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Direito Processual Civil

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DA FUNÇÃO JURISDICIONAL

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes

e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter

interesse e legitimidade.

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio

em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.

Parágrafo único. Havendo substituição

pro-cessual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à

declaração:

I – da existência, da inexistência ou do modo

de ser de uma relação jurídica;

II – da autenticidade ou da falsidade de

do-cumento.

Art. 20. É admissível a ação meramente

decla-ratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DAS PARTES E DOS PROCURADORES

DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no

exercí-cio de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou

assis-tido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I – incapaz, se não tiver representante legal

ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;

II – réu preso revel, bem como ao réu revel

citado por edital ou com hora certa, en-quanto não for constituído advogado.

Parágrafo único. A curatela especial será

exercida pela Defensoria Pública, nos ter-mos da lei.

Art. 73. O cônjuge necessitará do

consentimen-to do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão

necessaria-mente citados para a ação:

I – que verse sobre direito real imobiliário,

salvo quando casados sob o regime de se-paração absoluta de bens;

II – resultante de fato que diga respeito a

ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III – fundada em dívida contraída por um

dos cônjuges a bem da família;

IV – que tenha por objeto o

reconhecimen-to, a constituição ou a extinção de ônus so-bre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2º Nas ações possessórias, a participação

do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à

união estável comprovada nos autos.

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73

pode ser suprido judicialmente quando for ne-gado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.

Parágrafo único. A falta de consentimento,

quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e

passivamente:

I – a União, pela Advocacia-Geral da União,

diretamente ou mediante órgão vinculado;

II – o Estado e o Distrito Federal, por seus

procuradores;

III – o Município, por seu prefeito ou

procu-rador;

IV – a autarquia e a fundação de direito

pú-blico, por quem a lei do ente federado de-signar;

V – a massa falida, pelo administrador

judi-cial;

VI – a herança jacente ou vacante, por seu

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VII – o espólio, pelo inventariante;

VIII – a pessoa jurídica, por quem os

respec-tivos atos constiturespec-tivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus direto-res;

IX – a sociedade e a associação irregulares

e outros entes organizados sem personali-dade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo

ge-rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou ins-talada no Brasil;

XI – o condomínio, pelo administrador ou

síndico.

§ 1º Quando o inventariante for dativo, os

sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.

§ 2º A sociedade ou associação sem

per-sonalidade jurídica não poderá opor a irre-gularidade de sua constituição quando de-mandada.

§ 3º O gerente de filial ou agência

presume--se autorizado pela pessoa jurídica estran-geira a receber citação para qualquer pro-cesso.

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão

ajustar compromisso recíproco para práti-ca de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procu-radorias.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual

ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o

processo esteja na instância originária:

I – o processo será extinto, se a providência

couber ao autor;

II – o réu será considerado revel, se a

provi-dência lhe couber;

III – o terceiro será considerado revel ou

excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.

§ 2º Descumprida a determinação em fase

recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o rela-tor:

I – não conhecerá do recurso, se a

providên-cia couber ao recorrente;

II – determinará o desentranhamento das

contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.

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Direito Processual Civil

DOS PROCURADORES

Art. 103. A parte será representada em juízo por

advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

Parágrafo único. É lícito à parte postular em

causa própria quando tiver habilitação le-gal.

Art. 104. O advogado não será admitido a

pos-tular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o

advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.

§ 2º O ato não ratificado será

considera-do ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advoga-do pelas despesas e por perdas e danos.

Art. 105. A procuração geral para o foro,

ou-torgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a pra-ticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar qui-tação, firmar compromisso e assinar declara-ção de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.

§ 1º A procuração pode ser assinada

digital-mente, na forma da lei.

§ 2º A procuração deverá conter o nome do

advogado, seu número de inscrição na

Or-dem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de

advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de regis-tro na Ordem dos Advogados do Brasil e en-dereço completo.

§ 4º Salvo disposição expressa em sentido

contrário constante do próprio instrumen-to, a procuração outorgada na fase de co-nhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

Art. 106. Quando postular em causa própria,

in-cumbe ao advogado:

I – declarar, na petição inicial ou na

contes-tação, o endereço, seu número de inscri-ção na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intima-ções;

II – comunicar ao juízo qualquer mudança

de endereço.

§ 1º Se o advogado descumprir o disposto

no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.

§ 2º Se o advogado infringir o previsto no

inciso II, serão consideradas válidas as in-timações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos.

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Art. 107. O advogado tem direito a:

I – examinar, em cartório de fórum e

secre-taria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independente-mente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anota-ções, salvo na hipótese de segredo de justi-ça, nas quais apenas o advogado constituí-do terá acesso aos autos;

II – requerer, como procurador, vista dos

au-tos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III – retirar os autos do cartório ou da

secre-taria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.

