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Melhorando a mobilidade no trânsito para pessoas idosas e portadores de necessidades especiais

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Academic year: 2021

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Melhorando a mobilidade no trânsito para pessoas idosas e

portadores de necessidades especiais

Felipe Pasqualotto1, Marcos Roberto dos Santos2

1Faculdade Meridional (IMED)

Caixa Postal 99070-220 – Passo Fundo – RS – Brasil

2Curso de Ciência da Computação.

felipe.psq@outlook.com, marcos.santos@imed.edu.br

Abstract. The main objective of this study is to cover the concepts of urban mobility aimed at the elderly and disabled people in the city of Marau, employing the technological means to improve accessibility in traffic. Supported by a mobile application, it is proposed a solution responsible for helping these people to find exclusive parking spaces with greater ease and assertiveness, providing an interactive map whose function is to display the geolocation point of the parking spaces and allow the visualization of the shortest route between the user's current position and the selected space. The construction of this application took place through a JavaScript library called React Native, which allows multiplatform development for iOS and Android, ensuring the availability in a native way for these systems. The tool also has the support of a backend in a Node.js environment, as well as a platform capable of storing and managing the necessary data in real time called Firebase. Therefore, it is noticed that its applicability generated a positive impact according to the social point of view, behaving in a stable manner and with high performance, confirming its collaboration even when facing the pandemic of the new coronavirus (COVID-19) during the elaboration of the present work, which ended up making it impossible to generate reports based on information collected from test users.

Resumo. Este estudo tem como objetivo central abranger os conceitos de mobilidade urbana voltado às pessoas idosas e portadores de deficiência na cidade de Marau, desfrutando dos meios tecnológicos para aprimorar a acessibilidade no trânsito. Com o amparo de um aplicativo mobile, é proposta uma solução responsável por auxiliar estas pessoas a encontrarem vagas de estacionamento exclusivas com maior facilidade e assertividade, disponibilizando um mapa interativo cuja função é exibir o ponto geolocalizado das vagas e permitir a visualização da menor rota entre a posição atual do usuário e a vaga selecionada. A construção deste aplicativo se deu por meio de uma biblioteca JavaScript chamada React Native, a qual viabiliza o desenvolvimento multiplataforma para iOS e Android, assegurando a disponibilização de forma nativa para estes sistemas. A ferramenta conta ainda com o suporte de um backend em ambiente Node.js, bem como uma plataforma capaz de armazenar e gerenciar os dados necessários em tempo real denominada Firebase. Diante disso, verifica-se que sua aplicabilidade gerou um impacto positivo conforme ponto de vista social, comportando-se de

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maneira estável e com alta performance, constatando sua colaboração mesmo com o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) durante a elaboração do presente trabalho, que acabou por impossibilitar a geração de relatórios com base em informações coletadas de usuários testes.

1. Introdução

Perante os grandes avanços tecnológicos e científicos nos últimos tempos, foi possibilitado à sociedade uma vasta gama de métodos que ajudam na inclusão da acessibilidade nos meios urbanos, garantido uma significativa melhora em termos de qualidade de vida dos cidadãos e auxiliando as cidades a se tornarem cada vez mais inteligentes e eficientes.

Com aproximadamente 24% da população Brasileira apresentando algum tipo de deficiência, ou seja, cerca de 46 milhões de pessoas, como informa IBGE (2010), fica evidenciado a necessidade de que propostas sejam empregadas com o objetivo de auxiliar essa parcela da população, tendo em vista todas as barreiras e dificuldades enfrentadas pelos mesmos ao se locomoverem por espaços públicos, tais como o trânsito e fluxos de circulação das cidades.

Neste contexto, ao se tratar de acessibilidade no trânsito, pode-se realçar o uso da tecnologia para auxiliar na obtenção de informações sobre vagas de estacionamento exclusivas e suas localizações. Muitas pessoas que necessitam fazer uso das vagas especiais, por exemplo, acabam por terem que ir até o local destinado para verificar se é apresentada a acessibilidade adequada, devido ao fato de que esta informação, em diversas ocasiões, pode estar aquém do conhecimento da população, sendo pela má divulgação ou pela não habituação ao local.

Em virtude destes obstáculos, este artigo visa abranger definições e conceitos relacionados ao seguinte problema de pesquisa: como a tecnologia pode ajudar pessoas com deficiência ou idosas a encontrarem locais exclusivos para estacionamento com maior facilidade e assertividade? Além disto, tornando-se possível a verificação do grau de usabilidade de um aplicativo destinado à estas pessoas, cujo objetivo geral é indicar o ponto geolocalizado mais próximo e específico, juntamente com a disponibilidade de menor rota possível.

Este aplicativo tem seu propósito voltado a facilitar a busca pelas vagas descritas, desfrutando de tecnologias de alto nível e possibilitando ao usuário uma interface prática e intuitiva. Assim, viabiliza-se a validação da usabilidade e da aplicabilidade do aplicativo por meio da construção de relatórios de utilização de tais vagas específicas, incorporados a partir de dados coletados por usuários testes em entrevistas semiestruturadas.

Baseado nestes princípios, o presente trabalho procura proporcionar às pessoas que farão uso deste aplicativo uma maior autonomia e independência na hora da procura pelas vagas específicas, além de tornar as cidades mais inclusivas e inteligentes, visto toda a demanda requerida nos dias atuais. Para isto, é amparado um conjunto de conceitos a fim de compreender condições e particularidades necessárias que devem ser levadas em questão ao longo do desenvolvimento deste estudo, assim estando descritas na próxima seção.

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2. Referencial Teórico

Este capítulo procura fundamentar os conceitos teóricos situados nesta pesquisa, em uma estrutura de quatro seções, sendo elas: 1. legislação para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; 2. cidades inteligentes: conceitos e impactos; 3. algoritmos de menor rota; 4. desenvolvimento híbrido e multiplataforma. A seção subsequente apresenta o respaldo legal que ampara deficientes físicos, bem como a importância de soluções que possam auxiliar de alguma forma essas pessoas.

2.1. Legislação para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida

Diante do Censo Demográfico, (IBGE, 2010), aproximadamente 46 milhões de brasileiros declararam ter ao menos um tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental, somando assim quase 24% da população total. Deste modo, infere-se que “esses dados destacam quão grande é a parcela da população que enfrenta dificuldades diariamente ao circular nos espaços livres e no ambiente construído, seja público ou privado” (DA SILVA, 2014).

O termo pessoa com deficiência segundo a Lei Nº 10.098, Art. 2º de 19 de dezembro de 2000, trata sobre “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação” (BRASIL, 2000). Seguindo essa linha, também temos como definição a mobilidade reduzida, sendo “aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção [...]” (BRASIL, 2000).

Observa-se assim, a priorização por esses espaços específicos em áreas urbanas, como cita a Lei Nº 10.098, Art. 7º de 19 de dezembro de 2000, (BRASIL, 2000), de que “em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas”. Da mesma forma, em referência a essas vagas, o total delas deve garantir ao mínimo uma específica, de acordo com as normas técnicas vigentes, estando devidamente sinalizadas (BRASIL, 2000).

