OS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DO TURISMO: UMA ANÁLISE EMPÍRICA DOS
MUNICÍPIOS PORTUGUESES
Cláudia Cristina S. Costa | ID2938 Doutoramento em Ciências da Administração Orientador: Professor Doutor António Fernando F. Tavares
EEG Research Day
Identificação do Tema
Problema em Análise
Propósitos do Estudo
Questões de Partida
Enquadramento Teórico
Revisão da Literatura
Modelo de Análise
Contributos
AGENDA
IDENTIFICAÇÃO DO TEMA
A importância, no contexto dos municípios portugueses, dos
instrumentos de políticas públicas do turismo na resolução de
problemas públicos relacionados com as falhas de mercado
existentes na actividade turística, considerando, ainda, os possíveis
impactos negativos da própria intervenção governamental.
O impacto dos instrumentos de políticas públicas do turismo no
desenvolvimento económico local.
PROBLEMA EM ANÁLISE
Governos
Intervenção na actividade turística
(Impactos económicos, sociais e ambientais)
Por que é que os governos se envolvem na formulação de políticas públicas do turismo?
TEORIA DAS FALHAS DE MERCARDO INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Uso dos instrumentos de políticas públicas como uma nova forma de acção política.
Instrumentos de políticas públicas do turismo utilizados pelos municípios portugueses e quais os
I. Descrever e caracterizar o uso dos instrumentos de políticas públicas.
II. Contextualizar as políticas públicas do turismo a nível nacional e local.
III. Descrever e explicar os instrumentos de políticas públicas do turismo mais utilizados pelos municípios portugueses.
IV. Identificar os principais determinantes na adopção de cada instrumento de política pública do turismo.
V. Avaliar o impacto da adopção destes instrumentos no desenvolvimento económico do município.
1.
Quais os instrumentos das políticas públicas do turismo mais
usados pelos municípios portugueses?
2.
Quais os factores que afectam a adopção dos instrumentos de
políticas públicas do turismo pelos municípios portugueses?
3.
Em que medida a adopção de cada instrumento específico de
política pública do turismo aumenta o desenvolvimento económico
municipal?
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Economia do Bem-estar: os mercados quando actuam num contexto de concorrência perfeita não carecem de intervenção governamental para alcançar o Óptimo de Pareto (Michael, 2001; Weimer e Vining, 2005).
Teoria das Falhas de Mercado: situações em que o comportamento dos mercados não permite alcançar a eficiência de Pareto (Field, 1997; Weimir e Vining, 2005).
FALHAS DE MERCADO IMPLICAÇÕES PARA A EFICIÊNCIA
Bens Públicos
Os mercados podem não fornecer bens públicos suficientes ou podem simplesmente não fornecer (escassez de oferta).
Problema do free rider (consumo em excesso).
Externalidades Externalidades positivas (escassez de oferta ou subconsumo).
Externalidades negativas (excesso de oferta).
Monopólios Naturais Diminuição dos custos médios (escassez de oferta).
Assimetria de Informação Sobrestimação da qualidade dos bens (consumo em excesso).
Subestimação da qualidade dos bens (subconsumo).
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Abordagem instrumental: alteração na forma de prestação dos bens e serviços públicos por parte da Administração Pública (Blair, 2002).
Instrumentos de políticas públicas: técnicas de intervenção social ou meios de controlo que estão ao alcance dos governos para estes adoptarem e implementarem diversas políticas públicas (Howlett, 1991).
Os instrumentos constituem um método identificável através do qual a acção política é estruturada para responder a um dado problema público (Peters, 2000; Peters e Van Nispan, 1998).
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
SOLUÇÕES GENÉRICAS PARA AS FALHAS DE MERCADO
Instrumento Falhas de mercado Mecanismos De mercado Incentivo s Regras Mecanismos hierárquicos e Contratação Seguros e cushions Bens Públicos ✔ ✔ ✔ ✔ Externalidades ✔ ✔ ✔ ✔ Monopólios Naturais ✔ ✔ ✔ ✔ Assimetria de Informação ✔ ✔ ✔
Vários instrumentos de políticas públicas fornecem potenciais soluções para cada tipo de falha de mercado.
