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O dano moral e suas implicações no âmbito da responsabilidade civil.

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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

NEWTON BARRETO ARNAUD

O DANO MORAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO AMBITO DA

RESPONSABILIDADE CIVIL

SOUSA - PB

2004

(2)

O DANO MORAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO AMBITO DA

RESPONSABILIDADE CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Jurídicas e Sociais do

CCJS da Universidade Federal de

Campina Grande, como requisito

parcial para obtenção do título de

Bacharel em Ciências Jurídicas e

Sociais.

Orientadora: Professora Esp. Petrúcia Marques Sarmento Moreira.

SOUSA - PB

2004

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O DANO MORAL E SUAS IMPLICAQOES NO AMBITO DA

RESPONSABILIDADE CIVIL

BANCA EXAMINADORA P r o f .a Petrucia Marques S a r m e n t o ( O R I E N T A D O R A ) Prof. Prof. S O U S A - P B 2 0 0 4

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Deus p r i m e i r a m e n t e , a o s m e u s pais, irmaos, e s p o s a , minha filha aos m e u s a m i g o s , e n f i m , a t o d o s que de u m a f o r m a ou de outra c o n t r i b u i r a m para a finalizacao de mais u m a etapa d a minha vida.

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Gostaria inicialmente, de a g r a d e c e r ao Deus t o d o p o d e r o s o , que m e permitiu galgar mais u m degrau na e s c a l a d a da m i n h a vida.

A m i n h a m a e V a l c e m a r , q u e apesar de t o d a s as dificuldades q u e a m e s m a e n f r e n t o u , procurou nos dar a devida e d u c a c a o . A minha c o m p a n h e i r a , a m i g a e a m a d a e s p o s a que m e incentivou e contribuiu de f o r m a concisa para que eu concluisse este tao s o n h a d o curso. A minha a m a d a filha Rafaela, ao m e u querido pai irmao Dirceu, as minhas a m i g a s irmas, a m e u patrao-irmao A u g u s t o e t o d o s os m e u s d e m a i s irmaos.

E m especial ao m e u pai Nestor A r n a u d Filho "In Memorian" q u e s e m p r e nos e d u c o u , p r o c u r a n d o nos transmitir aquilo que o ser h u m a n o tern de mais importante e m sua vida, que e o carater e a personalidade m a r c a n t e .

A professora, orientadora do presente trabalho, a Bel. Petrucia M a r q u e s S a r m e n t o , pela brilhante oportunidade q u e tive e m ser s e u aluno, b e m c o m o sua orientacao, vindo esta muito a acrescentar para a c o n f e c c a o desta obra. Por f i m , m e u s sinceros a g r a d e c i m e n t o s a t o d o s q u e de u m a f o r m a ou de outra contribuiram para a c o n c l u s a o deste Curso Superior de Direito.

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A tematica ora discuticia t e m c o m o objeto u m a a b o r d a g e m latu sensu do Instituto da Responsabiiidade Civil, depois c o m mais afinco, o D a n o Moral. Esta pesquisa visa d e m o n s t r a r c o m clareza e bastante e n f a s e toda a evolugao historica da Responsabiiidade Civil pelo Dano Moral, ja que e o f o c o principal deste trabalho, sobre essa epigrafe foi trazido a baila c o m o se d e u e m diversos paises ou regioes nas varias l e g i s l a t e s e codificacoes ate nossos dias, o t e m a Dano Moral. A analise discursiva proposta pretende incentivar u m a leitura critica e c o n s e q u e n t e m e n t e u m a m e l h o r c o m p r e e n s a o e aceitagao d a q u e l e s q u e d e f e n d e m a corrente negativista do D a n o Moral e c o n s e q u e n t e m e n t e alegra e t r a n s b o r d a o s e n t i m e n t o de justiga, q u e e de dar a cada u m o que e seu, d a q u e l e s que luta;-am de f o r m a concisa pela corrente positivista do D a n o Moral, a qual nos afiliamos na elaboragao d e s t e trabalho, que e de s u m a importancia na seara jurfdica brasileira, t e n d o e m vista q u e a Constituigao Federal de 1988 a s s e g u r a o direito de s e r m o s indenizados q u a n d o f o r m o s atingidos m o r a l m e n t e . A pesquisa do t e m a versa de vasta bibliografia de varios au:ores renomaclos pathos, utilizando o m e t o d o dedutivo e m que se parte de L i n t e m a geral para se chegar a u m a conclusao logica d a viabilidade e aplicagao do Dano Moral. S a b e - s e que a Responsabiiidade Civil pelo D a n o moral ja faz parte d a s decisoes hodiernas a favor da reparabilidade no m u n d o juridico nacional, ao contrario do que foi no p a s s a d o recente. A m a n u t e n g a o do

status quo da sociedado requer c o m maior afinco o brago tutelar do Estado nas

resolugoes e m que p e s a m os desequilibrios sociais, principalmente os que nao atingem o patrimonio m?terial do individuo, necessitando, assim, que se e s t u d e o t e m a c o m m a i s d e t e r m i n a g a o , que por mais que seja abstrato traz repercussao no a m b i t o social.

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INTRODUQAO 09

CAPITULO 1 - RESPONSABILIDADE CIVIL 15

1.1 Conceito e finalidade da responsabiiidade civil 16

1.2 S u a s f u n c o e s na atualidade 16

1.3 Pressupostos 17

1.3.1 A c a o 18

1.3.2 D a n o 20

1.3.3 Nexo de causalidade entre o dano e a agao que o produziu 21

1.3.4 Culpa ou dolo do agente 2 3

1.4 Teoria d a Responsabiiidade Civil subjetiva e objetiva 24

CAPITULO 2 - CONSIDERAQOES INICIAIS SOBRE O DANO

MORAL 27

2.1 Evolugao historica 27

2.1.1 0 C o d i g o de U r - N a m m u , M a n u e H a m u r a b i 27

2.1.2 Os D a n o s Morais no A l c o r a o e na Grecia antiga 30

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2 .2 C o n s i d e r a c o e s Gerais a Cerca do D a n o 37

2.2.1 Conceito de D a n o Moral 4 4

CAPITULO 3 - REPARAQAO PELO DANO MORAL 47

3.1 F u n c a c da reparacao pelo Dano Moral 4 7

3.2 F u n d a m e n t o s constitucionais e legais do Dano Moral 50

3.3 A reparabilidade do Dano Moral no Brasil 6 4

3.4 O q u a n t u m reparatorio: a fixacao do valor de d e s e s t i m u l o 6 6

CONCLUSAO 70

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Desde os nossos a n t e p a s s a d o s o ser h u m a n o busca, atraves de m e c a n i s m o s dos mais diferenciados possiveis, reparar s u a s p e r d a s , seja no ambito material, seja na esfera subjetiva, principalmente, q u a n d o o fator desse desequilibrio altera o status quo, aviliando, a s s i m , a sua honra. E nesse contexto que se insere o d a n o m o r a l , t r a z e n d o c o m ele toda a problematica de q u a n d o sera r e p a r a d o e qual o valor a sir arbitrado e m caso de culpa do a g e n t e ativo, s e n d o este, de certo, responsavel civilmente pela reparacao.

C o n f o r m e preconiza a nossa Carta M a g n a no seu artigo 5° e incisos, o ser h u m a n o possui varios ciireitos f u n d a m e n t a l s e dentre estes, encontra-se o Direito a honra a sua moralidade perante si e a s o c i e d a d e .

Muitos sao os fatores que suscitam ao estudo do t e m a ora a b o r d a d o . S e n d o que no atual contexto social, a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil surge c o m o redentora para s u p r r os a n s e i o s de quern e p o b r e na posigao hierarquica social ou rico das classes abastadas, de ver s e u s d a n o s reparados.

No direito, tradicionalmente, divide-se a m o d a l i d a d e do d a n o , e m moral e material. C o m isso, r e s s u r g e m as d i s c u s s o e s que e n v o l v e m o t e m a , qual seja, o e n t e n d i m e n t o de d a n o , sua definicao perante a doutrina, sua incidencia na esfera moral, objeto do presente estudo, e a cumulatividade das cluas e s p e c i e s .

O estudo e m lica tenta estabelecer p a r a m e t r o s para ser delimitado o t e m a "A Responsabiiidade Civil pelo D a n o Moral", d o n d e no Primeiro Capitulo t r a t a r e m o s

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d o que venha a ser R e s p o n s a b i i i d a d e Civil, s u a s f u n c o e s na atualidade, s e u s pressupostos e a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil q u a n t o a s u a subjetividade e objetividade. No S e g u n d o Capitulo t r a b a l h a r e m o s o D a n o e s e u conceito para e n t e n d e r m o s o que e Dano Moral a partir de sua evolugao historica ate seu conceito atual. Ja no Terceiro Capitulo, c u i d a r e m o s da g e n e r a l i d a d e na reparagao pelo D a n o Moral envolvendo sua fungao e o q u a n t u m reparatorio. Nao o b s t a n d o , de certo, que a dificuldade e de e x t r e m a m o n t a , vez que ate os e s t u d i o s o s no a s s u n t o nao c a m i n h a m na m e s m a estrada para sua sistematizagao, ora perante o O r d e n a m e n t o , ora na doutrina legal.

E m toda codificagao de leis existem n o r m a s de ser e de dever-ser, c u l m i n a n d o c o m seu d e s c u m p r i m e n t o u m a sangao. E nesta m o d a l i d a d e ultima, que se discute; se toda lesao ao direito traz o dever de indenizar, se a reparagao p o d e r a ser a p e n a s c o m u m a simples retratagao ou se d e v e ensejar u m a indenizagao pecuniaria para que o mal produzido c o i b a o agressor, a fim de cercear a sua pratica dolosa.

