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Ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação

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Ganhos competitivos das empresas

em redes de cooperação

Jorge Renato Verschoore Alsones Balestrin

Recebido em 30/maio/2006 Aprovado em 14/março/2008

Área Temática: Estratégia & Economia de Empresas ____________________________________

Jorge Renato Verschoore, Mestre e Doutor em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (CEP 93022-000 — São Leopoldo/RS, Brasil).

E-mail: jorgevf@unisinos.br

Endereço: Universidade do Vale do Rio do Sinos Avenida Unisinos, 950

93022-000 — São Leopoldo — RS

Alsones Balestrin, Mestre e Doutor em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é Professor e Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (CEP 93022-000 — São Leopoldo/RS, Brasil) e Professor Associado ao Instituto de Administração de Empresas da Universidade de Poitiers (França).

E-mail: abalestrin@unisinos.br

© Copyright 2008 FEA-USP/RAUSP-eletrônica. Todos os direitos reservados. Permitida a citação parcial, desde que identificada a fonte. Proibida a reprodução total.

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Ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação

Neste artigo, é tratado o tema redes de cooperação, abrangendo o estudo de empresas associadas às redes formadas por uma política pública desenvolvida pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de ampliar a competitividade das pequenas empresas e gerar desenvolvimento econômico e social por meio do incentivo à formação de redes de cooperação. O objetivo principal do estudo é identificar e mensurar os principais ganhos competitivos proporcionados pelas redes de cooperação às empresas associadas. Para alcançar o objetivo proposto, realizou-se uma análise conjunta em uma amostra de 443 proprietários de uma população de 3.087 empresas associadas às 120 redes do Programa Redes de Cooperação. Os dados empíricos foram coletados pelos pesquisadores em 2005, sendo processados e analisados estatisticamente. Os resultados obtidos pela análise conjunta confirmaram a importância dos cinco ganhos competitivos proporcionados pelas redes de cooperação às empresas, na seguinte ordem de importância: provisão de soluções; ganhos de escala e de poder de mercado; aprendizagem e inovação; relações sociais; e redução de custos e riscos. Com base nos resultados, foi proposto um esquema conceitual de análise dos ganhos competitivos gerados pelas redes.

Palavras-Chave: cooperação interorganizacional, redes, competitividade. Competitive outcomes of firms in cooperation networks

This paper presents the inter-organizational cooperation networks theme in the Brazilian context. The study involves firms in networks that were formed by a public policy developed by the Government of the Rio Grande do Sul State with the aim of boosting competitiveness among small firms and generating economic and social development through cooperation networks. The article main objective is to identify and measure he main competitive outcomes generated by cooperation networks to associated firms. The study used a conjoint analysis in a sample of 443 owners out of a population of 3.087 firms associated to the 120 networks of the Cooperation Networks Program. Data were collected in 2005 and the results of the conjoint analyses confirmed the relevance of the five competitive outcomes generated by the networks in the following importance order: solution supply; scale and market power gains; learning and innovation; social relationships; and cost and risk reduction. Based on the results, a conceptual scheme for the analysis of the competitive outcomes derived from the networks was proposed.

Keywords: interorganizational cooperation, networks, competitiveness.

Resultados competitivos de las empresas en redes de cooperación En este artículo se realiza un estudio sobre el tema redes de cooperación que abarca empresas asociadas a las redes formadas por una política pública desarrollada por el Gobierno del Estado de Rio Grande do Sul, con la finalidad de ampliar la competitividad de las pequeñas empresas y generar desarrollo económico y social por medio del incentivo a la formación de redes de cooperación. El objetivo principal del estudio es identificar y medir los principales resultados competitivos proporcionados por las redes de cooperación a las empresas asociadas. Para alcanzar dicho objetivo, se realizó un análisis conjunto en una muestra de 443 propietarios de una población de 3.087 empresas asociadas a las 120 redes del Programa Redes de Cooperación. Los datos empíricos habían sido recolectados por los investigadores en 2005, y fueron procesados y analizados estadísticamente. Los resultados obtenidos por medio del análisis conjunto confirman la importancia de los cinco resultados competitivos que las redes de cooperación proporcionan a las empresas, en el siguiente orden de importancia: provisión de soluciones; beneficios de escala y de poder de mercado; aprendizaje e innovación; relaciones sociales; y reducción de costos y riesgos. Basado en los resultados, se ha propuesto un esquema conceptual de análisis de los beneficios competitivos generados por las redes.

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1. INTRODUÇÃO

O tema redes de cooperação tem sido foco de crescente preocupação nos debates acadêmicos e empresariais. Embora não se constitua em uma idéia recente, visto que o conceito de rede é empregado na teoria organizacional desde o começo do século XX (NOHRIA, 1992), a união de empresas com o objetivo de obter soluções coletivas vem recebendo maior atenção de estudos e práticas organizacionais nas últimas décadas (OLIVER e EBERS, 1998). O propósito central das redes é reunir atributos que permitam uma adequação ao ambiente competitivo em uma única estrutura, sustentada por ações uniformizadas, porém descentralizadas, que possibilite ganhos de escala sem perder a flexibilidade por parte das empresas associadas.

As redes de empresas apontam uma nova direção para o enfrentamento das pressões competitivas, na qual as conexões entre os agentes “[...] constituem uma reflexão e um reconhecimento da interdependência, de forma oposta à autonomia postulada pela teoria clássica da firma” (THORELLI, 1986, p.41). Os resultados competitivos obtidos coletivamente são elementos importantes para a delimitação do conceito de rede interorganizacional. Com base neles, pode-se defini-la como “[...] arranjos propositais de longo prazo entre distintas, porém relacionadas, organizações lucrativas que permitem a essas firmas ganhar ou sustentar vantagens competitivas frente a seus competidores fora da rede” (JARILLO, 1988, p.32).

A crescente relevância que o tema redes vem adquirindo no Brasil, tanto na área acadêmica quanto na empresarial, instigou o presente estudo, com vistas a identificar e mensurar os principais ganhos competitivos proporcionados pelas redes de cooperação às empresas associadas. Nesse sentido, optou-se pelo estudo do Programa Redes de Cooperação (PRC) do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por aglutinar grande número de redes com estruturas organizacionais similares. Além disso, a amplitude de participantes do PRC permitiu que a pesquisa tivesse uma ênfase quantitativa sobre o impacto da cooperação na competitividade das empresas. O método da análise conjunta foi adotado por possibilitar a mensuração dos ganhos competitivos das empresas envolvidas em diferentes segmentos e, além disso, permitir também a hierarquização de cada um desses ganhos por ordem de importância.

