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As avaliações tiveram início a 29 de janeiro de 2004, e seguiram até 03 de julho 2004, correspondendo um total de 42 colheitas. Nessa avaliação, o tamanho das parcelas foi reduzido em decorrência das podas realizadas nos meses de julho e agosto/2003.

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Quadro 8 - Produtividade de maracujá amarelo (kg/parcela) na safra nos diferentes tratamentos avaliados, 2004, Bauru, SP.

1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Independente do tamanho dos frutos produzidos, verifica-se pelo quadro 8 a superioridade da seleção Afruvec kg/parcela, confirmando-se os resultados obtidos na safrinha mas não diferiu estatisticamente. O efeito isolado de espaçamento não apresentou diferenças significativas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Em relação a épocas de poda, houve uma superioridade significativa da poda de produção empregada em julho em comparação à de agosto, porém sem diferir da testemunha (SP)

No período da safra (quadro 9) obteve-se um efeito marcante da qualidade dos frutos, em termos de calibre na seleção Afruvec, quando comparada com o IAC 277, reforçando os resultados obtidos na safrinha.

Quadro 9 - Influência dos cultivares e espaçamento de plantio sobre o número de frutos produzidos de maracujá amarelo classificado em diferentes calibres, 2004, Bauru, SP.

1) Calibres: 1. <= 5,5cm; 2. >= 5,5 e < 6,5cm 3. >= 6,5 e < 7,5cm 4. >= 7,5 e < 8,5cm 5. >= 8,5cm 2) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

3) PJ: poda em julho/03; PA: poda em agosto/03; SP: sem poda – testemunha.

4) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Observando a figura 14 tem-se uma melhor visualização da superioridade da seleção Afruvec na produção de frutos, calibre 4 e 5, preferidos pelo mercado de fruta fresca.

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Figura 14 - Número de frutos por calibre para os cultivares, espaçamentos, podas realizadas em julho e agosto/2003 e testemunha (SP), 2004, Bauru, SP.

No quadro 9, observa-se ainda o efeito positivo da poda de produção realizada em julho e sem poda (testemunha) quando comparada com a poda realizada em agosto, nos calibres 3 e 4. Cereda e Urashima (1989) indicaram o mês de agosto como melhor época para a realização da poda visando a uma maior taxa de crescimento dos ramos. Sem dúvida alguma, o efeito de poda deve ser bem melhor estudado, principalmente em projetos em condições irrigadas e, preferencialmente, em locais sem a presença de viroses, permitindo assim o prolongamento de vida útil do pomar.

O efeito isolado de espaçamento (quadro 9) não resultou diferenças significativas, o que demonstra não haver necessidade de um adensamento elevado na linha de plantio. Este resultado conflui ao obtido por Carvalho et al., (1971), no qual o espaçamento que apresentou maior produção de frutos foi o de 2,5m x 3,0m.

Através da figura 15, verifica-se que o tratamento envolvendo a seleção Afruvec no espaçamento mais adensado (E2) e submetido à poda, realizada em julho, obteve uma melhor produção em kg/parcela. Destacam-se também os calibres por tipo e os números de fruto por parcela, quantidades maiores no híbrido IAC 277 privilegiando os calibres 1 e 2. Já o calibre 3 assemelha-se aos dois materiais e a seleção Afruvec com o calibre 4 e 5.

Figura 15 - Calibre por tipo e kg/parcela.

6.2.1 Qualidades físico-químicas dos frutos

Dentre as variáveis tecnológicas avaliadas na safra, cabe destacar o efeito positivo e significativo da seleção Afruvec sobre o híbrido IAC 277 (Quadro 10 e Figura 16), em relação ao parâmetro peso de polpa. Os demais parâmetros de qualidade dos frutos não tiveram influência dos diferentes tratamentos, o que caracteriza o uso da seleção Afruvec como de dupla aptidão, ou seja, pode ser destinada tanto para o mercado de consumo in natura como para a indústria.

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Quadro 10 - Influência dos cultivares de maracujá amarelo e espaçamento sobre as características físico-químicas dos frutos na safra 2004, Bauru, SP.

1) E1 = 3,5m x 2,5m e E2 = 3,5m x 1,67m

2) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Pelos resultados obtidos pode-se concluir que:

- O produtor para mesa deve dar preferência ao cultivo da seleção Afruvec, por ter apresentado maior número de frutos de calibre 5, em ambas as colheitas (safrinha e safra).

- Não houve diferenças significativas na safra entre os materiais genéticos testados em relação ao ºBrix , acidez , espessura de casca exceto no peso de polpa.

- Em decorrência da ausência de resultados significativos entre os espaçamentos testados, deve-se empregar o espaçamento de 2,5 m entre plantas na linha de plantio e variável nas entrelinhas, dependendo do uso ou não de mecanização da propriedade.

- As podas de produção não apresentaram efeito significativo em relação a produtividade e qualidade dos frutos quando comparadas ao tratamento sem uso de poda (testemunha). Assim sendo necessários maiores estudos desta prática na cultura do maracujazeiro, com emprego de irrigação localizada.

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