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Análise das preferências de potenciais consumidores do setor imobiliário de Ijuí-RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

FREDERICO MENEZES DA PORCIUNCULA

ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES

DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS

Ijuí, 2018

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FREDERICO MENEZES DA PORCIUNCULA

ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES

DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Ma. Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí /RS 2018

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FREDERICO MENEZES DA PORCIUNCULA

ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES

DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 25 de junho de 2018

Ma. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Orientadora Prof. Ma. Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA Prof. Me. Tarcisio Dorn de Oliveira (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Ma. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Orientadora

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Àqueles que, de alguma forma, contribuíram para minha felicidade durante o período de graduação.

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AGRADECIMENTOS

À minha namorada, que me proporcionou momentos de extrema felicidade, de incentivo e motivação;

Aos meus pais, pela liberdade de escolha em todos os momentos, pela confiança e suporte;

Ao meu tio e padrinho (in memoriam), pelas diversas formas de incentivo e ensinamentos;

Às minhas irmãs e suas respectivas famílias, que sempre acreditaram na minha capacidade e me forneceram amor, mesmo que à distância;

Aos meus amigos, pelos indescritíveis momentos de diversão; Aos colegas e professores que se tornaram meus amigos;

Aos colegas que, além de amigos, me ajudaram de alguma forma em períodos de dificuldade, dentre eles, cito dois, exemplares: Nicole Callai, pela atenção em momentos solicitados, e Felipe Kirschner, que, com paciência, se dispôs a ajudar a esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas ao curso, contribuindo no meu aprendizado;

Ao professor Antonio Corrente, pelo suporte dado no que diz respeito aos resultados deste trabalho;

Ao pessoal do escritório de Relações Internacionais da Unijuí, pela correção do Abstract.

À minha orientadora, por ter me direcionado ao tema e à minha futura área de atuação, pela confiança e por ter cumprido com excelência seus papéis. Tenho-a como referência.

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O que tiver que ser será, e nós o enfrentaremos quando vier.

Rubeus Hagrid

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RESUMO

PORCIUNCULA, F. M. Análise das Preferências de Potenciais Consumidores do Setor Imobiliário de Ijuí-RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

Diante de ininterruptas mudanças no âmbito da ciência e tecnologia, existe a necessidade constante de melhorias. Nesse sentido, a construção civil, por sua vez, dirige-se ao alcance da evolução. Um fator que impulsiona tal evolução diz respeito à concorrência de organizações. De acordo com Ulrich e Eppinger (2015), as empresas atingem o sucesso financeiro no momento em que conseguem identificar as necessidades dos clientes e rapidamente gerar produtos que supram tais necessidades a um baixo custo. O setor de marketing das organizações é responsável por identificar os anseios dos consumidores. A nível nacional, é notável ainda a falta de pesquisas de mercado, tendo no ramo imobiliário uma área de carência. Em decorrência disso, surgiu a ideia do tema do presente trabalho, compreendendo um estudo mercadológico no setor imobiliário em Ijuí, Noroeste do Rio Grande do Sul, por meio de entrevistas em uma popular feira do município. Dessa forma, o trabalho visou identificar e analisar dados de preferências dos potenciais consumidores locais, com a expectativa de consistir em instrumento útil ao desenvolvimento da construção civil. Pela sua realização, pôde-se concluir e destacar a importância dos dados obtidos para todos os envolvidos, sendo eles: a população de cada localidade, pelo benefício de poder encontrar o imóvel procurado e pela valorização de suas escolhas; as construtoras, por ter uma ferramenta capaz de demonstrar o foco do cliente; as imobiliárias; os empreendedores; os projetistas e demais interessados.

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ABSTRACT

PORCIUNCULA, F. M. Analysis of the Preferences of Consumers Potentials of the Real Estate Sector in Ijuí-RS. 2018. Course Completion Work. Engineering Civil Course, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

In consideration of uninterrupted changes in science and technology, there is a constant need for improvements. In this sense, civil construction, in turn, is directed at the reach of evolution. One factor that drives such evolution concerns the competition of organizations. According to Ulrich and Eppinger (2015), companies achieve financial success by being able to identify customer needs and quickly generate products that meet those needs at a low cost. The marketing departments of organizations is responsible for identifying consumer yearnings. At the national level, the lack of market research is still notable, producing in the real estate business a deficiency area. As a result came up the idea of the theme of this work. It comprises a market study in the real estate sector in Ijuí, northwestern Rio Grande do Sul, through interviews at a popular fair in the municipality. In this way, the work aimed to identify and to analyze data of preferences of potential local consumers, with the expectation of being a useful tool for the development of civil construction. By its accomplishment, it was possible to conclude and highlight the importance of the data obtained for all involved, which are: the population of each locality, for the benefit of being able to find the property sought and the valuation of its choices; the constructors, for having a tool capable of demonstrate the focus of the client; the real estate; the entrepreneurs; the designers, as will as other stakeholders.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processo intelectual de projeto………...19 Figura 2: Aspectos negativos compreendidos na fase de caracterização e concepção do produto imobiliário...22 Figura 3: Estruturação das áreas de pesquisa ligadas ao processo de mobilidade e escolha habitacional...26 Figura 4: Delineamento da pesquisa...30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Gênero...31

Tabela 2: Faixa etária...31

Tabela 3: Estado civil...32

Tabela 4: Grupo familiar...32

Tabela 5: Situação do estado em que mora...32

Tabela 6: Tipo de moradia atual...33

Tabela 7: Bairro atual...33

Tabela 8: Renda mensal familiar...34

Tabela 9: Tipo de moradia pretendida...34

Tabela 10: Bairro pretendido...35

Tabela 11: Faixa de valor do imóvel pretendido...35

Tabela 12: Estado de utilização do imóvel...36

Tabela 13: Quantidade de necessária de dormitórios...36

Tabela 14: Características essenciais em apartamentos...36

Tabela 15: Vagas por apartamentos...37

Tabela 16: Características essenciais em casas...37

Tabela 17: Motivos da mudança...38

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LISTA DE SIGLAS

AEII Associação das Empresas Imobiliárias e Corretores de Imóveis de Ijuí FEIMÓVEIS Feira de Negócios Imobiliários

FENII Feira de Negócios da Industria de Ijuí PDP Processo de Desenvolvimento do Produto TCC Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO E JUSTIFICATIVAS ... 13 1.2 OBJETIVOS ... 15 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 15 2 EMBASAMENTO TEÓRICO ... 16 3 METODOLOGIA ... 28 3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ... 28 3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ... 28 3.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 29

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 31

4.1 ANÁLISE DO PERFIL ... 31

4.2 ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS ... 34

5 CONCLUSÃO ... 40

REFERÊNCIAS ... 41

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS

1 INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi elaborado pelo aluno de Engenharia Civil, Frederico Menezes da Porciuncula, sob orientação da Professora Mestra Cristina Eliza Pozzobon, a respeito do desenvolvimento de pesquisa mercadológica no âmbito de imóveis em Ijuí-RS.