Nao e facil a posigao do Magistrado de julgar se houve u m d a n o moral e se ha a obrigagao d a indenizagao. Para c h e g a r a tais c o n c l u s o e s , os M e r e t i s s i m o s Juizes, utilizarao m e t o d o s subjetivos, que s a o d e v i d a m e n t e a s s e g u r a d o s a sua profissao, e de m e t o d o s preconizados nas leis, s e m olvidar, e claro, d o s utilizados, h o d i e r n a m e n t e , na pratica forense, quais sejam a e x t e n s a o do d a n o c a u s a d o , a situagao patrimonial e financeira das partes, principalmente do ofensor, e a i m a g e m do lesado perante a sociedade, para determinar a pena a ser c u m p r i d a e restabelecer a situagao anterior ao fato depreciativo ou ao m e n o s , minimizar seus efeitos.

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Q u e s t a o , ainda, controversa, doutrinaria e jurisprudencial, sobre o t e m a e no que pesa o quantum debitae, posto nao haver dispositivos legais especificos, nao discriminando, assim, criterios para fixacao do valor pecuniario. O Juiz na avaliacao dos e l e m e n t o s probatorios deve criteriosamente valorizar as provas periciais, t e s t e m u n h a i s , d e p o i m e n t o s das partes, as d o c u m e n t a i s , a fim de que possa avaliar as reais circunstancias e m que o c o r r e r a m os fatos articulados pelo A u t o r da inicial.

O u t r o s s i m , o assunto e s t u d a d o tras a baila outros t e m a s que sao questionados pela sua relevante importancia no a m b i t o juridico. T e m a s c o m o o imoral no valor indenizatorio e a intransmissibilidade para se pleitear a indenizagao por danos morais.

Verificasse que nao sao poucas as problematizagoes que giram e m torno d o d a n o moral, que atraves de d e b a t e s e d i s c u s s o e s doutrinarias, c o m o esta, contribuem para o e n r i q u e c i m e n t o intelectual d o s interessados no assunto.

A R e s p o n s a b i i i d a d e Civil por Danos Morais, de acordo c o m a perspectiva do bom direito vigente nos dias atuais, tern importancia d e s t a c a d a , vez que a b o r d a t e m a s de relevante v a l c r para a s o c i e d a d e de f o r m a vasta e irrestrita, pois e m t o d o s os setores da c o m u n i d a d e institucionalizada, e n c o n t r a m o s casos de a b u s o s ou d e s r e s p e k o s perante a pessoa fisica e ate m e s m o a pessoa juridica de direito publico ou privado.

O estudo do t e m a e m d e s t a q u e e u m instrumento util, tanto para a pesquisa, quanto para os e s c l a r e c i m e n t o s dos setores sociais m e n o s f a v o r e c i d o s ate as altas rodas s o c i a;s . Para isso, a a b o r d a g e m de f o r m a clara e direta sera feita neste traoalho, possibilitando aos interessados dirimir suas d u v i d a s alhures suscitadas.

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No c a m p o cientifico, objetivando-se sistematizar as q u e s t o e s pertinentes, c o m o estudo p o u c o perfunctorio, ira trazer b e n e f i c i o s aos colegas p e s q u i s a d o r e s , pois possibilitara encontrar os e l e m e n t o s principais que o titulo pertine, b u s c a n d o de u m a f o r m a , t a m b e m , geral e especifica, expor, questionar, contraditar e opinar sobre o d a n o , seus efeitos e a sua fiel reparagao de f o r m a e q u a n i m e pela justiga.

Em relagao a discursao teorica e preciso d e s t a c a r que a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil para ser d e t e r m i n a d a tern que provar certos requisitos, tais c o m o a culpa, o d a n o e o nexo de causalidade.

O trabalho e m liga utilizara pesquisas junto a doutrinadores, tais c o m o a Professora Maria Helena Diniz, Rogerio Marrone de Castro S a m p a i o , o Doutor J o s e de Aguiar Dias, dentre outros citados ao longo d a pesquisa.

A R e s p o n s a b i i i d a d e Civil por d a n o s morais na atualidade, e o t e m a delimitado do estudo a ser realizado.

A Lei por mais omissa q u e seja, ainda, exara alguns artigos que dao a b o r d a g e m sobre o d a n o m o r a l , seja na Constituigao Federal de 1988, seja na Lei Adjetiva Civil, c o n t u d o , garante de f o r m a clara que u m a vez p r e e n c h i d o s os pressupostos da responsabiiidade, a reparagao sera devida.

A q u i , neste c a m p o vasto sera feita u m a a b o r d a g e m direta dos dispositivos relacionaclos c o m o t e m a , c o m e n t a n d o c a d a u m no que se pese a importancia para o estudo.

Outro c a m p o importante e o da jurisprudencia. Nos Tribunais, v e r d a d e i r a m e n t e , e a o n d e tern evoluido a d i s c u s s a o e aplicagao d a s reparagoes, pois nao sao poucos os pleitos ressarcitorios morais que d i s c u t e m c a u s a s no que

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tange ao e n r i q u e c i m e n t o ilicito do lesado, imoralidade da c o m p e n s a g a o pecuniaria pela dor sofrida ou c o m o q u e i r a m outros, a incerteza do direito violado ou da existencia do d a n o moral.

No que pesa a focalizacao e contextualizacao do t e m a na area do direito, o Direito Civil e o nicho e m que sera desenvolvido o e s t u d o , nao obstante haver d a n o na area penal, e naquele que sera b a s e a d a as pesquisas, pois e, de fato, a area e m que possui u m a maior legislagao vigorando a diversidade de situagoes que e n s e j a m os pedidos de reparagao por d a n o moral.

Referente ao Contexto social-historico do t e m a , c o m o s a b e m o s o t e m a central da monografia esta e m voga e m t o d o s os Foruns e Tribunais na terrae

brasilis. No inicio do seculo, os d a n o s morais nao e r a m reconhecidos c o m o lesoes

prejudiciais passiveis da reparagao judicial, entretanto, c o m o brilhantismo de varios juristas, tais c o m o Pontes de Miranda e O r o z i m b o Nonato, que e r a m a favor da Teoria da reparabilidade, o S u p r e m o Tribunal da Justiga a b r a n d o u s u a s posigoes rigidas nc sentido de c o n c e d e r a l g u m a s indenizagoes por d a n o s morais c o m reflexo no patrimonio do ofendirio.

Ja arraigado, c o m o corrente v e n c e d o r a , nos a n o s setenta a reparagao tornava-se possivel, principalmente, c o m o advento da Constituigao Federal de 1988 que assegurou a inviolabilidade a honra c o m o direito f u n d a m e n t a l do brasileiro para as g e r a g o ^ s presentes e vindouras.

Para u m a fie; caracterizagao de u m trabalho cientifico, faz-se necessario realizar o tipo de pesquisa a ser realizado, partindo do m e t o d o dedutivo, afim d e se discutir a responsabiiidade civil por d a n o s morais na atualidade, sob a perspectiva da doutrina e da jurisprudencia patria, para chegar e m u m a c o n c l u s a o logica, c o m

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base e m e n u n c i a d o s e p r e m i s s e s da viabilidade e aplicagao do d a n o moral e sua reparagao.

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CAPITULO 1

RESPONSABILIDADE CIVIL

1.1 Conceito e finalidade d a Responsabiiidade Civil

De acordo c o m o novo Aurelio, dicionario da lingua p o r t u g u e s a , responsabiiidade significa: " u m a q u a l i d a d e ou condicao de responsavel, tendo c o m o definicao juridica a c a p a c i d a d e de e n t e n d i m e n t o etico-juridico e d e t e r m i n a g a o volitiva a d e q u a d a , que constitui p r e s s u p o s t o penal necessario da punibilidade".

O v o c a b u l o responsabiiidade a d v e m do latim respondem, na a c e p g a o de assegurar.

C o n t u d o , para atingirmos nosso objetivo necessario faz-se e n t e n d e r o que e nao s i m p l e s m e n t e a "responsabiiidade", m a s o binomio R e s p o n s a b i i i d a d e Civil. Esta, h c u i e m a m e n t e , encontra dificuldades e m ser conceitualizada pelos doutrinadores, u m a vez que existem a l g u m a s divergencias sobre o t e m a .

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C o n f o r m e ensina S A V A T I E R , a Responsabiiidade Civil consiste: "Na obrigacao que pode incumbir u m a pessoa a reparar o prejuizo c a u s a d o a outra, por fato proprio, ou por fato de p e s s o a s ou coisas que dela d e p e n d e m .1"

A d e m a i s para a Professora Ma Helena a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil:

E a aplicagao de medidas que obriguem uma pessoa a reparar o dano moral ou patrimonial causado por terceiros, em razao de atos por ela mesma praticado, por pessoa por quern ela responde, por alguma coisa a ela pertvncente ou de simples imposigao legal12

Portanto, Responsabiiidade Civil p o d e - s e conceituar c o m o a o b r i g a c a o de reparar um d a n o , decorrente de u m a c o m i s s a o ou o m i s s a o , por ato licito ou ilicito, material e/ou patrimonial, s e n d o oportuno lembrar que se aplica o principio obrigacional de que quern deve e o devedor, e m q u e seu patrimonio respondera por s u a s dividas.

