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Influência do espaçamento e poda de produção sobre a produtividade e aspectos tecnológicos do maracujá amarelo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO E PODA DE PRODUÇÃO SOBRE A

PRODUTIVIDADE E ASPECTOS TECNOLÓGICOS DO MARACUJÁ

AMARELO

GISLEINE GALVÃO BOSQUÊ

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP - Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de Concentração em Horticultura.

BOTUCATU – SP

Setembro – 2005

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CAMPUS DE BOTUCATU

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO E PODA DE PRODUÇÃO SOBRE A

PRODUTIVIDADE E ASPECTOS TECNOLÓGICOS DO MARACUJÁ

AMARELO

GISLEINE GALVÃO BOSQUÊ

Orientador: Prof. Dr. Aloísio Costa Sampaio

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP - Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de Concentração em Horticultura.

BOTUCATU – SP

Setembro – 2005

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III

Ao meu marido, Antonio Elias e aos meus filhos, Antonio Elias Jr, Patrícia Helena e Luiz Otávio, pelo apoio, carinho e compreensão, com muito amor

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que é tudo em minha vida;

à Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA/UNESP – Campus de Botucatu, pela oportunidade de realizar o curso de Mestrado em Horticultura em especial a Profª Dra. Rumy Goto e o Prof. Dr. Lin Chan Ming;

ao Prof. Dr. Aloísio Costa Sampaio, pela orientação, pela amizade, pela paciência, pelo desenvolvimento e mais pelo desprendimento com relação a esta dissertação;

à Profª Dra. Sarita Leonel, que foi o pivô dos nossos primeiros contatos;

à Profª Dra. Terezinha de Fátima Fumis, pelas sugestões e participação no desenvolvimento da dissertação;

ao Msc. Orlando Marcos de Oliveira, que sempre colaborou diretamente no comando dos trabalhos de campo, e ao João, funcionário da USC, pelo trabalho direto no campo;

à USC, por ceder espaço físico para elaboração do projeto;

ao Laboratório de Biologia de Bauru, onde foram realizadas todas as avaliações de acidez, e às estagiárias que nos acompanharam;

aos bibliotecários da FCA/UNESP – Campus de Botucatu, pelo carinho com que sempre me atenderam;

à FAEF na pessoa da Profª Dra. Dayse Alonso Shimizu, início da minha vida acadêmica;

(5)

V

ao incentivo do Sr. Ângelo Domingos Rossi, Diretor da Afruvec, e do Fundo Passiflora, local onde iniciei todo o trabalho com maracujá;

ao Engenheiro Agrônomo José Benedito Nunes, professor, pelo apoio ao qual sempre me dedica;

ao Msc. José Rafael da Silva, como primeiro consultor técnico, com o qual tive o privilégio de trabalhar junto;

à todos que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração deste trabalho;

finalmente, agradeço aos meus familiares representados especialmente pelos meus pais, sogros, irmãos, amigos, Diretor Espiritual e à minha equipe de oração, por toda palavra de carinho, apoio, compreensão e amor a mim dedicados.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE QUADROS ... VII LISTA DE FIGURAS ... VIII

1 RESUMO ...1 2 SUMMARY ...3 3 INTRODUÇÃO...5 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...7 4.1 Poda de produção ...7 4.2 Espaçamento...9 4.3 Híbridos e Seleções ...11 5 MATERIAL E MÉTODOS...13 5.1 Localização do experimento...13 5.2 Solo...13 5.3 Clima ...14

5.3.1 Análise química de solo e recomendação de adubação...15

5.4 Sistema de produção de mudas...15

5.5 Plantio e condução da cultura...16

5.6 Delineamento experimental e análise estatística ...19

5.7 Parâmetros avaliados ...22

5.7.1 Produtividade e tamanho dos frutos ...22

5.7.2 Análises físico–químicas dos frutos ...24

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...26

6.1 Produtividade e tamanho dos frutos da safrinha (1º ano) ...26

6.1.1 Qualidades físico-químicas dos frutos...29

6.2 Produtividade e tamanho dos frutos da safra (2º ano) ...30

6.2.1 Qualidades físico-químicas dos frutos...34

7 CONCLUSÕES ...36

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VII

LISTADEQUADROS

Quadro Página

Quadro 1 - Médias mensais de temperatura (ºC) e precipitações (mm), medidas pelo Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMET), Unesp - Bauru, no período de

outubro de 2002 a julho de 2004. ...14 Quadro 2 - Análise química do solo da área experimental. Bauru-SP. ...15 Quadro 3 - Vista geral da distribuição dos diferentes tratamentos, no delineamento em

blocos casualizados, Bauru, SP. ...20 Quadro 4 - Croqui das parcelas nos diferentes espaçamentos...21 Quadro 5 - Avaliação dos cultivares (AF e IAC 277) e espaçamentos (E1 e E2) sobre a

produção total (sem transformação) de maracujá amarelo (kg/parcela) na

safrinha, 2003, Bauru, SP. ...26 Quadro 6 - Influência dos cultivares e espaçamento de plantio sobre o número de frutos

de maracujá amarelo classificado na safrinha 2003, em diferentes calibres,

Bauru, SP. ...28 Quadro 7 - Influência dos cultivares de maracujá amarelo e espaçamento sobre as

características físico-químicas dos frutos na safrinha 2003, Bauru, SP. ...29 Quadro 8 - Produtividade de maracujá amarelo (kg/parcela) na safra nos diferentes

tratamentos avaliados, 2004, Bauru, SP. ...31 Quadro 9 - Influência dos cultivares e espaçamento de plantio sobre o número de frutos

produzidos de maracujá amarelo classificado em diferentes calibres, 2004,

Bauru, SP. ...32 Quadro 10 - Influência dos cultivares de maracujá amarelo e espaçamento sobre as

