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Agora gostaríamos de passar a palavra à Companhia. Por favor, podem prosseguir.

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Academic year: 2021

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

Operador:

Bom dia a todos. Sejam bem-vindos à teleconferência da Porto Seguro S.A. para a discussão dos resultados referentes ao 2T14. Estão presentes no evento os senhores Fabio Luchetti, Diretor Presidente, Marcelo Picanço, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Celso Damadi, Diretor de Controladoria, e Ricardo Fuzaro, Gerente de Relações com Investidores.

Informamos que a apresentação está sendo gravada e traduzida simultaneamente para o inglês. Todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0.

O áudio e os slides desta teleconferência estão sendo apresentados simultaneamente pela internet, no endereço www.portoseguro.com.br/ri. Neste endereço, os senhores identificarão o banner com o título „Webcast 2T14‟, que os conduzirá à plataforma da apresentação.

Perguntas podem ser feitas também pela plataforma de webcast, clicando-se no ícone „pergunta ao palestrante‟. Estas perguntas podem ser encaminhadas a qualquer momento e serão respondidas ao vivo durante esta teleconferência.

Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Porto Seguro, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho da Porto Seguro e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras.

Agora gostaríamos de passar a palavra à Companhia. Por favor, podem prosseguir. Fabio Luchetti:

Bom dia a todos. Primeiramente, eu gostaria de agradecer a participação na teleconferência da Porto Seguro referente aos resultados do 2T e também do 1S14. Na apresentação de hoje, comentaremos os seguintes pontos: as principais realizações e destaques; também falaremos sobre o crescimento das receitas e prêmios, com ênfase em nossos principais negócios; abordaremos também a margem e a eficiência operacional; falaremos também da nossa rentabilidade nas aplicações e do resultado financeiro; e finalmente, nossa lucratividade e o retorno sobre o capital. Indo para o slide número três, nós resumimos o desempenho dos negócios desta forma: nesse trimestre e no acumulado do ano, obtivemos o melhor resultado financeiro em relação ao ano passado, e um resultado operacional positivo.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

As receitas totais cresceram 16% no trimestre e 17% no semestre, e os prêmios auferidos aumentaram 12% no trimestre e 14% no acumulado do ano, basicamente devido à expansão dos itens segurados.

Aumentamos a frota assegurada em quase 500.000 veículos, e o número de residências em mais de 200.000. A nossa frota assegurada atingiu 4,8 milhões de veículos, e o número de residências asseguradas alcançou 1,9 milhão.

Na operação de seguros, os prêmios dos produtos de automóveis cresceram 12% no trimestre e 14% no ano, principalmente impulsionados pela marca Azul, que teve um aumento de 20%. Os produtos patrimoniais da marca Porto evoluíram cerca de 25% neste trimestre, e também no semestre.

O índice combinado ficou abaixo dos 96% no 2T, e aproximadamente 97% no ano. Comparando com o ano passado, o índice combinado do 2T aumentou pouco mais de 1 p.p., principalmente pelo aumento da sinistralidade dos produtos de automóvel, em função da maior pressão do roubo de veículos no País, como nós pudemos acompanhar pela mídia.

Porém, no segmento de saúde, a sinistralidade reduziu cerca de 3 p.p., o que acaba sendo um pouco reflexo dos ajustes no modelo de gestão da operação, através de iniciativas que fizemos no último ano, que proporcionaram uma redução nos custos. Por exemplo, a maior utilização das nossas clínicas Portomed, além da revisão de contratos deficitários, que também contribuíram para uma melhor rentabilidade da carteira, com a diminuição, inclusive, da quantidade de vidas totais na carteira de saúde.

Na parte das despesas, tivemos ligeiro aumento no índice de despesas administrativas, mas isso ocorreu muito em função da antecipação das despesas de publicidade, que foram, de certa forma, antecipadas para o 1S, em função do lançamento de alguns produtos novos, mas também principalmente por conta de ser um ano eleitoral e de o 2S ser muito ocupado por esse espaço.

Se não fosse esse efeito, teríamos no semestre uma redução no índice de DA em quase 0,5 p.p., dando continuidade à nossa estratégia de otimização de processos e aperfeiçoamento da operação.

