• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Centro de Ciências da Saúde

Observatório da Inclusão e Diversidade na Educação – DIVERSIFICA Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação

CRISBERG CINTRA CHAVES

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO

Santo Antônio de Jesus 2020

(2)

CRISBERG CINTRA CHAVES

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Inclusão e Diversidade na Educação.

Orientador/Orientadora: Prof.ª(a). Dr.ª Lúcia Gracia Ferreira Trindade.

Santo Antônio de Jesus 2020

(3)

CRISBERG CINTRA CHAVES

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO

Santo Antônio de Jesus – Ba, aprovada em 10/07/2020

Banca Examinadora

__________________________________________ Prof. (a) Dra. Lúcia Gracia Ferreira Trindade

orientadora

___________________________________________ Lilian Moreira Cruz

(4)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...4

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NA LETRA DA LEI ...5

COMPREENDENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ...7

MÉTODO ...10

RESULTADOS ...11

CONSIDERAÇOES FINAIS ...17

(5)

CHAVES, Crisberg C. Transtorno do Espectro autista – TEA: Do senso comum a compreensão do conceito. Número de páginas (19 pg.) 2020. Trabalho de Conclusão do Curso em Inclusão e Diversidade na Educação – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Santo Antônio de Jesus, 2020.

INTRODUÇÃO

A presença e participação de alunos com necessidades educacionais especiais nas salas de aula da rede regular, nos diferentes níveis de ensino, é uma realidade e também um desafio, sobretudo para professores (as). Quaisquer que sejam as necessidades educacionais dos alunos, são necessárias qualificação desses profissionais, no intuito de que possam proporcionar aprendizagens significativas através do alcance dos objetivos propostos para estes alunos.

Com alunos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista – TEA, ou simplesmente autistas como costumeiramente são conhecidos, não poderia ser diferente. Na prática, devem ser mais intensificadas, haja vista a existência de variações do próprio transtorno.

Isto posto, a temática aqui escolhida para discussão e compreensão, parte de vivências com alunos autistas na rede regular de ensino no município de Ilhéus – Bahia, inicialmente na Escola Municipal Professor Paulo Freire - EMPF, no bairro do Teotônio Vilela e posteriormente, no Centro de Atendimento Integral a Criança - CAIC, no bairro Hernani Sá, responsáveis pelas inquietações.

Nestas unidades, foi perceptível que embora houvessem características semelhantes entre os alunos, como a tendência ao isolamento e o apego à rotinas, distinções também foram notadas, como por exemplo o contato físico no qual alguns tendem ao abraço constante, outros já o evitam.

Alunos que possuem hipersensibilidade auditiva, que se manifestava sempre com a queima de fogos das lojas ao redor da unidade escolar, ou mesmo quando a turma se agitava por meio de brincadeiras durante os momentos de recreio, os fazendo levar as mãos para tapar os ouvidos, ao passo que outros se envolviam com desenhos e pinturas ignorando a situação ao redor.

(6)

Em termos de conhecimentos acadêmicos, as semelhanças e distinções também se fazem notáveis, quando por exemplo, todos possuíam dificuldades extremas com escrita, entretanto liam textos com desenvoltura; e em matemática, com todos os alunos, era necessários a utilização de material concreto, especialmente no trato dos conceitos das operações fundamentais.

Desse modo, a escolha da temática autista, parte da necessidade particular de estabelecer relação entre a prática pedagógica, já exercida ao longo do período de aproximadamente seis anos; com o conhecimento teórico difundido a respeito do tema, de forma a proporcionar reflexão sobre a prática.

Justifica-se, face o quantitativo de alunos matriculados com laudo médico no Centro de Atendimento Integral a criança; bem como, mediante o quantitativo de alunos com suspeitas do transtorno, mas ainda não diagnosticados. Justifica-se também face a existência de lacunas oriundas da formação inicial e continuada, que por sua vez acarreta na compreensão do autista de uma forma equivocada.

E objetiva-se compreender a educação inclusiva e o transtorno do espectro autista ao analisar textos e plataformas de pesquisas de relevância na comunidade acadêmica, bem como, nas plataformas de conhecimento popular.

