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Pactos parassociais patrimoniais: elementos para sua interpretação no direito societário brasileiro

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Academic year: 2021

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(1)MARIANA CONTI CRAVEIRO. PACTOS PARASSOCIAIS PATRIMONIAIS: ELEMENTOS PARA SUA INTERPRETAÇÃO NO DIREITO SOCIETÁRIO BRASILEIRO. Tese de Doutorado em Direito Comercial. Orientadora: Professora Titular Paula A. Forgioni. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo São Paulo 2012.

(2) MARIANA CONTI CRAVEIRO. PACTOS PARASSOCIAIS PATRIMONIAIS: ELEMENTOS PARA SUA INTERPRETAÇÃO NO DIREITO SOCIETÁRIO BRASILEIRO. Tese apresentada como requisito parcial de obtenção do grau de Doutor em Direito Comercial pelo Programa de PósGraduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, sob a orientação da Professora Titular Dra. Paula A. Forgioni.. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo São Paulo 2012.

(3) Aos meus pais, Luis Alberto e Magda.

(4) AGRADECIMENTOS A jocosa afirmação de que redigir uma tese acadêmica é um calvário ganha sentido completo apenas após trilhado o caminho. A travessia, de fato, não depende apenas do esforço e bom ânimo do pesquisador, mas muito da colaboração e compreensão de quem, direta ou indiretamente, em maior ou menor grau, auxilia-o a enfrentar as escarpas. Em primeiro lugar, agradeço à minha orientadora, Profa. Paula Andrea Forgioni, e à Universidade de São Paulo pela oportunidade de, uma vez mais, regressar à velha e sempre nova academia para cumprir o ciclo da minha formação, sendo despiciendo anotar meu orgulho em cumprir todas as suas etapas na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, esperançosa de que o trabalho que ora se conclui esteja à altura dessa responsabilidade. À Profa. Paula, em específico, minha gratidão por tudo o que me ensinou durante mais de doze anos de convivência acadêmica e profissional. Sua conhecida exigência por qualidade cativou-me desde o nosso primeiro encontro e sintome honrada pela confiança que, desde aquele dia de 1999, depositou em mim e no meu potencial, estimulando-me a buscar a realização de meus propósitos. Ao Professor José Alexandre Tavares Guerreiro pela generosidade em confiar-me a utilização de sua rica biblioteca e em muito discutir comigo o tema escolhido, encorajando-me a enfrentá-lo. Ao Professor Francisco Satiro de Souza Jr., pelas sugestões e críticas que me permitiram melhor dimensionar o trabalho. Ao Professor Gustavo Saad Diniz, da Faculdade de Direito da USP de Ribeirão Preto, pelo constante intercâmbio de ideias. Ao. Max-Planck-Institut. für. ausländisches. und. internationales. Privatrecht, nas pessoas do Prof. Klaus Hopt e Dr. Jan Peter Schmidt, pela bolsa. de. estudos. concedida. durante. o. ano. de. 2010. e. pela. singular. oportunidade de, em Hamburgo, encontrar as condições ideais para estruturar esta tese. Aos colegas de instituto, nas pessoas de Elena de Carvalho Gomes, Catarina Monteiro Pires, Mariana Fontes da Costa, Margarida Almeida, Victor Hugo Chacon e Gabriel Saad Kik Buschinelli que me brindaram, durante a.

(5) estada Alemanha e o período de redação da tese, com profundas discussões e envio de material, na mais pura essência da colaboração acadêmica. Aos colegas de pós-graduação, Marcel Edvar Simões, Ligia Paula Pires Pinto Sica e Carla Tomazella, pelo debate de ideias e pela segurança de poder contar com suas críticas. A Rodrigo Carneiro Cipriano, pelo inestimável auxílio na pesquisa e colheita do material, bem como nas discussões e revisões iniciais do texto. Igualmente, a Marilia Ferreira de Miranda e aos acadêmicos de direito Ana Carolina Folgosi Bittar, Bruna Ha yar Fuscella, Pedro Bini Ferreira, Paulo Henrique Pinto e Ana Luisa Taborda Sanches, pela reunião de textos e revisão de bibliografia. Ao meu “capo”, Fabio Buccioli, por me permitir, ao longo de tantos anos, a quotidiana vivência dos temas que perfazem o objeto desta tese. Aos colegas de escritório Guilherme José Braz de Oliveira, Verônica Vargas da Rosa e Thiago Munhoz Agostinho, pela compreensão ao substituirem-me em tantas ausências. A Cristiane Ferreira Fidêncio e Ricardo Borges de Lima, pelo suporte constante e eficiente, fundamental na árdua compatibilização entre o ri gor da vida acadêmica e a frenética atividade na advocacia, pelo que também a gradeço às diligentes Rosana Hashimoto e Cacilda de Oliveira. A todas as minhas ami gas-irmãs, nas pessoas de Lia Mitsue Ota Zanchet, Marina Garcia Marini Stamato e Maria Lucia Lacerda Coelho de Paula Lopes, pelo suporte ao meu esforço e constante torcida para que tudo chegasse a bom fim, no que agradeço também a Ulrike Warneke, Beatrix Andraus e Eliana Ka neshiro. E, sobretudo, a gradeço aos meus pais Luis Alberto e Magda, a quem dedico este trabalho, pelo incansável encorajamento e por tudo o que empreenderam para que eu estivesse aqui, hoje; ao meu marido, Godofredo Carbinatto Júnior, pela paciênci a e renúncia ao proveito de momentos felizes, em prol deste trabalho; a toda minha família, enfim, pela força e serenidade que me proporcionam, sem o quê nada pode ser realizado..

(6) RESUMO O fenômeno da contratualização do direito societário tem se intensificado nos diversos ordenamentos, sobretudo com relação a sociedades anônimas fechadas – constituidas no âmbito de joint ventures e aquelas que recebem investimentos de private equity. Nesse cenário, os acordos celebrados entre acionistas para re ger seu relacionamento soci etário de maneira complementar e paralela aos atos constitutivos das sociedades (amplamente designados “shareholders’ agreements”) são traços característicos. Designados em 1942 por G IO R G IO O P P O como Contratti Parasociali, sua análise doutrinária, em geral, tem se focado no exame de sua relação com o contrato ou estatuto social, ocupando-se principalmente dos acordos incidentes sobre a organização e funcionamento da companhia (notadamente os acordos de voto) e seus efeitos societ ários. Com relação aos pactos relativos a direitos patrimoniais dos celebrantes, o fato de não produzirem efeitos diretos sobre a companhia reduz seu exame sob a ótica do direito societário. A tese tem como objetivo primário, assim, caracterizar esse grupo de contratos assinalando como sua função econômica a de modelar o relacionamento societário entre as partes. Verifica-se, pois, que as disposições do pactos em exame não apenas geram vínculos obrigacionais entre os signatários, mas também gravam o status de sócio de cada um deles. No Brasil, o estudo dos pactos parassociais é centrado no exame dos acordos de acionistas previstos no art. 118 da Lei 6.404/76, não tendo sido identificadas obras que avaliem os pactos parassociais como gênero de que o acordo de acionistas é espécie. Pouco se explora, sob a perspectiva societária, ajustes com conteúdo patrimonial ou mesmo aspectos gerais dos pactos parassociais, como sua interpretação e limites de validade. O escopo principal da tese seria, então, o de examinar como as peculiares circunstâncias em que se inserem os pactos parassociais patrimoniais influenciam seu processo de interpretação e propor elementos para que considerações derivadas da lógica societária orientem o intérprete, buscando superar argumentos de concepção individualista, ligados a defesa de ampla liberdade contratual das partes na celebração de ajustes relativos a seus direitos patrimonais. Com esse propósito, analisa-se regras consagradas de hermenêutica - notadamente as relativas à necessidade de exame da função econômica do contrato e da boa-fé objetiva - e elementos de sustentação da lógica societária, como o escopo comum, os deveres e direitos dos sócios. Além disso, verifica-se os principais elementos apontados na doutrina como limitadores da autonomia contratual no direito societário e, por fim, reflete-se sobre a relação dos pactos parassociais patrimoniais com os alvos de tutela do direito societário..

(7) Palavras chave: - pactos parassociais – acordo de acionistas – joint ventures – private equity – direitos patrimoniais – status socii - boa-fé objetiva – dever de lealdade - interpretação..

(8) ABSTRACT The phenomenon of contracts in corporate law has intensified in the various legal s ystems, particularl y with respect to closel y held corporations – incorporated as joint ventures and those that receive private equit y investments. In this scenario, the agreements executed between shareholders governin g their relationship in a complementary and parallel manner to the company bylaws (widely known as “shareholders' agreements”) are characteristic features. Designated in 1942 by Giorgio Oppo as Contratti Parasociali, its doctrinal anal ysis, in ge neral, focuses on the examination of the relationship with the contract or b ylaws of the company, dealing primaril y with a greements regardin g organization and operation of the company (notabl y the voting agreements) and the corporate effects arising therefrom. With respect to agreements concerning patrimonial ri ghts of the parties, the fact that the y do not produce direct effects on the compan y reduces its anal ysis from the perspective of corporate law.The initial purpose of the thesis, thus, is to characterize this group of contracts indicating that their economic purpose is to model the corporate relationship between the parties. The provisions of the a greements in question not onl y create obligation ties between the parties but also mark their partner status. In Brazil, the anal ysis of shareholders’ agreements is centered in “acordos de acionistas” provided for in art. 118 of Law 6404/76, and no studies were found regarding shareholders’ agree ments as a class of which acordo de acionistas is a t ype. Agreements with patrimonial contents or even general aspects of shareholders’ agreements, such as their interpretation and validit y limits, are poorl y studied. The main purpose of the thesis thus, is to examine how the peculiar circumstances in which the patrimonial shareholders’ agreements are inserted may impact their interpretation process and to propose elements so that aspects arising from the specific corporate logic may orient the interpreter, aimin g at overcoming individualistic arguments, linked to the defense of broad freedom of contract by the parties in the adjustments concerning their patrimonial ri ghts. The recognized rules of hermeneutics are anal yzed especiall y those relating to the need to examine the economic function of the contract and the objective good faith - and the supporting elements of corporate logic, as the ordinary scope, duties and rights of the partners. In addition, the main elements pointed out in the doctrine as limiting of the contractual autonomy in corporate law are verified and the relationship of shareholders’ agreements with the targets of protection of corporate law is anal yzed.. Keywords: - Shareholders’ a greements - joint ventures - private equit y – patrimonial rights – status socii - objective good faith – fiduciary duties interpretation..

