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TERRITORIALIDADE E AGRICULTURA FAMILIAR: UMA EXPERIÊNCIA NO AGRESTE MERIDIONAL PERNAMBUCANO JOÃO RAFAEL GOMES DE MORAIS; MARIA GILKA PINTO XAVIER.

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Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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TERRITORIALIDADE E AGRICULTURA FAMILIAR: UMA

EXPERIÊNCIA NO AGRESTE MERIDIONAL PERNAMBUCANO

JOÃO RAFAEL GOMES DE MORAIS; MARIA GILKA PINTO

XAVIER.

UFRPE, RECIFE, PE, BRASIL.

joao.rafael@yahoo.com.br

APRESENTAÇÃO ORAL

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E RURALIDADE

Territorialidade e Agricultura Familiar: Uma Experiência no Agreste

Meridional Pernambucano

Grupo de Pesquisa: Desenvolvimento Territorial e Ruralidade Resumo

O objetivo desse estudo é analisar a territorialidade dos agricultores familiares no manejo sócio-produtivo dos Cajuais no Agreste Meridional de Pernambuco, tendo como subsidio a experiência do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT) promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA). A pesquisa foi fortemente influenciada e construída sobre procedimentos metodológicos da pesquisa-ação e da avaliação participativa. O uso sócio-produtivo da agricultura familiar sobre a produção dos cajuais tem um caráter residual, são poucos os agricultores que beneficiam a amêndoa do caju, na maioria dos casos os atravessadores adquirem o produto in-natura, conseguindo arrematar a maior parte produção do território por um baixo valor, sendo então escoada para ser beneficiada em empresas de outros Estados. As instituições locais e comunidades rurais propuseram, via recursos do Pronaf-Infraestrutura, o Projeto Territorial para estruturação da territorialidade dos agricultores familiares no manejo socio-produtivo dos cajuais, em quatro municípios do território. O desenvolvimento territorial da agricultura familiar ocorrerá na medida em que tais iniciativas (mini-agroindústrias, agroindústrias familiares e cooperativas de crédito) possam agregar valor à produção, concomitantemente animando processos de gestão e organização social em âmbito comunitário, municipal e territorial.

Palavras-chaves: Territorialidade, Gestão Social, Desenvolvimento Territorial Abstract

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The goal of this study is to analyze for farmers' territorialidade family in the handling partner-productive of Cajuais in Pernambuco's Southern Rural, having as I subsidize the experience of the National Program of Sustainable Development of the Rural Territories (PRONAT) promoted by the Secretariat of Territorial Development of the Agrarian Development Department (SDT/MDA). The research was strongly influenced and built about methodological procedures of the research-action and of the evaluation participativa. The use partner-productive of the family agriculture about cajuais production has a residual character, they are few the farmers who benefit the cashew almond, in most cases atravessadores acquire the product in-natura, managing to buy at an auction most territory production for a low value, being then drained to benefit in companies of other State. The local institutions and rural communities proposed, via Pronaf-infrastructure's Resources, the Territorial Project for territorialidade structuring of the family farmers in the handling socio-productive of cajuais, in four territory municipal districts. The territorial development of the family agriculture will occur in the measure in which such initiatives (mini-agroindústrias, agroindústrias credit family and cooperatives) can aggregate value to the production, livening concomitantly up administration processes and social organization in of common use, municipal and territorial scope.

Words-keys: Territorialidade, Social Administration, Territorial Development

1. INTRODUÇÃO

O meio rural nordestino vem sendo objeto de inúmeras políticas públicas de combate à pobreza e a miséria, mais, no entanto, as populações rurais, e mais especificamente os agricultores familiares, continuam enfrentando enormes dificuldades na estruturação suas estratégias de básicas de sobrevivência, trabalho e produção.

A formação desse cenário remonta os tempos colônias do regime de ocupação de sesmarias, até a política de crédito adotada pelo Estado, após o fim da Segunda Guerra Mundial, privilegiando a aplicação de capitais em grandes monoculturas de exportação. Como herança desse processo, herdamos a monocultura da cana-de-açúcar, causadora da enorme concentração fundiária existente, tornando-se um dos mais graves problemas do Nordeste, seja na Mata ou no Agreste, configurando-se numa área de forte tensão social (Andrade, 1973, p.116)

Sobre essas circunstancias, a utilização do território nacional e nordestino ocorreu por meio de estruturas e organizações empresariais que desenvolveram modelos produtivos e gestionários danosos ao meio-ambiente, e exploradores da mão de obra local em detrimento (quase sempre) do lucro e da maximização do capital. Essa receita apenas contribuiu para o aumento da tensão dos conflitos agrários, concomitantemente com o aumento da pobreza e da miséria das populações rurais.

Esses incentivos governamentais possibilitaram a substituição gradativa dos métodos tradicionais de produção agrícola, pelos sistemas de produção em escala, com ampla utilização de máquinas e insumos industriais. Para muitos pesquisadores esta modernização é considerada conservadora e excludente, por acentuar ainda mais os problemas sociais no campo, promovendo a manutenção da concentração fundiária. Uma pequena fração dos agricultores (geralmente os patronais) conseguem obter financiamentos e aplicar as inovações tecnológicas e organizacionais demandadas pelos mercados externos

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em suas propriedades, os demais agricultores, sobretudo os familiares, ficam à margem dessas tecnologias e mercados, mesmo representando 30% do volume da produção agropecuária do Brasil (Santos e Silveira, 2003, p.121).

A preponderância do mercado e do capital monopolista sobre as atividades agrícolas contribuiu na perca do controle dos agricultores familiares sobre o processo produtivo, ocasionado pela adoção de normas e procedimentos, visando tanto a padronização dos produtos, como a manutenção de uma oferta regular. Além do atendimento quase total aos mercados externos, a produção de escala termina por invadir com velocidade cada vez maior, áreas antes destinadas a produção doméstica (Santos e Silveira, 2003, p.120)

Essa influência exercida pelo mercado internacional e pelas empresas (nacionais e multinacionais) frente à produção agrícola, propiciou a monopolização do uso produtivo dos Territórios, transformando os recursos naturais e humanos do campo em meros instrumentos da promoção do desenvolvimento do capital das elites rurais, industriais e internacionais. As empresas multinacionais e os grupos capitalizados são os extratos sociais que criam e exercitam territorialidades (socialmente e ambientalmente) nocivas, na dinâmica de estruturação do sistema reprodução do capital, sempre em detrimento das atividades econômicas de base familiar nos Territórios Rurais. A partir dessas prerrogativas mercadológicas impostas pelo sistema de produção capitalista, o uso produtivo do Território está cada vez mais atrelado a disponibilização das condições tecnológicas, humanas, financeiras e políticas, como pré-requisitos para utilização dos potenciais multidimensionais disponíveis espacialmente.