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NA LETRA DA LEI

A educação formal, aqui entendida como as ações que ocorrem de forma sistemática, organizada e intencionalmente, dentro de instituições aprovadas pelo governo, sejam públicas ou privadas; deve ser pensada sob a ótica de processos históricos, sociais, econômicos e culturais.

Deve também ser percebida pelos inúmeros desafios ainda existentes, mas principalmente pelos numerosos avanços e conquistas, resultantes das lutas de movimentos sociais que culminaram na elaboração de dispositivos legais, que hoje promovem garantia, acesso e a permanência de forma igualitária a todos.

A Constituição Federal de 1988, tem sua relevância nesse sentido, não apenas por possibilitar elaboração de outros documentos com vistas a garantia de direitos, mas por objetivar o pleno desenvolvimento, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho,

(7)

por meio da educação, a qual é considerada direito fundamental a todos, incluindo pessoas com necessidades especiais.

No âmbito estrito da educação especial, a Constituição no artigo 208, na seção III, institui que “o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, seja realizado preferencialmente na rede regular de ensino”, e sob a responsabilidade do Estado. Ou seja, o trabalho realizado em instituições especializadas criadas para atuar de forma semelhante a educação comum, começa gradativamente a se concretizar de forma complementar a escolarização regular e não mais como substitutivo.

Em consonância com a constituição, a Declaração de Salamanca de 1994, também descreve sobre a necessidade e urgência da educação especial para crianças, jovens e adultos no contexto do sistema regular de ensino.

Outro documento de especial relevância para a educação especial, especialmente no Brasil, é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9.394 de 1996, uma vez que além de conceituar a educação especial, evidencia seu caráter transversos e traça os primeiros direcionamentos para os sistemas educacionais.

Embora todos estes documentos sejam de suma relevância para a educação especial, é a Lei 12.764, de 27 de setembro de 2012, Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que favorece esses alunos, instituindo a adaptação do ensino às suas especificidades e dificuldades de aprendizagem no processo de educação inclusiva.

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a fazer parte da proposta pedagógica da escola regular, considerando às necessidades educacionais dos alunos com deficiência, de forma articulada com o ensino comum, eliminando de acordo Guijarro (2005), as barreiras que limitam a aprendizagem e participação de alunos e alunas.

Guijarro (2005), chama atenção para a diferenciação da educação inclusiva em relação a educação regular, por essa ser pautada numa visão de diversidade, que concebe o aluno como um ser de experiencias e vivências únicas. Assim, propondo uma educação com ênfase na valorização e respeito a essa diversidade, que é um meio de enriquecimento do processo de aprendizagem e otimização do desenvolvimento pessoal e social.

Ainda para Guijarro (2005), o fator mais importante para o desenvolvimento da educação inclusiva é que a sociedade e muito especialmente a comunidade escolar, tenha uma atitude de respeito e aceitação às diferenças. Contudo, Nunes et al (2016), evidencia que a

(8)

presença de um aluno autista nas classes regulares, caracteriza-se como um desafio especialmente para os professores, ainda que sejam favoráveis a inclusão.

Schmidt et al (2019), corroboram com Nunes et al (2016), considerando ser desafio a presença de alunos autistas nas escolas de educação regular, em razão da falta de conhecimento, oriunda das carências na formações iniciais e continuadas desses professores; bem como, a falta de ajustes curriculares e metodológicos.

Isto posto, na concepção de Nunes et al (2016), tem-se ocasionado uma visão errônea do autista enquanto ser preso num mundo próprio e inacessível, o que por sua vez, tem proporcionado o desenvolvimento de habilidades funcionais em detrimento dos saberes acadêmicos, resultando em defasagem escolar desses educandos nos diversos níveis de ensino.

Nesse sentido, para Schmidt et al (2019), é o desconhecimento sobre o autismo que dificulta a elaboração de práticas pedagógicas que auxiliem na participação e na aprendizagem desses alunos, sendo então de suma importância, impulsionar a formação docente para que este professor (a), a partir das características do autismo.

Nunes et al (2016), chama atenção para um crescimento significativo de casos de autismo, ao mesmo tempo que sinaliza o aumento das estimativas a partir do cruzamento de dados internacionais ainda não diagnosticados, ou seja, as subnotificações de casos; evidenciando, a persistência desse desafio para o ensino regular.

