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Felipe quintino monteiro lima

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES. FELIPE QUINTINO MONTEIRO LIMA. Livros institucionais, história e memória: a construção da narrativa. São Paulo 2012.

(2) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES. FELIPE QUINTINO MONTEIRO LIMA. Livros institucionais, história e memória: a construção da narrativa. Monografia apresentada ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em cumprimento parcial às exigências do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, para obtenção do título de especialista em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Roberto Nassar de Oliveira.. São Paulo 2012.

(3) FELIPE QUINTINO MONTEIRO LIMA. Livros institucionais, história e memória: a construção da narrativa. Monografia apresentada ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em cumprimento parcial às exigências do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, para obtenção do título de especialista em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Roberto Nassar de Oliveira.. Data de defesa: ____ /_____/____ Resultado: __________________. Banca examinadora: Prof. : _________________________________________________ Instituição: _____________________________________________. Prof. : _________________________________________________ Instituição: _____________________________________________. Prof. : __________________________________________________ Instituição: ______________________________________________.

(4) Aos meus pais, Adriano Monteiro Lima e Maria Célia Quintino de Lima, por toda a força, apoio e incentivo aos estudos..

(5) AGRADECIMENTOS. Ao meu orientador, professor Paulo Nassar, pelo incentivo constante.. A todas as pessoas que foram entrevistadas para esta pesquisa, pela disponibilidade em dividir o seu conhecimento.. Ao Centro de Memória e Referência da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), em nome da bibliotecária Gisele Souza, pelo acesso a informações utilizadas na pesquisa.. A todos os colegas de turma do curso de especialização em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Gestcorp), pela amizade, conversas e momentos de descontração.. Aos funcionários da secretaria do curso Gestcorp, pela atenção e ajuda.. Aos novos amigos que fiz em São Paulo, para onde me mudei em 2010 em razão dos estudos.. Aos meus amigos e profissionais com quem trabalhei em Vitória, minha cidade natal.. Aos professores que marcaram a minha trajetória..

(6) RESUMO. Este trabalho busca refletir sobre a dinâmica de produção de livros institucionais, uma das narrativas baseadas na linguagem presentes no universo das empresas e organizações. A ideia central é de que essas publicações podem representar um potencial de aliar ações da comunicação organizacional e da responsabilidade histórica, bem como romperem o próprio mundo corporativo em razão da capacidade do registro e difusão de patrimônio relevante para a memória da sociedade. Para essa pesquisa, fundamentada em conceitos teóricos que entrelaçam história, memória e comunicação, foram entrevistados profissionais responsáveis pela construção dessa narrativa, como historiadores, jornalistas, designers gráficos e editores. Palavras-chave: livro institucional, história, memória, comunicação organizacional.

(7) ABSTRACT. This work reflects on the dynamics of institutional books, one of narratives based on language present in the universe of companies and organizations. The central idea is that these publications may represent potential to ally actions of organizational communication and historic responsibility, as well as breaking the corporate world because of the ability of registration and dissemination of patrimony relevant to the memory of the society. For this research, based on theoretical concepts that combine history, memory and communication, were interviewed professionals responsible for building this narrative, as historians, journalists, graphic designers and publishers. Keywords: institutional book, history, memory, organizational communication.

(8) SUMÁRIO. Introdução ..................................................................................................................8. Capítulo 1 - Narrativas, empresas e sociedade........................................................10 1.1 Livros institucionais: experiências, projetos e celebrações..................................13 1.2 Aliança entre os documentos e a história oral .....................................................19. Capítulo 2 - História e memória: noções teóricas .....................................................22 2.1 Caminhos da memória empresarial .....................................................................27 2.2 Comunicação organizacional: vínculos e protagonismo .....................................31 2.3 Papel da Aberje: uma visão abrangente..............................................................34. Capítulo 3 - Diálogo entre comunicação institucional e responsabilidade histórica .36 3.1 A voz do mercado e dinâmicas de produção ......................................................40 3.2 Memória “proibida” e contextos ...........................................................................44 3.3 A participação de jornalistas-escritores ...............................................................46. Considerações finais...............................................................................................50 Referências ..............................................................................................................52 Anexos ......................................................................................................................56 Anexo A - Entrevista com Ivan Ângelo ......................................................................56 Anexo B - Entrevista com Ignácio de Loyola Brandão ..............................................59 Anexo C - Entrevista com Clarice Caires (Tempo & Memória) .................................61 Anexo D - Livros institucionais (Tempo & Memória)..................................................64 Anexo E - Entrevista com Élida Gagete (Memória & Identidade) ..............................65 Anexo F - Livros institucionais (Memória & Identidade) ............................................71 Anexo G - Entrevista com Márcia Ruiz (Museu da Pessoa) .....................................75 Anexo H - Livros institucionais (Museu da Pessoa) ..................................................78 Anexo I - Entrevista com Marino Lobello (Prêmio Editorial) ......................................80 Anexo J - Livros institucionais (Prêmio Editorial) ......................................................83 Anexo L - Entrevista com Alexandre Dórea Ribeiro (DBA Editora) ...........................86 Anexo M - Livros institucionais (DBA Editora) ...........................................................90 Anexo N - Entrevista com Gilberto Tomé (Fonte Design) .........................................92.

(9) 8. Introdução. As organizações têm à disposição várias maneiras de contar a sua história. Considerando a história empresarial como prática dentro do planejamento de relações públicas, as interações entre comunicação organizacional e memória podem trazer uma dimensão importante no reconhecimento de valores e experiências, tanto dos funcionários quanto da própria empresa. As histórias podem refletir como os funcionários, fundadores, fornecedores e demais envolvidos com a instituição colocam sentidos e percepções a respeito da organização, bem como os próprios serviços e realizações. Nessa visão, os produtos comunicacionais que abordam a história abrem a possibilidade de compreender a vida da empresa, as suas relações com o cotidiano social e o papel de cada um no desenvolvimento organizacional. Entre os principais meios dos registros históricos estão publicações, periódicos, DVDs, livros, centros de documentação, exposições virtuais e físicas. Eles vão atuar no resgate, preservação e divulgação da memória institucional. Esta pesquisa vai abordar um dos produtos de memória no cenário empresarial: os livros institucionais. Com variedade de publicações e modos diferentes de divulgar as experiências vividas, os livros institucionais são um dos principais materiais escolhidos pelas empresas por representarem um registro perene da sua história. A escolha dessas publicações como objeto do estudo é motivada por entendermos o papel dos meios impressos na história da cultura. Em outras pesquisas, já analisamos questões envolvendo a cultura impressa, como a história dos livros e a produção de jornalistas como autores de ficção no Brasil. Essa interligação de campos de pesquisa já me acompanha desde a universidade. Com formação universitária em Letras e Comunicação Social - Jornalismo, vejo que as interações entre as teorias, práticas e modos de conhecimento contribuem para um olhar múltiplo e ampliado dos problemas de pesquisa. Para a compreensão do desenvolvimento dos livros institucionais, a metodologia da pesquisa envolve um estudo exploratório, com entrevistas com pessoas que têm experiências práticas com a organização dessas publicações, como historiadores e jornalistas. Foram realizadas oito entrevistas, sendo cinco feitas pessoalmente e três por correio eletrônico (e-mail). A motivação da escolha.