(9) RIASSUNTO Il fenomeno della contrattualizzazione del diritto societario viene sempre più intensificandosi nei diversi ordinamenti, soprattutto con riferimento alle società anonime chiuse – quelle costituite nell’ambito di operazioni di joint ventures e quelle che ricevono investimenti di private equity. In questo scenario, i patti celebrati tra gli azionisti per regolare il loro rapporto societario in maniera complementare e parallela agli atti costitutivi della società (a cui genericamente ci si riferisce col nome di “shareholders’ agreements”) costituiscono tratti caratteristici di tale fenomeno. Denominati nel 1942 da G IO R G IO O P P O Contratti Parasociali, la loro analisi dottrinaria, in generale, si è incentrata sul rapporto che intercorre tra gli stessi e il contratto o lo statuto societario, approfondendo in particolar modo i patti incidenti sull’organizzazione e il funzionamento della società (specialmente gli accordi per il voto) e i loro effetti societari. Con riferimento ai patti riguardanti i diritti patrimoniali dei soci, il fatto di non produrre effetti diretti sulla società ne ha limitato l’esame sotto l’ottica del diritto societario. La tesi ha come obiettivo iniziale, dunque, quello di caratterizzare questo gruppo di contratt i, mettendone in luce come la loro funzione economica sia quella di modellare il rapporto societario tra le parti. Si dimostra, poi, come le disposizioni dei patti in esame non solo generano vincoli obbligazionari tra i firmatari, ma informano anche lo status di socio di o gnuno di questi. In Brasile, lo studio dei patti parasociali è incentrato sull’esame de gli “acordos de acionistas” previsti nell’art. 118 della Le gge 6.404/76, e non sono state trovate opere che considerano i patti parasociali alla stregua di un genere di cui l’acordo de acionistas è una specie. Si indagano poco, sotto la prospettiva societaria, i patti con contenuto patrimoniale e gli aspetti generali dei patti parasociali , come la loro interpretazione e i li miti di validità. Lo scopo principale della tesi sarebbe, allora, quello di esaminare come le circostanze peculiari in cui si inseriscono i patti parasociali patrimoniali influiscono sul loro processo di interpretazione e proporre degli elementi affinché considerazioni derivate dalla logica societaria orientino l’interprete, al fine di superare argomenti di concezione individualistica legati alla difesa dell’ampia libertà contrattuale delle parti nell’esecuzione di contratti relativi ai loro diritti patrimoniali. Con questo proposito, vengono analizzate regole consacrate di ermeneutica – specialmente quelle relative alla necessità di esaminare la funzione economica del contratto e quella della buona-fede oggettiva – e gli elementi su cui si fonda la lo gica societaria, come lo scopo comume, i doveri e diritti dei soci. Si passano al vaglio, , inoltre, i principali elementi che l a dottrina individua come limiti all’autonomia contrattuale nel diritto societario e, infine, si procede ad una riflessione sul rapporto dei patti parasociali patrimoniali con gli obiettivi di tutela del diritto societario. Parole-chiave: - patti parasociali – accordo tra azionisti – joint ventures – private equity – diritti patrimoniali - status socii– buona fede obbiettiva – dovere di lealtà - interpretazione.

(10) LISTA DE ABREVIATURAS AASP AA.VV. AgRg AktG AI Art. Apel. Bull. Jol y CC CDC CF Cf. cit. Coord. Coords. CPC Des. D.j.e D.O.U Ed. Edcl EI FDUSP. Associação dos Advogados de São Paulo Autores Vários Agravo Regimental Aktien gesetz (Lei Acionária Alemã) Agravo de Instrumento Arti go Apelação Bulletin Jol y (periódico francês) Código Civil Código de Defesa do Consumidor Constituição Federal Conforme; Confira-se Já citado anteriormente Coordenador; coordenação Coordenadores Código de Processo Civil Desembargador Diário de Justiça do Eletrônico Diário Oficial da União Edição Embargos de Declaração Embargos Infringentes Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Largo São Francisco i.e isto é j. julgado em LGDJ Librerie Générale de Droit et Jurisprudence LSA Lei de Sociedades por Ações (Lei n.º 6.404/76) MC Medida Cautelar Min. Ministro n. Nota nº Número obs. Observação Org. Organizador; organização Orgs. Organizadores p. Página Par. ou § Parágrafo pp. Páginas pt. Parte RDM Revista de Direito Mercantil - Industrial, Econômico e Financeiro REsp Recurso Especial Riv. Dir. Comm. Rivista di diritto commerciale e del diritto generale delle obligazioni.

(11) RO RT RTDCom S.A. s/d ss. STF STJ TJRJ TJSP UTET vol.. Recurso Ordinário Revista dos Tribunais Revue trimestrielle de droit commercial et ecónomique Sociedade Anônima Sem data Seguintes Supremo Tribunal Federal Superior Tribunal de Justiça Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Unione Tipografico-Editrice Torinese Volume. de. droit.

(12) REGRAS DE CITAÇÃO Nas notas de rodapé ao longo do texto, quando se cita a obra pela primeira vez, procura-se fazer a referência completa, indicando o nome e sobrenome do autor em ordem direta, em C A IX A A L TA , o título da obra em itálico, volume ou tomo, edição, cidade, editora, ano e página. Em caso de citação de capítulo ou parte de obra, adota-se as seguintes diretrizes de identificação da font e. Se a obra é de vários autores, insere-se o nome e sobrenome do autor da parte citada, em ordem direta, em C A IX A A LT A , título da parte em itálico, a expressão latina “in”, nome do(s) coordenador(es) em ordem direta seguida da desi gnação (coord.) ou (org.), título da obra em itálico, volume ou tomo, edição, cidade, editora, ano e pá gina. Também poderá ser utilizada a expressão AAVV, em substituição enfatizando-se que se trata de obra coletiva. Se o autor da parte é também o organizador, insere-se o nome e o sobrenome do autor em ordem direta, em C A IX A A LT A , título da parte em itálico, a expressão latina “in”, título da obra em itálico, volume ou tomo, edição, cidade, editora, ano e página. Para artigos e textos de periódicos, cita-se o nome e sobrenome do autor em ordem direta, em C A IX A A LT A , título da obra em itálico, a expressão latina “in” seguida do título da revista, volume ou número, ano/mês, página. A partir da segunda referência do mesmo autor e da mesma obra, cita-se o nome completo do autor ou seu sobrenome mais usado, em C A IX A A L TA , início do nome da obra em itálico seguido de reticências, a expressão cit. e o número da pá gina. Em caso de autores com mais de uma obra, cita-se o nome e o sobrenome do autor, em ordem direta, em C A IX A A L TA , início do nome da obra em itálico seguido de reticências, a expressão cit. e o número da pá gina. Para duas referências seguidas do mesmo autor usa-se idem e a pá gina. Se a pági na coincidir, cita-se como idem, ibidem. Na seção Referências Bibliográficas indica-se, em ordem alfabética o sobrenome do autor (pelo qual é mais conhecido) em letra MAIÚSCULA, prenome, nome da obra em itálico, e demais informações, seguindo o critério adotado para as notas de rodapé. Para citar julgados, refere-se o nome do tribunal abreviado e MAIÚSCULO, o tipo do jul gado abreviado, o número da turma ou câmara, o nome do relator e a data do jul gamento ou publicação em órgãos oficiais. As citações foram mantidas em língua estrangeira, quando seu conteúdo pode ser depreendido do texto em português em que se faz a citação. Nas citações em que se traduziu para o português, mant eve-se também a versão original. Em ambos os casos, procura-se, com isso, minimizar eventuais erros de compreensão derivados da tradução realizada para o vernáculo..

