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Estratégias diferenciadas em sala de aula levam os alunos a serem protagonistas de seu próprio conhecimento

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PORTUGUESA E LITERATURA

LETÍCIA LUÍSA ANASTÁCIA DE OLIVEIRA TARGA

ESTRATÉGIAS DIFERENCIADAS EM SALA DE AULA LEVAM OS ALUNOS A SEREM PROTAGONISTAS DE SEU PRÓPRIO CONHECIMENTO

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA - PR 2018

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ESTRATÉGIAS DIFERENCIADAS EM SALA DE AULA LEVAM OS ALUNOS A SEREM PROTAGONISTAS DE SEU PRÓPRIO CONHECIMENTO

Monografia de Especialização apresentada ao Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação, Curso de Especialização em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de “Especialista em Língua Portuguesa e Literatura” -

Orientador: Prof. Dr. Cristiano de Sales

CURITIBA - PR 2018

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Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm minha vida, ао mеυ esposo Frank Ueber Targa, meus filhos Frank Eduardo de Oliveira Targa e Laura Vitória de Oliveira Targa, minha mãe Iraci Pereira de Oliveira e

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aula levam os alunos a serem protagonistas de seu próprio conhecimento. 2018. 36. Monografia (Especialização em Ensino de Língua Portuguesa e Literatura) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2018.

Esta pesquisa tem por finalidade apresentar uma sequência de atividades de uma Instalação Poética, visando alunos protagonistas da sua aprendizagem e não um mero ouvinte. O professor por meio desta estratégia envolverá o educando, contribuindo para o desenvolvimento e o pensar crítico do discente, fazendo com que o mesmo interaja, compartilhe experiências e sinta prazer com a literatura. A escolha da metodologia surgiu para propor um trabalho diferenciado, tornando as aulas mais prazerosas e agradáveis, incentivando os adolescentes a despertarem o interesse pelos poemas, considerando que é um recurso didático inestimável. Assim sendo, pondera-se que formas díspares - como a apresentada - para os estudos de poemas permitem uma maior interação entre alunos e professores.

Palavras-chave: Instalação Poética. Metodologias diferenciadas. Protagonistas. Aprendizagem. Literatura.

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TARGA, Letícia Luísa Anastácia de Oliveira. Differentiated strategies in the classroom lead students to be protagonists of their own knowledge. 2018. 36. Monograph (Specialization in Teaching Portuguese Language and Literature) -Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2018.

This research aims to present a sequence of activities of a Poetic Installation, aimed at students who are protagonists of their learning and not a mere listener. The teacher through this strategy will involve the learner, contributing to the development and critical thinking of the learner, causing the learner to interact, share experiences and enjoy literature. The methodology was chosen to propose a differentiated work, making classes more pleasant and pleasant, encouraging adolescents to arouse interest in poems, considering that it is an invaluable didactic resource. Thus, it is considered that disparate forms - such as the one presented - for poetry studies allow a greater interaction between students and teachers.

Keywords: Poetic Installation. Differentiated methodologies. Protagonists. Learning.

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1. INTRODUÇÃO 8

1.1 A leitura literária no ambiente escolar 9

1.2 Estratégias de leitura à luz de uma perspectiva interacional ...10 1.3 Leitura literária refletida: sugestão de

atividade...11

1.4 Instalação Poética: Sequência de atividades 13

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS 34

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1. INTRODUÇÃO

A tradicional ideia de que o conhecimento em sala de aula está centrado no professor ou no aluno tem dado espaço para uma outra forma de pensar a educação. Agora vemos o aluno como protagonista de seu processo de aprendizagem, em uma relação de troca com o professor, em uma via de mão dupla em que ambos aprendem e se desenvolvem.

Oferecer a ele autonomia, estimulando-o a buscar informação e a construir conhecimento caminhando com as próprias pernas. Isso não significa deixá-lo a própria sorte, mas sim mediar o processo de aprendizagem acompanhando os seus projetos desde o início até a finalização.

Nesse novo formato, o professor deve abrir os caminhos para que o estudante pesquise os conteúdos e descubra a melhor maneira de absorvê-los. Todavia é importante ressaltar que aluno precisa se sentir parte do processo, interagindo em sala, sugerindo atividades e compartilhando experiências com os outros alunos.

É relevante estimular a capacidade criativa de cada um, fazer isso é essencial ao protagonismo estudantil, pois a criatividade é uma função nobre da inteligência que motiva o aluno a desenvolver o olhar multifocal, pensar fora da caixa e sair do lugar comum. Desenvolve-se a capacidade de analisar as situações, fazer escolhas, corrigir rotas, estabelecer metas, administrar as emoções e gerenciar os pensamentos.

É conhecimento dos docentes a importância que a literatura tem na formação do indivíduo. É uma das dimensões culturais que mais oferece condições para o desenvolvimento do ser e que, por esta razão, pode ser instrumento e meio de ensino de muitas áreas do conhecimento além dela própria.