Nos negócios não seguros, as empresas financeiras e de serviços tiveram um crescimento de receitas na ordem de 20% no trimestre e no acumulado do ano, principalmente pela evolução das receitas de operações de crédito, que basicamente estamos falando de cartão de crédito e financiamentos, que superaram 25%. A base de cartões de crédito atingiu 1,5 milhão de unidades, representando um acréscimo de 350.000 plásticos, que é o termo informal utilizado neste segmento.

O resultado financeiro apresentou um aumento de mais de 90%, explicado em boa parte por um CDI médio maior no trimestre, e também em função de uma maior rentabilidade relativa. Excluindo-se os recursos previdenciários, a rentabilidade da carteira atingiu 111% do CDI no trimestre e 101% do CDI no ano.

Falando do lucro líquido, no 2T foi de R$219 milhões, mais 13% em relação ao 2T13, e R$372 milhões no semestre, o que representou um aumento de 23% em relação ao 1S13.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

O ROAE atingiu 18,1% no 2T, permanecendo praticamente estável, enquanto o ROAE do acumulado do ano foi de 14,8%, correspondendo a um aumento de 0,8 p.p.

Para concluir, eu gostaria de agradecer o apoio dos corretores de seguros e de todos os nossos parceiros que têm privilegiado a oferta dos nossos produtos e serviços a seus clientes, e também reiterar que manteremos a nossa estratégia focada em rentabilidade com crescimento, aproveitando as oportunidades oferecidas nos diversos mercados em que atuamos.

Agora pedirei ao Marcelo que dê continuidade à apresentação, explicando o detalhamento dos resultados em todas as nossas linhas de negócios. Obrigado.

Marcelo Picanço:

Obrigado, Fabio. No slide quatro, vamos comentar sobre o aumento da receita. Mesmo em um ambiente desafiador de crescimento do próprio PIB, conseguimos crescer a receita total em 17%, tanto nos prêmios de seguros, quanto nas demais receitas. Essa é uma tendência que vimos para o trimestre e para o semestre também. A distribuição desta receita não se alterou significativamente, mas tivemos uma leve redução em prêmios de seguro, com aumento principalmente da parcela do resultado financeiro, principalmente em função de que no ano passado tínhamos uma base em que a rentabilidade estava significativamente inferior ao benchmark do CDI.

Na página cinco, quando falamos dos resultados operacionais de seguros, conforme o Fabio já colocou, aqui temos a abertura mais detalhada do índice combinado, onde o principal ofensor para ter aumentado em 1,4 p.p. foi de fato o aumento da sinistralidade, principalmente no automóvel, em função da maior frequência de eventos de furto e roubo, em especial nas grandes cidades, o que em particular afeta mais a marca Porto, pela sua concentração em São Paulo.

Por outro lado, o índice combinado ampliado melhorou em quase 1 p.p., basicamente em função da melhoria muito forte do resultado financeiro. A distribuição de prêmios aqui dentro do seguro se manteve praticamente estável.

Com relação às despesas administrativas, como foi explicado, temos um pequeno aumento de 0,2 p.p., mas aqui não tem a ver com a produtividade operacional, e sim com uma antecipação de gastos com marketing. Isso cai em despesa administrativa, mas na verdade vemos isso um pouco mais como uma despesa de investimento na marca e nos produtos; um investimento bem mais estratégico.

A tendência de longo prazo é de redução dessa despesa administrativa total. É apenas uma questão de antecipação dessa despesa no início do ano, em função da estratégia dos produtos em relação ao cenário do mercado.

Na página sete, falando sobre o resultado das operações das empresas financeiras e de serviços, ou seja, tudo o que não é seguro, continuamos crescendo, e não poderia ser diferente, em um ritmo acima do total da Companhia, pois são negócios que ainda têm um nível de maturidade menor que os negócios de seguro.

Crescemos em torno de 20%, com um retorno sobre capital consolidado de 21,6%. Reduziu um pouco, menos de 1 p.p., porque aqui, principalmente dentro desse bloco, temos os principais investimentos em empresas em startup e início de operação, que

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

ainda não têm um resultado positivo. Ainda estamos em fase de desenvolvimento de investimento, então ainda há um resultado a ser colhido nos próximos anos.