Para alcançar o objetivo proposto, o artigo está estruturado da seguinte forma: inicia-se com uma reflexão sobre as redes de cooperação e seus ganhos competitivos; logo após, apresenta-se uma síntese da metodologia utilizada na pesquisa. Na seqüência, analisa-se, em linhas gerais, o PRC. Em seguida, são apresentados os principais resultados e, ao final, destacam-se as implicações decorrentes e as considerações finais da pesquisa.

2. GANHOS COMPETITIVOS DAS EMPRESAS EM REDES DE COOPERAÇÃO Os resultados da cooperação de empresas em redes representam um dos principais focos de atenção dos estudos sobre as relações interorganizacionais. Apesar de não estarem diretamente preocupados com o impacto desses resultados na ampliação da capacidade de competição das empresas, diversos estudos demonstraram ganhos em termos de obtenção de recursos (PFEFFER e SALANCIK, 1978) e diminuição de custos (WILLIAMSON, 1985), entre outros. A idéia da cooperação em rede como forma de gerar e obter diferenciais para

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potencializar a capacidade de competição das empresas emergiu ao final da década de 1990, por meio das pesquisas de Human e Provan (1997). Partindo de pesquisas anteriores, os autores propuseram-se identificar os diferentes resultados possíveis de serem obtidos por meio de redes. Não obstante, ao compararem os resultados das empresas associadas com os de suas concorrentes, estabeleceram a idéia de que a participação em redes de cooperação pode ser entendida como um instrumento de ganhos de competitividade para empresas de menor porte.

Em decorrência da percepção de que a cooperação gera ganhos competitivos para as empresas, governos e entidades privadas ao redor do mundo, instituíram políticas de promoção e apoio de iniciativas de redes. No Brasil, o PRC é uma das experiências mais duradouras, que fomenta, desde 2000, no Rio Grande do Sul, a geração de um amplo e variado conjunto de redes de cooperação. Por seu êxito, a política tornou-se foco de pesquisas e estudos de caso acerca dos ganhos competitivos das empresas participantes. Partindo dos resultados desses estudos (BÖHE e SILVA, 2004; MACADAR, 2004; PEREIRA, 2004; BALESTRIN, 2005; VERSCHOORE, 2006) e alinhando-os a outras contribuições seminais sobre o tema (JARILLO, 1988; PERROW, 1992; POWELL, 1998; THOMPSON, 2003), foi possível, a priori,aglutinar, em cinco ganhos o extenso número de variáveis que afetam a competitividade das empresas associadas às redes. A seguir, serão apresentados esses ganhos, suas definições, o referencial teórico de suporte, bem como uma síntese desse referencial, que orientarão a pesquisa empírica. 2.1. Escala e poder de mercado

Esse fator é definido como os ganhos obtidos em decorrência do crescimento do número de associados da rede, ou seja, quanto maior o número de empresas, maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de mercado. A associação a uma rede proporciona economias de escala pelo fato de as empresas participantes passarem a ter, entre outros diferenciais, maior poder de negociação com seus fornecedores e parceiros (CAMPBELL e GOOLD, 1999) e maior possibilidade de gerar marcas com reconhecimento e de obter amplitude na exposição pública (LORENZONI e BADEN-FULLER, 1995). Os ganhos de escala e de poder de mercado permitem às redes ampliar o potencial de barganha nas distintas relações econômicas e possibilitam a realização de acordos comerciais em condições exclusivas (WAARDEN, 1992). Considerando que, entre as principais razões para o êxito das grandes empresas, está o uso deliberado do controle de mercado (PERROW, 1998) e que as empresas de menor porte não conseguem usufruir dessa vantagem (BEST, 1990), a formação de redes desponta como uma real possibilidade para as pequenas e médias empresas (PME) ampliarem seu poder de mercado. Ao participar de uma rede, as empresas passam a ser percebidas com distinção em sua área de atuação, além de receber maior crédito e reconhecimento por parte do público, garantindo maior legitimidade nas ações empresariais e redimensionando a importância da empresa em seu contexto institucional (DIMAGGIO e POWELL, 1983). Além disso, surgem possibilidades para o estabelecimento profícuo de relacionamentos com “[...] universidades locais, grandes fornecedores e agências estatais que as pequenas firmas individuais não poderiam estabelecer” (HUMAN e PROVAN, 1997, p.383).

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2.2. Acesso a soluções

Parte dos problemas enfrentados por uma empresa de pequeno porte pode ser superada pelo desenvolvimento de soluções a partir da rede na qual ela se insere. Serviços de garantia ao crédito, prospecção e divulgação de oportunidades, bem como auxílio contábil e técnico-produtivo (BEST, 1990) podem ser internalizados pelas redes para minimizar os obstáculos impostos às empresas. As redes de cooperação também podem suprir as necessidades de capacitação de seus associados por meio de treinamentos e de consultorias, pois elas têm melhores condições de identificar fragilidades comuns e encontrar soluções coletivas. Paralelamente, as redes podem desenvolver sistemas de informação para a disseminação eletrônica de soluções entre seus associados (ROCKART e SHORT, 1991). Assim, esse fator diz respeito a todos os serviços, produtos e infra-estrutura disponibilizados pela rede para o desenvolvimento de seus associados.

As soluções disponibilizadas pelas redes de cooperação também assumem a forma de infra-estrutura e de apoio às ações de maior amplitude, facilitando ações individuais dos associados. Essa infra-estrutura coletiva materializa o sentido dos envolvidos em pertencer ao grupo (OLSON, 1999), fortalecendo seus vínculos e conectando-os mais intensamente à rede (HANDY, 1997). Por fim, é importante que os associados percebam o jogo de soma positiva que ocorre nas relações em rede para que a infra-estrutura coletiva se torne uma solução viável. “Por exemplo: abrir mercado em outro país por si só justifica a presença de minha empresa na rede, mesmo que minhas vendas para esse país tenham sido menores do que as das outras empresas da rede” (BALESTRO, 2004, p.63).