A partir dessa perspectiva propomos o estudo focando a análise dos fenômenos territoriais vivenciados por essa categoria, através do exame da territorialidade dos agricultores familiares no manejo sócio-produtivo dos Cajuais do Agreste Meridional de Pernambuco, privilegiando a analise do fenômeno em escala intermunicipal.

O objetivo deste estudo é analisar a territorialidade da agricultura familiar no manejo sócio-produtivo dos Cajuais do Agreste Meridional, tendo como objeto o estudo de caso da exploração produtiva dos agricultores familiares do Território dos Cajuais. Desta forma a pesquisa busca delinear e caracterizar o Território dos Cajuais, aliado ao debruce sobre as práticas produtivas exercitadas pelos agricultores familiares no manejo dos Cajuais, por intermédio de suas estratégias de geração de trabalho e renda em âmbito territorial. A estruturação da pesquisa, desde sua concepção, a coleta de dados, até sua sistematização, ocorreu entre os anos de 2004 á 2006.

O estudo sobre Territorialidade e Agricultura Familiar realiza uma análise subjacente da política pública de desenvolvimento territorial promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) através do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT) no Agreste Meridional Pernambucano, tornado-se um instrumento de suma importância para contextualização, e suporte ao cumprimento dos objetivos propostos pela pesquisa.

O PRONAT tem como missão a promoção do desenvolvimento territorial sustentável da agricultura familiar, dando forte ênfase ao fortalecimento do Capital Social dos Territórios Rurais, através da participação das comunidades rurais, dos movimentos sociais, das organizações não-governamentais, agentes financeiros e agências de fomento, movimentos sindicais e dos poderes públicos locais (e demais instituições e movimentos), nos espaços públicos de discussão e elaboração de Projetos Territoriais de infra-estrutura para desenvolvimento das territorialidades da agricultura familiar, materializado por meio

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do Pronaf-Infraestrutura (PROINF), linha de financiamento de projetos de infra-estrutura e serviços, conciliando essa dinâmica, ao processo de formação e fortalecimento de instâncias de gestão sócio-territorial.

Os atores sociais1 e os agentes governamentais locais2 diagnosticam que o manejo dos agricultores familiares os sobre a produção dos Cajuais é realizada a partir de técnicas e tecnologias organizacionais rudimentares, sub-dimensionando o real potencial da geração de renda e trabalho oriunda dessa atividade produtiva. Desta forma, a utilização da produção tornou-se residual, poucos agricultores beneficiam a amêndoa do caju, quase toda produção é vendida in-natura aos atravessadores, que conseguem arrematar a maior parte produção do território por um baixo valor, sendo então escoada para empresas de beneficiamento do produto de outros Estados.

A qualificação do manejo dos agricultores familiares sobre a produção dos Cajuais perpassa pela transformação de um Território produtor de amêndoa in-natura, para um Território produtor de amêndoas beneficiadas, prontas para o consumo, além do aproveitamento dos seus demais subprodutos. Nesta direção os atores sociais e agentes governamentais locais propuseram o Projeto Territorial de apoio à atividade produtiva via recursos do Pronaf-Infraestrutura em quatro municípios do Agreste Meridonal, através da construção e equipamento de mini-agroindustriais atrelado ao apoio ao cooperativismo de crédito. O uso sustentável do Território dos Cajuais ocorrerá na medida em que tais iniciativas possam agregar valor à produção, concomitantemente animando processos de gestão e organização social em âmbito comunitário, municipal e territorial.

2. METODOLOGIA

Para a formulação da pesquisa foram seguidos alguns procedimentos metodológicos baseados na pesquisa-ação e na avaliação participativa. Da pesquisa-ação utilizamos a maneira prática, direta, comprometida de se trabalhar com o problema social. Sobre esse olhar o problema não é algo distante e estanque, é vivente, pulsante em nosso dia a dia e em nossa história, e que por isso buscamos respostas para superação da questão estudada. É justamente na busca dessa razão cientifica para compreensão e explicação do problema, que utilizamos à perspectiva da avaliação participativa, considerando que a conclusão desse estudo é produto de um processo social, e não apenas resultante do intelecto de um individuo. É saber que as razões que venhamos tirar a luz desse estudo, tem um caráter mais problemático do que afirmativo, mais coletivo do que individualizado.

Para tanto, levantamos e analisamos dados secundários (população, produção, estabelecimentos rurais, entre outros) do Território do Agreste Meridional, composto por 20 municípios do Estado de Pernambuco3. Os dados que basicamente subsidiam o estudo foram coletados das pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colaborando tanto na caracterização do Agreste Meridional, como também na delimitação e caracterização do Território dos Cajuais de atuação da territorialidade dos agricultores familiares..

1 Consideramos atores sociais os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural, Associações, Cooperativas, Movimentos Sociais e Agrários.

2 Entendemos por agentes governamentais as Prefeituras e as Agencias Estaduais de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural.

3 Composto pelos municípios de Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Buíque, Caetés, Capoeiras, Garanhuns, Iati, Ibimirim, Ibirajuba, Inajá, Itaíba, Manari, Paranatama, Pedra, Saloá, São Bento do Una, Terezinha, Tupanatinga e Venturosa

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Foram utilizados na pesquisa uma serie de dados qualitativos, coletados por intermédio de reuniões com atores sociais e agentes governamentais, registrando discussões sobre estratégicas de dinamização socioeconômica das territorialidades dos cajuais e do Agreste Meridional.

Esses dados coletados de forma verbal e escrita foram viabilizados por intermédio de atividades ligadas ao Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT), de responsabilidade da SDT/MDA. Atividades esses executadas pelo Instituto Interamericano de Cooperação Para a Agricultura (IICA) e pela Associação das Cooperativas do Nordeste (ASSOCENE) entre os anos de 2004 á 2006. São informações de cunho dialógico, processual, oriundas de discussões entre os atores do território e complementado por conversas e reflexões com demais técnicos, representantes dos agricultores, agentes governamentais, assessores, sobre a execução das políticas públicas de desenvolvimento territorial da agricultura familiar.

