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Atuação da enfermagem na assistência em saúde mental em unidades de pronto atendimento hospitalar

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA – DCVIDA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE MENTAL

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL EM UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO HOSPITALAR

CATIUSA DAIANE DA SILVA

IJUÍ, RS 2016

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CATIUSA DAIANE DA SILVA

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL EM UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Saúde Mental,

apresentado ao Departamento de

Ciências da Vida (DCVida), da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

Orientadora: Profª Psiª Enfª Me Liamara Denise Ubessi

IJUÍ, RS 2016

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...6

METODOLOGIA...10

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ...12

A LOUCURA ESTÁ AÍ! O QUE ‘FAÇO’? ...12

‘SAÍDAS’ PARA QUE QUEM PRECISA POSSA ‘ENTRAR’.... ...16

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...19

REFERÊNCIAS ...20

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RESUMO

Este estudo objetivou investigar a atuação da equipe de enfermagem no atendimento a pessoas em sofrimento psíquico nas unidades de urgência e emergência hospitalares, por meio de revisão bibliográfica integrativa. Entre as principais dificuldades para o atendimento a essas pessoas no pronto socorro estão a falta de estrutura física e de „equipamentos apropriados‟ para assistência em situações de risco para si mesmo ou outras, a existência de preconceito e estigma, manutenção da visão manicomial. Os profissionais de enfermagem sentem-se despreparados e com habilidade insuficiente para trabalhar com algumas ações e reações dessas pessoas, o que pode desencadear sentimentos como medo, desconfiança, culpa, raiva, pena e insegurança. Por fim, o estudo mostra a necessidade de reformas na formação e na prestação destes serviços à comunidade.

Descritores: Enfermagem; Saúde mental; Emergência em saúde mental; Emergência psiquiátrica; Pronto atendimento; Hospital geral.

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SUMMARY:

The objective of this study was to focus on the performance of the nursing team that cares for people suffering from psychological distress at hospital emergency rooms and emergency units, through an integrative bibliographic review. Among the main difficulties to deliver appropriate care for these people in the emergency room, are the lack of a physical structure and “appropriate equipment” especially, in situations when a patient poses a threat to himself or others. Another problem is the existence of a bias attached to it, and the general view that perpetuates the insane asylum stigma. Nurses feel unprepared and with inadequate skills to deal with some of the actions and reactions of these people, which can trigger feelings of fear, mistrust, guilt, anger, sympathy, and insecurity. Finally, the study shows the need for change in the planning and delivery of these services to the community.

Keywords: Nursing; Mental health, Mental health emergency, Psychiatric emergency, In & Out patient care, General Hospital.

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INTRODUÇÃO

A relação com loucura e atenção em Saúde Mental no Brasil, desde meados da década de 60 tem sofrido interferências, e ocorreram muitas mudanças. Entretanto, precisam ser sustentadas e seguir com avanços neste campo de conhecimento e atuação, para que a história não se repita e as formas manicomiais sejam relatos do passado. Deste modo, se contextualizará brevemente esse processo e apresentará a problemática que move este estudo.

O movimento da Reforma Psiquiátrica, o qual se deu no final da década de 70 e início da década de 80, produziu mudanças na assistência as pessoas em sofrimento psíquico no Brasil, através do fechamento dos manicômios e criação de novos espaços de assistência às mesmas, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Efeito do que foi legitimando na Política de Nacional de Saúde Mental, amparada pela Lei 10.216, que consolida um novo modelo de atenção, aberto, com base comunitária (BRASIL, 2001; BRASIL 2011).

A Reforma Psiquiátrica brasileira se desenvolve concomitantemente ao processo de redemocratização do país e da Reforma Sanitária que culmina na implantação do Sistema Único de Saúde - SUS (RIBEIRO, DIAS, 2011). Acontece, pois na década de 70, os direitos humanos e o cuidado ao „doente mental‟ começaram a ser discutidos. Na mídia houve várias denúncias sobre o viver nos manicômios, como maus tratos, condições de trabalho e „moradia‟ totalmente insalubres, entre tantas outras coisas, realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores da Saúde Mental. Esta atitude favoreceu a motivação da opinião pública e de certos políticos sobre as questões da atenção à saúde mental. A Reforma Psiquiátrica surge então, com o propósito de questionar a instituição asilar e a prática médica, e humanizar a assistência (MACIEL, 2012), sob outro paradigma, o da liberdade.

O conceito de desinstitucionalização surge na segunda metade da década de 1980, e tenta romper com o paradigma que entende que a loucura incapacita e exclui o sujeito do convívio social, desconstrói um pensamento que defende o atendimento ao doente mental de forma asilar, que prioriza o isolamento do sujeito. Em março de 1986, ocorre a 8ª Conferência Nacional da Saúde, onde se afirma uma nova concepção de saúde, como direito de todos os cidadãos e dever do Estado (MACIEL, 2012).

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7 A realização do II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, em Bauru-SP, em 1987, estabelece uma nova proposta de relação da loucura com a sociedade e mudanças nas práticas profissionais. Foi estabelecido nesse evento, o dia 18 de maio como o dia nacional da Luta Antimanicomial, a partir deste momento, o Movimento Antimanicomial, constituído por diversos atores sociais (profissionais, usuários, familiares, intelectuais), assumiu efetivamente a luta por uma sociedade sem manicômios (OLIVEIRA, FORTUNATO, 2003).

As principais transformações no campo jurídico político ocorreram em 1989, através do Projeto de Lei no 3.657/89, de autoria do deputado Paulo Delgado, que regulamentava os direitos dos doentes mentais em relação ao tratamento e indicava a extinção progressiva dos manicômios públicos e privados, e sua substituição pelos serviços extra-hospitalares. No entanto este Projeto de Lei foi transformado em 2001, com a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por uma rede de atenção em saúde mental (LIMA, NETO, 2011), que se inicia com o incremento no SUS de CAPS (BRASIL, 2002).

Os CAPS, instituídos juntamente com os Núcleos de Assistência Psicossocial (NAPS), através da Portaria/SNAS nº 224 - 29 de Janeiro de 1992, atualizada pela Portaria nº 336 - 19 de Fevereiro de 2002, compreendem unidades de saúde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de 4 horas, por equipe multiprofissional, constituindo-se também em porta de entrada da rede de serviços para as ações relativas à saúde mental. Esta portaria estabelece as modalidades dos Centros de Atenção Psicossocial, CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional (BRASIL, 2002).

