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Panorama de riscos e agentes presentes em ambientes de trabalho em Curitiba e região

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

BRUNO NAEJ SIGAL VIVAN

PANORAMA DE RISCOS E AGENTES PRESENTES EM AMBIENTES

DE TRABALHO EM CURITIBA E REGIÃO

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2019

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BRUNO NAEJ SIGAL VIVAN

PANORAMA DE RISCOS E AGENTES PRESENTES EM

AMBIENTES DE TRABALHO EM CURITIBA E REGIÃO

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.

Orientador: Prof. Dr Rodrigo Eduardo Catai

CURITIBA 2019

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BRUNO NAEJ SIGAL VIVAN

PANORAMA DE RISCOS E AGENTES PRESENTES EM AMBIENTES

DE TRABALHO EM CURITIBA E REGIÃO

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, pela comissão formada pelos professores:

Orientador:

____________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Banca:

_____________________________________________ Prof. Dr. Cezar Augusto Romano

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

________________________________________ Prof. M.Eng. Massayuki Mário Hara

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

_______________________________________ Prof. Dr. Ronaldo Luís dos Santos Izzo

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Curitiba 2019

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RESUMO

Prevencionistas e Higienistas Ocupacionais frequentam ambientes de trabalho diariamente com o intuito de identificar potenciais riscos e agentes perigosos e, através de uma sólida gestão de segurança, reduzir a exposição dos colaboradores a estas fontes de acidentes e doenças do trabalho. O intuito desta monografia é analisar um banco de dados construído através das informações coletadas por estes profissionais e extrair estatísticas relevantes que nos ofereçam uma melhor perspectiva do ponto de vista de distribuição de riscos e agentes na região metropolitana de Curitiba. A metodologia empregada foi a de visitas técnicas em empresas na região, onde os riscos e agentes foram avaliados qualitativamente, assim como o grau de risco, o número de colaboradores e a área de atuação na indústria da empresa que foi visitada. Os resultados foram armazenados em um banco de dados que foi utilizado para obter estatísticas e elaborar visualizações que nos permitam enxergar como um todo a região estudada e os riscos presentes – por meio mapas de risco e gráficos de proporções – evidenciando os maiores riscos e os agentes mais representativos por ramo de atuação da indústria, com o intuito de colaborar para o desenvolvimento de programas de prevenção melhor direcionados e mais eficientes na mitigação de riscos em ambientes de trabalho.

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ABSTRACT

Occupational hygienists and workplace safety professionals frequently attend work environments aiming the identification of potential risks and dangerous agents and, by using workplace safety policies, reducing worker’s exposition to sources of accidents and occupational hazards. The intent of this monograph is to analyze a database built with the information collected by those professionals and obtain relevant statistics that allow us to see in perspective the distribution of risks and agents in the Curitiba metropolitan area. The database also holds information about the degree of risk, number of workers and the branch of activity of the visited companies, offering criteria which can be used to extract statistics and elaborate data visualization of the targeted region and the present risks with maps and charts. With that information in hand, we can better concentrate the efforts in companies of specific branches of activity and the most relevant agents, collaborating for workplace safety in a more efficient fashion.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

1.1.1 Objetivo Geral ... 7 1.1.2 Objetivos Específicos ... 7 1.1.3 Justificativas ... 7

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 9

2.1 RISCOS ... 9 2.1.1Agentes Físicos ... 10 2.1.1.1 Ruído ... 10 2.1.1.2.Vibração ... 10 2.1.1.3 Radiação Óptica ... 12 2.1.1.4 Campos Eletromagnéticos ... 13 2.1.1.5 Radiação Ionizante ... 14 2.1.1.6 Equipamento Elétrico ... 15 2.1.1.7 Riscos Térmicos ... 15 2.1.2 Agentes Químicos ... 16 2.1.3 Agentes Biológicos ... 18 2.1.4 Agentes Mecânicos ... 20 2.1.5 Agentes Ergonômicos ... 21 2.1.5.1 Ergonomia Física ... 22 2.1.5.2 Ergonomia De Ambientes ... 22 2.1.5.3 Ergonomia de Organizações ... 23

2.1.5.4 Ergonomia para Acessibilidade ... 23

2.2 ENQUADRAMENTOS ... 23

3 METODOLOGIA ... 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

4.1 DISTRIBUIÇÕES POR CIDADE, GRAU DE RISCO E COLABORADORES .... 27

4.2. RISCOS POR CIDADE ... 30

5.3. RISCOS POR CNAE ... 36

5.4. AGENTES POR CNAE E CIDADE ... 52

5 CONCLUSÃO ... 81

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1 INTRODUÇÃO

O processo de redução de riscos em ambientes de trabalho envolve uma etapa de inspeção dos setores onde os colaboradores exercem suas atividades para a identificação dos agentes perigosos e insalubres. Para que a prevenção seja realizada de forma efetiva, estes riscos e agentes precisam ser determinados de forma qualitativa e também quantitativa, pois dependendo do tipo de risco, as concentrações e doses precisam ser comparadas com limites de tolerância presentes nas normas técnicas, garantindo a segurança do ambiente para o colaborador a curto prazo e a longo prazo.

O grande número de agentes causadores de doenças ocupacionais ou riscos de acidente do trabalho é um obstáculo na determinação dos efeitos causados por estes agentes, especialmente quando combinados em um mesmo ambiente. O ruído de diferentes máquinas se combina de forma a aumentar a dose que chega no ouvido do trabalhador e a acústica do ambiente pode prevenir ou prejudicar ainda mais a situação. Produtos químicos que são utilizados em processos industriais podem se combinar em forma gasosa, se diluírem no ar ou reagirem e formarem compostos diferentes, dificultando a determinação dos componentes presentes e suas concentrações.

Além disso, a identificação de situações perigosas em relação a agentes mecânicos, também chamados de riscos de acidentes, e de riscos ergonômicos, que oferecem um potencial latente de dano à saúde dos trabalhadores em um ambiente, são muitas vezes negligenciados em análises e na elaboração de projetos por não serem obrigatórios em programas de prevenção – mesmo sendo grande parte do total dos riscos presentes e serem causadores de acidentes com afastamento, lesões crônicas e doenças ocupacionais.

Observando este contexto, esta monografia foi pensada com o objetivo de analisar um banco de dados que armazena informações de visitas técnicas realizadas em empresa da região metropolitana de Curitiba para desenvolvimento de programas de prevenção e de gerenciamento de riscos. Com informações como o ramo de atuação, o grau de risco, o número de colaboradores e os riscos e agentes identificados, pode-se extrair informações relevantes quanto a distribuição destas características na região de interesse, obtendo uma visão melhor do panorama presente quanto a natureza dos riscos e sua proporção na indústria – de mapas e gráficos que explicitem as relações estudadas.

Uma vez em mãos, as estatísticas extraídas do banco de dados servem de guia para orientar profissionais e estudantes quanto a presença de riscos e agentes na região

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metropolitana e sua indústria. De forma que ambientes de trabalho e ramos de atuação tenham enfoque específico na gestão de segurança, conforme forem determinadas as fontes de risco mais relevantes para cada ambiente, tendo como o ideal a prevenção e o combate efetivo dos riscos e agentes presentes, corroborando para um labor mais seguro e produtivo.

1.1.1 Objetivo Geral

Esta monografia teve o objetivo de analisar através de ferramentas estatísticas os riscos e agentes no que diz respeito à segurança do trabalho em empresas na região metropolitana de Curitiba para constituir um panorama de riscos presentes nos ambientes de trabalho.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desta monografia são:

- Caracterização dos riscos e agentes inerentes a segurança do trabalho presentes nas empresas da região metropolitana de Curitiba.

- Identificação dos agentes presentes nos setores críticos da região metropolitana. - Analisar a distribuição destes agentes através de diferentes parâmetros do banco de dados.

1.1.3 Justificativas

O cotidiano das empresas de consultoria no ramo de segurança do trabalho consiste em visitar empresas clientes e obter informações sobre os postos de trabalhos dos colaboradores, sobre os riscos presentes, e quantificar agentes para determinar se eles se encontram em concentração ou dose prejudicial para o trabalhador. Usualmente, estes dados são armazenados em um sistema que constitui uma base de dados para determinação de programas de segurança e de medicina ocupacional. De forma que, uma empresa que atue de forma longeva no ramo, possui um grande banco de dados de agentes, riscos e empresas da cidade ou região em que está localizada – informação que pode ser estudada para elaborar perfis, determinar características e avaliar a situação do ramo de segurança do trabalho em um grande grupo de empresas.