Todavia, o que temos presenciado nas salas de aula é a aversão de alunos em relação à literatura, para muitos o livro literário não passa de uma obrigação, um ato mecanizado que não provoca nenhum prazer. Se o ambiente não é favorável, eles se tornam engessados, desinteressados e perdem a curiosidade natural pelas coisas. Para Antonio Candido:

A literatura tem sido um instrumento poderoso de instrução e educação, entrando nos currículos, sendo proposta a cada um como

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equipamento intelectual e afetivo. Os valores que a sociedade preconiza, ou os que considera prejudicais, estão presentes nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas. CANDIDO (1995, p.175)

1.1 A leitura literária no ambiente escolar

1. Como os professores podem contribuir para dinamizar as práticas de leitura literária no contexto escolar?

Pesquisas apontam que os jovens estão se afastando cada vez mais do ato de ler. Aspectos como computadores, videogames, TV, acesso restrito à leitura no núcleo familiar e a falta de incentivo têm ocasionado pouco interesse pela leitura e por consequência dificuldades marcantes que sentimos na escola: vocabulário precário, reduzido e informal, dificuldade de compreensão, erros ortográficos, poucas produções significativas dos alunos, conhecimentos restritos aos conteúdos escolares. Faz-se então necessário que a escola busque resgatar o valor da leitura, como ato de prazer e requisito para emancipação social e promoção da cidadania.

Segundo os PCNs, o estudo da literatura no ensino médio precisa levar o aluno para um contexto social vivenciado fora dos limites escola e dos conhecimentos repassados na escola. Com isso, a aprendizagem torna- se significativa, pois o aluno acaba identificando-se com o que a escola propõe.

A literatura nos permite, de fato, vivenciar e (re)criar acontecimentos e experiências, sentimentos e emoções. Além disso, o texto literário apresenta uma natureza lúdica e convida o leitor a compartilhar do jogo da imaginação, da fantasia e ainda a brincar com as palavras. Em outras palavras, a experiência estética (como condição de compreender o sentido e importância social da arte) vivenciada na leitura de obras literárias aguça a imaginação, a sensibilidade e, pela catarse (experiência comunicativa básica da arte; o espectador não apenas sente prazer, mas também é motivado à ação) apura as emoções, além de promover a construção de conhecimentos, atitudes morais e éticas, ou seja, a literatura contribui, de fato, para a formação da cidadania, justificando, portanto, a sua necessidade no currículo escolar. MAGALHÃES (2009, p.153)

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Neste sentido, é dever de nossa instituição de ensino, juntamente com professores e equipe pedagógica, propiciar aos nossos estudantes momentos que possam despertar neles o gosto pela leitura, o amor ao livro, a consciência da importância de se adquirir o hábito de ler. O aluno deve perceber que a leitura é o instrumento chave para alcançar as competências necessárias a uma vida de qualidade, produtiva e com realização.

1.2 Estratégias de leitura à luz de uma perspectiva interacional e socioconstrutivista

Os estudos de Bronckart, na obra Atividade de linguagem, textos e discursos (1999), investigam os pressupostos construídos com base, de um lado, na influência da psicologia da linguagem, que toma as unidades linguísticas como condutas humanas, focando as condições de sua aquisição e funcionamento, e, de outro lado, no interacionismo social, com a orientação de que as condutas humanas devam ser entendidas como ações significativas, portanto situadas e que tenham presente que as “propriedades estruturais e funcionais são, antes de mais nada, um produto da socialização” (1999, p. 13).

O professor que tem essa concepção de ensinar entende que, se “exerce sua função”, “dá o seu recado”, a questão do aprender fica por conta do aluno, ou depende deste: se aprendeu, é porque estudou; se não aprendeu, é porque foi relapso, não se empenhou o suficiente. Assim, o conceito de aprender é um pressuposto que está implícito nas malhas de um processo que se confunde com a própria vida, com a cultura e modo de ser de cada indivíduo e grupo.

O Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem que derivam, principalmente, das teorias da epistemologia genética de Jean Piaget e da pesquisa sócio histórica de Lev Vygotsky, parte da ideia de que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.

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Assim, o sujeito do conhecimento está o tempo todo modelando suas ações e operações conceituais com base nas suas experiências. O próprio mundo sensorial com que se depara é um resultado das relações que se mantém com este meio, de atividade perceptiva para com ele, e não um meio que existe independentemente.

É necessário que em sala de aula seja promovido oficinas com sequências didáticas como forma de trabalhar os textos literários. Zabala define a SD como:

Um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos. (ZABALA, 1998, p.18 –grifos do autor).

Por meio de uma leitura crítica e engajada, formaremos indivíduos que questionam a realidade; leitores competentes (aquele que é capaz de ler nas entrelinhas identificando elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos); alunos capazes de desenvolver uma leitura que extrapole os limites da simples periodização dos estilos de época e da caracterização dos seus principais autores.

1.3 Leitura literária refletida: Sugestão de atividade

Utilizei a sequência didática de uma Instalação Poética que pertence ao caderno do aluno, volume 2, do Currículo do Estado de São Paulo (2014-2917, p.32). Durante todo o ano letivo de 2017 os alunos trabalharam com o poema, nesse momento cada grupo selecionará um poema (com tema a ser definido) e aproveitará um dos diferentes níveis semióticos, visto como expressão literária, para produzir uma interpretação que será convertida em instalação artística.