Por essa razão, Schmidt et al (2019), destaca que a inclusão de alunos com transtorno do espectro autistas tem se tornado ponto central de discussão entre professores, especialmente no contexto da rede pública onde o número de matriculas é cada vez mais crescente.

COMPREENDENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Segundo Carvalho (2019), o termo autista foi utilizado pela primeira vez no ano de 1911, pelo psicólogo suíço Eugen Bleuler, para se referir a um quadro que ficou conhecido como mutismo; ou seja, para citar pessoas, que apresentavam perda da realidade e tendência ao isolamento, o que por sua vez, ocasionava dificuldades ou impossibilidade na comunicação.

Carvalho (2019) apresenta a psicanalista inglesa Melaine Klein, como pioneiras no estudo com crianças autistas em decorrência de suas publicações, porém chama atenção para a

(9)

não existência do termo na época, assim informa que na teoria Klein, o autismo era abordado em termos de inibição do desenvolvimento, considerando como ponto central, o bloqueio da fantasia, razão que culminava num déficit na competência de simbolizar.

Leo Kanner, psiquiatra austríaco, muito referendado em Carvalho (2019) e também mencionado em Defendi (2020), traz como contribuições em suas pesquisas com crianças, pontos fundamentais que permitiu o estabelecimento de critérios diagnósticos. Todos estes baseados, no isolamento, na recusa a comunicação e consequentemente distúrbios de linguagem.

Leo Kanner também observou que embora fossem crianças “voltadas para si”, como costumeiramente é dito, algumas delas também apresentavam inteligência para áreas de conhecimento para quais voltavam sua atenção, de forma que poderiam ser consideradas como sábios em virtude de suas originalidades. (CARVALHO, 2019)

Outro destaque por Carvalho (2019) é Hans Asperger, por acrescentar ao trabalho de Kanner, o não compartilhar de interesses com crianças da mesma idade, por serem sexualmente frios, distantes do contato social e afetivo inclusive com a famílias, por apresentarem características que permitiam o desenvolvimento de habilidades que os tirassem de seus universos repetitivos e estereotipados.

Em síntese, a singularidade e relevância dos trabalhos dos autores supracitados de acordo Carvalho (2019), se justifica por formarem alicerces consistentes, especialmente na área clínica, uma vez que, de acordo com Defendi (2020), existe nessa área de conhecimento assim como na cientifica, dificuldades nos estabelecimentos de parâmetros exatos de forma a causar imprecisões no mapeamento.

Outro motivo da relevância desses estudos, segundo Defendi (2020), é que estes abriram espaço para o desenvolvimento de teorias que buscassem as causas e origens do autismo, noutros fatores para além da relação emocional entre a família e a criança. Ou seja, o autismo deixa de ser considerado um transtorno emocional, proveniente da ausência de afeto dos pais na criação dos filhos, como era visto nos anos 1960.

Defendi (2020), complementa sinalizando que o autismo, passou então a ser melhor compreendido a partir de estudos científicos, especialmente os que tinham por base causas neurobiológicas, psicológicas e sociais, ou seja, de uma abordagem multidimensional. E acrescenta que aspectos étnicos, geográficos e socioeconômicos, estão descartados como possíveis causas do transtorno.

(10)

Nesse sentido Carvalho (2019) e Defendi (2020), mencionam a existência de pesquisas que buscam relacionar o autismo a causas genéticas, especialmente o infantil, mas ambos asseguram o não estabelecimento de causa direta entre estes, visto que não é possível visto isolar uma mutação que explique a manifestação clínica, como também, não tornou possível identificar genes responsáveis pelo autismo.

Quanto a expressão espectro do autismo, esta é atribuída psicanalista Lorna Wing, sendo o termo mais tarde incorporado ao Manual Diagnostico e Transtornos Mentais - DSM. Nele, o autismo passa a ser considerado como categoria própria após uma reformulação metodológica, mas antes desse momento, era concebido como uma variação da esquizofrenia infantil. (CARVALHO, 2019)

Dessa forma, Boettger et al (2013), Defendi (2020) e Carvalho (2019), discutem o autismo considerando–o como Transtorno Global de Desenvolvimento, que consiste numa condição permanente, grave e global, presente desde a infância, com prejuízo na comunicação, interação social e de comportamentos restritivos e repetitivos, não sendo mais explicado como deficiência cognitiva.

