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FACULDADE DO AGRESTE FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JAYME DE ALTAVILA FEJAL NÚCLEO DE APOIO À PESQUISA NAP. Dayany Pereira de Santana

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Academic year: 2021

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Dayany Pereira de Santana

ANÁLISE DA ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS A PARTIR DOS DADOS DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

ARAPIRACA-AL 2019

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ANÁLISE DA ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS A PARTIR DOS DADOS DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

Artigo científico apresentado à banca examinadora do curso de graduação em Ciências Jurídicas, da Faculdade CESMAC do Agreste – Arapiraca, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientadora: Profa. Esp. Maria Izabel Ferreira dos Santos.

ARAPIRACA-AL 2019

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Dayany Pereira de Santana1

RESUMO: O presente estudo tem por escopo analisar a colocação em famílias substitutas de crianças e adolescentes com necessidades especiais, através da adoção, abordando-se as principais dificuldades para a efetivação do processo, diante da herança cultural existente de que a maioria dos adotantes busca por crianças consideráveis socialmente “saudáveis”. Ressalta-se que o debate revela-se necessário diante da importância do tema para a comunidade acadêmica e para sociedade. Para o desenvolvimento do trabalho fora realizada pesquisa bibliográfica e análise de dados a partir das informações contidas no Cadastro Nacional de Adoção.

PALAVRAS-CHAVE: Adoção. Criança e Adolescentes. Necessidades Especiais.

ABSTRACT: The purpose of this study is to analyze the placement of children and adolescents with special needs in surrogate families through adoption, addressing the main difficulties for the implementation of the process, given the existing cultural heritage that most adopters seek for children. handsome socially “healthy” people. It is noteworthy that the debate is necessary in view of the importance of the theme for the academic community and for society. For the development of the work had been carried out bibliographical research and data analysis from the information contained in the National Adoption Registry.

KEYWORDS:

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO. 1 A EVOLUÇÃO LEGAL DA ADOÇÃO NO BRASIL Do 1.1 Código Civil de 1916 a Lei nº 6.697/1979. 1.2 Da Constituição Federal a Lei nº 13.509/2017. 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO. 2.1 Conceito de Adoção. 2.2 A Adoção como Medida Excepcional de Colocação em Família Substituta. 2.3 A Adoção de Criança e Adolescentes com Deficiência pelas Lentes do Estatuto da Criança e do Adolescente. 3 ANÁLISE DA ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS A PARTIR DOS DADOS DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO. 3.1 O Cadastro Nacional de Adoção. 3.2 Análise das Informações do Cadastro Nacional de Adoção. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS

1 Graduanda em Direito do 10º período. Artigo científico apresentado à banca examinadora do curso de

graduação em Ciências Jurídicas, da Faculdade CESMAC do Agreste – Arapiraca, como exigência parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientadora: Profa. Esp. Maria Izabel Ferreira dos Santos.

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INTRODUÇÃO

A adoção é considerada um dos atos mais generosos e especiais que pode ser realizado pelo ser humano, pois exige doação incondicional de quem se dispõe a cuidar, proteger e auxiliar uma criança até a sua fase adulta, tornando-se referência para a construção de identidade e personalidade de um ser ainda em desenvolvimento.

Destaca-se que a adoção envolvendo crianças e adolescente, no Brasil, possui inúmeros desafios que são multiplicados quando se trata de menores com necessidades especiais em razão de inúmeras peculiaridades que são necessárias ao pleno desenvolvimento destes.

Por esse motivo o estudo revela-se importante e necessário diante das várias questões que trazem à tona a reflexão do que realmente é a ato de adotar, sendo um assunto que interessa tanto a comunidade acadêmica quanto à sociedade.

Para o desenvolvimento do trabalho, têm-se diversos questionamentos sobre o assunto, mas no sentido de estreitar a temática apresenta-se como problemática a seguinte indagação: A partir dos dados constantes no Cadastro Nacional de Adoção podem-se extrair as dificuldades para a efetivação da adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais?

A adoção é uma forma de inserção em um lar de muitas crianças esperam encontrar famílias para substituírem a ausência, a negligência ou a impossibilidade dos familiares biológicos. Quando se trata de crianças e adolescentes que necessitam de cuidados especiais, que atualmente é uma forma rara de adoção, estas passaram a ter prioridade nas filas de espera para serem adotadas e de igual modo o candidato que tem interesse em adotá-las.

Para o a elaboração do trabalho tem-se como objetivo principal: analisar como se dá a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais a partir dos dados do Cadastro Nacional de Adoção. E como específicos, os seguintes objetivos: compreender o processo de adoção, analisar as dificuldades que preenchem a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais e buscar meios e políticas públicas para sensibilização e conhecimento da sociedade sobre o problema.

No sentido de facilitar a compreensão sobre o assunto, resolveu-se estruturar o trabalho em três tópicos. Inicialmente, será abordada a evolução legal do instituto da adoção

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no Brasil, trazendo-se as principais contribuições legais ao longo do tempo, iniciando-se pelo Código Civil brasileiro de 1916, passando-se pelas Leis nº 3.133/1957, 4.655/1965 e 6.697/1979, até chegar às atuais leis em vigor.

Posteriormente, serão abordadas as considerações legais sobre o assunto, trazendo-se as peculiaridades envolvendo a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais no ordenamento jurídico brasileiro.

Por fim, será tratado o tema de fato, analisando-se como se dá a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais a partir dos dados Cadastro Nacional de Adoção.

1. A EVOLUÇÃO LEGAL DA ADOÇÃO NO BRASIL

No Brasil, desde ano de 1693 havia resquícios do que seria a adoção, não com essa atual denominação, nem com o estigma do conceito de família trazido pela Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002. Por muito tempo a adoção foi sinônimo resgate, devido ao desamparo das crianças abandonadas que muitas vezes se encontravam em situação de rua e miserabilidade.

