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A IDENTIDADE DO MISSIONÁRIO
(MC 6,30-44)Neste momento de formação queremos parar e refletir sobre nossa identidade. Quem somos? Quem é o missionário?
É importante entender a identidade, pois é ela que dá uma alma, um sentido profundo a todo o nosso fazer.
Queremos aprofundar isso à luz de uma Palavra de Deus, pois Jesus é o único que pode nos dizer com verdade o que devemos ser, ou melhor, como Ele quer o MISSIONÁRIO.
Os discípulos voltaram para junto de Jesus e lhe contaram tudo o que havia feito e ensinado.
Quais foram as atividades deste ano?
Nós também somos estes discípulos que fizeram muitas coisas, mas em nosso operar tem um necessário momento em que é preciso "parar", "voltar para junto de Jesus": para lhe contar tudo, para reafirmar a primazia Dele em nossa vida, em nosso operar (cfr RdM 77:
a cooperação missionária radica-se e se concretiza no estar pessoalmente unidos a Jesus).
Para reconhecer que tudo que fizemos, ensinamos, aprendemos Nele tem o seu começo e a sua plenitude. Perigo do protagonismo.
Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco
E o mesmo Jesus confirma esta exigência da nossa vida apostólica, com um convite decidido e forte: Vinde à parte.
Convite para um tempo de intimidade, de regeneração das forças, de volta ao essencial. Um tempo de "gestação" em que o Mestre forma o discípulo.
Com efeito, Ele sabe que na "correria", no desempenho de muitos serviços, mesmo que pelo Reino, tem o risco de o discípulo (o cooperador) se afastar do verdadeiro CENTRO = Jesus.
O convite a ir à parte, significa, simbolicamente, aceitar deixar o "centro" junto ao qual estão tentados a se colocarem, para entenderem que o Centro é um Outro, que o protagonista da Missão é um Outro: JESUS.
... de todas as cidades
acorreram a pé para o
lugar aonde se dirigiam,
e chegaram primeiro
que eles.
O que acontece?
A multidão que tinham deixado a encontram todinha, de novo: os precedeu. É um lugar deserto, solitário, mas está povoado. Na intimidade com Jesus reencontra-se toda vivência, toda experiência, toda pessoa amada.
Ir á parte não significa se fechar, se isolar, mas levar consigo a multidão encontrada no desempenho de próprio serviço, tomar consciência do mundo de relacionamentos, afetos, cuidados, que o discípulo carrega dentro de si.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. E começou a lhes ensinar muitas coisas.
E Jesus? Ele vendo a multidão se compadece. È um sentimento de Jesus que o leva a uma atitude: começou a lhes ensinar muitas coisas. Os discípulos podem contemplar o coração do Mestre que se compadece e ensina = sacia a multidão faminta de verdade, de consolo, de vida, de paz.
Avenida Brasil, 2079 - Bairro Funcionários - Telefone: (31) 3269-3100 www.arquidiocesebh.org.br Nós temos este coração? O coração do
verdadeiro cooperador é parecido ao coração de Cristo frente às multidões (pensar nos 4
bilhões de homens que não conhecem Jesus):
se compadece e age, por isso faz tudo que pode para "saciar".
Mas o que significa saciar?
No versículo 31 se diz que eles nem não tinham tempo para comer. Jesus os levando á parte, talvez quisesse que pudessem se alimentar. A comer o quê?
Na perspectiva do Mestre o alimento é outro, não só aquele material, mas Sua palavra: Ele mesmo é a comida e o descanso deles.
E agora, nesta intimidade povoada reparte para a multidão o mesmo "pão" que tinha preparado para os discípulos.
A hora já estava bem avançada quando se achegaram a eles os seus discípulos e disseram: “Este lugar é deserto, e já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas e COMPRAR algum alimento".
A multidão cansa ... e às vezes também nós podemos sentir a tentação de "mandá-la embora", isto é, de tirar uma folga dela, pois achamos que não temos recursos e forças para sustentá-la.
Podemos sentir que de nada adianta o que fazemos, podemos sentir o cansaço, o desânimo, pois embora nossos esforços, tudo continua do mesmo jeito.
Mas ele respondeu-lhes: “DAI-LHES vós mesmos de comer”. Replicaram-lhe: “Iremos COMPRAR duzentos denários de pão para lhe dar de comer?”
E aí, o que Jesus responde? O quê nos responde?
Tem um contraste profundo entre a lógica humana de quem conta com suas próprias forças e pode estar tentado a pensar só em si mesmo, e a lógica de deus que é a da gratuidade. Eles querem despedir a multidão
para que vá COMPRAR o pão; o mestre que dar o pão GRATUITAMENTE.
Eles querem ficar tranqüilos, curtindo a companhia do Mestre; o Mestre quer que se tornem servidores da multidão faminta. Mas o contraste mais profundo
estabelece-se em relação ao gênero de alimento a ser oferecido à multidão. Falam duas linguagens diferentes, usando a mesma palavra: COMER.