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A pesquisa, voltada para prevencionistas e higienistas do trabalho, tem como proposta auxiliar na determinação dos riscos e agentes que se apresentam com maior frequência na região metropolitana de Curitiba e sua indústria local. A informação sintetizada e bem representada pode auxiliar a definir melhores programas de gestão de segurança e aumentar a eficiência do combate a riscos relacionados à segurança do trabalho, corroborando para ambientes de trabalho mais seguros para colaboradores, proteção de patrimônio e economia de recursos e desenvolvimento correto de atividades laborais.

O banco de dados que serviu como base para estatísticas apresentadas neste estudo foi obtido através da comunicação com uma empresa que oferece serviços de consultoria em engenharia de segurança do trabalho há mais de vinte anos. Para explicitar as informações armazenadas de forma compreensível, foi necessária consulta a literatura da área de segurança do trabalho para definir riscos e agentes, e a legislação usada para determinação de padrões, normativas e referências.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Para compreender os riscos cuja análise foi proposta por este trabalho, procurou-se na literatura por definições que auxiliassem a organizar os riscos e seus agentes. Conforme as fontes consultadas, em sua maioria normas técnicas e legislações nacionais e internacionais, os seguintes riscos e agentes estão presentes em ambientes de trabalho, e serão utilizados para compor o mapa dos riscos presentes na região de estudo.

2.1 RISCOS

Segundo a Occupational Safety and Health (EUROPEAN COMMISSION, 1996)

considera-se risco, as características ambientais e situações de trabalho que possuem a probabilidade de causar problemas de saúde ao trabalhador envolvido. Riscos são divididos em agentes de acordo com sua natureza e diferentes critérios são adotados, como exposição e dose, por exemplo, para determinar o potencial causador de danos à saúde associado a cada tipo de agente (SPURLOCK BS, 2018).

Técnicas de controle e medição, assim como equipamentos e tecnologias, são utilizados cotidianamente por higienistas do trabalho para assegurar que as condições de trabalho estão adequadas e dentro dos limites conforme a legislação local (SPURLOCK B S, 2018). Apesar da legislação vigente sobre riscos estar sempre em processo de revisão e atualização, a literatura na área de higiene e segurança do trabalho concorda que existem pelo menos 5 tipos de riscos presentes na indústria e esse modelo será utilizado como base para realizar a estruturação dos dados neste trabalho (COUNCIL DIRECTIVE 89/391/EEC, 1989).

São estes:  FÍSICOS  QUÍMICOS  BIOLÓGICOS  MECÂNICOS  ERGONÔMICOS

Utiliza-se então esta divisão como critério inicial para explorar cada tipo de risco e seus agentes, com o objetivo de obter uma visão em detalhe das diferentes exposições que um colaborador pode estar sujeito.

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2.1.1 Agentes Físicos

Agentes físicos são fontes de energia com a capacidade de causar danos ou doenças ao trabalhador - tais como ruído, vibrações, temperaturas extremas, radiação eletromagnética e eletricidade (SPURLOCK, 2018). A interação com o colaborador é diferente para cada agente físico, a revisão que se segue procura explicar cada tipo de agente e como eles normalmente se encontram em ambientes de trabalho.

2.1.1.1 Ruído

Perda auditiva causada por ruídos constantes é uma condição irreparável com grande impacto na qualidade de vida de um indivíduo (DIRETIVA 2003/10/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2003).Além disso, ambientes com níveis elevados de ruído podem atuar em conjunto com outros fatores de risco, como por exemplo, máquinas em funcionamento ou em deslocamento, causando acidentes ao impedir a detecção ou interpretação de sinais sonoros – principalmente onde a utilização de protetores auditivos são obrigatórios (LIPPMANN M. ET AL., 2003).

Sempre que possível, o ruído deve ser reduzido a níveis que não geram perda auditiva ou eliminados diretamente na fonte (SPURLOCK B S, 2018). As normas regulamentadoras do ministério do trabalho determinam limites e níveis de ação para trabalhadores expostos a ruídos (BRASIL, 2017). Proteção auditiva individual pode ser utilizada quando outros métodos de controle não são suficientes para redução ou eliminação do ruído. Devem ser planejadas de forma a reduzir o ruído até níveis seguros, mas sem isolar o trabalhador de alarmes e sons importantes para sua segurança (DIRETIVA 2003/10/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2003).

2.1.1.2.Vibração

O agente físico de vibração se divide em vibração de mãos e braços e vibração de corpo inteiro. Cada divisão possui diferentes critérios de avaliação, níveis de ação e limites de tolerância (BRASIL, 2017). Trabalhadores expostos a vibração de mãos e braços são aqueles que utilizam equipamentos manuais que são operados, guiados ou conduzidos através das mãos e braços, como britadeiras, enceradeiras e serras elétricas (WALD & STAVE, 2002). Já

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motoristas de máquinas agrícolas, empilhadeiras e guindastes estão expostos a vibração de corpo inteiro (DIRETIVA 2002/44/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2002).

Trabalhadores expostos a vibração de mãos e braços por longos períodos podem desenvolver doenças musculoesqueléticas, neurossensoriais e vasculares, que são permanentes e irreversíveis, possuindo grande impacto na qualidade de vida dos afetados (WALD & STAVE, 2002). Além disso, equipamentos de operação manual que geram vibrações de mãos e braços podem corroborar para o desenvolvimento de problemas musculoesqueléticos acima da cintura como um todo, quando utilizados com postura inadequada, com força excessiva ou de grande repetição (DIRETIVA 2002/44/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2002).

O agente de vibração mais presente é o de corpo inteiro e por isso ele é frequentemente monitorado através de sensores de aceleração que são posicionados nos veículos operados pelo trabalhador (WALD & STAVE, 2002). Esse tipo de vibração, especialmente quando em conjunto com práticas de trabalho inseguras, inadequações posturais ou manuseio manual de carga, é o principal responsável por dores e lesões na coluna e agravamento de desordens musculoesqueléticas (DIRETIVA 2002/44/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2002).

Assim como ruído, o agente de vibração deve ser reduzido ou eliminado diretamente na fonte quando possível. Valores de níveis de ação e limites de tolerância estão contidos nas normas regulamentadoras e são utilizados para determinar tempos de exposição saudáveis no ambiente de trabalho (BRASIL, 2017). Quando não for possível reduzir as vibrações da fonte, o padrão é que sejam tomadas medidas administrativas que reduzam o tempo de exposição do trabalhador (LICITRA et al., 2018). É possível utilizar luvas para vibração de mãos e braços como uma alternativa para auxiliar a circulação e aumentar o conforto do usuário, porém, a eficácia desses equipamentos de proteção para redução de vibrações dificilmente combate de forma efetiva o agente vibratório e resultados semelhantes podem ser atingidos utilizando luvas convencionais (LICITRA et al., 2018). No caso de vibrações de corpo inteiro, adequações veiculares, aprimoramento de superfícies e redução de velocidade são também métodos eficientes para controle do agente (WALD & STAVE, 2002).

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2.1.1.3 Radiação Óptica

Radiação óptica é um agente físico dividido em três de acordo com a natureza da radiação presente na forma de luz - sendo elas: naturais, artificiais ou estimuladas (LIPPMAN et al., 2003).A Radiação óptica natural é a que trabalhadores de postos de trabalho expostos ao sol estão suscetíveis. Radiação óptica artificial é a oriunda de fontes de luz de comprimento de onda do visível, ultravioleta e infravermelho que são fabricadas pelo homem, ou seja, excluindo as emitidas pelo sol (WALD & STAVE, 2002). E LASERS são incluídos em um terceiro grupo, apesar de ser uma fonte de radiação artificial, por causarem riscos específicos à saúde dos expostos (DIRETIVA2006/25/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2006).