Os conteúdos a seguir foram desenvolvidos em rede e progressivamente durante as aulas: 1) A poesia como sistema intersemiótico: Os diferentes códigos semióticos no texto poético e a tradução entre linguagens verbal e não verbal do tecido poético; 2) Produção e interpretação de texto artístico: Interpretar um texto literário para produzir uma obra de arte; 3) Expressão artística moderna intersemiótica- a instalação: Conhecimento e valorização da instalação. Relações entre texto poético, instalação e espaço escolar.

A Instalação é um fazer artístico dos mais relevantes no panorama das artes no século XX e início do XXI. Enquanto poética artística permite uma grande

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possibilidade de suportes, a gama variada de possibilidades, em sua realização pode integrar recursos de multimeio. Esta abertura de formatos e meios faz com que esta modalidade se situe de forma totalmente confortável na produção artística contemporânea, já que a Arte Contemporânea tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.

A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo, a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas, faz da Instalação um espelho de nosso tempo, todavia dialogando com poemas clássicos.

Esta participação ativa em relação à obra faz com que a fruição da mesma se dê de forma plena e arrebatadora, o que em muitos casos pode até mesmo tornar esta experiência incômoda e perturbadora.

1.4 Instalação Poética: Sequência de atividades

Nesta Situação de Aprendizagem, a classe foi dividida em nove grupos. Cada grupo aproveitou um dos diferentes níveis semióticos do poema, visto como expressão literária, e produziram uma interpretação que foi convertida em instalação artística.

Os conteúdos e temas analisados são: poesia como sistema intersemiótico; produção e interpretação de texto artístico; expressão artística moderna intersemiótica: a instalação.

As competências e habilidades desenvolvidas nos alunos foram: reconhecer diferentes elementos internos e externos que estruturam um poema, apropriando-se deles no processo de construção do sentido; identificar os efeitos de sentido que resultam da utilização de determinados efeitos linguísticos; desenvolver a sensibilidade linguística no processo de leitura do texto poético; utilizar os conhecimentos sobre a relação entre arte realidade para atribuir sentido a um texto artístico (verbal ou não verbal).

As atividades em grupo; pesquisa de teorias e de textos poéticos; explicações coletivas e individuais do professor são sugestões de atividades que foram trabalhadas.

É relevante utilizar recursos como: fotografias de instalações; letras de música; aparelhagem de som; dicionário; livros literários e didáticos; materiais diversos de papelaria e recicláveis.

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Durante todo o processo fez-se necessário acompanhar o desenvolvimento dos alunos na atividade proposta; produção de textos e de instalação artística.

No início para fazer uma sondagem do que os alunos sabiam, introduzi canções que apresentavam relações entre sons e sentidos. Como sugestão, a música Segue o seco, de Marisa Monte. Essa música faz parte do CD Barulhinho bom (Brasil, 1996), da mesma cantora.

Segue o Seco - Marisa Monte A boiada seca

Na enxurrada seca A trovoada seca Na enxada seca

Segue o seco sem sacar que o caminho é seco Sem sacar que o espinho é seco

Sem sacar que seco é o Ser Sol

Sem sacar que algum espinho seco secará E a água que sacar será um tiro seco E secará o seu destino seca

Ô chuva, vem me dizer

Se posso ir lá em cima pra derramar você Ó chuva, preste atenção

Se o povo lá de cima vive na solidão Se acabar não acostumando

Se acabar parado calado Se acabar baixinho chorando Se acabar meio abandonado Pode ser lágrimas de São Pedro Ou talvez um grande amor chorando Pode ser o desabotoar do céu

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Pode ser coco derramado

Após assistir ao videoclipe da música socializamos as informações retiradas do site Wikipédia que foi dirigido por Cláudio Torres e José Henrique Fonseca, gravado em 1995 e mostra imagens de Marisa junto a habitantes de uma localidade que sofre com a estiagem de chuva. No final, começa a chover, e Marisa e os habitantes celebram dançando. Possui elementos de simbologia religiosa, como cruzes, velas e imagens de santos, uma mistura prevalente da fé poderosa que esse povo abraça, por não ter onde recorrer, e é no olhar cansado e marcado na pele, pelo sol escaldante de todos os dias, que conseguimos separar a avareza da humanidade. A chuva, quase como uma dadiva, cai na terra e molha o solo seco, como um milagre. A certeza de bons ventos de esperança enche os pulmões e a sensação da água tocando a pele é como tocar o veludo. É quase uma idílica da realidade nordestina, assim como o fez Graciliano Ramos em Vidas Secas.

Neste momento questionei os alunos sobre o que lhes sugeria o som do título. É importante que os alunos notem que os sons [s], [g] e [k] em Segue o seco reforçam a própria sugestão de seca de que trata a música, da esperança de chuva. Aproveitei para trabalhar a sugestão de “molhado” presente na palavra chuva.