O tema do TCC compreende um estudo de mercado no setor imobiliário do município de Ijuí. O assunto delimita-se à análise de preferências de potenciais consumidores do setor imobiliário de Ijuí-RS.

Tem-se como formulação do problema: Quais as características habitacionais que os potenciais consumidores consideram relevantes durante a sua procura por imóveis no município de Ijuí-RS?

1.1 CONTEXTO E JUSTIFICATIVAS

De acordo com Kotter (1997), aumentou-se substancialmente a quantidade de mudanças significativas e traumáticas das organizações. Para tal, a globalização de mercados gera acréscimo de riscos, concorrência e oportunidades para todos, força empresas a realizar melhorias notáveis não apenas para competir e prosperar, mas para simplesmente sobreviver.

Ao pesquisar o processo de adaptação estratégica em empresa de construção civil, Rosseto e Cunha (1999) destacam que o setor de edificações, assim como vários outros setores industriais, tem vivido mudanças ambientais nas últimas décadas, caracterizadas pela incerteza e intensa competição. Os autores ainda destacam a necessidade dessas organizações, de moldar-se a novas circunstâncias, de forma a implementar ações que se adequem a novas realidades.

Ulrich e Eppinger (2015) afirmam que o sucesso financeiro da maioria das empresas é consequência das suas respectivas habilidades para identificar a necessidade dos clientes e rapidamente gerar produtos que possam suprir essas necessidades a um baixo custo. Consideram ainda, que toda a idealização e fabricação de um produto está inserida num processo de desenvolvimento do produto, desde a percepção de uma oportunidade de mercado até a venda e entrega do produto ao cliente final.

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Brandli et al. (2002) atribuem como fundamental a procura por parte das organizações em atender e atingir as expectativas de seus clientes para a sobrevivência e desenvolvimento das empresas; outro ponto ressaltado pelos autores diz respeito à importância, por parte de pesquisadores da área da gestão de organizações, especificamente no campo mercadológico, de realizar profundas análises de forma a identificar e compreender os anseios e percepções destes clientes.

Conforme Camboim et al. (1999), as ações voltadas à evolução dos processos e produtos devem ter seu ponto de partida na procura do mercado consumidor, nas suas pretensões e necessidades e não naquilo que os empreendedores julgam ser bom para os consumidores.

Freitas e Heineck (2008), em pesquisa sobre segmentação de mercado, afirmam que a adoção de tal segmentação, justificada pela heterogeneidade do mercado atendido por empresas de variados setores, resulta na identificação de classes de consumidores e, desse modo, direciona os esforços de marketing no sentido de satisfazer a demanda dos segmentos escolhidos.

O discurso de reconhecimento de anseios e necessidades dos clientes visando a evolução do produto imobiliário teve princípio a partir dos anos 90, segundo Heineck et al. (2006), através dos reconhecidos programas de qualidade da construção civil. Os autores destacam que na época havia proposta de participação do cliente na elaboração de programa de necessidades, porém sua operacionalização não era discutida.

Heineck et al. (2006) ainda citam que em Freitas (1995) consta uma das entrevistas pioneiras realizada junto aos clientes da construção civil, e que na sua obra a autora sugere como local propício para essas pesquisas as Feiras de Imóveis.

Em virtude das constatações dos autores citados, sobre a temática, pode-se afirmar que não há ampla variedade de estudos mercadológicos no Brasil, designadamente a respeito de preferências e interesses habitacionais dos consumidores e, também, utilização dessas informações para agregar maior valor aos imóveis para seus usuários. Reforçando essa questão, Freitas (2000), em sua proposta de tese de doutorado, entende que a nível nacional, surgiram poucos trabalhos que buscaram a compreensão e identificação das reais necessidades ou expectativas das famílias que deixavam suas moradias à procura de novos imóveis, e que as poucas pesquisas existentes até

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS então, vinham dos setores de marketing de algumas empresas e resultavam em limitadas publicações em revistas de construções locais.

Há expectativa de que este trabalho ocupe a lacuna existente de informações com características mercadológicas relacionadas aos imóveis e seus usuários, tornando-se uma ferramenta útil dentro da construção civil, aspecto motivador para a escolha do tema.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho consiste em: Explorar as preferências e necessidades atuais dos consumidores de imóveis residenciais em Ijuí-RS.

O trabalho tem como objetivos específicos:

• Coletar e identificar dados de preferências dos potenciais consumidores através de entrevistas na Feimóveis, localizada na Feira de Negócios da Indústria de Ijuí (Fenii);

• Retratar a importância dos dados para a melhoria do produto a ser usufruído; • Desenvolver um instrumento plausível de ser utilizado para os determinados fins; • Valorizar as escolhas e necessidades dos clientes.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho é composto por cinco itens principais e um apêndice:

Na introdução são descritos o tema, o contexto, as justificativas, o problema e os objetivos. No embasamento teórico são apresentados alguns estudos e visões de autores a respeito do assunto e suas abrangências. No capítulo da metodologia constam o método de abordagem, as técnicas de pesquisa e seu delineamento, referentes à estruturação e elaboração do trabalho.

O capítulo de apresentação e discussão dos resultados traz os dados coletados com a aplicação do questionário. As conclusões, que consistem na síntese das ideias do trabalho, na apresentação dos resultados obtidos e no relato do atingimento ou não dos objetivos estão apresentadas no capítulo final.

Para encerrar, apresenta-se as referências e um apêndice, que explicita o modelo do questionário de pesquisa mercadológica aplicado na Feira de Negócios Imobiliários (Feimóveis).