Tais vagas específicas citadas nesse artigo, têm características definidas a partir da ABNT NBR 9050, Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015), podendo expor entre elas: serem sinalizadas e demarcadas com símbolo internacional de acesso ou com a descrição de idoso, contar com espaço adicional de no mínimo 1,20m de largura para circulação, estar vinculadas à rota acessível, e assim por diante. Com isso, o modelo da ABNT mencionado acima é mostrado em exemplo real na Figura 1.

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Figura 1. Vaga de estacionamento específica com sinalização. Fonte:

https://mobilidadesampa.com.br/wp-content/uploads/2018/03/cart%C3%A3o-defis.jpg

Perante Da Silva (2014, p. 15), “a importância de adequação, ou adaptação, de um espaço, seja ele público ou privado, contribui para uma vida mais inclusiva, proporcionando um maior convívio social e estimulo pessoal [...].” Mediante este contexto, podemos destacar a importância do uso da tecnologia a favor da sociedade, permitindo “promover a acessibilidade através de recursos e serviços que contribuem para melhoria e ampliação das habilidades funcionais dos usuários com deficiência” (DA SILVA, 2014, p. 39).

À frente das necessidades enfrentadas, a garantia dos direitos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida deve ser trabalhada e aprimorada de forma adequada. Como infere Barbosa (2015), a falta de acessibilidade restringe tais pessoas, reduzindo sua autonomia, independência, convivência, e outros aspectos relacionados à sua dimensão social. Logo, “a concepção sobre a deficiência precisa estar baseada em um modelo inclusivo, capaz de avaliar as limitações dos indivíduos, suas capacidades e participação.” (SCATOLIM et al., 2016, p. 236).

Diante deste cenário, a tecnologia pode ser uma ferramenta utilizada para auxiliar na redução da exclusão de pessoas com mobilidade reduzida, que deixam de ir a lugares por falta de informação sobre a acessibilidade do local, como mostra Alperstedt et al. (2018). Nessa perspectiva, infere-se que “é difícil imaginar que a tecnologia não seja utilizada quando o objetivo é melhorar a vida da sociedade” (ALPERSTEDT et al., 2018, p. 293). Portanto, na próxima seção, são denotados os conceitos das cidades inteligentes, os quais possuem grande influência para tornar o trânsito mais acessível e inclusivo, assim como na melhora do modo de vida destas pessoas.

2.2. Cidades inteligentes: conceitos e impactos

Com o enorme avanço tecnológico nos últimos tempos, as cidades inteligentes serviram como um molde importantíssimo para o desenvolvimento e crescimento mundial. Para Flor e Teixeira (2018), “o termo de cidades inteligentes se faz referência a uma cidade funcional e em equilíbrio, em que a relação dos seus cidadãos, suas necessidades básicas e mais complexas são satisfeitas por meio da conexão de diversos mecanismos.” Nesta linha, “a criação de cidades inteligentes surge com o objetivo de servir os habitantes.” (CÂMARA et al., 2016, p. 140).

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A cidade inteligente é entendida como a versão tecnológica de uma sequência de novas visões urbanas, sendo elas competitivas, criativas, sustentáveis, e encaixando-se com as economias políticas locais e globais, conforme dito por Kitchin (2015). Em consideração a esta informação, “observa-se que as cidades estão em contínua transformação, aumentando a sua complexidade e com demandas sempre crescentes, seja pelo novo, seja pela melhoria daquilo já existente.” (AMORIM, 2016, p. 482).

Mesmo com a abrangente definição de parâmetros impostos para caracterizar as cidades como inteligentes, “[...] não são as tecnologias mais avançadas ou componentes de alta complexidade que determinam a inteligência da cidade, mas aquelas que otimizam os recursos econômicos, que promovem a eficiência [...]” (WEISS, 2019, p. 245). Dessa forma, o foco de abordagem difere em inovação e criatividade, oferecendo uma centralização equilibrada entre tecnologia, instituições e pessoas (Figura 2), como aborda Letaifa (2015).

Figura 2. Exemplo de cidade inteligente englobando planejamento colaborativo e eficiente, juntamente com a aplicação da tecnologia em diversos pontos.

Fonte: adaptado de

https://lh6.googleusercontent.com/5OryoPEnhde7XYnkmpmfFcjpop7X4Xve4zx

TWO6eOadsXrlNxd4Xju9Xc9JOykh5P19RWykATasDCcC0UL062fTlRqSf-97pMuoRhAVxKSAqvMZc4Iq54ApJuHI6e7ZWq6abb-2d

As estratégias integradas de cidades inteligentes ajudam os cidadãos a se tornarem mais informados e participativos, assim como também ajudam as empresas a se tornarem inovadoras, produtivas e ágeis (ANGELIDOU, 2015). Porém, para tudo isso surtir efeito, “não se deve dar todo o foco à tecnologia de última ponta empregada em determinado serviço, se a população não foi incluída no planejamento para usufruto de seus benefícios.” (MACIEL; PIAIA, 2018, p. 5).

Tendo em mente o apresentado, os objetivos para alcançar os conceitos indicados não se baseiam apenas na qualidade dos serviços prestados, mas incluem também a preparação do cidadão para viver neste meio, como mostra Maciel e Piaia (2018). Logo, o esforço para a evolução continuar sendo crescente não deve ser apenas de grupos ou

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partes específicas, mas sim de escala mundial. Consequentemente, podemos citar o uso da tecnologia em benefício ao cidadão nas mais variadas situações, a exemplo da utilização de aplicativos para trazer informações sobre rotas e distâncias entre pontos geográficos, facilitando o dia a dia no aspecto locomotivo, como argumentado no item a seguir.

2.3. Algoritmos de menor rota

Como já tratado nesse artigo, a tecnologia sofreu um enorme avanço nos últimos tempos, e de certa forma, revolucionou o nosso dia a dia. Perante o apresentado, podemos citar o smartphone como um item ‘necessário’ para se viver no mundo atual, onde tudo e todos estão conectados em tempo real e uma série de ferramentas (apps) estão a distância de apenas um click.

Assim, os algoritmos de menor rota são usados para diversos fins, como ferramenta para obtenção de rotas, cálculo de direção entre dois pontos, menor distância até o destino desejado, etc., tudo isso, acessível através de smartphones e aplicativos como Google Maps, por exemplo (DUARTE; CARVALHO; MARTINHO, 2019). Desta forma, para tornar toda essa relação prática e funcional, uma série de elementos computacionais são usados, dentre os quais é possível mencionar os algoritmos de menor rota, que fazem todo o trabalho de background destas ferramentas.

Em um vasto mundo de algoritmos destinados a este fim, todos se baseiam em conceitos padrões, onde Senna et al. (2015) cita como a determinação do caminho mais curto em uma rede, sendo nela definida um ou vários pares de nós, ou seja, de uma origem inicial, até a final, podendo incluir pontos (vértices) entre esse caminho. Para isso, “os algoritmos associados à determinação de caminhos mais curtos são frequentemente aplicados quando se estudam problemas em redes como de transportes ou comunicações.” (REIS; RJ; GUIMARÃES, 2015).