Carvalho (2019) complementa sinalizando a existência de diferentes níveis de comprometimento das principais características do transtorno, ou seja, há existência de variações na comunicação, na interação social e nos comportamentos apresentados pelo DSM em níveis o qual segundo a autora são: “nível 1: exigindo apoio; nível 2: exigindo apoio

substancial; nível 3: exigindo apoio muito substancial”.

Para Boettger, et al (2013), Defendi (2020) e outros, estes níveis são definidos respectivamente como grau leve, moderado ou severo e a esse respeito, Defendi (2020), ressalta que o nível de comprometimento dessas características em maior ou menor grau, como sendo determinante na condição intelectual da pessoa com autismo.

Com base nos diferentes níveis apresentados como variantes do transtorno, Schmidt et al (2019), define então o autismo:

[...] não como uma condição homogênea, em que todas as crianças com esta condição apresentam os mesmos comportamentos, mas como um continuum em que algumas das características podem se apresentar de determinada maneira em alguns alunos e muito diferente em outros. Assim, cada pessoa com autismo pode manifestar os sinais deste transtorno de uma forma semelhante, mas não igual, pois cada criança (com ou sem autismo) sempre é única em sua singularidade (SCHMIDT, RAMOS E BITTENCOURT, 2019, p. 89).

Defendi (2020), Carvalho (2019) e outros, corroboram com a afirmação de que a variação dos níveis de comprometimento da tríade, que atualmente caracterizam o transtorno

(11)

do espectro autista, define tanto o direcionamento tanto para o trabalho clinico-terapêutico, quanto para o trabalho educacional, o que justifica a necessidade de compreensão destes

MÉTODO

De acordo Jung (2003), o método cientifico constitui-se como um conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem executadas na investigação de um fenômeno. Todavia, o autor destaca que nem todos os campos da ciência obtêm suas conclusões da mesma maneira, para cada área de conhecimento, ciências exatas e tecnológicas ou ciências sociais, existe um método especifico a ser utilizado.

Para esta pesquisa que consiste em revisão bibliográfica, optamos pela abordagem foi quanti-qualitativa, por ser aquela que analisa e interpreta aspectos psicossociais do comportamento humano, como também por utilizar o emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações e/ou no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas (MARCONI, LAKATOS, 2004) para apresentação de resultados.

A primeira etapa consiste no levantamento de referencial bibliográfico a respeito do caminhar da educação, em especifico a educação especial, que oportunizou a inclusão de alunos autistas nas series da rede regular de ensino, bem como, conhecimentos sobre o transtorno do espectro autista para maior apropriação do assunto.

Desse modo, buscamos textos em plataformas de pesquisas de cunho popular e plataforma de pesquisas com características acadêmicas, ou seja, de cunho científicos, para a comparação dos conceitos. As plataformas escolhidas foram respectivamente o Google e o bando de teses da Universidade de São Paulo.

A escolha se justifica em virtude de ser o Google, uma ferramenta de busca acessível, contendo uma variedade de textos, que podem satisfazer inquietações de um público variado, com níveis de conhecimento e grau de instrução diversos; e a Universidade de São Paulo em virtude da credibilidade da instituição em âmbito nacional e por ser uma das mais conhecidas e referendadas.

Este primeiro momento da pesquisa, foi realizado no período compreendido entre os dias 26 de março de 2020 a 29 de abril de 2020, utilizando a palavra autismo como geradora para busca dos textos. Estes foram selecionados inicialmente a partir dos títulos e dos resumos, e excluídos da pesquisa após leitura no qual constatava-se a pertinência com o tema.

(12)

Paulo escolhemos 3 dissertações de mestrado que apresentavam relevância estrita sobre o autismo, embora estivessem voltadas para a área da psicologia, embora não foram dadas preferencias por área de pesquisas em detrimento a outras mas apenas consideração a relevância com a temática.