Atualmente, este novo modelo de assistência é amparado pela Portaria do Gabinete Ministerial número 3.088 de 23 de Dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para pessoas com sofrimento ou transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do SUS (BRASIL, 2011). Define, em seu Art. 8º os pontos de atenção da RAPS, quais são: Unidade Básica de Saúde, Equipe de Consultório na Rua, Centros de Convivência, Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades, atenção residencial de caráter transitório, atenção hospitalar, Serviços Residenciais Terapêuticos e a atenção de urgência e emergência.

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8 Em seu primeiro parágrafo a portaria define que estes pontos possuem responsabilidade pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência das pessoas em sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Todos os pontos da rede por acolher urgência e emergência, e se for o caso, demandar suporte do SAMU pela Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24 horas, unidades de urgência e emergência hospitalares, entre outros, conforme a realidade de cada município.

Desta forma, os serviços de urgência e emergência fazem parte da rede de atenção em saúde mental e necessitam revisar os modos com que atuam, afim de que não reproduzam preconceitos, estigmas, ou atenção inadequada as pessoas em sofrimento psíquico e preceitos da Saúde Mental. A atenção emergencial em saúde mental deve ser em situação de que haja risco para a pessoa em sofrimento psíquico ou para terceiros e que demanda intervenção terapêutica imediata (QUEVEDO, CARVALHO, 2014).

O pronto-atendimento constitui-se muitas vezes a porta de entrada da pessoa em situação de crise, com necessidade de assistência imediata, pois muitas vezes pode apresentar quadros de delírios e comportamentos associados ao risco de morte, o que pode ser amenizado por ações terapêuticas adequadas. Desta forma, é fundamental que as equipes atuantes nestes serviços estejam qualificadas para atender estas situações, sem ferir a integridade e dignidade humana destas pessoas, ao encontro da Política Nacional de Saúde Mental, que inclui o pronto atendimento como um dos pontos da rede de atenção (BRASIL, 2011).

Os profissionais que desenvolverem uma assistência específica para atuação em emergências em saúde mental, estarão ao encontro do propõe a RAPS. A atuação da equipe que atua em uma unidade de emergência no atendimento a pessoa em situação de sofrimento psíquico é fundamental, pois este é o local, que na maior parte das vezes, é o primeiro a ser acionado, seja pela família, por outros laços sociais, e até, e infelizmente, pela política. Por vezes, é o primeiro local em que a pessoa em sofrimento psíquico passa a ter contato, devido a vários fatores, o estigma da loucura, a composição da rede assistencial, o imaginário social (SERBENA, 2003), etc.

De acordo com Elias et al. (2013) as pessoas percebem a pessoa com sofrimento psíquico com estigma, como alguém que apresenta um comportamento extremamente desorganizado e agressivo. Estes autores referem que uma pessoa com um estigma não é considerado completamente humano, e sofre vários tipos de discriminações, vista como uma criatura comum e total, diminuída. Esta característica é um estigma, especialmente

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9 quando o seu efeito de descrédito é muito grande. Desta forma, a mudança nos serviços de saúde mental deve estar associada à possibilidade de lidar com a loucura de forma menos estigmatizada, com atitudes essencialmente humanas e distantes do estigma (ELIAS et al., 2013).

No núcleo da Enfermagem, os integrantes da equipe, tendem a estar presentes no primeiro contato que é estabelecido com a pessoa em sofrimento, familiares e outros, que chegam ao serviço de urgência e emergência mantém também um contato mais próximo através da assistência de enfermagem. A mudança de paradigma proposta pela Reforma Psiquiátrica exige que o enfermeiro adote uma nova postura, que considere a subjetividade da pessoa na relação de cuidado, humanístico, que a mudança de abordagem clínica para uma compreensiva, que incita a desconstrução dos próprios manicômios que habitam em si, devolvendo cidadania e autonomia para a pessoa vivenciar sua loucura (CARVALHO, LINS, 2015).

As unidades de atendimento de emergência, entre os inúmeros ambientes hospitalares, precisam necessariamente, dar respostas eficazes as pessoas que a demandam, afinal, essa é a sua função. Conforme Barbosa et al. (2009), é uma fonte de satisfação para o trabalhador de enfermagem que atua no setor de emergência hospitalar, o fato de suas intervenções contribuírem na manutenção da vida humana. Entretanto, no campo da Saúde Mental, sua atuação ainda pode estar embebida em elementos que reproduzem o modelo manicomial, também efeito de lacunas que existem na formação em saúde, somadas ao processo de trabalho.

Ao considerar o exposto, é questão neste estudo: o que há publicado em periódicos sobre a assistência de enfermagem na atenção em saúde mental em Unidades de Urgência e Emergência hospitalares? Os resultados podem contribuir para considerar esta realidade que desafia os avanços na saúde mental, tanto o é, que foi necessário à especificação como um dos pontos da rede de atenção em Saúde Mental apenas em 2011, o que indica a necessidade que os serviços ofertados pelo SUS façam valer o princípio da integralidade em saúde e assim atender a pessoa em todas as suas dimensões.

Diante destas afirmações, entende-se a importância de realizar pesquisas que investiguem às principais situações encontradas pelas equipes de saúde nas emergências hospitalares, que atendam casos de urgência e emergência em Saúde Mental. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar sobre a atuação da equipe de enfermagem no

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10 atendimento as pessoas em sofrimento psíquico nas unidades de urgência e emergência hospitalares, por meio de revisão bibliográfica integrativa.

METODOLOGIA

O estudo consiste de uma revisão integrativa, de natureza qualitativa, descritiva que aborda atuação da equipe de enfermagem no atendimento a pessoas em sofrimento psíquico em unidades de urgência e emergência hospitalares. A escolha desta metodologia está ao encontro do que se quer investigar, dado que as revisões permitem conhecer o que há publicado para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Este método de revisão consiste em uma ferramenta no campo da saúde que pode direcionar a prática, fundamentando-se no conhecimento científico já produzido sobre o temário (SOUZA, SILVA E CARVALHO, 2010).