Diante do exposto, Duarte et al. (2019), classifica esta vasta gama de algoritmos do seguinte modo:

• Algoritmos de métodos exatos: verificam todo o conjunto de soluções de problemas determinados, até encontrarem e garantirem uma solução definida como ótima, mesmo com modelação complexa.

• Algoritmos heurísticos: têm objetivo de produzirem resultados de boa qualidade, assim como serem de fácil implementação e execução, abrangendo todas as soluções possíveis para chegar à melhor.

• Algoritmos meta-heurísticos: possuem capacidade de descobrir e explorar leques de soluções que evitam locais ótimos e encontram boas soluções em um tempo razoável.

• Algoritmos genéticos: são robustos, tendo seu uso em problemas dos mais variados tipos, possuindo como base os procedimentos de seleção natural e de genética, representando assim uma solução possível para um tipo de problema apresentado (DUARTE et al., 2019).

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Entre a relação apresentada, Duarte et al. (2019) menciona alguns dos algoritmos mais utilizados nesse ramo tecnológico, destacando entre eles: Algoritmo de Dijkstra, Algoritmo de Nearest Neighbor, Algoritmo Simulated Annealing, Algoritmo Savings, entre outros. Consequentemente, todos eles têm como princípio a busca da melhor solução para determinado problema, contando com a influência de tempo de resolução, a maneira em que os nodos são percorridos e a eficiência para determinar a melhor solução possível (DUARTE et al., 2019).

Mesmo tendo uma grande porcentagem de precisão e assertividade, muitos outros fatores levam o usuário a considerar tal rota como a melhor. Por exemplo, a confiabilidade do local, onde se o usuário tem breve conhecimento da região, ou até mesmo já fez este caminho apresentado pelo algoritmo, poderá vir por preferir uma rota alternativa a apresentada, como justifica Zhu e Levinson (2015). Portanto, uma melhor compreensão das preferências de rota das pessoas também pode ajudar no desenvolvimento de algoritmos, gerando uma gama mais ampla de conjuntos de opções para escolha (ZHU; LEVINSON, 2015).

Nessa perspectiva, é entendido que para cada tipo de problema, podemos ter algoritmos destinados a cada caso, encaixando-se assim mediante sua classificação. Logo, o mesmo conceito serve para as plataformas que rodam em cima de smartphones, tablets, computadores, dentre outros, onde em determinado tipo de sistema operacional, as implementações variam mediante o ambiente. Sendo assim, todos esses quesitos serão abordados e discutidos no próximo item, usando como base as técnicas de desenvolvimento híbrido e multiplataforma, tais quais estão diretamente ligados nestas variações sistemáticas e tangenciam o desenvolvimento de aplicativos para os mais diversos tipos de problemas.

2.4. Desenvolvimento híbrido e multiplataforma

Atualmente, é notória a necessidade de usarmos dispositivos móveis e aplicativos em nosso cotidiano, sendo para comunicação, locomoção, como fonte de consulta e até mesmo para comércio, acarretando assim o aumento do número e da variedade dos aparelhos. “Ademais, com a crescente redução de preço desses aparelhos, é possível que pessoas com menor poder aquisitivo também tenham acesso a essa tecnologia.” (SANTOS, 2018, p. 12).

Em âmbito global, Android e iOS1 lideram o ranking de sistemas mais populares

usados em dispositivos móveis do mercado, e desta forma, ao criar aplicativos para estas duas plataformas, o desenvolvedor necessita programar em linguagens específicas, voltadas ao ambiente que será usado, ou seja, de forma nativa (SANTOS, 2018). Nesse viés, Santos (2018) aborda a importância de desenvolver em ambas plataformas, a fim de

1 Diante Nocera et al. (2018), Android é o Sistema operacional mais comum do mundo, sendo desenvolvido

pela empresa Android Inc. e comprada pela Google em julho de 2005, possui linguagem operacional Java e plataforma Open Source como suas principais características. Enquanto isso, o iOS é atualmente o segundo sistema operacional mais conhecido, desenvolvido pela Apple no ano de 2007, está presente exclusivamente em aparelhos da empresa, tais como iPhone, assim sendo caracterizado pela qualidade na usabilidade de sua interface e a dependência a produtos específicos (NOCERA ET AL., 2018).

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maximizar o lucro e alcançar um maior número de usuários, porém por outro lado, é demandado esforços de desenvolvimento em separado, gerando um custo maior para produção.

Os aplicativos nativos são programados na linguagem destinada a cada sistema operacional, assim apresentando elementos de interface e ferramentas características ao ambiente. Desta forma, para facilitar os processos e reduzir o tempo gasto, usa-se o método de desenvolvimento híbrido, “[...] realizado através das abordagens nativa e web simultaneamente, a fim de alcançar praticidade na entrega do produto final em multiplataforma.” (SANTOS, 2018, p. 19). Logo, a aplicação desta tecnologia elimina a necessidade de desenvolver o aplicativo várias vezes para se adequar a plataformas distintas (VENTEU; PINTO, 2018).

Conforme abordagem de El-Kassas et al. (2017), as soluções multiplataforma auxiliam desenvolvedores a escrever o código-fonte de forma única em uma determinada linguagem, converter esse código para nativo e então disponibilizar o aplicativo móvel produzido em diferentes plataformas, como ilustrado na Figura 3. Em decorrência a esse fato, a manutenção deste código também se torna mais simples, uma vez que o trabalho não precisa ser reaplicado, extinguindo a necessidade de compilar para cada sistema em separado (EL-KASSAS et al., 2017).

Figura 3. Diferenças entre o ciclo de desenvolvimento nativo e híbrido. Fonte: adaptado de

https://www.multidots.com/wp-content/uploads/2014/09/Native-vd-Hybrid-App.png

Dentre seu amplo conjunto de benefícios, o desenvolvimento híbrido também possui seus contras, Venteu e Pinto (2018), ressaltam o item referente à performance, onde a utilização de aplicações híbridas tende a ser mais lenta, estando ligado ao fato de não fazer uso direto de linguagem nativa para o dispositivo em questão. Logo, a experiência do usuário pode ficar comprometida, devido as suas limitações e a impossibilidade de explorar alguns recursos operacionais em certas ocasiões (SANTOS, 2018).

Nesse viés, a definição da tecnologia a ser emprega deve ser analisada e observada diante de uma série de fatores, como a dimensão do projeto, disponibilidade de tempo, abrangência de recursos necessários, performance, entre outros. Assim, na próxima seção

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será apresentado os trabalhos que possuem maior relevância ao contexto atual, a fim de fundamentar conceitos e firmar ideias relacionadas.

3. Trabalhos Relacionados

O presente capítulo contextualiza trabalhos que possuem uma correlação alusiva com o contexto em questão, a fim de levantar problemas e englobar soluções já trabalhadas nos mesmos, apresentado também as dissemelhanças com o projeto proposto.