As soluções nunca são perfeitas, antes devem ser personalizadas às situações em concreto. Fonte: adaptado Weimer e Vining, 2005
A actividade turística é reconhecida pela comunidade científica como
uma actividade particularmente sujeita às tradicionais falhas de
mercado.
Depende dos bens e serviços de muitas outras indústrias para fornecer o seu próprio produto.
Elevada magnitude de efeitos externos.
(Aradhyula e Tronstad, 2003; Blake e Sinclair, 2007; Dimitris, Aimilia e George, 2005; Fleischer e Felsenstein, 2000; Gooroochurn e Sinclair, 2005; Jeffries, 1999; Michael, 2001; O’Fallon, 1993; Sinclair e Stabler, 1997; Sinclair, 1998; Sharma, 2004; Veal, 2002; Wanhill, 2005)
REVISÃO DE LITERATURA
FALHAS DE MERCADO EXEMPLOS
Bens Públicos
Recursos naturais turísticos | Promoção nacional e dos destinos | Infraestruturas | Coordenação | Planeamento
Bens Públicos Locais: Preservação municipal do ambiente e da paisagem | legado cultural do município (monumentos, gastronomia e tradições) | imagem de marca do município
Externalidades
EXTERNALIDADES POSITIVAS: - Instalações de lazer
- Preservação de edifícios históricos - Infraestruturas
- Controlo da poluição - Limpeza das praias - Intercâmbio cultural
EXTERNALIDADES NEGATIVAS:
- Congestionamento das estradas, dos
transportes públicos e das cidades - Produção de ruído e de lixo
- Aumento da poluição, do consumo de água per capita e das emissões de dióxido de carbono - Alterações nas paisagens e degradação da natureza
- Aumento da taxa da criminalidade
Monopólios Naturais
Monopólios naturais de natureza social (Torre Eiffel)
Monopólios naturais de natureza económica (grandes infraestruturas de transportes) Diferenciação dos produtos turísticos e da atracção turística
Assimetria de Informação Produtos turísticos
REVISÃO DE LITERATURA
FALHAS DE MERCADO INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS DO TURISMO
Bens Públicos Provisão Directa | Regulação | Tributação
Externalidades
Regulação Social | Tributação | Incentivos Governamentais | Incentivos Financeiros Governamentais (taxas ou subsídios) | Despesas Governamentais | Regulação governamental
Monopólios Naturais Regulação Económica | Tributação
Assimetria de Informação Regulação
ABORDAGEM QUALITATIVA
ABORDAGEM QUANTITATIVA
MODELO DE ANÁLISE
Realização de entrevistas exploratórias a uma amostra representativa de municípios (técnica de análise de conteúdo).
Inquérito por questionário aos vereadores do pelouro do turismo (estatística descritiva e inferencial)
Produtos Turísticos: Sol e Mar, Touring Cultural e Paisagístico, City Break, Turismo de Negócios, Turismo
de Natureza, Turismo Náutico (inclui os Cruzeiros), Saúde e Bem-estar, Golfe, Resorts Integrados e Turismo Residencial, e Gastronomia e Vinhos.
PRIMEIRA ANÁLISE
SEGUNDA ANÁLISE
MODELO DE ANÁLISE
Análise empírica sobre quais os instrumentos de políticas públicas do turismo
Identificar quais as falhas de mercado no contexto do turismo que determinam a adopção de um dado instrumento de política pública
Identificar quais os instrumentos de políticas públicas do turismo que mais contribuem para o desenvolvimento económico do município.