Do mesmo modo, este estudo segue as etapas que compõem a revisão integrativa, citadas por Mendes, Silveira e Galvão (2008): identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

As publicações foram selecionadas no mês de outubro de 2016, por meio de pesquisa na base de dados „Scientific Eletronic Library On line’1 – SCIELO, utilizando-se dos descritores „enfermagem‟, „saúde mental‟, „emergência em saúde mental‟, „emergência psiquiátrica‟, „pronto atendimento‟, „hospital geral‟. Os mesmos foram utilizados nas seguintes conjugações: 'urgência‟ AND „emergência' AND 'saúde mental' AND „enfermagem‟ AND 'hospital geral', „enfermagem‟ AND „emergência psiquiátrica‟, „enfermagem‟ AND „emergência em saúde mental‟ e „enfermagem‟ AND „saúde mental‟ AND „pronto atendimento‟.

Como critérios de inclusão foram utilizados todos os artigos que abordassem a atuação da equipe de enfermagem no atendimento as pessoas em sofrimento nas unidades de urgência e emergência hospitalares, disponíveis online e na íntegra, publicados no período de 2001 até agosto de 2016. E de exclusão, os artigos de revisão

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11 bibliográfica. Foi estabelecido este recorte temporal, dado que foi em 2001 que se nacionaliza o processo da Reforma Psiquiátrica no Brasil a partir do movimento da Luta Antimanicomial (1987), de experiências psicossociais exitosas no país e de Lei estadual da Reforma já em vigência (RIO GRANDE DO SUL, 1992).

O processo de sistematização dos resultados encontrados seguiu os seguintes passos: (1) os artigos cujos títulos sugeriam corresponder ao objetivo da presente revisão foram pré-selecionados para análise de seus resumos; (2) após o estudo dos resumos, foram analisados os textos completos dos artigos que pareciam preencher os critérios de inclusão e do mesmo modo, foram obtidos os textos completos dos estudos cujos resumos não forneciam dados suficientes para uma decisão clara; (3) finalmente, após a leitura dos textos completos, os estudos que atendiam aos critérios de inclusão foram inseridos na revisão.

Na coleta de dados no Scielo, foram localizados 81 artigos. Aplicados os critérios elencados para o estudo, resultou em 36 artigos. Para a análise dos dados, após a leitura criteriosa dos mesmos, as informações foram reunidas em um quadro (anexo A), no qual constou: base de dados, ano de publicação, periódico, título do artigo, autores, objetivo, metodologia e principais resultados. Os artigos foram analisados pela caracterização dos estudos encontrados e sobre o que têm apontado referente ao estado do conhecimento sobre a atuação da enfermagem no atendimento as pessoas em sofrimento psíquico em unidades de urgência e emergência hospitalares.

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APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Dos 36 artigos selecionados para este estudo, 35 eram qualitativos, e apenas 1 quantitativos. Entre os estudos qualitativos 7 artigos utilizaram como método a revisão bibliográfica, 21 entrevista semiestruturada, 1 relato de experiência, 3 através de observação, 2 por discussão de grupo e 1 através da técnica de incidentes críticos. A pesquisa quantitativa teve como método o estudo transversal. Dos mesmos, 33 foram desenvolvidos por pesquisadores enfermeiros e 2 artigos não informavam a área de formação dos autores. A partir destes estudos, sistematiza-se os resultados em dois momentos: „A loucura está aí! O que faço?‟ e „Saídas‟, para que quem precisa possa „entrar‟.

A LOUCURA ESTÁ AÍ! O QUE ‘FAÇO’?

Prado, Sá e Miranda (2015), apontam em um estudo sobre o atendimento ofertado a pessoa em sofrimento psíquico, internado no hospital geral devido a complicações clínico-cirúrgicas que os enfermeiros, de modo geral, relatam sentir medo e despreparo para lidar com as manifestações da loucura, visto como aquele imprevisível, que costuma interromper a rotina dos serviços.

Fernandes, Silva e Ibiapina (2015) relatam em pesquisa sobre conhecimento dos enfermeiros de um hospital geral de urgência e emergência sobre a Lei 10.216 e os cuidados prestados as pessoas em sofrimento psíquicos, que os enfermeiros apresentaram como dificuldades a falta de conhecimento e despreparo, não só do enfermeiro, mas também de toda a equipe de saúde. O desconhecimento do funcionamento da assistência alternativa que a reforma proporciona foi algo visível, tendo em vista que a maioria dos depoentes relatou que as pessoas em sofrimento psíquico deveriam ser atendidas pelos CAPS. A execução das medidas propostas na Reforma Psiquiátrica ainda precisa ser muito debatida, para que haja sensibilização, tanto dos profissionais e gestores, quanto por parte da família e sociedade em geral.

Estudo sobre a visão de discentes de enfermagem sobre a área da saúde mental, sua historicidade, seus processos sociais e de desenvolvimento, identificou dificuldades estruturais e tecno-científicas, dentro das instituições, que impedem o desenvolvimento de ações e estratégias efetivas em Saúde Mental (LABER, ROSA, ROTOLI, 2011).

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13 Apontam ainda, que isso se dá, em parte, devido ao despreparo dos profissionais de saúde, que geralmente recebem pouco amparo teórico e prático em sua formação.

Paes e Maftum (2013) relatam que as dificuldades encontradas no cuidado à pessoa em sofrimento psíquico, devem-se à falta de conhecimentos específicos da área de saúde mental, pois após a formação profissional não é frequente a capacitação ou aperfeiçoamento na área de saúde mental, o que dificulta a prestação de cuidado de qualidade a pessoa que demanda de atenção em saúde mental.

O estudo realizado por Laber, Rosa e Rotoli (2011) identifica a falta de estrutura física do Pronto Atendimento como dificuldade enfrentada para desenvolvimento dos cuidados de enfermagem a pessoa em sofrimento psíquico. Ainda menciona as dificuldades que ocorrem pela falta de „equipamentos apropriados‟ em situações que a pessoa pode oferecer risco a si mesma ou a outros. Verifica-se a existência de preconceito contra a pessoa nessa situação de saúde, o que gera discriminação e dificuldades para o desenvolvimento dos cuidados de enfermagem. Observa-se a manutenção da visão manicomial, pois o Hospital Geral é visto como um local não adequado para receber pessoas nestas condições de saúde psíquica. Esse comportamento em relação à essas pessoas reafirmou a visão da exclusão social.