(13) 1. ÍNDICE Í NDI C E .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... . ER RO ! I N DI C A DO R N ÃO D E FI NI DO . P RÓ LO G O . .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... 5 I NT RO DU Ç ÃO ... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... ... 2 0. 1. Contratualização do direito societário ................................... 24 2.Contratos parassociais: função e noção ................................... 27 3. Oppo como ponto de partida ................................................. 32 4. A posição de G U Y O N e sua importância para a tese. ................ 39 5. Posição da doutrina brasileira ............................................... 41 5 .1 Pr op o st a t eó r i c a de C A L I X T O S A L O M Ã O F I L H O .. ..... .... ..... .... .... ..... .... .... 4 2. 6. Contratos parassociais patrimoniais: precisão terminológica ... 44 7. Inovação de perspectiva ....................................................... 48 8. Plano da Tese ...................................................................... 52 1 - HI S TÓ RI C O DA C O NT RA T A Ç Ã O P A R AS S O C I A L .... .... .... ..... .... ..... ... 5 3. 1.1 - Ponderações iniciais: disciplina societária centrada no contrato de sociedade e na caracterização dos tipos societários ................ 53 1.2 - Evolução no direito brasileiro ........................................... 56 1 .2 .1 - O C ód i g o Co m e r c i al Br a s i l e ir o de 1 8 50 . .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .... 5 6 1 .2 .2 - Fi n al do s é c ul o XI X e c o me ç o do X X: l e i s ac i o ná r i a s b r as il e i r a s e a p r o l if e r aç ã o d os s i n d i c at o s d e v ot o .... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .... 5 7 1 .2 .3 - O s co n t r at os p a ras s o c i ai s s ob a di s c i pl i na s o c i e t á ri a d o De c r e t o- L e i n . 2 6 27 / 4 0 ... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... 5 8 1 .2 .4 - L e i n . 6 .4 04 / 7 6 : e di f i ca ç ã o de n o vo s i s t ema d e d i r ei t o s oc i e t á r i o b r a s i l ei r o. .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .... 6 0 a ) C o n t e x t o .. ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... 6 0 b ) P o s i ç ã o d e v a n g u a r d a : p r e vi s ã o l e ga l d e a c o r d o s d e a c i o n i s t a s n o a r t . 1 1 8 d a L e i 6 .4 0 4 / 7 6 . . .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... 6 2 c ) R e d a ç ã o o r i g i n a l d o a r t i go 1 1 8 d a L ei 6 .4 0 4 / 7 6 ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... 6 4 d ) A l t e r a ç õ e s n o a r t i g o 1 1 8 p e l a l e i 1 0 .3 0 3 / 2 0 0 1 .. ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... 6 4. 1 .2 .5 - Pac t o s p ar a s s oc i a i s e d i s c i pl i n a d o Có d i g o C i v i l 2 0 02 .. .... ..... .... .... 6 6. 1.3 - Notas de comparação le gislativa ....................................... 68 1 .3 .1 - Br ev e n o t í c i a da s l e g i sl a çõ e s d a Eu r op a Co n t i ne n t a l .... .... ..... .... .... 6 9.

(14) 2 1 .3 .2 – Pe c u l i a r i da d es do d i r e i t o d a c o mmo n l a w . ..... .... .... ..... .... ..... .... .... 7 2. 1.4 – Conclusão e reflexões sobre o panorama atual ................... 75 2 - C A RA CT ER I ZA Ç Ã O DO S P A CT O S P A R A S S OC I AI S P AT R I MO NI AI S : F U N ÇÃ O EC ON ÔM I C A .... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... ... 7 8. 2.1 - Pactos parassociais patrimoniais: função econômica ........... 78 2 .1 .1 - Var i e d a de d e p a c t o s e f u n çã o e c on ô mi c a es p e cí f i c a . ..... .... ..... .... .... 8 1. 2.2 - Pactos relativos à compra e venda de participação societária – aspectos gerais ........................................................................ 83 2 .2 .1 - O p ç õ es de c o mp r a e d e v e nd a d e a ç õ es .. .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... 8 7 2 .2 .2 - Ac or d os de v e n d a c o nj u n t a . ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... 9 0 a ) D i r e i t o d e v e n d a c on j u n t a - t a g a l o n g r i g h t . ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... 9 0 b ) o b r i g a ç ã o d e v e n d a c o n j u n t a – d r a g a l o n g r i g h t ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... 9 1. 2.3 - Acordos restritivos da circulação de ações ......................... 93 a ) c l á u s u l a s d e p r e f e r ê n c i a .. ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... 9 5 b ) C l á u s u l a d e c o n s en t i me n t o . ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... 9 6 c ) C l á u s u l a s d e p e r m a n ê n c i a ( “ l oc k i n ” o u “ l o c k u p ” ) .. ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... 9 8. 2.4 - Pactos ligados a outros direitos patrimoniais dos sócios ..... 99 2 .4 .1 - Ac or d os de n ã o c o n co r r ê nc i a .. .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 10 0 2 .4 .2 - Ac or d os pr e v e nd o ou t r a s p re s t a ç õe s a c e s só r i a s d os s ó ci o s ..... .... .. 10 2 a ) f i n a n c i a m en t o , c a p i t a l i z a ç ã o e d i s t r i b u i ç ã o d e r e s u l t a d os d a s o c i ed a d e .. .. 1 0 5 b ) t r a n s f e r ê n c i a d e t e c n o l o gi a e c e s s ã o e m u s o d e d i r e i t o s d e p r o p r i e d a d e i n t el e c t u a l e / o u at i v o s . . ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... .. 1 0 9 c ) f o r n e c i me n t o . ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... .. 1 0 9. 2.5 - Conclusão ..................................................................... 110 3 - DI S CI P LI N A J U RÍ D I C A D OS P A CT O S P AR AS S O CI A I S P AT R I M O NI AI S NO DI R EI T O B R A SI L EI R O .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... . 11 1. 3.1 – Disciplina legal: introdução ........................................... 111 3.2 - Oponibilidade e acordos de acionistas ............................. 114 3 .2 .1 - Rel a t i v i d a de d e c o nt r a t o s e a co r d os d e a c i on i s t as .... ..... .... ..... .... .. 11 5. 3.3 - Oponibilidade e pactos parassociais com outros conteúdos patrimoniais .......................................................................... 120 3.4 - Produção de efeitos reflexos. .......................................... 125 3.5 – Ex ecução específica ...................................................... 128.

(15) 3 3.6 - Pactos parassociais patrimoniais e outras categorias contratuais. ............................................................................................ 132 3 .6 .1 - Co n t r at o pl u ri l ate r al c om c o mu n hã o d e e s c o po . C on t r a t o s de l on g a d u r aç ã o, r e l ac i o n ai s, i nc omp l e t o s o u d e c o l ab o r aç ã o . .... ..... .... .... ..... .... .. 13 3 3 .6 .2 - C on t r a t os i nc o mp l e t os ... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 13 6 3 .6 .3 - Co n t r at os - q u ad r o .. .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 13 7 3 .6 .4 - C on t r a t os no r ma t i v os .... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .. 13 8. 3.7 - Conclusões. Propost a de definição de pactos parassociais patrimoniais e utilidade do subgrupo proposto. ........................ 139 4 . – EL EM EN TO S P A R A I N T ER P R ETA Ç ÃO D OS P AC TO S P A R AS S O C I AI S P ATR I MO NI AI S N O DI R EI T O S O CI E TÁ RI O B R A SI L EI RO . ..... .... .... ..... . 14 1. 4.1 – Pressuposto essencial ao exame da interpretação: pactos parassociais e sua intrínseca li gação com a relação societária. .. 142 4.2 – Segundo pressuposto: real alcance da teoria geral dos contratos nos pactos parassociais patrimoniais ....................................... 145 4.3. –. O. papel. da. interpretação. para. os. pactos. parassociais. patrimoniais .......................................................................... 149 4.4 - Elementos da tradicional teoria da interpretação dos negócios jurídicos ............................................................................... 154 4 .4 .1 - I n t e r p re t a ç ã o c o n f or me a i nt e n ç ão c o mu m d as p a r t e s: f u nç ã o ec o nô mi c a d o c on t r a t o . Co n t e xt o ne g oc i a l e e s p í r i t o d o con t r at o. ... ..... .... .... ..... .... .. 15 5 4 .4 .2 – Bo a f é e t u t e l a d a co n f i a nç a n as r e l a ç õe s e n t r e s óc i o s . Es t a do d e s óc i o e e x p e c t a t i v a s l e g ít i ma s .. .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 15 9 a ) b o a - f é o b j et i v a n a s r e l a ç õ e s s o c i e t á r i a s .. .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 5 9 b ) A f f e c t i o s o c i e t a t i s , c o n f i a n ç a e ex p e c t a t i v a s l e g í t i ma s ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 6 2. 4.5 – Elementos de interpretação baseados em al guns princípios de sustentação à lógica societária ............................................... 164 4 .5 .1 - Es co p o co mu m: a b a se da n oç ã o de s o c i e da d e . .... .... ..... .... ..... .... .. 16 5 4 .5 .2 - D ev e r e s do s s ó c i os ... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 16 7 a ) D ev e r e s d e s ó c i o n o d i r e i t o p o s i t i v o b r a s i l e i r o . ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 7 2. 4 .5 .3 - Es co p o co mu m e d e v er e s d o s s óc i o s c o mo el eme n t o s p ar a a i nt e r p r et aç ã o de p a ct os p a r as s o c i ai s pa t ri mo n i ai s ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 17 3 4 .5 .4 - Ve da ç ão a o pa c t o l e o ni n o .. ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 17 6 a ) L e gi s l a ç ã o b r a s i l e i r a ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... .. 1 7 9.