2.3. Aprendizagem e inovação

As possibilidades de aprendizagem em redes ocorrem de diferentes modos. Podem, por exemplo, se dar por meio da interação e das práticas rotineiras de colaboração (POWELL, 1998), do desenvolvimento de competências e de habilidades coletivas, ou mesmo por meio de processos conjuntos de adaptação às exigências socioeconômicas (KRAATZ, 1998). A cooperação nas redes permite que as empresas envolvidas acessem novos conceitos, métodos, estilos e maneiras de abordar a gestão, a resolução de problemas e o desenvolvimento de seus negócios (BEEBY e BOOTH, 2000). “Ela também pode ensinar as companhias a mudar seu

approach organizacional” (POLT, 2001, p.319). Na visão de Wildeman (1998), esse é o

chamado aprendizado horizontal da cooperação. O aprendizado vertical é, por sua vez, uma segunda possibilidade das redes, ocorrendo pelo desenvolvimento de habilidades por meio da sinergia de competências dos parceiros dentro de uma cadeia produtiva (PHAN e PERIDIS, 2000). Em outras palavras, “a aprendizagem ocorre em contextos de participação associativa em comunidades e requer diferentes tipos de organizações e de práticas organizacionais para o acesso a essas comunidades” (POWELL, KOPUT e SMITH-DOERR, 1996, p.142).

Paralelamente à aprendizagem organizacional, a inovação e os avanços tecnológicos, elementos fundamentais do atual paradigma competitivo, estão cada vez mais dependentes da estruturação de arranjos colaborativos e das redes entre empresas (ARAÚJO, 2000). As redes de cooperação possibilitam o desenvolvimento de estratégias coletivas de inovação e apresentam a

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vantagem de permitir o rápido acesso às novas tecnologias por meio de seus canais de informação. “Acentuando a amplitude da informação, elas criam as condições para promover inovações, conjugando diferentes lógicas e novas combinações de informações” (POWELL, 1987, p.81). Outro ganho em termos de inovação é a redução da lacuna entre a concepção e a execução das atividades, já que nas redes de cooperação todos estão habilitados a inovar (PERROW, 1992). Por último, há o benefício da aproximação entre as empresas associadas, que facilita a partilha de idéias e elimina preconceitos como “[...] a síndrome do não-inventado-aqui, em que inovações e idéias são rejeitadas porque não foram criadas e desenvolvidas internamente” (LORENZONI e BADEN-FULLER, 1995, p.151). Por tudo isso, tanto a aprendizagem quanto a inovação constituem-se em ganhos das redes de cooperação. Assim, define-se aprendizagem e inovação como o compartilhamento de idéias e de experiências entre os associados e as ações de cunho inovador desenvolvidas em conjunto pelos participantes. 2.4. Redução de custos e riscos

Esse fator refere-se ao benefício de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas ações e investimentos que são comuns aos participantes. Como qualquer outra organização, as empresas associadas em redes de cooperação possuem custos internos e externos, inclusive para o estabelecimento, a manutenção e o gerenciamento de suas interdependências (EBERS e GRANDORI, 1997). Embora não seja possível eliminá-los por completo, a formação de redes reduz sensivelmente a incidência de custos entre os associados. Isso pelo fato de que uma empresa que participa de uma rede “[...] pode incorrer em custos menores porque captura economias de escala (ou qualquer outra fonte de eficiência) de suas firmas associadas, o que outros competidores não conseguem obter” (JARILLO, 1988, p.35). Portanto, a cooperação em rede, dando suporte ao empreendimento de ações conjuntas, permite a redução de custos diversos, tais como os de produção, de transação, de informação e de resolução de conflitos (EBERS e GRANDORI, 1997). Outro benefício da cooperação às empresas associadas é tornar viável o compartilhamento dos riscos de ações complexas entre todos os participantes, dividindo os custos e os resultados dos esforços coletivos (EBERS, 1997).

Por conseguinte, a redução de custos e riscos é um dos principais elementos motivadores da cooperação em rede (PRAHALAD e RAMASWAMY, 2004). Uma das maneiras de alcançar tais ganhos é por meio da complementaridade (RICHARDSON, 1997). Trata-se de um elemento crucial, pois a complementaridade permite a criação de redes desenhadas para lidar com situações complexas (MILES e SNOW, 1986). Em outras palavras, as redes facilitam o desenvolvimento de relacionamentos que habilitam o acesso a recursos não-existentes na empresa e também sua combinação com aqueles disponíveis na rede (KAY, 1998). “Através desses relacionamentos com as outras partes, recursos e atividades tornam-se disponíveis e podem ser mobilizados e explorados pela organização no sentido de melhorar o próprio desempenho” (HÅKANSSON e SNEHOTA, 1989, p.193). Como há inúmeras dificuldades para a geração de recursos em uma empresa, e dificuldades ainda maiores para sua aquisição externamente, a adoção de alternativas à hierarquia e ao mercado torna-se a opção mais atrativa (BARNEY, 1999). Por tudo isso, entende-se a complementaridade de recursos entre os

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parceiros como um dos principais benefícios da cooperação em redes (COMBS e KETCHEN, 1999).

2.5. Relações sociais

O acúmulo de confiança e capital social por um determinado grupo de pessoas potencializa a capacidade individual e coletiva por meio de práticas colaborativas (COLEMAN, 1990). Dessa forma, um dos grandes benefícios das redes de cooperação é sua capacidade de proporcionar, em seu interior, as condições necessárias para a emergência da confiança e do capital social. O fator relações sociais diz respeito ao aprofundamento das relações entre os indivíduos, ao crescimento do sentimento de família e à evolução das relações do grupo para além daquelas puramente econômicas. De acordo com Perrow (1992), a organização de empresas em rede configura-se como a forma organizacional mais indicada a gerar relações sociais profícuas, por possibilitar experiências de auxílio mútuo, por abrir espaços para a ocorrência de contatos pessoais entre os empresários e por permitir a discussão franca e aberta tanto dos problemas quanto das oportunidades que envolvem os negócios dos participantes.