§ 1º Ao receber os autos, o advogado

assi-nará carga em livro ou documento próprio.

§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os

pro-curadores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.

§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao

procu-rador retirar os autos para obtenção de có-pias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuí-zo da continuidade do praprejuí-zo.

§ 4º O procurador perderá no mesmo

pro-cesso o direito a que se refere o § 3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz.

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Direito Processual Civil

DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita

a sucessão voluntária das partes nos casos ex-pressos em lei.

Art. 109. A alienação da coisa ou do direito

liti-gioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.

§ 1º O adquirente ou cessionário não

pode-rá ingressar em juízo, sucedendo o alienan-te ou cedenalienan-te, sem que o consinta a paralienan-te contrária.

§ 2º O adquirente ou cessionário poderá

in-tervir no processo como assistente litiscon-sorcial do alienante ou cedente.

§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença

proferida entre as partes originárias ao ad-quirente ou cessionário.

Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das

partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o.

Art. 111. A parte que revogar o mandato

outor-gado a seu advooutor-gado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.

Parágrafo único. Não sendo constituído

novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.

Art. 112. O advogado poderá renunciar ao

man-dato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renún-cia ao mandante, a fim de que este nomeie su-cessor.

§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o

advogado continuará a representar o

man-dante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo

§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no

caput quando a procuração tiver sido outor-gada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renún-cia.

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Direito Processual Civil

DO LITISCONSÓRCIO

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar,

no mesmo processo, em conjunto, ativa ou pas-sivamente, quando:

I – entre elas houver comunhão de direitos

ou de obrigações relativamente à lide;

II – entre as causas houver conexão pelo

pe-dido ou pela causa de pedir;

III – ocorrer afinidade de questões por

pon-to comum de fapon-to ou de direipon-to.

§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio

facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este com-prometer a rápida solução do litígio ou difi-cultar a defesa ou o cumprimento da sen-tença.

§ 2º O requerimento de limitação

interrom-pe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.

Art. 114. O litisconsórcio será necessário por

disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sen-tença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.

Art. 115. A sentença de mérito, quando

proferi-da sem a integração do contraditório, será:

I – nula, se a decisão deveria ser uniforme

em relação a todos que deveriam ter inte-grado o processo;

II – ineficaz, nos outros casos, apenas para

os que não foram citados.

Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio

passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do pro-cesso.

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando,

pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

Art. 117. Os litisconsortes serão considerados,

em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio uni-tário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão be-neficiar.

Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de

promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos

in-teresses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições

constitucionais.

Comentário

Ver art. 127, CF. Atribuições constitucionais do MP. Atuação como parte. Atuação como fiscal da lei. Ação Civil Pública. Art. 129, III, CF.

Defesa dos serviços públicos. Art. 129, II, CF. Fatos apurados em CPI. Art. 129, IV, CF.

Outras ações específicas: a) direitos difusos e coletivos na área da infância e juventude (ECA, art. 208 a 2240; b) pessoas portadoras de deficiência (Lei nº 7853/89); c) proteção dos investi-dores no mercado mobiliário (Lei nº 7913/89).

Ação coletiva. Direitos individuais homogêneos (CDC, art. 81, parágrafo único, III e art. 82, I). Ações específicas na LOMP (art. 6º).

A casuística é imensa. Ver NN e HTJ.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal

da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

I – interesse público ou social; II – interesse de incapaz;

III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de

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Comentário

Intervenção obrigatória.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

Comentário

Poderes processuais do MP.

Deve ser intimado de todos os atos (art. 179, CPC). Manifesta-se depois das partes (art. 179, I, CPC).

Pode requerer provas e o depoimento pessoal das partes. Pode arguir impedimento ou suspeição do juiz ou auxiliar. Pode suscitar conflito de competência (953, II, CPC). Prazo em dobro para se manifestar (art. 180, CPC).

Não pode praticar ato próprio da parte como requerer declaração incidente e reconvir (art. 343, CPC), denunciar a lide (art. 125, CPC), chamar ao processo (art. 130, CPC), arguir incompe-tência (art. 64, CPC), renunciar (art. 487, III, CPC), reconhecer juridicamente o pedido (art. 497, III, a, CPC).

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá

iní-cio a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.

§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o

juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma

ex-pressa, prazo próprio para o Ministério Público.

Comentário

Quer como parte, quer como fiscal da lei. Não se aplica quando houver prazo próprio.

Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com

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Direito Processual Civil – Do Ministério Público – Prof. Giuliano Tamagno

Comentário

Responsabilidade civil do MP. Dolo ou fraude.

TÍTULO VI

Da Advocacia Pública

Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.

Comentário

Advocacia do Estado. Pessoas jurídicas de direito público da administração direta ou indireta. Art. 131, CF, para a Advocacia Geral da União.