(10) 9. dos profissionais ouvidos neste trabalho é justificada por terem longa trajetória na elaboração de produtos comunicacionais que abordam a história de empresas e instituições. As entrevistas estão transcritas no anexo da monografia, que conta também com uma lista completa com os livros institucionais desenvolvidos pelas consultorias especializadas em memória empresarial onde os profissionais entrevistados atuam. A lista apresenta 172 livros, nos mais diversos segmentos, como indústria, comércio e prestação de serviços. O primeiro capítulo desta monografia vai inserir o livro institucional no panorama de narrativas que envolvem as empresas, cercadas hoje pelo universo da linguagem. Além disso, os conceitos de narrativa serão mostrados, com a intenção de relatar o seu caráter de universalidade e abrir caminhos de estudos também no âmbito organizacional, já que permite a construção de mensagens, o reforço de identidades e a legitimidade de ações e decisões. No segundo capítulo, as questões teóricas sobre as relações entre história e memória serão colocadas, assim como o diálogo da comunicação organizacional e relações públicas nesse debate. As primeiras iniciativas do uso da história no contexto empresarial, tanto no Brasil quanto em outros países, e o papel da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) na difusão da prática de memória serão contextualizadas, para o maior entendimento desse processo ao longo dos anos. As. interações. entre. ações. de. comunicação. organizacional. e. de. responsabilidade histórica, na articulação e produção dos livros, serão tema do terceiro capítulo, que mostra também a potencialidade dessas narrativas ultrapassarem os limites da própria organização, dialogando com outras histórias e temáticas. A partir das entrevistas realizadas com os profissionais responsáveis pela produção, escrita e edição dos livros institucionais, mostraremos informações sobre o processo de seleção dos assuntos, os enfoques dessas publicações e os seus usos para as estratégicas da comunicação. De maneira geral, a pesquisa pretende colaborar no desenvolvimento da área que estuda a questão da memória e suas relações com a comunicação organizacional por acreditarmos que esse caminho pode trazer uma visão das relações públicas de maneira interdisciplinar com outros campos de conhecimento, entre eles a história, e um diálogo mais intenso com os novos desafios dos comunicadores na contemponaneidade..

(11) 10. Capítulo 1 - Narrativas, empresas e sociedade As empresas e organizações estão cercadas por textos, produzidos por elas ou pela sociedade. São palavras, slogans, imagens, depoimentos, propagandas e discursos que demonstram tanto representações e modos de ser das empresas quanto marcas que revelam opiniões, divergências e ideias em relação às decisões organizacionais. Ao entendermos a palavra texto de uma forma mais ampla e com a compreensão de que vai além da palavra escrita direcionada a um público e integra um sistema de interação com outras produções textuais e simbólicas, a intenção é considerar as várias formas de se comunicar com as pessoas por meio dos distintos suportes materiais e tecnológicos. Girin (1996, p.24) lembra que o mundo das organizações está envolto em um universo da linguagem. Segundo o pesquisador francês, os atos de comunicação nas organizações, sejam relacionais ou funcionais, fazem uso maciço da linguagem, “basta pensar, por exemplo, na considerável massa de documentos que qualquer grande organização produz por dia para perceber que aí está um fenômeno diante do qual é difícil permanecer indiferente”. A promoção do modismo da ‘cultura da empresa’ exige um ‘falar’ permanente, que sustenta e intensifica esta cultura. Enfim, a evolução dos produtos cede um lugar cada vez maior aos bens imateriais, como a informação ou as produções culturais, enquanto, com a automação, a informatização, a robotização dos meios de produção, uma parte cada vez mais importante das atividades desenvolvidas pelos homens nas empresas consiste na manipulação de signos e símbolos. Tais signos e símbolos são, frequentemente, linguísticos (GIRIN, 1996, p.24).. Esses materiais, como relatórios, ordens de serviços e publicações – todos eles calcados na linguagem - vão integrar uma rede de narrativas que engloba a empresa e sua relação com os diversos públicos que interagem com ela. Com a capacidade de ser fonte de conhecimentos e de compartilhar aprendizados, a narrativa tem características multidisciplinares, abrindo caminhos de estudos e metodológicos em vários campos, como a sociologia, literatura, história, psicologia e comunicação. Em seu ensaio sobre o narrador, publicado em 1936 e em que faz considerações sobre a obra do escritor Nikolai Leskov, Benjamin (1994, p.205) afirma que a narrativa conserva suas forças e, mesmo depois de muito tempo, ainda.

(12) 11. tem capacidade de se desenvolver, diferentemente do caso da informação, que só tem valor no momento em que é nova. A narrativa, que durante tanto tempo floresceu num meio de artesão – no campo, no mar e na cidade -, é ela própria, num certo sentido, uma forma artesanal de comunicação. Ela não está interessada em transmitir o ‘puro em si’ da coisa narrada como uma informação ou um relatório. Ela mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida retirá-la dele. Assim se imprime na narrativa a marca do narrador, como a mão do oleiro na argila de vaso (BENJAMIN, 1994, p.205).. A visão de Benjamin, pertencente à Escola de Frankfurt, tem caráter de integração, pois o narrador, nas histórias que conta, recorre ao acervo de experiências de vida, tanto as suas quanto as relatadas por outros. Em seu estudo sobre a noção de gêneros literários, Stalloni (2007) explica as contribuições conceituais para a definição de narrativa trazida por Gérard Gennette, Louis Baladier e Roland Barthes. Com ideias que serão encontradas em estudos sobre o romance, Barthes (apud Stalloni) destacou o caráter universal das narrativas, presentes em todos os tempos e lugares. Inúmeras são as narrativas (récits) do mundo. Trata-se inicialmente de uma prodigiosa variedade de gêneros, eles próprios distribuídos entre substâncias diferentes, como se toda matéria fosse boa para que o homem confiasse seus relatos (...). Além do que, sob suas formas quase infinitas, a narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades; a narrativa começa com a própria história da humanidade; não há, nem jamais houve em parte alguma, um povo sem narrativa; todas as classes, todos os grupos humanos têm suas narrativas, e frequentemente essas narrativas são apreciadas em comum por homens de cultura diferente e até mesmo oposta: a narrativa zomba da moa e da má literatura: internacional, trans-histórica, trans-cultural, a narrativa está aí, por toda parte (BARTHES, p.7).. Ao analisarem a narrativa jornalística, Sodré e Ferrari (1986, p.11) conceituam a palavra narrativa “como todo e qualquer discurso capaz de evocar um mundo concebido como real, material e espiritual, situado em um espaço determinado”. Eles salientam ainda que a narrativa não é privilégio da arte ficcional, representada, por exemplo, pelo romance e o pelo conto. Para Delgado (2010, p.43), as narrativas, assim como os lugares da memória, são instrumentos importantes de preservação e transmissão de heranças identitárias e tradições..