De acordo com Dias (2016, p.814): “[...] o instituto da adoção é um dos mais antigos de que se tem notícia. Afinal, sempre existiram filhos não desejados, cujos pais não querem ou não podem assumir”

Inicialmente, a adoção era vista como uma troca de favores, em que as famílias resgatavam as crianças em situação de abandono para que posteriormente ofertassem um abrigo e alimentação em troca de serviços, vez que o Estado não se esquivava da responsabilidade por esses indivíduos. Assim, uma vez deixados nas ruas, essas crianças ou adolescentes geralmente seriam adotadas por famílias a fim de trabalharam para estas quando crescessem, ou seriam deixadas nas Santas Casas de Misericórdia.

As Santas Casas de Misericórdia trouxeram à história, o que por muito tempo foram a solução para aquelas mães ou famílias que não possuíam a menor condição de cuidar de seus filhos, ou, ainda, para as mulheres da alta sociedade que não poderiam ser julgadas pela sociedade devido a gravidez. O Sistema da Roda dos Expostos era um instrumento em que as crianças eram deixadas a mercê das Santas Casas, em que poderiam ser cuidadas pelas amas de leite e creches, para posteriormente serem abrigadas por outras famílias.

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Sobre este sistema, Marcílio (1988, 0. 124) discorreu:

De forma cilíndrica e com uma divisória no meio, esse dispositivo era fixado no muro ou na janela da instituição. No tabuleiro inferior da parte externa, o expositor colocava a criança que enjeitava, girava a Roda e puxava um cordão com uma sineta para avisar à vigilante – ou Rodeira – que um bebê acabara de ser abandonado, retirando-se furtivamente do local, sem ser reconhecido.

A Roda do Exposto foi criada com o intuito de reduzir a quantidade de crianças abandonadas nas ruas em situação de miserabilidade, assim poderia haver um duplo viés: dar um local para acolhimento dos abandonados e manter a identidade da genitora resguardada.

No entanto, na visão estatal essa forma de abrigar as crianças era utilizada como forma de obter posteriormente mão de obra, em relação às crianças que não foram entregues a outras famílias. Essa forma de acolhimento de crianças durou por muito tempo, até o ano de 1923, sendo extinta pelo decreto nº 16.300, de 31 de dezembro de 1923.

1.1 Do Código Civil de 1916 a Lei nº 6.697/1979

O primeiro Código Civil Brasileiro é datado do ano de 1916 e trouxe alguns dispositivos que versavam sobre a adoção no país, que fazia parte do Capítulo V do Código Civil, entre os artigos 368 e 375. No entanto, as normas daquele momento histórico não se assemelhavam aos princípios previstos na legislação atual, pois apresentavam diversas restrições.

Naquele período a adoção era uma forma de negócio jurídico dotado de bilateralidade, o qual seria realizado mediante a vontade de ambas as partes, prevendo, inclusive, a possibilidade de revogação, no Art. 374, que estabelecia:

Art. 374. Também se dissolve o vínculo da adoção: I - Quando as duas partes convierem.

II - Quando o adotado cometer ingratidão contra o adotante.

Art. 375 - A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite condição, nem termo. (BRASIL, 1916)

Diferentemente ao que acontece nos dias atuais, a diferença de idade entre o adotando e o adotado era de 18 (dezoito) anos, no molde do art. 369, do Código Civil/16. Além disso, os adotantes deveriam ser casados e terem idade de 50 (cinqüenta anos) não possuindo filho algum, demonstrando-se a impossibilidade desses casais em terem filhos de forma natural.

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Observa-se que havia uma série de restrições para a sua efetivação, especialmente nos Artigos 368, 369, 370, 371 e 372, todos do Código Civil/16, pois o objetivo primordial do instituto era possibilitar a continuidade do caráter familiar, de forma que ao adotar seria transferido ao casal adotante o pátrio poder. Assim como dispõe o art. Art. 378, o qual demonstra que, “os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido ao pai natural para o adotivo” (BRASIL, 1916).

Diante do contexto apresentado pelo Código Civil de 1916, observa-se que a adoção tenha como objetivo satisfazer as necessidades dos adotantes, sem que houvesse uma real preocupação em conceder a assistência necessária e prioritária às crianças e aos adolescentes.

Posteriormente, foram promulgadas diversas leis que também possuíam em seu bojo as perspectivas sobre a adoção, a saber: Lei nº 3.133/1957, Lei. nº 4.655/1965 e Lei nº 6.697/1979.

Entretanto, antes de referidas leis, houve a instituição do Código de Menores de 1923, por meio do Decreto nº 5.083, de 1º de dezembro de 1926, que não tratou sobre a adoção, mas trouxe aos juízes de menores a responsabilidade de julgar os casos que tratassem sobre menores abandonados, em situação de rua, etc.

A respeito da Lei nº 3.133/57, observa-se que esta trouxe diversas mudanças relevantes ao caráter assistencial do instituto da adoção, demonstrando de forma mais afetiva a relação entre o adotante e o adotado, prevendo não apenas as necessidades dos adotantes para com a adoção nos casos em que esses não poderiam biologicamente ter filhos, como também trouxe os casos de crianças abandonadas.

Trazendo a essas crianças em situação de abandono ou miserabilidade a possibilidade de ser inserido em uma nova família, no entanto, o menor adotado não possuía os direitos sucessórios e hereditários daqueles que lhe adoram, bem como, houve modificações para a faixa etária daqueles que desejam adotar, reduzindo de 50 anos para 30 anos de idade, devendo haver a diferença de pelo menos 16 anos do adotante para com o adotado, da mesma forma que acontece nos dias atuais.