Outro ponto positivo das relações sociais diz respeito à limitação do oportunismo, visto que “um individuo egoísta pode receber os benefícios do altruísmo de outro e não arcar com os custos de ser generoso em retribuição” (AXELROD, 1990, p.135). Na literatura econômica, as diferentes práticas oportunistas são combatidas por meio de salvaguardas contratuais ou do controle burocrático instituído pelas estruturas hierarquizadas (WILLIAMSON, 1985). Contudo, os elevados custos e a reduzida eficiência transformam esses controles burocráticos em novos problemas. As redes de cooperação constituem uma alternativa para a redução das ações oportunistas sem os custos burocráticos e contratuais. Essa característica das redes é proporcionada tanto pelas salvaguardas endógenas, geradoras de pressões sociais em prol da manutenção dos relacionamentos (RING e VAN DE VEN, 1994), quanto pelo risco da perda dos ganhos coletivos, em decorrência de sanções ou de exclusão da rede (LADO, BOYD e HANLON, 1997). Assim, o custo do comportamento oportunista é maior para as empresas associadas em redes de cooperação (GULATI, NOHRIA e ZAHEER, 2000).

A análise das referências conceituais até aqui realizada conduziu ao estabelecimento dos cinco ganhos competitivos das empresas em redes, os quais reúnem o conjunto de variáveis que afetam os ganhos competitivos originados pela cooperação. Logo, as teorizações sintetizadas no quadro a seguir pretendem orientar os procedimentos metodológicos da pesquisa, sobretudo nas variáveis que deverão ser observadas no campo empírico, para subsidiar o alcance dos objetivos deste artigo.

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Síntese dos Ganhos Competitivos das Empresas em Redes de Cooperação Ganhos

Competitivos Definição Variáveis Referências

Escala e Poder de Mercado

Benefícios obtidos em decorrência do crescimento do número de associados da rede. Quanto maior o número de empresas, maior a capacidade

da rede em obter ganhos de escala e de poder de mercado.

Poder de barganha Relações comerciais Representatividade Credibilidade Legitimidade Força de mercado Dimaggio e Powell (1983) Best (1990) Waarden (1992) Lorenzoni e Baden-Fuller (1995) Human e Provan (1997) Perrow (1998) Campbell e Goold (1999) Macadar (2004) Böhe e Silva (2004) Acesso a Soluções Os serviços, os produtos e a infra-estrutura disponibilizados

pela rede para o desenvolvimento de seus associados. Capacitação Consultorias Marketing Prospecção de oportunidades Garantia ao crédito Best (1990) Rockart e Short (1991) Handy (1997) Olson (1999) Balestro (2004) Aprendizagem e Inovação O compartilhamento de idéias e de experiências entre os associados e as ações de cunho

inovador desenvolvidas em conjunto pelos participantes.

Disseminação de informações Inovações coletivas Benchmarking interno e externo Ampliação de valor agregado Powell (1987; 1998) Lorenzoni e Baden-Fuller (1995) Kraatz (1998) Wildeman (1998) Beeby e Booth (2000) Phan e Peridis (2000) Araújo (2000) Polt (2001) Balestrin (2005) Redução de Custos e Riscos

A vantagem de dividir entre os associados os custos e os riscos

de determinadas ações e investimentos comuns aos

participantes. Atividades compartilhadas Confiança em novos investimentos Complementaridade Facilidade transacional Produtividade Miles e Snow (1986) Jarillo (1988) Håkansson e Snehota (1989) Ebers e Grandori (1997) Ebers (1997) Richardson (1997) Kay (1998) Barney (1999) Prahalad e Ramaswamy (2004) Pereira (2004) Relações Sociais

O aprofundamento das relações entre os indivíduos, o crescimento do sentimento de

família e a evolução das relações do grupo para além

daquelas puramente econômicas. Limitação do oportunismo Ampliação da confiança Acúmulo de capital social Laços familiares Reciprocidade Coesão interna Williamson (1985) Coleman (1990) Axelrod (1990) Perrow (1992)

Ring e Van de Ven (1994) Lado, Boyd e Hanlon (1997) Gulati, Nohria e Zaheer (2000)

Böhe e Silva (2004) 3. METODOLOGIA

Definidos os fatores que aglutinam os ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação, tornou-se possível a verificação do grau de importância de cada fator. Sua

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hierarquização abre caminho para maior conhecimento a respeito das empresas e dos empresários envolvidos nas redes, suas interpretações, preferências e opiniões em relação aos ganhos das redes que mais contribuem para a competitividade das empresas associadas. Nesse sentido, o método estatístico mais adequado para alcançar os objetivos propostos é a análise conjunta (conjoint

analysis).

Optou-se por adotar essa análise por ser uma técnica multivariada que permite compreender como respondentes desenvolvem preferências de importância sobre determinado fenômeno (HAIR et al., 1998). Por meio dela, é possível identificar graus importância para determinado conjunto de fatores, permitindo assim ordená-los hierarquicamente e realizar análises detalhadas sobre o efetivo impacto ou a verdadeira utilidade das variáveis implícitas em cada fator. De acordo com alguns autores Hair et al. (1998), a análise conjunta é a única técnica multivariada por meio da qual o pesquisador primeiro constrói os fatores pela combinação de variáveis reais ou hipotéticas, para só então apresentá-los aos respondentes. Seguindo as informações prestadas pelo pesquisador, cabe ao respondente organizar os ganhos apresentados de acordo com sua preferência ou opinião quanto à importância relativa de cada fator em relação aos demais.

Tendo sido definidos os cinco ganhos, partiu-se para o desenho dos estímulos de coleta, ou seja, as combinações de níveis de ganhos identificados pelo pesquisador (MALHOTRA, 2001). Para facilitar a tarefa de organização dos respondentes, foram atribuídos dois níveis para cada fator: baixo e alto. Na construção dos estímulos, foram adotados dados de entrada não-métricos e uma abordagem de perfil pleno, em que são elaborados perfis completos a partir do conjunto de ganhos. “Tipicamente, cada perfil é descrito em um cartão índice separado” (MALHOTRA, 2001, p.556). Como os cinco ganhos gerariam número elevado de perfis, realizou-se um planejamento fatorial fracionário por meio do SPSS, reduzindo-os para 12 cartões de estímulo.

A coleta de dados da pesquisa ocorreu em 2005, sendo realizada pelos autores e por seus auxiliares, os quais foram devidamente treinados para a aplicação da técnica. Selecionou-se o grupo de respondentes aleatoriamente a partir do cadastro das empresas do PRC. Alcançou-se uma unidade amostral de 443 respondentes, avaliada como satisfatória para os fins dessa pesquisa. Todos os respondentes foram classificados em dois segmentos − tempo de existência e número de

associados da rede − para detalhar a análise dos resultados, que constituiu a etapa posterior do

processo. O objetivo central da análise foi identificar o grau de importância atribuído pelos respondentes aos cinco ganhos apresentados. Primeiramente, os resultados foram analisados de forma agregada, o que possibilitou uma visão geral representativa da população de representantes de empresas organizadas em redes de cooperação. Em seguida, como complementação, empreendeu-se também uma análise comparativa entre os dois grupos segmentados.