(16) 4 b ) P a c t o s l e o n i n o s n a p r á t i c a s o c i e t á r i a ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 8 0 c ) V ed a ç ã o a o p a c t o l e o n i n o e i n t e r p r e t a ç ã o d o s p a c t o s p a r a s s o c i a i s p a t r i m o n i a i s . .. .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... .. 1 8 3. 4 .5 .5 – Di r e i t o s d e s óc i o . .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .. 18 3 a ) d i r e i t o a n ã o r e s t a r p r i s i o n e i r o d a s o c i ed a d e: c i r c u l a ç ã o d e a çõ e s e d i r e i t o d e r et i r a d a ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... .. 1 8 5 b ) d i r ei t o a p er ma n e c e r as s o c i a d o . .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 9 0 b .1 ) e x c l u s ã o d e s ó c i o e p ac t o s c o m o p ç ã o d e c o mp r a .. ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 9 0 b .2 ) r e s g a t e d e a ç õ e s . ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 9 5 c ) d i r e i t o a n ã o t er s u a p a r t i c i p a ç ã o d i l u í d a i n j u s t i f i c a d a m en t e .. ... ... .... ... ... .. 1 9 8 d ) C on c l u s ã o .. ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .... ... ... ... .... ... ... .. 1 9 9. 4.6 – Outros elementos apontados na doutrina. ......................... 200 4 .6 .1 . I n t r o du ç ã o: Pa ct o s p a r as s o ci ais pa t ri mo n i ai s e a di s c u s s ão s o bre a u t o no mi a c o nt r a t u al n o d i r e i t o s o ci et ár i o . ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .. 20 0 4 .6 .2 - O r es p e i t o a o t i po s o c i e t á ri o ... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .. 20 1 4 .6 .3 - o r e s p ei t o ao i n te r e ss e s o c i a l .. .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .... ..... .... .. 20 3 4 .6 .4 - O r es p e i t o à o rd e m p ú bl i ca s o c i e t ár i a ... .... ..... .... .... ..... .... ..... .... .. 20 5. 4.7 - Interpretação dos pactos parassociais patrimoniais e alvos de tutela do direito societário. .................................................... 210 5 - CONCLUSÕES ................................................................. 214.

(17) 5. PRÓLOGO Relatório de pesquisa (2008-2010) 1. A presente tese (Pactos parassociais patrimoniais. Elementos para sua interpretação no direit o societário brasileiro 1) representa a fase final de pesquisas ligadas ao tema da autonomia contratual no direito societário que vimos desenvolvendo desde o ano de 2008, quando o projeto original de doutoramento (Fundamentos do direito societário brasileiro e limitação da autonomia privada) foi apresentado. 2. Cumpre dizer, porém, que as inquietações intelectuais ligadas a esses t emas têm raízes mais antigas. Desde o curso de graduação e os primeiros passos na advocacia societária, no final dos anos 90, inquietava-nos notar que não havia obras de direito societário tratando de contratos celebrados entre sócios (salvo aquelas lidando sobre acordos de acionistas), ao passo que, quotidianamente, eram múltiplas as hipóteses desses contratos com que a jovem estudante se deparava (acordos de financi amento à sociedade, contratos sobre a compra e venda de participações, contratos de associação e joint venture, contratos de fornecimento de tecnologia, etc.). Qual a influência do direito societário sobre esses contratos? Seriam as partes totalmente livres para estipulá-los, desde que respeitadas as condições gerais de validade do negócio jurídico ou haveria restrições próprias do direito societário 2?. 1. A pr o p ós i t o d a l o c uç ã o “p a c t o pa r a s s oc i a l ” e m l u ga r de “ c o nt r at os p a r a s s o c i a i s ” , o pt o u -s e p or a d o t á -l a em r es p e i t o a s e u u s o ge n e r al i za d o . P o r o u t r o l a do , a p a l a vr a “ p a c t o ” t r a z e m s i a i d ei a d e l a t er al , ac e s s ó r i o a a l go q u e é p r i n ci pa l e , m u i t o em b o r a t a l ve z s e j a es s a a r a z ão p ar a s u a ut i l i z aç ã o qu a nt o a o s a j u s t e s e xt r a e s t a t u t á r i os , nã o s e t e n c i on o u e n f a t i z a r e s s e a s pe c t o . No t e xt o , po r t a n t o , uti li z ar - s e - á i nd i st i nt a me n t e “ pa c t o s ” o u “c o n t r at o s ” p ar a s s oc i a is . 2. Se m e l h a nt e q ue s t i o n a m en t o é f e i t o po r A N A F E L I P A L E A L : “ O pr o b l e m a a an a l i s a r é, a s s i m o d e s a be r s e , pa r a al ém d os l i mi t es ge né r i c o s à a ut o n om i a pr i vad a , os a c or d o s p ar a s s o c i a i s e s t ã o ai nd a su j e it o s a os l i mi t e s tí pi c o s do c on t r a t o de s oci ed a d e” ( Al gu ma s n ot a s s o br e a p ar a s s o ci al i d a de n o d i r ei t o po rt ugu ê s , i n Re vi s t a d e Di r e i t o d a s So c i e da d e s, I , pp . 1 5 7) . No Ca p í t u l o 4 ver - se - á q u e m e no s o c o nt r a t o d e s oci ed a d e e m a i s o r e l a c i on a m e nt o po r e l e ge r a d o e s u a l ó gi c a p r ó pr i a é q ue , o r a s e a r gum e n t a , i m põ e.

(18) 6 3. Buscando criar arcabouço teórico que pudesse apresentar respostas a indagações desse gênero, não se encontrava, à época, obras que expusessem ou sistematizassem as re gras gerais, os princípios de direito societário que, violados, determinariam a nulidade do ato ou ne gócio jurídico, ou obras que tratassem os contratos parassociais de forma específica e abrangente 3. 4. Passados mais de dez anos, constata-se com pesar que a doutrina brasileira ainda se ressente de trabalhos de teoria geral do direito societário, que enunciem, de maneira sistemática, seus princípios estruturais, funcionais, valorativos e a lógica própria desse ramo do direito 4. Ao contrário, a recente produção científica em direito societário, no Brasil, tem se concentrado na descrição dos tipos societários e no exame de temas específicos a eles li gados 5. p ec u l i a r i d a de s ao pr o c e s so i n t e r pr e t a ti vo a s er s e gu i d o q u an t o a o s p a c t os p ar as s o c i a is p at r i m on i a i s . 3. S ob r e a d i s c i p l i n a d a nu l i d a de d o c o nt r a t o d e s o c i e da d e e d e a t o s s o c i e t á r i o s , c om o a d el i be r a ç ã o a s s e m bl ea r , a li t e r at ur a é vas t a e be m co n he c i d a a p e c ul i ar i da d e da a n ul a ç ã o. Cf . o cl ás s i c o d e J O S E P H H É M A R D , T hé o r i e e t p ra ti q u e d e s n u ll it é s de s oc i é t é s et d es s o ci é t é s d e f a i t , P ar i s , Si r e y, 19 2 6 e E R A S M O V A L L A D Ã O A Z E V E D O E N O V A E S F R A N Ç A , I n va l i d a de d a s de l i be r a çõ e s d e a s s e mb l é i a da s S .A., Sã o P a u l o , M a l h ei r os , 1 9 99 . P o uc o s e f a l a , c on t u do , d a n u l i d ad e qu e a t i nge c o n t r a t os o ut r os c e l e br a d os e nt r e s ó ci os . Ha ve r i a t a m b ém co m r e l a ç ã o a e l es q u e s e m a t i z ar as r e gr a s d e nu l i d a de ( p a r a p r ot e ç ã o de t e r c e i r o s d e b o a -f é, po r e xem p l o ) o u o f a t o de s e r e m c el eb r a d os n o co n t e xt o d e um r e l a c i o n am e n t o s o ci e t á r i o e m na d a i nf l ue n c i a a p os s i bi li da d e d e s ua a n ul a ç ã o? Dú vi d as c o m o e s s a sã o a b as e d a t e s e . 4. A e xe m pl o d a s o b r as de H E R B E R T W I E D E M A N N , Ge s e l l s c ha f ts r e c ht I – Gr un d l ag en M ün c h en , B e c k, 1 9 80 ; K A R S T E N S C H M I D T , G e se l l sc h a ft s r e ch t . 4 ª ed ., K ö l n , He ym a n n s, 2 00 2 ; A N T Ó N I O M E N E Z E S C O R D E I R O , Ma nu a l de d i r e it o das s oci e d a de s . – Da s so ci e d ad e s e m g e ra l ., Vo l . 1 , Co i m b r a , Al m ed i n a , 2 00 4 e Y V E S G U Y O N , L e s s oc i é t é s – Am é n a ge m e n t s s t a t ut ai re s e t c o n ve n t i ons e n t r e a s so ci é s , i n T r ai t é de s Co n t r at s, J a cq ue s Ghe s t i n ( c o or d .) , 5 ª e d ., P a r i s , LG DJ , 2 0 0 0 ; e n t r e o ut r o s . 5. Ne s s e pa s s o , i n ci si va s a s pa l a vr as d e M E N E Z E S C O R D E I R O , a r e s p ei t o d a ve r i f i ca ç ã o d o m e s m o l i m it a do r , n o d ir e i t o p o r t u gu ê s : “[ n ] a fi xaç ã o d e um a d o gm á t i c a d a s s o c i e da d e s e nc o n t r a m os u m d i l e m a : de v e -s e i ns i s ti r nu m a c on s t r u çã o d e c o n ce i t o s ger ai s o u pa s s a r a u m a de s c r i ç ã o d o s t i p os de s o ci ed a d es , m a i s s i m pl es e d i r e c t a ? Es t a ú l t i m a o p çã o t e m s i d o p r i vi l e gi a d a e m e xp o si çõ e s d e ca r i z m u i t o e l e m e nt a r o u e m t e xt os d i r i gi d os a n ã o -j ur i s t a s. El a d o m i n a, ai nd a , n al gu m a do u t r i n a po r t u gu e s a t r a di c i o n a l i s t a , q ue t r a b a l ha c o m c l a s s i f i c aç õ e s e l e m e n t a r es e pa s s a , de p oi s , a u m a e x e ge s e de á r e a s m a i s c o n he c i d as d a p ar t e ge r a l do Có d i go d e S oc i e d a de s Co m e r c i a i s . Nã o é s a t i s f a t ór i a. Al é m do r e t r o ce s s o c i e nt í f i c o e c u l t u r a l q ue i m p l i c a , e l a n ã o p ode a s s e gu r a r um p r ogr e s s o n a Ci ê n c i a d o Di r e i t o d as s o ci ed a d es . Al ém d i s s o, a b di c a d e u m a ve r d a d e i r a d i m e ns ã o d o ut r i ná r i a , n a t r a d i ç ão u ni ve r s i t á r i a d o e n s i n o d o Di r e i t o n o Oc i d e n t e Co nt i n e n t a l . A c o ns t r u ç ã o ge r a l é m a i s a m b i c i os a , s e n d o a d op t a d a pe l o s m e l h or e s t r a t a d i st a s d a m at ér i a” . ( Man u al de d i r e i to d as s o ci e d a de s – Da s s oc i e d ad e s e m g e r al , V ol . 1 , Co i m b r a , Al m e d i na , 2 00 4 . p. 1 7 9) . G U Y O N t a m b ém e n un c i a no i n í c i o d e s ua o br a ( Le s s o ci ét é s , c i t . , p. 9 ) , q ue s e r i a i nú til.