Em relação ao casal que deseja adotar, estes deveriam estar constituídos em matrimonio há mais de 5 anos, objetivando-se conferir uma estabilidade familiar.

A Lei nº 4.655/65, por sua vez, trouxe em seu bojo o caráter assistencial da adoção para com os adotados, visando de forma mais apurada a relação de direito entre os filhos

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biológicos e os filhos adotados, pois concedia ao adotado uma equiparação aos direitos civis, hereditários e sucessórios em relação aos filhos biológicos, trazendo assim uma maior proteção e segurança aos adotados.

Nesse contexto, surgiu a chamada legitimidade adotiva, sobre o assunto Rizzardo (2014, p. 155) ressalta:

Com a Lei n° 4.655, de 02.06.1965, um novo importante passo foi dado na evolução do instituto, tornando o filho adotivo praticamente igual, em direitos e garantias, ao filho sanguíneo. Criou-se a legitimação adotiva – forma esta que atribuía ao adotado os mesmos direitos e deveres reconhecidos ao filho legítimo. Todavia, em razão do excesso de formalismo para a legitimação, não teve grande difusão prática.

Dentre outras exigências e garantias, o dispositivo previa que o vínculo existente entre a família original e o adotante cessaria, conferindo também, sendo de desejo dos adotantes, as modificações no nome do menor, observe-se:

Art. 9º O legitimado adotiva tem os mesmos direitos e deveres do filho legítimo, salvo no caso de sucessão, se concorrer com filho legítimo superveniente à adoção (Cód. Civ. § 2º do art. 1.605).

§ 1º O vínculo da adoção se estende à família dos legitimantes, quando os seus ascendentes derem adesão ao ato que o consagrou.

§ 2º Com a adoção, cessam os direitos e obrigações oriundos, da relação parentesco do adotado com a família de origem.

Art. 10. A decisão confere o menor o nome do legitimante e pode determinar a modificação do seu pré nome, a pedido dos cônjuges. (BRASIL, Lei nº 4.655, 1965)

Posteriormente, em 1979 foi promulgada a Lei nº 6.697, também conhecida como Código de Menores, que revogou a legitimação adotiva preposta pela Lei nº 4.655, e introduziu a legitimidade plena ao ordenamento jurídico brasileiro, trazendo assim dois contextos de ação, a saber: adoção simples e adoção plena, esses conceitos eram destinados aos menores em situação irregular, ou seja, as crianças abandonadas ou os menores expostos.

Em que tange a adoção simples, esta seguia os princípios previstos no Direito Civil e estava destinada aos menores de 18 anos, sendo concedido por meio de autorização judicial, podendo o menor utilizar o apelido da família que o adotou, para essa forma de adoção era necessário o período de no máximo um ano de convívio entre o adotado e o adotante.

Período esse que seria estabelecido através de ordem judicial, tendo como requisito para os adotantes que constituíam matrimônio o período de 5 anos, considerando que um dos cônjuges deveria ter mais de 30 anos de idade, entretanto, se fosse comprovada a situação de esterilidade de um dos cônjuges era possível o deferimento da dispensa dos 5 anos de matrimonio, a fim de resguardar as necessidades dos adotantes.

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No caso da adoção plena a idade do menor deveria ser até 7 anos, ou maior de 7 anos de os adotantes já possuíssem a guarda da criança, dessa forma, esse instituto da adoção possibilitou que viúvos e separados a pudesse adotar.

O principal diferencial sobre essa forma de adoção está apresentada do registro de nascimento do menor após ser prolatada a sentença, em que se configurava sem efeitos os registros de nascimento vinculados as famílias originais, assim todos os nome presentes nesses registros poderiam ser alterados a fim de que não houvesse nenhuma menção a adoção, assim essa adoção era irrevogável.

1.2 Da Constituição Federal a Lei nº 13.509/17

Antes da Constituição de 1988 (doravante, CF/88), a adoção possuía caráter estritamente contratual, o qual tinha como requisito de validade a escritura pública, isto, pois, só se eram garantidos os interesses dos contratantes, quais seriam os genitores adotivos.

Somente após a promulgação da CF/88 que foi estabelecida a constitucionalização de diversos direitos aos menores de 18 anos, a obrigatoriedade da intervenção do Estado, bem como a isonomia entre os filhos biológicos e adotivos.

Destaca-se que a CF/88 foi o verdadeiro marco das garantias da comunidade infantojuvenil, pois trouxe em seu bojo a necessidade do estabelecimento de mecanismos a serem criados e cumpridos pela sociedade, pelo Estado e pela família. A esse respeito, Oliveira (2013) ressalta:

A doutrina da proteção integral da Organização das Nações Unidas foi inserida na legislação brasileira pelo artigo 227 da Constituição Federal de 1988, trazendo para a nossa sociedade os avanços obtidos na ordem internacional em favor da infância e da juventude. Esse artigo constitucional, cujo texto reproduzo abaixo, de forma muito assertiva, encerra o conjunto de responsabilidades das gerações adultas para com a infância e a adolescência [...]A riqueza deste artigo traz muitas possibilidades de reflexão. Ele sinaliza, claramente, a responsabilidade da família, da sociedade e do Estado, como as três instâncias reais e formais de garantia dos direitos elencados na Constituição e nas leis. A referência inicial à família explicita sua condição de esfera primeira, natural e básica de atenção, cabendo ao Estado garantir condições mínimas para que a família exerça sua função e ao mesmo tempo, para que não recaia sobre ela toda a responsabilidade e ônus.