(13) 12. Narrativas sob a forma de registros orais ou escritos são caracterizados pelo movimento peculiar à arte de contar, de traduzir em palavras os registros da memória e da consciência da memória no tempo. São importantes como estilo de transmissão, de geração para geração, das experiências mais simples da vida cotidiana e dos grandes eventos que marcaram a História da humanidade. São suportes das identidades coletivas e do reconhecimento do homem como ser no mundo. Têm natureza dinâmica e, como gênero específico do discurso, integram a cultura de diferentes comunidades. São peculiares, incorporam dimensões materiais, sociais simbólicas e imaginárias (DELGADO, 2010, p.43).. Entendemos que a universalidade da narrativa impulsiona possibilidades de análise também no campo empresarial, na medida em que as organizações constroem suas mensagens em um determinado tempo e espaço históricos. Além da potencialidade de reforço das identidades, as narrativas permitem que as empresas legitimem suas ações e decisões em meio aos questionamentos e às mudanças que sofrem, assim como dão condições de demarcar seus valores e missões. De certa forma, vão proporcionar a divulgação de significados e símbolos a respeito do seu negócio, embora caiba aos diversos públicos - imprensa, fornecedores, sociedade -, produzirem seus sentidos sobre esse conjunto de textos. Ao analisar autodescrições de 103 multinacionais, em três países (Brasil, França e Estados Unidos), Halliday (1987, p.9) observou que essas organizações construíram a sua legitimidade agindo retoricamente, que significa “comunicar de maneira a construir com palavras e outros símbolos uma realidade dentro da qual os outros vejam as coisas como gostaríamos que eles a vissem”. Halliday aponta três indicadores que apresentam a existência de um problema retórico pelas multinacionais: o vocabulário e as imagens que elas inspiram, a ideologia multinacional e a interação com o ambiente ou sociedade onde vivem. Embora os textos das organizações sejam geralmente permeados por uma ideologia e pela visão de mundo dos seus produtores, eles podem transparecer e configurar o que a empresa é, o que ela foi e o que pretende ser. A narrativa contribui, dessa forma, com esse jogo entre passado, presente e futuro. A partir dessa perspectiva, os públicos podem mostrar suas percepções sobre a empresa, seus serviços e realizações. As narrativas vão proporcionar essa amplitude histórica para o maior entendimento das interações entre empresa e sociedade. Apesar de a produção efetiva dos produtos envolva procedimentos técnicos, como escolha dos profissionais, gramatura do papel, definição de formato e cores, os materiais, se forem bem feitos e trabalhados de forma responsável, colaboram.

(14) 13. para um viés que ultrapassa o uso instrumental. Eles participam da formação de uma responsabilidade histórica e colocam os profissionais de comunicação organizacional em contato com as mudanças no relacionamento com os públicos e com as novas estratégicas na construção da memória organizacional. Outra etapa a ser destacada é que o próprio fazer dessa narrativa, ao envolver a entrevista, a coleta de depoimentos e a escuta das histórias, já corresponde a um processo importante de reconhecimento daqueles indivíduos no contexto da organização e da consciência de si mesmos como sujeitos da história.. 1.1 Livros institucionais: experiências, projetos e celebrações. Uma dessas narrativas que participam dessa rede é o livro históricoinstitucional. Não há uma informação precisa sobre os primeiros livros institucionais publicados no Brasil, mas eles acompanharam o desenvolvimento da história editorial brasileira. Fundador da Prêmio Editorial, uma empresa voltada para a produção de publicações institucionais, o editor e ex-vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) Marino Lobello1 cita, por exemplo, o livro sobre a Companhia Antarctica Paulista, editado nos anos de 1940 e que contava a história da empresa e de seus produtos e marcas. Os livros integram, assim, o rol de materiais e registros utilizados para preservar a memória e história dos acontecimentos e experiências empresariais, ao lado de periódicos, DVDs, centros de documentação, exposições virtuais e físicas. Em sua pesquisa de doutoramento, Nassar mostrou, por meio de questionário encaminhado às empresas, um perfil dos programas de história empresarial. O universo da pesquisa teve como referência a edição especial da lista das “500 maiores e melhores empresas do Brasil” da Revista Exame de 2005, a relação de empresas Valor 100 do jornal Valor Econômico e a lista das 20 maiores instituições da listagem da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). A pesquisa indicou o livro como o principal produto realizado pelos programas de história, com 60,6%, sendo de destaque maior no segmento da indústria (63,2%,), seguido do setor de serviços (60%) e comércio (42,9%), como mostra a tabela abaixo: 1. O editor Marino Lobello foi entrevistado por correio eletrônico (e-mail) para esta pesquisa. A entrevista está transcrita no anexo da pesquisa..

(15) 14. Produtos Livros Vídeos Exposições Internet Eventos Museu. Total 60,6% 45,5% 42,4% 36,4% 30,3% 23,2%. Indústria 63,2% 54,4% 38,6% 33,3% 29,8% 24,6%. Comércio 42,9% 42,9% 28,6% 57,1% 14,3% -------. Serviços 60,0% 31,4% 51,4% 37,1% 34,3% 25,7%. Fonte: Tese de doutorado de Paulo Nassar apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em 2006, sob a orientação da Prof. Dra. Margarida Kunsch.. O livro histórico-institucional costuma ser uma publicação de grande qualidade editorial e gráfica, organizada a partir dos marcos históricos da empresa ou instituição e da sociedade. São utilizados para o espírito de celebração e aniversário, como as datas “redondas” da criação da organização e de sua relação com os processos produtivos e a história do país. Sobre o seu olhar, a empresa organiza o modo de dizer daquilo que considera ser a sua história. Os enfoques podem passar pela própria trajetória da organização, dos seus empreendedores e do histórico dos produtos. Ao descreverem os livros institucionais, Gagete e Totini (2004, p. 121-122) comentam o valor dessas narrativas para as ações estratégicas de comunicação, de acordo com os públicos visados. Elas descrevem a seguinte aplicação, segundo o público-alvo: . Público interno: suporte a programas de ações de endomarketing, gerando maior envolvimento de colaboradores, uma vez que eles passam a conhecer mais profundamente a organização e compreendem melhor o significado de cada. estágio. de. seu. desenvolvimento. e. o. papel. específico. que. desempenham; . Formadores de opinião, imprensa e universidades: estabelecimento de uma relação de empatia por meio da transparência com que a história é narrada (quebra de “pré-conceitos” acerca da empresa e desmistificação do negócio);. . Investidores: reforço de imagem de credibilidade e solidez, com reflexos na valorização da empresa nos mercados de capitais, nacionais e estrangeiros;. . Público em geral /consumidores: divulgação / valorização da marca institucional e produtos relacionados..