(19) 7 em dinâmica que, aliás, pode também ser verificada quanto aos contratos comerciais 6. 5. A ausência de manifestações doutrinárias como as acima apontadas, por decorrência, frequentemente torna pouco claro, ao intérprete, o espaço de exercício da autonomia privada que os fundamentos e princípios próprios do direito societário deixam entrever 7. 6. Nesse contexto, como será reiterado incontáveis vezes ao longo da tese, o que havia – e há – a respeito de contratação entre sócios, no Brasil, diz respeito ao próprio contrato de sociedade ou, em sede parassocial, ao acordo de acionistas, previsto na Lei n. 6.404/76. 7. Decidiu-se, assim, restringir o projeto de pesquisa inicial, alterando seu foco para o tema dos contratos parassociais, pois essa opção pareceu a um só tempo útil e realista, no sentido que permitiu que se continuasse a examinar a relação entre autonomia privada e direito societário, sem que a pesquisa que se considerou inicialmente realizar sobre os princípios do direito societário brasileiro acabasse por se mostrar incompatível com as limitações de tempo para a conclusão do doutoramento. 8. Feito esse corte metodoló gico inicial, optou-se por realizar, como primeiro. passo. para. o. desenvolvimento. do. trabalho,. levantamento. e s cr e ve r um a o br a q ue u m a v e z m a i s d e sc r e v e ss e o r e gi m e l e ga l d a s s o c i e da d e s , po i s a d ou t r i n a é , d e s t e po n t o d e vi s t a , ab u nd a n t e . 6. D e f at o , co m o e s cl a r e c e P A U L A A. F O R G I O N I , a o t r a t a r d e co n t r a t o s em p r e s a r i a i s , “ n ão h á u m e sf or ç o do gm á t i c o pa r a a co m p r e en s ã o do m e c an i s m o d e f un c i on a m e nt o c o m u m de s s e s n egó c i os ; t a m p o uc o , e nc o nt r am os o d e s e nvo l vi m en t o de c o nc e i t o s ap to s pa r a e xp l i c á -l o s e m s u a l ó gi c a p e c u l i a r ” ( Te o r i a ge r a l d os c o n t r at o s e mp r e sa r i a i s , S ã o P a ul o, RT, 20 0 9, p. 1 7-2 0 ) . À m es m a c o nc l u s ã o c h e ga -s e c o m r e l a ç ã o a os p a c t os p a r a s s oc i a is , c o m o s e ve r á a o l o ngo d e st a t e se .. 7. G U Y O N a po n t a m es m o co m o ob j e t i vo d e se u t r a ba l h o “ a bu s c a d o l uga r oc u pa d o p e l a von t a d e i nd i vi d ua l e p e l a l i b e r da d e co n t r a t ua l no d i r e i t o s oc i e t á r i o ” , o qu e s e r i a c on v e ni e n t e e m pr e e n de r t a m b é m c om r el aç ã o a o d i r e i t o b r a si l e i r o. Em e s p e ci a l qu a nt o a o s p ac t o s p ar as s o c i a i s , é pr e c i s o a va l i a r q u ai s p r in c í p i os d e vem s e r r e s p e i t ad o s na r e d a çã o e e xe c u ç ã o ( L e s s oc i é t é s .. , c i t ., p .9 ) ..

(20) 8 bibliográfico e jurisprudencial, no Brasil 8, com relação a pactos parassociais e, por consequência, acordos de acionistas. Os principais termos utilizados para a pesquisa foram “parassocial ”; “acordo de acioni stas”; “sindacati di voto”, “pactes d’associés”, buscando identificar o conteúdo das obras consultadas a seu respeito. 9.. Na. doutrina,. partiu-se. de. nossos. clássicos,. perpassando. (i). comentários às leis; (ii) manuais; (iii) tratados; (iv) monografias 9- 10; (vi) 8. C ab e m a qu i o s a gr a d e c i m en t o s , u m a ve z m a i s , à ge ne r o s i da d e do P r of . J O S É A L E X A N D R E T A V A R E S G U E R R E I R O p or pe r m i t i r o a ce s s o à s ua r i c a bi b li o t e ca , e m q u e f o i pos s í vel c on s u l t a r o br a s -c h a ve p a r a o de s e n r o l a r d a p es q u i s a . 9. No q ue d i z r es p e i t o à d o ut r i na b r a s il e i r a , h ouve p r e o c u p aç ã o em r e a l i z a r u m p a no r a ma c r on o l óg i c o d as gr a n de s o br as d o d i r ei t o co m e r c i a l p át r i o, de m o d o a t e n t a r i d e n t i f i c a r e m q ue m o m e n t o hi s t ó ri c o o q ue s t i o n am e n t o s ob r e p a ct os p a r a s so c i a i s s u r gi u. De s t a f or m a, e m o r de m d e p u bl i c aç ã o , e s t a s f o r a m as o br as f u n d a m e nt ai s c o ns u l t a d a s c o m e ss e p r op ó s i t o ( o ut r as es t ã o l is t a da s n a s e ç ã o “r e f e r ê n ci a s bi b li o gr á f i c as ” ) : J O S É D A S I L V A L I S B O A , ( Vi s c o nd e de Ca i r u ) , Pr i n c i p i os d e d i r e it o mer c a n t i l e l ei s d e ma r i nh a, 6 ª e d., R i o d e J a ne i r o , Ac ad ê m i c a , 1 87 4 ; S A L U S T I A N O O R L A N D O D E A R A Ú J O C O S T A , ( o Co ns e l h e i r o Or l a n do ) , Co d i g o Co m me r c i al d o I mp e r i o d o Bra z i l , R i o d e J a ne i r o , La e m m e r t , 18 6 4; D I D IM O A G A P I T O D A V E I G A J U N I O R , As s o ci e d a de s a n on y ma s ( L e i n . 3.1 5 0, d e 4 de n ov e mb r o d e 18 8 2 - C o mm en t a r i o ) , Ri o de J a n ei r o, N ac i o n al , 18 8 8; D I D I M O A G A P I T O D A V E I G A J U N I O R , Co di go Co m me r c i a l c om me nt a d o, Ri o d e J an e i r o , La e m m e r t , 18 9 8; J O S É D A S I LV A C O S T A , D i r ei t o c o mme r c i a l mar i t i mo , Ri o d e J a n e i r o, J or n a l do Co m m e r c i o , 18 9 9; A N T O N I O B E N T O D E F A R I A , Co di g o C o m m e rc i a l b r az il e i r o , Ri o de Ja ne i r o , Ri b e i r o d o s S an t o s , 1 90 3 ; H E R C U L A N O I N G LE Z D E S O U Z A , D i r e i t o c om me r ci al ( p r e l e cç õ e s pr o f e s s ad a s n a Fac u l d ad e L i vr e d e Sc i e n c i as J u r í di c as e Soc i a e s d o Ri o de J a ne i ro e c omp i l a d as p e lo b ac h ar e l Al b er t o Bi ol ch i n i ) , S ã o P a ul o , Es co l a s P r of i s si o n a es S a l e si an a s , 1 90 6 ; B R A S I L I O A U G U S T O M A C H A D O D E O L I V E I R A , ( o B ar ã o Br a s i li o M a ch a do ) , O C od i g o Co m me r ci al d o Br a s i l e m s ua f o r maç ã o h i s t ór i c a, S ã o P a ul o , S al l e s, 1 9 10 ; J O S É X A V IE R C A R V A L H O D E M E N D O N Ç A , Tr a t a do d e di r e it o c o mme r ci al b r az i l e ir o, Vol . 1 , 1ª ed ., Sã o P a u l o, Ca r d o z o F i l ho , 1 9 10 ; S A L V A D O R A N T O N I O M O N I Z B A R R E T O D E A R A G Ã O , S o ci e d a de s a no n ym as , R i o d e J an e i r o , F r an c i s c o Al v es , 19 1 4; S P E N C E R V A M P R É , Das s o c i e da d e s an o ny ma s – c om m e nt a r i o à c on s o l i daç ã o d a s l e i s s o br e s oc i e d ad e s an o ny ma s e e m c o mm an d i t a p o r a cç õ e s ( D e c r. n . 4 34 d e 4 de j u l h o de 1 8 91 ) , S ã o P a u l o, P o c a i -W ei s s , 19 1 4; D E S C A R T E S D E M A G A L H Ã E S , Cu r s o d e d i r e i t o c ome r c i a l , Vo l . 1, 1ª e d. , Sa l va d o r , B a hi an a , 1 9 19 ; S P E N C E R V A M P R É , T r at a d o e l e me n t ar d e di r e it o c o mme r ci al , 3 v., Ri o d e Ja n e ir o , Br i gu i e t , 1 92 2 ; A L F R E D O D E A L M E I D A R U S S E L , C ur s o d e di re i t o c om me r ci a l b r as i l ei r o, R i o d e J a n e i r o, S ci e n t i f i c a , 1 9 23 ; W A L D E M AR F E R R E I R A , Cu rs o d e di re i t o c o m me r c i al , Vo l . 2 ., S ã o P a u l o, S al l es Ol i ve i r a , 19 2 7; A L F R E D O D E A LM E I D A R U S S E L , S oc i e d ad e s a n on y ma s : t h e o ri a e p r at i ca , R i o de J a n ei r o, Le i t e Ri be i r o , 1 9 29 ; O C T AV I O M E N D E S , Cu r s o de d i r e ito c om m e rc i a l t e r r e st r e , Sã o Pa ul o, S a r ai v a , 1 93 0 ; J O S É X A V IE R C A R V A L H O D E M E N D O N Ç A , Pr o b l e mas da s s o c i e da d e s a no n ym as , Sã o P a u l o , RT, 1 93 1 ; G U D E S T E U D E S Á P I R E S , S oc i e d ad e s a no n y mas ( s ub s i d i os pa r a a r e f or m a da l e i ) , Ri o d e J a n ei r o, J or n a l d o Co m m e r c i o, 19 3 5; T R AJ A N O D E M I R A N D A V A L V E R D E , S oc i e d ad e s an o ni mas , Vol . 1 , Ri o d e J a ne i r o , Bo r s o i , 19 3 7 ; T R A J AN O D E M I R A N D A V A L V E R D E , S o c i e da d es p or aç õ e s ( c om en t á r i o s ao De c r e t o - Le i n . 2 .6 27 , d e 2 6 de s e t e mb r o d e 1 94 0 ) , Vo l . 2 , Ri o de J a n e i r o, Re vi s t a Fo r e ns e , 1 9 41 ; G U D E S T E U D E S Á P I R E S , Ma nu a l d as s o c i e da d es a n on i ma s , Ri o d e J a ne i r o , Fr e i t as B a s t o s , 1 9 42 ; W A L D E M A R F E R R E I R A , I n s t i t u i ç õ es d e d i r e i t o c o me r ci al, Vo l . 1 , R i o de J a n e i r o, Fr e i t as B a st os , 19 4 4; A N T O N I O B E N T O D E F A R I A , Di r e i t o c o me r ci al ,.