Com a promulgação da CF/88, o Código de Menores de 1979 não se adequava aos novos institutos constitucionais, pois trazia em seu cunho algumas disposições com tratamentos desiguais para o seu público alvo. Assim, havia a necessidade de instituição de uma lei capaz de assegurar e efetivar os novos direitos inseridos aos menores de 18 anos.

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Nesse contexto surge o Estatuto da Criança e do Adolescente que entrou em vigor nos anos 90 e com ele vieram as mais diversas mudanças, sendo uma das principais mudanças a modificação da denominação “menor”, para duas categorias diferenciadas, sendo denominada como criança, se possui até 12 anos incompletos de idade, e adolescente se possuir entre 12 e 18 anos de idade.

Sobre a nova doutrina adotada pelo ECA, Liberati (2010, p. 18- 19) entende por absoluta prioridade

[...] que a criança e o adolescente deverão estar em primeiro lugar na escala de preocupação dos governantes; devemos entender que, primeiro, devem ser atendidas todas as necessidades das crianças e adolescentes e [...] na área administrativa, enquanto não existirem creches, escolas, postos de saúde, atendimento preventivo e emergencial às gestantes, dignas de moradias e trabalho, não se deveriam asfaltar ruas, construir praças, sambódromos, monumentos artísticos, etc., porque a vida, a saúde, o lar, a prevenção de doenças são mais importantes que as obras de concreto que ficam para demonstrar o poder do governante.

A inovação da lei em comento traz consigo a inutilização da adoção como negócio jurídico bilateral, diferente do que era entendido anteriormente, adotando o princípio da proteção integral da criança e do adolescente.

Assim como dispõe o art. 1º da Lei 8069/90, que criança e adolescente não serão tratados apenas como simples objetos de políticas públicas, mas como verdadeiros sujeitos de direitos.

Aduz o art. 3º da mesma lei, que a criança e o adolescentes usufruem de todos os direitos inerentes a pessoas humana, o qual com advento da proteção integral de que trata esta lei, fica assegurados a criança e ao adolescente os direitos ao desenvolvimento físico e mental, moral espiritual e social, bem como os direitos relativos a liberdade e dignidade.

Art. 3º, parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.

No que tange a legislação atual, a adoção é regulamentada pela Lei nº 12.010, de 03 agosto de 2009, em parceria com o ECA, já que não há no Código Civil mais legislação quanto a matéria. Vale ressaltar, que quando a pessoa possui idade superior a 18, também podem ser adotadas, contudo essa modalidade de adoção só será possível, através da assistência do poder público, por meio de sentença, dependo-se se socorrer das disposições da lei especial sobre o assunto.

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Sobre os avanços obtidos com a promulgação da lei supracitada Gonçalves (2017, p.495), ressalta:

A referida Lei Nacional da Adoção estabelece prazos para dar mais rapidez aos processos de adoção, cria um cadastro nacional para facilitar o encontro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados por pessoas habilitadas e limita em dois anos, prorrogáveis em caso de necessidade, a permanência de criança e jovem em abrigo. A transitoriedade da medida de abrigamento é ressaltada na nova redação dada ao art. 19 do ECA, que fixa o prazo de seis meses para a reavaliação de toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional. O cadastro nacional foi definido em resolução do Conselho Nacional de Justiça As modificações com relação ao instituto da adoção foram de importância significativa para a abrangência da norma jurídica, o qual dessa forma ampara de forma mais eficaz a família natural ou afetiva, levando-se em consideração os laços de afetividade formados após a adoção.

Posteriormente, em 23 de novembro de 2017, entra em vigor a Lei nº 13.509, que ampliou o regramento sobre a adoção no Brasil, trazendo alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas Consolidações das Leis do Trabalho.

Essa norma veio com o intuito de viabilizar o processo de adoção e fixar prazos mais brandos e razoáveis a fim de estimular a adoção tanto por brasileiros como para estrangeiros. Dessa forma, a criança ou o adolescente só poderá mant er-se na instituição de acolhimento por até 1 ano e 6 meses, e caso ocorra a necessidades da dilação este prazo, deverá a autoridade judicial promover decisão devidamente fundamentada.

No caso dos que já são detentores da guarda, estes terão o prazo de 15 dias para propor a ação de adoção após o termino do estágio de convivência com o menor. A lei 13.509/17, também institui o apadrinhamento, que consiste em um vínculo jurídico para o desenvolvimento do menor com a instituição de acolhimento, para que se tenha a convivência familiar e comunitária.

Assim as crianças ou adolescentes sujeitos ao apadrinhamento são passiveis de adoção, porém possuem preferência aqueles que tenham a possibilidade de reinserção família ou colocação em família adotiva.

De acordo com Kümpel (2018, p. 5): “[...] a criança ou adolescente não inserido na família natural poderá estar sob estágio de convivência ou em programa de apadrinhamento, excluídas, obviamente, as situações de guarda, tutela ou efetiva adoção”.

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No que tange ao prazo do estágio de convivência, para os residentes no Brasil o prazo será de 30 dias, ou no máximo 90 dias havendo decisão devidamente fundamentada por autoridade judicial, já nos casos de adotantes residentes no exterior este prazo regular é de 45 dias podendo ser prorrogado até 90 dias por decisão de autoridade judicial.

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO

2.1 Conceito de Adoção

O termo adoção possui diversas etimologias, mas de forma ampla, significa: considerar ou escolher. Na realidade de fato a adoção seria a inserção de um indivíduo em um ambiente familiar, seja esse de forma definitiva ou através da aquisição de um vínculo familiar jurídico.