(16) 15. A partir dos temas levantados na pesquisa histórica realizada, outros projetos institucionais, segundo Gagete e Totini , podem ser organizados, como biografias, histórico do setor, histórico do produto, coletânea de depoimentos, vídeos, cdrom, relatórios internos, estudos de caso, conteúdos para internet / intranet, showroom histórico, museu empresarial, exposições e produtos de suporte. Os Centros de Documentação e Memória, na avaliação das historiadoras, são os mais completos produtos de memória empresarial, pois constituem-se como setores responsáveis pela definição e aplicação de uma política sistemática de resgate, avaliação, tratamento técnico e divulgação de acervo e, principalmente, pelos serviços de disseminação do conhecimento acumulado pela empresa e de fonte de interesse histórico. Os centros “não se limitam, portanto, a um ‘depósito’ ou à função de ‘balcão’ de empréstimos de materiais” (p.124). Ao elencar projetos de memória empresarial passíveis de serem executados, Maricato (2006, p.130) cita as “edições históricas” e incluiu, nesse segmento, a elaboração de livros, álbuns fotográficos, site na internet, DVDs, CDs ou outras mídias para registro oficial da história da empresa. Ele apontou ainda os seguintes projetos, que demandariam, na visão do autor, além de competências da comunicação, conhecimentos em antropologia, biblioteconomia e arquivologia: . Acervo documental: processamento, catalogação e armazenamento de documentos históricos, de maneira que possam a ser disponibilizados e consultados.. . Biblioteca, hemeroteca, ‘midioteca’ e videoteca: catalogação, armazenagem e disponibilização de obras literárias, jornais, periódicos e materiais digitais ou em vídeo do universo da organização ou que por ela forem elaborados.. . Banco de imagens: catalogação, armazenagem e disponibilização de fotografias, comunicação visual, material promocional e outros, em papel, CD, meios digitais, etc.. . Museu empresarial: disponibilização de espaço interativo onde o visitante possa ter contato com a realidade da organização. É possível ressaltar as principais fases pelas quais a entidade passou, suas principais benfeitorias, evolução tecnológica e tantos outros aspectos interessantes. O espaço também. pode. ser utilizado. como. veículo. de. comunicação. dirigida. aproximativa, em que programas especiais podem ser desenvolvidos com.

(17) 16. stakeholders da organização, como visitas programadas de formadores de opinião, da imprensa, de escolares e outros. . Tombamento de acervo: sendo inviável a construção de um Museu, o acervo pode começar a ser tombado e corretamente armazenado, mantendo-se uma sólida catalogação, com vistas á não-deteriorização dos itens.. . Eventos: a geração de eventos com a temática histórica pode ser uma ferramenta importante para a ‘exploração’ de potenciais históricos da organização, seja em realizações beneficentes, festivas, culturais, esportivas ou de integração.. . Homenagens: criar estratégias de homenagens também pode ser uma boa forma de relacionamento. Nesta categoria, sobressaem-se projetos de homenagem aos funcionários por tempo de casa ou por ocasião de aposentadoria. Homenagear pioneiros e heróis corporativos, designando obras e projetos com os respectivos nomes também podem configurar como iniciativas louváveis, muito bem vistas pela sociedade.. . Periódicos e materiais impressos: confecção de material impresso ou digital com a temática histórica. Podem-se desenvolver fascículos ou coleções com veiculação predeterminada.. . Parcerias: a organização pode patrocinar ou apoiar iniciativas de resgate histórico, participando ativamente de associações pró-memória, criando exposições, patrocinando ou responsabilizando-se por espaços nos museus da cidade, ou ainda, criando exposições itinerantes, propondo a exploração de temas afins nas redes de ensino e muito mais.. . Apoio técnico-científico: promover o desenvolvimento técnico-científico de alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores também pode ser uma forma inteligente de promover a memória empresarial. Isto pode acontecer, dentro da própria organização, abrindo-se as portas para pesquisas e projetos, bem como, fora dela, das mais variadas formas.. . Patrocínios: a exemplo do que vem ocorrendo cada vez com mais frequência nos enredos das escola de samba do Rio de Janeiro, patrocinar eventos e iniciativas que enaltecem a história da organização pode render bons frutos.. . Centro de Documentação e Memória: na concepção de Totini, é a forma mais avançada de tratar a memória empresarial, pois define regras claras,.

(18) 17. desenvolve políticas e, ainda mais, faz com que a memória mantenha-se viva, podendo ser utilizada para o pensar estratégico da organização.. Na avaliação de Paraventi (2011, p.196), as publicações empresariais assumem papel cada vez mais estratégico nos planos organizacionais, no cenário de relações simétricas e de credibilidade das organizações com seus públicos. Entre as publicações impressas, ela cita o “livro memória”, que, nas palavras da autora, é assim definido: O livro de memória consiste na publicação realizada por organizações com trajetória representativa, que objetivam apresentar seus fatos relevantes e sua responsabilidade histórica (comercial, ambiental, social e cultural) desde a sua criação, no presente e também projetando para o futuro. Publicação estratégica para os públicos especiais, tendo em vista o alto custo de produção desse material (PARAVENTI, 2011, p.206).. Ao trabalharmos nesta pesquisa com os livros institucionais, cabe contextualizar e inserir essas publicações no cenário de uma cultura impressa do país. Não é em virtude de ser uma publicação corporativa e atender a determinados objetivos que ela não pode ser registrada em uma dinâmica da produção editorial. Afinal, os livros institucionais são publicados em um momento editorial e histórico, além de demandarem o trabalho profissional de várias áreas, como produção de texto, pesquisa e design gráfico. A atividade editorial foi iniciada após a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Antes, em razão da política colonial portuguesa, estava proibida a publicação de textos, já que havia o receio de que novas ideias colocassem em risco o seu domínio. Em 13 de maio de 1808, D. João VI institui a Impressão Régia, encerrando um longo período de proibição à publicação de impressos. Inicialmente, o objetivo era o de divulgar toda a legislação e os papéis diplomáticos do serviço real. Segundo Hallewell (2005, p.111), até 1822, a Impressão Régia deteve o monopólio da impressão no Rio de Janeiro e o objetivo dessa medida foi, principalmente, ajudar suas finanças. Durante o período de catorze anos de monopólio no Rio, foram produzidos mais de mil itens, como documentos de governo, cartazes, volantes, sermões e panfletos. Abreu (2010, p.45) levanta discussão acerca das dúvidas relativas aos títulos publicados pela Impressão Régia..