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LISTADEFIGURAS

Figura Página

Figura 1 - Vista geral das mudas do híbrido IAC 277 produzidas a céu aberto, Bauru, SP...16

Figura 2 - Vista geral das mudas da seleção Afruvec no sistema telado, Garça, SP...16

Figura 3 - Vista geral do experimento logo após o plantio das mudas, com uso de irrigação por aspersão, 2002, Bauru, SP...17

Figura 4 - Poda de produção nos ramos terciários realizada a 50 cm do fio de arame com auxílio de roçadeira manual, 2003, Bauru, SP. ...18

Figura 5 - Visualização geral da parcela após a realização da poda, 2003, Bauru, SP. ...18

Figura 6 - Pesagens dos frutos com auxílio de uma balança mecânica, 2003, Bauru, SP...22

Figura 7 - Classe ou calibre dos frutos de maracujá...23

Figura 8 - Visualização do tamanho do fruto com paquímetro, 2004, Bauru, SP...23

Figura 9 - Visualização da determinação da espessura de casca, em mm...24

Figura 10 - Visualização da cor e quantidade de polpa retirada...24

Figura 12 - Número médio de frutos por cultivar nos diferentes calibres...28

Figura 13 - Avaliação da interação dos cultivares (AF e IAC 277) e espaçamentos (E1 e E2) sobre a produção de maracujá amarelo (em kg/parcela) na safrinha 2003, Bauru, SP. ...30

Figura 14 - Número de frutos por calibre para os cultivares, espaçamentos, podas realizadas em julho e agosto/2003 e testemunha (SP), 2004, Bauru, SP. ...33

Figura 15 - Calibre por tipo e kg/parcela...34

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1RESUMO

Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito do adensamento de plantio, de duas épocas de poda de produção sobre a produtividade e aspectos tecnológicos dos frutos de maracujá amarelo, híbrido IAC 277 e seleção Afruvec, com uso de irrigação somente após as podas de produção realizadas no 2º ano pós–plantio. O espaçamento foi desenvolvido na Estação Experimental “Campo Novo”, distante 5km do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp – Campus de Bauru. As mudas foram plantadas no dia 12 de novembro de 2002 e o sistema de condução foi o de espaldeira com 1 fio de arame liso a 1,9m de altura, com espaçamento de 3,5m entrelinhas. As práticas culturais como desbrotas laterais, poda de formação, adubações e tratamento fitossanitário, foram as empregadas tradicionalmente na cultura.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 3 repetições, em parcelas sub – subdivididas, apresentando como fator principal os materiais genéticos IAC 277 e Afruvec; como fator secundário, os dois espaçamentos de plantio na linha ( 1,67 e 2,5 m entre plantas) e como fator terciário, duas épocas de podas (julho e agosto/03) e uma testemunha (sem poda). As médias foram submetidas ao teste F e comparação de médias por Tukey a 5% de probabilidade. Os parâmetros avaliados foram: produtividade e qualidade físico-químicas dos frutos produzidos nos diferentes tratamentos.

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Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que:

1. O produtor deve dar preferência ao cultivo da seleção Afruvec, por ter apresentado maior número de frutos de calibre 5, em ambas as colheitas (safrinha e safra).

2. Não houve diferenças significativas na safra entre os materiais genéticos testados em relação ao ºBrix, acidez, espessura de casca exceto peso de polpa.

3. Em função da ausência de resultados significativos entre os espaçamentos testados, deve-se empregar o espaçamento de 2,5m entre plantas na linha e variável nas entrelinhas, dependendo do uso ou não de mecanização na propriedade.

4. As podas de produção não apresentaram efeito significativo em relação à produtividade e qualidade dos frutos quando comparado ao tratamento sem uso da poda (testemunha), sendo necessários maiores estudos desta prática na cultura do maracujazeiro, com emprego de irrigação localizada.

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3

EVALUATION OF SPACING AND PRUNNING PRODUCTION ABOUT PRODUCTIVITY AND TECHONOLOGICAL ASPECTS FROM THE YELLOW PASSION FRUIT. Botucatu, 2005. 40p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Horticultura)

Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Author: Gisleine Galvão Bosquê

Adviser: Aloísio Costa Sampaio

2SUMMARY

The research had as purpose to evaluate and bring near the effects of the planting and two cut seasons on the production and technological aspects of the yellow passion fruit off spring, hybrid IAC 277 and Afruvec selection using irrigated water just after the production cuts happened 2 years after planting. The trial was developed at the experimental station ”Campo Novo”, 5 km from the Meterological Researches of UNESP- Bauru’s campus. The seedling was planted on November 12th 2002 and the transport system was ”back rest” with a flat wire of 1,9 m high and set of intervals of 3,5 between the lines. The growing practices as lateral sprout, formation prune, manuring and target treatment, was applied traditionally in the growing.

The experiment all design was at randomized blocks with 3 replications on split plat showing the main factor the genetic materials, IAC 277 and Afruvec; as a secondary factor the two planting set of intervals in line (1,67 and 2,5 between the pants) and as a tertiary factor, two season cuts (July and August 2003) and a witness (without cutting) . The average was submitted to F test and average by Tukey’s 5% of probability. The analyzed parameters were: productivity and chemical-physical quality of the produced fruit in different treatments. Through the obtained results we can conclude:

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1. The producing must give preference to the cultivation of Afunvec selection to have shown a larger fruits number of 5 caliber in both crops (little and normal harvest).