Conceituando Adoção, Diniz (2010, p. 522) leciona:

Ato jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe é estranha

No Brasil, a adoção decorrer de diversos motivos, que vão desde quando os pais do adotando já faleceram ou são desconhecidos devido o abandono, ou ainda em decorrência da perda do poder familiar pelos genitores. Assim esse novo seio familiar, adquire a responsabilidade de ensinar, proteger, desenvolver e cuidar dessas crianças ou adolescentes.

De acordo com Gagliano e Filho (2017, p.1315): “[...] um ato jurídico em sentido estrito, de natureza complexa, excepcional, irrevogável e personalíssimo, que firma a relação paterno ou maternofilial com o adotando, em perspectiva constitucional isonômica em face da filiação biológica.”

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê em seu art. 39, § 1º, o conceito legal de adoção: “A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa.”

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2.2 A Adoção como Medida Excepcional de Colocação em Família Substituta

Toda pessoa tem o direito de ser criada e educada prioritariamente no seio de sua família natural, sendo esta a primeira entidade em que o indivíduo passa a manter contato, interagindo com as primeiras pessoas.

Referida garantia está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Art. 19 que dispõe: “É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral” (BRASIL, 1990)

Acontece que em algumas situações não há possibilidade de manutenção da criança e/ou do adolescente em sua família biológica e isso pode acontecer por inúmeras situações, a exemplo: da morte ou ausência dos pais, negligência, abandono, etc.

Na maioria das vezes o processo de inclusão de uma criança ou de um adolescente no cadastro de adoção acontece após o devido processo de decretação da perda do poder familiar, mas quando a decisão de entrega de um filho para adoção parte dos pais pode-se ter uma situação muito mais dolorosa do que a sociedade imagina, pois são aspectos que vão além das condições e limitações financeiras ou até mesmo desapego emocional.

A excepcionalidade da medida da adoção está prevista do Estatuto da Criança e do Adolescente, no Art. 39, § 1º, observe-se: “Art. 39. [...] § 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei”.

Ressalta-se que a adoção é um ato de extrema complexidade, uma vez que envolve não só a criança ou adolescente disponível para adoção e seu pretendente, mas também os seus genitores, indivíduos esses que por muitas vezes são julgados pela sociedade por abandonar seus filhos em instituições de acolhimento. No entanto, os reais motivos que os levaram a praticar tal ato, são normalmente desconsiderados.

Em muitos dos casos as mulheres que optam por abandonar seus filhos, foram vítimas de violência doméstica e/ou familiar, por muitas vezes estupradas e violentadas, esses fatores desencadeiam a opção do abandono. Algumas mães optam pela adoção por não disporem de condições físicas, psicológicas ou materiais de educá-las adequadamente, podendo ser sinônimo de proporcionar um futuro melhor.

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O ato de entregar um filho pode ser paradoxalmente, uma prova de amor. Se a mãe não se sente em condições de criar a criança é melhor que, ao invés de maltratá-la ou ignorá-la, a entregue, abrindo a possibilidade de adoção. No caso de crianças com necessidades especiais, a situação se agrava ainda mais, pois muitos pais entregam seus filhos por falta de informação e condições financeiras para tratá-los. Da mesma forma, muitos adotantes rejeitam crianças especiais por questões dessa natureza.

Observa-se que dentre o estado social que essas mães se encontram existe uma dificuldade financeira ao ponto de uma situação de miserabilidade, juntamente com a falta de apoio de sua própria família, ou até mesmo a falta de uma família.

Apesar dos inúmeros argumentos que podem ser apresentados como forma de tentar justificar a entrega de crianças e/ou adolescentes de forma espontânea pelos genitores, deve-se ressaltar que a adoção não se limita a isso, pois existem situações que a permanência ou a reintegração da criança e/ou do adolescente em sua família biológica representa um risco à sua integridade física e/ou psicológica.

Nesta hipótese o Art. 101, § 9º, do ECA, estabelece que:

Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (BRASIL, 1990)

Considerando as dificuldades de integração social sofrida pelas crianças e adolescentes, em especial àquelas que possuem necessidades especiais (pois é o foco do trabalho), torna-se necessária o provimento de uma tutela jurisdicional diferenciada, por esse motivo, a prioridade dessas crianças e adolescentes torna-se um desafio no pratica, uma vez que os pretendentes em sua maioria acabam excluindo essa possibilidade de adoção.

2.3 A Adoção de Criança e Adolescentes com Deficiência pelas Lentes do Estatuto da Criança e do Adolescente

O Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe uma vasta disposição de direitos e garantias à comunidade infantojuvenil. Com relação aos menores de 18 (dezoito) anos que possuam algum tipo de deficiência crônica há uma preocupação ainda maior no sentido de

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assegurar-lhes as mesmas condições de oportunidade e tratamento. Uma das medidas tomadas pelo legislador foi a necessidade de garantir-lhes um tratamento prioritário, conforme se pode observar no Art. 47, § 9º, do ECA, que dispõe: “Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica”.

Igualmente se observa com relação aos pretendentes à adoção por meio do que fora disposto no Art. 50, § 15: “Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos”.

Apesar de referidas disposições legais, percebe-se que no caso concreto a dificuldade na concretização da adoção de crianças e adolescente portadoras de necessidades especiais, uma vez que o Estado não dispõe de políticas públicas voltadas ao acompanhamento dos pretendentes, ou ainda, ao atendimento das necessidades dessas crianças, nem a propagação de campanhas a fim de que se tenha uma sensibilização social sobre o tema, e a conscientização naqueles que pretendem adotar.

Em atenção a isso a Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, § 1º, II, prevê expressamente que cabe ao Estado que crie programas de prevenção e atendimentos especializados para os portadores de deficiência física, fazendo com que o menor se cresça e se desenvolva, assegurado por seus direitos e em especial que seja assegurada uma vida digna. Observe-se:

Art. 227. [...]

