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Estimativa de Safra: Centro-Sul

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Academic year: 2021

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INTELIGÊNCIA DE MERCADO inteligencia@stonex.com brasil.stonex.com mercadosagricolas.com.br +55 19 2102 1346 +55 11 3509 5471 Revisão de março/2021 Estimativa de safra de

cana-de-açúcar: Centro-sul

marina.malzoni@stonex.com

rafaela.souza@stonex.com

Estimativa de Safra: Centro-Sul

2ª revisão para a safra 2021/22 (abr-mar)

Com o fim da safra 2020/21 (abr-mar) no cinturão canavieiro e a iminência da temporada 2021/22, que deve ganhar ritmo a partir de meados de abril, nós da Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil revisamos nossas estimativas pa-ra o ciclo canavieiro do Centro-Sul. Desde nossa última publicação, em janei-ro/21, as condições climáticas permaneceram sendo o fator chave para a pro-dutividade dos canaviais, ao mesmo tempo em que a diminuição do prêmio do açúcar em relação ao etanol atraiu os holofotes do mercado.

Dessa forma, detalharemos a seguir nossas perspectivas para o processamen-to da matéria-prima e obtenção de açúcar e etanol, mostrando como a primeira

commodity deve continuar a assumir posição de destaque no mix produtivo

das usinas do Centro-Sul.

Iniciando as discussões com a área destinada à cana na região, aumentamos em 0,3% nossa expectativa de crescimento da extensão plantada com a maté-ria-prima – na última publicação, esperávamos que a área se mantivesse está-vel frente à 2020/21. Essa modificação reflete os indicativos de que, em meio à

Estimativa de safra no Centro-Sul (abr-mar)

*Estimativa. Fontes: UNICA & StoneX. Elaboração: StoneX.

Distribuição proibida. Este relatório é exclusivo para clientes da StoneX. Conheça mais em nosso

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Moagem (Mi T) 590,4 606,0 586,1 -3,3%

ATR médio (Kg/T) 138,6 144,7 139,7 -3,5%

ATR total (Mi T) 81,8 87,7 81,9 -6,6%

Mix açucareiro 34,3% 45,9% 46,3% ↑

Mix alcooleiro 65,7% 54,1% 53,7% ↓

Açúcar (Mi T) 26,8 38,3 36,1 -5,8%

Etanol de cana (Mi m³) 31,6 27,9 25,8 -7,5%

Hidratado de cana (Mi m³) 22,1 18,8 16,6 -12,0%

Anidro de cana (Mi m³) 9,5 9,1 9,2 2,1%

Etanol de milho (Mi m³) 1,6 2,5 3,2 25,8%

Hidratado de milho (Mi m³) 1,2 1,9 2,2 18,3%

Anidro de milho (Mi m³) 0,4 0,7 1,0 47,0%

Etanol total (Mi m³) 33,3 30,4 29,0 -4,7%

Centro-Sul 2019/20 (a) Var. (c/b) 2020/21* (b) 2021/22* (c)

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remuneração atrativa dos subprodutos da cana-de-açúcar, parte das usinas optaram por ampliar suas áreas de expansão. Esta conjuntura também impli-cou em maiores investimentos na reforma dos canaviais, o que poderia contri-buir com maiores níveis de produtividade.

No entanto, sob a ótica climática, o déficit hídrico observado nas principais áreas canavieiras do Centro-Sul persistiu. No acumulado entre fevereiro/21 e as

quatro primeiras semanas de março, as chuvas sobre a região totalizaram

200,2 mm, apresentando retração anual de 16,7%, além de se posicionar 41,7% abaixo da média de longo prazo.

Apesar disso, o início da temporada chuvosa contribuiu para relativo alívio do estresse hídrico dos canaviais. Especificamente, dados do Sistema de Monito-ramento Agrometeorológico (Agritempo) mostraram que a disponibilidade de água nos solos do Centro-Sul se recuperou, alcançando patamares entre 60 e 80 mm na última semana.