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

De acordo com Soares et al. (2015), a esfera tecnológica e da pesquisa científica tem passado por transformações significativas na última década, que têm carecido da aplicação de novas ferramentas de intervenção e, consequentemente, de procedimentos mais cautelosos e coordenados da informação. Os autores prosseguem afirmando que, na atualidade, assimilar e analisar a complexidade dessa evolução requer a elaboração de indicadores que apresentem maior solidez de forma a possibilitar, por um lado, a compreensão e interpretação de novos métodos de produção, propagação e transferência de conhecimentos científicos e, por outro, a caracterização de forma minuciosa das capacidades nacionais, no âmbito mundial, em ciência e tecnologia, que são indispensáveis para a sociedade devido à sua relevância no desenvolvimento econômico, cultural e político das nações.

Mantovani e Oliveira (2016) tratam a atividade da construção civil no Brasil, na atualidade, com notoriedade perante a economia no que diz respeito à geração de empregos, fluxo financeiro e desenvolvimento do país. Os autores ainda afirmam que a recente expansão dessa atividade possui grande influência no surgimento de novas empresas, da estabilização e desenvolvimento das existentes e de uma concorrência progressivamente equilibrada, entre grandes e pequenos empreendedores, possibilitando concluir que as organizações que adotarem estratégias de gestão direcionadas ao aprimoramento da produção, estarão em vantagem na conquista dos nichos disponíveis e naqueles que ainda estão por vir.

Soares et al. (2015) retratam a indústria da construção civil como um campo que abrange produtos de características heterogêneas, seja pelo alcance e diversidade de suas atividades, seja pela tipologia das empresas, seja pelas tecnologias e qualificação de pessoal, seja ainda pela distribuição geográfica, fatores contribuintes para o lançamento de um produto exclusivo no mercado.

Visando obter melhor aproveitamento de recursos de projetos e processos oriundos da construção civil, Mantovani e Oliveira (2016) asseguram que a adoção de instrumentos para auxiliar na integração desses processos e projetos pode agir como diferencial ao incremento da produtividade, no ponto de vista de proporcionar o desenvolvimento de práticas de projeto, das

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS mais variadas especialidades, concomitantemente, e para isso deve-se definir etapas de modo a abranger o serviço de diversos especialistas em interação.

Leite et al. (2015) citam diversos autores, afirmando que a grande maioria das pesquisas do campo da construção civil são conduzidas à melhoria da qualidade na obra, priorizando o desenvolvimento de métodos de gestão da produção, novas tecnologias e otimização de sistemas construtivos, contudo não é encontrado o mesmo grau de atenção e progresso quanto à melhoria do processo de projeto.

Ballard e Koskela (1998), em estudo sobre gestão do processo de projetos, indicam que, numa habitual visão, o caos e o improviso no planejamento e controle do processo de projeto é algo predominante; ainda sugerem que um dos principais motivos do fraco nível de gerenciamento de projetos seria a falta de consistentes fundamentos conceituais. Segundo os mesmos, os projetos da área da engenharia civil e arquitetura estão cada vez mais propensos a incertezas devido ao ritmo das mudanças tecnológicas, à rápida alteração das oportunidades de mercado e à incapacidade de acompanhar a pressão inflexível para redução de tempo e custos.

Essa realidade insatisfatória do processo de projeto acarreta, conforme menção de Manzione (2013), em problemas de comunicação, falhas na geração de documentação, informações insuficientes, limitação de recursos, descoordenação entre as diferentes disciplinas e erros nas tomadas de decisão. Para o autor, as ações para a melhoria desse processo estão diretamente associadas à forma como ele é conceituado e praticado e, nessa perspectiva, organizar o conhecimento presente nele é algo indispensável para sua melhoria.

À medida que o processo de projeto apresenta soluções para uma série de problemas e uma progressiva eliminação de dúvidas, para Mitchell et al. (2011), o processo construtivo compreende a criação de um produto que necessita estar completamente livre de incertezas. Nesse sentido, Oliveira (2004) acredita que o projeto deve ser considerado fonte de informação, seja de natureza tecnológica (definição e características do produto e dos materiais, locação de equipamentos, indicações de minúcias construtivas e, nesse caso, o projeto evidenciado como produto) ou de caráter gerencial (servindo como sustentação ao planejamento e programação da obra).

De acordo com Mantovani e Oliveira (2016), referente aos setores da economia, a indústria da construção civil é uma das mais beneficiadas pela política econômica nacional atuante,

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demonstrando expansão, especialmente no setor habitacional, no qual existem incentivos por parte do governo havendo disponibilidade de crédito a taxas de juros inferiores às convencionais. Para o autor, esse fator resulta em grande oportunidade de crescimento para as organizações, tornando-se conveniente o investimento na modernização da estrutura de produção desta indústria. Entretanto, o autor ainda relata que essas empresas tratam os projetos de edificações como atividade secundária, corroborando o que foi apresentado anteriormente por outros autores a respeito de problemas de gerenciamento, e que é comumente delegada a profissionais independentes, contratados preponderantemente por parâmetro de custo de serviço.

Conforme Fabricio (2002), o processo de criação de um projeto se inicia decorrente da capacidade dos projetistas em elaborar problemas de projeto que surgem por meio de diversas informações obtidas inicialmente, que na maioria das vezes encontram-se desconexas, sendo assim, essa capacidade analítica e sintética dos profissionais da área de projetos corresponde a coleta, ordem e hierarquização de tais informações. O autor ainda afirma que o conhecimento está sustentado nas experiências e formações anteriores dos projetistas, e que agregado a tal conhecimento está a cultura de produção, que demarca repertórios projetuais e produtivos atrelados às necessidades e hábitos de uma sociedade.

Em pesquisa sobre a colaboração simultânea em diferentes tipos de empreendimentos, Fabricio, Mesquita e Melhado (2002) revelam que em geral, os projetistas de engenharia e especialidades são contratados pelas incorporadoras posteriormente a elaboração dos anteprojetos de arquitetura, quando foram tomadas diversas decisões de concepção, o que ocasiona dois problemas de colaboração entre os projetistas, um diz respeito a existência de soluções consolidadas e finalizadas por parte do profissional encarregado (arquiteto), fator complicador e desestimulante na proposição de sugestões mediante outros projetistas que tendem a se conformar perante as condições dadas, já o outro ocorre quando recomendações de modificações são apontadas e acatadas, implicando em revisão de projetos gerando retrabalho no projeto inicial, ou até mesmo, em casos mais extremos, em desistência de projetos inteiros. Segundo o autor, diferentemente do processo segmentado e sequencial, nos projetos de engenharia do produto, especialidades são desenvolvidas paralelamente, e, ainda assim, podem ocorrer problemas de integração e coordenação entre os projetos, resultando em dificuldades de obter instrumentos de compatibilização e gasto de tempo com troca de dados e esclarecimentos.