Realizei a leitura em forma de jogral para perceberem a sonoridade das palavras. Explorei também a leitura individual e em voz alta.

Atividade

1. Apresentação da letra da música Morena de Angola, de Chico Buarque (pedi para que os alunos acompanhassem atentamente). Depois de escutá-la, solicitei que anotassem a letra no caderno.

Morena de Angola, de Chico Buarque

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela Será que a morena cochila escutando o cochicho do chocalho Será que desperta gingando e já sai chocalhando pro trabalho

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Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela Será que ela tá na cozinha guisando a galinha à cabidela

Será que esqueceu da galinha e ficou batucando na panela Será que no meio da mata, na moita, a morena ainda chocalha Será que ela não fica afoita pra dançar na chama da batalha Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela Será que quando ela vai pra cama a morena se esquece dos chocalhos Será que namora fazendo bochicho com seus penduricalhos

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela Será que ela tá caprichando no peixe que eu trouxe de Benguela Será que tá no remelexo e abandonou meu peixe na tigela

Será quando fica choca põe de quarentena o seu chocalho Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela Eu acho que deixei um cacho do meu coração na Catumbela Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela

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Morena, mínima danada, minha camarada do MPLA

O fato de contextualizar a música é importante para que os alunos possam atribuir um melhor sentido, de maneira que fique totalmente esclarecido, mostrando as circunstâncias que estão ao redor.

No site Wikipédia consta que a ideia para a canção surgiu enquanto os artistas estavam num ônibus a caminho da praia de Caotinha, em Benguela. Clara, conversando com Chico sobre o conceito de seu álbum, sugeriu a ele que compusesse uma canção para ela; o cantor concordou. No mesmo dia, à noite, seguiram para o morro da Catumbela, onde assistiram a uma apresentação de cantos e danças típicas. Referências a todos estes locais estão presentes na letra da canção que, segundo Chico, conta "a história toda" da viagem. O próprio termo "Morena", no título da canção, pode ser uma referência a uma famosa praia de Benguela.

A canção conta a história de uma morena que "leva o chocalho amarrado na canela". Na dança conhecida como Moçambique, um pequeno chocalho feito de palha trançada, cujo interior é cheio de pedras ou garrafas, costuma ser amarrado nas canelas dos dançarinos, à maneira de algumas tribos africanas. Há também uma referência à receita de galinha à cabidela, prato tradicional de ex-colônias portuguesas no qual se cozinha o arroz junto com o sangue e a carne do animal. O verso "Passando pelo regimento, ela faz requebrar a sentinela" faz referência à Guerra Civil Angolana, indicando que os sentinelas não resistiriam ao requebrado da morena. Outro verso que faz referência à Guerra Civil é "Será que ela não fica

afoita pra dançar na chama da batalha?".

Após a viagem a Angola, cujo contexto pós-independência impressionou a cantora, Clara começou a se inteirar sobre o contexto político brasileiro. Ela passou a participar ativamente de movimentos que tinham como finalidade discutir a abertura política do país. Começou também a falar sobre política e discutir o tema de forma veemente, inclusive em entrevistas. Por este motivo, Chico colocou o verso "Morena, bichinha danada, minha camarada do MPLA" na canção. Para Marco Polli, em artigo na edição brasileira do Le Monde diplomatique, se trata do sétimo pior verso da música brasileira. Para ele, a fatalidade da Guerra Civil Angolana não justifica o tom alegre da canção.

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2. Discuta oralmente o sentido da letra da música.

3. Pedi para que os alunos escolhessem um verso da letra da música em que apareça um termo de sentido desconhecido e pesquisem o sentido do termo no contexto e no dicionário. Em seguida reescreva o verso, substituindo o termo por um sinônimo.

4. Solicitei que selecionassem um verso da letra da música que pareça bastante interessante do ponto de vista sonoro.

a) Levando-se em conta o assunto da letra da música, o que sugere a sonoridade do verso?

b) Transcreva outro verso que tenha a mesma sonoridade do verso anterior.

5. Continue explorando as sugestões sonoras encontradas em algumas palavras, como as que seguem:

sussurro cochicho chiado rasgar pingue-pongue

ninar mamãe

6. Promovi uma discussão oral sobre: a. O que sabem sobre Angola?

b. Que relações esse país tem com o Brasil? Sons e sentidos poéticos

1. Os alunos leram atentamente e responderam: Que ideias as consoantes reforçam na palavra pingue-pongue?

2. Observaram como o som do “r” reforça o sentido deste famoso trava-língua:

O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha raivosa rasgou o resto.

O que o som constante do “r” sugere ao leitor? Lembrete:

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A língua portuguesa tem seis sons oclusivos ou explosivos não nasais: B/P; D/T; G; K. São chamados explosivos porque sugerem uma pequena explosão quando são pronunciados. Também são chamados não nasais porque você não solta ar pelo nariz para pronunciá-los.