Através do IICA realizamos reuniões do Fórum Territorial do Agreste Meridional4, tendo como objetivos a animação dos atores sociais e governamentais no processo participativo de elaboração de projetos de infra-estrutura, em âmbito territorial, para serem financiados pelo Pronaf-Infraestrutura, além de fomentar um processo de articulação de políticas públicas de interesse da agricultura familiar. Por intermédio da ASSOCENE realizamos visitas as 08 mini-agroindústrias de beneficiamento de castanha do caju em 04 (quatro) municípios do Território do Agreste Meridional, realizando o monitoramento da execução e implantação do projeto de infra-estrutura proposto pelo Fórum Territorial. Tais experiências deram subsídios suficientes para a confrontação dos dados secundários retirados das instituições oficiais, com a situação real vivida pelos agricultores familiares do território, conseguindo assim elementos concretos para analise do fenômeno. O conceito de território e territorialidade trabalhados nesse estudo, além de estarem embasados nessas experiências acima citados, privilegia os interesses da agricultura familiar nas formas de ocupação, uso e controle do território, e compreende que a promoção do desenvolvimento sustentável perpassa pelo processo de gestão social das formas de uso do território, como também, das políticas públicas existentes e co-existentes pelos atores sociais representantes das camadas populares, e principalmente pelas próprias comunidades rurais do território.

Para Andrade (1998, p.225) o “território constitui-se, em realidade, em um conceito subordinado a um outro mais abrangente, o espaço, isto é, à organização espacial. O território é o espaço revestido da dimensão política, afetiva ou ambas. A territorialidade por sua vez, refere-se ao conjunto de práticas e suas expressões materiais e simbólicas capazes de garantirem a apropriação e permanência de um dado território por um determinado agente social, o Estado, os diferentes grupos sociais e as empresas”. Numa perspectiva mais sociológica, R. B. Cara (1998) considera que o território e a territorialidade estão mais ligados a um processo de tomada de consciência e ocupação sócio-espacial, “o território é uma objetivação multidimensional da apropriação social do espaço. A territorialidade, a qualidade subjetiva do grupo social ou do individuo que lhe permite, com base em imagens, representações e projetos, tomar consciência de seu espaço de vida”.

4 Os Fóruns ou colegiados territoriais são os espaços de gestão social do PRONAT, e a partir do momento em que esses espaços iniciam um processo de articulação das políticas públicas para além do MDA ou dos Governos, podemos dizer que esses espaços também são de gestão social das formas de uso do território, e não apenas da política do PRONAT.

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Noutra perspectiva mais antropológica, o Professor Paul E. Little (2002, p.02) compreende “a territorialidade como esforço coletivo de um grupo social para ocupar, usar, controlar e se identificar com uma parcela especifica de seu ambiente biofísico, convertendo-a assim em seu território”.

A territorialidade seria a manifestação das formas de ocupação, uso, permanência e controle do território, relação essa construída historicamente (ou não), e por conseqüência engendrando dinâmicas sociais, econômicas, políticas, culturais singulares, manifestações existentes, preexistentes, ou até estranhas ao território. Tais territorialidades podem ter origem endógena (quando as potencialidades de determinada localidade são valorizadas e trabalhadas pelas pessoas, grupos étnicos e pela sociedade civil local), ou ter uma origem exógena (quando uma empresa ou multinacional se aloca espacialmente para se beneficiar de aspectos econômicos, sociais e naturais).

Nesse sentido a territorialidade é quem molda, constrói, controla, e usa territórios nos tempos atuais. Os atores sociais e agentes governamentais criam territorialidades, ou melhor, formas de ocupação, controle e uso espacial. E dependendo de qual interesse esse ator promova, contribui de certa maneira para “a expansão do território, ao mesmo tempo em que promove a ampliação da territorialidade, provoca a desterritorialidade nos grupos que se sentem prejudicados” (Andrade, 1998, p.214).

Partindo do pressuposto que o território é o local da manifestação da vida, é chão mais população, então é identidade, criada a partir do sentimento de pertencer àquilo que nos pertence (Santos, 2000, p.96). Considerando que a expressão territorialidade pode ser encarada tanto como o que se encontra no território, e está sujeita a gestão dos atores, além der servir de elemento de tomada de consciência da população de que faz parte de um território (Andrade, 1998, p.214), contendo em si a preocupação com o destino e a construção do futuro (Santos e Silveira, 2003, p.19). Temos que considerar a enorme assimetria existente, no que se refere às condições de formação e manutenção dos Territórios e das Territorialidades, onde, apenas as grandes empresas e multinacionais conseguem angariar recursos financeiros, apoio político e tecnologias para estruturação de suas territorialidades (formas de uso, ocupação e controle), deixando os demais atores do território fora dos benefícios, compartilhando apenas o ônus (ambiental, social) do processo produtivo engendrado por essas empresas. O apoio à estruturação das territorialidades chaves das economias de base familiar mostra-se como uma das estratégicas importantes na processo de construção do desenvolvimento sustentável do país, por meio da democratização das formas de uso, ocupação e controle do território nacional.

3. TERRITÓRIO DOS CAJUAIS NO AGRESTE MERIDONAL

No esforço de caracterização do Território dos Cajuais no Agreste Meridional pernambucano, esperamos levantar dados relevantes para compreensão do palco no qual se manifesta a problemática de nosso estudo.

Os atores sociais e agentes governamentais que compõem o Fórum Territorial, espaço esse de gestão social das políticas públicas do MDA, priorizaram ações de apoio ao sistema produtivo da cajucultura. E baseado nesse debate local de fortalecimento e criação das estratégias de dinamização socioeconômica, tentamos contribuir com o estudo das formas de uso dos agricultores familiares do Território dos Cajuais, tendo como pano de fundo a maturação dos conceitos de território e territorialidade.

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Para tanto nessa parte do estudo estaremos mais detalhadamente analisando o Território dos Cajuais, para que conseqüente desemboquemos na territorialidade dos agricultores familiares sobre o seu uso.

A partir da leitura dos dados do IBGE oriundos da pesquisa do Censo Agropecuário de 1996, delineava o seguinte mapa do Território dos Cajuais:

Mapa III – Localização da produção da castanha do caju, segundo o IBGE 1996

Segundo o Censo Agropecuário (1996) o Território dos Cajuais compreenderia um conjunto de 11 municípios. A produção de castanha de caju estaria concentrada no município de Garanhuns, com 50,88% da produção do território, seguido por Buíque, com 28,2%, e Tupanatinga, com 8,81%, tendo os municípios restantes à participação de 12,05% da produção, tendo uma área plantada de 3.131 hectares.