Estudo realizado por Silva, Silva e Oliveira (2012) apontam como limitações para assistência de enfermagem, a fragilidade da formação em saúde mental, que a assistência de enfermagem tende a priorizar aspectos orgânicos enquanto os psíquicos tendem a ser desvalorizados, ou até mesmo não identificados pela equipe. Referem ainda, que a estrutura física é inadequada, há falta de planejamento e organização do serviço, dificuldades de estabelecer aproximação com essas pessoas e por conseguinte dificuldades de relacionamento, resistência dos trabalhadores, gerentes e outros usuários neste cuidado, habilidade insuficiente para trabalhar com algumas ações e reações dessas pessoas, que podem ser igual a de qualquer outra pessoa em qualquer outra condição, dificuldade de comunicação em equipe, principalmente entre medicina e enfermagem.

Os achados no estudo desenvolvido por Paes et al. (2013), não destoam do que os estudos anteriores descritos apontaram o que se refere a assistência de enfermagem a pessoas em sofrimento psíquico em situação de urgência ou emergência em HG, em que se destaca a qualificação insuficiente dos profissionais de saúde para o cuidado em saúde mental, o modelo de assistência hegemônico, que se fundamenta na visão biomédica e fragmentada do ser humano, o preconceito e o estigma sobre a pessoa em

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14 sofrimento psíquico e ainda a falta de estrutura física destes hospitais para atender às regulamentações vigentes.

Paulon et al. (2012) observam a prevalência de um cuidado predominantemente vertical, de procedimentos biomédicos, para com um usuário submisso e em estado de passividade: uma perfeita apresentação do clássico “paciente”. Na emergência a demanda de uma ação rápida é sempre e apenas um corpo físico em colapso, o diálogo construtivo entre cuidadores e usuários torna-se empobrecido. A estrutura hospitalar e lógica biologicista que a sustenta produz um efeito de invisibilidade para as demandas de crises em saúde mental. Os trabalhadores da emergência realizam procedimentos complexos em tempo mínimo, como lhes é exigido, e, no entanto, quando lhes é demandada uma desaceleração para conversa e escuta, acabam sentindo-se imobilizados e sem capacidade técnica para fazê-lo. O desconhecimento sobre como agir, a falta de capacidade técnica para manejar o caso e a ausência de condutas nos protocolos para lidar com as questões do campo da saúde mental percorre o imaginário dos trabalhadores, colocando-os numa posição de angústia frente ao atendimento de usuários em sofrimento psíquico.

Conforme Camargo (2011) o transtorno mental, muitas vezes acaba tornando-se invisível aos profissionais, superado pelos problemas físicos que as pessoas apresentam em um hospital geral. O modelo biologicista tradicional, ainda predominante nas práticas em saúde, contribui para fortalecer a lógica do problema-solução e, dessa maneira, a doença física. O excesso de procedimentos técnicos em detrimento das outras ações de cuidar, como a comunicação terapêutica, prejudica uma assistência adequada a quem precisa de ajuda, e reproduz o modelo organicista de assistência. A contenção mecânica surge nos discursos como procedimento que faz parte da cultura da instituição e, na ausência de conhecimento específico, acaba por ser a única atitude terapêutica”, associada também à aplicação de medicamentos como contenção. O profissional enfermeiro apresenta dificuldade em lidar com a dicotomia de realização de procedimentos técnicos e atividades burocráticas, de colocar em segundo plano o estar perto, conversar, interagir.

Entre os desafios vivenciados pela equipe de enfermagem na assistência a pacientes em unidade de emergência psiquiátrica relatados por Costa e Silva (2014) estão a escassez de incentivo à educação continuada, o que resulta na falta de atualização profissional, que implica diretamente na diminuição da qualidade da assistência; formação profissional insuficiente; humanização da assistência; contenção

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15 física com o uso de violência; tensão no ambiente de trabalho, falta de incentivos e a desunião entre a equipe.

Ikuta et al. (2013) destacam a falta de conhecimentos específicos em saúde mental e a manifestação de sentimentos como frustração, medo e angústia por parte de enfermeiros que atuam em serviços de emergência. Apontam a importância de incluir ações como educação permanente e aprimoramento da qualificação dos profissionais, que atuam no atendimento às emergências psiquiátricas, a fim de proporcionar melhores cuidados e tratamento a pessoas em sofrimento psíquico nos serviços de emergência.

Elias, Tavares e Cortez (2013) observam que há diferença na assistência prestada pelo enfermeiro ao paciente psiquiátrico e não psiquiátrico, na mesma condição clínica, e que essa diferença não diz respeito a cuidar com maior ou menor zelo, e sim, a não cuidar do paciente psiquiátrico. As atitudes associadas ao estigma e preconceito impactam na prática de enfermagem de forma a descredenciar o “ser enfermeiro”.

Furlan e Ribeiro (2011) afirmam que o indivíduo em sofrimento psíquico transita entre o serviço comunitário de atenção em Saúde Mental e o hospital psiquiátrico, sendo alvo, ainda hoje, da disciplinarização, violência e privação impostas pela instituição hospitalar, de colocar em questão a qualidade do trabalho em enfermagem psiquiátrica. O processo de trabalho no hospital psiquiátrico é pautado na impessoalidade, indica que a lógica manicomial da repressão e punição é reproduzida pela enfermagem, sob o modo impessoal de ser-profissional-de-enfermagem.

Alves e Oliveira (2010) afirmam que apesar de o discurso dos enfermeiros estar orientado para a desconstrução do saber psiquiátrico e para a superação das práticas manicomiais, o paradigma predominante em suas ações é o modelo organicista. Há uma contradição entre o que as enfermeiras adotam como discurso e o que fazem realmente na prática hospitalar.