Essa perspectiva também é corroborada pelo Índice de Saúde Vegetal (ISV), indicador que pondera os efeitos da temperatura e umidade sobre a saúde da vegetação, variando de 0 (estresse extremo) a 100 (saúde plena). Desde outu-bro do ano passado, o indicador se elevou, mas traçou tendência de queda a partir do início de fevereiro, em meio às chuvas menos intensas. Na média da 1ª

Precipitação no Centro-Sul (mm) - consolidado até 28/03

*Previsão até 31/03. Até 12/04. Fontes: Bloomberg & IBGE. Elaboração: StoneX.

0 50 100 150 200 250

jan fev mar* abr** mai jun jul ago set out nov dez

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quinzena de março, por exemplo, o ISV se posicionou em 45,3 pontos, patamar equivalente à média dos últimos 10 anos.

Mesmo assim, é importante considerar que as chuvas ao longo da temporada chuvosa (out-mar) no Centro-Sul registraram queda de 25,1% frente à normali-dade, totalizando 767,4 mm, o que deve pesar sobre a produtividade dos cana-viais que serão colhidos a partir de abril. Por isso, diminuímos nossas expectati-vas de moagem na região em relação à publicação anterior, em 0,7%, para 586,1 milhões de toneladas – volume que também representa retração de 3,3% ante o estimado para 2020/21.

No que diz respeito ao ATR médio dos canaviais, mantivemos inalterada nossa projeção frente à divulgação anterior, em 139,7 kg/t – dado que tal patamar se mostra 3,5% inferior no comparativo safra-a-safra e, portanto, ainda represen-ta as expecrepresen-tativas do mercado.

Considerando as projeções de ATR médio e moagem, o ATR total estimado pa-ra a tempopa-rada 2021/22 ficou em 81,9 milhões de toneladas. Compapa-rativa- Comparativa-mente, essa quantidade representa diminuição de cerca de 600 mil toneladas em relação à publicação anterior e de 6,6% ante o esperado para o ciclo 2020/21.

Mais uma vez, o mix produtivo se coloca sob os holofotes na 2ª revisão para a safra de 2021/22. Ainda que os preços do açúcar continuem sustentados no mercado internacional, as cotações do demerara passaram a se desvalorizar nas últimas semanas, após romperem máximas ao final de fevereiro. Nesse sentido, o maio/21 do #11 acumulou queda de 0,7% entre o início de fevereiro e a última sexta-feira (26).

Em paralelo, o etanol PVU, com base em Ribeirão Preto/SP, se sustentou de maneira significativa a partir de meados de fevereiro, encurtando o prêmio do açúcar em relação ao biocombustível. Essa movimentação respondeu à valori-zação de 40,0% nos preços da gasolina A desde o início do ano, em meio à alta do petróleo Brent e do dólar comercial. Aliado a isso, o consumo do biocombus-tível se recuperou de forma mais consistente em meados de janeiro, passando a apresentar crescimento anual desde então – dinâmica, contudo, que foi colo-cada em xeque recentemente pelo avanço da pandemia do novo coronavírus, o que levou a firme queda nas cotações do biocombustível.

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De modo geral, a diminuição do prêmio do açúcar frente ao etanol levantou dú-vidas a respeito da tendência de maximização do mix açucareiro pelo cinturão canavieiro na próxima safra. No entanto, apesar da alta recente do biocombus-tível, a produção de açúcar tende a se manter mais atrativa, ao menos na 1ª metade da próxima temporada.

Em primeiro lugar, essa perspectiva é corroborada pelos custos associados à mudança de mix, bem como pela contínua depreciação do real frente ao dólar, dinâmica que levou os preços do #11 quando convertidos à moeda nacional a romperem novos recordes nas últimas semanas, consolidando-se em valores próximos a R$ 2.000/t. Aqui, é importante lembrar que cerca de 70% da produ-ção esperada para a próxima safra já está fixada, sendo que o preço médio de fixações alcançou em torno de R$ 1.520/t – patamar que se posiciona abaixo do atualmente praticado no mercado internacional e que, portanto, coloca-se como um entrave adicional à mudança de mix.