4. AS REDES DE COOPERAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL

Com base em informações fornecidas pela Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), são descritos aqui os principais pontos do PRC do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, responsável pela formação de mais de 120 redes de cooperação nos últimos cinco anos. O PRC destaca-se como uma política pública direcionada a promover um desenvolvimento sustentado, com base nas PME e no empreendimento de ações voltadas ao fomento da cooperação e à superação dos entraves à formação e à evolução de redes entre

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empresas. Cabe destacar que as redes formadas pelo PRC são constituídas por PME que se situam geograficamente próximas, atuam em um segmento específico de mercado, relacionam-se de forma não-hierárquica e associativa, prevalecendo a confiança mútua, e coordenam-relacionam-se a partir de mínimos instrumentos contratuais que garantam a governança.

O PRC foi concebido com três pilares de sustentação:

• uma metodologia de formação, consolidação e expansão de redes entre empresas; • uma estrutura regionalizada de suporte à implementação do modelo de rede proposto; • uma coordenação estadual gerida pela Sedai.

Cada pilar cumpre uma função imprescindível no desafio de criar e sustentar redes de empresas. A metodologia de formação de redes é a base de operacionalização do PRC. Sua elaboração objetivou proporcionar as melhores condições para o surgimento das redes, organizando a cooperação entre as empresas interessadas. Ela sistematiza os principais passos necessários para que empresas com características semelhantes consigam empreender ações conjuntas com vistas a atingir objetivos comuns. As etapas da metodologia compreendem, entre outras, a exposição da idéia, a definição de um plano de atuação conjunta das empresas, a execução das ações previstas no plano operacional da rede e o planejamento estratégico de longo prazo. O segundo pilar do PRC é a utilização de núcleos regionais de atuação sustentados por convênios com diferentes universidades, as quais desempenham dois papéis relevantes: a intermediação entre as especificidades locais e a coordenação estadual e a operacionalização da ferramenta metodológica junto às redes de empresas. Por fim, o terceiro pilar situa-se na coordenação estadual. Todas as ações do PRC são organizadas por uma estrutura específica mantida na Sedai, que tem por função dar sentido integrado de política pública focada em empreendimentos de pequeno porte e direcionada a construir um desenvolvimento regional endogenamente determinado.

A operacionalização do PRC teve início no ano 2000. O projeto-piloto contou com uma universidade conveniada e sete consultores capacitados, que atendiam demandas pontuais de grupos de empresas que já manifestavam o desejo de organizar-se em redes de cooperação. Por meio desse projeto-piloto, foi possível aprimorar a metodologia e o processo de treinamento e acompanhamento dos consultores. Nos meses seguintes, deu-se início à fase de disseminação do PRC, na qual foram conveniadas outras cinco universidades, contratados e capacitados 30 consultores, promovida a massificação dos instrumentos de comunicação e sensibilização de empresas, com a criação de materiais publicitários, e realizados eventos especificamente voltados às PME.

Em dezembro de 2003, houve a assinatura de sete novos convênios com universidades, que aumentou para 45 o número de técnicos envolvidos com a operacionalização do PRC. Realizando melhorias em pontos cruciais, como a metodologia de formação das redes e a capacitação dos técnicos que assessoram as empresas, mas sem alterar os pressupostos básicos de atuação, obteve-se um salto qualitativo e quantitativo das redes. Desde seu início, em 2000, até 2005, foram constituídas 120 redes de cooperação com a participação de mais de 3 mil empresas, gerando e mantendo 30 mil postos de trabalho e representando um faturamento conjunto de aproximadamente R$ 3 bilhões (RIO GRANDE DO SUL, 2005). O PRC

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estabelece-se, portanto, como uma iniciativa singular de apoio ao desenvolvimento econômico com base em empresas de pequeno porte, sendo reconhecido inclusive por premiações nacionais. 5. ANÁLISE DOS GANHOS COMPETITIVOS

A análise apresentada a seguir abrange os resultados de uma análise conjunta aplicada em representantes das empresas participantes do PRC. Inicialmente, pode-se afirmar que o modelo de pesquisa adotado e a coleta de dados realizada foram bem-sucedidos. Não foi necessária a exclusão de nenhum respondente no processo estatístico e não ocorreram reversões na ordenação de importância dos cartões. Além disso, segundo o processamento estatístico, a significância de 0,0000 e o coeficiente de Pearson de 0,969 reduzem a chance de incorreções na amostra e indicam forte associação entre as variáveis dependentes e independentes envolvidas na análise. Uma breve apreciação dos resultados do processamento dos dados referentes aos ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação, de acordo com a percepção dos representantes de empresas, reafirma a importância de todos os ganhos competitivos definidos pelos pesquisadores. Os resultados do processamento estatístico são apresentados no gráfico a seguir.

Resultado da Análise Conjunta dos Ganhos Competitivos

A análise do gráfico indica relevância semelhante entre todos os ganhos competitivos definidos pelos pesquisadores, já que a diferença entre os ganhos mais e menos importantes não chega aos 10 pontos percentuais. Contudo, é possível identificar, na percepção dos representantes das empresas participantes de redes de cooperação, destaque ao fator Acesso a Soluções, que é constituído por elementos como infra-estrutura de suporte, cursos e treinamentos, consultorias e tecnologias de informação. Esse elevado grau de importância, que alcança 26,29%, demonstra preocupação especial dos respondentes quanto à disponibilização de serviços que dificilmente seriam acessados por suas empresas de maneira isolada. Sob outro ângulo de análise, o percentual obtido por Acesso a Soluções expõe o fato de que as empresas participantes de redes tendem a preferir benefícios de curto prazo que resolvam questões e dificuldades pontuais, ou que venham a ampliar o desempenho e a competitividade dos associados por meio de instrumentos e serviços gerados e disponibilizados coletivamente.