(21) 9 pareceres. publicados 11 e. (vi). artigos 12.. Na. jurisprudência,. examinou-se. decisões do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal 13.. Ri o d e J a ne i r o , C oe l h o Br a n c o , 1 9 47 ; W A L D E M A R F E R R E I R A , Tr a t a do d e di r e i t o c o me r ci al , Vo l . 8 , S ã o P a u l o, Sa r a i va, 19 6 0 -2 ; C A R L O S F U L G Ê N C I O C U N H A P E I X O T O , So c i e d ad e s p o r a çõ e s ( c om en t á r i o s ao De c r e t o- l ei n. 2. 62 7 , d e 26 d e s et em br o d e 19 4 0 , co m a s a l t e r aç õ e s d a L e i n . 4. 72 8 , d e 1 4 de j u l h o d e 1 96 5 , Le i d o Mer c a d o d e Ca pi t ai s ), Vol 5, Sã o P a u l o, S ar a i va , 1 97 2 -3; F R A N M A R T I N S , Cu r s o d e di r e i t o c om er c i a l , C ea r á , Un i ve r s i t á r i a , 19 5 7; W I L S O N D E S O U Z A C A M P O S B AT A L H A , C om en t á r i o s à Le i d a s So c i e da d e s An ôn i ma s , V ol . 2, Ri o d e J an e i r o , Fo r e n se , 1 9 77 ; E G B E R T O L A C E R D A T E I X E I R A e J O S É A L E X A N D R E T A V A R E S G U E R R E I R O , Da s s oc i e d ad e s a nô n i ma s no d i r e ito br a s il e i r o , Vo l . 2 , S ã o P a u l o, Bu s ha t s k y, 1 97 9 ; O S M A R B R I N A C O R R E A - L I M A , Di r e i t o d e vo t o n a s oc i e d ad e a nô n ima , i n RT 5 30 ( d e z. 1 97 9 ) , p p. 26 -3 7 ; L U I Z G A S T Ã O P AE S D E B A R R O S L E Ã E S , Co me nt á r i o s à Le i d a s S oc i e d ad e s An ô ni mas , Vo l . 2 , S ã o P a u l o, S a r a i va , 1 9 80 . Ai n da n o q ue t a n ge à d o ut r i na b r as i l ei r a, b us c o u-s e i d e nt i f i c ar a s o br a s m o n ogr á f i c a s s o b r e o t e m a a qu i p ubl i c ad as , l oc a l i z a n do -s e c i n co p r i nc i p a i s t r a b al ho s at é o m o m en t o : C E L S O D E A L B U Q U E R Q U E B A R R E T O , Aco r d o d e Ac i o n i s t a s, Ri o d e J a n ei r o, Fo r e ns e , 1 9 82 ; M O D E S T O C A R V A L H O S A , A c o r d o d e Ac i o n i s t as , S ão P au l o , S a r ai va , 1 9 8 4 ; C E L S O B A R B I F I L H O , A c or d o de Aci on i s t a s , Be l o Ho r i z o nt e , De l Re y, 1 99 3 ; J O Ã O L U I Z C O E L H O D A R O C H A , Ac o r do d e Ac i o n i s t as e Ac or d o de C ot i st as , R io d e J a n e i r o, Lu m e n J u r i s , 2 0 02 ; M A R C E L O M. B E R T O LD I , A co r d o d e Ac i o ni s t as , Sã o P a u l o, RT , 20 0 6. Em 20 1 1, n o d e c or r e r d a r e d aç ã o f i na l d o t r a b al ho , f o i pu b l i c ad a a o b r a d e M O D E S T O C A R V A LH O S A , Ac or d o d e A c i on i s t a s – Ho me na g e m a Ce l s o Bar b i Fi l h o , Sã o P au l o , S a r ai va , 20 1 1 . 10. Na do u t r i n a e s t r a ng e i r a , f o i p os s í ve l c o ns u l t a r a s s e gui n t e s o br a s m o n o gr á f i c a s : G I O R G IO O P P O , C on t r a t t i p ar a so ci al i , Mi l an o , Va l l a r d i , 1 94 2 ; L U I G I F A R E N G A , I c o nt ra t ti Pa r a s oc i a l i , M i l an o , Giu f f r è , 1 9 87 ; G I U S E P P E S A N T O N I , Pa t t i p a ra s o c i al i . Na p ol i , J ove n e, 1 98 5 ; J Ü R GE N D O H M , Le s a c co r d s s ur l ’ e x e r c i c e du d r oi t de v o t e d e l ’ ac t i on n ai r e . Ge ne ve, Li br a i r i e d e l ’ u n i ve r s i t é G eo r g & C i e S. A , 1 97 1 ; A N T O N I O P E D R O L , L a an ó ni m a ac t u al y l a s i n di ca c i ó n d e a c ci on e s , M a dr i d, Re vi st a de De r e c h o P r i va do , 1 9 69 ; G A S T O N E C O T T I N O , L e c on v e nz i o n i d i v o t o n e l l e s o ci e t à c o mme r c i a l i , M i l an o , Gi uf f r é , 19 5 8; M AR I O L E IT E S A N T O S , C on t r a t os pa r a s s oc i a i s e ac o r do s d e v o t o n a s s o ci e d a de s a n ón i ma s , Li s b o a, Co s m o s, 1 99 6 . 11. Ent r e o s r e p e r t ó r i os q ue m a i s co n t r i b uí r am a o d e s e n vo l vi m en t o da s pe s q ui sa s , e s t ão: F Á B I O K O N D E R C O M P A R A T O , Di r e i t o e mpr e s a r i al : e s t ud o s e pa r e c er e s , S ã o P a ul o, S a r a i va, 1 99 0 ; F Á B I O K O N D E R C O M P A R A T O , No v o s en s a i os e p a re c e r es d e d i r ei to e mp r e s ar i a l , Ri o d e J a ne i r o , F or e n s e, 1 9 81 ; L U I S G A S T Ã O P A E S D E B A R R O S L E Ã E S , Es t u d os e p a r ec e r es s o br e s oc i e d a de s an ô ni ma s, Sã o P a u l o, R T, 1 9 89 ; L U I S G A S T Ã O P AE S D E B A R R O S L E Ã E S . Pa r e c er e s , V ol . 2, Sã o P a u l o , S i ngu l a r , 2 00 4 ; A L F R E D O L AM Y F I LH O e J O S É L U I Z B U L H Õ E S P E D R E I R A , A L e i d as S . A. , R i o de J a n ei r o, Re no var , 1 99 2 ; A L F R E D O L A M Y F I L H O , Te ma s d e S .A. : e x po s i ç õe s , pa r e c er e s , Ri o d e J a ne i r o , R e no va r , 2 0 07 ; A N T O N I O J U N Q U E I R A D E A Z E V E D O , Es t u do s e p a re c e r e s d e d i r e i t o pr iv a do , S ã o P a u l o, S a r a i va , 2 00 4 ; A N T O N I O J U N Q U E I R A D E A Z E V E D O , No v os e s t u d os e p a r ec e r e s de d i r e it o p ri v ad o , S ã o P a ul o, Sa r a i va, 2 00 9 . A LF R E D O L A M Y F I L H O e J O S É L U I Z B U L H Õ E S P E D R E I R A , J o s é Lu i z , Di r e i t o d a s Co mp an h i a s , Ri o , Fo r e n s e , 2 0 09 . 12. P r o ve ni e n t e s d e l e va n t a m e nt o n a b as e d e d a do s e l e t r ô ni ca I U SD A TA, be m c o mo e xt r aí do s d a l e i t u r a da s p r i n c i pa i s m on o gr a f i a s s o br e o t em a d e c o nt r a t o s p a r as s o c i a i s . 13. N a s e ç ã o R E F E R Ê N C I A S J U R I S P R U D E N C I A I S e n c o nt r a-s e o pa n or am a g e r al do s r e s ul tados d o T JS P n ã o f o r a m c i t a do s t o do os a c ór dã o s c o n su l t a d o s p o r qu e a m a i o r i a de l e s a pe n a s t a n ge n c i am o pr o b l e m a a s er t r a t a do n a p r es e n t e t e s e, c om o s e ve r á m a i s a di an t e . A na l i s o u s e , e n t ã o, ap e n as o s p o uc o s a có r d ã os r e l e va nt e s , de t o d as as c o r t e s p e squ i s a da s , q u e po d e m s e r e n c on t r a d os n a s e ç ã o “ A N Á L I S E S J U R I S P R U D E N C I A I S ” , o n d e t a m b é m s e e nc o nt r a m o s.