Além da representação judicial e extrajudicial, a advocacia pública deve prestar os serviços de consultoria e assessoria do órgão pública a que está vinculada.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e

fun-dações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma

ex-pressa, prazo próprio para o ente público.

Comentário

No CPC de 73 era apenas para a Fazenda Pública. No atual, é para toda a administração pública. Abrange União, Estados, Distrito Federal e Municípios, A intimação é pessoal.

Para quaisquer manifestações processuais. Exceção para prazos próprios.

Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com

dolo ou fraude no exercício de suas funções.

Comentário

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TÍTULO VII

Da Defensoria Pública

Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a

defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.

Comentário

Ver art. 134, CF e EC 80/2014, que criou uma seção específica para a Defensoria Pública e a des-taca como instituição permanente.

Ver Lei Complementar nº 80/94 e 98/99 que organiza e disciplina a Defensoria Pública na União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações

proces-suais.

§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, §

1º.

§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte

patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada.

§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito

reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.

§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma

ex-pressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.

Comentário

Prazo em dobro. Inclui os SAJUs.

Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando agir

com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

Comentário

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DA COMPETÊNCIA INTERNA

CAPÍTULO I

DA COMPETÊNCIA

Seção I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e

de-cididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.

Art. 43. Determina-se a competência no

mo-mento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posterior-mente, salvo quando suprimirem órgão judiciá-rio ou alterarem a competência absoluta.

Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos

pela Constituição Federal, a competência é de-terminada pelas normas previstas neste Códi-go ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.

Art. 45. Tramitando o processo perante outro

juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas em-presas públicas, entidades autárquicas e funda-ções, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de tercei-ro interveniente, exceto as ações:

I – de recuperação judicial, falência,

insol-vência civil e acidente de trabalho;

II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do

trabalho.

§ 1º Os autos não serão remetidos se

hou-ver pedido cuja apreciação seja de compe-tência do juízo perante o qual foi proposta a ação.

§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não

ad-mitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer de-les, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas en-tidades autárquicas ou de suas empresas públicas.

§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao

ju-ízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.

Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou

em direito real sobre bens móveis será propos-ta, em regra, no foro de domicílio do réu.

§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será

demandado no foro de qualquer deles.

§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o

do-micílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicí-lio do autor.

§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou

re-sidência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este tam-bém residir fora do Brasil, a ação será pro-posta em qualquer foro.

§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com

di-ferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.

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§ 5º A execução fiscal será proposta no foro

de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real

sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.

§ 1º O autor pode optar pelo foro de

domi-cílio do réu ou pelo foro de eleição se o lití-gio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.

§ 2º A ação possessória imobiliária será

pro-posta no foro de situação da coisa, cujo juí-zo tem competência absoluta.

Art. 48. O foro de domicílio do autor da

heran-ça, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para to-das as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não

possuía domicílio certo, é competente:

I – o foro de situação dos bens imóveis; II – havendo bens imóveis em foros

diferen-tes, qualquer destes;

III – não havendo bens imóveis, o foro do

lo-cal de qualquer dos bens do espólio.

Art. 49. A ação em que o ausente for réu será

proposta no foro de seu último domicílio, tam-bém competente para a arrecadação, o inventá-rio, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.

Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será

proposta no foro de domicílio de seu represen-tante ou assistente.

Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu

para as causas em que seja autora a União.

Parágrafo único. Se a União for a

demanda-da, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato

ou fato que originou a demanda, no de situ-ação da coisa ou no Distrito Federal.

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu

para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.

Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito

Fe-deral for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

Art. 53. É competente o foro:

I – para a ação de divórcio, separação,

anu-lação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:

a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não

haja filho incapaz;

c) de domicílio do réu, se nenhuma das

par-tes residir no antigo domicílio do casal;

II – de domicílio ou residência do

alimen-tando, para a ação em que se pedem ali-mentos;

III – do lugar:

a) onde está a sede, para a ação em que for

ré pessoa jurídica;

b) onde se acha agência ou sucursal,

quan-to às obrigações que a pessoa jurídica con-traiu;

c) onde exerce suas atividades, para a ação

em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;

d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para

a ação em que se lhe exigir o cumprimento;

e) de residência do idoso, para a causa que

verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;

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Direito Processual Civil – Da Competência Interna – Prof. Giuliano Tamagno

f) da sede da serventia notarial ou de

regis-tro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;

IV – do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano;

b) em que for réu administrador ou gestor

de negócios alheios;

V – de domicílio do autor ou do local do

fato, para a ação de reparação de dano so-frido em razão de delito ou acidente de veí-culos, inclusive aeronaves

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DA MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 54. A competência relativa poderá

modifi-car-se pela conexão ou pela continência, obser-vado o disposto nesta Seção.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais

ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

§ 1º Os processos de ações conexas serão

reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.