Um pouco mais adiante o IBGE (Cidades 2002) demonstrava outro contorno do Território dos Cajuais. Nessa pesquisa a produção de castanha de caju aparece apenas em 07 (sete) municípios, concentrando a produção na cidade de Buíque (1000 t), seguido por Garanhuns (78 t), Saloá (57 t), Paranatama (50 t), Terezinha (46 t), acompanhado pelos municípios de menor produção, tais como, Angelim (15 t) e Caetés (6 t). Segundo essa mesma pesquisa o valor movimento total do território de 753.00 mil reais, tendo uma área plantada de 1.265 hectares, com produtividade media de 1000 kg/h.

Mapa IV – Território dos Cajuais segundo o IBGE Cidades, 2002.

Confrontando os dados observamos que eles apontam uma queda da área planta de cajueiros de quase 200% num período de 07 anos, aliado a diminuição dos municípios participantes do Território.

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Vale salientar que por ser um sistema produtivo “natural”, pertencente às lavouras permanentes, de caráter extrativista e pulverizado espacialmente, a caracterização do Território dos Cajuais torna-se difícil e incerta. Os próprios agricultores familiares não sabem ao certo a sua produção e quantidades de pés de cajueiro têm em sua propriedade, e muito menos as instituições locais fazem alguma previsão.

Ao apresentar os dados do IBGE 1996 e 2002, os atores sociais e agentes governamentais que compõem o Fórum Territorial do Agreste Meridional, colocaram que o Território dos Cajuais compreendiam os 11 municípios apontados pelo IBGE em 1996, acrescentando os municípios de Venturosa e o de Bom Conselho (informação verbal).

O volume exato da produção também é outra questão em aberto. Segundo as colocações em plenária no Fórum, os municípios com maiores produções seriam o de Venturosa, Bom Conselho, Buíque e Garanhuns (informação verbal). Tanto o desencontro dos dados secundários, aliado como a falta de informação das instituições participantes do Fórum Territorial, dificulta o desenho de sua real abrangência.

Mapa V – Território dos Cajuais Proposto pelo Fórum Territorial

Em 2003 o Fórum Territorial do Agreste Meridional de Pernambuco sensibilizado e consciente da importância da qualificação do uso dos agricultores do território dos cajuais, propuseram a linha de financiamento do PROINF, um projeto territorial de construção de 8 mini-agroindústrias de beneficiamento de castanha de caju, distribuídas nos municípios de Paranatama, Saloá, Bom Conselho e Terezinha, visando a otimização e incrementar os recursos disponíveis aos unidades familiares. O valor total orçado do projeto financiado pelo PROINF de 2003, ficou em R$ 44.000,00 mil reais, destinado desse valor R$ 13.000,00 para obras e construção, e R$ 31.100,00 para aquisição de equipamentos.

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Mapa VI – Municípios Beneficiados pelo Projeto Territorial do Fórum (PROINF 2003, 2004 e 2005)

Em 2004 o Fórum Territorial reforçou o apoio ao sistema produtivo, destinando R$ 76.315,00 para construção de uma Central de Classificação, Embalagem e Comercialização da castanha do caju em Bom Conselho, além de pela linha de custeio do PROINF, financiar capacitações e intercâmbios aos beneficiários dos projetos de 2003 em beneficiamento do produto e na gestão dos empreendimentos, no valor de R$ 30.166,97. Também pautou o apoio ao cooperativismo de crédito, através do financiamento para aquisição de moveis e equipamentos para as cooperativas em (formação) de Bom Conselho e Águas Belas, no valor de R$ 60.500,00. Estrategicamente essas cooperativas dariam suporte financeiro ao processo de fortalecimento da territorialidade dos agricultores familiares.

No ano de 2005 o Fórum complementou o investimento, com mais R$ 8.000,00 para aquisição de mais equipamentos e acessórios e R$ 24.000,00 para construção de 08 (oito) banheiros para as mini-agroindustriais do território.

Há então Secretaria de Produção e Reforma Agrária (SPRRA) do Governo do Estado de Pernambuco, responsabilizou-se pela execução do Projeto Territorial para beneficiamento da castanha do caju financiado pelo PROINF, em parceria com a SDT/MDA e atores do território. O valor total dos projetos de 2003, 2004 e 2005 ficou orçado em R$ 211.005,00 mil reais, deste valor 10% é composto pela contrapartida do Governo do Estado (SPRRA), o restante recai sobre investimento do Governo Federal (SDT/MDA).

Espera-se com essas ações de apoio a formação de mini-agroindústrias de beneficiamento da castanha do caju possam pelos menos duplicar ou triplicar os ganhos da vendo do produto. Em 2002 (segundo o IBGE) a produção total do território ficou em 1.252 toneladas, rendendo um total de R$ 753,000 mil reais, mesmo considerando que o valor total da produção não corresponda ao real potencial do território, podemos projetar um aumento de receita oriunda pela venda da castanha do caju entre 1,8 milhões a 2,2 milhões de reais.

A criação e a valorização dos espaços de gestão social das formas de uso e das políticas existentes no território possibilitam a adequação e a estruturação das formas de uso da agricultura familiar. A partir dos objetivos expressos pelo Fórum Territorial na dinâmica de fortalecimento da Territorialidade da Cajucultura, tendo como preocupação

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principal de inserir as mulheres e os jovens na dinâmica produtiva e mercadológica, garantindo atividade e renda no período de estiagem.

Referenciados pelos dados secundários e pelos dados qualitativos levantados sobre o Território dos Cajuais, estaremos analisando no próximo Capitulo, como se da na prática a territorialidade dos agricultores familiares no manejo sócio-produtivo dos Cajuais do Agreste Meridional de Pernambuco, visando a complementação das informações necessárias para caracterização da territorialidade.

4. TERRITORIALIDADE DOS AGRICULTORES FAMILIARES NO MANEJO SÓCIO-PRODUTIVO DOS CAJUAIS NO AGRESTE MERIDIONAL DE PERNAMBUCO

Chegamos ao Capitulo da pesquisa no qual analisaremos, de forma objetiva e descritiva, as manifestações da Territorialidade dos agricultores familiares no uso produtivo do Território dos Cajuais no Agreste Meridional de Pernambuco.

Subsidiado pelo nosso referencial teórico, concluímos que a territorialidade são as formas objetivas e subjetivas das sociedades humanas de ocuparem, usarem, controlarem e modificarem o espaço circundante, considerando também que a expressão territorialidade pode ser encarada tanto como o que se encontra no território, e está sujeita a gestão dos atores, além der servir de elemento de tomada de consciência da população de que faz parte de um território (Andrade, 1998, p.214).