G ra u de Im po rtâ nc ia (% ) Escala e Poder de Mercado Acesso a

Soluções Aprendizagem e Inovação Redução de Custos e Riscos Relações Sociais 30 25 20 15

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Em uma preferência intermediária relativamente aos demais ganhos estão os de Escala e Aprendizagem e Inovação. No primeiro caso, a possibilidade de as empresas obterem as vantagens da escala nas relações com fornecedores e clientes e conquistarem uma maior credibilidade em seu ambiente de negócios é um benefício salientado pelos respondentes, atingindo o percentual de 19,99%. Esse elevado grau de importância reafirma o senso comum de que uma das grandes vantagens de qualquer tipo de união é a possibilidade de juntar forças e tornar-se, coletivamente, algo maior. Do ponto de vista organizacional, essa força traduz-se em melhores negociações, ações com impacto amplo nos mercados consumidores, maior respeitabilidade e credibilidade institucional. A importância concedida pelos representantes das empresas evidencia que, por meio de uma rede de cooperação, as empresas conseguem ampliar sua escala e seu poder de mercado, tornando-se, em decorrência, mais competitivas.

O que chama a atenção é a relevância dada ao fator Aprendizagem e Inovação pelos representantes das empresas. Considerando-se o fato de que ações como compartilhamento de informações e práticas de benchmarking, com vistas à geração e à disseminação de melhorias, são fundamentais ao desenvolvimento de diferenciais competitivos, o percentual de 19,60% de importância indica a clara inclinação dos participantes de redes nessa direção. Além disso, representa mais uma comprovação empírica dos postulados teóricos sobre a capacidade de as redes de cooperação propiciarem um ambiente favorável para a aprendizagem organizacional e as inovações. Não obstante, é importante salientar que os representantes de empresas, beneficiários diretos da aprendizagem e das inovações, indicaram seus elementos constitutivos como ganhos tão importantes quanto os rotineiramente comentados ganhos de escala.

Em um nível inferior a esses dois últimos ganhos, destacou-se o fator Relações Sociais, com 17,51% de importância segundo a unidade amostral. Esse valor demonstra que aspectos como amizades, laços familiares e formação de um grupo social são valorizados e percebidos como ganhos de alto grau de importância pelos representantes das empresas participantes de redes. Diante desse fato, duas considerações são possíveis. Em primeiro lugar, observa-se que, apesar de uma organização empresarial ter foco prioritário nas vantagens econômicas e nos benefícios tangíveis, os envolvidos nas redes de cooperação valorizam as relações sociais como fonte de relacionamentos pessoais e de benefícios intangíveis e não-econômicos. Em segundo lugar, visto que o entendimento dos representantes das empresas está diretamente associado à realidade vivenciada em suas redes, corrobora-se a idéia de que a participação em redes de cooperação habilita seus associados a desenvolverem relações sociais permanentes e, por conseguinte, a acumularem capital social, a gerarem um sentimento comunitário e a criarem sólidos laços de confiança entre os membros.

Por fim, o fator Redução de Custos e Riscos destaca-se como relativamente menos importante. O grau de 16,61% atribuído a ele pelo conjunto de respondentes demonstra a capacidade de as redes de cooperação reduzirem custos e riscos para seus associados. Por isso, os aspectos ligados à elevação da lucratividade e rentabilidade das empresas por meio de soluções conjuntas foram realçados como ganhos que as redes de cooperação não devem deixar de perseguir. Todavia, o menor percentual obtido por tal fator demonstra que a efetiva diminuição de custos e riscos por meio de ações complementares não é tão fácil de ser percebida e realizada em redes formadas por empresas que atuam em um mesmo segmento. Esse percentual pode ser explicado também pelo fato de que, na percepção dos representantes de empresas, existem meios

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viáveis de reduzir custos e riscos de forma isolada, independentemente da participação em uma rede. Desse fato decorre uma comparação desigual com os demais ganhos, os quais dificilmente são obtidos sem a participação em redes de cooperação.

No intuito de realizar uma análise mais detalhada dos ganhos que afetam a gestão de redes de cooperação, dividiu-se em dois segmentos característicos a unidade amostral de 443 de empresas participantes do PRC: tempo de existência da rede e número de associados. A segmentação possibilitou compreender as diferenças de percepção entre os associados de redes com características distintas. No que tange ao tempo de existência, a maioria dos respondentes faz parte de redes de cooperação com menos de um ano de existência (88,2%). Do total, um respondente foi enquadrado na escala entre 1 e 2 anos e outro não indicou sua resposta, sendo ambos excluídos da análise, como mostra a tabela 1.

Tabela 1

Segmentação pelo Tempo de Existência da Rede

Segmentação Freqüência Percentual Percentual

Válido Cumulativo Percentual

Válidos 1. Menos de 1 ano 389 87,81 088,20 088,20

3. Mais de 2 anos 052 11,74 011,80 100,00

Total 441 99,56 100,00

Missing 0. Não informado 001 00,22

2. Entre 1 e 2 anos 001 00,22

A segmentação segundo o número de associados da rede mostrou-se mais dispersa. Entre os 442 respondentes considerados na análise, dado que um optou por não informar sua classificação, 49,8% são parte integrante de redes com até 15 associados e 43,4% enquadram-se em redes entre 16 e 30 associados. Como 23 empresas fazem parte de redes de 31 a 100 integrantes e sete respondentes são membros de redes com mais de 101 associados, para a análise ambos foram agrupados na escala denominada “mais de 30 associados” (tabela 2).

Tabela 2

Segmentação pelo Número de Associados da Rede

Segmentação Freqüência Percentual Percentual

Válido Cumulativo Percentual

Válidos 1. Menos de 15 220 49,66 049,77 49,80

2. Entre 16 e 30 192 43,34 043,44 93,20

3. Mais de 30 030 06,77 06,80 100,000

Total 442 99,77 100,00

Missing 0. Não informado 001 00,22

De acordo com a tabela 3, a percepção dos respondentes quanto aos ganhos competitivos apresenta diferenças significativas. Observa-se que redes com menos de 15 associados valorizam mais o fator Ganhos de Escala do que redes com maior número de associados. Essa valorização decorre da incapacidade em obter os benefícios da escala devido ao tamanho

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reduzido da rede e à percepção de que as empresas participantes de redes mais numerosas acabam beneficiando-se efetivamente da maior escala e do maior poder de mercado. No outro extremo, observa-se que as redes com mais de 30 associados valorizam em menor grau o fator Aprendizagem e Inovação em relação às redes menores. Essas diferenças indicam que redes mais numerosas podem ter dificuldades em congregar esforços de inovação ou mesmo em gerar um ambiente propício ao aprendizado se comparadas com redes médias, já que o maior valor relativo do ganho foi percebido pelas redes entre 16 e 30 associados.