(19) 18. Ela afirma que, passados duzentos anos do início da atividade, “ainda é pouca segura a identificação do conjunto de obras saídas dos prelos da Impressão Régia, apesar dos esforços realizados por diversos pesquisadores”. Com o fim do monopólio, surgiram tipografias nos Estados. Aos poucos, o livro começa a ser um objeto presente e, nesse novo cenário, chama a atenção de editores e livreiros estrangeiros que dão os primeiros passos para estabelecer seus negócios no Brasil. Na busca de novos mercados, o francês Eduard Laemmert fundou, em 1833, a Livraria Universal. Cinco anos depois, ele junta-se ao irmão (Heinrich Laemmert) para a inauguração da Typografia Universal. Já o também francês Baptiste Louis Garnier esteve à frente da Livraria Garnier, que ficava localizada na rua do Ouvidor. As duas livrarias expandiram os negócios e passaram a fazer trabalhos editoriais. Elas “representaram um marco no setor editorial” e, com suas atuações, a “publicação de livros se separou da edição de jornais” (Paixão, 1995, p.13). Os irmãos Laemmert publicaram, por exemplo, a Folhinha (almanaque literário que passou a se chamar Almanack Laemmert) e o Dicionário de medicina doméstica, do médico Thedore Langgard, dinarmaquês radicado no Brasil. Os escritores José de Alencar, Machado de Assis e Olavo Bilac tiveram obras publicadas pela Garnier. Para El Far (2006, p.35), em busca de uma massa crescente de leitores, os livreiros do século XIX estavam constantemente planejando estratégicas que pudessem tornar o livro um produto de consumo popular, ao mesmo atraente e divertido. A pesquisadora explicou que os baixos preços e as estratégias de divulgação conseguiram levar o texto impresso, no final do século XIX, para o centro da vida cotidiana de uma parcela cada vez mais significativa da população. A partir do Rio de Janeiro, experiências editorias em outros centros urbanos foram feitas na busca de novos leitores e mercados. Novas editoras surgiram no século XX, dando continuidade ao processo de publicação e edição de textos. Com o passar dos anos e o crescimento contínuo da população leitora brasileira, novos editores surgiram sem cessar, diversificando e criando projetos inovadores para o mercado editorial. Ao passo que uns apostavam suas fichas em livros didáticos ou universitários, outros enxergaram na literatura nacional e estrangeira um grande filão. Foi nesse cenário que surgiram a livraria Saraiva, Schimidt Editora, José Olympo, Livraria Martins, Civilização Brasileira, Paz e Terra, Melhoramentos, Ática, Globo, L&PM, Zahar (depois Jorge Zahar), Companhia das Letras, Record, Vozes, dentre.

(20) 19. várias outras, que definitivamente dinamizaram o comércio de livros no país. Esses editores, na verdade, deram continuidade a muitos dos projetos nascidos nas últimas décadas do século XIX: os diversos tipos de coleções, as traduções inéditas, as capas atraentes, os volumes de baixo custo, as narrativas ilustradas, os reclames na grande imprensa, os autores de sucesso. Nesse conhecido processo não faltaram, porém, as inovações gráficas e a chegada de escritores e tradutores capazes de revigorar constantemente o imaginário da leitura e da difusão do conhecimento (EL FAR, 2006, p.42).. Atualmente, estima-se a existência de cerca de 1.200 editoras no Brasil. Elas estão concentradas, principalmente, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) considera como editoras comerciais as que publicam pelo menos cinco título por ano ou a tiragem mínima de 10.000 exemplares. Algumas delas apresentam segmentação no desenvolvimento de livros institucionais e publicações para empresas e organizações, como é o caso da DBA Editora, com sede em São Paulo. A CBL não dispõe de dados específicos sobre a produção de livros institucionais no Brasil, diferentemente de outros segmentos divididos por setor, como didáticos, religião, técnico-científico e interesse geral. Nesta pesquisa, levantamos 172 livros institucionais publicados no período do final da década de 1980 a 2012. Os segmentos das empresas que optaram por essa publicação variam: comércio, indústria e prestação de serviços foram alguns deles.. 1.2 Aliança entre os documentos e a história oral. A construção das narrativas sobre história empresarial demanda um caráter multifacetado, pois envolve o uso de diversas fontes nesse processo de pesquisa e busca das informações. Vários documentos textuais, como registros em juntas comerciais, contratos, reportagens, releases e anúncios podem ser utilizados. As fontes orais também se fazem presentes no desenvolvimento dessa narrativa e representam um papel importante, já que permitem a obtenção do “jeito da empresa”, os seus hábitos, os processos de trabalho e os “causos” da organização. Para a busca desse olhar mais dinâmico sobre a empresa e das relações do cotidiano, a metodologia da história oral tem sido adotada, com as devidas adaptações. A realização de um trabalho de história oral passa pela elaboração do projeto, captação, tratamento do produto, guarda do material e a sua destinação. Correspondendo a um conjunto de procedimentos e processos para o trabalho com.

(21) 20. entrevistas, a história oral pode fornecer o registro das histórias em suas múltiplas dimensões e abre possibilidade de pesquisa em várias áreas. A sua “abrangência, além de pedagógica e interdisciplinar, está relacionada ao seu importante papel na interpretação do imaginário e na análise das representações sociais” (Freitas, 2006, p.15). No Brasil, a introdução da história oral ocorreu na década de 1970, embora tenha se expandido na década de 1990, com a realização de seminários e cursos sobre o assunto. Em abril de 1994, foi criada a Associação Brasileira de História Oral, que congrega as diferentes tendências e possibilidades de aplicação da história oral desenvolvidas por pesquisadores e estudiosos de todo o país. Para Thompson (1992), um dos maiores estudiosos dessa temática, a história oral abre potencialidades metodológicas e cognitivas, como possibilitar a construção de evidências via entrecruzamento de depoimentos, recuperar informações sobre acontecimentos e processos que não se encontram registrados em outros tipos de documentos e apresentar novas hipóteses e versões sobre processos já analisados. Na relação entre história oral e empresas, Meihy e Ribeiro (2011, p.62) observam a necessidade de fazer a diferenciação entre história oral para empresa e da empresa, pois o “modo de condução dos projetos depende dessas definições”, embora salientem que ambos demandem formação e aprimoramento de pesquisadores para a realização das tarefas. Eles explicam que a história oral para empresa é uma produção atenta à visão de ‘fora para dentro’ e diz respeito à relação entre empresa, o contexto e o mercado. Já a história oral da empresa é voltada para o funcionamento unitário das entidades produtivas, com o ‘olhar interno’ da instituição.. Segundo. os. pesquisadores,. nesse. último. caso,. há. também. preocupações de caráter operacional, mais voltadas ao fundamento da entidade em si, e uma atenção aos funcionários e suas relações com problemas internos da entidade. Ressaltando que “a empresa não é gente e, portanto, não tem memória no sentido natural” e que “de maneira paradoxal, crescentemente as instituições têm assumido responsabilidades – maiores ou menores – na promoção sobre o seu papel ou atuação” (p.56), os autores afirmam que a história oral, nesse ambiente, serve para aquisição de relatos vinculados ao papel histórico ou ao impacto da entidade no contexto em que se situa..