2. There was no signifficant differences in the crops between genetic materials related to Brix, sourness, skin thickness and pulp weight.

3. Due to the lack of meaningful results between the tested set of intervals we must apply the interval of 2,5m between the plants in line and varied in the inter lines, depending the use of the place mechanization or not.

4. The pruning do not shown meaningful effect in relation to productivity and quality of the fruit when compared to the treatment without pruning (witness) demanding more studies in this practice in the passion fruit tree growing (applying local irrigation).

___________________________________________

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3INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.), seguido de Peru, Colômbia, Índia e Quênia (FNP,1998), e tem apresentado uma evolução técnica nesta cultura ao longo dos últimos 20 anos (Piza Jr & Rezende, 1993). O cultivo dessa frutífera vem servindo de suporte econômico principalmente para pequenos produtores rurais, em razão do escalonamento da produção e, conseqüentemente, da receita recebida.

A cultura do maracujazeiro expandiu-se rapidamente no Estado de São Paulo (Agrianual, 2004), porém esse crescimento em área cultivada gerou sérios problemas fitossanitários decorrentes da falta de tecnologia e planejamento. Dentre as diversas dificuldades, a incidência das viroses tem promovido uma redução no ciclo de produção do maracujazeiro amarelo em regiões tradicionais, ou seja, tem-se obtido uma única colheita com posterior renovação de plantas. Nesse sentido, o adensamento nas linhas de plantio, ao promover a formação dos ramos terciários (produtivos) de maneira mais rápida (São José, 1998), pode significar uma viabilização da atividade em sistema de produção anual.

Em regiões distantes dos locais atuais de produção, em conseqüência da baixa incidência de plantas contaminadas com as viroses ("princípio da exclusão"), do plantio com mudas certificadas e da eliminação constante de plantas de maracujá com

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sintomas (“ronguing”), pode-se vislumbrar o prolongamento da vida útil da cultura. Nesse contexto o uso da poda de produção associada ao emprego de irrigação suplementar pode significar ganhos expressivos de produção. Até o momento, poucas pesquisas foram desenvolvidas neste aspecto, o que torna extremamente relevante a avaliação de espaçamento e efeitos da poda de produção sobre a produtividade do maracujazeiro.

Silva et al. (2004) analisaram uma viabilização da atividade, em sistema de produção anual a influência do sistema de condução e poda na produção e qualidade dos frutos de maracujá doce em condições irrigadas, em Ilha Solteira (SP) e puderam concluir que: o sistema de condução e a poda não afetaram o tamanho do fruto, porém as plantas podadas produziram mais frutos com mais massa, ocorrendo diminuição do número de frutos por planta e no rendimento por área (no sistema T e espaldeira vertical).

Tradicionalmente existem poucas opções de materiais genéticos disponíveis para os produtores de maracujá amarelo, tendo sido recentemente lançado o híbrido IAC 277 pelo Instituto Agronômico de Campinas, resultante de um programa de melhoramento conduzido na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul (SP), de 1990 a 1999. A seleção Afruvec foi obtida por meio de seleção massal da antiga cv. Sul Brasil cultivado na região de Marília, pelos técnicos da Associação dos Fruticultores de Vera Cruz (SP).

Assim sendo, objetiva-se com este trabalho no 1º ano avaliar o efeito dos cultivares e do adensamento de plantio, e para o 2º ano duas épocas de poda de produção sobre a produtividade e aspectos tecnológicos dos frutos de maracujá amarelo híbrido IAC 277 bem como a seleção Afruvec.

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4REVISÃOBIBLIOGRÁFICA

4.1 Poda de produção

Passiflora é um dos gêneros das mais de 600 espécies tropicais e subtropicais denominadas maracujá e membros da família Passifloraceae (Salomão & Andrade, 1987). Entre essas espécies mais de 150 são indígenas do Brasil, mais de 60 produzem frutos que podem ser apresentados direta ou indiretamente como alimentos (Junqueira et al., 1999).

Conhecendo o hábito de crescimento e frutificação do maracujazeiro observa-se que os botões florais aparecem nos ramos em desenvolvimento e que em cada axila foliar existe, além da gavinha e da gema florífera, uma gema vegetativa (Lima et al., 2002).

Desse modo, torna-se necessária a realização de poda para possibilitar produções satisfatórias como: desbrota – após 15 dias do plantio inicia-se a operação de poda eliminando-se todos os brotos laterais, conduzindo a muda em haste única até o fio de arame de sustentação, ocorrendo o desponte (broto terminal) que força o desenvolvimento das gemas laterais formadoras dos ramos produtivos (Meletti & Maia, 1999).

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A poda de limpeza e renovação é recomendada para eliminar a massa vegetativa improdutiva existente, proporcionando melhor arejamento à folhagem e diminuição do risco de contaminação das novas brotações (Meletti & Maia,1999).

A poda de produção empregada na cultura do maracujazeiro, pode trazer resultados positivos, quando analisamos alguns aspectos inerentes à fisiologia e sistema de produção da planta, tais como: hábito de frutificação com produção em ramos novos, alta exigência de luminosidade e a redução do peso do sistema vegetativo sobre o sistema de condução em espaldeira.