• Um estudo sobre aspectos de uma cidade inteligente identificados pelos

habitantes de São José dos Campos - SP (DIAS ET AL., 2018)

De forma abrangente, a pesquisa apresentada neste tópico enquadra concepções sobre Cidades Inteligentes, investigando assim a harmonia com a população em relação com a entrega dos serviços deste conceito. Propagando o uso da inteligência juntamente com a tecnologia da informação e comunicação (TIC), é exposto um estudo em abordagem quantitativa, com procedimentos por interrogação direta e técnicas de coleta de dados em campo, obtendo um nível de confiança de 95% com até 5% de erro amostral.

Tendo como base a aplicação das técnicas de pesquisa, foi buscado opiniões dos habitantes de São José dos Campos – SP, traduzindo em números as informações para analisá-las e torná-las classificáveis de forma quantificável, requerendo o uso de recursos e técnicas estatísticas. Logo, a abordagem envolveu todas as regiões da cidade, tais como norte, sul, leste, sudeste, assim seguindo, juntamente com um público variado, empregando indivíduos de diferentes idades, desde desempregados, empresários, até pessoas com necessidades especiais.

A partir deste ponto, a pesquisa foi dividida em seis dimensões de inteligências, sendo elas: Economia Inteligente; Governança Inteligente; Vida Inteligente; Cidadão Inteligente; Ambiente Inteligente; Mobilidade Inteligente. Assim, a importância do papel dos habitantes e suas influências é discutida em cada um dos itens, fazendo referência às suas áreas de aplicação.

Levando-se em consideração estes aspectos, no ponto de vista dos munícipes, o emprego da tecnologia encontra-se aquém do porte do município, refletindo de forma direta na qualidade de vida dos seus habitantes. Conseguinte, ao ser aprofundado os resultados, observa-se pontos positivos, como economia e ambiente inteligente, diferentemente da mobilidade inteligente, que abrange a carência de melhorias nesse ramo e inadequações no transporte público, repercutindo nos baixos índices de qualidade apresentados.

Portanto, com as análises consolidadas, compreende-se que a tecnologia não é percebida de forma clara, o que acaba por acarretar um déficit em alguns serviços. Estando fortemente ligado a falta de investimentos, estes problemas podem estagnar o crescimento econômico sustentável e ter um forte impacto na qualidade de vida da população. Conclui-se desta forma que há uma distinção entre a identificação dos habitantes com relação aos aspectos que proporcionam a caracterização de uma cidade como inteligente, tanto em questão tecnológica, quanto em governança transparente.

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• A Comprehensive System for Monitoring Urban Accessibility in Smart

Cities (MORA et al., 2017)

O presente trabalho discute as possibilidades oferecidas pela evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação com o objetivo de projetar um sistema para obter dinamicamente o conhecimento das questões de acessibilidade em ambientes urbanos. Visando analisar a experiência do usuário e a acessibilidade dos meios, esse sistema permite a identificação precisa das barreiras urbanas juntamente com o monitoramento da eficácia ao longo do tempo. Portanto, o foco principal é direcionado às reais necessidades e exigências das pessoas com deficiência motora.

Para executar e implementar o sistema, foram utilizadas as mais recentes tecnologias de comunicação e sensores para detecção inteligente, bem como o paradigma da computação em nuvem. É proposto assim um meio de conscientização social que torna visíveis os grupos de cidadãos mais vulneráveis, envolvendo-os como participantes ativos. Conseguinte, as informações obtidas podem ser fornecidas como um serviço de apoio à tomada de decisão, podendo ser usado pelo governo da cidade, instituições, pesquisadores, profissionais e outros indivíduos da sociedade em geral.

Nesse sentido, este trabalho contempla a integração de várias estratégias, paradigmas, técnicas, novas tecnologias e soluções da Internet das Coisas para construir um sistema abrangente e eficaz de maneira dinâmica. Logo, as informações geradas concedem o estabelecimento de critérios para ações e planejamento urbano relacionados à deficiência por meio de um conjunto de Indicadores Chave de Acessibilidade (KAIs), monitorados a partir de eventos que ocorrem na cidade envolvendo questões de acessibilidade.

Após o levantamento dos requisitos necessários, foi desenvolvido um aplicativo voltado para a obtenção de experiências entre seus usuários, fornecendo uma interface para dispositivos móveis que permita aos cidadãos adicionarem suas próprias experiências e dificuldades encontradas enquanto se deslocam pelo ambiente urbano em qualquer lugar, a qualquer hora. Nesse sentido, a ideia por trás dessa funcionalidade é que os problemas de acessibilidade sejam notificados para todo o conjunto de usuários no momento em que a situação é informada, permitindo o relato da localização exata dessa reivindicação e uma fotografia do lugar em questão.

Conclui-se assim que a pesquisa apresentada neste artigo sugere um sistema para avaliar a eficácia da acessibilidade urbana de uma maneira dinâmica, sustentável e essencial para gerar informações e agregar valor à acessibilidade urbana. A proposta é alcançar as rotas reais por meio de métodos com base na tecnologia de comunicação e posicionamento. Portanto, o conhecimento dos fluxos de movimento dos cidadãos que possuam ou não deficiência, a frequência das rotas e a distribuição dos principais locais de destino permitirão o gerenciamento eficiente dos recursos das cidades e garantirão a sustentabilidade a longo prazo em termos de melhoria na prestação de serviços.

• Interactive cloud system for the analysis of accessibility in smart cities

(MORA et al., 2016)

O recente progresso tecnológico nos permitiu a disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o desenvolvimento de novas aplicações, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Estando direcionado às pessoas com deficiências motoras, o presente trabalho procura atender às reais necessidades e

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exigências destas pessoas, possibilitando a projeção de métodos para gerar conhecimento sobre questões de acessibilidade em ambientes urbanos.

Nesta linha, propõe-se um sistema abrangente auxiliado pela tecnologia para analisar a acessibilidade do transporte em uma cidade. A pesquisa tenta tornar visíveis os grupos de cidadãos mais vulneráveis, envolvendo-os como participantes ativos e servindo como um meio de conscientização social. Desta forma, o objetivo é melhorar o conhecimento do nível atual de acessibilidade juntamente com a interação de todos os grupos envolvidos — governo, instituições, pesquisadores, profissionais, pessoas com deficiência e outros indivíduos da sociedade em geral.

Para executar e implementar o sistema, foram utilizadas tecnologias como posicionamento GPS, sistemas de informações geográficas, sensoriamento inteligente e computação em nuvem. A combinação de todas essas tecnologias permite uma abordagem interativa, dinâmica e constantemente atualizada. Assim, a ideia por trás dessa proposta é que os cidadãos possam notificar em tempo real as deficiências de acessibilidade encontradas em qualquer lugar quando circulam pela cidade.