Kondo et al. (2011) relatam em seu estudo que as emergências psiquiátricas são vistas como situações que apresentam risco de vida para a pessoa ou a terceiros. Ao discorrerem como realizam a abordagem em saúde mental ao usuário do pronto atendimento os participantes apontaram várias dificuldades, dentre elas, a falta de compreensão dos profissionais em relação ao sofrimento que a pessoa em quadro agudo e com agitação apresenta, e que tal comportamento não é desejado pelo paciente, mas surge como maneira dele externar o sofrimento. Mencionaram que lhes falta preparo para lidar com as situações específicas da área da saúde mental e que isso causa sentimentos que oscilam entre medo, desconfiança, culpa, raiva, pena e insegurança.

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16 Também alguns sujeitos relataram a insatisfação com o descaso e o descuidado com que alguns colegas tratam a pessoa com transtorno mental. Apontaram também a falta de material suficiente e adequado para realizarem as contenções físicas.

Paes, Maftum e Mantovani (2010) evidenciaram que os cuidados de enfermagem desenvolvidos aos pacientes com comorbidade clínico-psiquiátrica são sem especificidade, com ênfase em cuidados básicos e na contenção química e física.

Em relação à visão da equipe de enfermagem sobre o atendimento à crise psíquica em uma unidade de emergência de um pronto-socorro geral Borges et al. (2012) afirmam que o conhecimento da equipe está relacionado a um modelo típico de atendimento voltado para as questões clínicas, ou seja, relacionadas ao modelo biomédico, é possível visualizar uma prática repleta de mecanismos de controle das manifestações da crise. Para isso, os profissionais se utilizam da contenção, dos testes físicos e da medicação como instrumentos para conter comportamentos tidos como inadequados ou irrelevantes para o contexto da emergência. Evidenciou-se que a equipe de enfermagem costuma justificar as dificuldades de atendimento à crise psíquica pela falta de tempo, inadequação do espaço físico e despreparo da mesma.

Observa-se, portanto que os profissionais relatam medo e despreparo para lidar com as manifestações da loucura, pois a pessoa que apresenta sofrimento psíquico é vista como imprevisível, que costuma interromper a rotina dos serviços. Este despreparo está relacionado ao pouco amparo teórico e prático em sua formação e a escassez de incentivo à educação continuada e permanente em saúde, o que resulta na falta de atualização e sustentação profissional. É presente ainda o preconceito contra a pessoa nessa situação de saúde, e a manutenção da visão manicomial e a prevalência de um cuidado predominantemente vertical e de procedimentos biomédicos.

‘SAÍDAS’ PARA QUE QUEM PRECISA POSSA ‘ENTRAR’....

O estudo realizado por Falchetti et al. (2013) demonstra que que, ao conceituar a crise, os profissionais de enfermagem da emergência se valem dos conhecimentos originados do modelo biomédico, centrado na medicação e na contenção. Paes et al. (2010) afirmam que os profissionais reconheceram que na prática nem sempre a pessoa em sofrimento psíquico é tratada como ser humano e que têm dificuldade em lidar com esse tipo de cliente, por não se sentirem preparados.

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17 Vários autores afirmam que é necessária a capacitação dos profissionais tanto na formação acadêmica como nas instituições que atuam. Oliveira, Kestenberg e Silva (2013) apontam a necessidade de constructos teóricos em Saúde Mental na formação do enfermeiro que subsidiem o cuidado em suas múltiplas dimensões, pois na medida em que o enfermeiro se apropria destes saberes, poderá intervir junto ao paciente e família de forma empática, humana, sistematizada e, portanto, menos intuitiva e pessoal.

Silva et al. (2014) referem a necessidade de educação continuada no espaço hospitalar para subsidiar o cuidado de enfermagem aos pacientes sob comportamento agitado e/ou agressivo. Ikuta et al. (2014) ressaltam a importância de incluir ações como educação permanente e aprimoramento da qualificação dos profissionais, que atuam no atendimento às emergências psiquiátricas, a fim de proporcionar melhores cuidados e tratamento a pacientes com transtornos mentais nos serviços de emergência.

Segundo Del-Bem et al. (2010) algumas medidas relativamente simples, como treinamento e educação continuada de psiquiatras de emergência, aplicação sistemática de critérios e diretrizes diagnósticas e de instrumentos diagnósticos padronizados, uso racional de exames complementares e um período mínimo de observação podem ser úteis para compensar as limitações inerentes aos serviços de emergências psiquiátricas e contribuir para melhorar, sobremaneira, a qualidade do diagnóstico de primeiro episódio psicótico elaborado no contexto de emergência.

Para Paes e Maftum (2013) os profissionais de enfermagem do pronto atendimento têm uma visão estigmatizada e distorcida sobre a pessoa em sofrimento psíquico e devem receber instrumentalização para o cuidado a estes pacientes. De acordo com Paes (2009) há necessidade de se superar o tecnicismo e de implantar programas locais de capacitação em saúde mental, com o objetivo de sensibilizar os profissionais de enfermagem quanto aos cuidados aos pacientes com comorbidade clínico-psiquiátrica.

Segundo Badagnan (2013) os profissionais devem ter competência de reconhecer as situações de urgência e emergência e aos comportamentos necessários para manejar o paciente. Elas envolvem escolher como e de que forma realizar a abordagem verbal, as técnicas de contenção física e química, a avaliação da contenção e a interação do PA com a rede de atenção psicossocial. O estudo confirma que o relacionamento interpessoal em enfermagem e o conhecimento sobre as alterações das funções mentais em situações de risco são essenciais para o bom desempenho da prática de enfermagem.

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18 Miotto el al. (2014) referem que a enfermagem deve assumir uma atitude terapêutica, crítico-reflexiva, numa perspectiva humanista e de autonomia profissional, a fim de valorizar o relacionamento interpessoal. O cuidado de enfermagem em saúde mental exige desses profissionais um nível elevado de improvisação, agravados e revelados pela falta de condições adequadas para o trabalho cotidiano. O profissional de enfermagem deve estar capacitado para lidar com as emergências psiquiátricas, a fim de melhorar a assistência prestada.