De acordo com Sousa (1982), os objetivos gerais principais da poda em frutíferas são:

1. modificar o vigor da planta;

2. produzir mais frutas com melhor qualidade;

3. manter a planta com porte conveniente aos tratos culturais e manuseio;

4. modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que frutíferos ou vice-versa;

5. conduzir a planta a uma forma desejada;

6. suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos; 7. regular a alternância das safras de modo que se obtenha

anualmente colheitas médias com regularidade.

Cereda (1974) afirma que os resultados disponíveis com relação à produtividade de plantas podadas indicam a necessidade da realização de um maior número de pesquisas. No experimento, trabalhou-se com o maracujá conduzido em espaldeira de 2,0 m. de altura e com somente uma haste até o segundo arame. Empregaram-se quatro tratamentos: sem poda; poda a 75 cm da haste principal, poda a 150 cm do nível do solo e poda a 50 cm da haste principal. Ainda segundo o autor, a poda foi realizada antes do início do desenvolvimento vegetativo e os resultados são os seguintes: a poda moderada a 75 cm da haste principal exerceu efeito benéfico, mantendo a produção sem grande variação. Por outro lado, a poda drástica foi prejudicial, causando a morte precoce das plantas.

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Cereda & Urashima (1989) relatam que os ramos não podados de um ciclo para outro apresentam um crescimento linear e, nos ramos podados, a taxa de crescimento é maior e esta poda deve ser realizada no mês de agosto. Os autores afirmam também que tal fato reforça a hipótese da viabilidade de se podar os ramos do maracujazeiro, com o objetivo de diminuir a distância de translocação de nutrientes, entre outras vantagens, tais como: redução da massa vegetativa improdutiva; melhoria da iluminação e de aeração da planta; diminuição dos focos de pragas e doenças; aumento da eficiência dos tratamentos fitossanitários, redução do custo de produção; aumento da produção e vigor da planta.

Que a poda é necessária não resta dúvida, pois desde 1948, Wills na Austrália, fazia comentários sobre podas incipientes. Outros relatos surgiram, como os de Menan (1949) na Venezuela, Bowers (1953) no Havaí, Wills & Stephen (1954) na Austrália, Macmahon (1955) na Tasmânia, Escobar (1970) na África do Sul, Akamine et al. (1972) no Havaí, Haddad (1975) na Venezuela, Cereda (1976; 1991) no Brasil e outros citados por Cereda (1994).

Accorsi et al. (1992), em trabalho realizado em Eldorado do Sul (RS) tiveram como objetivo verificar o efeito de cinco intensidades de poda sobre a produção do maracujá amarelo. As plantas foram conduzidas com espaldeiras em dois fios, o primeiro a 1,20 m e o segundo, 1,80 m da superfície do solo. A poda consistiu em deixar o ramo principal com diferentes comprimentos, a saber: 1,50 m; 3,00 m; 3,60 m; 5,10 e 6,60 m. A partir das análises resultantes de duas safras, verificou-se que o peso médio dos frutos foi superior quando a poda do ramo principal foi realizada a 1,50 m, e quando comparado com os resultados das podas do ramo principal a 5,10 e 6,60 m.

4.2 Espaçamento

Pesquisas analisando o efeito de diferentes espaçamentos na produção do maracujá definiram o espaçamento nas entrelinhas em função do grau de mecanização da cultura e entre plantas variável em função das condições de manejo cultural de cada região produtora (Rizzi et al.,1998).

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Dentre os vários trabalhos, Carvalho et. al. (1971) estudaram a influência do espaçamento e altura de sustentação (espaldeira) do maracujá, utilizando os seguintes espaçamentos: 2,50 x 3,00 m; 2,50 x 5,00 m e 2,50 x 7,00 m e duas alturas da cerca de sustentação de 1,60 m e 2,10 m, sendo o menor espaçamento utilizado o que proporcionou maior produção de frutos por unidade de área, embora houvesse uma redução na produtividade por planta.

De acordo com São José (1998), levando-se em consideração que a vida útil do maracujazeiro vem sendo reduzida ao longo do tempo por problemas diversos e considerando que nos dois primeiros anos as plantas são mais tolerantes a enfermidades, o adensamento de plantio pode vir a trazer ganhos de produtividade e rentabilidade ao produtor. Ainda segundo o autor, os espaçamentos mais utilizados são: 3,0 a 3,5 entrelinhas por 1,0 a 5m dentro da linha, existindo uma forte tendência de adensamento. Trabalhos desenvolvidos na Universidade Estadual da Bahia mostraram que estes adensamentos promovem maiores produtividades em safras e safrinhas.

Nas pesquisas quanto a espaçamentos, os resultados obtidos, segundo Araújo et al. (1972), mostraram que a maior produção por hectare em duas colheitas ocorreu com menores espaçamentos. Carvalho et al. (1973), nos relata estudo com diferentes espaçamentos: 1; 2 ; 3 e 4 metros (linha de plantio) e entre as linhas de plantio 2,5m, sendo que as produções foram avaliadas em duas colheitas. A primeira produção ocorreu 5 a 6 meses após o plantio, foi insignificante, tendo coincidido com o período frio do ano; a segunda colheita, realizada entre jan/ jul., apresentou para os diferentes espaçamentos a produção de : 2,5 m x 1m (50,2 t/ha) ; 2,5 m x 2 m ( 43,3 t/ ha); 2,5m x 3 m ( 37,5 t/ha) e 2,5m x 1m (37,3 t/ha), ou seja, um expressivo destaque para o menor espaçamento.