Eles se referem ao pão material ; o Mestre fala de um outro alimento... de si mesmo, da Palavra.
Até aquele momento ele a repartiu para a multidão; agora Ele quer envolvê-los nessa ação evangelizadora. Quer precisar deles.
Avenida Brasil, 2079 - Bairro Funcionários - Telefone: (31) 3269-3100 www.arquidiocesebh.org.br Ele perguntou: “Quantos pães
tendes? Ide ver!”.
De modo imprevisto, ele se faz mendigo precisa do pão deles, precisa deles. É uma provocação, um apelo que os convida a se olharem para dentro. O pão de que dispõem é a mesma Palavra que acolheram na intimidade com Ele e que não podem reter ciosamente.
Depois de se terem informado, disseram: “Cinco, e dois peixes"
Puxa vida! É uma quantia ridícula para tamanha multidão!
Neste "ir e ver", eles se tornam cientes de sua pequenez, de que não são os protagonistas (ver no começo); no mesmo tempo se dão conta de que têm algo para dar.
O Mestre está pedindo que dêem um passo: pede que aquela pequenez, aquela quantia ridícula, da qual tomaram consciência , a coloquem em Suas mãos.
Quais são os cinco pães do cooperador missionário ?
Cfr. RdM nn. 78-85
Oração e sacrifício pelos missionários (mãe da Francesca) Promoção das vocações
missionárias (Teresina)
Ajuda econômica, iniciativas, estilo de vida sóbrio e solidário
Animação missionária: informar e formar a alma missionária do povo de Deus, transmitir o amor pela missão, suscitar outros cooperadores
Experiência direta em território missionário (Cametá – Érika)
Então tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os
O Mestre toma nas mãos esta pobreza: tanto dos discípulos, quanto a nossa. No gesto de depositar entre Suas mãos os pães e os peixinhos está significada a disponibilidade a se tornarem, a nos tornamos servidores da multidão, a disponibilidade a sacia-la... com o alimento do Mestre e não com o nosso. e os deu a seus
discípulos, para que lhos distribuíssem
Depois dessa entrega, acontece o milagre da fecundidade.
Depois de ter acolhido e abençoado aquela pobreza, o Mestre a coloca de volta nas mãos dos discípulos, mas multiplicada por Ele!
Avenida Brasil, 2079 - Bairro Funcionários - Telefone: (31) 3269-3100 www.arquidiocesebh.org.br Todos comeram e
ficaram fartos. Recolheram do que sobrou doze cestos cheios de pedaços e os restos dos peixes. Foram cinco mil os homens que haviam comido daqueles pães.
A pobreza entregue se torna fecunda.
Todos se saciam, (eles mesmos), o pão é superabundante, os cestos de pedaços sobrado estão cheios.
Doze, biblicamente, é um número que significa plenitude, perfeição, abundância. Os pedaços que sobraram são uma fecundidade inesperada que pode saciar também outros não presentes àquele banquete; é uma fecundidade que os ultrapassa, é a "desmedida" de Deus.
Eu nunca posso saber o que Deus faz com o meu pequeno gesto, feito por amor, com abertura. (missionário e doente).
Mas tem algo mais: aquela (e a nossa) pobreza entregue num ato de confiança e desapego, de humildade e generosidade os transforma, e nos transforma, de discípulos em apóstolos.
Não é por um acaso que os cestos são doze!
A
multiplicação
dos
pães
30
Os discípulos voltaram para junto de Jesus e lhe
contaram tudo o que havia feito e ensinado.
31Ele
disse-lhes: “Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai
um pouco”. Porque eram muitos os que iam e vinham e
nem tinham tempo para comer.
32Partiram na barca para
um lugar solitário, à parte.
33
Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles
perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram
a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro
que eles.
34Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão
e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não
têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.
35
A hora já estava bem avançada quando se achegaram
a eles os seus discípulos e disseram: “Este lugar é deserto, e
já é tarde.
36Despede-os, para irem aos sítios e aldeias
vizinhas e COMPRAR algum alimento”.
37Mas ele
respondeu-lhes
: “DAI-LHES vós mesmos de comer”. Replicaram-lhe:
“Iremos COMPRAR duzentos denários de pão para lhe dar de
comer?”
38Ele perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver!”.
Depois de se terem informado, disseram: “Cinco, e dois
peixes
”.
39Ordenou-lhes que mandassem todos sentar-se, em
grupos, na relva verde.
40E assentaram-se em grupos de cem
e de cinqüenta.
41Então tomou os cinco pães e os dois
peixes e, erguendo os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e
os deu a seus discípulos, para que lhos distribuíssem, e
repartiu entre todos os dois peixes.
42Todos comeram e
ficaram fartos
. 43Recolheram do que sobrou doze cestos
cheios de pedaços e os restos dos peixes.
44Foram cinco mil
os homens que haviam comido daqueles pães.
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A identidade do missionário
1. Volta sempre para junto de Jesus:
para lhe contar tudo que fez;
para reconhecê-lo como Senhor;
para descansar com Ele;