O sistema permite aos cidadãos definirem a origem e o destino da sua rota, bem como os pontos intermediários. Nesse viés, ele localiza todas as rotas possíveis, classificando-as da maior para a menor acessibilidade. Uma vez identificadas, as rotas serão exibidas aos cidadãos que poderão acessar cada uma delas para consultar os detalhes dos pontos problemáticos existentes no trajeto ou próximos a ele. Logo, se qualquer rota for selecionada, por meio do sistema de GPS dos dispositivos, o usuário é notificado sobre os pontos de problemas próximos a ele.

Concluindo-se, esta aplicação realiza o monitoramento da acessibilidade urbana para os cidadãos por meio de um aplicativo móvel e fornece uma ferramenta de apoio ao gerenciamento da acessibilidade urbana para a administração pública. Além disto, o sistema está hospedado em uma plataforma em nuvem, assegurando onipresença, flexibilidade e alto desempenho. Portanto, com esta aplicação foi possível tornar visíveis para os cidadãos todas as ações relacionadas à acessibilidade no meio urbano, juntamente com o poder de supervisionar e acompanhar a resolução destes problemas.

• Acessibilidade e Tecnologia na Construção da Cidade Inteligente

(ALPERSTEDT NETO; ROLT; ALPERSTEDT, 2018)

Resultante do processo de urbanização sem o devido planejamento, o crescimento populacional desencadeou uma série de problemas sociais, como exclusão social, desemprego e violência. Desta forma, questões ligadas à acessibilidade surgem de forma proeminente, onde em conjunto com a tecnologia, é permitida uma revisão aprofundada deste problema, a fim de tornar as cidades mais humanas e inteligentes. Neste contexto, o presente trabalho objetivou a construção de um artefato tecnológico visando propagar informações acerca da acessibilidade e mitigar suas carências.

Após a fundamentação dos conceitos de crowdsensing e cidades inteligentes, foram coletados dados a partir de questionários fechados, entrevistas e dados iconográficos, utilizando a design research como método. Perante isso, foi possível observar as deficiências na arquitetura interior dos empreendimentos, relatando-se ainda as condições exteriores, principalmente no uso indevido das vagas exclusivas e na precária divulgação das informações.

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A partir disto, foi desenvolvido um aplicativo mobile que buscasse atender às principais demandas e manifestações dos potenciais usuários, juntamente com um banco de dados para acompanhar a evolução desta acessibilidade conforme o tempo. A construção deste aplicativo pode ser dividida em partes, partindo pela segmentação dos locais/prédios por classes ou tipos de comércio (prédios públicos, pontos turísticos, supermercado, shopping, entre outros), até a interface intuitiva representada pelo aplicativo disponível para o usuário.

A classificação destes locais possibilita ao usuário do aplicativo conhecer em que condições aquele estabelecimento ou ponto de interesse (POI) se encontra, sendo dado por marcadores (flags) que indicam o grau de acessibilidade — desconhecido, não adaptado, parcialmente adaptado e totalmente adaptado. Com isso, é possível fornecer uma identificação fácil dos locais em um espaço geográfico determinado, sendo visível no próprio dispositivo do usuário através de um mapa integrado. Além da localização do ponto de interesse, o dispositivo permite ao usuário a possibilidade de acompanhar sua atividade e as suas condições de acessibilidade.

De tal forma, é notável que o protótipo mostrou ter potencial para criar uma estrutura de informações e desenvolvimento para a adoção não somente por pessoas com mobilidade reduzida, mas também por parte dos promotores de políticas públicas. Logo, sua adesão poderá inclusive melhorar as questões econômicas e, por conseguinte, elevar a sustentabilidade local. Portanto, se acompanhado da assertividade almejada, o aplicativo tende a oferecer uma disponibilidade de dados e informações com maior abrangência ao público alvo.

• Aplicação de Algoritmos Heurísticos na Otimização de Rotas Comerciais

em Tempo Real (BARROS; CUNHA, 2019)

Fazendo uso de algoritmos heurísticos de menor caminho, este trabalho busca otimizar rotas comerciais para empresas, oferecendo redução de custos, melhor aproveitamento de recursos e processos, juntamente com a satisfação dos clientes. Com uma solução computacional voltada à otimização de rotas em tempo real, é desenvolvido uma aplicação estruturada em módulos web e móvel, onde ambos são conectados por meio de web service, e desfrutam da API do Google Maps para obtenção de informações geográficas.

Ao longo desta divisão de módulos, a aplicação web é responsável pelo cadastro de informações dos clientes e pelo cálculo da melhor rota que será disponibilizada, a mesma podendo ser consultada para obtenção de informações. Desta forma, para tal rota ser levada em consideração, é utilizado o algoritmo de colônia de formigas e o algoritmo genético, suprindo a necessidade requisitada. Adiante, todas essas informações geradas são armazenadas em um banco de dados, estando prontas para as solicitações dos outros módulos.

Partindo para a aplicação móvel, ela é encarregada de disponibilizar a rota ao usuário em tempo real, fazendo eventuais recálculos devido a mudanças de rota ou trajetos completados, diretamente integrado com o web service. Além disso, como usufrui de uma API, é capaz de alertar o motorista sobre possíveis congestionamentos, assim já efetuando o mapeamento de rotas alternativas e sincronizando com os demais módulos para manter a integridade das informações.

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Viabilizando uma forma rápida de distribuir o processamento entre as aplicações, o web service é capaz de integrar os dois módulos mencionados, além de conectar-se com o banco de dados. O mesmo disponibiliza três funcionalidades: a listagem das rotas cadastradas; a rota já otimizada; e a rota sem determinados pontos, para fins de mapeamento e cálculo das rotas sem os pontos alterados pelo motorista.

Foi identificada então uma boa relação entre os dois algoritmos heurísticos ao problema de otimização de rotas, principalmente pela alta taxa de conversão quando executados em tempo real. Por fim, o resultado obtido por meio deste trabalho é considerado significativo, pois proporcionou uma economia de 19,99% na distância e 25,37% no tempo de execução da rota, assim percebendo-se a contribuição indireta desta aplicação para uma melhora na mobilidade urbana, visto que em frente a congestionamentos, o motorista obtém uma nova rota e diminui o seu tempo em meio ao trânsito.

Embora toda esta seção tenha ligação direta no desmembramento deste artigo, os trabalhos apresentados aqui fazem referência a itens mais abrangentes em relação às cidades, tratando sobre questões gerais de acessibilidade, podendo envolver trânsito, governo, economia, cidadania, dentre outros, como também em itens que podem contribuir para o desenvolvimento desta aplicação. Neste meio, o enfoque atual deste trabalho está alinhado em direção à questão da acessibilidade no trânsito, mais especificamente em vagas de estacionamento, tais quais possuem classificação exclusiva e garantidas por lei, ou seja, são destinadas às pessoas que possuam necessidades especiais ou com mobilidade reduzida.