O cartão, que hoje tem um resultado expressivo, por exemplo, no caso da distribuição de receitas e de crescimento, também já teve seus primeiros dois ou três anos de investimento até chegar a esse estágio.

Quando falamos, na página oito, do resultado das aplicações financeiras, fica bem claro, quando comparamos, que voltamos a operar acima do nosso benchmark, como tem sido a tendência de longo prazo; falar de tendência aqui é um pouco forte, mas como têm sido os fatos desde 2009.

O ano de 2013 foi em particular muito difícil para o resultado financeiro, ele fechou com 79% do CDI, excluindo previdência, e neste ano já estamos a 101%, mesmo em um cenário difícil, muito bipolar, o cenário do mercado financeiro neste ano. Acho que o 2T nos ajudou a recuperar, inclusive, de um 1T que também foi difícil, rodando em torno de 92%, 93% do CDI, se pegarmos sem previdência. Nesse 2T o resultado já foi acima do benchmark.

Na página nove, só para destacar que continuamos ainda com uma exposição relativamente estável, com risco de volatilidade anualizada em torno de 0,7% e com o nível de estresse bastante reduzido, em 0,6%, que é a forma como preferimos olhar para ver qual é o nosso nível de exposição.

Gostaria agora de comentar, no final das contas, como estamos com o resultado e o retorno sobre capital. Nesse 2T, o retorno sobre capital já está em 17%, teve uma leve queda em relação ao 2T13, que foi 18%, cerca de 0,9 p.p., e no semestre estamos em torno de 14,8%.

Sempre gostamos de colocar a 100% do CDI o resultado financeiro, de forma que fique mais fácil para os investidores normalizarem as volatilidades que são naturais no resultado da tesouraria, para entender a quanto estaríamos rodando se tivéssemos um resultado financeiro neutro, como chamamos.

Neste caso, o resultado real é de 14,8%, seria de 14,4%, porque o financeiro neste ano foi um pouco acima do CDI, então tem essa pequena diferença.

Agora, dada essa breve explanação dos resultados, que no nosso release estão mais detalhados, eu gostaria de destacar uma coisa importante no caso do crescimento, principalmente de receita de automóvel: tivemos um crescimento de frota em um cenário, inclusive, de vendas de carro difíceis, um cenário muito difícil, com a venda de carros apresentando queda, e uma expansão de frota das três marcas de 11%.

Nesse cenário, não houve, obviamente, recomposição de preços, em função do cenário de risco, mas o crescimento de receita não se deveu apenas à recomposição de preço para compensar o risco.

A segunda coisa que eu gostaria de destacar é a recuperação do resultado do saúde, que é nossa segunda maior carteira de seguros. Depois de um trabalho longo, que levou mais de um ano, conseguimos voltar a patamares saudáveis de rentabilidade, em um mercado que ainda continua se mostrando desafiador para todos os players. Preferimos adotar uma postura mais conservadora e recompor esse resultado.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

É isso. Eu gostaria agora de abrir para a sessão de perguntas e respostas. Francisco Kops, Banco Safra:

Bom dia. Eu tenho duas perguntas, uma sobre o resultado financeiro. Pelo menos no slide nove, o que aparece é que a sua alocação pré inflação diminuiu bem no 2T, imagino que até pelo efeito da marcação a mercado, e esse resultado financeiro poderia ter sido até maior se tivessem mantido a alocação do 1T. Queria saber que estratégia vocês estão pensando para o 2S, e como eu posso tentar projetar esse resultado financeiro para o 2S, em vista das variações nos juros no mercado? Depois eu faço a minha segunda pergunta.

Marcelo Picanço:

Tivemos uma redução de alocação de risco, e acreditamos que o cenário não está fácil. E quando falo que “não está fácil”, o cenário sempre tem risco, e se não tivesse, não haveria mercado. Sempre há opiniões diferentes, se tem prêmio ou se não tem. Vemos um mercado que está muito no limiar do preço, quando falamos de renda fixa, e preferimos ser um pouco mais conservadores. O que não quer dizer que neste trimestre, por exemplo, que já estamos rodando, o 3T, não faremos mudanças, em função principalmente do cenário.