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Fabricio (2002) afirma que habilidades, como a representação, por meio de desenhos técnicos, maquetes e modelos virtuais, e a comunicação são formas de demonstrar soluções desenvolvidas que possam ser executadas, tais habilidades funcionam de forma inter-relacionada e interdependente, servindo também, de suporte e extensão ao desenvolvimento intelectual das soluções projetuais. Na Figura 1 é demostrado um esquema de processo intelectual de projeto, segundo o autor.

Figura 1: Processo intelectual de projeto

Fonte: Fabricio (2002)

Marques Neto e Permonian (2015) comentam que, na gestão do processo de produção do produto é preciso tempo para possibilitar a comunicação e a decisão entre o cliente e o projetista a respeito da estética, funcionalidade e qualidade do empreendimento, além do fato de que projetos bem elaborados simplificam sua comercialização futura.

Para Chermont (2001), qualquer característica de um produto tem de satisfazer alguns parâmetros básicos, incluindo satisfazer as necessidades dos usuários e dos fornecedores, enfrentar a concorrência e diminuir os custos combinados. Ainda segundo a autora, é fundamental avaliar a competitividade das características dos produtos, uma vez que os clientes realizam essas avaliações no momento de decidir que produtos irão adquirir.

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Melhado (1994) pesquisou os fatores influentes na qualidade de um projeto e classificou em quatro categorias de participantes principais, os atores envolvidos no processo do empreendimento, em suas diferentes fases:

• Empreendedor: encarregado pela geração do produto, avalia a qualidade do projeto com base no alcance de seus objetivos empresariais, envolvendo seu sucesso quanto à penetração do produto no mercado;

• Projetista: age na formalização do produto;

• Construtor: viabiliza a construção do produto, avalia a qualidade do projeto baseado na clareza da apresentação, analisa a potencial economia de materiais e de mão de obra;

• Usuário: assume a utilização do produto, avalia a qualidade do projeto conforme satisfação de suas intenções de “consumo”, que abrange conforto, bem-estar, segurança e funcionalidade, ainda baixos custos de operação e manutenção; vale ressaltar que esse é o cliente externo.

Entretanto, complementa o autor, a satisfação de cada cliente no aglomerado destas relações pode vir a ter um peso distinto, tendo em vista que o empreendedor possa intervir, entre outras atribuições, como contratante do projetista, por exemplo. E, dependendo da situação, construtor e projetista integrarão partes da mesma firma – os clientes internos, em cada caso, podem ter importâncias diferentes.

Em sua obra sobre gerenciamento dos requisitos do cliente, Miron (2002) afirma que o gerenciamento e controle sobre as atividades de desenvolvimento do produto têm sido essenciais em ambientes dinâmicos e competitivos, decorrentes do progresso tecnológico e das expectativas dos clientes, como acontece em outros segmentos da construção civil.

Miron (2002) relata que o termo desenvolvimento do produto é conceituado de diferentes formas e abrangência por variados autores, e que a maioria dos pesquisadores relacionam vigorosamente o Processo de Desenvolvimento do Produto (PDP) com as atividades de projeto, incluindo as informações do mercado, dos vários projetistas, das equipes de produção, assim como

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS testes e avaliações de uso do produto de modo a formular requisitos, definições, detalhamentos e particularidades do projeto desse produto.

Ulrich e Eppinger (2015) destacam o PDP como uma atividade multidisciplinar que requer contribuições de diversas funções de uma organização, dentre tais funções, três são consideradas fundamentais para o PDP:

• Marketing: medeia as interações entre a empresa e o cliente, compreendendo a identificação das oportunidades de produto, a definição dos segmentos de mercado e a identificação das necessidades dos clientes;

• Projeto: desempenha o papel de definir a forma física do produto para melhor atender às necessidades dos clientes. Inclui projeto de engenharia (mecânica, elétrica, software, entre outras) e projeto industrial (estética, ergonomia, interfaces com o usuário);

• Produção: responsável por projetar e operar o sistema a fim de manufaturar o produto. Quando bem definida, inclui compra, distribuição e instalação. Essa série de atividades, em alguns casos, é chamada de cadeia de suprimentos.

Miron (2002) entende que o desenvolvimento do produto é o processo no qual o produto é idealizado, projetado e entregue ao cliente final, incluindo as atividades ligadas à retroalimentação e excluindo a produção física e o uso do produto até sua disposição final, embora sejam relevantes fontes para a retroalimentação. A autora ainda ressalta que o PDP na construção requer considerações específicas devido a peculiaridades do setor, pois cada ciclo produtivo de edificação demanda uma nova parcela de terra e, consequentemente, uma nova localização, o que impossibilita a prototipagem e a produção piloto do produto final, do modo que os produtos são testados em outras indústrias. Para a autora, o empreendimento é um processo mais amplo que compreende todas os ofícios necessários para a execução do produto, tais como projeto, produção física e suprimentos.

Fontenelle (2002) constata que o sucesso de um empreendimento inicia pela correta definição do produto que o mercado necessita, seguindo-se à aquisição certa do terreno para esse produto. Para o autor, procedimentos e análises antecipadas, como consultas a um projetista de fundações, levantamentos planialtimétricos, sondagens de solo e consultas jurídico-legais, são de

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grande valia, tendo em vista reduzir ao máximo o risco embutido nas compras de terrenos, aspecto crítico nas incorporações imobiliárias.

Miron (2002) assegura que o gerenciamento de empreendimentos é influenciado por um conjunto de obstáculos relacionados às características da construção, e esses obstáculos são representados pelo vasto número de pessoas envolvidas, pela enorme vida útil do produto edifício, pela complexidade do mercado de terras, bem como pela consideração de questões legais e ambientais associadas.

CTE; NGI (1999) apud Fontenelle (2002) apresentam algumas deficiências contidas na fase de caracterização e projeção do produto em empresas do subsetor de empreendimentos imobiliários, conforme exibido na Figura 2.