4. Materiais e Métodos

A presente seção expõe as tecnologias e os meios utilizados na construção deste artigo, como também no desenvolvimento do aplicativo que possibilitará a aplicação deste estudo. Inicialmente, é tido como base os conceitos da modalidade de pesquisa qualitativa exploratória, a qual permite tratar o problema com uma maior interação e análise diante de métodos e pesquisas bibliográficas, entrevistas e estudos de caso.

Por sua vez, este tipo de pesquisa define uma linha metodológica direcionada a modificar, desenvolver e esclarecer concepções e conceitos, buscando proporcionar uma maior familiaridade com o problema e tornando-o assim mais explícito e compreensível (BARBOSA, 2015; SANTOS, 2018). Baseado no ponto de vista apresentado por estes autores, é possível levantar uma série de requisitos necessários para a aplicação ser construída, permitindo então o desenvolvimento da aplicação por meio de ferramentas e bibliotecas, sendo estas apresentadas nos itens a seguir.

• React Native

O aplicativo em questão procura englobar soluções de última geração para torná-lo inteligente e eficaz, desta forma, é instaurado o princípio de desenvolvimento híbrido e multiplataforma, capaz de simplificar os processos e reduzir o tempo gasto a nível de desenvolvimento. Para tal ação, é usado a biblioteca JavaScript criada pelo Facebook chamada React Native, possibilitando o desenvolvimento de forma nativa para os sistemas Android e iOS, sem comprometer a experiência dos usuários e mantendo a performance e escalabilidade ao longo dos processos (SANTOS, 2018).

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Este framework supre a necessidade de todo o quesito envolvido pela interface apresentada ao usuário, viabilizando navegação entre telas, ações em botões, campos de digitação, integração com bibliotecas de terceiros, entre outros, permeado através do Gerenciador de Pacotes do Node (NPM), o qual além de permitir a instalação de bibliotecas, possibilita o gerenciamento de versões e dependências (NPM, 2019).

Contudo, mesmo gerenciando pacotes e dependências, o NPM tem como pré-requisito de instalação o interpretador Node.js, responsável por criar todo o ambiente JavaScript com eventos de código aberto, tendo ainda por finalidade a execução em tempo de desenvolvimento através do esquema de atualização de código denominado Hot Reload (NODE.JS, 2019).

Diante deste contexto, o cenário de desenvolvimento também engloba um conjunto de ferramentas e serviços para criar, implantar e iterar em iOS, Android e aplicativos Web, denominado Expo, o qual fornece acesso às funcionalidades do sistema do dispositivo (como câmera, GPS e armazenamento local), atenuando as diferenças nas plataformas (EXPO, 2019). Tratado estes requisitos, o desenvolvimento da aplicação avança para as dependências e bibliotecas necessárias, e conforme um dos pontos centrais do aplicativo, possibilita-se a geolocalização de pontos envolvendo a localização atual do usuário, além disponibilização de uma interface gráfica intuitiva, onde suas funcionalidades são denotadas a seguir:

▪ expo-location: Esta biblioteca de geolocalização representa um módulo capaz de obter informações da localização geográfica do dispositivo. Usado para obter a localização precisa do usuário, esta funcionalidade permite a aplicação receber informações em tempo real acerca de mudanças de localização, como também o tratamento da precisão relativo a coordenada obtida (EXPO, 2019).

▪ react-native-maps: Pacote responsável por possibilitar a renderização e a integração do Google Maps/Apple Maps nesta aplicação, além de trabalhar em conjunto com a localização atual do usuário (expo-location), fornecendo ainda cálculos de rotas entre pontos e disponibilização de direções até o destino previamente selecionado com base no algoritmo heurístico de Dijkstra (AIRBNB, 2017). Define-se esta dependência de desenvolvimento como o principal elemento da aplicação, pois é quem oportuniza a apresentação do mapa para o usuário, fornecendo os locais objetivados neste estudo, como as vagas de estacionamento.

Ao longo deste processo, a necessidade de armazenamento de dados dos usuários e de informações sobre localizações e coordenadas vem à tona, logo, um serviço de banco de dados e uma ferramenta para gerenciá-lo torna-se inevitável. Levando em conta a possibilidade de utilização de uma plataforma que contemple recursos necessários a fim de comutar um sistema robusto, para este projeto, será adotado o Firebase, tecnologia abordada no item seguinte.

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• Firebase

Definido como uma tecnologia BaaS (Backend as a Service)2, o Firebase é mantido pela

Google e consiste em entregar diversos serviços, partindo deste banco de dados em tempo real, até métodos de autenticação e funções via HTTP (GOOGLE, 2019). Estes serviços estão fortemente ligados ao desenvolvimento do aplicativo em questão, sendo capazes de suprir uma grande quantia de requisitos que envolvem armazenamento de dados e funções para tratá-los, além do quesito de autenticação e manutenção de usuários na aplicação.

A fim de manter a integridade das informações, tais recursos do Firebase são aprofundados e classificados, desta forma, divididos em dois itens:

▪ Firebase Authentication: Oferece suporte à autenticação por meio de e-mail e senha, além de provedores de identidade federados como Google e Facebook. Assim, o aplicativo pode salvar os dados em nuvem em conjunto com um sistema onde os usuários já estão adeptos e seguros. ▪ Firebase Realtime Database: Um banco de dados hospedado na nuvem

capaz de armazenar dados do tipo JSON e sincronizar em tempo real com todos os clientes conectados. Permite também o uso de modo offline, devido ao armazenamento em cache local no dispositivo para servir e armazenar alterações (GOOGLE, 2019).

Conforme estas propriedades, o desenvolvimento do aplicativo segue uma linha pré-definida para garantir uma excelente experiência aos usuários da aplicação proposta neste projeto, sendo a mesma detalhada no fluxograma contido na Figura 4, abaixo.

2 Conforme classificação de Carter (2016), a tecnologia BaaS (Backend-as-a-Service) é uma maneira de os

desenvolvedores vincularem o backend de seu software a serviços baseados em nuvem, facilitando a inclusão com kits de desenvolvimento de software e APIs. Logo, um dos principais motivos pelos quais os desenvolvedores estão escolhendo o BaaS é que a criação de seus próprios serviços demanda tempo e recursos, devido à necessidade de gerenciar servidores, máquinas virtuais ou contêineres para manter o aplicativo em execução (CARTER, 2016).

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Figura 4. Fluxograma de funcionalidades contidas no aplicativo. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

No fluxograma acima é evidenciado o esquema responsável pela engrenagem da ferramenta proposta, a qual possibilita o cadastro dos pontos pelo próprio usuário, ou a seleção dos mesmos no mapa da aplicação. A partir da disponibilização da menor rota ao usuário, o aplicativo irá observar por mudanças na localização do usuário e caso o mesmo estiver a menos de 15 metros distante da vaga em que traçou a rota, será exibido um alerta questionando sobre o uso da vaga selecionada. Em caso de reserva, sua apresentação no mapa é dada por uma cor distinta ao usual, e retornando ao estado inicial perante três ocasiões: liberação de forma manual por quem reservou a vaga, o usuário estando a mais de quatrocentos metros distante da vaga que está usando, ou, duas horas corridas ao horário de reserva.