É muito difícil projetar resultado financeiro. Projetar qualquer resultado é difícil, mas financeiro ainda mais, porque dependemos muito dos desenvolvimentos de mercado que são dificílimos de antecipar, ainda mais em um cenário de ano de eleição. Então, acho que não dá para fazer uma previsão.

Este ano ainda é bastante desafiador para a economia como um todo, pelos movimentos de taxa de juros, questões internacionais, como o treasure americano na incerteza se retoma ou não, isso também traz impactos para o Brasil. Este ano, estamos buscando ficar acima do CDI, mas não muito acima.

Já houve anos com 120%, 117%, mas não acho que este será um ano de conseguir ter resultado muito superior ao CDI. Se conseguirmos fechar o ano quase que impactando, já está muito bom. Mas isso não é uma previsão, é apenas uma leitura do que seria bom, porque é muito difícil fazer esse tipo de previsão.

Principalmente, esses 2,4% de ações podem parecer uma alocação pequena, mas eles, obviamente, têm uma volatilidade muito maior que a renda fixa. Então, dependendo do cenário do Ibovespa até dezembro, podemos ter um incremento relativo importante em relação ao CDI, ou uma destruição também em relação ao CDI. Eu faço a comparação com o CDI até mais pelo hábito do mercado brasileiro, mas este portfólio não corre risco apenas de CDI, até por conta da posição de renda variável e posições mais longas de juro real e de inflação.

É um pouco difícil de dizer, mas podemos expandir um pouco essa alocação, sim. Isso é a foto no final do trimestre, não quer dizer que no trimestre inteiro ficamos com essa exposição. Isso também tem que ficar claro, porque essa é uma foto do final do trimestre.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

Francisco Kops:

Entendi. Como é uma foto, não quer dizer que vocês ficaram assim no trimestre inteiro.

Marcelo Picanço:

Essa não é a exposição média, até porque seria muito complexo apurarmos a exposição média dia a dia. Então, colocamos a foto do final do trimestre para dar uma visão disso.

Francisco Kops:

Obrigado, Picanço. Minha segunda pergunta é um pouco mais genérica, na questão do seu ROAE. No 1S, vocês estão rodando perto de 15%, e se olhamos ciclos passados, principalmente no mercado de autos, vemos que, sempre que os juros ficam muito fortes, o índice combinado tende a ser um pouco mais apertado. Depois teve a queda dos juros, e vocês conseguiram ampliar bem esse índice combinado, e agora os juros voltaram e esse índice combinado se mantém ainda em um nível muito bom.

O que vocês veem para o 2S? Vocês acham que dá para manter? Porque é melhor dos mundos, manter o índice combinado em um nível razoável e fazer um resultado financeiro muito forte. Vocês não acham que chegou a hora de o mercado ficar um pouco mais competitivo para tentar pegar esses juros? Como vocês veem esse 2S, principalmente do ponto de vista de competição?

Marcelo Picanço:

Essa é uma excelente pergunta, e eu gostaria de responder, até porque vários analistas têm colocado isso em relatórios.

Acreditamos que a precificação em geral tem que olhar toda a cadeia, inclusive o ganho financeiro. Obviamente, em um cenário em que você tem juros maiores, uma precificação racional pode dar algum desconto no operacional.

Porém, levar isso ao extremo de que um aumento dos juros de 350 b.p., seja o que for, ao final deste ciclo, que é a grande especulação do mercado, não quer dizer que isso dê uma carta-licença para que haja uma guerra de preços.

Porque a guerra de preços, por definição, é o preço que, tecnicamente, incluindo o financeiro, não é sustentável, não gera o ROAE saudável.

O que notamos é que, quando há esse tipo de movimento mais agressivo de preços, ele não se dá necessariamente por um aumento de juros somente. Isso pode ser até uma alegação, mas a principal motivação é de cunho comercial, é de cunho de ganhar market share, porque se o preço estivesse certo, quando composto com o financeiro, na linha final, daria um ROAE adequado.