Kist et al. (1996) estudaram o custo de produção e o resultado econômico do maracujá amarelo em seis espaçamentos de plantio (2,0m x 1,25m; 2,0m x 1,75m; 2,0m x 2,25m; 2,0m x 2,75m; 2,0m x 3,25m. e 2,0m x 3,75m), arranjados no delineamento experimental de blocos casualizados com três repetições, em Porto Lucena, RS, objetivando definir recomendações técnicas e econômicas para a cultura nesta região. O maior custo de produção por hectare (US$ 9.715,53) foi observado no menor espaçamento que também resultou no maior custo médio por Kg (US$ 0,141) coincidiu com o espaçamento de 2,0 x 2,75 m, que apresentou o maior lucro por hectare (US$ 8.189,57). O menor custo de

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produção por hectare (US$ 6.475,02) ocorreu no maior espaçamento, de 2,0 x 3,75, em que o lucro líquido por hectare (US$ 4.334,18) foi o mais baixo. Portanto, os melhores resultados econômicos ocorreram no plantio do maracujá nos espaçamentos de 2,0 x 2,25 m a 2,0 x 2,75m.

Oliveira et al. (2002) verificaram-se mediante o estudo da produção do maracujazeiro em face de diferentes espaçamentos, a necessidade de discutir a densidade de plantio e ter por objetivo o aumento da produtividade. Os tratamentos foram de 1; 2 ; 3 e 4 m entre plantas na linha, tendo sido a área experimental considerada correspondente a três linhas, ou seja, 12m x 20m ou 240m2, Foram avaliados os seguintes parâmetros: número de frutos e produção por parcela, peso médio dos frutos. Visando a entender melhor os picos de produção, foram divididas as colheitas em 4 períodos, constatando-se entre plantas na linha, as maiores produções nas épocas dois e três. Dentre os vários resultados, cabe destacar o aumento de 99,3 % na produção no tratamento de 1m para o de 4m.

Vasconcelos (1977) relata a utilização nos plantios comerciais de espaçamento variando de 3m x 5m a 5m x 6m, dependendo da região de cultivo e do sistema de condução adotado. Para o maracujazeiro amarelo, a redução de espaçamento leva a um aumento na produção por área e a uma redução por planta, portanto, permitindo produzir frutos de alta qualidade e em grande quantidade. Fatores edafoclimáticos, histórico da área quanto à ocorrência de doenças, pragas e outros fatores devem ser levados em consideração na escolha do espaçamento de plantio.

4.3 Híbridos e Seleções

Os materiais utilizados neste experimento foram: Híbrido IAC 277 e Seleção Afruvec:

IAC 277 - Híbrido intra-específico resultante de um programa de melhoramento conduzido na E.E. de Monte Alegre do Sul (SP), de 1990 a 1999. De cruzamentos controlados entre 21 genótipos de pomares comerciais de vários estados, sendo selecionadas oito combinações superiores, submetidas à seleção de 75%. As análises qualitativas foram feitas em pomares comerciais de Vera Cruz e Amparo/ SP, apresentando

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frutos ovais, com cerca de 230 g. de peso médio, padrão 3A, com cavidade interna completamente preenchida por polpa de coloração alaranjada. O teor de Sólidos Solúveis Totais variou de 13,4 a 17ºBrix, com média de 15,2ºBrix, dependendo da época de colheita. A produtividade média obtida neste cultivar foi de 67 kg/ planta/ano.

AFRUVEC - É uma seleção que teve seu início levando o nome da Cooperativa Sul Brasil, portanto, fruto Sul Brasil, tendo como característica principal o destaque do fruto pelo seu calibre. O perfil de produção deste cultivar privilegia frutos que são apreciados pelo mercado de consumo in natura que destaca principalmente a aparência do fruto associado ao seu calibre. O trabalho da Associação dos Fruticultores da Região de Vera Cruz - SP foi o de continuar com a variedade Sul Brasil, estabelecendo, através de seleção massal, a clonagem desses materiais e a cada ano fazendo seu melhoramento em campos experimentais na região (Oliveira et. al. (2002). Os resultados obtidos: Fruto 50% de calibre maior ou igual a 8,5 cm, o que foi considerado uma porcentagem razoável. São frutos ovais com cerca de 250 g. de peso médio, o teor de (SST) varia de 13 a 15ºBrix, cavidade bem preenchida, de coloração amarela, a espessura da casca é em média de 3mm, e a produtividade média girando em torno de 70kg/planta/ano (Afruvec,2003).

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5MATERIALEMÉTODOS

5.1 Localização do experimento

O experimento foi desenvolvido na Estação Experimental "Campo Novo", da Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru (SP). Nesse local as coordenadas geográficas são as seguintes: 22º21'28" de Latitude Sul, 49º01'37" de Longitude Oeste e altitude de 620 m.

5.2 Solo

O experimento foi instalado em um Latossolo Vermelho-Amarelos eutróficos, com textura arenosa, apresentando topografia em declives suaves.

Realizou-se a coleta de amostra de solo e raízes, as quais foram submetidas à análise de nematóides pela Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Bauru (UPD/APTA, Regional Centro-Oeste), resultando nos seguintes indicadores:

- para 300cc de solo processado: 01 Pratylenchus sp

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5.3 Clima

O clima da região é subtropical seco no inverno e os dados climáticos incidentes durante o desenvolvimento do trabalho encontram-se no Quadro 1.