Alguns questionamentos nortearam a coleta de informações para compreensão do uso do território, ou melhor, compreensão da territorialidade exercitada pelos agricultores familiares no manejo do território dos Cajuais. Partindo desse pressuposto, construímos alguns problemas orientadores: I) Qual a infra-estrutura instalada para apoio a produção, beneficiamento e comercialização? II) Os agricultores exercitam modos de beneficiamento artesanal ou industrial? III) A venda da produção é realizada individualmente ou coletivamente? IV) Existe alguma ação (governamental ou não) de apoio a cajucultura nos municípios do território? V) Existe algum planejamento da produção?

Sobre essas interrogações, fomos coletando informações por intermédio de registro das reuniões do Fórum Territorial e das visitas realizadas aos quatro municípios (Bom Conselho, Paranatama, Terezinha e Saloá) onde irão abrigar o Projeto Territorial de instalação de oito mini-agroindustriais familiares de beneficiamento e de uma central de comercialização. A luz dos conceitos desenvolvidos, da caracterização do território, aliando a vivência empírica do processo, conseguimos realizar a seguinte caracterização da territorialidade dos agricultores familiares no manejo dos Cajuais.

4.1 - Utilização da Produção

Os pés de caju no Território, em sua maioria, são nativos. Nenhuma propriedade trabalha a cultura de forma planejada, caracterizando-se uma atividade tipicamente extrativista. Toda a produção é vendida pelos agricultores de forma individual, sendo comprada na porteira pelo atravessador, que destina a produção para os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, onde são beneficiadas para logo serem encaminhadas para mercados nacionais e internacionais.

Os cajuais se dispõem nas propriedades do Agreste Meridional de forma pulverizada e espaçada, dificultando assim o numero exato de pés e da produção dos cajuais. Não existe nenhuma política pública (ou estrutura) que de suporte a demanda de

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assistência técnica nas propriedades, acarretando numa inércia no que se refere às ações de seleção e melhoramento genético dos cajuais (como as demais culturas trabalhadas na unidade de produção). Uma questão que deve ser revisada é a caracterização do registro da produção do Território dos Cajuais no IBGE. O instituto anuncia no item das lavouras permanentes a palavra castanha de caju, demonstrando a produção total, produtividade e valor da produção. Os valores registrados não são da castanha do caju, e sim da amêndoa in natura retirada dos cajuais. Em sua maioria os agricultores vendem a amêndoa in natura, obtendo o valor de R$ 1,00 pelos atravessadores.

Nas cidades aonde serão implantadas as mini-agroindustriais (e provavelmente nas demais do território), as comunidades tem apenas algum costume de beneficiar a castanha do caju de forma artesanal (torrando em latas), apenas para auto-consumo dos agricultores/as, ou para venda nos centro urbanos e nas margens das Br’s. Vale salientar que a polpa do caju geralmente não é aproveitada para comercialização em forma de doces ou sucos, e nem muito menos para composição de forragem (já que o Agreste Meridional é uma bacia leiteira do Estado), desta forma subutilizando o potencial econômico da cultura. Por essas e outras questões é que a implantação dessas mini-agroindústrias de beneficiamento, mais a central de embalagem e comercialização, servem como objetos de profissionalização da cadeia produtiva, ou melhor, de valorização e apropriação da renda gerada pelos cajuais.

Para tanto essas comunidades terão que animar a gestão do processo produtivo, como a gestão do empreendimento associativo, para que assim possa incrementar a renda familiar, além de propiciar as pessoas um processo dialógico de organização social e tomada de consciência das possibilidades de desenvolvimento de suas vidas. Como estamos falando de um processo de transformação das formas de uso do território, saindo de um processo tipicamente extrativista para operar um sistema de beneficiamento baseado na divisão do trabalho, deveremos fomentar uma forte dinâmica de capacitação e intercâmbio, contribuindo para qualificação das pessoas que vão gerir tanto o processo produtivo como administrativo embasado pelas normas e pelos procedimentos do sistema agroindustrial de beneficiamento da castanha do caju, assim como os aspectos legais (exigências sanitárias, fiscais, ambientais) de funcionamento.

4.2 - Inserção Comunitária e Associativa

Como fora citado no item anterior, a comercialização ocorre de forma individual. Tal ação pressupõe uma ausência de articulação entre as associações existentes no território, referente a um planejamento da produção da amêndoa in natura do caju. Pelo caráter pulverizado e da sazonalidade da cultura nas unidades familiares, a produção dos cajuais terminou tendo uma exploração marginal, frente às demais culturas, e até por isso mesmo não recebe uma atenção das associações.

Das 08 associações beneficiadas pelo projeto territorial temos 03 associações no município Bom Conselho. A primeira unidade de beneficiamento está situada no Sitio Angico de Baixo, sob a responsabilidade da Associação Comunitária de Desenvolvimento da Agricultura do Angico (com um quadro de 170 associados/as, dentre os quais, apenas 30 comercializam castanha in natura), reconhecida como uma comunidade quilombola. A segunda unidade de beneficiamento está situada no Sitio Mata Verde sob a responsabilidade da Associação Comunitária da Mata Verde (com um quadro de 28 associados/as). A terceira unidade de beneficiamento de castanha está situada no Sítio Caborges, seleção realizada após as visitas as mini-agroindústrias do território, e que por isso mesmo não conseguimos coletar dados sobre a associação.

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No município de Saloá estão situados 02 mini-agroindústrias de beneficiamento da castanha do caju. Uma das unidades está situada no Sitio Camaratuba, sobre a responsabilidade da Associação Comunitária do Sitio de Camaratuba (com um quadro de 180 associados/as, dentre os quais, 30 comercializam castanha in natura). A outra unidade de beneficiamento está situada no Sitio Araçá, sobre a responsabilidade da Associação Comunitária de Produtores Agrícolas do Sitio Araçá (com um quadro de 130 associados, dentre os quais, 25 comercializam a castanha in natura).

No município de Paranatama estão situadas 02 mini-agroindústrias de beneficiamento da castanha do caju. Uma das unidades está situada no Sitio de Lagoa Velha, sob a responsabilidade da Associação Santa Quitéria (com um quadro de associados em torno de 32 famílias). A outra unidade de beneficiamento está situada no Sitio Estreito, sob a responsabilidade da Associação Santa Emilia (com um quadro de associados em torno de 48 famílias). Em Terezinha a Associação Sítio Olho D’Agua de Dentro fora beneficiado com uma mini-agroindústria e seus equipamentos.