(22) 21. Fala-se de reserva de memória, ou seja, de lembranças acumuladas e absorvidas pelos participantes do grupo. Com os devidos cuidados, esses conhecimentos se formulam no que é chamado ‘tradição’ ou marca histórica. Como dimensão do conhecimento coletivo, a memória viva de participantes da instituição amplia a responsabilidade da produção de novos registros de narrativas de sujeitos que participam da organização estrutural, física e humana da entidade. O objetivo mais amplo de um trabalho de história oral institucional é traduzir as percepções sobre processos passados nas corporações e humanizar as relações. Ao valorizar o ‘protagonismo’ dos sujeitos atuantes em suas atribuições de trabalho, ou nos locais em que desempenharam suas funções, cria-se um foro capaz de promover crítica do andamento do projeto institucional. Ou seja, a partir da certeza de que todos têm história e que essas vivências fazem parte de um patrimônio ou de uma construção de memória comunitária, tem-se o objetivo de registrar e analisar histórias orais de vida que podem conter experiências, valores e identidades de grupos (MEIHY; RIBEIRO, 2011, p.58).. Nesse sentido, a história oral no meio empresarial ajuda no relato de experiências vividas e no reconhecimento do funcionário no contexto de trabalho e do seu papel na organização. Numa listagem de 9 campos de pesquisa em que a história oral pode ser útil, Alberti (2004, p.25) cita o seu emprego no estudo da história das instituições do Estado, de organismos públicos e de empresas privadas. Segundo a autora, nesse universo, ela permite a reconstrução de organogramas administrativos, o esclarecimento de funções de diferentes órgãos, a recuperação de processos de tomada de decisões e investigações sobre “o esprit de corps de funcionários”, além das relações entre diferentes gerações de trabalhadores”. No universo da fonte oral, outra abordagem utilizada nas empresas para a organização das narrativas tem sido por meio do storytelling, que envolve um processo em que as pessoas contam as suas histórias, permitindo o potencial do estabelecimento de diálogos com a história da organização, produtos e marca. Para Cogo (2010, p.95), que estudou a atratividade do storytelling em tempo de atenção difusa, as histórias que as pessoas contam sobre as relações sociais nas organizações precisam ser tratadas como narrativas que buscam construir sentido para as ações, tanto passadas quanto futuras, procurando plausibilidade para as experiências. Essa plausibilidade, segundo ele, representa uma tentativa de “transformar o inesperado em esperado, a busca da criação de uma trama, de uma sequência socialmente aceitável das experiências vivenciadas na direção da produção de sentido das ações”..

(23) 22. Capítulo 2 - História e memória: noções teóricas A temática da memória tem sido abordada por vários campos do conhecimento, mais recentemente a própria comunicação organizacional e relações públicas. Com a capacidade de trazer reflexões importantes para entender a relação dos indivíduos com a sociedade, o assunto está na ordem do dia, com a crescente discussão de temas diversos, como centros de memória, arquivos de instituições, preservação de bens culturais, produção de documentários e biografias. É preciso compreender as relações – e algumas distinções - entre história e memória. Le Goff (2003, p.18) explica que a palavra história, em todas as línguas românticas e em inglês, tem origem no grego antigo (histoire) e que essa forma deriva da raiz indo-européia wid-, weid-, “ver”. Com essa origem, Le Goff aponta a concepção da história como aquele que vê, aquele que sabe e que procura. No entanto, o historiador salienta que, nas línguas românticas e em outras, a história tem outros dois conceitos diferentes: “procura das ações realizadas pelos homens” (Heródoto) e o objeto de procura é o que os homens realizaram. Outro sentido é mostrado pelo autor: o de narração, já que “uma história é uma narração, verdadeira ou falsa, com base na realidade histórica ou puramente imaginária” (p.18). Esses entendimentos sobre a história têm ligação direta com o conceito de tempo, já que, na avaliação de Le Goff, a “história é a ciência do tempo”, visto que ela está “estritamente ligada às diferentes concepções de tempo que existem numa sociedade e é um elemento essencial de aparelhagem mental dos historiadores”. (p.52).. Os. vários. acontecimentos,. com. seus. personagens,. particularidades, valores e hábitos, vão permear essa relação com o tempo. Marc Bloch (apud Le Goff, p.24) não gostava da definição de história como a “ciência do passado” e considerava absurda a ideia de que o passado pudesse ser objeto da ciência. Para ele, a história é “a ciência do homem no tempo” e, com esse olhar, queria chamar atenção para o caráter humano e para as relações que o passado e o presente estabelecem ao longo da história. Considerava que a história não só deve permitir compreender o “presente pelo passado”, mas também compreender o “passado pelo presente”. A memória, por sua vez, não quer dizer somente o ato de lembrar, recordar. Os esquecimentos também fazem parte da memória, apresentando assim um.

(24) 23. caráter seletivo. Nem tudo é lembrado. Delgado (2010) listou os múltiplos significados de memória, entre eles: retenção de elementos inerentes e conhecimentos adquiridos; estabelecimentos de nexos entre o presente e as experiências vividas; evocação do passado, através de lembranças; afirmação de identidades através de reconhecimento da pluralidade e da alteridade; atualização do passado no eterno presente; seleção e tensão entre o lembrar e esquecer; seleção e tensão entre o narrar e o silenciar; reconhecimentos de espaços perdidos ou reencontrados; reflexão sobre a experiência individual de vida, relacionando-a às experiências coletivas, ou seja, aos conteúdos históricos sociais. Significados tantos e tão potencializadores, que confluem às dimensões superiores da vida: humanista em sua essência; dialética em sua propensão transformadora; dilacerada, múltipla e plural, em sua sociabilidade. A memória contém incomensuráveis potencialidades, destacando-se o fato de trazer consigo a forte marca dos elementos e mitos fundadores, além dos elos que conformam as identidades e as relações de poder. São as recordações – em suas dimensões mais profundas – que conformam as heranças e acumulam tradições, experiências e detritos (DELGADO, 2010, p.39).. Bergson (1999) propõe dois tipos de memória: a memória hábito, que é registrada pela repetição contínua de alguma coisa, e a memória pura (a verdadeira memória), aquela que não precisa de repetição para conservar uma lembrança e que é mantida por sua singularidade e evocação. Com respaldo teórico sobre a memória realizado por Bergson, que entende também as percepções como impregnadas de lembranças, Bosi (2003, p.53) assinala que a memória é “um trabalho sobre o tempo, mas sobre o tempo vivido, conotado pela cultura e pelo indivíduo”. Destaca ainda a necessidade de ter em mente a noção de que a memória “parte do presente, de um presente ávido pelo passado” (p.20). Pela memória, o passado não só vem à tona das águas presentes, misturando com as percepções imediatas, como também empurra, ‘descola’ estas últimas, ocupando o espaço todo da consciência. A memória aparece como força subjetiva ao mesmo tempo profunda e ativa, latente e penetrante, oculta e invasora. Em outro texto Bergson dirá das lembranças que estão na cola das percepções atuais, ‘como a sombra junto ao corpo’(BOSI, 2003, p.36)..