§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os seguintes preceitos:

[...]

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. (BRASIL, Art. 227, CF/1988)

Observa-se ainda a precariedade de criação de programas de conscientização e auxílio aos pretendentes à adoção de modo a ampliar a quantidade de interessados em adotar menores

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que necessitem de cuidados especiais. A respeito da importância dessas práticas, o ECA traz em seu Art. 197-A, § 1º o seguinte:

Art. 197-A [...]

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (BRASIL, 1990) As crianças com necessidades especiais possuem o direito de ter uma vida normal, sem preconceitos ou discriminação, sendo dever do Estado e da sociedade assegurar que as instituição e apoio e os abrigos, possuam a estrutura adequada para o desenvolvimento do menor até que seja concretizada a adoção. Sobre o assunto Aquino (2015, p. 07) destaca:

É na ausência destes programas que repousa a falta de esclarecimento que faz parecer à sociedade que adotar uma criança é algo moroso e muito complicado. Inconcebível então a inércia do Estado em buscar com efetividade mudar esta triste realidade que silenciosamente torna enferma nossa sociedade, a ponto de não adotar crianças com necessidades especiais, mormente, por seu estado físico e pelos “problemas” que trarão ao adotante. Atualmente a utilização do termo “deficiente” não é mais indicado, uma vez que traz para a criança ou adolescente apenas um rótulo, sem que se tenha real empatia com a situação em que se encontra, pois o termo traz para o indivíduo um sentimento de insuficiência ou incapacidade, assim deve-se expressar como crianças com necessidades especiais, sejam essas físicas ou psicológicas.

Diante disso, deve-se ter conhecimento de que algumas necessidades especiais são percebidas logo após o nascimento, enquanto outras se manifestam com a maturidade, que necessitam além de cuidados especiais, como também uma atenção especial de seus pais, que com o passar do tempo nesses abrigou ou instituições de apoio, acabam por ficar privadas de afeto e com dificuldades em seu desenvolvimento, fazendo com que a sua adaptação em um ambiente familiar, reste cada vez mais difícil.

De se mencionar que além das necessidades especiais, as crianças que são abandonadas nessas instituições, por muitas vezes possuem um ambiente familiar abalado, em que já puderam ter sido vítimas de maus tratos, abuso sexual, ou até mesmo complicações no

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parto, questões essas que em determinadas fases da infância podem acarretar dificuldades crônicas, devido traumas psicológicos.

Nesse contexto, a adoção se torna a única e principal forma de trazer a essas crianças e adolescentes a oportunidade de uma vida digna, tendo a oportunidade de reverter todos os traumas sofridos. Sobre o assunto, Aquino (2015, p. 04) leciona:

Neste diapasão, podemos inferir que “portador de necessidades especiais” são aquelas que apresentam patologias decorrentes de déficits mentais advindos de má formação intra-uterina ou adquiridas, ocasionando perda na capacidade cognitiva e consequentemente, afetando todo o seu desenvolvimento psico-social, bem como as que possuem alguma síndrome como West e Down. Também se enquadram neste contexto os que contraíram AIDS, seja por herança de seus pais ou, desastrosamente por alguma transfusão de sangue contaminado e que, em razão de perderem os pais para a doença logo criança, são abandonadas em orfanatos de maneira insensível pelos familiares, que bem poderiam dar a esta criança todo o amor e orientação para que pudesse crescer livre de preconceitos e ter uma vida social e familiar como todos merecem.

Em 2017, adveio a Lei 13.509 que dispõe sobre a adoção e altera várias leis, nascendo com o intuito de dar uma guinada neste instituto readaptando-o à realidade brasileira. Dito isso, foram efetuadas diversas mudanças, tal como a fixação de prazos razoáveis, visando o estimulo a adoção, tanto por aqueles de nacionalidade brasileira quanto os estrangeiros.

A referida lei ainda institui o apadrinhamento, sendo este um vínculo para o desenvolvimento da criança ou do adolescente, ajudando no convívio familiar e comunitário. Destaca-se que podem estar sujeitas ao apadrinhamento todos os menores de 18 (dezoito) anos que estão suscetíveis de adoção, contudo existe a prioridade por aquelas que possuem baixa possibilidade de reinserção familiar.

A respeito desta disposição legal, Kümpel (2018, s.p) discorre:

A despeito de ainda haver muito o que se desburocratizar na adoção, a lei 13.509/17 fixa prazos ao procedimento da adoção, além de ostentar relevantes mudanças que contribuem com o tratamento das crianças e adolescentes como sujeitos de direito, por exemplo o programa de apadrinhamento. Apesar de ligeiras, as determinações são positivas e devem ser pensadas e incentivadas outras novas, tomando-se cuidado para não prejudicar o interesse superior da criança e do adolescente. Em suma, abriu-se o caminho à ressurreição do instituto da adoção, morto pelos entraves Percebe-se a necessidade de conscientizar os pretendentes que a possibilidade de adoção de uma criança com necessidades especiais é uma forma de abrir-lhes caminhos,

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proporcionando-lhes o desenvolvimento das habilidades e de potenciais, a fim de experimentar uma vida com expectativas.

3. ANÁLISE DA ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS A PARTIR DOS DADOS DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

3.1 O Cadastro Nacional de Adoção

O Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça (doravante, CNJ), tem o objetivo de conferir celeridade aos processos de procura pela a adoção, através da disponibilidade de informações extraídas do perfil dos pretendentes habilitados, possibilitando o cruzamento de dados daqueles com a disponibilidade de crianças e adolescentes aptas a serem inseridas de forma definitiva em uma família substituta.