Figura 2: Aspectos negativos compreendidos na fase de caracterização e concepção do produto imobiliário

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Para Fontenelle (2002), como visualizado na Figura 2, muitas dessas deficiências estão atreladas ao fato do empreendedor não conhecer efetivamente seus anseios ou sobre o que é necessário ao resolver lançar um empreendimento imobiliário.

Para desenvolver um produto de sucesso, Kalynaram e Krishnan (1997) acreditam que uma firma deve identificar as necessidades dos clientes e traduzi-las em requisitos e especificações do produto, que serão comunicadas e controladas no decorrer do processo de desenvolvimento do produto. Miron (2002) vê o controle como uma ação gerencial fundamental para a geração de valor. Para a autora, atividades como identificação, avaliação, priorização e disponibilização das informações a respeito das necessidades e anseios do consumidor final, bem como a tradução dessas informações em requisitos, proporcionam uma melhor definição das soluções de projeto e maior agregação de valor ao produto final edifício.

De acordo com Ulrich e Eppinger (2015), o desenvolvimento de um produto inicia com a estratégia corporativa e inclui avaliação e desenvolvimento de tecnologias e especificação do mercado alvo (clientes finais em potencial), passando pela fase de desenvolvimento do conceito, onde ocorre a identificação das necessidades dos consumidores finais, e geração, avaliação e seleção de alternativas de conceito de produto.

Melhado (1994) indica que um dos fatores indispensáveis para a metodologia de coordenação e desenvolvimento do projeto de edifícios é a garantia da qualidade do projeto. Para o autor, a qualidade do projeto caracteriza-se por projetar objetivando o atendimento às necessidades dos clientes empreendedor, usuário e construtor, procurando conciliar os interesses envolvidos de forma positiva e extinguindo os conflitos entre eles.

A respeito da relevância do cliente para a obtenção da qualidade do projeto, Freitas (1995) menciona alguns trabalhos realizados com foco à importância da participação do usuário na fase de planejamento do empreendimento, de forma a garantir a qualidade do produto final. Entretanto, a autora destaca a falta de clareza nos trabalhos no que se refere à captação das necessidades dos clientes, e exemplifica que todos eles evidenciam principalmente aspectos relacionados ao desenvolvimento de tecnologias construtivas e aplicação dos princípios de racionalização e construtibilidade. A autora ainda defende que a participação do cliente deve assumir a magnitude

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merecida, e propõe como método de avaliação da qualidade do projeto a determinação do valor concebido pelo usuário ao produto final.

Segundo Koskela (2000), a geração do valor, sob vários pontos de vista, tem sido cientificamente aludida nos âmbitos da gestão da qualidade, marketing, gerenciamento de negócios, estratégia, projeto e microeconomia; ainda comenta que, o conceito de produção visa a interação entre um cliente e um produtor, onde requisitos são fornecidos pelo cliente e valores pelo produtor. Por fim, o autor conclui que o entendimento científico da geração do valor ainda é desintegrado, embora destaque que a busca por sua unificação já teve início.

Miron (2002) afirma que, é possível o conceito de valor sofrer variação conforme o contexto no qual esteja inserido, podendo diversas vezes ser confundido com custo e preço. De acordo com a autora, o valor de um produto, perante percepção do cliente, engloba interações complexas entre as escolhas que o consumidor tem de fazer em face de uma grande quantidade de benefícios e sacrifícios.

Para Jørgensen e Emmitt (2008), o interesse em valor no setor de edificações começou a ganhar força muito após às questões relativas à racionalização da produção. Os autores acreditam que o conceito de valor implica numa série de desafios quando aplicado à construção de um artefato construído, representando um investimento à longo prazo que pode funcionar por um século ou mais além de ter vários proprietários e usuários diferentes. Leite (2014) acredita que, o valor identificado e especificado reflita somente as circunstâncias na época do processo de determinação de valor.

Ballard (1999) assegura que, quando se tem previamente informações de projeto, como pré-requisitos de clientes, pré-requisitos para aprovações ou critérios de projeto, abre a possibilidade de arquitetos e engenheiros fazerem preparativos em prol da realização de tarefas específicas e, consequentemente, executarem-nas melhor e de modo mais eficiente.

Ao destacar a importância do relacionamento com os clientes, Barros Neto e Nobre (2009) alegam que, no campo da construção, particularmente com relação à aquisição de um imóvel, é pertinente, por parte da incorporadora, acompanhar esse relacionamento por meio de pesquisas mercadológicas, avaliações pós-ocupação ou medições periódicas da satisfação do cliente; além

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS disso, é ressaltado que, quando o imóvel é vendido em planta, a construtora pode alongar esse contato de modo a obter informações no decorrer da etapa de construção da habitação.

Em sua pesquisa, Miron (2002) atribui o conceito de valor à satisfação do cliente final, decorrente do atendimento de seus desejos para um determinado produto. Para a autora, tal atendimento, no que lhe diz respeito, é dependente de como ocorre a identificação, priorização e comunicação dos requisitos para as equipes de projeto e produção ao longo do processo de desenvolvimento do produto. Portanto, ainda segundo Miron (2002), a formação de valor é considerada nos sistemas de fluxo e transformação das informações de requisitos, focando na satisfação do cliente final.

Souza (2015) afirma que, as organizações de sucesso entendem que a conduta do consumidor deve ser o centro primário de todos os aspectos do programa de marketing da empresa. Segundo o autor, tal fator é descrito como a definição de marketing no processo de planejar e executar o conceito, promoção e disseminação de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos do indivíduo e da organização.

Consoante Brandstetter et. al. (2012), a moradia é um bem complexo cuja natureza física e funcional está unida a um conjunto de definições que são intrinsecamente qualitativos. Para os autores, consequentemente, o processo da procura de uma moradia engloba valores difíceis de categorizar sob uma escala pessoal e social.

Souza (2015) cita um conjunto de aspectos dos quais, o consumidor sofre influência comportamental, em seu processo de escolha habitacional, dentre eles: culturais, sociais, individuais, psicológicos, econômicos, tecnológicos e políticos.

Cavalcanti (2007) entende que, decisões de compra estão ligadas à rotina das pessoas e que, algumas são fáceis e não necessitam de busca de informações, enquanto que outras decisões, como a de comprar um imóvel, abrange riscos financeiros e emocionais que resultam numa conduta mais cautelosa. Para a autora, o alto custo e a presença simultânea de diversos agentes no mercado imobiliário tornam a escolha de comprar um imóvel não ser uma questão trivial.