Em todas as comunidades visitadas colocaram que houve certo “esfriamento” na dinâmica organizativa em torno dos empreendimentos, ocorrido pela demora da efetivação do projeto territorial. A maioria das associações não tem um planejamento estratégico de sua gestão, e muito menos do empreendimento o qual estarão responsáveis. È importante que os movimentos sociais e os poderes públicos se articulem para animação social desse processo. A gestão associativa e produtiva dessas mini-agroindústrias devem fomentar nas comunidades uma dinâmica de geração de renda e principalmente colabore com o entrelaçamento entre as pessoas, grupos, movimentos e instituições ligadas à agricultura familiar no Território.

4.3 - Apoio Institucional e Articulação de Políticas Públicas

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Existe uma boa articulação entre todos os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR) de abrangência do Projeto Territorial de Fortalecimento da Cajucultura, onde os mesmos também compõem o Fórum Territorial do Agreste Meridional. Basicamente são os STTR’s que prestam algum tipo de assistência às associações beneficiadas.

Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) muitas vezes se fazem representados pelos representantes dos sindicatos que também compõem essa instância em seus municípios (como presidentes ou secretários). O CMDRS será outro elemento extremamente importante para viabilização dos empreendimentos. Pois será nessa instância municipal que acompanhará de perto o desempenho da execução e implementação do processo, construindo em conjunto com as associações as precondições básicas para o funcionamento e desenvolvimento das mini-agroindústrias, através da organização social e da viabilização das políticas públicas existentes.

Das quatro Prefeituras podemos observar uma maior sensibilização e mobilização sobre a importância do Projeto Territorial de forma mais emblemática nos municípios de Paranatama e principalmente no de Bom Conselho.

A Prefeitura de Bom Conselho já vêm, há certo tempo, desenvolvendo ações de apoio a cajucultura através da distribuição gratuita de mudas selecionadas para os agricultores/as do município. Visualizando o Projeto Territorial elaborado pelo Fórum, a Prefeitura juntamente com o CMDRS articularam recursos junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para construção de uma Unidade de Beneficiamento Comunitária do Caju e da Castanha, dando continuidade e seqüência à proposta dos atores sociais de apoio a dinamização das economias de base familiar no município e no território. A unidade

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comunitária de beneficiamento contribui diretamente para constituição do sistema produtivo da cajucultura, por trabalhar na perspectiva de beneficiar tanto a castanha como a polpa (para fabricação de sucos).

Além dessas ações acima citado, a Prefeitura vem colaborando com STR e o CMDRS no processo de constituição de uma Cooperativa de Crédito. O STR sede parte de sua estrutura para o funcionamento da Cooperativa, que está apenas aguardo a liberação para funcionamento por parte do Banco Central (BC), para então ser encaminhado os documentos a Junta Comercial e assim constituir a sua Certidão Nacional de Pessoal Jurídica (CNPJ).

A Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária (SPRRA) promoveu uma capacitação para os 32 agricultores responsáveis pela gestão produtiva e administrativa das mini-agroindústrias, em uma indústria de beneficiamento da castanha no município de Buíque, com duração de dois dias. Nessa capacitação/intercâmbio realizada no mês de novembro e dezembro de 2006, os agricultores puderam manejar os instrumentos de trabalho e acompanhar todo o processo de beneficiamento da amêndoa do caju em castanha.

Mesmos com todos esses potenciais institucionais, e processos de articulação de políticas públicas, compreendemos que não temos dados suficientes que dimensionem ao certo o processo institucional local de apoio à territorialidade do manejo dos cajuais (dos 14 municípios), construindo uma analise para além dos quatro municípios de abrangência do Projeto Territorial.

4.4 - Execução dos Projetos Territoriais Financiados Pelo PROINF

O Projeto Territorial de construção das mini-agroindústrias para beneficiamento das castanhas do caju proposto pelo Fórum e acompanhado pela iniciativa da Prefeitura de Bom Conselho, foram às primeiras iniciativas a titulo de infra-estrutura, de suporte a qualificação do uso e valor gerado pela territorialidade. Esse processo de estruturação das formas de uso do território, por parte da agricultura familiar, sofreu abalos na proporção da morosidade da execução do projeto.

A Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária (entidade executora do projeto territorial) teve enormes dificuldades no processo de liberação dos recursos e da abertura de licitação das obras e das aquisições de equipamentos5. A execução do recurso do PROINF de 2003 só começou a ser materializado em obras no período de 2004 á 2005. Há entrega efetiva dos equipamentos apenas acorreu em novembro de 2006. Quanto aos recursos de 2004, esses foram perdidos e repostos com os recursos de 2006. O montante de 2005 ainda tramita para liberação dos recursos para conta da SPRRA. Todas as obras construídas para abrigar a atividade de beneficiamento foram realizadas com as suas estruturas sub-dimensionadas para abrigarem o processo produtivo, além de todos os muros paralelos que dão apoio ao caldeirão na parte externa da casa estarem ao chão. Outra

5 A morosidade do processo de execução dos recursos não perpassa apenas no caso desse projeto no Agreste Meridional, a SPRRA ficou responsável por quase todos os projetos territoriais demandados pelos 06 Territórios Rurais atendidos pela política pública no Estado. Isso ocasionou na sobre carga de quase uma centena de projetos territoriais sobre a responsabilidade da SPRRA. A falta de pessoas, a burocracia dos instrumentos e dos processos de liberação do recurso do PROINF, aliado a uma ausência de um arranjo institucional entre a CEF, SDT/MDA e a secretaria, foram algumas de tantas outras variáveis que influenciaram na morosidade da efetivação dos projetos.

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questão importante é pensar (e articular) espaços para comportarem os estoques das mini-agroindústrias.

Alguns desses problemas acima citados estão sendo solucionados pelos atores sociais e os agentes governamentais do território. De certa maneira a SPRRA teve enormes deficiências na execução e monitoramento do projeto. Vale salientar que a Central de Comercialização (no município de Bom Conselho) além dos banheiros nas unidades ainda foram construídos.

Outro elemento complementar ao cenário desse Projeto Territorial é a formalização da Cooperativa de Crédito, a ser liberada pelo Banco Central (BC), tendo apenas algumas questões pendentes para liberação dos equipamentos e moveis (financiados pelo PROINF) para o seu funcionamento. Basicamente o foco das ações de qualificação da Territorialidade no manejo dos Cajuais em 2007, será a realização dos ajustes necessários nas infra-estruturas nas unidades de beneficiamento, capacitação dos grupos que irão trabalhar a gestão produtiva e administrativa, além de discutir territorialmente uma estratégia de utilização da safra de 2007 de amêndoa de caju, para realização tanto da venda in natura, como também da amêndoa beneficiada.

4.5 – Gestão Social da Territorialidade

Compreendemos que o funcionamento das mini-agroindústrias servirá como instrumento de qualificação da territorialidade dos agricultores familiares do produto socioeconômico no manejo produtivo dos Cajuais do Agreste Meridional.