Os sons nasais da língua portuguesa, geralmente representados na escrita pelos grafemas M, N ou NH, muitas vezes sugerem doçura ou carinho, podendo também ser usados para prolongar uma sensação, como quando lemos “Mmmmmm” em uma história em quadrinhos, por exemplo. Outros sons que sugerem continuação de algo são os normalmente representados por S e R. O som do S é um som sibilante, como o produzido por uma cobra, e o R é chamado de vibrante.

Roteiro para aplicação

Os conteúdos a seguir devem ser desenvolvidos em rede e progressivamente durante as aulas:

 A poesia como sistema intersemiótico

Os diferentes códigos semióticos no texto poético e a tradução entre linguagens verbal e não verbal do tecido poético.

 Produção e interpretação de texto artístico

Interpretar um texto literário para produzir uma obra de arte.  Expressão artística moderna intersemiótica: a instalação

Conhecimento e valorização da instalação. Relações entre texto poético, instalação e espaço escolar.

 Elaboração de fôlder

Definição e elaboração de fôlder seguindo o projeto maior delineado para esta Situação de Aprendizagem.

Em um poema, a significação e seu valor literário podem dar-se não apenas no conteúdo que ele, em uma primeira leitura, permite que o leitor construa. Os sons, as classes gramaticais, as estruturas sintáticas, os jogos semânticos, os recursos estilísticos, enfim, tudo possibilita que a linguagem poética se adense, ganhe sentido e valor artístico aos olhos sensíveis do leitor hábil.

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O nível fonético do poema

Solicitei aos alunos que lessem com atenção a estrofe a seguir de Cruz e Souza. Este nível refere-se ao som do signo no poema. Observe:

[...]

Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias dos violões, vozes veladas, vagam nos velhos vórtices velozes dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. [...]

Foram realizados os seguintes questionamentos:

1.O que sugere a repetição da constritiva labiodental sonora [v] e das constritivas alveolares [s] e [z]?

2. Em um poema:

a) O que são aliterações? Encontre no livro didático ou em outro material de estudo um exemplo de aliteração.

b) O que são assonâncias? Encontre no livro didático ou em outro material de estudo um exemplo de assonância.

c) O que são rimas? Encontre no livro didático ou em outro material de estudo um exemplo de rima.

Neste momento os alunos produziram um poema.

3. Desperte o poeta dentro de você e escreva um poema em que apareçam exemplos de aliteração, assonância e rima.

O nível semântico-figurativo do poema

Refere-se ao uso afetivo que se faz da linguagem figurada, da qual destacamos de modo particular a metáfora. Embora a expressividade se concentre em determinada palavra, o sentido somente será construído pela relação semântica dessa palavra com outras. Como exemplo, o conhecido verso de Luís Vaz de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Nesse verso, o jogo metafórico não se reduz a comparar o amor ao fogo: algo devorador, que consome ao mesmo tempo que aquece. O eu lírico vai além e nos

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diz que não se trata de uma espécie qualquer de amor, mas daquele que arde sem se ver. Aqui o jogo antitético (de antíteses) é completo: todo fogo que arde é visível, mas o amor, indo contra toda a lógica, arde e não se vê. Denominamos oximoro a figura de linguagem em que existe um paradoxo e que harmoniza dois conceitos opostos em uma única expressão.

Sugestão: Professor, peça aos alunos que façam a sequência de atividades a seguir. Oriente-os a rever, na gramática ou no livro didático, o tópico “figuras de linguagem”.

1. Relacione adequadamente os três grupos: figura – definição – exemplo. FIGURA: (A) Antítese (B) Metáfora (C) Metonímia (D) Sinestesia DEFINIÇÃO:

(D) Relação de planos sensoriais diferentes, tais como olfato com paladar ou olfato com audição.

(B) Aproximação de palavras em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos designados por esses termos.

(A) Aproximação de palavras ou ideias com significados opostos.

(C) Emprego de um termo por outro, uma vez que se verifica a possibilidade de associação entre eles.

EXEMPLO:

(B) Ela tem o mais lindo sorriso de luz que eu já vi. (C) Ouvi Jota Quest enquanto vinha para a escola.

(D) Nos seus cabelos negros eu respiro o odor suave da escuridão. (A) “Quem tudo quer, nada tem” (provérbio popular).

2. Leia com atenção este conhecido verso do poeta português Luís Vaz de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Após a discussão em sala de aula, complete a análise desse verso com as palavras do quadro a seguir. Observe que uma das palavras do quadro vai sobrar:

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opostos – arde – fogo – antítese – aquece – visível – oximoro – olhar

Nesse verso o amor é comparado ao ______: algo devorador, que consome ao mesmo tempo que ___________. O eu lírico vai além e nos diz que não se trata de uma espécie qualquer de amor, mas daquele que ________ sem se ver. Aqui o leitor encontra uma ___________: todo fogo que arde é ____________, mas o amor, indo contra toda a lógica, arde e não se vê. É chamada de ___________ a figura de linguagem que harmoniza dois conceitos _____________ em uma única expressão.