Quadro 1 - Médias mensais de temperatura (ºC) e precipitações (mm), medidas pelo Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMET), Unesp - Bauru, no período de outubro de 2002 a julho de 2004.

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5.3.1 Análise química de solo e recomendação de adubação

O sucesso do diagnóstico da fertilidade do solo se caracteriza pela análise do solo.

Quadro 2 - Análise química do solo da área experimental. Bauru-SP.

As recomendações utilizadas foram baseadas no Boletim 100 do IAC. Além disso, como prática preventiva, adotaram-se inspeções semanais visando observar plantas com sintomas da virose e, conseqüentemente eliminá-las.

5.4 Sistema de produção de mudas

As plantas híbrido IAC 277 e seleção Afruvec (AF) foram desenvolvidas em dois sistemas, sendo o IAC 277 material cedido pela Dra Laura M. Melletti, do IAC semeado em sacola plástica preta, com furos, nas dimensões de 14 cm x 28 x 0,02, contendo substrato formado por uma parte de terra vermelha, duas partes de terra de barranco, duas partes de esterco de curral, acrescentando-se a cada m3 dois kg de calcário. Depois a mistura foi coberta com lona plástica e exposta ao sol durante cinco dias para desinfecção com brometo de metila. Foram feitas um total de 250 mudas a céu aberto (Figuras 1e 2).

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Figura 1 - Vista geral das mudas do híbrido IAC 277 produzidas a céu aberto, Bauru, SP.

Figura 2 - Vista geral das mudas da seleção Afruvec no sistema telado, Garça, SP.

A seleção Afruvec, material cedido pela Associação dos Fruticultores da Região de Vera Cruz - SP, foi semeada em tubetes de polietileno, contendo substrato e adubo NPK de liberação lenta de nutrientes (osmocotti-15-10-10), sendo acondicionados em viveiro telado com plástico na cobertura e sombrite nas laterais. Portanto, um total de 500 mudas foram plantadas em novembro de 2002, apresentando um porte em torno de 15 a 18cm de altura.

As mudas apresentaram sistema diferenciado de produção em função da origem do material genético, cedido para viabilizar a implantação do projeto.

5.5 Plantio e condução da cultura

O plantio da cultura ocorreu no dia 12/11/2002 e durante o seu crescimento as mudas ou plantas foram tutoradas com fitas de plástico. Logo após realizou-se irrigação por aspersão, visando um bom pegamento das mudas (Figura 3).

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Figura 3 - Vista geral do experimento logo após o plantio das mudas, com uso de irrigação por aspersão, 2002, Bauru, SP.

As pulverizações foram realizadas a cada 15 dias, à base de paration metílico e mancozeb com o objetivo de prevenção a qualquer tipo de doenças que possam ocorrer na cultura. Durante essa fase (novembro/2002 a fevereiro/2003), as desbrotas foram feitas semanalmente, sendo conduzidas em haste única e quando da sua chegada ao arame, a haste principal direcionada para um lado e o broto lateral, a 10 cm do arame conduzido para o outro lado, tomando-se sempre cuidado para não ocorrer enforcamento pelas gavinhas ou pelo próprio material utilizado. A polinização manual teve início na segunda quinzena de fevereiro de 2003, de maneira tradicional, levando-se pólen de flores diferentes para efetuar a polinização artificial.

O sistema de condução foi o de espaldeira, com 1 fio de arame liso a 1,9 m. de altura, com entrelinhas de 3,5m.

A partir de abril/03 iniciaram-se as avaliações da 1a safra (safrinha), analisando-se apenas o efeito de cultivares e adensamento de plantio, pois as podas de produção foram realizadas, respectivamente, nos dias 28/07 e 29/08/03 (Figuras 4 e 5). Após as podas de produção, foi realizada com pulverizador atomizador tratorizado contendo calda bordalesa, visando ao controle preventivo de doenças fúngicas e bacterianas.

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Figura 4 - Poda de produção nos ramos terciários realizada a 50 cm do fio de arame com auxílio de roçadeira manual, 2003, Bauru, SP.

Figura 5 - Visualização geral da parcela após a realização da poda, 2003, Bauru, SP.

Em virtude das épocas de poda de produção terem sido realizadas em período de déficit hídrico e baixas temperaturas (quadro 1), realizou-se a irrigação

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suplementar por aspersão convencional tipo canhão apenas durante os meses de julho e agosto/2003. De acordo com Manica (1981) e Ruggiero (1987), o efeito da irrigação também foi pouco estudado para a cultura, em que pese que esta pode alongar o período de produção, aumentando a produtividade, além de melhorar a qualidade do fruto.

5.6 Delineamento experimental e análise estatística

O experimento foi instalado em blocos ao acaso, com 3 repetições, em parcelas sub-subdivididas, sendo as parcelas fator principal os materiais IAC 277 e AFRUVEC, como fator secundário, os dois espaçamentos de plantio (1,67 e 2,5 m entre plantas) e fator terciário duas épocas de poda (julho e agosto) e uma testemunha (sem poda).

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As médias foram submetidas ao teste F e a comparação de médias por Tukey a 5% de probabilidade.

As parcelas continham 4 e 6 plantas, respectivamente, nos dois espaçamentos estudados (E1 e E2), sendo que na avaliação da safrinha, por não terem sido realizadas as podas de produção, analisaram-se 12 e 18 plantas (quadro 4).