Sobre o assunto, Madaleno (2018, p.851) dispõe:

Os cadastros de adoção, tanto para inscrição de crianças ou adolescentes habilitados para adoção como de pessoas ou casais habilitados para adotarem, deverão seguir a ordem cronológica de inscrição e o artigo 197-E do Estatuto reafirma não só a obrigatoriedade da inscrição dos candidatos à adoção e o rigor a ser observado pela autoridade judiciária na restrição da ordem de inscrição, salvo quando, atento ao princípio dos melhores interesses do infante, se façam presentes as hipóteses previstas nos incisos I, II e III do § 13 do artigo 50 do ECA.

Destaca-se que nos moldes, do Art. 50, § 5, do ECA, deverão ser instituídos e implementados registros estaduais e nacional de crianças e adolescentes que estão em condições de serem adotados, bem como de pessoas ou casais que foram habilitados à adoção, após o procedimento de inscrição.

Segundo o art. 50, §6º do ECA, existirá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País. Tratando-se de uma afirmação com prioridade de adoção nacional sobre a internacional.

Ao se iniciar o processo de habilitação de um candidato e ocorrer a verificação da sua aptidão para receber uma criança ou um adolescente em seu lar como filho, o magistrado

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procederá a determinação da inclusão do pretendente no Cadastro Nacional de Adoção, podendo os juízes terem acesso às informações cadastradas.

A princípio não poderá adotar a família substituta que não estiver previamente cadastrada, salvo no caso do pedido de adoção unilateral; no pedido de adoção formulado por parente que possui vínculo afetivo com a criança; ou a requerimento de quem detém guarda ou tutela da criança ou do adolescente, devendo este comprovar os laços de afinidade e de afeto para com a criança. Estas são exceções trazidas pelo Art. 50, § 13º do ECA.

Sobre o assunto, Rossato, Lépore e Sanches (2017, p. 207) destacam que apesar do permissivo: “[...] o legislador determina que nas hipóteses expressamente previstas em que se autoriza a adoção por família que não esteja cadastrada, deverá haver a comprovação, no curso do procedimento, de que foram preenchidos todos os requisitos necessários à adoção”

Com isso, ao ser feita a inscrição no Cadastro de Adoção ficam as pessoas e casais já cadastrados obrigados a frequentar, no prazo máximo de 01(um) ano, dando-se início a contagem do prazo a partir do vigor da Lei, sob pena de ser cassada a inscrição no cadastro supra referido.

Ressalta-se que atualmente o sistema de organiza a disposição do Cadastro Nacional de Adoção é Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), que é coordenado pela própria Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça.

3.2 Análise das Informações do Cadastro Nacional de Adoção

Em pesquisa realizada no CNA em novembro de 2019, observou-se que o total de pretendentes que aceitam crianças com deficiência física era de 3006 (três mil e sei crianças), ou seja, 6.52% (seis vírgula cinqüenta e dois por cento) do total de candidatos inseridos no CNA. Destes, 1672 (um mil seiscentos e setenta e dois) candidatos aceitam crianças com deficiência mental.

De acordo com os textos de Almeida e Gadelha (2018, p. 10) no Guia para Adoção de Crianças e Adolescentes, do Movimento de Ação e Inovação Social:

É verdade que todo o processo de adoção deve ser extremamente cuidadoso e requer tempo para ser concluído. Mas o principal problema é que, ao se inscrever no CNA, a maioria das pessoas indica

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um perfil muito restrito, deixando de fora as crianças reais que estão nos abrigos - maiores de 5 anos, pardas ou negras, com deficiência, doença crônica ou grupos de irmãos. Estas, na verdade, são as crianças que mais precisam de uma família carinhosa e cuidadosa. No entanto, elas estão crescendo em instituições quando há tanto amor na fila, esperando por um filho idealizado.

Em consonância com os dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atualmente no Brasil, existem cerca de 50 mil crianças e adolescentes, em situação de acolhimento, no entanto, desse total apenas 9,5 mil estão presente no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e 5 mil estão efetivamente disponíveis para adoção. (BRASIL, Cadastro Nacional de Adoção, 2018)

As crianças efetivamente disponíveis para adoção, só passam a constar na lista de adoção quando as tentativas de reinserção ao ambiente familiar original restaram infrutíferas, bem como não conseguindo a inserção nas famílias externas.

Sobre a situação do CNA, Almeida e Botelho (2018, p. 18) trazem informações sobre o ano de 2018 e ressaltam que:

É importante que a pessoa que deseja adotar conheça a realidade das crianças e adolescentes registrados no Cadastro Nacional de Adoção, gerido pelo Conselho Nacional de Justiça: mais de 73,48% são maiores de 5 anos, 65,85% são negras ou pardas, 58,52% possuem irmãos, 25,68% têm alguma doença ou deficiência. Já entre os adotantes cadastrados, 77,79% só aceitam crianças até 5 anos, 17% querem apenas crianças brancas, 63,27% não optam adotar aquelas que têm doenças ou deficiências e 64,27% não estão abertos a receber irmãos.

Com a atualização dos dados previstos no segundo semestre de 2019, compreende-se que existem aproximadamente um pouco mais 46.000 (quarenta e seis mil) pessoas inscritas como pretendentes à adoção, portanto, observa-se que o número de possíveis adotantes e maior que o número de crianças e adolescentes disponíveis.

Portanto, compreendendo diante de um pensando lógico, todos os menores de 18 (dezoito) anos disponíveis à adoção já deveriam ter sido adotados, no entanto, todavia, essa é uma realidade distante. Isso ocorre devido o perfil de crianças esperadas pelos pretendentes.

Com base nos dados atuais apresentados pelo Cadastro Nacional de Adoção, observa-se que há aproximadamente 13.97% dos candidatos que adotariam apenas crianças brancas, 10.51% dos pretendentes adotariam apenas crianças com no máximo 1 ano de idade, e cerca de 61.39% não aceitariam adotar irmãos.