Destas dissertações, duas foram descartadas por não possuírem ênfase nos aspectos do Transtorno do Espectro Autista, mas em outras comorbidades associadas com transtornos; permanecendo apenas uma, por abordar desde o contexto histórico relativo as primeiras indagações sobre o tema, como também, sob as características mais relevantes do transtorno.

Outra plataforma de cunho acadêmico utilizada foi a Web of Science. A escolha por esta plataforma se justifica em virtude do idioma inglês, o qual é considerado de comunicação geral quando o assunto é pesquisa e ciência, e por que cada vez mais tem sido comum a utilização desse idioma para comunicação entre pesquisadores inclusive os nativos de países não ingleses.

Desse modo é possível, conhecer entre outros elementos, autores que mais pesquisam, os autores mais citados, quando começaram as publicações sobre autismo, bem como, a situação da área de educação diante das demais áreas de conhecimento em números de artigos publicados além de avanços e retrocessos dando especial atenção para o momento atual.

Esta fase da pesquisa foi realizada no dia 30 de março de 2020, utilizando a mesma palavra geradora de pesquisa, contudo em língua inglês “autismo” como já explicitado em decorrência do idioma.

RESULTADOS

Na plataforma Web of Science, em março de 2020, período de iniciação desta pesquisa, utilizamos palavra “autism” como palavra geradora, (uso do termo em língua inglesa, uma vez que a plataforma digital não é em português), sem a utilização quaisquer outras palavras que servissem de filtro; a existência de um total de 67.818 artigos (imagem 1), sendo primeira publicação datada do ano de 1946, sob autoria de Leo Kanner (imagem 2).

Esse número, consideradamente expressivo, demonstra que as inquietações a respeito do Transtorno do Espectro Autista, reside em diversas áreas do conhecimento, especialmente no campo das ciências da saúde, em especial na medicina e psicologia. Áreas fundamentais no

(13)

o diagnóstico clínicos-terapêuticos que por sua vez influenciam diretamente nas práticas escolares para alunos com deficiência.

Imagem 1 - Totalidade de pesquisas sobre autismo no web of Science em março de 2020.

Imagem 2 -Os quatro textos mais antigos por ano de publicação.

Posteriormente, quando delimitado como área de concentração a educação de especial, o site, demonstra que esta área de conhecimento, encontra- se na quinta posição em termos de número de publicações com um total de 6.472 artigos, representando quase 10% do total (imagem3), sendo o primeiro artigo publicado no ano de 1963 (imagem 4), ou seja, 17 anos depois da primeira publicação em âmbito geral.

(14)

Imagem 3 - Gráfico com apresentação do número de publicações sobre autismo na educação especial.

Imagem 4 - As três primeiras publicações no contexto da educação especial.

A plataforma digital demonstra (imagem 5), que desde o ano de 2011, o número de publicações a respeito do Transtorno do Espectro Autismo, especificamente na área de educação especial, tem crescido e embora houvesse uma pequena diminuição nos anos de 2017 e 2018, o ano de 2019 destaca-se com 698 artigos publicados e a tendência parece crescente, haja vista no primeiro trimestre do ano de 2020, já foram publicados 151 artigos na área.

(15)

Imagem 5 - Número de publicações sobre o autismo em dez anos.

Pode-se hipoteticamente, atribuir o crescente número de publicações em contextos educacional, em virtude do aumento de casos de autismo já mencionado nas pesquisas de Nunes et al. (2016), os quais em algum momento acabam sendo incluídos na escola regular em instituições privadas e principalmente públicas.

Ainda de acordo o site, o país que mais pública é os Estados Unidos da América (EUA), com 3.638 artigos, o que representa 56,2 % do total, ou seja, mais da metade de todo o número de publicações e o pesquisador com maior número de publicações na área é Matson J. L., com 240 artigos (imagem 6).

(16)

A plataforma apresenta ainda outros dados relevantes como por exemplo a quantidade de citações da palavra autismo - a saber 14.474 – em publicações, como também aponta para a existência ainda limitada de apenas 8 publicações traduzidas em língua portuguesa.