§ 2º Aplica-se o disposto no caput:

I – à execução de título extrajudicial e à

ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;

II – às execuções fundadas no mesmo título

executivo.

§ 3º Serão reunidos para julgamento

con-junto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou con-traditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou

mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.

Art. 57. Quando houver continência e a ação

continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será pro-ferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reu-nidas.

Art. 58. A reunião das ações propostas em

se-parado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.

Art. 59. O registro ou a distribuição da petição

inicial torna prevento o juízo.

Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de

um Estado, comarca, seção ou subseção judiciá-ria, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.

Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo

competente para a ação principal.

Art. 62. A competência determinada em razão

da matéria, da pessoa ou da função é inderrogá-vel por convenção das partes.

Art. 63. As partes podem modificar a

competên-cia em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direi-tos e obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito

quan-do constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurí-dico.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e

sucessores das partes.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição

de foro, se abusiva, pode ser reputada ine-ficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domi-cílio do réu.

§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a

abu-sividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DA INCOMPETÊNCIA

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa,

será alegada como questão preliminar de con-testação.

§ 1º A incompetência absoluta pode ser

ale-gada em qualquer tempo e grau de jurisdi-ção e deve ser declarada de ofício.

§ 2º Após manifestação da parte contrária,

o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.

§ 3º Caso a alegação de incompetência seja

acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido

con-trário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.

Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa

se o réu não alegar a incompetência em prelimi-nar de contestação.

Parágrafo único. A incompetência relativa

pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.

Art. 66. Há conflito de competência quando: I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram

com-petentes;

II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram

incompetentes, atribuindo um ao outro a competência;

III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge

con-trovérsia acerca da reunião ou separação de processos.

Parágrafo único. O juiz que não acolher a

competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I

DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Comentário Geral

HTJ – O Poder Judiciário Brasileiro é subdividido em Judiciário Federal (Justiça Federal, Justiça Militar, Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho) e Judiciário Estadual (art. 92, CF).

O CNJ (EC 45/04) não é órgão jurisdicional (ART. 103, CF). Trata de matéria administrativa e dis-ciplinar.

A jurisdição extraordinária é desempenhada pelo STJ, TST (controle de legalidade e unificação de jurisprudência) e STF (matéria constitucional).

Os tribunais gozam de autonomia administrativa e financeira. São eles que elaboram suas pro-postas orçamentárias, dentro dos limites estipulados com os demais poderes na LDO (art. 99, CF). Também devem escolher seus dirigentes, organizar os serviços de suas secretarias e dos juízos a eles vinculados e prover os cargos de juiz de carreira e os necessários à administração da justiça (art. 96).

Requisitos da atuação do Juiz; a) Jurisdicionalidade – investido do poder da Jurisdição; b) com-petência – dentro da fração de poder que a lei lhe designa; c) imparcialidade – posição de ter-ceiro em relação às partes interessadas; d) independência – sem subordinação jurídica, vincu-lando-se exclusivamente ao ordenamento jurídico; e) processualidade – observância ao devido processo legal.

Garantias da magistratura (art. 95, CF)

a) vitaliciedade – não podem perder o cargo senão por processo judicial; Ver artigos 25, 26 e 27

da LOMAN (Lei Complementar 35/79).

b) inamovibilidade – não podem ser removidos compulsoriamente, a não ser por interesse

pú-blico, reconhecido por voto da maioria do respectivo tribunal ou do CNJ (95, III e 93, VIII, CF); Ver artigos 30 e 31 da LOMAN.

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Outras prerrogativas do magistrado, ver art 33, da LOMAN.

Vedações

a) Exercício de outro cargo ou função, ainda que em disponibilidade, salvo uma de magistério

(art. 95, I, CF);

b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo (art. 95, II, CF); c) Dedicar-se à atividade político-partidária (art. 95, III, CF);

d) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,

entida-des públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei (art. 95, IV, CF);

e) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do

afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (art. 95, V, CF)

Outros deveres do magistrado, ver artigos 35 e 36 da LOMAN. Penalidades, ver artigos 40 a 48 da LOMAN. Responsabilidade civil do Magistrado, ver art. 49 da LOMAN.

Na Justiça do Trabalho, os deveres do juiz estão nos art. 653 a 659 da CLT.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: I – assegurar às partes igualdade de tratamento;

II – velar pela duração razoável do processo;

III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações

meramente protelatórias;

IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias

ne-cessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de

concilia-dores e mediaconcilia-dores judiciais;

VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,

adequan-do-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;

VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da

segu-rança interna dos fóruns e tribunais;

VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las

so-bre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios

pro-cessuais;

X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério

Pú-blico, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

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Direito Processual Civil – Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz – Prof. Giuliano Tamagno

Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes

de encerrado o prazo regular.