1. No caderno, escreva uma frase em que se nota a mesma figura de linguagem presente no verso de Luís Vaz de Camões: “O mundo todo abarco e nada aperto”. 2. No caderno, escreva uma frase em que se note a mesma figura de linguagem presente na frase do escritor brasileiro Alphonsus de Guimaraens: “Nasce a manhã, a luz tem cheiro...”.

O objetivo desta atividade proposta não é ensinar todos os níveis de análise de um poema para que, depois, os alunos comecem a fazer suas pesquisas. Ao contrário, o que se espera é desenvolver a sensibilidade linguística dos alunos no processo de leitura do texto poético.

Assim, apresente os níveis de modo introdutório, sem concentrar-se em nenhum deles. É possível que seus alunos já tenham boa visão geral dos elementos linguísticos que formam esses três níveis semióticos.

Fazendo arte: do poema à instalação

Partindo de diferentes elementos que constituem esses níveis, em grupos, os alunos elaborarão instalações artísticas que traduzam seu modo de interpretar o poema. Observe que não se deseja que os grupos “mergulhem” em todas as possibilidades que o poema oferece, nem sequer na “interpretação oficial” que, porventura, aparecer no livro didático, mas que aproveitem ao máximo o nível semiótico que estão trabalhando, aplicando-o ao poema e produzindo desse encontro uma obra artística de natureza não verbal: a instalação.

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1. A classe foi dividida em nove grupos. Cada grupo trabalhou como se fosse uma agência de produção e direção de arte.

2. A agência de produção e direção de arte recebeu um importante trabalho: vai participar de uma mostra cultural da comunidade local. Para isso, produzirá uma instalação que traduza um determinado nível de significação da linguagem poética em um poema. Nesta Situação de Aprendizagem, concentramo-nos em três níveis específicos de significação do poema: fonético, morfossintático e semântico-figurativo. Recapitulem esses conteúdos já estudados.

E o que é uma instalação?

3. Observe agora a reprodução fotográfica da instalação do artista brasileiro Luiz Flávio.

Figura 1 – Paisagens Portáteis

Fonte: Proposta Curricular do Estado de São Paulo, caderno do professor de língua portuguesa, 1ªsérie, volume 2 – 2014/2017

Um espelho negro, uma maquete de um castelo francês e dez quadros obtidos no mercado criam a ilusão de mundo imaginário, mágico e controlado por nós, no qual podemos até alterar a paisagem circundante. Sobre a instalação de Luiz Flávio podemos afirmar que se trata de:

I. um jogo de ilusões em que podemos nos sentir capazes de mudar tudo ao nosso redor.

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II. uma tradução do egoísmo que priva os seres humanos do direito de terem uma vida perdulária de luxo e satisfação individualista.

Estão corretas: a) Apenas I. b) Apenas II. c) I e II.

O que o artista fez?

Ele procurou unir a obra de arte ao próprio espaço em que ela é exposta, valorizando igualmente ambos. Dessa forma, não é a habilidade de desenhar, pintar, esculpir etc. que é valorizada, mas a de instalar-se no espaço (daí, instalação) produzindo efeitos sensoriais no público. A isso chamamos de instalação. Ela valoriza tanto a obra como o espaço onde é exposta, transformando-o em obra de arte. As instalações podem ser visuais, mas também sonoras, olfativas etc. O importante é que elas sejam um momento de encontro do público com a arte instalada em um espaço.

Atividade

Lena não compreendeu bem as explicações sobre o que é uma instalação. Observe o que ela conversa com Cadu, pela internet, e complete adequadamente as falas de Cadu:

Lena diz:

Que chata a aula de ptg, kara! Naum entendi nada da instalação. Q eh issu, brou? Cadu diz:

Ah, Lena, nem eh taum complicado assim... Lena diz:

Ah, eh? Entaum me explica ae, mew! Mas explica de um jeito q eu entenda! Cadu diz: Ok. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Lena diz:

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Cadu diz: Claro.

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Voltemos à atividade de Instalação Poética

1. Seguindo as suas orientações, cada agência de produção e direção de arte vai criar uma instalação artística que traduza de modo original e inventivo a interpretação que fizerem de um poema com base nos diferentes níveis de significação do poema, tais como o fonético, o morfossintático e o semântico--figurativo.

Há, portanto, três movimentos importantes:

I. compreender bem a teoria do nível de significação estudado; II. aplicá-lo no processo de interpretação de um poema;

III. transformar essa interpretação em uma instalação.

Tendo uma visão geral do que são os níveis semióticos que compõem um poema e compreendendo o que é uma instalação, podemos dar início a nossos trabalhos. Recapitulando aos alunos: são nove grupos, portanto, cada um ficará responsável por explorar um dos níveis semióticos do texto poético, como segue:

1. Nível fonético

a) aliterações e assonâncias

Aliteração consiste em repetir fonemas idênticos ou parecidos (consoantes ou vogais) numa frase ou verso, especialmente nas sílabas tônicas.