Tabela 3

Grau de Importância dos Ganhos Competitivos e Número de Associados da Rede

Ganhos Competitivos Número de Associados Respondentes Número de Importância Média

Menos de 15 220 21,8482

Entre 16 e 30 192 18,5145

Mais de 30 030 15,7177

Escala e Poder de Mercado

Total 442 19,9840 Menos de 15 220 23,5339 Entre 16 e 30 192 27,5848 Mais de 30 030 38,4170 Acesso a Soluções Total 442 26,3038 Menos de 15 220 19,8625 Entre 16 e 30 192 20,0730 Mais de 30 030 14,9707 Aprendizagem e Inovação Total 442 19,6219 Menos de 15 220 17,8827 Entre 16 e 30 192 15,5064 Mais de 30 030 14,1053

Redução de Custos e Riscos

Total 442 16,5941 Menos de 15 220 16,8727 Entre 16 e 30 192 18,3205 Mais de 30 030 16,7870 Relações Sociais Total 442 17,4958

As divergências mais significativas encontram-se no fator Acesso a Soluções. Todas as três classificações de número de associados entendem ser relevante esse ganho, porém o grau de importância muda conforme o tamanho da rede. Assim, as redes pequenas, que contam com menos de 15 associados e que, portanto, ainda não conseguem oferecer-lhes muitas soluções, apresentam uma média de 23,53%. As redes médias, entre 16 e 30 associados, que oferecem mais soluções, apontam uma média de 27,58%. As redes grandes, com mais de 30 associados e, por isso, com condições de oferecer melhores soluções, alcançam a mais alta média do benefício, ou seja, 38,42%. Essa relação direta entre o tamanho da rede e o valor atribuído a Acesso a Soluções, juntamente com Escala e Poder de Mercado, demonstra que boa parte dos benefícios obteníveis por meio das redes de cooperação depende do contínuo crescimento do número de seus membros.

Seguindo a análise sobre a visão dos respondentes, torna-se fundamental identificar as peculiaridades segundo o tempo de existência da rede. A tabela 4 explicita a convergência da

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visão entre os dois grupos de respondentes. Em geral, tanto as empresas participantes de redes mais jovens como as empresas participantes em redes mais maduras observam intensidade semelhante em seus ganhos competitivos.

Tabela 4

Grau de Importância dos Ganhos Competitivos e Tempo de Existência da Rede

Ganhos Competitivos Tempo de Existência da Rede Respondentes Número de Importância Média

Menos de 1 ano 389 19,5952

Mais de 2 anos 052 22,6360

Escala e Poder de Mercado

Total 441 19,9537 Menos de 1 ano 389 26,2321 Mais de 2 anos 052 26,0633 Acesso a Soluções Total 441 26,2122 Menos de 1 ano 389 19,3204 Mais de 2 anos 052 22,2546 Aprendizagem e Inovação Total 441 19,6664 Menos de 1 ano 389 17,4283 Mais de 2 anos 052 10,6725

Redução de Custos Riscos

Total 441 16,6317

Menos de 1 ano 389 17,4236

Mais de 2 anos 052 18,3723

Relações Sociais

Total 441 17,5355

Apesar dessa semelhança geral, pequenas diferenças podem ser observadas nos ganhos Relações Sociais, Escala e Poder de Mercado e Aprendizagem e Inovação, cujas vantagens são mais intensamente percebidas pelos representantes de redes com maior tempo de atuação do que os representantes das redes com menos de um ano de vida. A maior divergência está, porém, no fator Redução de Custos e Riscos, que os respondentes de redes com menos tempo de atuação valorizam em maior grau se comparados aos representantes das redes com mais de dois anos de existência. Essa diferença indica que, à medida que a rede evolui, os ganhos relacionados à simples diminuição dos custos das empresas vão sendo substituídos pelos ganhos derivados da escala e da aprendizagem e inovação. Esses dados apontam que os ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação tornam-se mais complexos com o amadurecimento da rede. 6. IMPLICAÇÕES DA PESQUISA

A lógica predominante na formação de redes entre empresas centra-se no fato de que as relações de cooperação resultam em ganhos para todos os envolvidos, que, do contrário, não cooperariam. Assim, os ganhos competitivos alcançáveis pelas redes deslocam o tradicional enfoque essencialmente individualista para uma concepção de resultados coletivos, influenciando as ações e as decisões em conjunto. Nesse sentido, a identificação e a hierarquização dos ganhos competitivos das redes podem auxiliar os avanços de gestores e de pesquisadores no caminho para o melhor entendimento da gestão dessas organizações.

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No que tange aos resultados desta pesquisa, o fator mais lembrado por empresários, quando se fala em rede, é a possibilidade de ampliar a força de ação de uma empresa pela união com outras empresas. Destacado pelos trabalhos de Lorenzoni e Baden-Fuller (1995), Human e Provan (1997) e Perrow (1998), Escala e Poder de Mercado foi comprovado por esta pesquisa como um ganho competitivo almejado e realizado pelas empresas participantes de redes de cooperação. Na análise agregada dos representantes de empresas associadas às redes, seus percentuais foram um dos mais realçados. Os resultados evidenciam que os ganhos daí derivados são amplamente perceptíveis, independentemente do tamanho ou do número de associados da rede. Paralelamente, Acesso a Soluções destaca-se como o fator mais importante para os associados de redes. O elevado percentual desse fator indica que os empresários entendem a rede como um meio de minimizar suas dificuldades individuais, ao mesmo tempo em que reduz as dificuldades dos envolvidos. Os estudos de Best (1990) e Waarden (1992) mostram que, em diversas iniciativas de cooperação, a possibilidade de acessar soluções por parte dos associados já é, por si só, uma forte motivação para a formação da rede.

Entre as revelações desta pesquisa, uma das mais significativas foi a expressiva relevância apregoada ao fator Aprendizagem e Inovação pelos representantes de empresas. Os resultados demonstraram que, nas redes de cooperação, o ambiente favorável à aprendizagem organizacional e à geração de inovações possibilita ganhos tão importantes que praticamente se igualam em preferência aos relativos ao fator Escala e Poder de Mercado, identificados com freqüência como um dos maiores benefícios das redes. Desse modo, os dados empíricos referendam a coerência dos postulados teóricos de diversos autores, entre os quais Powell (1998), Gulati (1998), Schibany e Polt (2001), Hämäläinen e Schienstock (2001).