Trabalhadores do setor agrícola, de construção e de áreas de lazer a céu aberto são os principais expostos a radiação óptica natural, que se concentra na radiação ultravioleta devido ao seu potencial cancerígeno e de danos aos olhos e pele - principalmente em longas exposições (LIPMANN ET AL., 2003). Apesar de níveis de ação e limites de tolerância não serem regulamentados pela norma vigente, o controle da exposição a esse tipo de agente físico é relativamente fácil (SPELLMANN, 2006). As recomendações de descanso em área sombreada, cobertura de áreas vulneráveis, como pescoço e costas, com roupas de proteção para radiação ultravioleta e uso de filtro solar onde houver pele exposta reduzem drasticamente os perigos deste agente (DIRETIVA 2006/25/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2006).

Complicações de saúde como inflamações e queimaduras na córnea e danos na retina podem ser causadas por exposição prolongada a fontes de luz artificiais (SPELLMANN, 2006). A maioria das fontes de luz utilizadas em ambientes de trabalho são seguras quando propriamente utilizadas, porém, fontes de luz como equipamentos de solda, com luz ultravioleta, luz negra e holofotes, precisam de cuidados adicionais (LIPPMANN et al., 2003). Em casos de sensibilidade ou de exposição constante e prolongada, é possível que alguns danos à pele se tornem recorrentes, como queimaduras, dermatoses, envelhecimento e até câncer de pele (DIRETIVA 2006/25/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2006).

A principal diferença entre os grupos de radiações ópticas artificiais e LASERS, que são radiações estimuladas de alta intensidade, é o tempo de exposição necessário para que ocorram danos à saúde (LIPPMANN et al., 2003).Atualmente, esse tipo de fonte de radiação óptica está espalhado em aplicações de diferentes ramos: medicina, física, química, eletrônica, entretenimento e até em arte e decorações (WALD & STAVE, 2002). Mesmo LASERs de baixa intensidade podem causar danos aos olhos em caso de exposição direta e também em

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casos de reflexão difusa por aparatos ópticos - e LASERs de alta intensidade podem causar queimaduras na pele (DIRETIVA 2006/25/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2006).

FIGURA 1: UTILIZAÇÃO DE LASERS NA INDÚSTRIA. FONTE: THE U.S. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION, 2014

Medidas de controle incluem utilização de equipamentos com baixa emissão de radiação, restringindo áreas de acesso e adoção de telas ou visores de proteção (SPELLMANN, 2006). Os limites de tolerância usualmente são medidos através da dose depositada em diferentes tecidos com diferentes níveis de proteção, levando em conta o comprimento de onda da fonte (LIPPMANN ET AL., 2003). É importante mencionar que devido ao amplo espectro de emissão de fontes artificiais a utilização de óculos de proteção ou visores deve ser adequada ao comprimento de onda específico ao qual o trabalhador está exposto (DIRETIVA 2006/25/EC, PARLAMENTO EUROPEU, 2006).

2.1.1.4 Campos Eletromagnéticos

Apesar de campos elétricos serem gerados sempre que energia elétrica é utilizada, a maioria das aplicações de energia elétrica em ambientes de trabalho produz campos elétricos de intensidade tão baixa que são inofensivos para o trabalhador (KOREN & BISESI, 2003). Porém, processos como solda, usam de radiofrequências, equipamentos de ressonância utilizados em hospitais e antenas de comunicação de rádio e televisão podem gerar campos

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elétricos prejudiciais à saúde (LICITRA et al., 2018). Os efeitos causados por esse agente variam conforme a frequência da radiação eletromagnética emitida - em casos de baixa frequência, o sistema nervoso central é afetado e em casos de alta frequência, aumento de temperatura do corpo (DIRETIVA 2013/35/EU, PARLAMENTO EUROPEU, 2013).

Medidas de controle para riscos à saúde causados por campos eletromagnéticos envolvem isolamento de área e controle do tempo de exposição dos trabalhadores envolvidos (LICITRA ET AL., 2018). Os efeitos agudos de exposição a campos elétricos são considerados raros mesmo para situações de trabalho onde existe exposição constante (DIRETIVA 2013/35/EU, PARLAMENTO EUROPEU, 2013).

2.1.1.5 Radiação Ionizante

Esse tipo de radiação é encontrado naturalmente em elementos químicos radioativos que são utilizados com frequência em engenharia, medicina, pesquisa e geração energia, mas também pode ser produzida artificialmente (LICITRA et al., 2018). Radiação ionizante pode ser ou uma partícula, como partículas alfa e beta, ou radiação eletromagnética, no caso de raios-x e raios gama (KNOLL, 1989).

Trabalhadores expostos em longo prazo a radiações ionizantes possuem risco elevado de desenvolvimento de mutações no ADN de suas células e podem desenvolver câncer devido a essa exposição (LIPPMANN ET AL., 2003). Exposição a fontes intensas mesmo que em curto período pode causar doença da radiação, um quadro de diferentes respostas do organismo para intoxicação, e também queimaduras (DIRETIVA 2013/59/EURATOM, PARLAMENTO EUROPEU, 2013).

A exposição a fontes de radiação ionizante é controlada para evitar que os trabalhadores sejam expostos a níveis acima do considerado salubre de acordo com a ocupação (KNOLL, 1989). Os níveis são ainda mais rígidos para casos de trabalhadoras em processo de gestação, aprendizes e profissionais diretamente expostos a fontes como técnicos em radiologia, físicos e químicos nucleares (DIRETIVA 2013/59/EURATOM, PARLAMENTO EUROPEU, 2013). A saúde desses profissionais é monitorada com regularidade, com o intuito de controlar a exposição a doses elevadas e proteger o colaborador do desenvolvimento de doenças pela exposição à radiação (MOELLER, 1998).

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2.1.1.6 Equipamento Elétrico

Eletricidade pode matar ou ferir severamente profissionais em um ambiente de trabalho. Corrente contínua ou alternada pode causar choques elétricos, queimaduras elétricas e térmicas e perda da capacidade motora que podem causar acidentes (DIRETIVA 2014/35/EU, PARLAMENTO EUROPEU, 2014). Mesmo choques não fatais e de baixa intensidade podem causar ferimentos severos e permanentes, como queda em altura ou perda de controle de máquinas e equipamentos (SPURLOCK, 2018). Também é possível que defeitos na rede elétrica ou em máquinas possam causar princípios de incêndio através de curtos circuitos, levando o problema para pessoas que não estavam expostas a eletricidade durante o acidente(WALD & STAVE, 2002).

Treinamentos, capacitações e equipamentos de proteção elétrica são métodos tradicionais para combater o risco de eletricidade (DIRETIVA 2014/35/EU, PARLAMENTO EUROPEU, 2014). Controles de engenharia, isoladores de circuitos e métodos de descarga total da rede são utilizados em conjunto com atividades de monitoramento e avaliação de estado dos equipamentos para reduzir o risco de acidentes envolvendo eletricidade (SPURLOCK, 2018).

2.1.1.7 Riscos Térmicos

Alguns postos de trabalho envolvem exposição a extremo calor ou frio, e o principal desafio nessas situações é de manter o conforto necessário para que a tomada de decisão e os trabalhos manuais realizados pelos trabalhadores não sejam prejudicados pelo estresse térmico (WALD & STAVE, 2002). O principal problema do estresse térmico é que ele pode causar atitudes inseguras devido ao desconforto do colaborador, corroborando para o aumento de acidentes durante o trabalho (GEIS1 08/03, HSE – HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE, 2008). Além disso, o colaborador exposto a temperaturas extremas podem desenvolver quadros de hipotermia, queimaduras, fadiga, colapso, alergias e em casos graves, acidente vascular encefálico (SPELLMANN, 2006).

As normas regulamentadoras definem parâmetros de conforto térmico e também de riscos causados por ambientes de extremo calor ou frio de acordo com a intensidade da atividade realizada nessas situações (GEIS1 08/03, HSE – HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE, 2008). Além de equipamentos de proteção como vestimentas para frio e calor, outras medidas

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de controle para riscos térmicos são o controle preciso de temperatura, intensidade do trabalho e número de pausas e umidade relativa do ar, quando devidamente geridos, devem oferecer um contexto de conforto térmico e prevenção de estresse térmico (WALD & STAVE, 2002).

2.1.2 Agentes Químicos

Químicos cuja exposição ao ser humano pode trazer consequências prejudiciais, como irritação nos olhos, vias respiratórias e câncer são utilizados ou produzidos em larga escada no mundo todo(BIEBER, 2009). Complicações podem se desenvolver em casos isolados de alta exposição e também em exposições menores, mas de característica prolongada e cotidiana (HATHAWAY, 2004). É possível que o limite de intoxicação seja atingido ao longo de danos de exposição sem demonstrar nenhum sintoma e se manifestar tardiamente de forma irreversível (WISEMAN & ZEREINI, 2010).