A respeito do processo de decisão e do comportamento de escolha, Brandli e Heineck (2005) classificam os componentes que, interferem nesse comportamento do consumidor, em

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elementos externos, que incluem características do bem e restrições situacionais, ou internos, que incluem percepções e preferências. De acordo com os autores, os primeiros são utilizados para promover e restringir o comportamento do mercado, enquanto os últimos refletem o entendimento dos consumidores sobre as opções e influenciam sua decisão em estratégias particulares.

Conforme Cavalcanti (2007), diversos estudos buscam identificar as preferências dos compradores do mercado imobiliário, tentando associar as preferências com aspectos que interferem no processo de aquisição, tais quais: ciclo de vida familiar, renda, classe social, aspectos econômicos (custo ou condições de financiamento), atributos internos (quantidade de quartos, área privativa) e externos do imóvel (área de recreação, padrão de acabamento do prédio), entre outros. Além disso, a autora ainda inclui a localização, nos diferentes campos de estudo, vem sendo identificada como um dos fatores predominantes no processo de compra e na formação de preços dos imóveis.

Freitas e Heineck (2003) propõem uma esquematização do procedimento de mudança e definição da nova habitação, estruturada, conforme apresentado na Figura 3. Os autores, em sinopse, citam o funcionamento do processo, que se inicia a partir de um disparo, causando uma inadequação da moradia atual que pode ser minorada pela mudança ou pela reforma da mesma; a opção por mudar-se ou reformar pode ser postergada, diante das limitações das famílias e das condições de oferta imobiliária. Esta opção, ainda segundo os autores, representa um primeiro campo de pesquisa recomendável no país.

Figura 3: Estruturação das áreas de pesquisa ligadas ao processo de mobilidade e escolha habitacional

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Freitas e Heineck (2003) ressaltam a necessidade de analisar o impacto de fatores culturais na pertinência com que as diversas áreas de estudo se manifestam para o problema de decisão habitacional.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo estão apresentados o método de abordagem, as técnicas de pesquisa e seu delineamento, referentes à estruturação e elaboração do trabalho.

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

Conforme Bresser-Pereira (2009), embora haja tendência de domínio de uma das duas abordagens, presume-se que indução e dedução sempre possam vir a combinar, quando se trata de ciência. Para o autor, diferentemente do método hipotético-dedutivo, que parte de simples pressupostos, o método histórico-dedutivo compreende a observação de uma realidade complexa e em mudança, partindo de observações de fatos e mantendo-se inerentes a eles durante o processo de dedução. Considerando esses conceitos, é possível afirmar que o método de abordagem mais plausível com o presente trabalho é o método histórico-dedutivo.

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada de acordo com a revisão bibliográfica do tema e suas abrangências. Através da constatação do problema do estudo e da idealização dos objetivos, geral e específicos, foram elaboradas entrevistas estruturadas, com questões previamente formuladas, de forma a coletar dados dos potenciais usuários habitacionais. O questionário foi composto por 16 (dezesseis) questões, predominantemente fechadas. Foram obtidos dados qualitativos e quantitativos, os quais, para a análise, foram tabulados através do Microsoft Excel (2016). A pesquisa de mercado foi efetuada na Feira de Negócios Imobiliários (Feimóveis), com visitantes específicos, realizada durante a Feira de Negócios da Indústria de Ijuí (Fenii) 2018.

A Feira de Negócios da Industria de Ijuí é um evento realizado pelo Poder Executivo do município, com o objetivo de expor as indústrias locais. Neste ano, em sua 10ª edição, a feira foi realizada no Parque Regional de Feiras e Exposições Wanderley Burmann, do dia 27 de abril a 1º de maio.

A Feira de Negócios Imobiliários (Feimóveis) é um evento característico do setor imobiliário municipal. Tem como objetivo ascender a construção civil e a realização de negócios, em ambiente composto por empresas imobiliárias, construtoras, instituições financeiras, serviço

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS público, áreas de design e tecnologia. A feira, que este ano esteve em sua 1ª edição, foi desenvolvida em parceria da Associação das Empresas Imobiliárias e Corretores de Imóveis de Ijuí (Aeii) com o Poder Público Municipal.

3.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A Figura 4 (página seguinte) representa um esquema sucinto de etapas do TCC. Na primeira etapa, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o assunto, o que possibilitou a formulação do problema e justificar a escolha do tema. Após isso, foi realizado um estudo que possibilitou a elaboração do questionário com 16 (dezesseis) questões e sua aplicação. Por fim, os dados foram analisados de modo a obter os resultados.

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Figura 4: Delineamento da pesquisa

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise dos resultados foi dividida em duas partes. Uma diz respeito ao perfil dos entrevistados e a outra às características pretendidas por eles. Foram entrevistadas no evento 25 (vinte e cinco) pessoas, entretanto, 5 (cinco) gostariam de adquirir um imóvel como forma de investimento, resultando em 20 (vinte) pessoas com intenção de adquirir imóveis para uso próprio. Dessa forma, esses 20 (vinte) indivíduos tiveram dados mais úteis ao foco do trabalho.

4.1 ANÁLISE DO PERFIL

Em relação ao gênero, como demonstrado na Tabela 1, 72% dos entrevistados eram homens.

Tabela 1: Gênero

Gênero Entrevistados Percentual

Feminino 7 28%

Masculino 18 72%

Total 25 100%

Fonte: Autoria própria

Conforme mostra Tabela 2, relativa à faixa etária, a maioria eram adultos de 26 a 35 anos, correspondendo a 45%, seguido de jovens adultos cuja idade era de até 25 anos, representando 25%. Os 5 investidores possuíam idade igual ou superior a 40 anos.

Tabela 2: Faixa etária

Idade (anos) Frequência Percentual

Até 25 5 25%

De 26 a 35 9 45%

De 36 a 45 4 20%

Maior que 45 2 10%

Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

Quanto ao estado civil dos entrevistados com pretensão em adquirir imóvel para uso próprio, houve o predomínio de pessoas casadas, totalizando 40% dos casos, conforme ilustrado na Tabela 3 (página seguinte). Outro fator importante a ser destacado, é que ao menos 70% das

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pessoas questionadas possuíam algum parceiro. Quanto aos que tinham o desejo de investir, todos eram casados.