Para além disso, espera-se que os preços do açúcar continuem sustentados nos próximos meses, considerando a menor oferta por importantes players glo-bais, como Tailândia e União Europeia, bem como as dificuldades logísticas en-frentadas pela Índia para exportar a commodity – tal como comentado em nos-sa estimativa para o Saldo Global de açúcar em 2020/21 (out-set). Desnos-sa for-ma, parece provável que o produto brasileiro continue assumindo papel de

des-Paridade entre o açúcar* e etanol** (US¢/lb)

*Contrato contínuo do #11. ** PVU RP. Fonte: Trader´s Pro & StoneX. Elaboração: StoneX.

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 3-out -2 0 17 -ou t-20 31 -ou t-20 14 -no v-2 0 28 -no v-2 0 12 -d ez -2 0 26 -d ez -2 0 9-ja n-21 23 -j an -2 1 6-fe v-21 20 -f ev -2 1 6-m ar-21 20 -m ar -21 Açúcar Etanol

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taque no suprimento da demanda internacional, o que tende a contribuir para o estímulo a sua produção.

Em paralelo, é importante considerar que a 2ª onda da COVID-19 no Brasil im-pôs a retomada de medidas de isolamento social, com consequente queda da mobilidade urbana. Com isso, desde o início de março até a última sexta, as co-tações PVU do hidratado se desvalorizaram em 24,2% em Ribeirão Preto/SP. As incertezas acerca desse cenário e seus desdobramentos podem continuar pressionando os preços do biocombustível, que também devem ser afetados pela entrada da nova safra, tendo em vista a retomada na destilação do álcool. De fato, vale notar que, em meio à desvalorização recente do etanol, o açúcar voltou a operar com prêmio elevado em relação ao biocombustível.

Por isso, aumentamos em 1,1 ponto percentual a participação do açúcar no mix produtivo de 2021/22, para 46,3% - proporção que representa crescimento sa-fra-a-safra de 0,4 p.p. Com isso, a produção da commodity é projetada para alcançar 36,1 milhões de toneladas, frente às 38,3 milhões de toneladas espe-radas para 2020/21.

Por outro lado, a fabricação de etanol de cana deve se posicionar em 25,8 mi-lhões de m³, queda anual de 7,5%. Em meio às perspectivas de que a gasolina ganhe maior participação no consumo de combustíveis de Ciclo Otto, conside-rando a maior atratividade da produção de açúcar frente ao etanol, estimamos que a destilação de hidratado atinja 16,6 milhões de m³ (-12,0% frente à 2020/21). O anidro, por sua vez, deve apresentar crescimento de 2,1% no com-parativo com o ciclo anterior, para 9,2 milhões de m³.

Por fim, é importante observar as perspectivas para a produção de etanol de milho. De modo geral, a conjuntura para o cereal permanece marcada por pre-ços elevados e comercialização avançada, bem como estoques baixos. Ade-mais, as incertezas com relação à oferta do grão também permanecem firmes, diante da possibilidade de atraso no plantio da safrinha – o que aumenta o ris-co de adversidades climáticas e, ris-consequentemente, de quebras de safra.

Apesar disso, a recente elevação nos preços do álcool sustentou a margem das usinas de etanol de milho. Em Mato Grosso, principal estado produtor, por exemplo, a margem da operação chegou a superar significativamente a média dos últimos 03 anos em março. Em paralelo, a capacidade de destilação do

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bio-combustível a partir do cereal tem se mostrado crescente, sendo que estimati-vas da StoneX apontam que o potencial de produção, considerando plantas em operação e projetos de construção e expansão, tende a se situar em cerca de 4,4 milhões de m³.

Dessa forma, refletindo o crescimento no número de usinas em operação, au-mentamos nossa estimativa de destilação de etanol de milho pelas usinas do Centro-Sul em 2021/22, para 3,2 milhões de m³, volume que representa au-mento de 25,8% no comparativo com a temporada anterior. Desse total, 2,2 mi-lhão de m³ representam produção de hidratado (+18,3%) e 1,0 mimi-lhão de m³ de anidro (+47,0%). Com isso, espera-se que a produção total do biocombustível se situe em 29,0 milhões de m³, retração de 4,7% em relação à 2019/20.

Margem das usinas de etanol de milho no MT (R$/t milho)

Fontes: CEPEA, CCEE & StoneX. Elaboração: StoneX.

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