Essas substâncias podem estar presentes na forma sólida, líquida e gasosa – sendo que os sólidos são encontrados na forma de poeira e líquidos na forma de vapores e neblinados - e o estado físico da substância influencia na forma como ele se espalha e em seu potencial contaminante (CHOUDARY, 1981). Na Figura 2, abaixo, como se dividem algumas substâncias químicas de acordo com a sua natureza e estado físico.

FIGURA 2 – ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA

FONTE: LUPUS INSAXONIA, US DEPARTMENT OF ENERGY AND SAFA.DANESHVAR – WIKIMEDIA COMMONS – ADAPTADO PELO AUTOR (2018)

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Além de levar em consideração problemas de saúde causados por substâncias químicas perigosas, é necessário atenção para outras propriedades desses produtos que podem causar acidente no trabalho também, como o caso de produtos químicos inflamáveis (EU-OSHA, 2012).

Usualmente, considera-se indústrias que produzem químicos, como produtos de limpeza, combustíveis ou peças de plástico, como empresas que oferecem postos de trabalhos com riscos químicos (BIEBER, 2009). Porém, substâncias químicas perigosas estão presentes também em atividades de trabalho como mineração através de sílica respirável, na indústria de manufatura através de solventes e tintas, na agricultura através de pesticidas e poeiras orgânicas, farmacêutica com produtos químicos utilizados na fabricação de remédios e até na construção civil com exposição a poeiras minerais e também a asbestos, substância extremamente perigosa para o ser humano (WISEMAN & ZEREINI, 2010). É extensa a lista de químicos que são monitorados e que possuem limites de tolerância ou valores máximos bem definidos presentes em normas regulamentadoras (USA ACGIH, 2016).

A rota mais comum de contaminação é através da respiração, e existem diversas métodos pelos quais substâncias químicas podem se dissolver no ar(HATHAWAY, 2004). Líquidos voláteis vaporizam mesmo a temperatura ambiente, a aplicação de tintas baseadas em solventes pode causar contaminação em locais pouco ventilados e partículas de madeira ou metal podem surgir de processos de quebra e conformação de materiais, especialmente caso o resultado desses processos seja um pó (PADRÃO EUROPEU EN689, 1995). Contaminação pela pele pode acontecer em casos de contato direto com substâncias ou através de absorção dessas substâncias pelo ar, principalmente em ambientes quentes e úmidos devido a abertura dos poros(BIEBER, 2009). E finalmente, a contaminação pode acontecer por ingestão direta e indireta, onde o trabalhador consome substâncias químicas ou consome comida contaminada através das mãos ou contato com ambientes contaminados - o mesmo pode acontecer durante aplicação de cosméticos ou contato com ferramentas (EU-OSHA, 2009). Como uma complicação adicional, é relativamente comum observar o uso de roupas e equipamentos de proteção em ambientes não relacionados ao trabalho e até domésticos, uma falta de procedimentos de controle do ambiente de trabalho, o que pode levar a contaminação de pessoas não envolvidas com a atividade(KOREN & BISESI, 2003).

Para o controle de riscos envolvendo substâncias químicas se aplica o método da hierarquia de controle que constitui como base um procedimento semelhante à forma como se tratam alguns riscos físicos (BIEBER, 2009). Caso seja possível, substâncias químicas devem ser removidas na fonte, e em casos onde isso não é possível, a substituição por alternativas

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menos nocivas é recomendada (DIRETIVA 98/24/EC, COMISSÃO EUROPEIA, 1998). O mesmo método aplica-se quando considera-se solução de controle, de engenharia ou de proteção individual, devendo sempre ser planejadas soluções no âmbito de maior abrangência primeiro, como isolamento de máquinas, instalação de sistemas de exaustão e posteriormente em medidas de controle de exposição para então serem utilizados equipamentos de proteção individual (WISEMAN & ZEREINI, 2010). Em casos onde a higiene do trabalho é devidamente planejada, projetada e executada, até mesmo o trabalho com substâncias e produtos químicos extremamente perigosos, como amônia e ácido sulfídrico, podem ser realizados de forma segura sem nenhum risco a saúde do trabalhador (DIRETIVA2004/37/EC, COMISSÃO EUROPEIA, 2004).

2.1.3 Agentes Biológicos

A contaminação por vírus, bactérias, fungos e também por contato com sangue e outros fluídos de humanos e animais é um risco presente em toda a indústria de serviços de saúde, produção de medicamentos e de alimentos e bebidas(KOREN & BISESI, 2003). Riscos também estão presentes em trabalhos envolvendo tratamento de água devido à quantidade de bactérias que podem estar presentes na decomposição do lodo orgânico (TULIS & STOPFORD, 2002). Exposição a agentes biológicos pode levar a doenças agudas e crônicas extremamente letais e com consequências socioeconômicas - como infecções, zoonoses, asma, reações alérgicas, envenenamento, sensibilizações locais e sistêmicas e câncer, se espalhando rapidamente em caso de falha na contenção (DIRETIVA 2000/54/EC DO PARLAMENTO EUROPEU, 2000).

O controle de riscos biológicos é desafiador devido a diversidade dos agentes, que possuem propriedades e características que os diferenciam muito de outras substâncias perigosas (TULIS & STOPFORD, 2002). Epidemias, períodos de incubação e capacidade de replicação são uma barreira para a padronização de métodos abrangentes de controle e contenção de agentes biológicos, evidenciado pela falta de limites de exposição para a maioria dos agentes presentes em diferentes normas internacionais (EU-OSHA, PREVENÇÃO PARA PERIGOS BIOLÓGICOS, 2007). Atualmente, são considerados agentes biológicos: microrganismos, culturas celulares, endoparasitas humanos, vírus, parasitas, zoonoses, bactérias e fungos, incluindo toxinas que são parte de seu corpo e incluindo todos os acima geneticamente modificados através de engenharia genética (DIRETIVA 2000/54/EC DO PARLAMENTO EUROPEU, 2000).

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Agentes biológicos estão presentes em muitos ambientes de trabalho, principalmente quando os trabalhadores lidam com materiais orgânicos como solo, argila e materiais obtidos de plantas como palha e algodão, animais e substâncias de origem animal, comida no geral, mas especialmente processos que utilizam de maturação com fungos e leveduras, poeiras orgânicas como farinha, pó madeireiro e pólen, dejetos e resíduos de esgoto e, obviamente, sangue e fluidos corporais(KOREN & BISESI, 2003). Uma grande parte dos postos de trabalho também pode entrar em contato com agentes biológicos de forma indireta, através de contaminação por outras pessoas ou ambientes(DIRETIVA 2000/54/EC DO PARLAMENTO EUROPEU, 2000).

FIGURA 3 - PROTEÇÃO BIOLÓGICA FONTE: U.S. NAVY - WIKIMEDIA COMMONS

-ADAPTADO PELO AUTOR (2018)

No geral, ao tratar de proteção contra agentes biológicos, um painel de medidas e rotinas de controle é utilizado em diferentes ambientes de trabalho (DIRETIVA 94/33/EC, DO PARLAMENTO EUROPEU, 1994). O procedimento padrão, através de uma análise preliminar de risco, é identificar os agentes biológicos no ambiente que podem ser nocivos e que possuem perigo de contaminação e adaptar os métodos de trabalho, se possível, substituindo os agentes perigosos (FRAZIER et al., 2002). Quando impossível substituir,

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identificar métodos de engenharia, administrativos e de proteção individual que eliminem ou atuem como barreira para a exposição ao risco biológico – implantação efetiva desses métodos e construção de um banco de dados para controlar e revisar exames e compor estatísticas sobre a exposição (FRAZIER et al., 2002). É importante mencionar que esse tipo de metodologia se aplica em situações onde existe trabalho direto com agentes biológicos, mas deve ser utilizada em situações de exposição indireta para contenção dos agentes presentes no meio – como, por exemplo, a retirada de material contaminado e a exposição durante seu descarte. (KOREN & BISESI, 2003).