Comentário

Direção do processo.

Fiscalizar e controlar a sequência dos atos procedimentais e a relação processual entre as par-tes. Sempre com base nas normas jurídicas.

O tratamento isonômico pode ter modulações, pois o juiz deve observar certas normas espe-ciais para litigantes hipossuficientes ou em situações espeespe-ciais (idosos, curador especial, defen-sor dativo, consumidor, entre outros).

A duração razoável do processo (inciso II) tem assento constitucional (art. 5º, LXXVIII, CF). Tem poderes de impor multas (má-fé) poderes de polícia (art. 78, CPC), como cassar a palavra e mandar riscar dos autos expressões injuriosas (inciso III).

Tem poderes para a efetivação de decisões judiciais (inciso IV).

Deve propor a conciliação de forma obrigatória (inciso V). Depois da resposta do réu, a qual-quer tempo. Os conciliadores e mediadores ganharam disciplina expressa nos artigos 165 a 175 do CPC.

Dilação dos prazos (inciso VI) somente se refere aos prazos dilatórios ou judiciais. Os prazos peremptórios não podem ser dilatados pelo juiz (art. 222, CPC). Os prazos peremptórios não podem ser dilatados, sob pena de insegurança jurídica.

Com relação à alteração da ordem da oitiva de testemunhas (inciso VI) a previsão visa dar ao juiz maiores possibilidades de evitar ameaças ou possibilidades de suborno ou fraude. Trata-se de um poder de adequação ao caso concreto. Está dentro de um conceito mais amplo de flexi-bilidade de procedimento, como, por exemplo, o art 190, CPC, que permite às partes estipular o procedimento, em se tratando de direitos disponíveis.

O Poder de polícia (inciso VII) pode ser interno ou externo. Refere-se à segurança do serviço judiciário, para o exercício da atividade jurisdicional. Relaciona-se com o art. 360, do CPC, que é mais específico para a audiência.

O comparecimento das partes sem confissão (inciso VIII) está relacionado com o princípio da cooperação. Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, a não quebra do princí-pio isonômico e a não realização de procedimentos inúteis ou desnecessários.

O saneamento (inciso IX) é uma responsabilidade do juiz para não deixar que ocorram nulida-des e zelar pelos pressupostos processuais. Relaciona-se com o art. 317 do CPC.

Diante de demandas repetitivas (inciso X), deve oficiar ao MP, a Defensoria Pública e outros legitimados em matéria de direitos coletivos. Lembrar do veto à possibilidade de o próprio juiz converter em demanda coletiva.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento

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Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Comentário

Relação com o art. 4º da LINDB. A lei segue sendo a fonte principal do ordenamento jurídico e, por consequência, a principal fonte do Direito Privado. As demais fontes são utilizadas apenas na falta de lei.

No Processo do Trabalho, ver art. 8º CLT.

Este artigo é muito interessante, pois conecta o sistema de direito material com o sistema pro-cessual, e mostra a importância da atuação conjunta e complementar de ambos.

Para Aristóteles, equidade não é o legalmente justo, mas a correção da justiça legal.

Também está relacionado com o dever de decidir atendendo aos fins sociais da lei, previsto no art. 6º do CPC e art. 5º da LINDB.

O tema tem muitas aberturas com temas polêmicos como o garantismo processual e o ativismo judicial, entre outros. No fundo, também se relaciona com a separação de poderes.

Na Justiça do Trabalho, o procedimento sumaríssimo apresenta uma norma peculiar, que apre-ce inverter essa ordem (art. 852-I, CLT).

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de

questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Comentário

Fixação dos limites da lide. Princípio da congruência. Do que é pedido não se pode extrapolar. Deve haver correlação entre o que é pedido e a sentença.

Sentenças citra petita (aquém), extra petita (fora) ou ultra petita (além). A primeira, pode ser objeto de embargos de declaração. As duas últimas devem ser objeto de apelação.

As questões de interesse público devem ser decididas de ofício, independentemente de reque-rimento da parte. Com o sistema de cláusulas gerais no CC de 2002, a possibilidade de declara-ção de ofício cresceu muito, em especial pela redadeclara-ção do art. 166, CC.

Na Justiça do Trabalho há uma importante cláusula geral de nulidade, o art. 9º da CLT.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para

praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objeti-vos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

Comentário

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Direito Processual Civil – Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz – Prof. Giuliano Tamagno

A primeira é vício processual, como a lide simulada, por exemplo. A segunda, é nulidade de di-reito material (vício da vontade social).

A colusão é punida processualmente com a litigância de má-fé.

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a

requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a

par-te requerer ao juiz que depar-termine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

Comentário

Necessidade de dolo ou fraude.