Podemos identificar alguns gargalos no processo de execução do Projeto Territorial. O primeiro é oriundo da dificuldade e morosidade da SPRRA em executar (materializar) os Planos de Trabalho conveniados com a SDT/MDA, pela ausência de técnicos, questões de ordem burocrática, e uma série de outros problemas administrativos podem ser apontadas. Mais também não podemos deixar de registrar certo desânimo dos atores e associações beneficiadas pelo projeto, na dinâmica de acompanhamento e monitoramento da execução dos projetos pela SPRRA. Apenas em 2006 os projetos territoriais de 2003 do Agreste Meridional foram executados por completo, tendo pendente ainda os projetos complementares votados nos anos de 2004 e 2005.

. A ausência de assistência técnica constitui-se como o maior empecilho aos sistemas produtivos do Agreste Meridional. Tanto os cajuais e demais culturas temporárias e permanentes necessitam ser produzidas e trabalhadas sobre orientação apropriada. Mesmo com todos os atrasos para entrega da construção das casas onde abrigarão as mini-agroindústrias, aos equipamentos de beneficiamento da amêndoa e a ausência de assistência técnica rural no território, podemos identificar fortes potencias dessa iniciativa de apoio à territorialidade dos cajuais.

No território a produção de caju, de certo modo, é indefinida. Por meio de dados secundários, soubemos aproximadamente o incremento do valor total obtido pela produção. Os atores sociais do território exemplificam a relevância da produção, que em sua maioria, são escoadas para os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, para serem então beneficiadas. Logo para muitas empresas o Agreste Meridional é um território produtor de amêndoas de caju, e não um território de beneficiamento do produto.

A entrega dos equipamentos e as reformas em algumas construções darão as condições aos agricultores familiares de planejarem a produção de 2007, através da analise da capacidade de beneficiamento das mini-agroindústrias e agroindústria-comunitária de Bom Conselho, exercitando a gestão social do uso da produção.o Outra questão muito

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importante será o processo de liberação e funcionamento da cooperativa de crédito, que deverá da um relevante suporte ao funcionamento dessas mini-agroindústrias. A partir desses elementos disponibilizados as associações, os mesmos poderão construir pontos de pauta para negociação de apoio e recursos com as prefeituras e as demais entidades do território e do Estado. Após a entrega dos equipamentos, as comunidades ganharam um novo “gás”, quanto ao projeto territorial, sendo fator principal para o sucesso do projeto.

O desafio será justamente rastrear e organizar a produção para o beneficiamento e para sua venda (mesmo da amêndoa in natura), mas essas atividades apenas terão esteio caso as entidades e os movimentos sociais apóiem o processo de gestão das mini-agroindústrias e de suas respectivas associações responsáveis. O ano de 2007 será a possibilidade tanto de iniciar as atividades de beneficiamento da produção e da organização da produção, atrelado às ações de desenvolvimento do produto (embalagens, marketing, comercialização).

Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), as Prefeituras e os demais agentes governamentais e não-governamentais do Território do Agreste Meridional serão imprescindíveis para a consolidação desse projeto de desenvolvimento territorial de estruturação do sistema produtivo. A construção da Central de Comercialização e sua inserção na dinâmica produtiva poderão ampliar as capacidades de ganhos dos agricultores familiares, além de gerar um amplo processo de organização e transformação social.

5. CONCLUSÃO

Chegamos ao capitulo final de nosso estudo no qual analisamos a territorialidade dos agricultores familiares no manejo sócio-produtivo dos cajuais no Agreste Meridional de Pernambuco. A partir de nosso referencial teórico chegamos à compreensão de que territorialidade são as formas de ocupação, uso, controle, conservação e mutação do território pelas empresas, pelo Estado e pelos atores e agentes sociais (endógenos ou exógenos), a partir de suas estratégias de utilização e permanência no território. As empresas nacionais e multinacionais possuem privilegio e prioridade, frente ao Estado, nas ações de estruturação ou fortalecimento de suas territorialidades. O fortalecimento dessas territorialidades (hegemônicas, alienígenas e alienadas) desestabilizam os espaços e as estruturas das territorialidades populares, seja em seus aspectos sociais, ambientais, culturais e econômicos.

O próprio objetivo desse estudo entrelaçasse como resultante das discussões realizadas pelo Fórum Territorial do Agreste Meridional, espaço de gestão social das políticas públicas de desenvolvimento territorial. Para um maior aprofundamento conceitual e técnico sobre a problemática, quisemos contribuir com a discussão, realizando uma analise das formas de uso da agricultura familiar da territorialidade no manejo dos cajuais do Agreste Meridional, considerando seus entraves, potencialidades e desafios no processo de implantação do projeto territorial de fortalecimento sócio-produtivo.

Tanto no processo de caracterização do território dos cajuais, quanto na dinâmica de execução dos projetos territoriais, observamos uma enorme dificuldade do Estado Brasileiro em trabalhar e fortalecer as territorialidades dos agricultores familiares. Essa dificuldade de fortalecimento das territorialidades é ocasionada pela lógica agro-exportadora assumida e executada pelo Estado e pelas empresas no país. Apenas certas culturas permanentes ou temporárias devem ter atenção (ou são beneficiadas), ou aquele ou

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esse processo industrial de ser incentivado, sempre é claro, de acordo com os interesses do capital internacional, circunscrito no processo mundial de divisão do lucro e do trabalho.

E o mais interessante é observar que o mesmo Estado que legitimou as diferenças de uso e ocupação do território, hoje começa a fomentar um fortalecimento das territorialidades populares, através de um processo amplo de discussão e aplicação de recursos públicos. Desta forma delineasse políticas públicas de desenvolvimento territorial com a intenção de contribuir para o desenvolvimento das territorialidades, das capacidades dos atores sociais, do dinamismo socioeconômico, de infra-estrutura básica para produção, transformação e comercialização dos produtos estratégicos da agricultura familiar.

A implantação das 08 mini-agroindústrias, da Central de Comercialização e Embalagem, aliada ao funcionamento da cooperativa de crédito, poderão futuramente dar condições aos agricultores familiares do Agreste Meridional de utilizarem e se beneficiarem do real potencial dos cajuais, por meio da qualificação da territorialidade no manejo da cultura permanente.

Processos produtivos pressupõem mobilização e organização social, mas não vamos realizar (nesse caso) um processo empresarial, onde a organização será balizada pelo capital, mais sim, sobre uma perspectiva associativa, comunitária, visando um melhor aproveitamento das pessoas e das coisas ao nosso a redor, ao nosso entorno, não para o enriquecimento, e sim para a melhoria na qualidade de vida e alimentação.