Por fim, é importante levar em consideração a exposição a agentes biológicos em estações de tratamento de resíduos e em atividades como reciclagem, principalmente devido a aumento na demanda desse tipo de serviço através de políticas de redução de resíduos e desenvolvimento de tecnologias para reaproveitamento de materiais (BRUN, 2007). Algumas atividades incluem: plantas de reciclagem para papel, vidro e embalagem, compostagem, esgoto e centros de tratamento de resíduos hospitalares (FRAZIER et al., 2002). Para métodos de controle, usualmente, é dado enfoque na utilização de equipamentos e máquinas que distanciam o trabalhador do contato direto com o material em processo e na utilização de sistemas de ventilação para controle de gases e poeiras (DIRETIVA 94/33/EC, DO PARLAMENTO EUROPEU, 1994). A proteção individual é importante nesses casos onde métodos administrativos e de engenharia são pouco eficientes e acabam sendo a única forma de garantir a segurança nesse extenso ramo de trabalho (BRUN, 2007).

2.1.4 Agentes Mecânicos

Algumas situações, que dependem da organização do ambiente de trabalho, podem se tornar agentes prejudiciais à saúde do colaborador. Máquinas sem proteção, equipamentos com arranjo físico inadequado, iluminação deficiente e ferramentas defeituosas, por exemplo, podem colaborar para a causa de incidentes e acidentes no trabalho (KUBALIK, 2002). Este tipo de risco, chamado de mecânico, é um fator presente em muitos postos de trabalho, e requer intervenção adequada imediatamente, pois as consequências podem ser agudas e severas - como quedas, fraturas e amputações (HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE, 2004).

O uso adequado das máquinas e equipamentos presentes no posto de trabalho geralmente envolve treinamento do profissional, utilização de equipamentos de proteção coletiva e utilização de equipamentos de proteção individual (OHSAS 18001, 2007). Nessas situações, a

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falta de manutenção das máquinas, exposição de pontos de transmissão de força ou cortantes, proteção coletiva e individual defeituosa ou falta de iluminação adequada podem agravar o ambiente de trabalho, de forma a tornar uma atividade simples em algo com alto risco de acidente (HEINRICH, 1959). E por serem agentes (figura abaixo) presentes em muitos ambientes de trabalho, é crucial que a adequação seja realizada antes da execução das funções (SPURLOCK, 2018).

FIGURA 4: AGENTES MECÂNICOS Fonte: Autor (2018)

Não diferentes dos outros riscos e agentes anteriormente explicados, os riscos mecânicos são reduzidos em sua maior parte através de medidas administrativas de adequação do ambiente de trabalho (KUBALIK, 2002). Nas situações onde esse tipo de risco não pode ser removido, pois o trabalho possui como característica uma situação perigosa - como o trabalho em altura, trabalho confinado ou em atmosferas perigosas - a manutenção atenciosa dos métodos de trabalho, através de treinamento e ordens de serviço, e da qualidade dos equipamentos de proteção, se tornam fundamentais para o exercício seguro das atividades programadas (SPURLOCK, 2018).

2.1.5 Agentes Ergonômicos

O conceito mais fundamental de ergonomia é o estudo das interações do homem com o meio de trabalho (SPELLMANN, 2006). Deste conceito partem diferentes áreas especializadas que lidam com aspectos ergonômicos com o intuito de garantir desempenho e bem-estar através de princípios teóricos, dados e métodos de aprimoramento de design (IEA – INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION, 2010). Ergonomistas usam de estratégias para planejar, desenvolver e avaliar postos de trabalho, produtos, organizações, ambientes e sistemas de forma a alinharem suas características com as necessidades, capacidades e limitações do trabalhador (PADRÃO 6385:2015, ISO, 2015).

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Uma avaliação sucinta compreenderia as seguintes áreas de ergonomia, apesar de outras áreas surgirem conforme a própria área de estudo cresce:

2.1.5.1 Ergonomia Física

Trata das características biomecânicas, anatômicas, antropométricas e fisiológicas e como elas se relacionam com atividades físicas (KROEMER & KROEMER, 2016). Possui escopo amplo, como postura, uso manual de ferramentas, espaço disponível, acesso a equipamentos e alcance de máquinas, movimentos repetitivos e desordens musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho (PADRÃO 26800:2011, ISO, 2011).

FIGURA 5: ERGONOMIA PARA TRABALHO COM COMPUTADORES Fonte: Yamavu, 2014 – Creative Commons

2.1.5.2 Ergonomia De Ambientes

Além do design das estações, ferramentas e ambiente de trabalho, fatores como temperatura, iluminação e ruído também afetam a saúde, segurança e desempenho dos trabalhadores (SPELLMANN, 2006). Calor, por exemplo, pode afetar a concentração, causando propensão a erro que podem acarretar em acidentes do trabalho (OFFICE

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ERGONOMICS EU OSHA, 2013). Existem normas internacionais e nacionais que tratam de padrões e valores limites para ergonomia desses agentes, como por exemplo, as NBRs 10152 e 9050, que tratam de conforto acústico e acessibilidade, respectivamente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002).

2.1.5.3 Ergonomia de Organizações

Em uma tentativa de organizar melhor ambientes de trabalho sob a óptica de gestão, esse ramo da ergonomia estuda as relações em empresas e como aprimorar estruturas organizacionais, políticas e processos (SPELLMANN, 2006). Pode tratar do design de ambientes de trabalho, mas também de medidas administrativas como intervalos, rodízio de função e até oportunidades de promoção e outras políticas de recursos humanos (ERGONOMICS AND HUMAN FACTORS, IEHF, 2013).

2.1.5.4 Ergonomia para Acessibilidade

Diretrizes orientam empregadores a adaptar seus ambientes de trabalho para receberem trabalhadores com necessidades especiais, de forma a auxiliar a execução de seu trabalho ou retorno ao trabalho após lesão ou incapacitação (KAYGISIZ, 2018). Pesquisas são feitas no ramo com o objetivo de obter tratamento adequado e justo para os trabalhadores que muitas vezes estão sujeitos a riscos ergonômicos diferentes do padrão e específicos para a necessidade de cada indivíduo (KAYGISIZ, 2018).

Em suma, o objetivo da ergonomia é aperfeiçoar e aprimorar sistemas de forma a reduzir ao máximo os entraves da interação humana com os métodos de trabalho (DIRETIVA 2000/78/EC, EQUAL TREATMENT IN EMPLOYMENT AND OCCUPATION, 2000). Fazendo com que sejam removidas barreiras para pleno exercício das funções, ocasionando aumento da eficiência, do desempenho, e reduzindo a probabilidade de acidentes através de eficaz controle de suas causas (SPURLOCK, 2018).

2.2 ENQUADRAMENTOS

Além de utilizar os riscos e seus agentes como critérios para avaliação de ambientes e postos de trabalho na indústria, também devem ser consideradas as classificações de CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e Grau De Risco (BRASIL, 2017).

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O primeiro trata de uma classificação geral de empresas, instituições públicas e até profissionais autônomos em códigos de identificação de acordo com a atividade que exercem (BRASIL, 2017). A classificação é utilizada pela administração federal, estadual ou municipal para proporcionar melhorias em gestão tributária e controlar estatísticas e ações fraudulentas. Toda atividade econômica se encaixa em uma classificação, de forma que é possível utilizar o CNAE como um critério para observar riscos presentes em diferentes ramos de atividade. Na realidade, uma empresa pode ter mais de uma atividade associada e por isso possuir diferentes números de CNAE (BRASIL, 2017). Para a análise de dados feita neste trabalho foi considerado somente o CNAE primário das empresas.

Por outro lado, o grau de risco, definido pela Norma Regulamentadora 4, agrupa diferentes ramos de atividade de acordo com o risco que apresentam (BRASIL, 2017). Ele é então utilizado para dimensionamento das equipes de profissionais de segurança do trabalho que farão parte do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), dependendo também do número de funcionários (BRASIL, 2017). Como o Grau de Risco está associado ao ramo de atividade das empresas, ele pode ser utilizado como um critério de agrupamento para visualização dos dados na análise estatística proposta por este documento.

Com os conceitos necessários para o trabalho já explanados nas seções anteriores, pode-se dar início a metodologia através de uma planificação dos critérios e ferramentas utilizados.