1.2 Suas f u n c o e s na atualidade

1 SAVATIER, Traite de la responsabilite civile, Paris, 1939, v. I, n. 1. Apud RODRIGUES, Silvio.

Direito civil. 14. Ed. Sao Paulo: Saraiva, 1995. Vol IV, p. 6.

D I N I Z , Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Responsabiiidade Civil. Saraiva, Sao Paulo, 2002. V o l V I I , p. 34.

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E m linhas gerais a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil tern a f u n c a o primordial promover a reparagao de u m dano c a u s a d o a o u t r e m , objetivando-se a restituigao ao status quo ante ao fato lesivo.

Esse d a n o p c d e r a ser moral ou patrimonial e sua diminuigao ou perda, e que gerara o dever da responsabiiidade de reparar legalmente, seja ele movido por ato licito ou ilicito.

A indenizagao ou a reparagao pecuniaria e d e t e r m i n a d a pelo desequilibrio promovido pelo d a n o , de f o r m a que esta reparagao sera fixada o b s e r v a n d o a diferenga entre a situagao e m que estaria o lesado e c o m o esta hoje, nao olvidando que o principio que rege a Responsabiiidade na Era C o n t e m p o r a n e a e o do restitutiu

in integrum, ou seja, da reposigao a situagao anterior da vitima lesionada por meio

de recurso material ou de indenizagao que configure a f o r m a mais justa para ressarcir o prejuizo.

1.3 Pressupostos

Uma vez d e t e r m i n a d a a ideia de que a responsabiiidade civil se c o m p o e na obrigacao imposta a d e t e r m i n a d a pessoa de reparar os prejuizos c a u s a d o s e m virtude de certos c o m p o r t a m e n t o s , partiremos para u m outro topico, qual seja o de discutir sobre quais os requisitos d e v e m ser necessarios para que seja atingido a obrigagao de indenizar.

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A l h u r e s , ja foi c o l o c a d o que dificil e a caracterizagao dos p r e s s u p o s t o s da responsabiiidade civil, pois divergentes sao os doutrinadores tantos os estrangeiros quanto os nacionais, vorbi gratia para Marty e R a y n a u d os requisitos sao o "fato d a n o s o " , o "prejuizo" e o "liame entre e l e s " c o m a c h a m a d a "estrutura c o m u m " d a responsabiiidade, para Savatier sao a p e n a s dois a culpa e a imputabilidade, para Trabucchi apresenta o fato d a n o s o , o d a n o e antijuridicidade ou culpabilidade, ja autores r e n o m a d o s nacionais s e g u e m d u a s correntes a primeira e m que os requisitos necessarios sao a culpa ou dolo do a g e n t e , o d a n o e x p e r i m e n t a d o pela vitima, a agao ou o m i s s a o e a relacao de causalidade, neste braco t e m o s Silvio Rodrigues e o jurista Rogerio Marrone, na s e g u n d a , t e m o s a p e n a s a agao, o d a n o e o nexo de c a u s a l i d a d e entre estes e m que e n c o n t r a m o s c o m o adepta Professora Maria Helena Diniz e outros. Para nos, afiliamos a s e g u n d a corrente q u e sera descrita e m seus principios a seguir.

1.3.1 Agao

Agao, s e g u n d o o lexico, dentre outros conceitos e o ato ou efeito de agir, de atuar; atuagao; ato, feito, obra. Para nos, agao, stricto sensu, dentro dos pressupostos da responsabiiidade subdivide-se e m ato comissivo e ato omissivo. O primeiro decorre de u m ato f a t i c a m e n t e praticado, de u m a agao e o s e g u n d o decorre de um ato nao praticado, u m a o m i s s a o .

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Preleciona S I L V I O R O D R I G U E S e m sua obra de direito civil que: "A agao e requisite essencial da responsabiiidade civil, e s t a b e l e c e u o legislador que o prejuizo c a u s a d o d e v e advir de c o n d u t a h u m a n a (comissiva ou omissiva), violadora de um dever contratual, iegal ou s o c i a l .1 3"

Decerto, p o d e m o s observar que a obrigagao de reparar o d a n o se vincula a u m a atitude h u m a n a positiva ou negativa, d e v e n d o , portanto, reparar aquele que violou u m dever contratual ( d e s c u m p r i m e n t o de u m a avenga), legal (infragao de u m a c o n d u t a legal) ou social (atos praticados c o m a b u s o de direito).

Entende-se por agao c o m o s e n d o u m c o m p o r t a m e n t o d o ser h u m a n o , positivo ou n e g a t i v e licito ou ilicito, por sua v o n t a d e , de u m agente, de u m terceiro ou de u m animal ou coisa inanimada que por si, produza u m d a n o a ser reparado.

A responsabiiidade civil que decorre de u m ato ilicito esta p r e c o n i z a d o no Novo Codigo Civil e m s e u art. 186: "Aquele q u e , por agao ou o m i s s a o voluntaria, n e g l i g e n c e ou imprud'3ncia, violar direito e causar d a n o a o u t r e m , ainda que exclusivamente m o r a l , c o m e t e ato ilicito".

Logo, a caracterizagao de u m ato ilicito e necessario que haja u m a agao

latu sensf que viole o o r d e n a m e n t o juridico ou o direito subjetivo de u m a p e s s o a .

A lei tratando do primeiro p r e s s u p o s t o atribuiu tres situagoes:

A responsabiiidade do agente por ato proprio, por fato de terceiro e pela guarda da coisa ou a n i m a l .

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A R e s p o n s a b i i i d a d e Civil por agente proprio trata-se da reparagao simples pelo agente que c o m e t e u o d a n o , s e n d o regra, ela obriga ao d a n o s o reparar a pessoa diretamente lesada.

Na Responsabiiidade Civil por fato de terceiro o legislador, e m a l g u m a s situagoes, admitiu a obrigagao de reparagao pela pessoa diversa da que praticou o ato, s e n d o que havera de existir u m a relagao de subordinagao entre o r e s p o n s a v e l pela indenizagao e o c a u s a d o r do ato d a n o s o , por e x e m p l o , no caso do pai que entrega carro para filho m e n o r de dezoito a n o s e, este, atropela e mata pai de n u m e r o s a familia, neste caso quern r e s p o n d e r a , sera o responsavel pelo m e n o r homicida.

E nesta seara do direito q u e encontra-se os f u n d a m e n t o s para a culpa in

vigilando e in eligendo, decorrente d a responsabiiidade do a g e n t e , que p o s s u i a o

dever de vigiar e do dever de eleger b e m os s e u s prepostos, c o m o e o caso dos patroes e e m p r e g a d o s .

Outro tipo de responsabiiidade a ser a b o r d a d a e a pela g u a r d a d a coisa ou do a n i m a l . A q u i , s a o t a m b e m responsaveis aqueles que m a n t e m coisa ou a n i m a l e estes p r o d u z a m d a n o a a l g u e m . E o que preconiza o art. 936 do novo d i p l o m a substantivo: "Art. 9 3 6 - O d o n o ou detentor, do animal ressarcira o d a n o por este c a u s a d o , se nao provar a culpa da vitima ou forga maior".

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Esse requisito essencial a efetivagao do direito a reparagao sera tratado c o m mais afinco no capitulo referente e s p e c i f i c a m e n t e ao d a n o , m o m e n t o no qual aborda-se os tipos de d a n o s , tais c o m o o material e o m o r a l .

C o n t u d o , a titulo de integragao e e n t e n d i m e n t o d a insergao do d a n o na Responsabiiidade Civil, c o n v e m d e s t a c a r a p e n a s u m breve c o m e n t a r i o q u e , e m m o m e n t o o p o r t u n o d e s t e trabalho sera d e v i d a m e n t e e s t u d a d o .

A Responsabiiidade concretiza, pois o ato ilicito so tern valor na seara do direito civil se causar prejuizo a a l g u e m . Esse prejuizo e o d a n o , que significa u m a diminuigao nos b e n s pessoais d e c o r r e n t e de ato ilicito c o m imediato reflexo na diminuigao do b e m moral ou patrimonial de u m a p e s s o a .

1.3.3 Nexc de causalidade entre o d a n o e a agao que o produziu

Para que nasga a obrigagao de reparar um d a n o , faz-se necessario a prova d a existencia de uma relagao de causalidade entre a agao ou o m i s s a o do sujeito e o prejuizo sofrido pela vitima. Se e s s a vitima sofrer u m d a n o e nao conseguir provar que esse decorreu do c o m p o r t a m e n t o do reu ou dele se d e s e n c a d e o u , a agao p r o m o v i d a para a reparagao devera ser sentenciada c o m o i m p r o c e d e n t e .

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E aqui que t a m b e m se insere o e s t u d o d a s e x c l u d e n t e s da responsabiiidade, pois se o evento d a n o s o ocorreu nao por culpa do c a u s a d o r do prejuizo e- sim, por culpa da vitima, e evidente que faltou o liame de c a u s a l i d a d e entre o ato d a q u e l e e o d a n o pela vitima sofrido. Se "A", transitando e m v e i c u l o automotor, atropelou " B " e m a t o u , aquele devera o r d i n a r i a m e n t e indenizar s e u s sucessores, de acordo c o m o que preconiza o art. 948 do C o d i g o Civil, no entanto, se " B " e n c o n t r a v a - s e ebrio, t e n t o u cruzar a rua n a q u e l e estado alcoolico e restar provado este fato, e n t a o "A" sera e x i m i d o do nexo de causalidade, pois faltou o liame entre o c o m p o r t a m e n t o do agente e o d a n o e x p e r i m e n t a d o pela vitima. D e s s a f o r m a , e n t e n d e - s e que o agente nao possui obrigacao de indenizar a familia que sofreu o d a n o pelo f a l e c i m e n t o do pedestre imprudente.