Assonância é a repetição de vogais na mesma frase ou verso – ou seja, uma forma de aliteração. Por vezes, a assonância combina-se com a aliteração. Isso acontece, por exemplo, na frase citada a seguir, na qual encontramos, a par da assonância do “e”, a aliteração do “s”:

Exemplo: “Na messe, que enlourece, estremece a quermesse” (Eugênio de Castro). b) rimas

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2. Nível morfossintático a) verbos b) substantivos c) adjetivos 3. Nível semântico-figurativo a) antíteses

A antítese é a aproximação de palavras ou ideias com significados opostos. Exemplo: “O mundo todo abarco e nada aperto” (Luís Vaz de Camões). b) metáforas

A metáfora é a aproximação de palavras em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos designados por esses termos. Exemplo: “Meu coração é uma estrela cadente”.

c) metonímias

A metonímia consiste no emprego de um termo por outro, uma vez que se verifica a possibilidade de associação entre eles.

Exemplo: “Li Machado de Assis nos feriados”. d) sinestesias

A sinestesia é uma figura que relaciona planos sensoriais diferentes, tais como olfato com paladar ou olfato com audição.

Exemplo: “Nasce a manhã, a luz tem cheiro...” (Alphonsus de Guimaraens).

Atenção: Recapitular ou aprofundar os conteúdos importantes para a elaboração do trabalho. Deixe claro que aprofundar os conteúdos e aplicá-los ao poema é parte do trabalho em grupo, que será feito nas aulas seguintes.

Fiz uma sugestão de autores aos alunos, entre os quais eles escolheram um para a elaboração da atividade. A lista contemplou os grandes poetas do cânon da literatura em língua portuguesa como: Adélia Prado, Alphonsus de Guimaraens, Álvares de Azevedo, António Gedeão, António Nobre, Arlindo Barbeitos, Carlos Drummond de Andrade, Castro Alves, Cecília Meireles, Corsino Fortes, Cruz e Sousa, Eugênio de Castro, Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Oswald de Andrade, Oswaldo Alcântara, Ruy Duarte de Carvalho.

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Em grupos, os adolescentes realizaram a pesquisa no laboratório de informática da escola e selecionaram belíssimos poemas como: “O Pássaro cativo”, de Olavo Bilac; “Violões que choram”, de Cruz e Sousa; “O menino que carregava água na peneira”, de Manoel de Barros; “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias; “Canto de regresso à pátria”, de Oswald de Andrade e também a música que é o tema da Instalação “A cara do Brasil”, de Vicente Barreto.

Atividade

1. Ao examinar atentamente a foto da instalação da artista brasileira Sara Ramo, observe como o material se transforma ao ser instalado em um espaço. Leia atentamente as especificações sobre a obra, colocadas após a foto. As instalações defendem modos próprios de ver o mundo e o outro que nele vive.

Figura 2 – Instalação de Sara Ramos

Fonte: Proposta Curricular do Estado de São Paulo, caderno do professor de língua portuguesa, 1ªsérie, volume 2 – 2014/2017

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Fonte: Proposta Curricular do Estado de São Paulo, caderno do professor de língua portuguesa, 1ªsérie, volume 2 – 2014/2017

Sobre a instalação de Sara Ramo, é possível afirmar:

I. A instalação permite-nos pensar na transformação social, cultural e individual do ser humano: o abandonado torna-se novidade, surpreendendo a nossa atenção. II. O encontro entre a memória e a criatividade altera os valores dos objetos. Aquilo que aparentemente não tem mais utilidade é “reinventado”, transformado em jardim. III. Ao olharmos a nova utilidade para aquilo que antes não tinha mais serventia, podemos repensar a nossa relação com o mundo.

Estão corretas: a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) Todas. e) Nenhuma.

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Dessa forma, ao desenvolvermos em nossos alunos a apreciação literária de acordo com os diferentes níveis semióticos que compõem o poema e a relacionarmos com a expressão plástica da arte, temos, antes de tudo, de propor a seguinte pergunta:

Qual a proposta do grupo?

Ou seja:

O que vocês desejam mostrar ao público?

Ou, em outras palavras:

Que ideia(s) vocês pretendem defender para o público?

As respostas a essas perguntas darão início ao processo de criação do trabalho artístico. Porém, tais respostas somente surgirão depois que se tiver claro o conteúdo teórico que se deseja desenvolver.

Atenção: Observe que essas questões são o centro de todo o trabalho que será desenvolvido, por isso elas devem ser muito valorizadas nesse processo. Sugerimos que discuta com cada grupo as conclusões a que os alunos chegaram e, ao mesmo tempo, peça-lhes que apresentem as respostas por escrito ao final da aula, certificando-se de que tenham tais respostas também no caderno. Além disso, as questões anteriormente propostas fazem incidir, em uma mesma resposta, três dimensões diferentes: por um lado, a dimensão semiótica do texto poético em sua constituição linguística; por outro, sua interpretação do poema a partir dos elementos teóricos pesquisados; e, finalmente, a transposição da compreensão do poema (linguagem verbal) para outra linguagem, predominantemente visual. Reforce bem a importância desse primeiro momento. Material de papelaria, material reciclável, objetos do cotidiano, tudo pode “virar” obra de arte.