As lutas de igualdade e justiça social perpassam pelo fortalecimento das territorialidades populares. Apenas dando-lhes acesso à educação, a tecnologias apropriadas e a assistência técnica rural, alicerçado num continuo fortalecimento associativo e cooperativo dessas comunidades rurais (após a predisposição desses elementos) poderão então vivenciar uma dinâmica mais justa e igualitária na processo de uso e apropriação dos potenciais existentes nos territórios rurais.

As precondições para o uso do espaço e para exercício da vida, demandam algumas estruturas sociais e infra-estruturas básicas para que possamos acessar a velocidade, a informação, a produtividade, a qualidade de vida, a sociabilidade e principalmente a mobilidade social.

A perspectiva de territorialidade traz em se uma visão humanista, por instigar algumas questões sobre a nossa responsabilidade com o nosso futuro, com a preservação do meio ambiente, do folclore, da população, da vida comunitária. Pois somos o nosso próprio projeto de ser, somos responsáveis por aquilo que somos, estamos aonde achamos melhor estar, escolhemos as coisas para podermos vivenciar. Apenas reconhecendo pertencer-se aquilo que nos pertence, podemos criar nossa identidade e assim interagir com o meio e as pessoas. Por isso a necessidade da Sociedade Civil participar do processo de discussão da estruturação das territorialidades, pois são elas que normatizam o dia a dia das famílias, que criam os ciclos econômicos, que desapropriam as terras, que expulsam o agricultor do campo para a indigência nas avenidas das grandes cidades. Essas pessoas são os verdadeiros brasileiros, e por isso mesmo merecem toda atenção das instituições públicas.

A igualdade não deve estar apenas nos livros dos juristas, ou na própria legislação, a igualdade socioeconômica deve estar nas formas de uso, ocupação, controle, conservação do ambiental através das territorialidades exercitadas pelas comunidades rurais. Essa valorização dos Territórios, e principalmente das pessoas, perpassam pelo acesso ao crédito, à assistência técnica rural, a políticas públicas, tendo como esteira um projeto de organização sócio-territorial.

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A democratização das formas de uso dos territórios por meio do fortalecimento das territorialidades populares mostra-se como elemento historicamente construído e politicamente conquistado. Quanto mais fortalecermos as territorialidades populares (ou seja, as formas de ocupação, uso, controle e transformação do território), estaremos fomentando um processo de desenvolvimento territorial endógeno, tanto por ser uma proposição local, como em seu ensejo visa o fortalecimento e a conservação de sua população e do seu meio ambiente.

Da qualificação da territorialidade a estratégia de dinamização socioeconômica dos potenciais do Território, ocorrerá na medida em que as populações rurais tenham mais acesso a informação, ao crédito, e assistência técnica, assim “o nível de vida poderá ser elevado quando os pequenos proprietários, arrendatários e parceiros recebam uma assistência técnica mais eficiente, uma educação que os leve a melhor utilizar os recursos que o meio lhe oferece, tiverem acesso amplo ao crédito bancário e tiverem a comercialização de sua produção organizada, eliminando a ação do agiota nos empréstimos de entre-safra e do intermediário da comercialização da produção” (Andrade, 1973, p.165).

O desenvolvimento dessas comunidades rurais depende da assistência técnica pública e gratuita, da organização comunitária e associativa, do acesso e adequação das políticas de investimento e crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), e de investimentos em tecnologias apropriadas.

A estruturação dos sistemas produtivos da agricultura familiar ocorrerá tanto pelo incentivo a produção de tecnologias apropriadas, aliado ao entrelaçamento das atividades produtivas (o Território dos Cajuais tem enorme potencial para produção de forragem para alimentação do gado de leite e de corte). As interfaces entre as ações produtivas ocorrerão na medida em as esferas governamentais (união, estadual e municipal) colaborem como o desenvolvimento dessas territorialidades.

A dinamização socioeconômica dos territórios rurais dependerá da participação da sociedade nos processos discussão, elaboração, execução, implantação, monitoramento e avaliação das políticas públicas. Em contra partida o Estado tem que promover políticas de fortalecimento não só das territorialidades produtivas ou socioeconômicas, mais principalmente das territorialidades culturais, societárias e ambientais. A dinamização territorial será produto do dinamismo socioeconômico e da infra-estrutura sócio-produtiva básica de suporte a produção, transformação e comercialização dos produtos da agricultura familiar no Agreste Meridional.

O estimulo a formação de espaços de gestão social das políticas públicas e das formas de uso em âmbito territorial tende a propiciar as instituições locais o entrelaçamento das ações estratégicas para apoio a agricultura familiar, além de servir como objeto de conscientização de que fazem parte de um Território.

A construção participativa do diagnostico da situação do Território propicia o processo de conscientização coletiva da real circunstância do espaço em comum o qual compartilham. Para então constituir ações e programas para enfrentamento dos entraves adequando as políticas públicas implementadas, verificando as formas de uso produtivo exercitadas, formulando e reformulando as estratégias relevantes ao desenvolvimento do Território. A identificação as atividades produtivas danosas, das praticas ecológicas, dos meandros da comercialização e do consumo, do manejo ambientalmente sustentável, subsidiam os atores sociais e governos locais no processo de discussão e elaboração de projetos territoriais em prol da dinamização socioeconômica dessas comunidades.

Para tanto o Fórum Territorial devem ser constituído com uma ampla representatividade dos municípios e de atores em sua composição. Construindo um plano

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de trabalho e uma estratégia de comunicação entre os CMDRS existentes, instrumentalizando a instância territorial com um arcabouço de informações, pleitos, os potenciais e os gargalos enfrentados pelas comunidades rurais. Os sindicatos, as associações, as cooperativas, movimentos sociais e agrários, igrejas, contribuem tanto na esfera municipal como na esfera territorial do processo de gestão social das políticas públicas e das formas de uso produtivo do território.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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CARA, Roberto Bustos. Territorialidade e Identidade Regional no Sul da Província de Buenos Aires. IN: SANTOS, Milton. & SOUZA, Maria Adélia A (orgs), Território: Globalização e Fragmentação. 4a. edição, Editora Hucttec, ANPUR, São Paulo, 1998.

LITTLE, Paul E. Territórios Sociais e Povos Tradicionais no Brasil: Por Uma Antropologia da Territorialidade. Revista Antropológica UNB, Brasília, 2002. SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização. Do Discurso Único à Consciência

Universal. Rio de Janeiro, Editora Record, 2000.

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