na dose de 20,21 mg/Kg de peso vivo, mais Gasel Solução® (Diaceturato de diminazene e Antipirina), na dose de 3,61 mg/Kg de peso vivo de diaceturato e 8,4 g de Antipirina. Além destes medicamentos, aplicou-se um volume total de 40 ml de Mercepton® (Polivitaminico Energético), todos estes medicamentos foram aplicados por via Intramuscular (IM), sendo recomendado o Mercepton®, por dois dias, na dose de 40 ml duas vezes ao dia.

O animal atendido demonstrou melhora clínica. No terceiro dia após o atendimento entrou-se em contato com o produtor, onde este relatou que a fêmea já estava com as mucosas rosadas e havia voltado a se alimentar normalmente, sendo assim, considerou-se o diagnóstico da doença correto, perante o tratamento utilizado e a resposta clínica do animal.

4.1.3 Discussão

Esta doença denominada de tristeza parasitária bovina pode atingir animais de qualquer idade, mas quando atinge animais jovens, acaba por retardar o crescimento dos mesmos, quando afeta animais adultos, a mesma leva a grandes prejuízos devido ao descarte destes animais, devido ao comprometimento na vida reprodutiva, bem como esterilidade temporária e abortos, além disso, ocorre uma queda brusca na produção de leite, e muitas vezes os animais podem vir a óbito. O autor também aborda que os bovinos de origem européia têm uma maior suscetibilidade aos carrapatos e aos agentes causadores da tristeza parasitária bovina (AZEVEDO et al., 2008). No caso atendido o animal era uma fêmea da raça holandesa (preta e branca), primípara, de 3 anos, prenha de oito meses.

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Farias (2001) afirma que animais estressados após transporte, consequentemente tem seu estado imunológico comprometido, podendo então, serem acometidos pela tristeza parasitária bovina. Aborda também que a maior casuística de mortalidade e morbidade é em bovinos com idade acima de 10 meses. Essas duas informações são coerentes com o caso acompanhado onde a fêmea atendida tinha três anos de idade, e havia sido comprada de outra propriedade no mês anterior, provavelmente deva ter se estressado no transporte, e na adaptação ao novo local de permanência, tendo diminuído suas defesas imunológicas e assim, aumentando as chances de desencadear a doença.

Para Palmer e Lincoln (2006) os sinais clínicos de anaplasmose são bastante variáveis, sendo que no estágio inicial os animais adultos demonstram a temperatura variando entre 39,5 a 41 ºC, mucosas pálidas, as fezes em tom castanho escuro coberto por muco, pode também ocorrer aborto se a doença atingir animais com prenhez avançada, entre outros sinais.

Zaugg (2006) aponta que a babesiose manifesta-se por febre (40-42 ºC), icterícia, depressão, anorexia, anemia, taquipnéia, taquicardia, hemoglobinúria, aborto, morte, entre outros. No caso acompanhado a fêmea demonstrava sinais de aparência apática, queda na ingestão de alimentos, temperatura elevada, e mucosas ictéricas, sendo condizentes com os sinais gerais da tristeza parasitária bovina, e devido a não realização de exames complementares, o tratamento instituído foi para combater anaplasmose e babesiose.

Trindade et al. (2011) afirmam que a Babesiose e Anaplasmose bovina são transmitidas biologicamente pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus além da anaplasmose ser transmitida mecanicamente por insetos hematófagos e fômites contaminados. No caso acompanhado, a fêmea apresentava alguns carrapatos e moscas, então estes podem ter sido também os transmissores da doença, devido à imunidade baixa do animal em resultado da prenhez, viagem, e troca de local.

Para Farias (2001) e Radostits et al. (2010) o diagnóstico desta doença deve se basear nos sinais clínicos, dados epidemiológicos e lesões encontradas em necropsias de animais que venham a óbito por esta enfermidade. O mesmo autor salienta que é de grande importância a realização de exames laboratoriais, para assim identificar o agente nas hemácias, fazendo um diagnóstico correto para que o tratamento seja eficaz e sem desperdícios. Alguns métodos de diagnóstico laboratorial incluem esfregaço sanguíneo, principalmente de sangue periférico, diagnóstico sorológico pode ser através de ELISA (Ensaio de imunoabsorção enzimática), soroaglutinação, além da observação da presença dos vetores no animal e no ambiente pode-se também confirmar a patologia. No caso acompanhado não foram realizados exames complementares, porque não havia tempo hábil para esperar o resultado para tratar o animal, e

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pelo fato desta propriedade ter vários casos de tristeza parasitária bovina, sendo assim foi realizado apenas a aplicação dos medicamentos e a interpretação das informações fornecidas pelo produtor.