Nesse viés, o presente estudo está direcionado a deficientes físicos e idosos que são usuários de vagas especiais de estacionamento na cidade de Marau, visando além da entrega da ferramenta, a coleta de informações geradas através de uma entrevista semiestruturada auxiliada pela ferramenta Google Forms, acessível por meio de um smartphone que possua conexão com a internet.

Disponibilizado após o processo de autenticação, o botão responsável por redirecionar o usuário até a página da entrevista que contém o questionário localiza-se em uma seção específica dentro do próprio aplicativo. Aplicada estritamente na cidade de Marau, esta entrevista emprega usuários testes para geração dos dados necessários, onde posteriormente da coleta destes dados, a análise se torna possível.

A organização dos dados obtidos se dá por meio de gráficos e índices probabilísticos gerados com informações que remetem ao grau de usabilidade do aplicativo no dia a dia dos usuários, como também a satisfação destes quanto ao objetivo da ferramenta, praticidade, intuitividade e a experiência com a aplicação, tendo sua categorização baseada em características sociodemográficas acerca de gênero, faixa etária e grau de escolaridade. Além destes meios, foi realizado o uso da escala de Likert na abordagem qualitativa, proporcionando ao usuário uma forma de expressar o grau de concordância conforme o contexto apresentado.

5. Resultado e Descrição

Mediante os métodos apresentados, o presente capítulo expõe os meios empregados para a pesquisa poder ser aplicada, abrangendo todas as funcionalidades, rotas e telas que a ferramenta proposta neste artigo detém. Para uma melhor compreensão acerca dos utilitários e componentes contidos, o detalhamento do aplicativo será dividido em subitens, seguindo abaixo.

• Processo de autenticação e cadastro de usuários

Inicialmente, para desfrutar de todas as funcionalidades da aplicação, é imprescindível ter conexão com internet, logo, a ferramenta poderá oferecer uma melhor experiência ao usuário. Partindo deste ponto, ao acessar o aplicativo pela primeira vez, é necessário criar um cadastro, apresentado após o botão “Cadastrar” ser pressionado (Figura 5.a). O cadastro é contido por campos de e-mail, senha e sua confirmação, que deverá conter ao mínimo seis caracteres (Figura 5.b).

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Após a confirmação do cadastro e sua inclusão no banco de dados, o aplicativo redirecionará automaticamente para a tela de login (Figura 5.a), recebendo os dados do usuário já cadastrado e averiguando a veracidade das informações digitadas para acessar páginas subsequentes. Após as informações serem verificadas e confirmadas, o login na ferramenta é efetuado, e dados complementares são salvos localmente no dispositivo para facilitar o login, que é feito de forma automática nas próximas vezes em que o aplicativo for aberto, dispensando o processo de preenchimento de e-mail e senha novamente.

Figura 5. (a) Tela de login (b) Cadastro de usuários. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

• FAQ

Correspondente a expressão inglesa Frequently Asked Questions, a seção FAQ (Figura 6.a) é encarregada de proporcionar ao usuário um tutorial de funcionamento da ferramenta, contendo as principais dúvidas que possam surgir decorrente do uso, juntamente com o esclarecimento das mesmas. Após o login do usuário ser efetuado com sucesso, é apresentado a ele a tela FAQ, na qual contém uma série de perguntas, respostas e imagens exemplificando suas funcionalidades, como também avisos e instruções importantes para o uso do aplicativo.

Para ter acesso a todas as informações pertencentes ao FAQ, basta o usuário rolar a tela para cima e será apresentado a ele todo o conteúdo disponível, onde ao final do texto, é disponibilizado um botão chamado “Ir para o mapa!” (Figura 6.b) responsável por fazer o redirecionamento até o mapa da aplicação — esclarecido no próximo item. Posteriormente ao acesso do FAQ, caso o usuário venha a fechar o aplicativo e abri-lo novamente, a tela inicial a ser exibida será o mapa, mesmo que todo o conteúdo do FAQ não seja lido.

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Indiferentemente de acessar ou ser redirecionado para outras telas dentro do aplicativo, o usuário pode a qualquer momento navegar até o FAQ pressionando o botão localizado no canto superior esquerdo (Figuras 6.a e 6.b) cuja função é de abrir o menu lateral — visível em todas as telas pós autenticação da ferramenta — seguido do toque na opção “FAQ” (Figura 6.c). Por questões de segurança, esta tela será disponibilizada exclusivamente após as credenciais do usuário serem verificadas e autorizadas, impossibilitando seu acesso antes de o login ser efetivado.

Figura 6. (a) FAQ (b) Botão “Ir para o mapa” (c) Menu lateral. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

• Mapa

Considerado como centro da aplicação, o mapa é o componente focado em apresentar ao usuário imagens processadas via satélite para consulta de pontos e navegação entre rotas baseado no sistema de posicionamento global (GPS). A partir dele é possível visualizar a localização gráfica das vagas de estacionamento para deficientes e idosos juntamente com a posição atual do usuário, além da disponibilização da menor rota entre estas variáveis, o qual é o objetivo principal da ferramenta.

Depois de o processo de autenticação ser concluído e a seção FAQ ser exibida como tela atual, é possível navegar até o mapa mediante toque no botão contido ao fim da seção (Figura 6.b), ou pelo acesso ao menu lateral (Figura 6.c) posterior à seleção do item “Mapa”. Seguidamente de seu elemento ser pressionado, o mapa é renderizado e apresentado ao usuário, e com ele é dado início ao carregamento das vagas pré-configuradas no banco de dados da aplicação — trecho do código disponível na Figura 7.a. Enquanto estas vagas estão sendo carregadas e configuradas em suas coordenadas específicas, é mostrado na parte superior da tela um indicador de carregamento circular representando a atividade em progresso da aplicação, como ilustrado na Figura 8.a.

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Figura 7. (a) Carregamento das vagas junto ao banco de dados (b) Verificação do status de permissão do serviço de localização.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Ao ser finalizado o processo de carregamento das vagas, o aplicativo irá verificar a condição do serviço de localização do aparelho, e caso o mesmo não estiver ativado, será exibido ao usuário um alerta contendo a mensagem “Por favor, habilite o serviço de localização!” — representado em exemplo real na Figura 8.b, além do código capaz de acionar a verificação na Figura 7.b. Mesmo com este serviço desligado, é possível navegar e visualizar as vagas disponíveis no mapa (Figura 10.a), porém algumas funcionalidades ficarão indisponíveis até seu ativamento, como localizar e navegar até a posição atual do usuário.

Figura 8. (a) Indicador de carregamento circular (b) Alerta de serviço não ativado.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Paralelo à disponibilização das vagas ao usuário, um botão encarregado de navegar até a sua localização atual é fornecido na parte inferior direita da tela, conforme demonstrado na Figura 8.a. No entanto, a ação responsável por desencadear sua principal

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função só é habilitada quando o serviço de localização está ativado. Caso houver toque neste botão em qualquer momento que este serviço não estiver definido como ativo, a única ação disparada será o alerta mostrado na Figura 8.b, mesmo que o usuário já o tenha fechado anteriormente através da opção “OK”.