Quando o mercado começa a operar com ROAEs abaixo do custo de capital, inclusive com um dígito, não é culpa dos juros, de fato, porque aí o preço operacional, o preço do seguro, foi além do que poderia ir.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

O que estamos vendo agora sob o ponto de vista de agressividade do mercado é que ele está, neste ano, mais cauteloso, em função dos resultados muito difíceis de sinistro, com aumento do roubo e furto. Com isso, o mercado segurador está mais conservador, e o que nós no iniciamos do ano acreditamos que tinha até espaço para cortar preço, a frequência de perda e roubo demonstrou que esse espaço não existe; pelo contrário, este foi um ano, inclusive, de continuar aumentando preço, mesmo que em 2013 já tivesse havido um movimento significativo de aumento de preço.

Então hoje, tecnicamente falando, e de forma financeiramente sustentável, não vemos espaço para redução de preço. Não é isso que a equação financeira permite neste momento.

E o que estamos percebendo é que o mercado está mais racional, sim, porque o cenário demanda essa racionalidade. Mas obviamente, isso não é uma garantia de racionalidade até o fim do ano, porque isso pode acontecer a qualquer momento. Francisco Kops:

Entendi. Só para saber se eu entendi o ponto do ROAE, não é que haja um trade off perfeito entre juros e operacional, o ROAE, na verdade, em ambiente de juros mais altos, tem que ser realmente maior, em função do custo de capital?

Marcelo Picanço:

O custo de capital é de longo prazo, e o CDI é de curto prazo. Eu acho que temos que estar acima do nosso custo de capital, e o que colocamos é 14%; 13% ou 14%, que é basicamente o que mercado nos avalia, também. Esse é um custo de longo prazo. O CDI pode ir para 14% por seis meses, isso não necessariamente irá mudar nosso custo de capital de curto prazo. Acho que o principal aqui é manter racionalidade olhando a conta como um todo.

Fabio Luchetti:

Francisco, só para complementar o que o Marcelo falou, uma das coisas que também tentamos fazer para ter um pouco mais de eficácia no modelo de gestão é que as unidades de negócio não sejam muito contaminadas por essa volatilidade do mercado financeiro, exatamente porque senão eu contamino as tarifas e crio uma zona de conforto.

Então, em um ano em que toda a cesta de aplicações estiver indo muito bem por várias questões – ou porque acertamos a mão, ou porque o mercado se direciona para um pouco mais favorável para nossos movimentos –, isso acabaria beneficiando todas as tarifas.

Em geral, nossas unidades de negócio trabalham considerando um retorno sobre o financeiro na base de um CDI de 100%, e a holding que vai administrando, ora um período mais favorável, ora um menos favorável.

É óbvio que em um ano em que o resultado operacional estiver indo muito bem e o financeiro também, teremos um grande ROAE. Então, procuramos evitar essa contaminação, porque se em um ano que estiver muito bom eu deixar esse ganho

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

refletir para os resultados, eu corro o risco de não ter um operacional muito bom. Tentamos separar um pouco esses mundos nos executivos de negócio.

Francisco Kops:

Perfeito. Obrigado, Fabio e Marcelo. Eduardo Nishio, Brasil Plural:

Bom dia. Obrigado pela oportunidade. Eu tenho duas perguntas, a primeira em relação ao loss ratio, voltando ao ambiente competitivo e tudo o mais que foi discutido até agora. Queria saber como vocês estão vendo essa linha evoluir ao longo do ano. Vocês tiveram uma melhora agora no 2T, e queria saber como vocês estão vendo para frente, já que temos escutado que algumas empresas estão mais agressivas; a Allianz, que perdeu market share no 1S, está tentando ganhar novamente, está um pouco mais agressiva em preço; o próprio Bradesco, que perdeu market share lá atrás, está um pouco mais agressivo, pelo que temos escutado.

E na parte de preço, como vocês tiveram dois ou três anos de aumento de preço, vemos uma dificuldade do próprio consumidor de aceitar um preço um pouco maior. Queria saber, nessa parte, como vocês conseguem melhorar o loss ratio até o final do ano.