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3 METODOLOGIA

Para realizar a análise dos riscos e dos agentes presentes na indústria, foi utilizado um banco de dados de uma empresa no ramo de engenharia de segurança do trabalho, construído através de visitas técnicas em empresas na Região Metropolitana de Curitiba. O banco de dados contém os riscos presentes, setores, número de funcionários, grau de risco, CNAE e localização de empresas de diferentes áreas de atuação na indústria. As informações de cada empresa foram armazenadas em uma planilha, cujos dados foram acessados para obter estatísticas relevantes e construir visualizações para ilustrar as informações coletadas.

Apesar de instrumentos serem utilizados para quantificar os agentes presentes, o estudo foi feito de forma qualitativa, contabilizando apenas a presença ou ausência dos agentes e não a concentração, dose ou intensidade com que se encontravam. Valores como concentração de químicos e intensidades de grandezas físicas não serão analisadas. A única exceção para essa situação é o ruído, onde medições feitas acima de 80 decibéis, tanto como dose ou como medição instantânea, estão presentes na análise de dados. Valores de ruído abaixo desse nível foram considerados como ausência do agente.

Usualmente, o engenheiro era acompanhado de um trabalhador experiente ou técnico de segurança pelos postos do trabalho onde realizava uma inspeção para determinar riscos e agentes presentes. Através de diálogo com os colaboradores em seus postos, informações sobre exposição a riscos não presentes no momento da visita eram confirmadas e também a frequência de exposição a riscos era determinada. Quando necessário, o ruído de máquinas era mensurado próximo ao ouvido do colaborador para determinar a necessidade de uma dosimetria. Riscos mecânicos e ergonômicos eram avaliados através de demonstrações de trabalho ou observação de colaboradores durante a execução de suas tarefas – assim como o uso efetivo de medidas de proteção coletiva e individual. E finalmente, os rótulos de produtos químicos eram avaliados para determinar suas composições, fórmula ou nome comercial, com o intuito de obter as devidas Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos – para caso necessário, determinar equipamentos de proteção específicos e a necessidade de análises químicas. Atividade semelhante acontecia ao determinar agentes biológicos, com a diferença de que documentos adicionais eram fornecidos para determinar patogênicos presentes no ambiente de trabalho.

Para categorização das informações obtidas no banco de dados, os seguintes critérios foram utilizados para separar os riscos e seus agentes:

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FIGURA 6: CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS E AGENTES UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS.

FONTE: AUTOR (2018)

De forma alguma essa lista compreende todos agentes e riscos presentes em ambientes de trabalho, ela é apenas parte do modelo de identificação dos mesmos executados pela empresa em visitas técnicas. Com essa listagem, foi possível analisar os postos de trabalho e identificar a presença de riscos e agentes, alimentando assim o banco de dados com as informações importantes para a análise estatística.

O banco de dados apresenta um conjunto de informações organizado de forma a explicitar os riscos e agentes presentes em cada empresa que foi analisada. Foram escolhidas 780 empresas de um total de 1256. Foram deixadas de lado empresas fora da região metropolitana de Curitiba e empresas que são entradas idênticas por serem filiais, empresas fantasia (sem espaço físico, apenas para a distribuição de colaboradores) ou empresas que estavam com renovação pendente fora do prazo no qual os dados foram coletados e analisados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DISTRIBUIÇÕES POR CIDADE, GRAU DE RISCO E COLABORADORES

O primeiro passo foi agrupar essas empresas de acordo com a sua localização geográfica. As Figuras 7 e 8 mostram a região metropolitana de Curitiba como um todo e a distribuição total das empresas cujos dados foram analisados.

FIGURA 7 – REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA FONTE: JORGEZIMMER (2014) – CREATIVE COMMONS

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FIGURA 8 – DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS VISITADAS NA REGIÃO METROPOLITANA FONTE: JORGEZIMMER, 2014 – CREATIVE COMMONS, MODIFICADO PELO AUTOR

Informações mais complexas podem ser obtidas através de uma análise separada de cada cidade. Separando o banco de dados a partir deste critério, é possível extrair as estatísticas da Figura 9, que são importantes para mostrar o panorama conforme as cidades.

FIGURA 9: COLABORADORES DAS EMPRESAS ESTUDADAS POR CIDADE FONTE: AUTOR (2019)

Os dados da Figura 9 mostram que os 17328 colaboradores se distribuem com concentração em São José dos Pinhais, Curitiba e Pinhais – uma característica do perfil dos dados analisados uma vez que São José dos Pinhais é o epicentro estatístico. Também foi

3946

7034

949

2095

484 882 597 355 986

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avaliado o Grau de Risco das empresas e sua distribuição conforme a cidade, na Figura 10, abaixo.

FIGURA 10: DISTRIBUIÇÃO DO GRAU DE RISCO EM CADA CIDADE FONTE: AUTOR (2019)

Nota-se uma presença considerável de empresas classificadas como Grau de Risco 2 e 3, com um número maior de empresas do maior grau. E apesar de a proporção entre os graus possuir uma leve oscilação para cada cidade, é possível ver que por volta de 85% das empresas estudadas em cada cidade se encaixam nessas duas classificações de Grau de Risco. É uma informação relevante, pois o Grau De Risco é utilizado na determinação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e na composição do corpo de Serviços Especializados em Medicina e Segurança do Trabalho. Para completar o conjunto, a Figura 11 apresenta a distribuição dos colaboradores conforme o grau de risco.

9, 62% 8, 82% 6, 67% 11, 11% 11, 54% 20, 00% 7, 69% 4, 35% 12, 90% 29, 49% 33, 82% 26, 67% 35, 19% 42, 31% 24, 00% 38, 46% 30, 43% 38, 71% 53, 21% 52, 06% 55, 56% 51, 85% 46, 15% 52,00% 50, 00% 60, 87% 41, 94% 7, 69% 5, 29% 11, 11% 1, 85% 0, 00% 4,00% 3,85% 4,35% 6, 45%

GRAU DE RISCO POR CIDADE

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FIGURA 11: COLABORADORES POR GRAU DE RISCO FONTE: AUTOR (2019)

Evidenciando novamente a presença de grande parte dos trabalhadores em empresas com grau de risco 2 e 3, com maior presença no de maior risco. Isto é ao mesmo tempo um reflexo do perfil industrial da região metropolitana de Curitiba e do conjunto de dados analisados – ambos serão avaliados em maior complexidade nas próximas páginas.

4.2. RISCOS POR CIDADE

Ao utilizar o subgrupo de riscos, conforme explicitado na seção de metodologia é possível obter diferentes informações do banco de dados estudado. A mais imediata delas é a distribuição dos riscos de acordo com a cidade. E em segundo lugar, a distribuição de riscos de acordo com o setor de atividade da empresa – o CNAE. Como a quantidade de dados é grande, eles foram divididos em múltiplos gráficos para auxiliar o trabalho de visualização das estatísticas presentes. A Figura 12, abaixo, apresenta a distribuição de riscos na cidade de Curitiba, conforme informações obtidas pelas visitas técnicas realizadas para este estudo.

1207 4542 11035 544 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 1 2 3 4

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FIGURA 12: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: CURITIBA FONTE: AUTOR (2019)

Analisando-se a Figura 12, observa-se que os riscos identificados nas empresas da cidade são em grande parte riscos mecânicos seguidos por uma considerável parcela de riscos ergonômicos, o que é uma consequência da característica da indústria local, que abrange não apenas a capital, mas como pode ser visto nas Figuras 13 a 20, em seguida, todas as cidades da região metropolitana.

FIGURA 13: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: SÃO JOSÉ DOS PINHAIS FONTE: AUTOR (2019) 13% 13% 2% 47% 25%

CURITIBA

Físico Químico Biológico Mecânicos Ergonômicos

13% 13% 2% 47% 25%

CURITIBA

(33)

A segunda cidade mais populosa da região metropolitana de Curitiba, São José Dos Pinhais, na Figura 13, apresenta um perfil extremamente semelhante a Capital. Riscos mecânicos e ergonômicos representam mais de 2/3 dos riscos presentes nas empresas da região.

FIGURA 14: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: PIRAQUARA FONTE: AUTOR (2019)

Por sua vez, Piraquara, Figura 14, apresenta uma leve mudança no perfil de riscos, com uma presença um pouco acima das cidades vizinhas quanto a riscos químicos. Todavia, o padrão esperado para a região se mantém, com riscos mecânicos sendo as maiores fontes de agentes em ambientes de trabalho.