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5.7 Parâmetros avaliados

5.7.1 Produtividade e tamanho dos frutos

Os frutos foram colhidos duas vezes por semana durante o período de 30/04/2003 a 05/07/2003 (Safrinha) e 29/01/04 a 03/07/2004 (Safra).

Após a colheita nas parcelas, os frutos eram todos pesados com auxílio de balança mecânica e posteriormente classificados e pesados por tipo (figura 6).

As avaliações foram realizadas com relação à produtividade e qualidade dos frutos, obtendo-se inicialmente o peso total dos frutos por parcela e posteriormente, o número e peso por tipo de fruto, considerando seu calibre e classificação, de acordo com a padronização realizada pelo Centro de Qualidade em Horticultura do CEAGESP, SP (figuras 7 e 8).

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Figura 7 - Classe ou calibre dos frutos de maracujá

Fonte: Programa Brasileiro para a melhoria dos padrões comerciais e embalagens de hortigranjeiros. Fruti-Séries 2 – DF – Brasília. Março, 2002.

Figura 8 - Visualização do tamanho do fruto com paquímetro, 2004, Bauru, SP.

Durante o desenvolvimento do trabalho não ocorreu incidência do vírus do endurecimento dos frutos (PWV) na área experimental.

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5.7.2 Análises físico–químicas dos frutos

A análise tecnológica da safrinha foi realizada no dia 25/06/2003, e as da safra nos dias 14/04/2004, 22/04/2004 e 29/04/2004, sendo coletada uma amostra de dois frutos por parcela após as pesagens, visando à determinação da espessura da casca, porcentagem de polpa, teor de sólidos solúveis (ºBrix) e acidez (figuras 9 e 10).

Figura 9 - Visualização da determinação da espessura de casca, em mm.

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As análises do teor de sólidos solúveis em ºBrix foram feitas com o auxílio de um refratômetro manual e para análise do teor de acidez (porcentagem de ácido cítrico) utilizou-se o método do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985).

Pesaram-se 5 gramas de polpa do fruto de maracujá em um béquer de 100ml, posteriormente transferido para um balão volumétrico de 100ml, completando-se o volume com água. Pipetaram 10ml da solução da amostra para um frasco de 250ml. Adicionaram duas gotas do indicador fenolftaleína e titulou-se com solução de hidróxido de sódio 0,1 N até coloração rósea.

Cálculo do teor de ácido cítrico:

(Volume de hidróxido de sódio gasto na titulação x 0,0064 x 1000) 5

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6.1 Produtividade e tamanho dos frutos da safrinha (1º ano)

As avaliações da safrinha tiveram início no dia 30/04/2003 e prolongaram-se até o dia 05/07/2003, totalizando 18 colheitas.

No quadro 5, observa-se que a seleção Afruvec (AF) apresentou uma produtividade em kg/parcela superior em 13,82% em relação ao híbrido IAC 277, porém não diferem estatisticamente, independente da qualidade dos frutos em termos de tamanho.

Quadro 5 - Avaliação dos cultivares (AF e IAC 277) e espaçamentos (E1 e E2) sobre a produção total (sem transformação) de maracujá amarelo (kg/parcela) na safrinha, 2003, Bauru, SP.

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1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Com relação às interações dos tratamentos (figura 11), cabe destacar o resultado obtido em produção da seleção Afruvec no espaçamento de 2,5m entre plantas (E1).

Figura 11 - Interação e efeito isolado de cultivar e espaçamento em kg/parcela na safrinha, Bauru, 2003.

Ao analisarmos a produtividade tendo como parâmetro o calibre dos frutos (quadro 6 e figura 12), observa-se claramente a superioridade da seleção Afruvec sobre o híbrido IAC 277 em relação ao tamanho dos frutos produzidos, ou seja, a seleção Afruvec apresentou um maior número de frutos no calibre 5, demonstrando ser um material indicado para produção de frutos de mesa, que privilegia frutos de grande calibre.

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Quadro 6 - Influência dos cultivares e espaçamento de plantio sobre o número de frutos de maracujá amarelo classificado na safrinha 2003, em diferentes calibres, Bauru, SP.

1) Calibres: 1. <= 5,5cm; 2. >= 5,5 e < 6,5cm 3. >= 6,5 e < 7,5cm 4. >= 7,5 e < 8,5cm 5. >= 8,5cm 2) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

3) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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29

Pelas comparações das médias dos números de frutos nos diferentes calibres, apenas nos calibres 1, 2 e 5 ocorreram diferenças significativas por Tukey a 5% em relação ao efeito de cultivares. Este resultado é de suma importância já que normalmente os produtores de maracujá do Estado de São Paulo procuram destinar o maior número possível de frutos para o mercado de consumo in natura.

6.1.1 Qualidades físico-químicas dos frutos

Apesar do híbrido IAC 277 ter apresentado maior produção de frutos de menor calibre, eles tiveram ºBrix médio superior a 14 graus (quadro 7), que é o objetivado pela indústria de polpa e suco de maracujá. Como há uma grande demanda de frutos de maracujá pelas indústrias processadoras, seria de grande importância trabalhos comparativos envolvendo o IAC 277, com a tradicional seleção Maguary, a fim de trazer novas alternativas para produtores com objetivos de mercado direcionados à indústria.

Quadro 7 - Influência dos cultivares de maracujá amarelo e espaçamento sobre as características físico-químicas dos frutos na safrinha 2003, Bauru, SP.