É conveniente que, no início do processo, o grupo prepare um projeto de suas atividades segundo o esquema a seguir:

1. Proposta do grupo. 2. Poema escolhido.

3. Nível semiótico trabalhado.

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Esse projeto deverá ser feito antes dos trabalhos manuais, porém ele poderá ser alterado durante a execução desses trabalhos, conforme o grupo for desenvolvendo melhor as ideias iniciais.

Durante as aulas, percorra regularmente os grupos, tirando dúvidas e incentivando a constante consulta ao livro didático adotado. Observe que a concentração e a disposição para a criação são atitudes comportamentais que influenciarão o resultado final do trabalho.

Atenção: Observe que interpretar um poema não é apenas “falar o que se entendeu”, mas compreender o que se entendeu e manter-se dentro dos limites de interpretação do poema. Isso demonstra o devido respeito ao outro e ao contexto em que a obra de arte surgiu. Assim, é muito bom incentivar um brainstorming (uma “tempestade cerebral”) de ideias sobre o poema escolhido, mas lembre constantemente seus alunos da importância de conseguirem demonstrar suas ideias baseados no poema, especialmente partindo do nível semiótico em que trabalham. Certifique-se de que eles fazem anotações de todo o processo de criação da obra de arte. Isso será importante tanto nesta como na próxima Situação de Aprendizagem. Lembremo-nos de que o tema central deste volume é a voz do outro, ou seja, embora a leitura seja uma atividade de autoria do leitor, é importante destacar que essa autoria não pode excluir o outro, que aqui se manifesta como enunciador do texto poético.

A data escolhida para apresentação da Instalação Poética foi no dia do Sarau da escola. E um aluno ficou responsável por falar do trabalho desenvolvido pela 1ª série do Ensino Médio.

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Fonte: Pesquisador

Fotografia 2 – Os adolescentes ficaram muito envolvidos com a instalação

Fonte: Pesquisador

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Fonte: Pesquisador

Fotografia 4 – A participação foi total

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Fotografia 5 – Organizando os painéis

Fonte: Pesquisador

Fotografia 6 – Cortando as letras do poema

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Fotografia 7 – Colagem dos Painéis

Fonte: Pesquisador

Fotografia 8 – Organizando a Instalação Poética: “A cara do Brasil”

Fonte: Pesquisador

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Fonte: Pesquisador

Fotografia 10 – Com criatividade realizaram a Instalação Poética

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto desenvolvido com a turma da 1ª série A do Ensino Médio da Escola Estadual Prof.º Carlos de Arnaldo Silva – Programa de Ensino Integral na cidade de Jales - SP teve seu objetivo alcançado, pois com a sequência didática, Instalação Poética: “A cara do Brasil”, os jovens envolveram-se em todas as etapas e foram protagonistas da sua aprendizagem.

A participação dos alunos com dificuldades na aprendizagem e também aqueles com indisciplina mostram o quanto devemos valorizar e investir sempre no protagonismo dos adolescentes, dando voz e autonomia para que participem e evoluam na busca do conhecimento.

Conseguiram refletir sobre os diferentes níveis semióticos para produzirem uma interpretação que foi convertida na instalação artística. Utilizaram a criatividade no processo de criação com autonomia e construíram seu conhecimento através das atividades desenvolvidas.

Sempre entendendo o leitor como um dos sujeitos da interação com a obra literária, como um participante ativo, que interpreta, compreende o conteúdo, o professor pode orientar o aluno através do poema, ressaltando a originalidade e a riqueza dos saberes expressos por ele, fazendo-o significar, ressignificar, tornando-o mais humanizado, por meio da leitura e atividades que o façam refletir sobre a própria vida em sociedade.

Conclui-se que essa metodologia da Instalação Poética tem o intuito de auxiliar o professor na difícil questão de trabalhar o poema no Ensino Médio e de incentivar o aluno a ler por prazer. Reconhecer a importância da literatura na construção do sujeito é a base para desenvolver um cidadão mais crítico autônomo e competente.

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: língua portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998.

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Antonio Candido, do ensaio “O direito à literatura”, no livro “Vários escritos”. 3ª ed.. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

CRUZ e SOUSA, João da. Violões que choram. In: Faróis. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&c o_obra=1746>. Acesso em: 3 dez. 2013.

Proposta Curricular do Estado de São Paulo, caderno do professor de língua portuguesa, 1ªsérie, volume 2 – 2014/2017

______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, v. 2, 2001.

KLEIMAN, A. Oficina de Leitura: teoria e pratica. 7. ed. Campinas, SP : Pontes, 2000.

MELO, L. C.; MAGALHÃES, H. G. D. A literatura em sala de aula: investigando materiais de apoio didático. In: SILVA, W. R.; MELO, L. C. (Org.) Pesquisa & ensino de língua materna: diálogos entre formador e professor. São Paulo: Mercado de Letras, 2009.

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MONTE, Marisa. Disponível em: <http://www.marisamonte.com.br/pt>, acesso em: 3 dez. 2013. https://pt.wikipedia.org/wiki/Segue_o_Seco

Referências

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