13% 15% 1% 46% 25%

PIRAQUARA

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FIGURA 15: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: PINHAIS FONTE: AUTOR (2019)

Analisando-se a Figura 15, identifica-se que o padrão já associado a região metropolitana também se apresenta na cidade de Pinhais, apesar da presença de riscos físicos se mostrar superior a das cidades vistas nas figuras anteriores.

FIGURA 16: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: QUATRO BARRAS FONTE: AUTOR (2019)

Já na cidade de Quatro Barras, na Figura 16, observa-se que existe uma presença maior de riscos físicos e químicos, em relação à capital, assim como em Almirante Tamandaré, como

14% 12% 1% 48% 25%

PINHAIS

Físico Químico Biológico Mecânicos Ergonômicos

14% 12% 1% 48% 25%

PINHAIS

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mostra a Figura 17. A razão dessa observação nas duas cidades se dá pela presença de mais empresas com equipamentos ruidosos e que fazem usos de químicos em sua produção. Apesar da presença em maior proporção desses tipos de risco, é importante destacar que riscos mecânicos e ergonômicos continuam sendo maioria.

FIGURA 17: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: ALMIRANTE TAMANDARÉ FONTE: AUTOR (2019)

A Figura 18 mostra o perfil de riscos encontrado na cidade de Campo Bom, que é semelhante aos perfis representados pelas pequenas cidades da região metropolitana, com um leve aumento da presença de riscos físicos e químicos.

15% 16% 2% 43% 24%

ALMIRANTE TAMANDARÉ

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FIGURA 18: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: CAMPO BOM FONTE: AUTOR (2019)

Na Figura 19 observa-se a distribuição de riscos na cidade de Araucária, que apresenta um perfil semelhante ao da região metropolitana como um todo. Por sua vez, a Figura 20, apresenta o perfil de Fazenda Rio Grande, que possui como principal diferencial uma participação adicional de riscos biológicos em sua indústria.

FIGURA 19: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: ARAUCÁRIA FONTE: AUTOR (2019)

No geral, a distribuição de riscos na região metropolitana é semelhante para as cidades estudadas, com pequenas variações na presença de riscos físicos, químicos e biológicos.

15% 14% 2% 47% 22%

CAMPO BOM

Físico Químico Biológico Mecânicos Ergonômicos

15% 15% 1% 47% 22%

ARAUCÁRIA

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FIGURA 20: PERFIL DE RISCOS POR CIDADE: FAZENDA RIO GRANDE FONTE: AUTOR (2019)

Observa-se na estatística que mais da metade dos riscos presentes em todas as cidades estudadas é uma combinação de Riscos Mecânicos e Riscos Ergonômicos. O que corrobora para uma visão de que esforços concentrados nessas áreas são cruciais para minimização de riscos presentes nos ambientes estudados. A razão de esses riscos serem maioria se explica pela natureza das atividades realizadas na região, uma vez que ela é um importante pólo industrial nacional.

5.3. RISCOS POR CNAE

Também é possível extrair informações quanto a distribuição de riscos em cada área de atuação representada pela empresa através do seu CNAE. O conjunto de dados possui aproximadamente 100 códigos diferentes para as empresas visitadas, de forma que, para obter uma melhor visualização, se fez necessário agrupar diferentes códigos dentro de um mesmo gráfico, como pode ser observado na Figura 21.

14% 11%

4%

46% 25%

FAZENDA RIO GRANDE

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FIGURA 21: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 1 FONTE: AUTOR (2019)

Os três primeiros CNAEs, que representam atividades de extração de areia, saibro e britamento, apresentam grande parte dos seus riscos concentrados em mecânicos e ergonômicos, porém, com presença significativa de riscos físicos. O quarto CNAE, que representa as empresas de fabricação de produtos de carne, conta com a presença de riscos biológicos associados ao tratamento das carnes dos animais. O último CNAE representa pequenas padarias e confeitarias com produção própria. Observa-se que apesar da proporção dos riscos variarem levemente para cada ramo de atuação, riscos mecânicos ainda são os mais presentes, seguidos de perto pelos riscos ergonômicos.

A Figura 22 mostra o próximo grupo de CNAEs e a distribuição dos riscos conforme identificados através das visitas realizadas para este estudo.

14, 81% 0, 00% 15, 45% 11, 11% 15, 79% 18, 52% 0, 00% 2,44% 5, 56% 15, 79% 0, 00% 20, 00% 6, 50% 11, 11% 0, 00% 44, 44% 40, 00% 41, 46% 44,44% 42, 11% 22, 22% 40, 00% 34, 15% 27, 78% 26, 32% 0 8 . 1 0 - 0 - 0 6 0 8 . 1 0 - 0 - 0 8 0 8 . 1 0 - 0 - 9 9 1 0 . 1 3 - 9 - 0 1 1 0 . 9 1 - 1 - 0 2

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

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FIGURA 22: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 2 FONTE: AUTOR (2019)

O primeiro código CNAE, que representa empresas do ramo de Fiação de Fibras Sintéticas e Artificiais, possui um equilíbrio entre riscos físicos, químicos e ergonômicos e grande presença de riscos mecânicos. Já empresas de Fabricação de Esquadrias de Madeira, representadas pelo segundo CNAE, apresentam uma maior presença de riscos químicos, devido a utilização de químicos para tratamento da madeira. O terceiro CNAE, onde se enquadram empresas que fabricam impermeabilizantes, possui uma presença grande de riscos químicos, como é esperado pela natureza dos processos presentes nesse ramo. Observa-se que as empresas pertencentes ao quarto CNAE, fabricação de produtos químicos não especificados, também se encontram em situação parecida, com forte presença de riscos químicos em relação aos outros ramos de atuação. Por último, as empresas que reformam pneus usados, representadas pelo último CNAE da figura, se encontram em situação semelhante as empresas mostradas anteriormente – riscos mecânicos são maioria e ergonômicos, químicos e físicos complementam o panorama de riscos dos locais de trabalho deste ramo de atuação.

16, 00% 16,67% 9, 09% 11, 76% 15, 38% 20, 00% 25,00% 27, 27% 23, 53% 15, 38% 0, 00% 8, 33% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 44, 00% 33, 33% 45,45% 41, 18% 46, 15% 20, 00% 16, 67% 18,18% 23, 53% 23, 08% 1 3 . 1 3 - 8 - 0 0 1 6 . 2 2 - 6 - 0 2 2 0 . 7 3 - 8 - 0 0 2 0 . 9 9 - 1 - 9 9 2 2 . 1 2 - 9 - 0 0

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

(40)

FIGURA 23: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE: PARTE 3 FONTE: AUTOR (2019)

Na Figura 23, observa-se a distribuição de riscos para um agrupamento de cinco CNAEs. Os três primeiros, representando as empresas que fabricam materiais plásticos, possuem uma forte presença de riscos químicos, devido aos produtos e moldes plásticos utilizados nas sopradoras e vapores liberados pelos processos de produção. Riscos mecânicos estão presentes devido a utilização de equipamentos para esse ramo da indústria, que são máquinas de grande porte com partes móveis e plataformas para acesso a seções elevadas onde usualmente se deposita a matéria prima. Os últimos dois CNAEs, fabricação de esquadrias de metal e serviços de usinagem, tornearia e solda, possuem uma distribuição de riscos que contempla todos os tipos. Nesses ambientes de trabalho, o uso de equipamentos de solda é frequente o que colabora para o aumento de riscos físicos e ergonômicos.

A Figura 24 mostra a distribuição de riscos para outro agrupamento de CNAEs identificado nas empresas estudadas.