Todos esses dados evidenciam a importância e necessidade do estudo do transtorno do espectro autista em toda a comunidade acadêmica. Contudo, demonstra a limitação ainda em áreas como educação apesar de uma demanda ser cada vez mais crescente nesse seguimento, como também atestam para o fato de que a educação necessita de parcerias com outras áreas de conhecimento, para uma melhor compreensão e direcionamento nas ações com pessoas autistas.

Sobre as publicações encontradas no banco de teses da Universidade de São Paulo - USP, estas corroboram com os dados apresentados web of Science, havia uma grande quantidade de trabalhos, a maior parte em áreas distintas a educação. Deste portal, a dissertação escolhida possibilitou compreender o transtorno a partir do seu contexto histórico.

Dos textos selecionados constatou-se nos que abordam a educação, muitos relatos de experiências realizadas por educadores em distintos contextos de sala de aula do ensino regular e sala de educação especial, trabalhos exitosos realizados com alunos autistas. Nestes é possível perceber que as metodologias desenvolvidas têm como ponto de partida a tríade de comprometimentos que classificam o transtorno.

São práticas que utilizam desde instrumentos sofisticados como o uso do computador ou softwares, até utilização de materiais simples como a confecção de cartões com utilização de desenhos, mudanças de rotinas como meio facilitadores de aprendizagem e outros. Algumas dessas metodologias ou intervenções de acordo Mello (2001), foram pensadas para tratar de outras patologias e recebem nomes específicos como por exemplo: Sistemas de Comunicação Através de Trocas de Figuras – PECS, Análise Aplicada do Comportamento.

No contexto estrito da educação, especialmente em contextos da rede pública regular de ensino, identifica-se nos trabalhos de Schmidt et al (2019) a proposta de Intervenção Mediada por Pares – IMP. Justificando-se por consistir numa proposta utilizada em ambientes não clínicos, como a escola; por ser uma proposta que não demanda de recursos financeiros ou estruturais.

A Intervenção Mediada por Pares, consiste na participação dos colegas de classe dos alunos autistas, preferencialmente de mesma idade, como agentes ativos no desenvolvimento de habilidades sociais do aluno.

(17)

tratar de outras patologias e recebem nomes específicos como por exemplo: Sistemas de Comunicação Através de Trocas de Figuras – PECS, Análise Aplicada do Comportamento.

No contexto estrito da educação, especialmente em contextos da rede pública regular de ensino, identifica-se nos trabalhos de Schmidt et al (2019) a proposta de Intervenção Mediada por Pares – IMP. Justificando-se por consistir numa proposta utilizada em ambientes não clínicos, como a escola; por ser uma proposta que não demanda de recursos financeiros ou estruturais.

A Intervenção Mediada por Pares, consiste na participação dos colegas de classe dos alunos autistas, preferencialmente de mesma idade, como agentes ativos no desenvolvimento de habilidades sociais do aluno.

Nas palavras de Schmidt et al (2019), consiste no sistema de monitorias, estratégias já utilizadas em sala de aula por diversos professores em diversos contextos; logo, não é algo novo, mas que precisa ser bem direcionada para que sejam maximizadas as oportunidades de interação, resposta e aprendizagem das crianças com deficiência.

Consiste numa proposta que tem por característica a interação, baseando-se nas teorias de desenvolvimento infantil, Schmitd et al (2019), lembra que as interações, ocorrem de forma vertical ou horizontal. Na primeira, a interação ocorre entre criança e alguém com conhecimentos mais desenvolvidos, ou seja, os adultos; na segunda ocorre entre criança-criança, que são importantes para habilidades de aptidão social. Schmidt (2019) acrescenta:

Através das trocas adquiridas com uma criança socialmente parecida, a criança pode desenvolver níveis maiores de interação e aprimorar as habilidades básicas já adquiridas nas relações com os adultos, tais como o domínio de habilidades de colaboração, resolução de conflitos, iniciativa e trocas, entre outros. (SCHMIDT, 2019, p.93).

Schmidt et al (2019), menciona estudos internacionais que demonstram que a intervenção é benéfica para a criança com deficiência, para os colegas mediadores e para o professor (a). A criança com deficiência, porque passa a ser incluída de modo mais participativo e por dificultar fugas durante a execução da tarefa, uma vez que fisicamente estarão posicionados entre os colegas mediadores.