Azevedo et al. (2008) afirmam que para combater certos parasitas deve-se levar em consideração a biologia do parasita, levando em conta o comportamento dos bovinos, e a época certa de fazer o combate, dessa forma, evitando resistência do produto, reduzindo a poluição ambiental e danos à saúde humana.

Em regiões endêmicas para a anaplasmose, a mesma tem correlação com a alta prevalência de agentes transmissores neste local, além disso, os surtos da doença estão relacionados com a atividade dos vetores, incluindo o número de animais suscetíveis no rebanho, além de ter uma maior ocorrência de casos no final da primavera e verão, período em que a atividade dos artrópodes é mais intensa nestas épocas (PALMER; LINCOLN, 2006). A época em que esta fêmea foi atendida com suspeita de tristeza parasitária bovina era inverno, porém com altas temperaturas, apresentando dias bem quentes, facilitando o surgimento dos causadores desta doença.

Para o tratamento da tristeza parasitária bovina, que é causada pela associação da Babesia e Anaplasma, deve-se usar dois tipos de medicamentos, pois o Anaplasma é sensível às oxitetraciclinas e a Babesiose é sensível à medicamentos como diamidina e imidocarb (AZEVEDO et al., 2008). Segundo Alberton et al. (2015) o antibiótico Enrofloxacina também é muito eficaz em casos de tratamento de Anaplasma marginale, apresentando uma rápida resposta quando compara-se com o uso de oxitetraciclina.

A Oxitetraciclina dihidratada é um antibiótico da classe das tetraciclinas, com ação bacteriostática. Age contra bactérias gram positivas e negativas, alguns protozoários, Rickettsiae e Ehrlichiae, Clamydia, espiroquetas, Mycoplasma, lepstospiras e alguns protozoários (Plasmodiun e Entamoeba) (ANDRADE e GIUFFRIDA, 2008). Uma das recomendações deste medicamento é para o tratamento de Anaplasma. Formulações de longa duração devem ser administradas na dose de 20 mg/kg em dose única por via intramuscular (IM) (PAPICH, 2012). Sendo assim, a dose de 20,21 mg/kg aplicada na fêmea e a via de administração (intramuscular) estão corretas conforme o autor recomenda.

O segundo medicamento foi o Gasel Solução® (Diaceturado de diminazene) é um ótimo antiinfeccioso quimioterápico, com indicação no tratamento da Babesiose/Piroplasmose (Tristeza) bovina, entre outras doenças. É composto por Antipirina que possui ação antitérmica, atuando na hipertermia do animal, pois este sintoma está geralmente presente nesta infecção. Sua indicação de uso é de 1 ml para cada 20 kg, correspondendo a 3,5 mg/kg

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de Diaceturato de diminazene, aplicado via intramuscular profunda, distribuindo as doses por via intramuscular no animal (GASEL SOLUÇÃO, 1983). Então pode-se observar que a dose deste medicamento aplicada na fêmea foi de 3,61 mg/kg de Gasel Solução® (Diaceturado de diminazene) e 8,4 g de Antipirina, estando o Gasel Solução na dose correta conforme literatura, juntamente com as vidas de aplicação que é a intramuscular.

Utilizou-se também Mercepton® (Polivitaminico Energético), um medicamento com indicação antitóxica, que quando administrado melhora a depuração de produtos hepatotóxicos e que são adjuvados pela glicose, tendo uma ação protetora do parênquima hepático contra agentes nocivos e vitaminas do complexo B, que aumentam o mecanismo de proteção natural, sua indicação de uso é de 20 a 100 mL por via intramuscular ou endovenosa (MERCEPTON, 1970). Na fêmea bovina, foi aplicado 40 mL deste medicamento via intramuscular no primeiro dia, e foi recomendado o seu uso por 3 dias consecutivos. Após este período, o animal demonstrou melhora clínica três dias após o início do tratamento.