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Entretanto, um dos números mais alarmantes se refere as pessoas que não aceitam adotar crianças com alguma doença, que seriam cerca de 60.3% dos pretendes, ou seja, o equivalente a cerca de 27792 (vinte e sete mil, setecentos e noventa e duas) pessoas.

Nesse contexto, a partir do perfil solicitado pelos pretendentes, fazem com que demore cada vez mais o tempo para com que essas crianças e adolescentes disponíveis possam conseguir a inserção em uma família, chegando mais próximo do futuro incerto, uma vez que os abrigos e instituições de acolhimento, apenas os indivíduos até completar os 18 anos de idade.

Posto isso, é necessário erradicar os preconceitos advindos da ação, principalmente em relação às crianças e adolescentes com necessidades especiais, um vez que é considerada uma adoção necessária, uma vez que o laço afetivo entre os seres humanos não está ligada aos filhos biológicos ou adotivos. Para Schettini (1999, p. 43): “Todos os filhos são biológicos e todos os filhos são adotivos. Biológicos, porque essa é a única maneira de existirmos concreta e objetivamente; adotivos, porque é a única forma de sermos verdadeiramente filhos”.

A adoção é considerada por muitos um ato ainda mais sério e que exige grande responsabilidade se comparada à dar a luz biologicamente, pois se trata de um ato puro de escolha, revestido de grande exigência desde a inscrição no cadastro até a sua concretização, por esse motivo muitos acabam restringindo as opções de escolha, pois idealizam filhos que se adéqüem às suas necessidades.

As dificuldades para inserção de uma criança que necessita de cuidados diferenciados em razão de alguma doença ou deficiência pode assustar inicialmente ou causar insegurança. Na tentativa de auxiliar os pretendentes à adoção nestes casos, Almeida e Botelho (2018, 27) orientam:

A maioria dos pretendentes à adoção que não opta por receber uma criança com deficiência ou doença crônica na definição do perfil, leva um grande susto quando surge esta possibilidade. Entendemos que é uma escolha difícil e que a sua vida pode tomar um rumo inesperado, mas esperamos poder ajudá-la(o) nesta decisão tão importante. Em adoções como estas, é possível que sejam despertados sentimentos de compaixão e solidariedade. Contudo, estes sentimentos sozinhos jamais poderão motivar uma adoção. Os pretendentes precisam estar seguros e informados sobre a condição e as necessidades da criança ou adolescente a ser adotada(o). A espera pela chegada de um(a) filho(a) por adoção na família é um momento de tensão e emoção para os pais e familiares. Não é de surpreender que, nesse estado vulnerável, a notícia de que a criança pode ter uma deficiência ou doença

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crônica cause preocupação. Em geral, a dúvida gira em torno da forma como esta deficiência ou doença crônica poderá interferir, modificar ou repercutir na nossa vida e na da criança como um todo. É preciso buscar informações sobre as peculiaridades e cuidados médicos para cada tipo de situação. Este processo ajudará a identificar a estrutura necessária ao tratamento da(o) filha(o) que vai chegar, rede de apoio, suporte familiar e profissionais requeridos para seu acompanhamento.

Acontece que cada ser é único e apesar das características físicas, de sexo, de cor, de idade, cada um tem uma forma diferente de ver e conceder o mundo e as pessoas a sua volta. As pessoas devem se conscientizar que não existe uma pessoa perfeita, mas que cada ser possui sentimentos únicos capazes de se adaptarem ou não a novas situações.

Percebem-se poucas políticas públicas de promoção e divulgação da situação de crianças e adolescentes que aguardam por novos lares. Acreditamos que antes de iniciar um processo de adoção, os pretendentes deveriam buscar informações concretas sobre o instituto, participar de cursos, conhecerem a realidade de crianças e adolescentes em abrigos, conhecerem outras pessoas que passaram pelo mesmo procedimento, pois o conhecimento e a troca de experiência ajudam na desmistificação de algumas situações.

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CONCLUSÃO

Diante dos conceitos e problemas apresentados, observa-se que o instituto da adoção sofreu diversas alterações, e em geral uma evolução significativa em relação aos direito dos adotados e o amparo legislativo em relação a proteção e segurança das crianças e adolescentes, dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro ao longo das décadas adotou formas de igualar os filhos adotivos dos biológicos fazendo com que a busca pela igualdade ficasse cada vez mais próxima.

Dessa forma, mesmo com as modificações significativas para com o instituto da adoção, atualmente ainda possuímos obstáculos em relação a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais, vez que os adotantes buscam rotular os menores passiveis de adoção fazendo com que administre-se padrões inexistentes nas instituições de abrigo e apoio, conforme vislumbra-se nos dados disponibilizados do Cadastro Nacional de Adoção.

Portanto, deve-se compreender a realidade dos abrigos e instituições de adoção para com as necessidades físicas ou psicológicas dos menores, para que se tenha a promoção de políticas públicas para a manutenção das instituições, bem como campanhas de sensibilização da sociedade sobre a adoção de crianças e adolescentes com necessidades especiais.

Destarte, conclui-se que a priorização dos menores com necessidades especiais nas filas de adoção, foi um grande avanço para o instituto, no entanto, não basta para a diminuição dos números de menores abandonados nas instituições de apoio devido aos seus cuidados e suas necessidades especiais.

Sendo de dever do Estado e da sociedade promover políticas públicas de conscientização social, tanto para com a sociedade como forma de se ter o conhecimento sobre o problema e erradica-lo como para como os adotantes que estão prestas a exercer um dos atos mais generosos possíveis para o ser humano.

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