Para os colegas mediadores por além de desenvolver empatia, solidariedade, respeito, estarem revendo firmemente os conceitos acadêmicos estudados nas diferentes matérias; e para o professor, por este contar com o auxílio de todos, tendo seu papel mediador compartilhado.

(18)

Por fim, pra a implementação da proposta é necessário que os alunos mediadores sejam assíduos, que dominem os conteúdos acadêmicos trabalhados; ao professor compete reunir-se constantemente com os alunos antes da aplicação das atividades para que possam dar direcionamentos do que podem e devem ser realizado e depois para que possam relatar como se sentiram, quais foram as dificuldades, os avanços e serem motivados.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Uma vez inseridos no contexto do Transtorno do Espectro Autista, é imprescindível o conhecimento do mesmo, especialmente quando na condição de professor (a), por ser peça fundamental no processo de ensino-aprendizagem, tal qual como qualquer outro tipo de limitação apresentada pelo aluno.

Isso significa estar também, imenso num contexto de educação inclusiva, no qual a diversidade deve ser o ponto de partida para elaboração de práticas pedagógicas pautadas no respeito e na diversidade, fazendo adaptação constantes de currículo e metodologias de acordo as peculiaridades de cada aluno como já mencionado anteriormente.

Os textos encontrados nas plataformas de pesquisas demonstram uma educação especial e inclusiva que foi gradativamente se ajustando ao longo dos anos, as novas realidades e também em virtude de documentos legais que a organizam, mas sem perder de vista os objetivos a que se destinam.

Quanto ao transtorno, as plataformas de pesquisa contribuem significativamente nos primeiros passos em direção a conhecimentos sobre as especificidades dos alunos autistas, haja vista carências de formações iniciais e continuadas de professores em decorrência da ausência de matérias especificas em cursos de graduação e escassez de cursos em níveis de pós graduação.

Com base na experencia com a plataformas web of Science, é possível perceber que sites de língua inglesa conseguem reunir um número maior de artigos, dados diversos e complementares, informações de grande relevância, por serem de caráter mais científicos, mas que contudo, atendem a um público menor e seleto em decorrência do uso da língua.

Um ponto negativo neste caso especifico, foi a constatação de um número muito reduzido de artigos traduzidos para língua portuguesa, tanto observado grande quantidade de publicações em diversas áreas de conhecimento, quanto em âmbito especifico da educação inclusiva.

(19)

Quanto ao banco de teses da Universidade de São Paulo, embora contenha o mesmo perfil da plataforma supracitada no que tanto a grande quantidade de publicações e quanto a distribuições nas áreas de conhecimento, mantém-se como ponto positivo a essência cientifica dos textos mas agora com maior acessibilidade aos textos, em virtude de estarem escrito em língua nativa.

Quanto ao site google, este possui uma grande quantidade de textos que inclui desde revistas, periódicos, relatos de experiencias de professore em distintos contextos com a utilização de estratégias e intervenções, muitas vezes pensadas para outras comorbidades associadas ao transtorno.

São publicações que atendem a um público maior e não apenas acadêmicos, pois foram redigidos em linguagem de fácil compreensão, entretanto não consistindo em receitas prontas, mas apenas sugestões que deram certo e que servem como norteadores para outras práticas.

Destas publicações e estratégias, destaca-se a Intervenção Mediada por Pares, por entre outras razoes ser destinada a contextos não clínicos como a escola, por intervir nos aspectos que caracterizam o Autismo (isolamento, comunicação e comportamento), pela não necessidade de grandes investimentos financeiros, e sobretudo por poder ser utilizado por todos professores devido a simplicidade.

O conteúdo divulgado nas plataformas mencionadas, oportuniza também conhecimentos que podem auxiliar professores em sala de aula, com a identificação de possíveis sinais indicativos do transtorno, de modo que possam auxiliarem a família ao diagnóstico e tratamento ainda precoce, a partir do devido encaminhamento a um médico especializado.

Obviamente não são a solução para as questões docentes, pois acreditamos que estas surgirão no chão da escola através desse constante diálogo entre o fazer pedagógico e o refletir sobre o que é feito, mas fica evidente que o transtorno do espectro autista constitui-se um assunto bem descrito e detalhado pelos sites consultados.