Tabela 3: Estado civil

Estado Civil Frequência Percentual

Casado 8 40%

Divorciado 1 5%

Solteiro 5 25%

União estável 6 30%

Total Geral 20 100%

Fonte: Autoria própria

Em relação ao grupo familiar, segundo a Tabela 4, metade dos entrevistados que pretendiam realizar mudança num futuro próximo, procuravam um imóvel que julgavam ser adequado para 2 pessoas. 25% das pessoas declararam ter 3 indivíduos constituindo seu grupo familiar.

Tabela 4: Grupo familiar

Grupo familiar Nº de entrevistados Percentual

1 Indivíduo 4 20% 2 Indivíduos 10 50% 3 Indivíduos 5 25% 4 Indivíduos 1 5% 5 Indivíduos 0 0% Total Geral 20 100%

Fonte: Autoria própria

Tratando-se da situação da residência atual dos entrevistados, 45% moram em imóveis alugados, representando a mesma quantidade de pessoas morando em imóveis próprios e quitados. Apenas 10% alegaram residir em imóveis próprios, sob a situação de ainda estarem pagando pelo mesmo, conforme retratado na Tabela 5.

Tabela 5: Situação do imóvel em que mora Imóvel atual Frequência Percentual

Alugado 9 45%

Próprio (pagando) 2 10%

Próprio (quitado) 9 45%

Total Geral 20 100%

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Na Tabela 6 pode-se observar o tipo de moradia atual dos entrevistados com intenção de mudança. A maioria mora em casa, 65%, quase o dobro dos que moram em apartamentos.

Tabela 6: Tipo de moradia atual Tipo Quantidade Percentual

Apartamento 7 35%

Casa 13 65%

Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

A Tabela 7 diz respeito ao local de moradia. É possível notar a heterogeneidade dos bairros. São Geraldo e Centro são os mais resididos, com 15% cada. 10% não declararam em que bairro moram.

Tabela 7: Bairro atual

Bairro Frequência Percentual

Não declarado 2 10% 15 de Novembro 1 5% Burtet 1 5% Centro 3 15% Herval 1 5% Interior 2 10% Modelo 1 5% Morada do Sol 1 5% Pindorama 2 10% Progresso 1 5% São Geraldo 3 15% Storch 1 5% Universitário 1 5% Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

A Tabela 8 (página seguinte) demonstra a renda mensal familiar de todos os entrevistados, em reais. 40% possuem renda de 5 a 8 mil, 20% de 3,5 a 5 mil, 12% até 2 mil e o mesmo percentual para os que recebem de 2 a 3,5 mil e maior que 8 mil.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018 Tabela 8: Renda mensal familiar

Faixa de renda (R$) Frequência Percentual

- 1 4%

Até 2 mil 3 12%

2 a 3,5 mil 3 12%

3,5 a 5mil 5 20%

5 a 8 mil 10 40%

Maior que 8 mil 3 12%

Total Geral 25 100%

Fonte: Autoria própria 4.2 ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS

Das 20 pessoas com intenção de trocar o imóvel em que vivem, metade prefere casa, o restante ficou dividido em partes iguais, 25% preferem apartamentos e 25% não têm preferência, conforme mostra a Tabela 9.

Tabela 9: Tipo de moradia pretendida

Tipo Frequência Percentual

Apto 5 25%

Casa 10 50%

Sem preferência 5 25%

Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

Quanto aos 5 que desejam comprar visando investir, 4 pessoas preferem apartamentos e 1 não tem preferência.

Em relação à preferência por bairros, de acordo com a Tabela 10 (página seguinte), 40% não possuem preferência, o bairro mais pretendido é o centro, correspondendo a 20%. Dos 5 potenciais investidores, 4 não têm preferência e 1 prefere o centro.

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Tabela 10: Bairro pretendido

Bairro Frequência Percentual

15 de Novembro 1 5% Centro 4 20% Hammarstron 1 5% Interior 2 10% Morada do Sol 1 5% Próx. ao campus 1 5% São Geraldo 1 5% Sem preferência 8 40% Universitário 1 5% Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

A Tabela 11 demonstra um custo próximo ao que os entrevistados desejam gastar em um imóvel novo. Em ordem decrescente, 28% das pessoas planejam gastar de 200 a 250 mil reais, 20% não tinham algum valor em mente e o restante bastante diversificado, com valores que iam de 100 mil a 800 mil reais. Do total, 1 pessoa deseja mudar-se, porém não comprando outro imóvel e sim alugando.

Tabela 11: Faixa de valor do imóvel pretendido Faixa (mil reais) Freqüência Percentual

100 -- 150 3 12% 200 -- 250 7 28% 300 -- 350 2 8% 400 -- 450 2 8% 500 -- 600 3 12% 700 -- 800 2 8% Aluguel 1 4% Não souberam 5 20% Total Geral 25 100%

Fonte: Autoria própria

Tratando-se do estado de utilização do imóvel a ser adquirido, podendo ele estar em planta, em fase de construção ou pronto, os dois primeiros admitindo-se esperar, houve equilíbrio de preferências. Segundo a Tabela 12, 55% admitem esperar enquanto 45% desejam ter o imóvel pronto para ocupação. Todas as 5 pessoas que desejam investir admitem esperar. Somando os 2

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tipos de pessoas classificadas nesse trabalho, o percentual total dos que admitem esperar se eleva para 64%.

Tabela 12: Estado de utilização do imóvel Estado do Imóvel Frequência Percentual

Admite esperar 11 55%

Pronto 9 45%

Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

Quanto à quantidade de dormitórios necessários, para as pessoas que desejam realizar mudança, houve predomínio de imóveis com 3, 50% e com 2 quartos, 40%, de acordo com a Tabela 13. Todos os indivíduos que pretendem comprar imóveis para investir consideram necessário haver 2 quartos. Num total geral, considerando todos os entrevistados, o percentual de pessoas que preferem 2 dormitórios corresponde a 52%.

Tabela 13: Quantidade necessária de dormitórios Quantidade Frequência Percentual

1 dormitório 1 5%

2 dormitórios 8 40%

3 dormitórios 10 50%

4 ou mais 1 5%

Total 20 100%

Fonte: Autoria própria

A questão 13 do questionário, direcionada às pessoas que gostariam de obter apartamento - total de 15, pois foi considerado todas exceto as que exigiam casa somente - traz opções de elementos fundamentais nesse tipo de imóvel, podendo ser escolhido mais de uma opção. Desses elementos, conforme Tabela 14, os mais assinalados foram vaga de garagem e boa localização, ambos resultando em 87%, seguido de sacada com churrasqueira, com 60%.