Os estudos apontam „saídas‟ para a assistência de enfermagem em saúde mental em pronto atendimento de hospital geral, como forma de garantir o acesso que essas pessoas necessitam, sem preconceitos, estigmas e que se produza um cuidado humanizado e resolutivo, quais foram: reconhecer o modo como se trabalha nesta relação, melhoria das condições e estruturas de trabalho, que a tônica da assistência de enfermagem seja sob o prisma do cuidado integral, visão holística do humano, educação continuada e educação permanente em saúde. Então, „saídas‟ como possibilidades de mudar esse cenário para que de fato as pessoas em situação de sofrimento psíquico possam entrar, e serem atendidas no que necessitam, terem assegurada sua dignidade humana.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura aponta como principais dificuldades para o atendimento a pessoas em sofrimento psíquico no Pronto Atendimento, a falta de estrutura física, de „equipamentos apropriados‟ para contenção, se for o caso, a existência de preconceito e estigma, e manutenção da visão manicomial. Os profissionais de enfermagem sentem-se despreparados e com habilidade insuficiente para trabalhar com algumas ações e reações dessas pessoas, o que pode desencadear sentimentos como medo, desconfiança, culpa, raiva, pena e insegurança.

Entre as „saídas‟ apontadas pelos estudos estão: reconhecer o modo como se trabalha nesta relação, melhoria das condições e estruturas de trabalho, que a tônica da assistência de enfermagem seja sob o prisma do cuidado integral, visão holística do humano, educação continuada e educação permanente em saúde. Então, „saídas‟ como possibilidades de mudar esse cenário para que de fato as pessoas em situação de sofrimento psíquico possam entrar, serem atendidas no que necessitam, pela enfermagem e(m) equipe de saúde, com a sua dignidade humana assegurada.

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ANEXO A

Quadro descritivo dos artigos QUADRO 1

Conjugação: saúde mental' AND „enfermagem‟ AND 'hospital geral'- SMEHG

Base de dados: Scielo Ano de publicação Periódico Título do artigo Autores e respectiva formação Objetivo Tipo de Metodologia Principais resultados

2015 Saúde Debate O paciente

com transtorno mental grave no hospital geral: uma revisão bibliográfica Marina Fernandes do Prado; Marilene de Castilho Sá;, Lilian Miranda. Não consta formação Apresentar os resultados de uma revisão bibliográfica sobre o atendimento ofertado ao paciente com transtorno mental grave, internado em unidades não psiquiátricas de hospital geral devido a uma intercorrência clínica e/ou cirúrgica. Revisão bibliográfica

Os enfermeiros, de modo geral, relatam sentir medo e despreparo para lidar com o louco, visto como aquele imprevisível, que costuma interromper a rotina dos serviços.

Vários autores apontam que o estigma que envolve a loucura não deixa de incidir sobre os profissionais e de prejudicar a assistência.

A experiência da loucura é vista pelos profissionais de saúde sob a ótica do perigo, da violência, do imprevisível, daquilo que perturba, que rompe com a rotina, que provoca angústia. Essas impressões podem comprometer fortemente a produção do cuidado.

2015 Revista Interdisciplinar Cuidado de enfermagem ao individuo com transtorno mental: estudo Márcia Astrês Fernandes; Elisângela de Moura da Silva; Aline Descrever e discutir o conhecimento dos enfermeiros de um Hospital Estudo descritivo, com abordagem qualitativa.

Identifica-se o receio dos profissionais até mesmo diante da temática, apontando como inviável a realização desta pesquisa naquela unidade e que a mesma deveria ser realizada em outro ambiente que não fosse a unidade de urgência geral.

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26 em um hospital geral Raquel de Sousa Ibiapina Enfermagem Geral de Urgência e Emergência sobre a Lei 10.216 e o cuidado que deve ser prestado aos pacientes com transtornos psiquiátricos.

Entrevista

conhecimento e despreparo não só do enfermeiro, mas também de toda a equipe de saúde. O desconhecimento do funcionamento da

assistência alternativa que a reforma proporciona foi algo visível, tendo em vista que a maioria dos depoentes relatou que os pacientes

deveriam ser atendidos pelos CAPS.

A execução das medidas propostas na reforma psiquiátrica consiste em um processo lento e que precisa ser muito debatida para que haja uma sensibilização, tanto pelos profissionais, por parte da família e sociedade como pelos gestores.

2010-2011 Revista de Enfermagem A saúde mental no Hospital Geral: uma reflexão das práticas do enfermeiro neste contexto Ana Carolina Fabris Laber; Jonathan da Rosa; Adriana Rotoli. Enfermagem Explicitar a visão de discentes de enfermagem sobre a área da saúde mental, sua historicidade, seus processos sociais e de desenvolvimento . Revisão bibliográfica

Os autores verificam que ainda existem barreiras ideológicas, culturais e sociais no que tange o trabalho em saúde mental.

Identificam-se dificuldades estruturais e tecno-científicas, dentro das instituições, que impedem o desenvolvimento de ações e estratégias efetivas em Saúde Mental. Em parte, isso se dá devido ao despreparo dos profissionais de saúde, que geralmente recebem pouco amparo teórico e prático em sua formação.

Observa-se um aumento das discussões em Saúde Mental por assistentes sociais, psicólogos, educadores físicos, pedagogos, entre outros. 2013 Rev enferm UFPE Dificuldades da equipe de enfermagem de um hospital geral no cuidado ao paciente com transtorno mental Marcio Roberto Paes; Mariluci Alves Maftum. Enfermagem Identificar as dificuldades encontradas pela equipe de enfermagem de hospital geral no cuidado ao paciente com transtorno mental. Estudo qualitativo exploratório desenvolvido em um Pronto Atendimento de Hospital Geral da cidade de Curitiba. Entrevista semiestrutura da

Os sujeitos referiram que as dificuldades que eles encontram no cuidado à pessoa com transtorno, devem-se à falta de conhecimentos específicos da área de saúde mental. Os sujeitos citaram que após a formação profissional não tiveram capacitação ou aperfeiçoamento na área de saúde mental e referiram que isto dificulta prestar cuidado de qualidade ao paciente com transtorno mental.