(25) 24. Também em uma interseção com a temporalidade, Chauí2 (2001, p.130) observa que a memória não é um simples lembrar, “mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado”. A memória, segundo a autora, é o que “confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo)”. A relação da memória com a manifestação de identidades tem sido um dos temas mais analisados. De acordo com Le Goff (2003, p.422), o estudo da memória social é um dos “meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história, relativamente aos quais a memória está ora em retraimento, ora em transbordamento”. Fazendo um percurso do lugar da memória nas sociedades, com destaques para as diferenças entre locais baseados na oralidade e na escrita, o autor afirma que a memória é “um elemento essencial no que se costuma chamar de identidade, individual ou coletiva” (p.469). Nesse sentido, a memória impulsiona a possibilidade do trabalho da construção de identidades e o reconhecimento do indivíduo na história e nos vários locais na sociedade, sejam públicos ou privados, a que ele pertence. Além disso, ela traz a potencialidade de configurar marcas dos mitos fundadores ao proporcionar a construção de narrativas sobre tradições, criações e origens de processos sociais e experiências. É então nessas relações de memória e história que estarão em jogo as vivências, as produções de sentido de determinados acontecimentos e as interseções entre passado, presente e futuro. Para Candau (2011, p.16), memória e identidade estão ligadas, mas numa situação dialética: “se nutrem mutuamente, se apoiam uma na outra para produzir uma trajetória de vida, uma história, um mito, uma narrativa”. Candau reconhece a memória como a identidade em ação, gerando caminhos de força identitária dos indivíduos, mas salienta que ela pode, por outro lado, ameaçar e perturbar o sentimento de identidade, “tal como mostram os trabalhos sobre as lembranças de. 2. Chauí (2001, p.129) apontou seis grandes tipos de memória: memória perceptiva ou reconhecimento, memória-hábito, memória fluxo de duração pessoal, memória social ou histórica, memória biológica da espécie e memória artificial das máquinas. Segundo a filósofa, “as quatro primeiras fazem parte da vida de nossa consciência individual e coletiva; a quinta é inconsciente e puramente física, a última é uma técnica”..

(26) 25. traumas e tragédias, como, por exemplo, a anamnese de abusos sexuais na infância ou a memória do Holocausto”. Finalmente, não seria equivocado pensar memória e identidade como dois fenômenos distintos, um preexistente do outro Mesmo que ontológica e filogeneticamente a memória é necessariamente anterior em relação à identidade – essa última não é mais do que uma representação ou um estado adquirido, enquanto que a memória é uma faculdade presente desde o nascimento e a aparição da espécie humana -, torna-se difícil consentir sobre a preeminência de uma sobre a outra quando se considera o homem em sociedade. De fato, memória e identidade se entrecruzam indissociáveis, se reforçam mutuamente desde o momento de sua emergência até sua inevitável dissolução. Não há busca identitária sem memória, e, inversamente, a busca memorial é sempre acompanhada de um sentimento de identidade, pelo menos individualmente (CANDAU, 2011, p.19).. Em relação à memória, Hobsbawn (1998, p. 23) diz ser “o que é definido oficialmente como ‘passado’ é e deve ser claramente uma seleção particular da infinidade daquilo que é lembrado ou capaz de ser lembrado”. Por sua vez, Benjamin (1994, p.210) diz que “a memória é a mais épica de todas as faculdades”, já que “somente uma memória abrangente permite à poesia épica apropriar-se do curso das coisas, por um lado, e resignar-se, por outro lado, com o desaparecimento dessas coisas, com o poder da morte”. A memória coletiva foi um dos temas da pesquisa de Halbwachs (2006). Para ele, as memórias são formadas por grupos sociais e pelas interações e contatos que têm com os outros. É nessa relação, portanto, com os grupos que as lembranças são construídas. Segundo o autor, as lembranças permanecem coletivas e “nos são lembradas por outros, ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos” (p.30). A explicação, de acordo com o pesquisador, é que as pessoas não estão sozinhas, mas que os outros reconstroem os eventos e identificam o que será parte da memória. Nas palavras do autor: Contudo, se a memória coletiva tira sua força e sua duração por ter como base um conjunto de pessoas, são os indivíduos que se lembram, enquanto integrantes do grupo. Desta massa de lembranças, umas apoiadas nas outras, não são as mesmas que aparecerão com maior intensidade a cada um deles. De bom grado, diríamos que cada memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva, que este ponto de vista muda segundo as relações que mantenho com outros ambientes. Não é de surpreender que nem todos tirem o mesmo partido do instrumento comum. Quando tentamos explicar essa diversidade, sempre voltamos a uma combinação que são todas de natureza social. Algumas dessas cominações são extremamente complexas. Por isso, não depende de nós fazê-las.

(27) 26. reaparecer. Temos de confiar no acaso, esperar que muitos sistemas de ondas, nos ambientes sociais que transitamos materialmente ou em pensamento, se cruzem de novo e façam vibrar como antigamente o aparelho que é nossa consciência individual. Mas aqui o tipo de causalidade é o mesmo, e não poderia ser senão o mesmo de outrora. A sucessão de lembranças, mesmo as mais pessoas, sempre se explica pelas mudanças que se produzem em nossas relações com os diversos ambientes coletivos, ou seja, em definitivo, pelas transformações desses ambientes, cada um tomado em separado, e em seu conjunto (HALBWACHS, 2006, p.69).. Nessas relações com o passado, Chartier (2009, p.24) ressalta que, mesmo com aproximações, a memória e história continuam sendo incomensuráveis e a “epistemologia da verdade que rege a operação historiográfica e o regime da crença que governa a fidelidade da memória são irredutíveis”, sem a prioridade de uma sobre a outra.. Sem dúvida, entre história e memória as relações são claras. O saber histórico pode contribuir para dissipar as ilusões ou os desconhecimentos que durante longo tempo desorientaram as memórias coletivas. E, ao contrário, as cerimônias de rememoração e a institucionalização dos lugares de memória deram origem repetidas vezes a pesquisas originais. Mas não por isso memória e história são identificáveis. A primeira é conduzida pelas exigências existenciais das comunidades para os quais a presença do passado no presente é um elemento essencial na construção de seu ser coletivo. A segunda se inscreve na ordem de uma saber aceitável, ‘científico’, no sentido de Michel de Certeau (CHARTIER, 2009, p.24).. A propriedade da memória acompanhou as sociedades, desde os tempos ancestrais. Ela abriu caminho para o registro de informações e a conservação de acontecimentos. Com o seu desenvolvimento que passou da oralidade à escrita, a memória teve várias marcas e se manifestou de formas distintas, como em tábuas, documentos, pergaminhos, livros sagrados, catálogos dos navios e livros. Nas sociedades sem escrita, ela foi transmitida por meio de três grandes interesses, segundo Le Goff: a idade coletiva do grupo, o prestígio das famílias dominantes e o saber técnico. Na Grécia, a memória tinha um poder divino de conferir imortalidade aos seres humanos, tanto é que a mitologia reservou essa capacidade na figura da deusa Mnemoisine. Ela era filha era filha de Urano, deus do céu e das estrelas e de Gaia, deusa da Terra. Casada com Zeus, o rei dos deuses, Mnemoisine foi mãe de 9 musas que protegiam todas as artes e ciências..