Em relação ao período de carência destes medicamentos em bovinos, a Oxitetraciclina dihidratada pode chegar até 28 dias, o Diaceturato de diminazene é em torno de 72 horas, já o Mercepton® (Polivitaminico Energético) é produto sem carência podendo ser administrado quando necessário em bovinos leiteiros.

Farias (2001) comenta que em áreas epidêmicas, conhecidas também como de estabilidade enzoótica, a maior parte do rebanho é susceptível, onde frequentemente tem surtos, com altos casos de morbidade e mortalidade. Praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul possui esta característica. A ocorrência de surtos geralmente se dá após a redução temporária da infestação por carrapato, relacionados com as condições climáticas desfavoráveis ou por outros meios como aplicação intensiva de carrapaticidas, rotação de pastagens, entre outros. Já nas áreas livres, como o extremo sul do Rio Grande do Sul, todos os animais são susceptíveis, e a doença apenas ocorre quando tem a entrada acidental de carrapatos em períodos que favorecem o aparecimento dos mesmos, ou quando os animais são transferidos desta região para áreas endêmicas.

A estabilidade enzoótica significa que o risco de doença clínica nesta situação é muito elevado, como é o caso do Rio Grande do Sul. A situação torna-se preocupante quando a presença do vetor começa a ficar escassa. Os casos clínicos são encontrados raramente, em virtude de que a maioria dos bovinos não são infectados e consequentemente premunidos, a região pode torna-se livre, sendo desfavorável quando tiver introdução ou proliferação dos carrapatos, onde os animais se encontraram desprotegidos (MASSARD et al., 2002).

(31)

Esta doença pode ser controlada através do controle e erradicação dos carrapatos e outros vetores, banhos acaricidas, vacinação antes do período de surtos, além do medicamento Imidocard, sendo este um preventivo e curativo para a Babesiose (RADOSTITS et al., 2010).

Esta doença quando não tratada corretamente leva a uma queda na produção de leite e ganho de peso dos animais, abortos, e aumento nos gastos com carrapaticidas e medicamentos para o tratamento algum animal for acometido, além da grande chance destes animais virem a óbito (MANICA, 2013).

Por ser uma doença que tem sinais clínicos parecidos com outras, deve-se fazer diagnóstico diferencial para outras enfermidades como por exemplo: Doenças infecciosas como a leptospirose, clostridioses e raiva. Doenças parasitárias como a verminose e a tripanossomose. As intoxicações por plantas como a Coerana, Samambaias, e Brachiraria radicais, e desequilíbrios alimentares como a intoxicação por cobre e a deficiência de fósforo (EMBRAPA, S/A).

3.1.4 Conclusão

A partir do caso clínico acompanhado, e da observação da sintomatologia apresentada pelo animal, é importante ressaltar a necessidade do diagnóstico diferencial das doenças que cursam com sinais clínicos semelhantes. Dessa forma, incluir a realização de exames complementares para auxiliar no diagnóstico, para que o tratamento seja eficaz, não fazendo desperdícios de medicamentos, dinheiro, e criando resistência do medicamento no animal, seria um método aconselhável na rotina clínica.

Em relação ao diagnóstico deste caso, o mesmo foi considerado correto, perante a melhor clínica da fêmea atendida, não tendo recidivas do caso.

3.1.5 Referências Bibliográficas

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5 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária realizado no Município de Três de Maio – RS permitiu uma visão geral de como é a rotina dos profissionais, promovendo experiências valiosas para a minha formação acadêmica.

Pois o estágio proporcionou vivenciar situações reais, tendo a oportunidade de por em prática todo o conhecimento adquirido durante a graduação, e principalmente, obter um crescimento pessoal em virtude do contato direto com produtores e animais.

Em relação aos dois casos clínicos apresentados sendo um de Hipocalcemia pós-parto e outro de Tristeza Parasitária Bovina, pode-se perceber que o grande motivo de ocorrência dessas patologias é na maioria das vezes por falhas no manejo com os animais, sendo assim, ações preventivas devem ser tomadas dentro de cada propriedade, tendo então êxito na produção leiteira.

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Anexo A - Foto da fêmea atendida com Hipocalcemia Pós- parto – Animal em decúbito esternal.

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Anexo B - Foto da fêmea atendida com Hipocalcemia Pós- parto – Animal recuperado – Em estação.

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Referências

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