Verifica-se a existência de preconceito contra o paciente com transtorno mental, o que gera discriminação e dificuldades para o desenvolvimento dos cuidados de enfermagem a esses pacientes. Os sujeitos citaram a falta de estrutura física do Pronto Atendimento como dificuldade enfrentada para desenvolvimento dos cuidados de enfermagem ao paciente com transtorno mental. Ainda mencionaram sobre as dificuldades que ocorrem pela falta de equipamentos apropriados para os procedimentos restritivos, que eventualmente são

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27

aplicados à pacientes agitados ou agressivos.

Observa-se a manutenção da visão manicomial, pois os sujeitos expressaram que o hospital geral não é o local adequado para receber pacientes com transtorno mental. Esse comportamento em relação às pessoas com transtornos psíquicos reafirmou a visão da exclusão social. 2012 Cienc Cuid Saude A percepção dos trabalhadores de enfermagem sobre a assistência à saúde mental em Hospital Universitário Naiara Gajo Silva; Priscila Patrícia Silva; Alice Guimarães Bottaro de Oliveira. Enfermeira Analisar as limitações e potencialidades da assistência à saúde mental em hospital universitário a partir da percepção dos trabalhadores de enfermagem. Pesquisa descritiva-qualitativa. Entrevista

Entre as limitações apontadas estão:

- fragilidade da sua formação em saúde mental;

- A assistência de enfermagem prioriza os aspectos físicos do paciente, enquanto os sintomas psíquicos tendem a ser desvalorizados, ou até mesmo não identificados pela equipe;

- estrutura física inadequada;

- falta de planejamento e organização do serviço, tanto nos aspectos gerais da assistência como nos relacionados ao atendimento dessa “nova” demanda;

- dificuldade em estabelecer aproximação com esse tipo de

paciente, devido a dificuldade em compreender o papel de cuidador dessas pessoas. – visão estereotipada da pessoa com transtorno mental, reflexo do estigma do louco do modelo da psiquiatria asilar;

- resistência dos trabalhadores, dos gerentes e dos demais pacientes ao cuidado das pessoas com transtorno mental no hospital geral;

- dificuldades de relacionamento com estes pacientes, falta de

habilidade para lidar com determinadas situações e o fato de não saber trabalhar suas ações/reações;

- déficit na comunicação entre a equipe multiprofissional,

principalmente entre medicina e enfermagem, como limitação para a assistência em saúde mental.

2013 Cienc Cuid Saude O papel do hospital geral na rede de atenção à Saúde Mental no Brasil Enfermagem Marcio Roberto Paes; Thaise Liara da Silva; Maria Marta Nolasco Chaves; Mariluci Refletir sobre o papel do hospital geral na rede de atenção à saúde mental. Revisão bibliográfica

Entre as barreiras que dificultam a inserção da psiquiatria em HG, se destacam: a qualificação insuficiente dos profissionais de saúde para o cuidado em saúde mental, o modelo de assistência hegemônico, que se fundamenta na visão biomédica e fragmentada do ser humano, o preconceito e o estigma sobre a pessoa com transtorno mental e ainda a falta de estrutura física destes hospitais para atender às

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28 Alves Maftum. 2012 P o l i s e P s i q u e, V o l . 2 , N ú m e r o T e m á t i c o , O foco míope: apontamentos sobre o cuidado à crise em saúde mental em emergências de hospitais gerais Simone Mainieri Paulon; Alice Grasiela Cardoso Rezende Chaves; André Luis Sales Leite; Cássio Streb Nogueira; Diego Drescher de Castro; Liana Cristina Della Vecchia Pereira; Mário Francis Petry Londero; Renata Flores Trepte Não consta formação Analisar o acolhimento com classificação de risco junto ao tema da crise em saúde mental, na perspectiva da Política Nacional de Humanização. Pesquisa-intervenção com cartografia dos modos de acolhimento operados em três emergências de hospitais gerais de Porto Alegre. Entrevista

Observa-se a prevalência de um cuidado predominantemente vertical, de procedimentos biomédicos, para com um usuário submisso e em estado de passividade: uma perfeita apresentação do clássico “paciente”.

Na emergência a demanda de uma ação rápida é sempre e apenas um corpo físico em colapso, o diálogo construtivo entre cuidadores e usuários torna-se empobrecido.

Tanto nas entrevistas quanto nas observações aos modos de acolher, toda essa estrutura hospitalar e lógica biologicista que a sustenta produz um efeito de invisibilidade para as demandas de crises em saúde mental.

O julgamento moral está presente desde a triagem, e o cuidado em saúde mental fica em segundo plano (descaso).

Os trabalhadores da emergência realizam procedimentos complexos em tempo mínimo, como lhes é exigido, e, no entanto, quando lhes é demandada uma desaceleração para conversa e escuta, acabam sentindo-se imobilizados e sem capacidade técnica para fazê-lo. O desconhecimento sobre como agir, a falta de capacidade técnica para manejar o caso e a ausência de condutas nos protocolos para lidar com as questões do campo da saúde mental percorre o imaginário dos trabalhadores, colocando-os numa posição de angústia frente ao atendimento de usuários em sofrimento psíquico.

2011 Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade Medicina de Botucatu Transtornos mentais no hospital geral: percepções elaboradas por enfermeiros. Raquel Mori Pires de Camargo Enfermagem Identificar as percepções dos enfermeiros de um hospital geral acerca dos transtornos mentais ao lidarem com os pacientes Pesquisa descritiva e exploratória, de natureza qualitativa. Entrevista

A autora verifica que o preconceito aparece nos discursos por diversas maneiras e acaba por distanciar os sujeitos do cuidado à pessoa com transtorno mental.

Dessa forma, o transtorno mental, muitas vezes acaba tornando-se invisível aos profissionais, sendo superado pelos problemas físicos que as pessoas apresentam em um hospital geral.

O modelo biologicista tradicional, ainda predominante nas práticas em saúde, contribui para fortalecer a lógica do problema-solução e, dessa maneira, a doença física.

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psiquiátricos em seu cotidiano de trabalho.

As narrativas trouxeram conteúdos que sugerem o pouco envolvimento pessoal do enfermeiro durante o processo de cuidar.

O excesso de procedimentos técnicos em detrimento das outras ações de cuidar, como a comunicação terapêutica, prejudica uma assistência adequada a quem precisa de ajuda, reproduzindo o modelo organicista de assistência.