(28) 27. 2.1 Caminhos da memória empresarial As primeiras iniciativas do uso da história no contexto empresarial foram no início do século XX. As empresas Krupp e Siemens desenvolveram, em 1905 e 1907, respectivamente, serviços de arquivos empresariais. O conceito de memória empresarial ganhou novos sentidos em meados da década de 20, com a criação, nos Estados Unidos, da Business Historical Society. Foi criada em Harvard, em 1927, a disciplina História Empresarial, que tinha a finalidade de estudar a biografia dos empresários e a evolução das organizações a partir de seus próprios arquivos. Em 1937, sob a influência dos Estados Unidos, os ingleses criaram o Business Archives Council para estimular a preservação dos arquivos. Outros países da Europa também tomaram medida semelhante. Segundo Gagete e Totini (2004, p.114), a partir dos anos 1940 e 1950, a escola norte-americana começou a diferenciar-se, passando a enfatizar “processos internos de mudança organizacional em relação à competição tecnológica e mercadológica”.. Com. essa. alteração,. elas. explicam. que. outros. temas. multidisciplinares e transversais, como o desenvolvimento de produtos, parcerias, processos de mudança da estrutura corporativa, passaram a compor o universo da memória empresarial. Nesse novo caminho, destaca-se o estudo do feito por Alfred Chandler, professor emérito da Harvard Business School. Em Management Descentralizatian: An Historical Analysis, publicado em 1956, o professor teve como parâmetro biografias empresarias, relatórios anuais, livros e revistas para sistematizar os modelos de evolução organizacional em dez setores industriais. Ele fez comparações entre os modelos adotados. Na década de 1970, na Europa, com as novas definições teóricas e metodológicas da chamada “Nova História” (La nouvelle histoire), a memória empresarial ganha, segundo Gagete e Totini, a dimensão do simbólico, pois a empresa começa a ser vista como produtora de significados sócio-culturais e não apenas como unidade de bens e serviços. A “Nova História” foi um movimento surgido na França que contribui para a mudança dos procedimentos da investigação histórica. Segundo Burke, as ideias do grupo da Escola de Annales (nome da revista criada para divulgar o movimento) podem ser resumidas da seguinte forma:.

(29) 28. Em primeiro lugar, a substituição da tradicional narrativa de acontecimentos por uma história-problema. Em segundo lugar, a história de todas as atividades humanas e não apenas a história política. Em terceiro lugar, visando completar os dois primeiros objetivos, a colaboração com outras disciplinas, tais como o a geografia, a sociologia, a psicologia, e economia, a linguística, a antropologia social, e tantas outras (BURKE, 2010, 12).. Nessa nova perspectiva, a temática da memória foi um desafio dos historiadores do grupo, como mostram os estudos de Jacques Le Goff e Pierre Nora. No Brasil, há os impactos da “Nova História” e dos modelos norte-americanos e, no campo das organizações, foram desenvolvidos trabalhos de memória empresarial por historiadores e outros profissionais que passaram a olhar a trajetória de empresas e instituições a partir desses novos parâmetros sobre a história. Nesse contexto, a professora e historiadora Maria Bárbara Levy publicou, em 1975, estudo sobre a evolução da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O trabalho é resultado de sua tese de doutorado. Sobre este estudo, Filho e Martins (2001) apontam o ineditismo da abordagem e a riqueza de informações. Pelo ineditismo da abordagem do tema — “as bolsas de valores jamais mereceram no Brasil qualquer tratamento histórico minucioso” —, a História da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro exigiu um longo trabalho inicial na descoberta e no processamento de fontes até então desconhecidas. Além do desbravamento de novas fontes, hoje colocadas à disposição de outros historiadores de empresa, o estudo dá diversas pistas sobre os mecanismos de financiamento, o papel regulador do sistema financeiro e do Estado, a atuação dos bancos comerciais e estrangeiros, entre outros fatores que atingiam as empresas privadas e mistas, especialmente no que diz respeito ao processo de aperfeiçoamento da organização de Sociedades Anônimas (FILHO; MARTINS, 2001, 184).. Segundo os autores, a professora, com o seu ingresso na antiga Faculdade de Economia e Administração da Universidade Federal do Rio de JaneiroFEA/UFRJ, em 1979, teve a oportunidade de ampliar os estudos da temática do empresariado e ampliou o leque de suas preocupações intelectuais, ao incorporar novas questões, como o desenvolvimento industrial do Brasil e suas diferenças setoriais e regionais, as fontes de financiamento para o setor e o papel dos empresários e suas relações com o poder público. Os inúmeros relatos e documentos sobre o campo da história empresarial, durante quase todo o século XX, estão no contexto dos estudos econômicos e administrativos. No Brasil, a situação não é diferente. Nessa linha, podem ser inseridos os estudos de Cleber Aquino (1986), que resultaram na coleção de livros intitulados História empresarial vivida, com depoimentos de empresários tradicionais.

(30) 29. brasileiros que ergueram as suas companhias, muitos deles, a partir do esforço e dos recursos de suas famílias. Os primeiros volumes estavam assim formatados: I – Olacyr Francisco de Moraes (Grupo Itamarati); Omar Fontana (Transbrasil); Jorge Wilson Simeira Jacob (Grupo Fenícia); Paulo Diederichsen Villares (Empresas Villares). II – Eugênio Staub (Indústrias Gradiente); Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau.); Ângelo Calmon de Sá (Banco Econômico); Márcio Fortes (João Fortes Engenharia). III – Matias Machline (Grupo Sharp); Henry Maksoud (Hidroservice); João Carlos Paes Mendonça (Grupo Bompreço); Mauro Salles (Salles Interamericana de Publicidade). IV – Antônio Ermírio de Moraes (Votorantim); José Dias de Macedo (J. Macedo S.A.); Yvonne Capuano (Clock S.A.); Victor Civita (Editora Abril). V – Norberto Odebrecht (Construtora Odebrecht); Sheun Ming Ling (Petropar); Leon Feffer (Companhia Suzano); Attilio Fontana (Sadia). No primeiro volume de História empresarial vivida, Aquino (apud Nassar, 2006) explica as bases da disciplina História de Negócios Brasileiros, que seria criada na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Os principais pontos sobre a disciplina são:. a) Estabelecer, estimular, proporcionar um diálogo permanente, uma interação constante entre a classe empresarial brasileira e todos os públicos nacionais, especialmente o acadêmico. Inconcebível uma universidade, especialmente uma escola de administração, não cultivar um relacionamento constante com os empresários, pois são eles que definem as expectativas em relação a seus futuros executivos e assessores que estão sendo formados na universidade. b) Repassar a experiência empresarial e administrativa brasileira para todo o país e até para o resto do mundo, através de livros e de outras formas de publicação, sobre a vida, a obra e o tempo dos grandes empresários brasileiros. O Brasil já dispõe de experiências empresariais em condições de serem exportadas. c) Traçar o perfil da história brasileira, através de estudo, debates e reflexões sobre a vida, a obra e o tempo dos grandes empresários brasileiros. Os depoimentos feitos em História empresarial vivida fornecem um rico painel dessa história a partir da ótica dos negócios. Esse papel contribui para se.

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