Nesse m e s m o passo, o c o r r e m fatos c o m o caso fortuito e c o m a forga maior q u e , t a m b e m s a o excludentes da responsabiiidade por que o c e r c e i a m , ou o interrompem. Nesses casos inexiste a relagao de c a u s a e efeito entre a c o n d u t a do agente e o fato lesivo. Se u m a g r a n d e c h a m i n e cair e m cima de u m a residencia e causar destruicao, cabera ao d o n o da fabrica ressarcir os prejuizos, agora, se restar provado que a d e s p e n c a foi decorrente de u m t e r r e m o t o , o d a n o defluiu do caso fortuito, razao pela qual o resultado d a n o s o nao e culpa do d o n o da c h a m i n e , este por nao experimentar o nexo de c a u s a l i d a d e entre a agao e o d a n o se eximira da obrigagao de indenizar.

Se o d a n o ocorreu por culpa exclusiva da vitima, t a m b e m , nao nascera o dever de indenizar, pois inexiste o nexo causal.

Na especificagao do nexo causal, existem d u a s q u e s t o e s a s e r e m analisadas. A primeira, a dificuldade de sua c o m p r o v a g a o ; depois o p r o b l e m a d a

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identificacao d o fato que constitui a verdadeira c a u s a do d a n o , principalmente q u a n d o deflui de inumeras causas. C o m o nao e facil a identificacao do fato real, aplica-se ^ o r m a l m e n t e a teoria da causalidade adequada, a c a u s a mais importante que deu ensejo ao d a n o .

A Professora DINIZ (2002) e n u m e r a tres motivos excludentes do nexo causal. Para ela nao havera o nexo se o evento se der por culpa exclusiva da vitima, por culpa concorrente ou por culpa de terceiro. No primeiro, e o caso e m que se retira quaiquer responsabiiidade de quern produziu o d a n o , no s e g u n d o , se o lesado e o lesante d e r a m ensejo o d a n o e m parcelas diferentes, cada u m respondera proporcionalmente a sua parte, terceiro, de quaiquer sujeito diferente da vitima e do agente, que c a u s o u o d a n o , sera responsabilizado.

1.3.4 Culpa ou dolo do agente

Para alguns doutrinadores alem dos requisitos supracitados existe u m quarto que e a culpa ou dolo do agente. Dentre estes, u m dos mais expressivos e o doutrinador SJLVIO R O D R I G U E S , que e n u m e r a e discorre e m sua obra c o m e n t a r i o s referente ao p r e s s u p o s ' o e m liga.

Nos dizeres d e s s e mestre:

A lei declara que, se alguem causou prejuizo a outrem atraves de agao ou omissao voluntaria, negligencia ou imprudencia, fica obrigado a reparar. De

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rnodo que nos termos da lei, para que a responsabiiidade se caracterize, mistQr so faz a prova de que o comportamento do agente causador do dano tenha sido doloso ou pelo menos culposo 14.

Percebe-se q u e no caso da vitima pleitear a reparagao u m a d a s coisas a serem provadas e q u e o a g e n t e c a u s a d o r d o d a n o agiu c u l p o s a m e n t e e c o m p l e t a rezando q u e este encargo e t a o dificil de ser provado q u e a pretensao na pratica d e ser ressatcida se torna q u a s e inatingivel. O fator d a culpa ou dolo do agente ja se encontra e m b u t i d a na agao por ele praticada e q u e se nao fosse a s s i m , i n u m e r o s seriam os oleitos ressarcitorios n e g a d o s injustamente pelos tribunals.

1.4 Teoria da Responsabiiidade Civil subjetiva e objetiva

Importante e a distingao no estudo d a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil d o s institutos acima citados.

Na v e r d a d e nao se pode afirmar q u e sao especies diferentes d e R e s p o n s a b i i i d a d e , m a s s i m m a n e i r a s diferentes d e se observar a reparagao pelo d a n o .

A Responsabiiidade Civil Subjetiva o u Classica, e m q u e esta estruturada o nosso Codigo Civil, baseia-se i n t i m a m e n t e na Teoria da culpa. Para q u e seja g e r a d a a obrigagao de indenizar e essencial o fator culpa, c o m o sentido amplo, ou seja,

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admitindo o dolo ou a culpa stricto sensu. A s s i m para que nasca a obrigacao de reparar e necessario o c o m p o r t a m e n t o h u m a n o qualificado pelo e l e m e n t o subjetivo da culpa, ou seja, e necessario que o autor da c o n d u t a a tenha praticado c o m dolo, intengao deliberada de produzir o d a n o , ou pelo m e n o s que se c o m p o r t e d e v i d a m e n t e q u a n d o deveria faze-lo.

Verifica-se que tal teoria foi dotada pela lei s u b s t a n t i a no art. 186 do novo Codigo Civil, no q u e t a n g e a agao ou o m i s s a o c o m c o n s e q u e n t e d a n o : "Art. 186. A q u e l e q u e , por agao o u o m i s s a o voluntaria, negligencia ou imprudencia, violar direito e causar d a n o a o u t r e m , ainda que e x c l u s i v a m e n t e moral, c o m e t e ato ilicito."

Note q u e , de a c o r d o c o m m a n d a m e n t o constitucional e s e g u i n d o a jurisprudencia f a r t a m e n t e desenvolvida e m nosso pais, o d a n o moral foi expressarnente admitido e m nosso o r d e n a m e n t o .

Na Responsabiiidade objetiva a atitude culposa ou d a n o s a do agente possui pouca relevancia, pois, nesta o q u e realmente importa e que exista o nexo de causalidade entre o d a n o e x p e r i m e n t a d o pela vitima e a agao do a g e n t e ativo d a n o s o , que no caso tera o dever de indenizar i n d e p e n d e n t e m e n t e da sua intengao de causar o prejuizo.

Por e s s e instituto prevalece a nogao q u e , e m d e t e r m i n a d o s c a s o s , todo d a n o d e v e ser indenizado. C o m isso, a ideia v e m g a l g a n d o d e g r a u s no m u n d o juridico, no que pesa a tese de que a obrigagao de reparar o d a n o n e m s e m p r e esta

vinculada a u m c o m p o r t a m e n t o culposo do agente.

A Teoria do Risco e a d a R e s p o n s a b i i i d a d e objetiva. Por esta, o sujeito atraves de sua agao ou atividade cria u m risco para as p e s s o a s , e que por e s s e risco

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ele deve arcar c o m os eventuais d a n o s c a u s a d o s , ainda que sua atividade e o seu c o m p o r t a m e n t o s e j a m isentos de culpa, ou seja, o dever de indenizar decorre d e u m a atividade laborativa.

Pelo fato d e s s a Teoria ser u m tanto rigorosa e atingir a interesses de grandes e m p r e s a s ela nao e a regra. Preleciona SJLVIO DE S A L V O V E N O S A e m sua obra de Direito Civil q u e :

Teoria da responsabiiidade objetiva nao pode, ser admitida como regra geral, mas somente nos casos contemplados pela lei ou sob o novo aspecto enfocado pelo novo Codigo Civil. Levemos em conta, no entanto, que a responsabiiidade civil e materia viva e dinamica na jurisprudence. A cada momento estao sendo criadas novas teses juridicas como decorrencia das necessidades sociais.5

Destarte, a f u n d a m e n t a g a o ao longo d a historia era s e m p r e relacionada a Teoria da Culpa, c o n t u d o no decorrer d o s ultimos anos os teoricos juristas v e m admitindo j u n t o aos novos codigos a teoria do risco integral. Os tribunals ao longo d o s anos f o r a m p e r c e b e n d o que e m meras ocasioes os prejuizos nao e s t a v a m s e n d o ressarcidos. C o m isso a jurisprudencia p r e o c u p a d a c o m os desequilibrios sociais a m p l i o u o conceito de culpa.

O d a n o moral esta c o m p l e t a m e n t e a b a r c a d o pelas teorias supracitadas, uma vez que se constitui v e r d a d e i r a m e n t e e m u m prejuizo e por ser u m a s u b e s p e c i e de d a n o .

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CAPiTULO 2

CONSIDERAQOES INICIAIS S O B R E O DANO MORAL

2 1 Evolucao historica

Sobre essa e p i g r a f e , e de b o m alvitre trazer a baila a colocagao de c o m o se d e u e m diversos p a i s e s ou regioes, nas varias l e g i s l a t e s , codificacoes, ate nossos dias o t e m a d a n o m o r a l .

Decerto, nao se almeja para e s s a pesquisa um por u m os dispositivos das legislacoes preteritas por que sao i n u m e r a s e esparsas.

U m a vez que e s s e a s s u n t o ja foi a b o r d a d o por varios autores, nao e facil tecer consideragoes diferentes ao t e m a . De m o d o que resta-nos oferecer u m novo e n f o q u e a d i s c u s s a o ja existente.

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A n t e s do direito r o m a n o tratar sobre a reparagao, e m u m a regiao c h a m a d a de S u m e n a , na Babilonia, situada na M e s o p o t a m i a e na Antiga India, ja e n c o n t r a v a -se leis que v e r s a v a m sobre o assunto, so que de u m a maneira b e m diferente.

Dos registros a m a i s antiga codificagao que se tern noticia e o C o d i g o de U r - N a m m u , posto para vigorar por U r - N a m m u , u m possivel f u n d a d o r de u m a das tres dinastias de Ur, dos antigos povos s u m e r i a n o s .