E minha segunda pergunta, se vocês puderem comentar, está um pouco atrelada a essa, em relação à lei dos desmanches em São Paulo, que está sendo implementada agora. Queria saber como está a evolução da Lei dos Desmanches, e o que vocês esperam; se podemos esperar uma aceleração do cadastramento desses desmanches após a regulamentação das partes usadas no conserto de sinistros, que deve ser liberada no final do ano. Se isso pode acelerar o processo, se os desmanches têm interesse em regularizar seus negócios, e se vocês veem isso como uma oportunidade na parte de custos. Muito obrigado.

Fabio Luchetti:

Obrigado pela pergunta, Eduardo. Em relação ao cenário de competitividade, percebemos as mudanças constantes. Vemos alguns players que recolheram bastante, que estavam crescendo no ano passado, neste mesmo ciclo, 50% a 60%, e neste ciclo agora estão decrescendo 38%.

Antigamente tínhamos fôlego, mas acho que agora não teremos mais. A cada ano você tem um player tentando ganhar mercado de alguma maneira, acreditando em suas apostas.

No geral, o que tentamos é regular um pouco esse mercado. Procuramos sempre competir preservando a nossa rentabilidade. E nesta hora, a adoção das três marcas tem sido bastante útil.

No caso de alguns players que você mencionou, que eventualmente estão crescendo novamente, a Allianz, no fundo, foi uma pena, ela teve um contratempo em uma troca tecnológica de plataformas de sistemas, ficou uns três ou quatro meses com muitos problemas, então ela está buscando um pouco da produção que perdeu. Eu não acho que ela está simplesmente agredindo o mercado, acho que de fato está buscando um volume considerável de produção que ela perdeu em uma crise tecnológica que viveu.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

Ela sempre apresentou resultados equilibrados, e acho que em breve deve se reestabelecer.

E há outros players que às vezes crescem bastante, mas de maneira muito regionalizada, ou muito segmentada. Nós temos crescido, de maneira geral, acima da média em outras regiões em que temos investido bastante, como é o caso do Sul do Brasil, a região de Minas Gerais e o Nordeste; estamos crescendo um pouco mais que o mercado, o que é bom. E São Paulo e Rio de Janeiro sempre tendem a ser um mercado competitivo, e, de alguma maneira, temos conseguido manter nosso market share, enquanto o mercado tenta ganhar um pouco mais de posição.

Então, acho que o 2S sempre tende a ser um pouco melhor, no sentido de que os players começam a perceber os resultados, começam a fazer recomposições. Com esse fechamento da Copa também, todos terão noções exatas das suas frequências, onde irão de fato se estabilizar as frequências de roubo e furto, que é o que já estamos com o comportamento de julho e dos primeiros dias de agosto. Em geral, acho que deveremos ter um 2S um pouco melhor que o 1S.

Em relação à Lei do Desmanche, temos percebido várias ações do Governo, em especial em São Paulo. Teve primeiro a lei em São Paulo, e depois teve a lei aprovada pela Dilma. Esta acho que levará um pouco mais de tempo para se instalar no Brasil todo, porque ela precisa ser um pouco mais bem regulamentada e detalhada, mas em São Paulo a coisa está bem mais adiantada.

Tem havido várias ações do Governo de São Paulo e da Secretaria de Segurança Pública em relação a desmanches, fiscalizações, alguns casos até de fechamento, o que significa que, de fato, a Secretaria de Segurança Pública está fazendo o trabalho, o Governo está acreditando neste movimento, e achamos que será, sim, bastante positivo, ainda mais em São Paulo, onde temos uma carteira com boa representatividade.

Para que isso tenha efeitos práticos do ponto de vista de seguro, obviamente que depende de a Susep aprovar o seguro popular, para que o credenciamento de peças recicladas possa de fato ser utilizado na hora do sinistro – obviamente que com a concordância do consumidor em aderir este produto que a Susep está para lançar, mas ainda não foi determinado porque ainda está se discutindo alguns regramentos. Já abrimos o nosso modelo de negócios que trabalhará com a desmontagem dos veículos de perda total, abrimos uma empresa que chama-se Renova Ecopeças, e estamos totalmente habilitados a fazer todo o processo de desmanche com base na lei do Estado de São Paulo, com as peças todas rastreáveis.