1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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Na avaliação da Figura 13 embora não ocorra diferenças estatísticas significativas, se torna importante a visualização para melhor entendimento do efeito isolado dos materiais genéticos e interações dos cultivares e espaçamentos quanto a produção de maracujá amarelo

Figura 13 - Avaliação da interação dos cultivares (AF e IAC 277) e espaçamentos (E1 e E2) sobre a produção de maracujá amarelo (em kg/parcela) na safrinha 2003, Bauru, SP.

6.2 Produtividade e tamanho dos frutos da safra (2º ano)

As avaliações tiveram início a 29 de janeiro de 2004, e seguiram até 03 de julho 2004, correspondendo um total de 42 colheitas. Nessa avaliação, o tamanho das parcelas foi reduzido em decorrência das podas realizadas nos meses de julho e agosto/2003.

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Quadro 8 - Produtividade de maracujá amarelo (kg/parcela) na safra nos diferentes tratamentos avaliados, 2004, Bauru, SP.

1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Independente do tamanho dos frutos produzidos, verifica-se pelo quadro 8 a superioridade da seleção Afruvec kg/parcela, confirmando-se os resultados obtidos na safrinha mas não diferiu estatisticamente. O efeito isolado de espaçamento não apresentou diferenças significativas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Em relação a épocas de poda, houve uma superioridade significativa da poda de produção empregada em julho em comparação à de agosto, porém sem diferir da testemunha (SP)

No período da safra (quadro 9) obteve-se um efeito marcante da qualidade dos frutos, em termos de calibre na seleção Afruvec, quando comparada com o IAC 277, reforçando os resultados obtidos na safrinha.

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Quadro 9 - Influência dos cultivares e espaçamento de plantio sobre o número de frutos produzidos de maracujá amarelo classificado em diferentes calibres, 2004, Bauru, SP.

1) Calibres: 1. <= 5,5cm; 2. >= 5,5 e < 6,5cm 3. >= 6,5 e < 7,5cm 4. >= 7,5 e < 8,5cm 5. >= 8,5cm 2) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

3) PJ: poda em julho/03; PA: poda em agosto/03; SP: sem poda – testemunha.

4) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Observando a figura 14 tem-se uma melhor visualização da superioridade da seleção Afruvec na produção de frutos, calibre 4 e 5, preferidos pelo mercado de fruta fresca.

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Figura 14 - Número de frutos por calibre para os cultivares, espaçamentos, podas realizadas em julho e agosto/2003 e testemunha (SP), 2004, Bauru, SP.

No quadro 9, observa-se ainda o efeito positivo da poda de produção realizada em julho e sem poda (testemunha) quando comparada com a poda realizada em agosto, nos calibres 3 e 4. Cereda e Urashima (1989) indicaram o mês de agosto como melhor época para a realização da poda visando a uma maior taxa de crescimento dos ramos. Sem dúvida alguma, o efeito de poda deve ser bem melhor estudado, principalmente em projetos em condições irrigadas e, preferencialmente, em locais sem a presença de viroses, permitindo assim o prolongamento de vida útil do pomar.

O efeito isolado de espaçamento (quadro 9) não resultou diferenças significativas, o que demonstra não haver necessidade de um adensamento elevado na linha de plantio. Este resultado conflui ao obtido por Carvalho et al., (1971), no qual o espaçamento que apresentou maior produção de frutos foi o de 2,5m x 3,0m.

Através da figura 15, verifica-se que o tratamento envolvendo a seleção Afruvec no espaçamento mais adensado (E2) e submetido à poda, realizada em julho, obteve uma melhor produção em kg/parcela. Destacam-se também os calibres por tipo e os números de fruto por parcela, quantidades maiores no híbrido IAC 277 privilegiando os calibres 1 e 2. Já o calibre 3 assemelha-se aos dois materiais e a seleção Afruvec com o calibre 4 e 5.

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Figura 15 - Calibre por tipo e kg/parcela.

6.2.1 Qualidades físico-químicas dos frutos

Dentre as variáveis tecnológicas avaliadas na safra, cabe destacar o efeito positivo e significativo da seleção Afruvec sobre o híbrido IAC 277 (Quadro 10 e Figura 16), em relação ao parâmetro peso de polpa. Os demais parâmetros de qualidade dos frutos não tiveram influência dos diferentes tratamentos, o que caracteriza o uso da seleção Afruvec como de dupla aptidão, ou seja, pode ser destinada tanto para o mercado de consumo in natura como para a indústria.

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Quadro 10 - Influência dos cultivares de maracujá amarelo e espaçamento sobre as características físico-químicas dos frutos na safra 2004, Bauru, SP.

1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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Pelos resultados obtidos pode-se concluir que:

- O produtor para mesa deve dar preferência ao cultivo da seleção Afruvec, por ter apresentado maior número de frutos de calibre 5, em ambas as colheitas (safrinha e safra).

- Não houve diferenças significativas na safra entre os materiais genéticos testados em relação ao ºBrix , acidez , espessura de casca exceto no peso de polpa.

- Em decorrência da ausência de resultados significativos entre os espaçamentos testados, deve-se empregar o espaçamento de 2,5 m entre plantas na linha de plantio e variável nas entrelinhas, dependendo do uso ou não de mecanização da propriedade.

- As podas de produção não apresentaram efeito significativo em relação a produtividade e qualidade dos frutos quando comparadas ao tratamento sem uso de poda (testemunha). Assim sendo necessários maiores estudos desta prática na cultura do maracujazeiro, com emprego de irrigação localizada.

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