" s t e codigo e mais antigo e m a p r o x i m a d a m e n t e trezentos a n o s do q u e o Codigo de H a m u r a b i , e foi d e s c o b e r t o no ano de 1952 pelo professor da Universidade da Pensilvania, S a m u e l N o a h Kramer, assiriologo. Nesta codificagao e possivel vislumbrar u m d o s principios norteadores da teoria do d a n o moral que e o da reparabilidade.

Nos povos 6c\ antiguidade o principio q u e melhor atendia aos a n s e i o s da populagao era o do direito de vindita, de vinganga secularizado pela e x p r e s s a o "dente por dente e olho por olho", pois reduzia e f i c a z m e n t e a dor d a vitima. C o n t u d o , i m p r e s s i o ;;a n t e m e n t e e s s e codigo trazia a possibilidade da reparagao pela p e c u n i a , p o d e n d o ser constatada nos textos e n c o n t r a d o s :

Se um homem, a outro homem, com um instrumento, o pe se cortou: 10 silos de prata devera pagar.

Se um homem, com um instrumento a um outro homem, com uma arma, os ossos tiver quebrado: uma mina de prata devera pagar.

Se um homem, a um outro homem, com um instrumento geshpu, houver decepado o nariz: 2/3 de mina de prata devera pagar. 13

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O C o d i g o de M a n a v a - D h a r m a - S a s t r a ou C o d i g o de M a n u foi u m a das codificagoes mais antigas que surgiram na India. S e g u n d o a historia Hinduista, M a n u foi o h o m e m q u e p r o m o v e u u m a organizagao das leis sociais e religiosas. Esse

Codigo tinha c o m o principal caracteristica que u m c o m p r o m i s s o decorrente de u m contrato valido tinha s e m p r e algo de s a g r a d o q u e nao p u d i a m , i m p u n e m e n t e , se d e s o b r i g a r e m , u m a vez que e m p u n h a v a m a palavra. Portanto, a quern d e s c u m p r i a a palavra, surgiria a pena de p a g a m e n t o indenizatorio e m decorrencia dos prejuizos materials c a u s a d o s a outra parte ou t a m b e m , penalidades c o m expatriagao, deportagao, degredo ou exilio.

O Codigo de H a m u r a b i foi Instituido por este, t a m b e m c o n h e c i d o por K a m o - R a b i , rei da Babilonia, q u e viveu no seculo XXIII antes de Cristo e q u e unificou atraves de guerras toda M e s o p o t a m i a , do Tigres ao Eufrates.

O Codigo foi d e s c o b e r t o por u m a expedigao arqueologica chefiada pelo frances J a c q u e s M o r g a n , a Persia. O codigo estava gravado e m diorito negro, na cidade de Susa, c o n t e n d o diversas leis que ainda hoje serve c o m o orientagao para as norma;; legais.

Nos capitulo IX e X, refere-se a injuria e a difamagao da familia, e m que t r a n s c o r r e m o s : "Art. 127 - Se u m h o m e m livre e s t e n d e u o d e d o contra u m a sacerdotisa, ou contra a esposa de u m outro e nao c o m p r o v o u , arrastarao ele diante do juiz e raspar-lhe-ao a m e t a d e de s e u cabelo."

Note, que se pode e n t e n d e r u m a pena de reparagao por d a n o moral nesse artigo, u m a vez que nao se referia a pena c o m o dinheiro, m a s se reconhecia o d a n o moral.

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No Capitulo XIII, que tratava dos e m p r e s t i m o s e locacoes de bois o Codigo rezava: "Art. 241 - Se u m h o m e m livre t o m o u u m boi c o m o garantia de u m a divida, pesara u m terco de u m a mina de prata c o m o multa".

Outro e x e m p l o de d a n o moral e reparagao, pois " m i n a " s e referia a m o e d a que no artigo a c i m a nao se referia a indenizagao, entretanto u m a c o n d e n a g a o de reparagao ao d a n o moral.

Muitos sao os e x e m p l o s que se pode extrair d o s citados Codigos, todavia a nossa f.nalidade e mostrar que a q u e l e t e m p o ja existia a reparagao pelo d a n o moral.

Oenota-se que na vigencia do C o d i g o de H a m u r a b i , que foi utilizado por inumeras civilizagoes, a vinganga estava s e m p r e presente. N u m a e p o c a de pouca justiga, o mal era c o m n a t i d o c o m o outro m a l , o que a u m e n t a v a o s e n t i m e n t o de vinganga entre os mernbros d a s o c i e d a d e , c o n s e q u e n t e m e n t e produzindo mais violencia e a q u e b r a da h a r m o n i a social.

Oestarte, conclui-se, pela sua larga difusao e influencia j u n t o a codificagoes no p a s s a d o que o C o d i g o de H a m u r a b i foi o m a r c o inicia! da reparagao dos danos extrapatrimcniais, seja pelo fato de tutelar direiios, seja por c o n d e n a r um agressor a cumprir pena pecuniaria, q u a n d o da ofensa a u m patrimonio lesado.

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Em linhas gerais o Alcorao a d o t o u e m alguns pontos a principiologia da lei de Taliao - Olho por olho d e n t e por d e n t e . M a s c o m u m a nova r o u p a g e m , mais branda, m e n o s aspera da que era utilizada nas codificagoes anteriores.

No A l c o r a o as c o m p e n s a g o e s de natureza e c o n o m i c a s para substituir o direito a vinganga e r a m inumeras, c o m o as q u e d e s a c o n s e l h a v a m , t a m b e m , a vinganga. C o m o por e x e m p l o , o que exarava o verso 127 do Capitulo X V I : "Se vos vingardes, que a vossa vinganga nao ultrapasse a afronta recebida. P o r e m , a q u e l e s que sofrerem c o m paciencia farao u m a agao mais meritoria".

Em outro trecho, solidifica o a b r a n d a m e n t o e a evolugao da lei no verso 173 do capitulo II q u e d i s p o e :

0 crentes! A pena do Taliao esta prescrita para o caso de homicidio. Um homem livre sera morto por outro homem livre; um escravo por outro escravo, e uma mulher por outra mulher. Aquele, porem, que perdoar o matador do seu irmao, tera o direito de exigir uma razoavel indenizagao, que Ihe sera paga com o reconhecimento.

No c a m i n h o da evolugao c h e g a m o s a civilizagao G r e g a , mais c o n h e c i d a por s e u s d e u s e s e pela instituigao da d e m o c r a c i a , fruto de s e u s imortais filosofos.

Nela, a nogao de reparagao era e m pecunia e seguia-se o que se instituia nas cidades-estado. O direito a vinganga era proibido e tal e n t e n d i m e n t o serviu de base para a criagao legislativa das civilizagoes posteriores, principalmente a R o m a n a , na Lei das XII T a b u a s .

Na Grecia conta-se que D e m o s t e n e s recebera de Midas u m a porgao de dinheiro por ter sofrido u m a bofetada por este, m o m e n t o pelo qual E s q u i n e s reprovou D e m o s t e n e s p u b l i c a m e n t e . T a m b e m e m Odisseia, rapsodia oitava, verso

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2 6 6 a 367, se refere a u m a a s s e m b l e i a de d e u s e s p a g a o s , a qual se julgava u m a reparacac por adulterio c o m e t i d o pela d e u s a Afrodite q u e foi pega e m flagrante c o m Ares, que foi c o n d e n a d o a reparar H o m e r o .

C o m e s s e fato historico c o m p r o v a - s e que e m outros t e m p o s , ja na Grecia antiga havia alusao a reparagao pelo d a n o m o r a l .

2.1.3 D a n o Moral no Direito R o m a n o

Foi e m R o m a , durante s u a s dinastias de i m p e r a d o r e s que surgiu c o m maior a p r m o r a m e n t o o instituto da responsabiiidade, e e claro de varios outros no c a m p o juridico. Os R o m a n o s no alto de sua lucidez historica p o s s u i a m u m a visao clara sobre a reparagao pecuniaria por delitos publicos e privados, a ponto de que quaiquer fato lesivo a honra ou ao patrimonio deveria ser reparado. Foi nesta civilizagac que, c o m o ja fora suscitado, foi criada a Lei das XII T a b u a s (Lez

Duodecirr arum Tabularum), que foi u m a importante codificagao para o direito e m

geral.

O que se s a b e e que o d a n o moral era indenizado d e s d e a Lei d a s XII T a b u a s , nao p o d e n d o - s e admitir que a t u a l m e n t e , ainda possua m a g i s t r a d o s que n e g u e m a reparagao do d a n o , s i m p l e s m e n t e m o r a l .

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C r o n o l o g i c a m e n t e a R e s p o n s a b i i i d a d e Civil no Direito R o m a n o apresentou-se da seguinte m a n e i r a : Lei da XII T a b u a s (452 a.C); a Lex Aquilia (286 a.C) e a Legislacao Justiniana (528/534 a.C) que subdividia-se e m Institutas, Codex

Justinian us e Digesto ou Pandectas.

A Lei das XII T a b u a s surgiu c o m o f o r m a de limitar o poder dos Consules, pois naquele m o m e n t o historico, estes e s t a v a m e x t r a p o l a n d o os poderes d e l e g a d o s pelo soberano.

Referente aos atos ilicitos e sua reparagao, estes estao p r e c o n i z a d o s na T a b u a V I I , que e dividida e m 18 (dezoito) capitulos. Neste capitulo, observa-se claramente a existencia do d a n o m o r a ! e sua reparagao pecuniaria.