(22) 10 10. Com relação aos arti gos de doutrina, o intento inicial era o de realizar pesquisa manual, “capa a capa”, das principais revistas de direito comercial, tendo em vista que (i) os índices, quando existentes, não são frequentemente. atualizados.. (ii). revistas. antigas não. têm seus. artigos. catalogados, um a um, nos programas de pesquisa, demandando conferência física e (iii) essa modalidade de pesquisa permite que se obtenha panorama da produção doutrinária sobre determinado tema e também dados estatísticos sobre a sua verificação. 11. Contudo, a paralisação das atividades da Biblioteca de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo durante a maior parte do. ano de 2010 inviabilizou a pesquisa pretendida.. Por. consequência, os artigos consultados no Brasil foram, substancialmente, aqueles apontados pela base de dados eletrônica IUSDATA, cujas cópias foram obtidas antes do fechamento da biblioteca, além de al guns artigos referidos nesses primeiros textos e nas demais obras consultadas. 12. Julga-se oportuno indicar, sucintamente, as conclusões obtidas ao cabo do levantamento em questão: (i) evol ução na doutrina: pode-se dividir a evolução doutrinária do tema dos contratos parassociais, no Brasil, em quatro grandes fases. A primeira fase, compreendida nos clássicos tratados, enfoca o contrato de sociedade como reflexo ou sinônimo do relacionamento. p ar â m e t r o s d e pe s q ui s a s e a p or c e n t a ge m a p r o xi m a d a do s t e m a s t r a t a do s n os a c ó r dã o s . Em e s pe c í f i c o , c o m r e l aç ã o a o T r i b un a l d e Ju s t i ç a d o Es t a do d e Sã o P a u l o , o l e va n t a m e nt o d e a c ór d ã os é t a r e f a qu e i m p o r t a d i f i c ul da d es de p r e c i s ã o e ab r a n gê n c i a . Vi s t o q u e a d i gi t a l i z aç ã o de s e us j u l ga do s a i nd a e st á e m f a s e d e i m p l e m en t a ç ã o, a p e s qu i s a em s u a s b as e s de d ad o s e l e t r ô n i c as é nã o r a r o f al ha ( ve z qu e os m e c an i s m o s d e bu s c as n ã o s e m o s t r a m d e t od o c on f i áve i s pe l a d e s a r m on i a n a i n de xa ç ã o d e j ul ga d os ) e l i m it a d a no t e m p o ( d e m od o qu e a có r d ã os m a i s a n t i gos d e ve m s e r i d e nt i fi c ad o s m a nu a l m e nt e n o s r e pe r t ó r i o s o f i c i a i s ) . P e l a s d i f i c u lda d e s a po n t a da s , nã o s e ad o t ou a a ná l i s e j ur i s pr u d en c i a l c o m o e l e m e nt o c e nt r al da l i nha m e t o do l ó gi ca s e gui da , q u e s e f i xo u , p r e ci pu a m e nt e , n o e xa m e d a d ou t r i n a . Es sa e s c o l ha n ã o a f as t a , po r é m , o i n t e re s s e em s e r ea l i za r t r ab a l h o es p e c í f i c o, em o ut r a se d e , e m q u e os e s f o r ç os s e j a m d i r e c i o na d os e x c l u si va m e n t e à a ná l i s e j u ri s p r u de n c i al c om p l e t a d o t e m a d os p a c t os pa r a s s oc i a i s e / o u a co r d os de a c i o ni st as n o Br a s i l ..

(23) 11 societário. e. apenas. marginalmente. aponta. a. possibilidade. de. contratação que com ele não coincida 14. No Brasil, as principais referências são os comentários ao art. 302 do Código Comercial de 1850. A segunda fase, correspondente às primeiras décadas do Século XX, contempla a discussão sobre acordos de voto. Entre nós, ficou célebre o Caso Martinelli, de 1924, cujo deslinde judicial contou com pareceres da lavra de expoentes brasileiros como E D U A RD O E S PÍ N O LA , C A RV A LH O. DE. M EN D O N Ç A e C LÓ V IS B EV I LA CQ U A 15. Centrava-se o caso. na discussão sobre a validade de acordo de voto mediante o qual se convencionava a indicação de diretor de sociedade anônima. As questões fulcrais para sua decisão, contudo, mais que no exame de validade da vinculação do voto, centraram-se na validade da indicação e revogação de administradores em acordo de voto. Com o estudo desse caso, foi possível depreender a mentalidade do início do século com relação a t emas tão importantes para a teoria li gada aos contratos parassociais, em específico, os acordos de voto. O período de vigência do Decreto 2.324/40 representa a terceira fase de apreciação do problema, tendo em vista a expansão da utilização de acordos de voto e outros acordos de acionistas no pós-guerra e, de outro lado, a ausência de regra legal específica, no Brasil, sobre acordos de acionistas e sua validade. É nesse período que, justamente em virtude do prestígio que os pactos parassociais passam a ostentar, G IO RG IO O P PO. publica a obra pioneira para o tema, Contratti. Parasociali, em 1942 16.. 14. As o br as c on s u l t a da s n ão c on t i n h am s e ç ã o e s pe c í f i c a s ob r e co n t r a t os e n t r e s ó c i o s ou m e s m o ac o r d os d e vot o.. 15. Cf . Re v i s t a d e di re i t o c i v i l , c omm er c i a l e c r i mi n a l 87 ( j a n . 1 92 8 ) , p p. 46 0 -5 00 ; 5 32 -3 7; 6 00 -1 0; e Pa n de c t a s br a s i l e ir a s 2 , p t . 2 , p p . 5 17 e s s .. 16. Co nt ra t t i Pa r as o c i a l i , M i l an o , Va l l a r d i , 1 9 42 ..

(24) 12 Por fim, a última fase inicia-se com a promulgação da lei 6.404/76, que trouxe disposição expressa sobre acordos de acionistas e, na doutrina, é marcada pelas discussões sobre a opção adotada pelo legislador 17. Nessa fase, surgem mono grafias específicas sobre o tema acordo de acionistas 18. Conclui-se, então, que o contexto econômico mundial, o intenso fluxo de relações comerciais e societárias propiciado pela globalização e a própria evolução pela qual o direito societário passa nos últimos vinte anos - em que proliferam as “joint ventures” internacionais e os investimentos de “private equit y” em sociedades anônimas fechadas exige. que. nova. fase. se. inicie. na. compreensão. de. contratos. parassociais, de modo a compreendê-los na sua real motivação e utilização no bojo dos mais diversos relacionamentos empresariais. (ii) tratamento específico do tema em obras de caráter geral (tratados e manuais de direito comercial): feitas as considerações acima, verificou-se. que. as. poucas. obras. de. conteúdo. panorâmico. que. efetivamente tratam de contratos parassociais, cuidam precipuamente dos acordos de voto e seus problemas próprios ou, se posteriores a 1976, referem-se a acordos de acionistas. Em ambos os casos, porém, não se discute a repercussão, sob a ótica societária, de contratos com conteúdo exclusivamente patrimonial (e não político) cel ebrados por. 17. N es s e s e nt i d o , p er t i ne n t e a c o n cl u s ã o d e C A L I X T O S A L O M Ã O F I L H O : “ [ a] d i s c u ss ã o em t o r no do a c o r do d e a c i o ni st a s t e m s e ce n t r a do no s ú lti m o s a n o s em t o r n o d e t e m a s a pl i c at i vo s . A p r eo c u p a ç ã o ce n t r a l t e m si do a d i s c u ss ã o d os ef e i t os , ab r a n gê n c i a e c on s e qu ê n ci as d o a co r d o, t ud o na t u r a l m e n t e pr e c e di do d a t r ad i c i o n al e i na f a s t á ve l a n á l i s e d e su a n a t ur e z a j u r í d i c a” ( Aco r d o d e Aci o n i s t a s c omo i n s t â nc i a d a est ru t u r a so c i e t ár i a, i n O N o v o Di r e i t o S oc i e t á ri o , 3 ª e d . r e f o r m ul ad a , S ão P a ul o , Ma l h e i r o s , 2 00 2 , p . 9 4. O a r t i go d o a ut or , a p r o p ós i t o , é d o s ú n i c os or i en t a d os à a n á l i s e d o a c o r do d e ac i o n i s t a s p e l a p er s p e c t i va d e s u a f u n çã o no di r ei t o s o ci et á r i o – e nã o a p e n a s c om o um c on t r a t o ( “ A p r es e n t e d i s c us s ã o t e m u m a p r o po s t a m e t o d ol ó gi c a d i ve r s a . O p on t o d e p a r t i d a é o r a c i oc í n i o t e óri c o s ob r e a f u nç ã o d o a c o r do d e a c i on i s t a s d en t r o do s i s t e m a s o ci e t á r i o, p r op o s t a , p or t an t o , e m i n e nt em e n t e t e ó r i c a” . I d e m , i bi de m ) . 18. P a r a l i s t a d a s p r i n ci pa is m o n ogr a f i a s , c f . no t a # , a c i m a ..