Tudo o que é item de segurança, devolvemos para o fabricante; reciclamos apenas aquilo que de fato não afetará em hipótese alguma a segurança do veículo, quiçá do motorista, de tal maneira que possamos estar dentro da lei e ofertar não somente um seguro popular – que é o que a lei irá determinar – para veículos mais antigos, mas também, eventualmente, inovar no sentido de criar produtos para um consumidor mais voltado para as questões sociais e ambientais.

Então, acho que essas questões, do ponto de vista mais econômico e de mercado, devem começar a surgir mais a partir do 1S15. Neste ano ainda está todo mundo entendendo um pouco esse cenário e se preparando para lançar produtos ou fazer adequação de processos.

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

Eduardo Nishio:

Perfeito. Só dois follow-ups: uma vez aprovada esta nova lei em relação ao uso de partes usadas, você acha que pode haver uma aceleração na vigilância dos desmanches?

E em relação ao loss ratio, então, se eu entendi direito, um 2S um pouco melhor significa que a tendência de todo ano é que haja um loss ratio um pouco melhor no 2S vis-à-vis o 1S. É isso?

Fabio Luchetti:

Sim, ciclicamente sempre temos um 2S melhor. Independente dessas questões novas, naturalmente, a sazonalidade da indústria de seguros, em especial em uma carteira como automóvel, é de que o 2S seja melhor que o 1S.

E eu acho, sim, que haverá uma possível melhora nesse ambiente envolvendo os desmanches, porque a lei não só cria a questão dos desmanches etc., mas também coloca as seguradoras como responsáveis pela destinação dos veículos de perda total, o que naturalmente obrigará as seguradoras a olharem mais para quem está vendendo, para onde estão se destinando esses veículos e essas peças, haja vista que ela passa a ser corresponsável por este modelo.

Então, naturalmente, seja pela função do Estado, seja pelas obrigações da iniciativa privada, há um cenário bastante positivo para que haja, definitivamente, um novo ambiente em torno dos desmanches e, por consequência, da violência em torno de roubo e furto de veículos no Brasil.

Eduardo Nishio:

Perfeito. Muito obrigado. Gustavo Lobo, BTG Pactual:

Bom dia. Eu tenho uma pergunta especificamente sobre furto e roubo, o impacto de Copa do Mundo. Você mencionou brevemente que, passada a Copa do Mundo, estamos vendo o que será um nível mais estável de sinistro na segunda metade de julho, início de agosto. Eu queira entender qual foi exatamente o efeito durante a Copa. Houve de fato uma redução de sinistralidade? E este efeito já está refletido no resultado do 2T? Se não tivesse havido a Copa, a piora na marca Porto teria sido ainda maior, ou esse sinistro a menor do 2T acabou escorregando para a contabilização do 3T?

Eu pergunto isso porque um concorrente seu, de outro segmento, falou que, no caso dele, o benefício de Copa ficará mais para o 3T, não para o 2T. Então, queria entender isso, e depois tenho uma segunda pergunta sobre a operação de cartões.

Fabio Luchetti:

Eduardo, estávamos „trocando figurinhas‟ aqui para entender melhor a sua pergunta. O que percebemos é que, praticamente no 1T e um pedaço do 2T, houve um aumento

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

de frequência de roubo e furto, nas capitais em especial, que não estava previsto pelas tarifas – lembrando que nossa tarifa tem vigência de 12 meses.

Ainda que eu faça uma correção de preço no momento em que percebo algo fora do meu enquadramento tarifário, ainda tenho uma „cauda‟ de 12 meses para conseguir fazer a correção plena.

Então, o que aconteceu é que, no período da Copa, houve uma diminuição, de fato, da sinistralidade, mas assim que terminou a Copa ela voltou a subir, e está estabilizando em cerca de 10% a menos do que tínhamos antes da Copa, o que significa que em nossos preços e em nossas safras futuras isso já está contemplado, mas necessariamente eu não tenho no 2S toda a minha carga de ajustes tarifários da sinistralidade de aumento de roubo e furto do 1S.