Referente a Lex Aquilia a primeira vista, pode-se e n t e n d e r que se cuida s o m e n t e de d a n o s corporais e nao de morais, q u e analisando c o m m a i s afinco afasta-se essa ideia. Nela verifica-se q u e o furto podia ser reparado c o m u m a pena equivalente, a qual podia ser u m a pena nao corporal.

Nesse m o d e l o juridico, a lei c o n t e m o d a n o extracontratual, vinculado a classica estrutura aquiliana, que se f u n d a no nexo causal entre o fato do ofensor e o d a n o .

A c a d a o f e n s a moral existia u m a reparagao c o r r e s p o n d e n t e a u m a s o m a e m dinheiro, que o juiz aplicava, a seu criterio, ao agente ativo e m favor do p a s s i v e Tal reparagao nao se mostrava maior do que a ofensa, mais sim, quantia que d e s s e para aliviar o d a n o ou diminui-lo, razoavelmente.

Destarte, a Lex Aquilia e o divisor de a g u a s da responsabiiidade civil, pois e s s e diploma atingiu d i m e n s a o a m p l a na e p o c a justiniana, c o m o u m a solugao

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juridica de carater gera! e por considerar o ato ilicito c o m o u m a figura a u t o n o m a , f a z e n d o surgir d e s s e m o d o a nova c o n c e p g a o de responsabiiidade contratual.

Nesse sisterna extrai-se o principio pelo qual se pune os d a n o injustamente provocados, i n d e p e n d e n t e m e n t e de relagao obrigacional preexistente. Por causa disso, e t a m b e m c h a m a d a de responsabiiidade aquiliana.

Preleciona V e n o s a que:

A Lex Aquilia foi um plebiscito aprovado provavelmente em fins do seculo III ou no inicio do seculo II antes de Cristo, que possibilitou atribuir ao titular de bens o direito de obter o pagamento de uma penalidade em dinheiro de quern tivesse destruido ou deteriorado seus bens. Como os escravos eram considerados coisas, a lei tambem se aplicnva na hipotese de dano ou morte deles. Punia-se por uma conduta que viesse a oca?- onar danos. A ideia de culpa e centralizadora nesse instituto de reparagao. Em principio, a culpa e punivel, traduzida pela imprudencia, negligencia ou impericia, ou pelo d o l o . 1 41 7

C o n t u d o , na evolugao da responsabiiidade, ao longo d o s anos, a m p l i o u -se, m u d a n d o os juristas o e n t e n d i m e n t o principal para reparagao, da culpa para o d a n o , transferindo o e n f o q u e da culpa c o m o o fator p r e p o n d e r a n t e nas indenizagoes, para a nocao de d a n o . 0 direito frances foi o que mais a p r i m o r o u e aperfeigoou as ideias r o m a n a s , e s t a b e l e c e n d o os principios gerais da R e s p o n s a b i i i d a d e Civil.

2.1.4 Os Dano Morais no Direito C a n o n i c o

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O Direito c a n o n i c o , ou Corpus Juris Canoni, v e m de u m sistema d e normas reunidas no C o d i g o de Direito c a n o n i c o , que regula a organizagao d a Igreja Catolica e a c o n d u t a e d e v e r e s d e s e u s fieis. Neste, existem varias a b o r d a g e n s sobre varios c a s o s que se constituem e m d a n o s morais, d e t e r m i n a n d o a c o n s e q i i e n t e reparagao.

Esse sistema de n o r m a s possui u m a g r a n d e importancia para os brasileiros, u m a vez que m e s m o antes da vigencia do C o d i g o Civil Brasileiro, Lei n.° 3 . 0 7 1 , de 1° de Janeiro de 1916, por forga da Lei de 06 de outubro de 1784 e pela relevante poder e influencia da Igreja Catolica e m nosso pais, e que se i m p u n h a m a l g u m a s das regras previstas naquele d i p l o m a .

Verbi gratia, t e m o s a p r o m e s s a de c a s a m e n t o q u e , no Codigo da Igreja,

gera obrigagoes especificas para os varoes que se c o m p r o m e t e r a na contratagao esponsalicia, que se e n t e n d e por p r o m e s s a e proposta solene de futura nupcia. Logo, na ruptura da p r o m e s s a de c a s a m e n t o e prevista u m a c o n d e n a g a o que determina a reparagao de quern d e u c a u s a a ruptura a parte que se sentiu a b a n d o n a d a , pois para a Igreja Catolica essa pratica vulnera os f u n d a m e n t o s do Cristianismo. Dessa f o r m a , e o que o §3° do c a n o n e 1.017 d i s p o e s q u e :

Nao se origina, contudo, da promessa de casamento, embora valida e sem nenhuma justa causa escusadora de seu nao-cumprimento, uma agao com forga bastante para levar a celebragao do m a t r i m o n i i Tal agao existe, no entanto, para o direito de pedir-se a reparagao de danos.

Nao obstante alguns autores e n t e n d e r e m que a reparagao decorre de u m d a n o , o Codigo C a n o n i c o nao d e t e r m i n a que aqueles q u e se c o m p r o m e t e r a m a convolar nupcias e s t e j a m , n e c e s s a r i a m e n t e , obrigados a cumprir a p r o m e s s a , m a s

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s i m , obriga a p e n a s que quern d e s c u m p r e a avenga, repare os d a n o s que v e n h a a advir d a outra parte.

A m e r i c o Luis Martins d a Silva felizmente conclui sobre a materia ora e s t u d a d a q u e :

por forga da Lei de 06.10.1784, que adotava este principio, quando nao se trocavam, por ocasiao do ajuste de promessa de casamento, as chamada "arms esponsalicias", que era verdadeira clausula penal desses contratos, o noivo que, sem justo motivo, se recusasse a casar responderia pela reparagao de perdas e danos. Lembrando que a reparagao deste dano moral, ha muito tempo reconhecido pela Igreja Catolica, poderia ser civil ou espiritual, conforme o prescreve o Codigo canonico, em seus diversos canones.15

C o m o advento do Codigo Civil de dezesseis, baniu-se c o m p l e t a m e n t e o instituto dos e s p o n s a i s pelo Codigo C a n o n i c o , retirou-se d o s noivos o direito judicial de requerer o c u m p r i m e n t o do contrato no sentido da reparagao.

Entretanto, durante o periodo que foi aceito o Codigo C a n o n i c o , nao se tern noticia de ter acontecido caso s e m e l h a n t e , no sentido de obrigar o desistente de reparar a i g u m a coisa afora materialmente. C o n t u d o , na atuagao do C o d i g o Civil restou a 'aparagao p or decorrencia de r o m p i m e n t o de noivado ou p r o m e s s a d e c a s a m e n t o , e n s e j a n d o d a n o s morais a s e r e m reparados pelo(a) noivo(a) d e s d e que seja c o m provado o efetivo d a n o .

O Codigo C a n o n i c o t a m b e m tras disposigoes referentes aos d a n o s c a u s a d o s por calunia e injuria que sao reparados da seguinte f o r m a : a) c o m penas de o r d e m material; b) c o m sangoes de o r d e m espiritual. No C a n o n e 2.355 q u e :

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se slguem, nao com atos, mas por meio de palavras ou escritos, ou de qualquer outra forma, injuria um terceiro ou prejudica em sua fama ou reputagao, na s6 se obriga, nos teores dos canones 1.618 e 1.938, a dar a devida satisfagao e a reparar os danos, como tambem, se torna passivel de penas e penitencias proporcionais, inclusive se se trata de clerigo a quern, se for o caso, se deve impor a suspensao ou privacao de oficio e beneficio.

Dessa forma, percebemos que o Codigo Canonico abordou em seus canones dispositivos para coibir o dano moral, sendo aplicado em nosso pais ate o advento do Codigo Civil de 1916, momento pelo qual extinguiu obrigacoes e absorveu alguns principios, que hoje se encontram garantidos na Constituicao Federal de 1988, bem como pelo Novo Codigo Civil Brasileiro.

2 2 Consideragoes Gerais a Cerca do Dano

O ser humano tern seus direitos assegurados pelos ordenamentos juridicos desde quando se observa a ideia de bem. Destarte, e com o nascimento da

pessoa que se adquire os direitos inerentes a sociedade em que ela vive, o que significa ser capaz de ser sujeito de direitos e obrigagoes nas relagoes juridicas, adquirindo, assim, direitos personalissimos ligados para o resto da vida de maneira permanente, tais como a um lar, ao lazer, a moral, a honra, a imagem, ao nome, etc. Tais direitos podem ser material ou abstratos. Ademais, todos socialmente inscritos nas relagoes humanas devem respeitos a esses direitos, uma vez que sao inerentes a pessoa humana e sao muitas vezes, inalienaveis, intransmissiveis, imprescritiveis e irrenunciaveis. E nesse contexto que todos da comunidade devem respeito

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oponivel contra todos e a sua violagao deve dar ensejo a uma sangao, podendo ser substanciada por uma indenizacao ou prisao.

Nos dias atuais, grande e a procura pelos pleitos ressarcitorios no judiciario, com o fito de se ter reparado os danos causados pela agao de agentes fisicos ou juridicos. Tais danos podem ter uma dupla caracteristica, uma de cunho material, em que e determinada pela abstracao do patrimonio material e a outra de ordem moral, em que se representa pela agressao ao sentimento da pessoa que sofreu. Net nossa doutrina, portanto, o dano se divide em material e moral.