A responsabilidade do estado é objetiva (art. 37, § 6º, CF). Tem direito de regresso contra o ma-gistrado por dolo ou fraude.

O CPC de 73 exigia prévia intimação. O novo CPC não traz expressa esta necessidade, o que difi-culta saber quando começa a inconformidade da parte.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Comentário geral

A Imparcialidade é garantia do estado Democrático de Direito e atributo necessário para que se possa julgar.

É um dos elementos do princípio do Juiz Natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF).

Não podem existir quaisquer dúvidas sobre os motivos de ordem pessoal que possam influir no ânimo do julgador. Não basta que o juiz alegue a imparcialidade na sua consciência. O CPC fixa causas objetivas de presunção absoluta (impedimentos) e de presunção relativa (suspeição) que impedem que o juiz atue em determinada causa.

Aplicam-se os motivos legais de impedimentos e suspeições tanto a juízes singulares quanto a tribunais. São motivos interpretados em sentido estrito, não permitindo aplicação analógica ou interpretação extensiva, pois afetam o poder jurisdicional.

Aplicam-se aos procedimentos de jurisdição contenciosa e voluntária.

Na Justiça do Trabalho, há regra expressa sobre o tema: art. 801, CLT. Não se faz distinção entre impedimento e suspeição, referindo-se somente ao direito de recusar o Juiz. Os motivos para recusa são: Amizade íntima, inimizade pessoal, parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau e interesse particular na causa.

O parágrafo único, acrescenta que “se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar a exceção de suspeição, salvo se sobre-vindo novo motivo. A suspeição não será admitida se do processo constar que o recusante dei-xou de alega-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou”.

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro

do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do

Ministé-rio Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

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IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,

con-sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no

processo;

VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou

decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro

ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o

advo-gado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a

membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.

Comentário

Os casos de impedimento são objetivos. Não se indaga sobre a causa ou o motivo da atuação. Não há necessidade de poderes especiais para o advogado arguir o impedimento.

Atos proferidos por juiz impedido levam nulidade e podem ser atacados por ação rescisória (art. 966, II, CPC).

O juiz deve pronunciar o impedimento de ofício. Pode ser alegado o impedimento por petição simples (art. 146, CPC). Houve extinção do procedimento do CPC de 73, que tratava o caso como de exceção. Não há preclusão.

Há jurisprudência no sentido de que o juiz que apenas ordena a citação na primeira instância não está impedido de julgar a apelação. Se proferiu a decisão de saneamento, não pode julgar o processo em apelação.

Intervenção anterior (inciso I). Se fazia parte do MP, somente está impedido se participou de ato e exteriorizou sua opinião (em matéria penal, no mesmo sentido, Súmula 234, STJ).

Conhecimento em grau anterior de jurisdição (inciso II). Não se aplica se for no mesmo grau. Um juiz pode julgar causas semelhantes, desde que no mesmo grau. Também não se aplica este raciocínio para o cumprimento da sentença que julgou.

Este motivo não se aplica às ações anulatórias e ações rescisórias (art. 966, § 4º e art. 966, CPC) porque são ações autônomas de impugnação. Ver Súmula 252 do STF. Somente estará impedi-do para julgar a ação rescisória, se a ação rescindenda se baseou em impedimento impedi-do próprio juiz (art. 966, II, CPC).

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Direito Processual Civil – Dos Impedimentos e da Suspeição – Prof. Giuliano Tamagno

Parentesco com defensor público, advogado ou membro do MP (inciso III). Aplica-se a cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, na linha reta, até o terceiro grau.

Parentes consanguíneos: pais, avós, bisavós, trisavós, filhos, netos, bisnetos, trinetos. Inclui-se a adoção para esta finalidade (art. 1626, CC). Parentesco por consanguinidade em linha reta não sofre limitação de graus. Parentesco em linha reta por afinidade limita-se aos filhos e pais do cônjuge ou companheiro (art. 1595, § 1º, CC).

Os graus contam-se na forma do art. 1594 do CC.

Parentes afins: sogro, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado.

Juiz como parte (inciso IV). No conceito de parte incluem-se os terceiros.

Juiz como sócio ou membro de pessoa jurídica em cargo de administração ou direção (inciso V). Ver art. 36 da LOMAN. Para associações e fundações, tem de ser membro da direção. Para sociedades, basta ser sócio.

Herdeiro presuntivo, donatário ou empregador (inciso VI). Era causa de suspeição e tornou-se causa de impedimento. Herdeiro pode ser necessário, legatário, testamentário ou beneficiário de encargo.

Relação de emprego com instituição de ensino (inciso VII). Novidade do CPC, motivada pela grande quantidade de juízes envolvidos com o magistério.

Cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge ou parente (inciso VIII). Quando mover ação contra a parte ou advogado (inciso X).