Estes cumprem significativamente seu papel de informar e instruir, acrescentando conhecimento, dirimindo lacunas de formação, mas também suscitando novos questionamentos de forma a fomentar novas pesquisas. São ótimas ferramentas de trabalho com divulgação clara de conhecimento e atendem a todo tipo de público que delas necessitam.

(20)

REFERÊNCIAS

BOETTGER, Andrea Rizzo dos Santos; LOURENÇO, Ana Carla; CAPELLINI, Vera Lucia Messias Fialho. O professor da educação Especial e o processo de ensino – aprendizagem de alunos com autismo. Revista Educação Especial. Santa Maria, v. 26, n. 46, maio/ago. 2013. P. 385-400.

CARVALHO, Fernanda Cristina Gomes. Os autistas na atualidade: contribuições a partir da psicanalise e da genética. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em

Psicologia Clínica. Instituto de Psicologia: Universidade de São Paulo, 2019.

DEFENDI, Edson. Transtorno do Espectro Autista – TEA. Disponível em:<

https://docplayer.com.br/37637573-Transtorno-do-espectro-do-autismo-tea-prof-edson-defendi.html#show_full_text >Acessado em: 25/03/2020

GUIJARRO, Maria Rosa Blanco. Inclusão: desafios para os sistemas educacionais. in:

Ensaios pedagógicos – construindo escolas inclusivas. 1 ed. Brasília, MEC, SEESP, 2005.

p. 7-14.

GUIMARÃES, Soraia de Mello. Autismo: uma atitude. Instituto de Pedagogia de Minas Gerais - IPEMIG. Minas Gerais, 2018.

JUNG. Carlo Fernando. Metodológia Científica: Ênfase em Pesquisa Tecnologica. 3ª ed revisada e ampliada. 2003. Disponivel in

<http://www.mecanica.ufrgs.br/promec/alunos/download/metodolo.pdf> Acessado 01/04/2020.

MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MELLO, Ana Maria S. R. Autismo: Guia prático. 2 ed. São Paulo, 2001.

NUNES, Debora Regina de Paula et al. Inclusão escolar e autismo: uma análise da percepção docente e práticas pedagógicas. Revista Psicologia: Teoria e Pratica. vol.18, n.1, pp. 222-235 São Paulo. 2016.

SCHMIDT, Carlo; RAMOS, Fabiane dos Santos; BITTENCOURT, Daniele Denardin d. Intervenção Mediada por Pares como prática pedagógica para alunos com autismo. In: PAVÃO, Ana Cláudia Oliveira; PAVÃO, Sílvia Maria de Oliveira (org.). Práticas

educacionais inclusivas na educação básica. Santa Maria, RS: FACO-UFSM, 2019. p.

89-104.

Referências

Documentos relacionados

Acredita-se que através da arte na educação é possível desenvolver certas áreas do conhecimento como a percepção visual, auditiva, a expressão corporal, a intuição, a

Há alunos que freqüentarão o AEE mais vezes na semana e outros, menos. Não existe um roteiro, um guia, uma fórmula de atendimento previamente indicada e, assim sendo, cada aluno terá

d) Publicada a frequência do EP pela Secretaria de Educação, qual- quer justificativa de ausência deve ser encaminhada diretamen- te à Secretaria por meio do “Fale Conosco” em

d) Publicada a frequência do EP pela Secretaria de Educação, qual- quer justificativa de ausência deve ser encaminhada diretamen- te à Secretaria por meio do “Fale Conosco” em

apesar das unidades Básicas de Saúde disponibilizarem luvas de procedimento clínico, tanto para o atendimento do paciente quanto para a desinfecção, os responsáveis

Apesar de o processo estar envolto em algum secretismo, em fevereiro deste ano, tornou-se conhecimento público que o Banco Popular da China tinha registado mais de 80

• Aumento dos sites de pornografia infantil (entrada diária de 200 novas imagens, vítimas cada vez mais jovens e imagens mais explícitas e violentas). •

Na realidade a criança continua segregada na turma especial, se socializando em alguns momentos com outros alunos. Ou seja, a forma de inserção vai depender do aluno, e