(25) 13 sócios. Por fim, é constante a referência a O P PO e ao que propôs na obra Contratti Parasociali de 1942 19. (iii) monografias: as principais monografias sobre o tema versam sobre o acordo de acionistas previsto na lei 6404/76. Não foram encontradas monografias brasileiras sobre pactos parassociais enquanto gênero de que o acordo de acionistas é espécie. (iv) jurisprudência: a jurisprudência sobre acordo de acionistas não é vasta e, quando as decisões não são centradas em aspectos de direito processual, referem-se a questões ligadas ao voto 20. Outra conclusão é o. patente. descompasso. entre. a. extensa. utilização. de. contratos. parassociais na realidade negocial e as raras decisões jurisprudenciais que os tem em mira. O sigilo dos pactos parassociais e sua submissão à arbitra gem são fatores que impedem o acesso às decisões em lides que os envolvem. 13. Tendo obtido os resultados acima, partiu-se para temporada de pesquisa de 3 meses (junho, julho e a gosto de 2010) no Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales Privatrecht em Hamburgo, Alemanha, que concedeu bolsa de estudos para o projeto intitulado Contractualisation of Company Law: An European Perspective. 14.. Durante. o. período. em. Hamburgo,. realizou-se. levantamento. doutrinário sobre o tema da contratação parassocial, com a oportunidade única de discuti-lo com o Prof. Klaus J. Hopt, com pesquisadores-sênior da entidade. 19. C a be s a l i e n t a r a p e r sp e c t i va do s c o nt r a t o s p a r a s s o c i a i s p ar a o t e m a d o po d e r de c o n t r ol e, a pr e s e n t a da p el o P r of . F Á B I O K O N D E R C O M P A R A T O m es m o a nt e s d a Le i n. º 6. 40 4 / 76 , n a s p r i m e i r a s e di ç õ e s da ob r a O p o d e r d e c on t r o l e n as s o c i e da d e s an ô ni m as . 20. Há , c o nt u d o, d e c i s õe s qu e t oc a m as p e c t os r e l e va n t e s p a r a o e n f o q u e qu e se p r oc u ra c on f e r i r a o p r e se n t e t r a b a l ho , s e n d o n e c es s á r i a a a n á l i s e da d e c i s ã o d o S TJ , R ES P 3 8 8. 42 3 R S , Qu a r t a Tu r m a , r e l . M i n . S A L V I O D E F I G U E I R E D O T E I X E I R A , j . 1 3. 5. 03 , q ue s e e n co n t r a n a s eç ã o A N Á L I S E S J U R I S P R U D E N C I A I S , a o f i na l d o t r a b al ho ..

(26) 14 (Drs. Felix Steffek; Walter Doralt e Jan Peter Schmidt) e demais bolsistas e pesquisadores 21. 15. Ao final do primeiro mês de levantamento biblio gráfico na vasta biblioteca do Instituto 22- 23, de debates com pesquisadores, bem como de aprofundamentos sobre o que já se trazia do Brasil, tendía-se a eleger como hipótese de trabalho a proposta de avançar no que O P P O fizera em 1942 e dotar a expressão “contratos parassociais” de conteúdo mais amplo, alinhado à posição de G U Y O N , para quem a sociedade deve ser vista como a estrela maior (mas não única) de uma nebulosa contratual que a cerca, havendo interação e influênci a mútua entre ambas 24. 16. Refletia-se, para embasar a linha de pesquisa, que esses contratos, celebrados ao redor da sociedade, devem respeito ao direito societário, ainda que eles não estejam diretament e ligados à organização da sociedade, que é o principal critério adotado por O PP O para determinar a peculiaridade ínsita aos 21. Agr a d e ci m en t o s , e m e s pe c i a l , à s c o l e ga s El en a de C ar va l h o G om e s , D ou t o r a em D i r e ito Ci vi l n a Uni ve r s i d a de F ed e r a l de M i n as Ge r a i s , s o b a or i en t a ç ã o d o P r o f . J oã o Ba pt i s t a Vi l l el a e n a Un i ver s i d a d e d e P i s a, e C a t a r i na M o nt ei r o P i r e s , d ou t o r a nd a e m Di r e i t o Ci vi l n a Uni ve r s i d a de d e Li s b oa , so b a or i en t a ç ã o d o P r o f . D r . P e d r o P a i s d e Va s co n c e l o s , p e l o i n t e ns o d e ba t e i n t el e c t u al do q u al r es u lt o u a o pç ã o po r e n f oc a r a p en a s o s pa c t o s p ar a s s o c i a i s pa t r i m on i ais ( e n ã o o s a j u s t e s de vo t o ) c om o o b j e t o da t e s e .. 22. Co m gr at a s u r p r e sa , de p a r ou -s e no I n s t it u t o c om a co l e ç ã o d a s n os s a s p r i n ci p a i s r e vi stas j u r í d i c as . De s s a m an e i r a f o i p o ss í ve l , ao m e n o s co m r e l a ç ã o a Re v i s t a d e Di r e i to Me r ca n t i l , r ea l i z a r o l e van t a m e n t o pa n or â m i c o a qu e a c i m a s e r ef e r i u , o b t e nd o a f r e qu ê n ci a d e p r od u ç ão no t e m a d e c o nt r a t o s pa r a s s oc i a i s n es s a i m p or t a n t e p u bl i c aç ã o b r as i l ei r a. Es s e l e va n t a m e nt o c o nf i r m ou o qu e a pe s q ui s a r e a l i z a d a n o Br a s i l j á a p on t a va: p r ep o nd e r â nc i a d e a r t i g o s t r at a n d o d e a s p ec t o s e sp e c í f i c o s d o s a c o r do s de a ci on i s t a s e, m a i s e s pe c i a l m e n t e, a co r d os d e vot o . D e f a t o , n ã o se i de n t i fi c o u a r ti go s q ue e xam i na s s e m ( i ) o s p a ct o s pa r a s s oc ia i s c om o gê n e r o e / o u ( i i ) o s a c or do s p a r a s s oc i a i s ce n t r a d os e m d i r e i t o s i n di vi du a i s do s s óc i o s p e l o vi é s do di r ei t o s o c i et ári o. I n f e l i zm e nt e, n ã o h o uv e t e m p o h á bi l p a r a r ea l i z a r o m e s m o l e va n t a m e n t o p an o r âm i co c om r e l a ç ã o à Re vi s t a d o s Tr i bu n ai s, d es d e s e u nú m e r o 1, ou a i n d a a Re vi st a Fo r e ns e .. 23. Va l e r ef e r i r a l gu m a s o b r a s co n s ul t ad a s , s o br e t u d o f r a n c es a s e a l e m ãs , qu e c on t r i b u í r am s i gni f i c at i va m e n t e p a r a o r e f i na m e n t o d o t ema d a t e s e : F E L I X C H R I S T O P H E R H E Y , Fr e i e Ge s t a l t u ng i n Ge s e l l s ch af t sv e r tr ä ge n un d i hr e S c h r an k en , M ün c h en , Be c k, 2 0 04 ; J E AN J A C Q U E S D A I G R E e M O N I Q U E S E N T I L LE S - D U P O N T , Pac t e s d ’ Ac t i o n na i r e s , P a r i s , J o l y, 19 9 5; J E A N -P H I L I P P E D O M , L e s mo n t ag e s e n d r oi t de s s oc i é t é s . I n Pr a t i q ue d e s a f f a ir e s . P ar i s, J o l y, 19 9 5; C L A U D I O K Ö H L E R , N e b e na b re d e i m Gmb H u nd A kt i en r e c ht – Z ul ä s s i g k ei t un d Wi r k un g , F r a n kf u r t a m M a i n , La n g, 1 99 2 . 24. Le s s o ci ét é s … c i t ., p. 30 3 , i n ver b i s : “ La so c i é té e s t a i n si c om p a r a bl e à l ’ é t oi l e m a j e ure d ’ un n e bu l e u s e co n t r a c t ue l l e ” ..

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