Argumentos:
Os instrumentos de tipo comando e controlo são usados em maior grau do que os instrumentos de tipo mercado, apesar de estes últimos suscitarem um apoio mais consistente por parte dos economistas (Andersen, 2001)
Os governos locais portugueses estão, tradicionalmente, envolvidos directamente na prestação dos bens e serviços públicos (Rodrigues, Tavares e Araújo, 2012)
MODELO DE ANÁLISE
H1: Os instrumentos de políticas públicas do turismo do tipo comando e controlo são usados com maior frequência do que os instrumentos do tipo mercado
Hipóteses Operacionais PRIMEIRA ANÁLISE
BENS PÚBLICOS
Argumento: O envolvimento dos governos locais na provisão dos bens públicos turísticos incide sobre o uso de instrumentos de regulação, de forma a especificar os direitos de propriedade (O’Fallon, 1993)
MODELO DE ANÁLISE
H2: Os instrumentos de políticas públicas do turismo do tipo comando e controlo são usados com maior frequência na resolução dos problemas associados aos bens
públicos turísticos
EXTERNALIDADES
Argumento: Os governos locais optam pelas taxas para fazer face à internalização dos custos indirectos (Bird, 1992; Blake e Sinclair, 2007)
MODELO DE ANÁLISE
H3: As taxas constituem o instrumento de políticas públicas usado com maior frequência na resolução dos problemas associados às externalidades provocadas pela
actividade turística
PRIMEIRA ANÁLISE
ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO
Argumento: Os governos locais envolvem-se directamente na provisão da informação turística como sendo, por exemplo, a existência de postos de turismo ou a prestação de informação online (Liang e Wang, 2010)
Aplicação de um inquérito por questionário a todos os municípios portugueses (308)
MODELO DE ANÁLISE
H4: Os problemas de assimetria de informação são solucionados com base em mecanismos de provisão directa de informação (não mercado)
PRIMEIRA ANÁLISE
VARIÁVEL DEPENDENTE: instrumentos de políticas públicas adoptados pelos municípios portugueses.
Medida como uma variável dicotómica – o instrumento está presente ou ausente em cada município.
VARIÁVEL INDEPENDENTE: todas as variáveis que poderão ser identificadas como determinantes da adopção dos instrumentos.
Bens Públicos | Externalidades | Monopólios Naturais | Assimetria de Informação
MODELO DE ANÁLISE
PRIMEIRA ANÁLISE
Argumentos:
Os instrumentos de mercado produzem melhores resultados do que os instrumentos de comando e controlo (Andersen, 2001)
Os instrumentos de tipo mercado têm maior impacto no crescimento e desenvolvimento económico local (Farrell e Roman, 2006; citando Portney e Stavins, 2000)
MODELO DE ANÁLISE
H5: Os instrumentos de políticas públicas do tipo mercado produzem melhores resultados na promoção do desenvolvimento económico do município
VARIÁVEL DEPENDENTE: desenvolvimento económico do município. Medida através de três indicadores diferentes:
Valor dos proveitos de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros
Número de dormidas por 100 habitantes/município
Taxa líquida de ocupação de camas nos estabelecimentos hoteleiros
VARIÁVEL INDEPENDENTE: instrumentos de políticas públicas adoptados pelos municípios portugueses.
Medida como uma variável dicotómica – o instrumento está presente ou ausente em cada município.
MODELO DE ANÁLISE
SEGUNDA ANÁLISE
Contribuir para um novo quadro teórico da abordagem
instrumental, explorando um tópico ainda pouco investigado
pela literatura:
Desenvolvimento de uma tipologia mais abrangente dos
instrumentos de políticas públicas do turismo
Avaliar o impacto daqueles instrumentos no desenvolvimento económico na área do turismo do município.
OS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DO TURISMO: UMA ANÁLISE EMPÍRICA DOS
MUNICÍPIOS PORTUGUESES
Cláudia Cristina S. Costa | ID2938 Doutoramento em Ciências da Administração Orientador: Professor Doutor António Fernando F. Tavares