O dano, juntamente com a agao ou omissao do agente, a culpa e o nexo de causalidade, e um dos pressupostos a serem atingidos para que se de ensejo a reparagac pela Responsabilidade Civil, sendo o elemento culpa dispensado em alguns casos, sem a presenga destes nao cabera a reparagao ao bem ferido.

0 termo dano em lato sensu e uma lesao a qualquer bem juridico, contudo em sentido estrito, dano e, uma lesao ao patrimonio, tendo este como um conjunto das relagoes juridicas de uma pessoa quantificadas em dinheiro, e, tambem,

nominadc como uma subtragao de um bem juridico, podendo este ser o patrimonio, o corpo, a vida, a saude, a honra, o credito, o bem-estar, a capacidade de aquisigao, ou seja, uma diminuigao de tudo que tern valor para o individuo lesado.

Etimologicamente, temos que identificar o significado da palavra dano junto aos lexicos brasileiros.

O Dicionario Contemporaneo da Lingua Portuguesa Caldas Aulete e bem explicativo ao dispor sobre o dano:

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DANO: S.M., qualquer mal ou ofensa pessoal: Somente o ceu severo, as estrelas e o fado sempre fero, com meu perpetuo dano se recreiam (Camoes) // (Jur.). Deterioracao; prejuizo ou deterioramento de bens pertencentes a uma pessoa: Foi apagado o fogo antes de fazer o dano de consideracao (Fr. L. de Souza) // (Jur. Mod.). Prejuizo causado por alguem nas coisas pertencentes a outrem. perdas e danos, soma dada a alguem para indenizar um prejuizo. F. lat. Damnum. 1

Esse ilustre dicionarista deu a palavra dano um significado bem amplo, expondo o aspecto juridico e moral da palavra ao dizer que dano e um mal ou ofensa pessoal ou prejuizo causado por alguem nas coisas pertencentes a alguem. Aurelio Buarque de Holanda, em sua obra, obtempera que:

DANO.[Do latim. Damnu.] S.m. 1. Mal ou ofensa pessoal; prejuizo moral: Grande dano Ihe fizeram as calunias. 2. Prejuizo material causado a alguem pela deterioracao ou inutilizacao de seus bens. 3. Estrago, deterioracao, danificacao: Com o fogo, o predio sofreu varios danos. Dano emergente. Jur. Prejuizo, concreto provado. [Cf. lucro cessante.] Dano infecto. Jur. Prejuizo possivel, eventual, iminente.2

Ja no campo doutrinario, preleciona a professora MARIA HELENA DINIZ que: "O dano e uma diminuicao ou destruicao que sofre uma pessoa em decorrencia de um certo evento, contra sua vontade, em qualquer bem seja ele moral ou patrimonial.3"

E, enumera uma lista de requisitos que se fazem necessarios a tipificacao do dano, quais sejam a diminuicao ou destruigao de um bem juridico, patrimonial ou moral, pertencentes a uma pessoa, efetividade ou certeza do dano, causalidade, subsistencia do dano no momento da reclamacao do lesado, legitimidade do sujeito

1 AULETE, Caldas. Dicionario contemporaneo da lingua portuguesa. Caldas Aulete, Vols. II e III, 3°ed.

Ed. Delta, Rio de Janeiro, 1974.

2 FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo Aur6lio Seculo XXI. O dicionario da lingua

portuguesa. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2002.

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ativo e passive e ausencia de causas excludentes de responsabilidade, tais como a culpa da vitima, fato de terceiro, caso fortuito ou forca maior, clausula contratual de nao indenizar, estado de necessidade e legitima defesa.

Segundo o Professor SAMPAIO (2000) a ideia de dano, esta ligado a origem classica da diminuicao do patrimonio, considerando o conjunto das relagoes juridicas de uma pessoa, apreciaveis em dinheiro, suportada pela vitima em razao da pratica de um ato licito, contratual ou extracontratual.

O dano deve ser considerado como uma lesao ao direito, que produza imediato reflexo no patrimonio material ou imaterial do ofendido, de forma a acarretar-lhe a sensacao de perda. A nocao atende dessa forma, a uma ideia precisa de agao contrana a norma juridica, que tutela os interesses das pessoas, e que acarretou um prejuizo de qualquer natureza nos bens materiais ou imateriais do lesionado.

Alguns autores entendem que o dano nao tern apenas a nogao que se restrinja a ideia de prejuizo, isto e, ao resultado da lesao, e o que prega AMERICO LUIS MARTINS DA SIl.VA (1999) o qual entrega-se as ideias de Carnelutti e Hans Albrecht Fsher, considerando que o dano nas suas duas acepgoes: a) a vulgar, de prejuizo que alguem sofre, na sua alma, no seu corpo ou nos seus bens, sem indagagao de quern seia o autor dessa lesao de que resulta; b) a juridica, que, embora partindo da mesma concepgao fundamental, e delimitada pela sua condigao de pena ou de dever de indenizar, e vem a ser o prejuizo sofrido pelo sujeito de direitos em consequencia da violagao destes por fato alheio. Para Americo, ja citado anteriormente, o dano e o principal institute no estudo aa Responsabilidade Civil,

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uma vez que e ele requisito fundamental da obrigacao de indenizar e, em vista disso, apresenta-se com significativa importancia.

O dano, latu sensu, e um prejuizo, e uma diminuigao do patrimonio ou deterioramento a afeigoes legitimas, aos bens materials e imateriais, e um mal, um desvalor, s um prejuizo causado pelo ato de outrem.

Observa-se que o dano, como reza o Codigo Civil de 2002, em seu art. 402, admite na qualificacao do dano, o lucro cessante e o dano emergente. Nao se pode olvidar de tecer comentarios a respeito dessas modalidade de dano, uma vez que elas serao utilizadas para a mensuracao do quantum debitae quando necessario. "In Verbis - Salvo as excecoes expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, alem do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar."

O lucro cessante e o que a vitima razoavelmente deixou de ganhar, e uma projegao contabil de quanto a vitima teria recebido caso nao tivesse o corrido o dano. Esse termo razoavelmente, foi posto na lei com o intuito de que nao se pode tratar de indenizagoes como instrumento de lucro.

Nas palavras de ROGERIO MARRONE o lucro cessante e a privagao do aumento do patrimonio. Ja a doutrinadora Maria Helena Diniz, chama esse instituto, tambem, de dano negativo ou dano frustrado, alusivo a privagao de um ganho pelo lesado, ou seja, ao lucro que ele deixou de auferir, em razao do prejuizo que Ihe foi causado, afirma que:

Para se computar o lucro cessante, a mera possibilidade e insuficiente, embora nao exija uma certeza absoluta, de forma que o criterio mais acertado estaria em condiciona4o a uma probabilidade objetiva, resultante do

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desenvolvimento normal dos acontecimentos, conjugado as circunstancias peculiariadades do caso concrete 5

O dano emergente citado no suso dispositivo legal, significa um deficit real e efetivo ao patrimonio do lesado, isto e, numa concreta diminuicao de sua fortuna, seja porque se depreciou o ativo, seja porque aumentou o passivo, e o que se entende das palavras de Maria Helena D i n i z .6

SiLVIO DE SALVO VENOSA, em sua obra de direito civil, responsabilidade civil, afirma que: "O dano emergente traduz uma diminuigao de patrimonio, uma perda por parte da vitima, que na pratica e o dano mais facilmente avaliavel, por que depende exclusivamente de dados concretos.

Portanto, os mais renomados autores pathos nao diferem muito sobre a definigao de dano emergente, entendendo no geral, que significa o que a vitima realmente perdeu, correspondendo, pois, a diminuigao do patrimonio, tendo como exemplo as perda ou deterioragao de um veiculo apos um acidente.

Destarte, tema de relevante importancia, e a descrigao de Patrimonio, consequentemente, de dano patrimonial. Faz-se necessario tal entendimento, pois nao raras vezes, encontramos atrelado ao conceito de dano moral, o de patrimonial, suscitando algumas vezes a diferenga e sua comunicagao em casos de reparagao, sem falar que o binomic dano material esta insculpida a nogao de patrimonio.

Patrimonio nos dizeres de AMERICO LUIS MARTINS DA SILVA (1999) define-se como um conjunto dos direitos apreciaveis em direito de que e titular uma pessoa ou que correspondem a uma atividade patrimonial ativa. Neste diapasao, aduz que para o economista, o patrimonio e o conjunto de bens economicos, nao de direitos, considerando em resumo, que e a totalidade dos bens economicamente uteis que se acham dentro do poder de disposigao de uma pessoa. Para DINIZ

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(2002) o patrimonio e uma universalidade juridica constituida pelo conjunto de bens de uma pessoa, sendo, portanto um dos atributos da personalidade e como tal

inatingivel.

Outrossim, uma vez adquirida a nogao de patrimonio pode-se atrelar a de dano, em que constituira o binomio dano patrimonial ou dano material.

O dano patrimonial e o que pode ser mensurado monetariamente, aquele que se pode dar um valor equitativo ao prejuizo sofrido. Segundo SILVIO DE SALVO VENOSA, em sua colegao de direito civil: "Dano patrimonial e aquele suscetivel de avaliagao pecuniaria, podendo ser reparado por uma reposigao em dinheiro, denominador comum da indenizagao.8 "

Destarte, AMERICO LUIS MARTINS DA SILVA (1999), define como prejuizo concreto sofrido por uma pessoa no seu patrimonio, sob a forma de perda ou lesao de determinados elementos patrimoniais.