A manipulação dos motivos de impedimento leva à litigância de má-fé. Sobre os ministros do STF e TSE, ver súmula 72 do STF. Não há impedimento. Art. 145. Há suspeição do juiz:

I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de

inicia-do o processo, que aconselhar alguma das partes acerca inicia-do objeto da causa ou que subminis-trar meios para atender às despesas do litígio;

III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro

ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar

suas razões.

§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I – houver sido provocada por quem a alega;

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Comentário

A suspeição gera nulidade relativa do processo. Por essa razão, preclui. O prazo conta-se do art. 146 (15 dias do conhecimento do fato), o que pode ser bem complicado de aferir no caso concreto.

Sentença prolatada por juiz suspeito não impugnado é válida e não cabe ação rescisória. A sus-peição não é pressuposto processual.

Partes e MP podem arguir a suspeição. O polo passivo é a pessoa do juiz. Não é admitida a assistência em suspeição, pois a questão é restrita à parte.

Não é necessária procuração com poderes especiais para arguir a suspeição do juiz.

Amigo íntimo ou inimigo das partes ou de seu advogado (inciso I). São conceitos jurídicos inde-terminados que devem ser demonstrados no processo. O Juiz pode declarar sua suspeição por motivo de foro íntimo, sem necessidade de expor suas razões (art. 145, § 1º, CPC). A antipatia não gera inimizade. Nem o fato do pai do juiz ser inimigo de um das partes e vice-versa.

Presentes ou aconselhamento (inciso II). Devem ter valor significativo. Doação tem carga patri-monial. Os conselhos devem ser dados de forma particular e direcionada. Não se confundem com esclarecimentos de dúvidas em meios de comunicação ou no exercício do magistério. Re-ferir a questão de doações para o foro da comarca, com autorização do Tribunal.

Parte credora ou devedora (inciso III). O juiz não pode julgar a causa tendo interesse no paga-mento de sua dívida.

Interessado na causa (inciso IV). O interesse deve ser próprio e direto, que possa transformá-lo em verdadeira parte processual. Pode ser de natureza econômica ou jurídica em sentido estri-to.

No fundo, a questão de interesse transforma este inciso em um conceito jurídico indetermina-do, que deve ser demonstrado no caso concreto. Uma questão relacionada é o prejulgamento. Evidentemente que o juiz pode fazer considerações sobre o processo, principalmente quando ele não é novidade e já tem algum posicionamento na jurisprudência. Isso não o torna suspei-to. Tampouco o juízo de opinião emitido na tutela de urgência ou de evidência, porque é da própria natureza da cognição sumária.

Também a questão das opiniões doutrinárias expressas em publicações, teses acadêmicas, li-vros de doutrina e de comentários à jurisprudência, palestras, conferências e entrevistas aos meios de comunicação não constituem motivo de suspeição, desde que formuladas em abstra-to. Está dentro do espaço de cidadania do juiz.

Na suspeição por foro íntimo, o juiz não precisa declinar os motivos. Ação idêntica movida pelo próprio juiz é caso de suspeição por interesse.

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o

impe-dimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fun-damento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.

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Direito Processual Civil – Dos Impedimentos e da Suspeição – Prof. Giuliano Tamagno

§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará

imedia-tamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribu-nal.

§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente

for recebido:

I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. § 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for

rece-bido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.

§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal

rejeitá-la-á.

§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal

condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.

§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o

juiz não poderia ter atuado.

§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo

de impedimento ou de suspeição.

Comentário

Este é o caso de capacidade postulatória do juiz, que apresentar é suas razões. Quem julga o incidente é o tribunal, no caso de o juiz não acolher as razões de impedimento ou suspeição. Na Justiça do Trabalho, o art. 801 da CLT disciplina a exceção de suspeição. Entretanto, no pri-meiro grau, guardava a sistemática de julgamento pelos demais membros da Junta, o que não existe mais desde a EC 28. Assim, a exceção deverá ser encaminhada à Corregedoria, que desig-nará um juiz para instruir e julgar a exceção. No procedimento sumaríssimo, todas as exceções são julgadas de plano (art. 852 – G, CLT). Se o juiz recusar a exceção, a parte deverá lançar o protesto antipreclusivo para poder renovar as questões em Recurso Ordinário.

Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou

colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.

Comentário

Caso especial de impedimento nos tribunais

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I – ao membro do Ministério Público; II – aos auxiliares da justiça;

III – aos demais sujeitos imparciais do processo.

§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição

fundamenta-da e devifundamenta-damente instruífundamenta-da, na primeira oportunifundamenta-dade em que lhe couber falar nos autos.

§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo

o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.

§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno. § 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de

testemunha.

Comentário

Adota-se, no que couber, o mesmo procedimento adotado para o Juiz. Quem julga o incidente é o Juiz.