11, 07% 4, 12% 10, 31% 11, 76% 13, 54% 21, 43% 8, 24% 17, 94% 4, 90% 16, 15% 0, 00% 1,76% 1,91% 4, 90% 1, 56% 53, 57% 60, 00% 45, 80% 48,04% 50, 00% 13, 93% 25, 88% 24, 05% 30, 39% 18, 75% 2 2 . 2 9 - 3 - 0 1 2 2 . 2 9 - 3 - 0 2 2 2 . 2 9 - 3 - 0 3 2 5 . 1 2 - 8 - 0 0 2 5 . 3 9 - 0 - 0 1

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

(41)

FIGURA 24: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 4 FONTE: AUTOR (2019)

As empresas que fabricam artigos de serralheria, representadas pelo primeiro CNAE da Figura 24, possuem riscos de maioria mecânicos, assim como o setor de fabricação de ferramentas e de embalagens metálicas, o segundo e terceiro CNAE, respectivamente. Já empresas que realizam serviço de corte e dobra de metais ou fabricação de produtos de metal, os últimos dois CNAEs, possuem um perfil semelhante, devido ao uso de equipamentos como serras, tornos e outros conformadores de metais. No último caso, observa-se que os riscos ergonômicos são quase tão presentes quanto os mecânicos – o que é explicado pela frequência com que a movimentação de produtos é feita manualmente em empresas de pequeno porte que atuam no ramo, com disposições deficientes ergonomicamente e ausência de máquinas de transporte de cargas. 16, 67% 12, 97% 12, 50% 10, 53% 8, 33% 0, 00% 10, 46% 0, 00% 15, 79% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 58, 33% 53, 56% 50, 00% 47,37% 50, 00% 25, 00% 23, 01% 37, 50% 26, 32% 41, 67% 2 5 . 4 2 - 0 - 0 0 2 5 . 4 3 - 8 - 0 0 2 5 . 9 1 - 8 - 0 0 2 5 . 9 9 - 3 - 0 2 2 5 . 9 9 - 3 - 9 9

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

(42)

FIGURA 25: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE: PARTE 5 FONTE: AUTOR (2019)

Na Figura 25, observam-se empresas que representam os setores de fabricação de componentes eletrônicos, fabricação de aparelhos telefônicos, de aparelhos de gravação de áudio e vídeo, fabricação de equipamentos de terraplanagem e pavimentação e fabricação de equipamentos para uso industrial. O perfil é semelhante ao perfil observado nos riscos por cidade da região metropolitana de Curitiba, uma vez que as empresas que representam esse pólo industrial são também representadas em grande parte pelos CNAEs da Figura 25.

FIGURA 26: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE: PARTE 6 FONTE: AUTOR (2019) 11, 76% 12, 50% 16,67% 0, 00% 11, 11% 11, 76% 16, 67% 8, 33% 0, 00% 11, 11% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 52, 94% 41, 67% 41, 67% 60,00% 50, 00% 23, 53% 29, 17% 33,33% 40, 00% 27, 78% 2 6 . 1 0 - 8 - 0 0 2 6 . 3 2 - 9 - 0 0 2 6 . 6 0 - 4 - 0 0 2 8 . 5 4 - 2 - 0 0 2 8 . 6 9 - 1 - 0 0

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

Físico Químico Biológico Mecânico Ergonômico

13, 04% 11, 76% 13, 04% 8, 52% 19, 23% 17, 39% 17, 65% 8, 70% 10,51% 8, 79% 0, 00% 0, 00% 8, 70% 1, 14% 0, 00% 43, 48% 41, 18% 47, 83% 53,41% 50,55% 26, 09% 29,41% 21, 74% 26, 42% 21, 43% 2 9 . 3 0 - 1 - 0 1 2 9 . 4 9 - 2 - 0 1 3 0 . 9 2 - 0 - 0 0 3 1 . 0 1 - 2 - 0 0 3 1 . 0 2 - 1 - 0 0

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

(43)

As empresas representadas pelo primeiro CNAE da Figura 26, que fabricam cabines e carrocerias, e do segundo CNAE, que fabricam bancos e estofados para veículos automotores, possuem um perfil de risco muito semelhante – o que é esperado devido a natureza da atividade. As empresas que fabricam bicicletas e triciclos não motorizados são representadas pelo terceiro CNAE da figura, riscos mecânicos são maioria em ambientes onde todos os outros riscos são também identificados. Finalmente, os dois últimos CNAEs representam empresas que fabricam móveis de madeira e de metal, respectivamente. Um grande número de empresas que atuam nesse ramo faz parte do panorama industrial de Curitiba e Região Metropolitana.

A Figura 27 apresenta um grupo de CNAEs com empresas relevantes na região metropolitana de Curitiba.

FIGURA 27: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 7 FONTE: AUTOR (2019)

O primeiro CNAE, fabricação de escovas, pincéis e vassouras, assim como o segundo, de produtos diversos não específicos, fazem parte de um seleto grupo de CNAES onde os riscos mecânicos não estão presentes como maioria. As empresas de manutenção e reparação de produtos diversos, representadas pelo terceiro CNAE, lidam com ambientes de trabalho com múltiplos agentes mecânicos devido a natureza do processo. O mesmo acontece para as empresas de recuperação de materiais, como pode ser visualizado no quarto CNAE. Por último, empresas que realizam incorporação de empreendimentos imobiliários, aparecem no

25, 00% 0, 00% 18, 18% 15, 00% 15, 38% 0, 00% 25, 00% 4, 55% 20, 00% 7, 69% 12, 50% 12, 50% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 25, 00% 25, 00% 54, 55% 50,00% 38, 46% 37, 50% 37, 50% 22, 73% 15, 00% 38, 46% 3 2 . 9 1 - 4 - 0 0 3 2 . 9 9 - 0 - 9 9 3 3 . 1 9 - 8 - 0 0 3 8 . 3 9 - 4 - 9 9 4 1 . 1 0 - 7 - 0 0

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

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último CNAE com um equilíbrio entre riscos mecânicos e ergonômicos, além de riscos físicos e químicos.

A Figura 28 reúne um grupo de CNAEs que representa empresas dos ramos de construção de rodovias, obras de terraplanagem e obras de fundações, presentes nos processos de construção civil, e comércio de automóveis e reparação mecânica de veículos.

FIGURA 28: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 8 FONTE: AUTOR (2019)

Observa-se a presença intensa de riscos mecânicos nas indústrias dos ramos explicitados anteriormente. Além disto, também é possível notar a presença de riscos físicos e químicos que surgem pelo processo de produção da mistura asfáltica e pelo ruído dos equipamentos utilizados na construção civil e no reparo de veículos, como britadeiras e lixadeiras manuais.

Na Figura 29 é possível visualizar um grupo de CNAEs representado por um grande número de empresas da região metropolitana de Curitiba.

17, 18% 20,83% 10, 00% 15, 00% 13, 37% 17, 18% 12, 12% 20, 00% 10, 00% 16, 71% 0, 00% 0, 76% 0, 00% 0, 00% 0, 00% 43, 64% 46, 59% 60, 00% 55,00% 44, 99% 21, 99% 19, 70% 10, 00% 20, 00% 24, 94% 4 2 . 1 1 - 1 - 0 1 4 3 . 1 3 - 4 - 0 0 4 3 . 9 1 - 6 - 0 0 4 5 . 1 1 - 1 - 0 1 4 5 . 2 0 - 0 - 0 1

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

(45)

FIGURA 29: DISTRIBUIÇÃO DOS RISCOS POR CNAE.: PARTE 9 FONTE: AUTOR (2019)

Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos, comércio atacado de peças para veículos, comércio a varejo de peças novas para veículos, comércio a varejo de peças usadas para veículos e comércio de pneus, são empresas representadas pelos CNAEs da Figura 29, respectivamente. O perfil de risco é semelhante devido ao ramo de atuação envolver equipamentos, produtos e máquinas parecidas para realizar seu serviço. Frequentemente, as empresas que são representadas por esses CNAEs se encontram próxima uma a outra ou dentro de um mesmo ambiente, o que corrobora para que os perfis sejam semelhantes. É importante mencionar que as empresas de comércio de pneus possuem um perfil um pouco diferente dos já apresentados, onde riscos ergonômicos são maioria em relação aos outros, inclusive ao risco mecânico.

14, 22% 18, 80% 9, 21% 20, 00% 9, 09% 21, 56% 16, 52% 14, 47% 15, 00% 13, 64% 0, 00% 0, 00% 1,32% 0, 00% 9, 09% 46, 33% 46, 44% 53, 95% 45,00% 31, 82% 17, 89% 18, 23% 21,05% 20, 00% 36, 36% 4 5 . 2 0 - 0 - 0 5 4 5 . 3 0 - 7 - 0 1 4 5 . 3 0 - 7 - 0 3 4 5 . 3 0 - 7 - 0 4 4 5 . 3 0 - 7 - 0 5

DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS POR CNAE

Referências

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