A possibilidade de reduções de custos e de riscos por meio das redes de cooperação está vastamente documentada pelas publicações que abordam o tema (EBERS e GRANDORI, 1997; JARILLO, 1988; PRAHALAD e RAMASWAMY, 2004). Esta pesquisa contribuiu com as discussões a esse respeito, ao evidenciar, com fundamento nas análises quantitativas, a importância do fator Redução de Custos e Riscos para os envolvidos nas redes originadas através do PRC. Embora com graus inferiores a outros ganhos, os representantes de empresas manifestaram que a Redução de Custos e Riscos é desejada e alcançada pelas empresas em redes de cooperação. O benefício das Relações Sociais foi incluído no rol de ganhos estudados em decorrência dos múltiplos trabalhos teóricos que demonstram o impacto de aspectos como confiança e capital social no desenvolvimento socioeconômico e organizacional (GAMBETTA, 1988; COLEMAN, 1990; PUTNAM, 1996). A pesquisa realizada evidenciou a capacidade de as redes gerarem as condições necessárias ao fortalecimento dos laços de relacionamento entre seus participantes, confirmando os postulados teóricos de autores como Perrow (1992), Fukuyama (1995), Gulati, Nohria e Zaheer (2000), entre outros.

As evidências relativas aos cinco ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação apresentadas permitem desenvolver um esquema analítico de compreensão do fenômeno baseado em duas características determinantes em qualquer rede de cooperação: tempo de existência e número de associados. O esquema exposto na figura a seguir tem por objetivo orientar e facilitar o entendimento sobre a geração de ganhos competitivos pelas redes de cooperação. Na figura, organizam-se os ganhos estudados conforme as seguintes evidências desta pesquisa:

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• a escala e o poder de mercado dependem diretamente do crescimento do número de

associados e do amadurecimento da rede;

• o acesso a soluções pode ser efetivado desde os primeiros momentos da rede, sendo

ampliado à medida que cresce o número de associados da rede;

• a aprendizagem e a inovação, por serem fruto de um envolvimento, amiúde dependem do

amadurecimento da rede;

• a redução de custos e riscos é visada com maior ênfase pelas redes pequenas e jovens que,

em geral, buscam ganhos imediatos;

• o amadurecimento da rede intensifica suas relações sociais, enquanto o crescimento do

número de associados afeta negativamente a obtenção desse ganho.

Esquema Conceitual: Ganhos Competitivos das Empresas em Rede

Conforme consta na figura, pode-se afirmar que a geração de ganhos competitivos das redes de cooperação está fortemente condicionada a seu tamanho e a seu tempo de atuação. As redes ainda em vias de consolidação, com pouco tempo de existência, apontam ter como prioridade buscar reduções de custos e oferecer soluções a seus associados. Alguns ganhos, como as relações sociais e a aprendizagem e inovação, são obtidos com o amadurecimento da rede e, por isso, situam-se mais à direita da figura. No canto superior esquerdo, está posicionado o fator Acesso a Soluções, uma vez que a quantidade e, principalmente, a qualidade das soluções proporcionadas pela rede dependem do crescimento do número de participantes. O fator Escala e Poder de Mercado situa-se no canto superior direito da figura, indicando que seus reais benefícios somente serão alcançáveis à medida que haja evolução conjunta do tamanho e do tempo da rede.

Anos de Existência da Rede

Nú m er o de A ss oc ia do s da R ed e Ganhos de Escala e Poder de Mercado Redução de Custos e Riscos Acesso a Soluções Aprendizagem e Inovação Relações Sociais

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As postulações teóricas e as evidências empíricas apresentadas na pesquisa aqui relatada visam contribuir com os crescentes debates acerca do fenômeno da cooperação em rede. Os resultados da pesquisa podem ser considerados, inclusive, como ponto de partida para novas investigações. Em relação às práticas administrativas, destacaram-se o surgimento e o crescimento de novas estruturas interorganizacionais no contexto brasileiro. Em relação às políticas públicas, os resultados evidenciaram que a promoção da cooperação por meio de redes constitui um caminho viável para o desenvolvimento das economias locais. No âmbito da gestão de PME, os resultados apontados pela pesquisa indicam que a cooperação em rede pode ser uma alternativa a ser considerada na busca e na sustentação de ganhos competitivos.

Especificamente no que tange às teorias organizacionais, os resultados da pesquisa permitiram melhor compreensão dos ganhos competitivos das empresas organizadas em redes de cooperação. Os resultados obtidos a partir dos dados coletados e processados estatisticamente apontaram importância semelhante entre os cinco ganhos identificados, na seguinte ordem: acesso a soluções; escala e poder de mercado; aprendizagem e inovação; relações sociais; redução de custos e riscos. A segmentação da amostra possibilitou, ainda, avançar no entendimento dos ganhos conforme o tempo de existência de uma rede e seu tamanho, habilitando os pesquisadores a proporem um esquema conceitual de análise dos ganhos competitivos das empresas em redes de cooperação.

Mesmo que os resultados apresentem algumas limitações, sobretudo por restringirem-se ao contexto das redes desenvolvidas no Rio Grande do Sul, suas evidências empíricas sugerem que as redes poderão fortalecer a competitividade das empresas envolvidas. No entanto, para uma sólida comprovação dessas evidências, os autores estão aprofundando suas pesquisas com o objetivo de complementar as discussões e as teorizações sobre o fenômeno das redes. Entre as

possibilidades de análises futuras, destaca-se a correlação dos resultados com outras variáveis de controle, como o tamanho da empresa e seu tempo de participação em rede e seu grau de envolvimento e o setor de atuação da rede. Além disso, pesquisas que demonstrem o impacto dos ganhos competitivos nas empresas participantes vis-à-vis as empresas não inseridas em redes seriam contribuições relevantes para o avanço do conhecimento na área. Para finalizar, deve-se destacar que o tema redes interorganizacionais está despertando crescente interesse de acadêmicos, empresários e governantes, especialmente pela possibilidade de gerar e sustentar o desenvolvimento e a competitividade de empresas e regiões. Nesse sentido, abre-se um leque de necessidades e de oportunidades para pesquisas e estudos para a comunidade acadêmica brasileira.

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