As falas sugerem que os sujeitos têm dúvidas quanto às habilidades e aos direitos das pessoas portadoras de transtorno mental, mostrando que há, realmente, representações cristalizadas sobre essas pessoas, quanto ao seu comportamento desequilibrado e imprevisível.

Os avanços da Reforma Psiquiátrica ainda não fazem parte do arsenal de recursos dos profissionais que atuam em hospitais gerais.

O segundo tema emergido nas análises tem relação ao conhecimento referente à saúde mental, ou melhor, à carência deste conhecimento que leva a uma assistência deficiente. A contenção mecânica surge nos discursos como procedimento que faz parte da cultura da instituição e, na ausência de conhecimento específico, acaba por ser a única atitude terapêutica”, associada também à aplicação de medicamentos como contenção.

Também foi presente nas falas, que a dificuldade do enfermeiro em lidar com suas próprias angústias e emoções pode prejudicar a forma como presta a assistência.

Foi percebido que há pouca responsabilização dos enfermeiros sobre esses pacientes, mostrando uma dicotomia no processo de cuidar. Essa dicotomia diz respeito à realização de procedimentos técnicos e atividades burocráticas por parte do enfermeiro, colocando em segundo plano o estar perto, conversar, interagir.

Os discursos evidenciam que os sujeitos percebem o prejuízo na assistência prestada, porém, parece não haver uma disponibilidade de recursos internos que promova a reversão deste modelo. A divisão social entre o trabalho dos enfermeiros e dos profissionais de nível técnico da enfermagem acaba por distanciar os primeiros do cuidado direto, que seria a tarefa primária desta profissão. Nesse contexto, os sujeitos relatam haver o processo de trabalho um número excessivo de funções administrativas ou burocráticas e o cuidado direto acaba por ser delegado aos profissionais de nível técnico.

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30 2013 R. pesq: cuid. fundam. online v.5, n.1. DOI: 10.9789/2175-5361.2013v5n1 p3176 Modelo de intervenção em crise: a saúde mental como abordagem do cuidado de enfermagem no hospital geral Elias Barbosa Oliveira (Enfermagem ); Célia Caldeira Fonseca Kestenberg (Enfermagem ); Alexandre Vicente Silva (Enfermagem ) Testar e validar a aplicação da teoria Intervenção em Crise, como abordagem em saúde mental do cuidado a pacientes com HIV/AIDS no hospital geral. Entrevista de ajuda

Para que o enfermeiro possa ajudar o indivíduo nas crises situacionais, é primordial que o profissional tenha disponibilidade interna, seja empático e estabeleça a aliança terapêutica.

As habilidades requeridas pelo profissional são: empatia, observação, escuta sensível, exploração do evento desencadeador da crise sob o ponto de vista do paciente e mecanismos de enfrentamento adotados. Os autores apontam a necessidade de constructos teóricos em Saúde Mental na formação do enfermeiro que subsidiem o cuidado em suas múltiplas dimensões, pois na medida em que o enfermeiro se apropria destes saberes, poderá intervir junto ao paciente e família de forma empática, humana, sistematizada e, portanto, menos intuitiva e pessoal.

QUADRO 2

Conjugação: Conjugação: enfermagem‟ AND „emergência psiquiátrica‟ – EEP

Base de dados: Scielo Ano de publicaçã o Periódico Título do artigo Autores e respectiva formação Objetivo Tipo de Metodologi a Principais resultados 2015 Physis Revista de Saúde Coletiva, v.25, n. 4. Onde a reforma ainda não chegou: ecos da assistência às urgências psiquiátricas Andiara Araújo Cunegundes de Brito; Diego Bonfada; Jacileide Guimarães. Discutir o atendimento prestado às crises psiquiátricas pelos profissionais de saúde do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Entrevista semiestrutur ada e a observação direta como instrumentos de coleta de informações.

A discussão aponta que

elementos associados à prática manicomial, como o uso da força coercitiva, exercida sobretudo pelo auxílio de policiais militares, ainda sustentam o ideário e a assistência prestada pelos profissionais entrevistados.

A visão estigmatizada do paciente psiquiátrico sob o viés do medo, da periculosidade e da agressividade alimenta as práticas coercitivas durante a intervenção em crise psíquica.

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Enfermagem (Samu). muitas vezes, executada pela polícia.

A intervenção da polícia também é vista por alguns profissionais entrevistados como positiva para aprimorar o atendimento de urgência e diminuir o seu tempo, alegando-se o poder militar de intimidação e o medo que a maioria dos pacientes psiquiátricos tem da polícia. O sujeito em sofrimento psíquico, como qualquer ser humano humilhado e subjugado em sua condição, não se entrega: mortifica-se e aceita o transporte.

Existe a ideia fragmentada de que o Samu não abrange a articulação com outros serviços da rede assistencial em saúde mental e não tem espaço para as mudanças no perfil do atendimento psiquiátrico no setor de urgência. Portanto, tem-se uma defesa direta do modelo manicomial de contenção mecânica, transporte e internação como estratégia de intervenção nas urgências psiquiátricas.

É necessária articulação entre o Samu e a RAPS, na perspectiva de construir instrumentos, saberes e práticas para a consolidação efetiva de uma abordagem integral e humanizada. Quando se fala em uma

abordagem pautada na integralidade, reflete-se sobre práticas baseadas na articulação entre clínica e Saúde Coletiva em todos os níveis de atenção do SUS. 2014 NBC, v.04, n.07, ISSN: 2238-1945 Periódico Científico do Núcleo de Biociências Centro Universitário Metodista Izabella Hendrix Principais desafios vivenciados pela enfermagem na assistência prestada a pacientes em unidades de emergência psiquiátrica. Nayara Mendes Costa; Karla Rona da Silva. Enfermagem Descrever os principais desafios vivenciados pela equipe de enfermagem na assistência a pacientes em unidade de emergência psiquiátrica. Revisão de literatura

Principais desafios apontados:

- escassez de incentivo à educação continuada, resultando na falta de atualização profissional, que implica diretamente na diminuição da qualidade da assistência.

- formação profissional insuficiente. - humanização da assistência.

- contenção física com o uso de violência

- tensão no ambiente de trabalho, falta de incentivos e a desunião entre a equipe.

Referências

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