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Direito Processual Civil

Direito Processual Civil

DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I

DOS ATOS EM GERAL

Art. 188. Os atos e os termos processuais

inde-pendem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se vá-lidos os que, realizados de outro modo, lhe pre-encham a finalidade essencial.

Art. 189. Os atos processuais são públicos,

toda-via tramitam em segredo de justiça os proces-sos:

I – em que o exija o interesse público ou

so-cial;

II – que versem sobre casamento, separação

de corpos, divórcio, separação, união está-vel, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III – em que constem dados protegidos pelo

direito constitucional à intimidade;

IV – que versem sobre arbitragem, inclusive

sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbi-tragem seja comprovada perante o juízo.

§ 1º O direito de consultar os autos de

pro-cesso que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

§ 2º O terceiro que demonstrar interesse

ju-rídico pode requerer ao juiz certidão do dis-positivo da sentença, bem como de inventá-rio e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos

que admitam autocomposição, é lícito às par-tes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, po-deres, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

Parágrafo único. De ofício ou a

requerimen-to, o juiz controlará a validade das conven-ções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de ade-são ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes

podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.

§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz,

e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devida-mente justificados.

§ 2º Dispensa-se a intimação das partes

para a prática de ato processual ou a reali-zação de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Art. 192. Em todos os atos e termos do processo

é obrigatório o uso da língua portuguesa.

Parágrafo único. O documento redigido em

língua estrangeira somente poderá ser jun-tado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade cen-tral, ou firmada por tradutor juramentado.

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Seção II

DA PRÁTICA ELETRÔNICA

DE ATOS PROCESSUAIS

Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou

parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.

Parágrafo único. O disposto nesta Seção

aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro.

Art. 194. Os sistemas de automação processual

respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamen-to, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos siste-mas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas fun-ções.

Art. 195. O registro de ato processual eletrônico

deverá ser feito em padrões abertos, que aten-derão aos requisitos de autenticidade, integri-dade, temporaliintegri-dade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justi-ça, confidencialidade, observada a infraestrutu-ra de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.

Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de

Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regula-mentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tec-nológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fun-damentais deste Código.

Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações

constantes de seu sistema de automação em página própria na rede mundial de computado-res, gozando a divulgação de presunção de vera-cidade e confiabilidade.

Parágrafo único. Nos casos de problema

técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º.

Art. 198. As unidades do Poder Judiciário

deve-rão manter gratuitamente, à disposição dos in-teressados, equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes.

Parágrafo único. Será admitida a prática de

atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem disponibilizados os equipa-mentos previstos no caput.

Art. 199. As unidades do Poder Judiciário

asse-gurarão às pessoas com deficiência acessibilida-de aos seus sítios na reacessibilida-de mundial acessibilida-de compu-tadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica.

Seção III

DOS ATOS DAS PARTES

Art. 200. Os atos das partes consistentes em

declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modi-ficação ou extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só

produzirá efeitos após homologação judi-cial.

Art. 201. As partes poderão exigir recibo de

pe-tições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas

mar-ginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa cor-respondente à metade do salário-mínimo.

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Direito Processual Civil – Da Forma dos Atos Processuais – Prof. Giuliano Tamagno

Seção IV

DOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz

consisti-rão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas

dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento co-mum, bem como extingue a execução.

§ 2º Decisão interlocutória é todo

pronun-ciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.

§ 3º São despachos todos os demais

pro-nunciamentos do juiz praticados no proces-so, de ofício ou a requerimento da parte.

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como

a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofí-cio pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado

pro-ferido pelos tribunais.

Art. 205. Os despachos, as decisões, as

senten-ças e os acórdãos serão redigidos, datados e as-sinados pelos juízes.

§ 1º Quando os pronunciamentos previstos

no caput forem proferidos oralmente, o ser-vidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os

graus de jurisdição, pode ser feita eletroni-camente, na forma da lei.

§ 3º Os despachos, as decisões

interlocutó-rias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Seção V

DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU

DO CHEFE DE SECRETARIA

Art. 206. Ao receber a petição inicial de

proces-so, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação.

Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria

nu-merará e rubricará todas as folhas dos autos.

Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao

membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é faculta-do rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem.

Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão

e outros semelhantes constarão de notas data-das e rubricadata-das pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria.

Art. 209. Os atos e os termos do processo serão

assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não qui-serem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secre-taria certificará a ocorrência.

§ 1º Quando se tratar de processo total ou

parcialmente documentado em autos ele-trônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digi-tal em arquivo eletrônico inviolável, na for-ma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais

contra-dições na transcrição deverão ser suscita-das oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.

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Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da

esteno-tipia ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal.

Art. 211. Não se admitem nos atos e termos

processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressa-mente ressalvadas.

Referências

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