Não dá para dizer exatamente que essa queda da sinistralidade que ocorreu no pós-Copa efetivamente nos proporcionará um 3T ou um 4T melhores. Essa questão tem muito mais a ver com a própria sazonalidade do ano, com o reposicionamento dos players, do que efetivamente a redução dessa frequência de roubo e furto, que provavelmente veremos no 1T15, onde começamos a ter cerca de sete ou oito meses de prêmios já com as correções tarifárias feitas ao longo de maio e junho deste ano. Gustavo Lobo:

OK. Sobre a operação de cartões, vocês falaram nos últimos trimestres que estavam fazendo um aumento calculado na exposição a risco, e que seria de se esperar um aumento pequeno de inadimplência, mas que isso seria mais que compensado por um perfil de cliente não necessariamente de menor risco, mas mais rentável. O que eu queria entender é em que nível podemos esperar uma estabilização da sua inadimplência. Já está em um nível ótimo agora, ou ainda tem espaço para crescer um pouco?

Marcelo Picanço:

Temos que quebrar este movimento de aumento em dois pedaços: tem o aumento do calculado, do estratégico que queremos ter, porque rodar a 4,5% não estava maximizando o lucro que poderíamos ter; claro, podemos até aumentar o retorno sobre o capital, mas sobre uma parcela menor. Ter um retorno sobre o capital interessante não precisa necessariamente ser o máximo, à custa de ter um lucro em Reais baixo, porque está muito limitado.

Parte disso é legítima, e ficará. Mas claro que neste processo também houve um pouco de aumento que queremos resolver. Teve uma parte que passou do ponto, e é essa parte que buscamos diminuir.

Então, estamos trabalhando, mas não para manter no patamar em que estar. O que não quer dizer que nos próximos trimestre eu não possa subir mais 0,1 p.p. ou 0,2 p.p. A PDD, na verdade, é uma forma de constituição que depende de fato do passado, e conforme o tempo passa, você vai constituindo mais.

Mas nós pretendemos estar abaixo do patamar atual; estabilizar abaixo do patamar atual, e não acima. O patamar atual, em nossa visão da equação financeira, está um pouco acima do que miramos, então estamos trabalhando para trazê-lo para o alvo, e

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Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

não para trazê-lo para o histórico. Eu diria que pelo menos abaixo de 6% no longo prazo.

Gustavo Lobo: Entendido. Obrigado. Gabriel Gusan, Bradesco:

Bom dia. Eu tenho somente uma pergunta, se vocês poderiam explicar um pouco mais sobre a performance pior no canal Itaú no segmento de auto, se teve alguma coisa de efeito regional ou de competição no canal. Obrigado.

Fabio Luchetti:

O Itaú não teve a performance que gostaríamos que tivesse, mas isso é basicamente decorrente, ainda, um pouco do mix. Comparativamente à Porto e à Azul, a Itaú ainda é fraca na região Sudeste, em especial São Paulo e Rio de Janeiro, e tem maior predominância no Centro-Oeste do Brasil, onde a sinistralidade, infelizmente, não tem ido muito bem.

Essa região tem uma característica muito centrada em veículos como Pick-Up, SUV, em que a frequência de roubo e furto aumentou muito, então precisamos aumentar muito o preço nessas categorias e nessas regiões. E também, no segmento de frotas, que são seguros empresariais, de frotas das empresas, também procuramos fazer alguns ajustes, então de fato tivemos um semestre um pouco abaixo.

Nos meses mais recentes temos visto boas notícias, e achamos que o 2S será bem melhor para a Itaú do que foi o 1S.

Gabriel Gusan: Perfeito. Obrigado. Operador:

Não havendo mais perguntas, gostaria agora de passar a palavra à Companhia para as considerações finais.

Fabio Luchetti:

Quero agradecer novamente o interesse e a participação de todos em nossa teleconferência sobre os resultados da Porto Seguro do 2T14, e aproveitar para reforçar que, em caso de dúvidas adicionais, nossa área de Relações com Investidores estará à disposição de todos, bem como nossa seção de Relações com Investidores em nosso site, que é www.portoseguro.com.br. Muito obrigado.

(13)

Transcrição da Teleconferência Resultados do 2T14 Porto Seguro (PSSA3 BZ) 7 de agosto de 2014

Operador:

A teleconferência da Porto Seguro está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e desejamos um bom dia.

“Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”

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