No dano material, necessariamente, devera haver uma diminuigao do patrimonio e nao so a leve alteragao deste. Aqui se estabelecera o quantum mediante o confronto entre o patrimonio que possivelmente existiria se nao tivesse ocorrido o dano, menos o valor patrimonial quantificado que o dano causou. Por essa diferenga e que se quantifica o valor da reparagao. Pode-se, tambem, quantificar pela subtragao do patrimonio anterior menos o posterior ao dano, contudo, tal mensuragao, ao nosso entendimento, olvida, os danos indiretos, quais sejam o lucro cessante e o dano emergente.

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E nesse contexto, de entendimento dos tipos de dano que se insere o dano moral. Que para muitos so e susceptivel a indenizacao quando distinto da reparacao pelo dano patrimonial.

2 2 1 Conceito de Dano Moral

Como ja fora suscitado, para que nasca a obrigacao de indenizar necessarb se faz a presenca de tres requisitos: a) a existencia do elemento objetivo ou material; que e justamente o dano, b) a existencia do elemento subjetivo, que se biparte nas figuras do sujeito ativo (quern causou o dano ou e responsavel por sua reparacac sem ter culpa) e sujeito passivo (a vitima que sofreu a lesao em um dos seus direitos); e c) nexo causal, que deve vincular o sujeito ativo ao dano ocorrido.

Dentro do rol de requisitos para a compensacao, o dano se insere subdividindo-se em d a r o moral e patrimonial. Neste topico sera abordado os varios conceitos que os mais diferentes e renomados autores dao ao tema.

Com a promulgacao do Codigo Civil de 1916 existia aquela epoca controversias relativas ao tema, no que tange a insercao do dano moral no nosso ordenamento juridico, que com o passar dos dias foram dirimidas sendo petrificada atualmente, inclusive, como preceito constitucional. Tanto e assim que a Constituicao Federal em seu Art. 5°, X estabeleceu que: "X - sao inviolaveis a intimidade, a vida privaaa, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenizagao pelo dano material e moral decorrente de sua violacao."

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O Codigo de Defesa do Consumidor (Lei n.° 8.078/90) tambem fez alusao ao dano moral ao estabalecer em seu art. 6°, inciso VI, que tern o consumidor direito a "efetiva prevengao e reparagao dos danos patrimoniais e morais, individuals, coletivos e difusos". Com essa expressa referenda ao dano moral foi suprida a omissao deixada pelo Codigo Civil possibilitando a indenizacao.

Apesar de o tema estar devidamente consolidado pela nossa Carta Magna de 1988, o Direito Morai ainda exige um estudo mais aprofundado, notadamente nas questoes em que nao se encontram pacificadas, que e o caso do dano e do quantum indenizatorio. O tema nesse momento da historia esta passando por uma reformulacao de conceitos, apos sua positivacao constitucional, agora, os juristas se preocupam com a disciplinacao do instituto, visto que a sua aplicagao nao observa uma uniformidade de criterios.

Destarte, feita introdugao cabe agora delinear o conceito de dano moral. Em adequadas ligoes, Savatier ensina que:

E qualquer sofrimento humano que nao e causado por uma perda pecuniaria, e abrange todo atentado a reputagao da vitima, a sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua seguranca e tranquilidade, ao seu amor proprio estetico, a integridade de sua inteligencia, a suas afeicoes, etc.9

Ensina Rogerio Marrone que: "Dano moral e indenizavel quando alguem, em razao da pratica de um ato ilicito, suporta uma dor ou um constrangimento, ainda que sem repercussao em seu patrimonio. 10 "

9 SAVATIER. Traite de la responsabilite civile, Paris, 1939, v. II n. 525. Apud Caio Mario

"' SAMPAIO, Rogerio Marrone de Castro. Op. Cit. p. 92.

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Preleciona Venosa que:

Esse instituto e o prejuizo que afeta o animo psiquico, moral e intelectual da vitima, que nesse campo, o prejuizo transita pelo imponderavel, dai por que aumentam as dificuldades de se estabelecer a justa recompensa pelo dano.1 1

Escreveu MARIA HELENA DINIZ, que: "O dano moral vem a ser a lesao de

interesses nao patrlmoniais de pessoa fisica ou juridica, provocada pelo fato lesivo15.

Infere-se, com isso que o dano moral, no seio dos principios morais e eticos que dao rumo a nossa sociedade, atinge violagoes a direitos nao materiais, v.

g., a imagem, da honra, da privacidade, da auto-estima, da integridade psiquica, do

nome, etc.

Diante do exarado, verifica-se que o conceito de Dano Moral nao e pacifico como se viu na exposicao de alguns doutrinadores. Por outro lado, nao obstante as diferencas conceituais, o amago da questao reside no sentimento interior do individuo para com ele mesmo e para com a sociedade. A nosso ver, entende-se o "dano moral" nao como a dor, a angustia, o desgosto a humilhacao, o complexo que sofre a vitima do evento danoso, pois esses estados de espirito constituem o conteudo, ou melhor, a consequencia do dano, ou seja, uma vez ocorrido o dano, as suas consequencias maleficas e que seriam o verdadeiro "dano moral". O direito nao repara qualquer padecimento dor ou afligao, mas aqueles que forem decorrentes da privagao de um bem juridico sobre o qual a vitima teria interesse reconhecido juridicamente. Dessa forma, todo bem nao material que venha

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a sofrer lesao, que cause muita repercussao no seu interior, e em suma passivel de reparagao.

CAPITULO 3

REPARAQAO P E L O DANO MORAL

3.1 Fungao da reparacao por danos morais.

Existe na doutrina entendimento que tres sao as principals funcoes da reparagao por danos morais. Sao elas a sancionatoria, educativa e compensatoria (ou satisfaioria ou de equivalencia). Neste interim, mestres entendem que elas agem separadamente e outros autores dizem que estas funcoes agem de uma mesma forma, unidas, que todas se interagem. Somos pela segunda corrente uma vez que congrega uma interpretagao ampla da Teoria da Reparagao.

Pela fungao sancionatoria entende-se por sentenciar uma pena com o objetivo de demonstrar ao agente causador do dano que o seu ato foi danoso para a sociedade e que ele nao sera esquecido. Que a comunidade nao tera nenhum tipo de dano.

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A reparacao por danos morais ha muito vinha sendo contestada, baseando-se seu defensores em argumentacoes perfunctorias tais como, o de que a dor nao tern prego, nao pode ser mensurada, de que haveria desrespeito aos valores espirituais, notadamente, em caso de falecimento, alem do argumento de que e temerario atribuir ao arbitrio do juiz a fixagao do quantum. Nos dias atuais, o que podemos observar e que a corrente negativista, que prega a nao reparagao por danos morais perdeu varios de seus defensores, em virtude de grandes doutrinadores de peso argumentarem fortemente a favor da reparagao, com o devido respeito aos que nao comungam da tese positivista. Negar a reparagao dos danos morais, sob os mais diversos fundamentos e negar a existencia de um patrimonio ideal das pessoas, ou, pelo menos, a nao aceitagao de que todos os seres humanos sao detentores de valores espirituais.

Seria, a contrario sensu, reduzir o patrimonio do individuo apenas aqueles bens que sao valoraveis economicamente (bens materials).

A outra fungao da reparagao do dano moral e a educativa, que acaba por confundir-se com a fungao penal. Ora, a pena tern o condao de impor ao lesante o sentimento de que o dano que praticou nao ficou impune e que, apesar da sangao penal correspondente ao crime, tera tambem como pena o dever de pagar ao ofendido um valor pecuniario a titulo de indenizagao no juizo civel. A fungao penal esta separada da fungao educativa por uma linha muito tenue, quase imperceptivel. O que se tern certeza e que a fungao penal esta mais atrelada ao crime em si, do que com o dever de indenizar, que tern correlagao com a fungao educativa. O carater punitivo da reparagao e explicado pelo famoso ditado "O bolso e a parte mais sensivel do corpo huma.no", ou seja, para o ofensor, a obrigatoriedade de reparar

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pecuniariamente o danc causa diminuigao de seu patrimonio material, impondo-lhe um sentimento de punigao e de educagao, pois nao ira querer repetir o dano e ter que desembolsar nova quantia, diminuindo o seu patrimonio material e o seu bem-estar economico, que para o materialista, e primordial.

Existe uma terceira fungao, qual seja a compensatoria, podendo ser encontrada tambem corn a denominagao de satisfatoria ou, de equivalencia, que a mais sentida no teor da sociedade. A fungao compensatoria da reparabilidade do dano moral e facilmente verificada quando se parte da premissa de que nem todos os danos morais, assim como acontece com os danos materials, podem ser reparados in totum.

0 ofendido e compensado pelo lenitivo pecuniario, que Ihe trara a

satisfagao para a sua humilhagao, sofrimento e dor, proporcionada pelo agressor que causou o prejuizo, como tambem bens que o fagam esquecer do dano sofrido e que Ihe tragam prazer, alegria e lazer.

A doutrina aclama a uma so voz a efetivagao da reparagao moral, prova disso a Professora Maria Helena Diniz apregoa que:

O lesado pode pleitear uma indenizacao pecuniaria em razao de dano moral, sem pedir um prego para sua dor, mas um lenitivo que atenue, em parte, as consequencias do prejuizo sofrido, melhorando seu futuro, superando o deficit acarretado pelo dano. 16

Na atual sistematica social o melhor meio de reparagao do pretium doloris

e a pecuniaria, uma vez que possui natureza compensatoria, que e o unico meio de

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