Tabela 14: Características essenciais em apartamentos Elementos Vaga de garagem Elevador Sacada c/ churrasqueira Acesso c/ rua asfaltada Salão de festas Suíte Infraestrutura esportiva Boa localização Frequência 13 8 9 8 3 6 1 13 Percentual 87% 53% 60% 53% 20% 40% 7% 87%

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Aos que optaram por vaga de garagem como elemento fundamental, como demostra a Tabela 15, 77% julgam suficiente 1 vaga e 23% acham necessárias 2 vagas por apartamento.

Tabela 15: Vagas por apartamento Vagas de garagem 1 vaga 2 vagas

10 3

77% 23%

Fonte: Autoria própria

Dentre as 25 pessoas entrevistadas, 16 ponderam adquirir casa em um futuro próximo, cujo cálculo foi feito da mesma forma que o já citado, onde foi pego o total de pessoas subtraído daquelas que desejam apartamento apenas, e assim coletado os dados. Portanto, como representado na Tabela 16, é possível notar que a maioria considera relevante haver boa localização e suíte como características principais, correspondendo a 75% e 56%, respectivamente.

Tabela 16: Características essenciais em casas Elementos Pátio grande Boa localização Alto índice de área construída Acesso c/

rua asfaltada Suíte Piscina

Frequência 6 12 5 4 9 2

Percentual 38% 75% 31% 25% 56% 13%

Fonte: Autoria própria

As duas últimas perguntas do questionário são abertas, uma diz respeito ao(s) motivos(s) da mudança, conforme Tabela 17 (página seguinte), e a outra a sugestões de melhorias nos imóveis em geral, como observado na Tabela 18 (página seguinte).

Os motivos de mudança mais citados pelos frequentadores do local foram a aquisição do

imóvel próprio, 40%, investimento, 20%, e espaço, tanto interno como externo, correspondendo a

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DCEENG/UNIJUÍ, 2018 Tabela 17: Motivos da mudança

Motivos Frequência Percentual Aquisição do imóvel próprio 10 40%

Independência 2 8%

Segurança 2 8%

Orientação solar 1 4%

Investimento 5 20%

Espaço 5 20%

Alterar o estilo de vida 1 4%

Trabalho 2 8%

Construir família 4 16%

Comodidade 1 4%

Fonte: Autoria própria

As sugestões de melhorias que tiveram maior destaque pela população específica da Feimóveis foram referentes a espaços internos, 32% e custo, 26%.

Tabela 18: Sugestões de melhorias

Sugestões Frequência Percentual Acabamento e conservação do imóvel 3 16%

Custo 5 26%

Espaços internos (sacada, sala, móveis) 6 32%

Sustentabilidade 2 11%

Área de lazer 1 5%

Qualidade do material e mão de obra 3 16%

Flexibilidade de crédito 2 11%

Ter depósito no edifício p/ pertences 1 5%

Vaga fechada de garagem 1 5%

Ter 3 quartos 1 5%

Orientação Solar 1 5%

Condomínio p/ pessoas idosas 1 5%

Fonte: Autoria própria

Portanto, pôde-se analisar em relação ao perfil dos entrevistados, que a maioria compreende pessoas do sexo masculino, pois muitos estavam com suas respectivas parceiras e agiam de forma voluntária para responder; de até 35 anos, visto que boa parte aparentava estar iniciando uma vida independente ou recém construindo família, circunstâncias relacionadas ao motivo principal da mudança; não solteiros; que residem em casa e em bairros bastante diversificados.

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_____________________________________________________________________________________ ANÁLISE DAS PREFERÊNCIAS DE POTENCIAIS CONSUMIDORES DO SETOR IMOBILIÁRIO DE IJUÍ-RS Em relação à preferência dos entrevistados, foi constatado, em geral, a opção por casa para o pessoal que deseja realizar mudança e apartamento para os que pretendem investir; que não possuem preferência por bairros; que o valor do imóvel pretendido está entre 200 e 250 mil reais; que admitem esperar o imóvel ser finalizado, já que boa parte não tinha pretensões de mudanças imediatas; a escolha por 2 e 3 dormitórios, vale ressaltar que a maioria integrava família de 2 a 3 componentes; que é essencial possuir vaga de garagem (ao menos 1) e boa localização nos apartamentos, e boa localização e suíte nas casas, fato justificado por não haver preferência por um bairro em específico, desde que o bairro seja julgado aceitável pelos potenciais consumidores.

O maior motivo de mudança foi a aquisição do imóvel próprio e a sugestão mais citada é relativa a espaços internos, tendo como exemplos salas e sacadas maiores e maior adequação aos móveis previstos nos ambientes.

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5 CONCLUSÃO

A partir do tratamento dos dados obtidos, foi possível realizar constatações do perfil, de cunho socioeconômico, dos entrevistados. Embora seja importante valorizar todos os dados e características coletadas, traçou-se um perfil de indivíduo com as particularidades predominantes em cada questão. Da mesma forma do perfil socioeconômico, pôde-se elencar as preferências predominantes dos potenciais consumidores em cada questão, juntamente com os motivos da mudança e sugestões de melhorias nos imóveis em geral.

Com isso, é notável a exploração de tais características de forma a afirmar o atingimento dos objetivos. Corroborando com os autores citados nesse trabalho, é válido salientar a importância dos dados obtidos para todos os envolvidos, sendo eles a população de cada localidade, pelo benefício de poder encontrar o imóvel procurado e valorizar suas escolhas, as construtoras, por ter uma ferramenta capaz de demonstrar o foco do cliente, as imobiliárias, os empreendedores, os projetistas e demais interessados.

Obviamente, quanto maior o número de entrevistados e mais locais explorados, maior o nível de precisão e satisfação dos interessados da pesquisa. Por isso, fica como sugestões para trabalhos futuros:

• Realizar pesquisas semelhantes, que valorizem as preferências dos consumidores em setores diferentes do imobiliário.

• Realizar pesquisas semelhantes, que valorizem as preferências dos consumidores na mesma área, com auxílio de mais pesquisadores.

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Referências

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