Após o GPS ser ativado, é possível visualizar um indicador no mapa caracterizado por um ícone redondo na cor azul, cuja função é exibir a localização atual do usuário (Figura 10.b). Com esta função ativada, torna-se viável o uso do botão responsável por aproximar a tela até o ponto que o usuário se encontra, e quando pressionado, define o nível de zoom e as coordenadas referentes à posição atual do aparelho. Além destas propriedades, o aplicativo obtém a orientação da tela do usuário e a define no mapa (Figura 10.c), ou seja, estabelece o grau de alinhamento perante o campo magnético da terra, semelhante a uma bússola — fragmento do código exibido na Figura 9.

Figura 9. Obtenção da orientação da tela conforme o campo magnético. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Com o aplicativo tendo acesso à localização do aparelho, é verificado a precisão do sinal do GPS e mostrado ao usuário em forma circunferencial ao redor do ícone de localização atual do usuário, onde quanto menos preciso, maior será a circunferência azul desenhada no mapa, como sinalizado na Figura 10.c. Juntamente com esta característica, ao constatar que o raio de precisão do GPS é maior que 12 metros distante da posição do usuário, é sobreposto ao mapa um aviso contendo a informação de que o GPS está sem precisão, conforme ilustrado na parte superior das Figuras 10.b e 10.c.

Posteriormente à determinação das vagas em suas respectivas coordenadas, a ferramenta cria um sistema de agrupamento mediante o zoom ajustado pelo usuário, onde dependendo da distância entre elas e o nível de zoom configurado, é disponibilizado apenas um ícone na cor verde sobre o ponto em que as vagas estão definidas, em conjunto ao número referente à quantidade de vagas que estão processadas no interior daquele aglomerado.

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Figura 10. (a) Visualização das vagas sem GPS (b) Indicador de posição atual do usuário (c) Zoom e orientação da câmera.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

O ajuste de zoom pelo mapa pode ser realizado através de gestos com dois dedos, semelhante a uma pinça, como também ao tocar duas vezes seguidas e manter pressionado na tela, arrastando para cima e para baixo. Outros gestos podem caracterizar o zoom no mapa, como dois toques rápidos em determinada região, ou quando um agrupamento de vagas é selecionado, gerando a animação da câmera que a aproximará junto ao nó que recebeu o toque.

De acordo com a mudança de região pela navegação no mapa, nível de zoom e quantidade de vagas disponíveis naquele enquadramento, o aplicativo automaticamente calculará o número de agrupamentos e exibirá a animação para o usuário, como mostrado na Figura 10.b, que dispõe de uma escala maior de acumulações em seus nós, e na Figura 10.a, na qual possui mais agrupamentos, porém com menos vagas associadas ao seu interior. Quando a escala de zoom chegar em seu número máximo e houver vagas disponíveis na região selecionada, elas serão apresentadas ao usuário sem nenhuma configuração de agrupamento (Figura 11.a).

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Figura 11. (a) Visualização das vagas sem agrupamento (b) Pop-up de inclusão (c) Exibição de nova vaga cadastrada no mapa.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Mesmo com a existência de vagas pré-cadastradas, qualquer usuário que estiver com login autorizado poderá efetuar a inclusão de novos pontos em qualquer área renderizada no mapa. Tal ação pode ser feita através da navegação até o local desejado para inclusão, seguido de um toque longo na área do mapa, desencadeando a abertura de um pop-up contendo opções para seleção e preenchimento referente às características da vaga (Figura 11.b).

Com o pop-up aberto, quatro opções são apresentadas ao usuário, sendo a primeira alusiva ao tipo da vaga, com um botão seletor entre Deficiente e Idoso encarregado de definir o tipo do ícone da vaga no mapa. A segunda opção trabalha com o propósito de auxiliar na localização da vaga de uma forma mais eficaz, recebendo uma entrada do usuário em forma de texto e estabelecendo o ponto de referência para aquela vaga. A próxima opção é encarregada de confirmar sua inclusão no mapa, representada pela opção “Confirmar”, que após a inserção no banco de dados, fecha o pop-up e apresenta a nova vaga no mapa para todos os usuários da ferramenta.

Além destas três opções já mencionadas, caso o usuário venha por optar o cancelamento desta inclusão antes de ser confirmada, é possível fechar o pop-up pressionando a opção “X” contida no canto direito superior da janela. Com as vagas disponíveis no mapa, torna-se viável a seleção individual destas por meio de um toque na coordenada em que o ícone é disponibilizado, que exibirá uma caixa de itens acima da vaga selecionada, contendo duas opções em forma de botões e um componente de texto entre eles concernente ao ponto de referência.

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Ao interior da caixa de itens (Figura 11.c), é sobreposto um botão chamado “Reportar vaga”, responsável por receber denúncias relacionadas a informações incorretas acerca de vagas apresentadas no mapa. Caso o usuário observar que qualquer ponto esteja cadastrado com alguma informação/coordenada equivocada ou sua listagem no mapa não está sendo feita de forma adequada, é possível denunciá-la pressionando o botão referente a tal ação, que posteriormente ao recebimento do toque, irá exibir um pop-up na parte inferior da tela contendo uma mensagem questionando o usuário sobre a confirmação da denúncia, como ilustrado na Figura 12.a.

Figura 12. (a) Pop-up de confirmação da denúncia (b) Rota disponibilizada sobre o mapa (c) Distância já percorrida pelo usuário.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Na hipótese de o usuário optar pela confirmação da ação, será verificado junto ao banco de dados da aplicação a existência de uma denúncia já feita previamente por ele, e caso esta verificação não encontrar o registro, será incluído a informação referente à denúncia juntamente com o identificador do usuário responsável por ela. No momento em que o processo de inclusão é solicitado, a aplicação automaticamente apura a quantidade de denúncias que a vaga recebeu, onde na ocasião desta ter sido reportada por três usuários diferentes, a exclusão da mesma é efetuada e a remoção da vaga comunicada em tempo real para todos os clientes da aplicação (trecho do código disponível na Figura 13.a).

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Figura 13. (a) Verificação da quantidade de denúncias em vaga reportada (b) Renderização do mapa para o usuário.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Desencadeada pelo toque no botão “Traçar rota” (Figura 11.c), a segunda opção contida na caixa de itens é capaz de obter a localização fornecida pelo dispositivo e calcular a rota que dispõe do menor trajeto até a coordenada da vaga escolhida. Ao ser obtida, a rota é desenhada sobre o mapa na cor preta, contendo todas as direções que o usuário deverá percorrer até alcançar seu destino (Figura 12.b), além de ser recalculada caso aconteçam mudanças na localização do usuário — código funcional demonstrado na Figura 13.b.

Após a disponibilização da menor rota no mapa, é apresentado ao usuário um botão situado no canto inferior esquerdo da tela (Figuras 12.b e 12.c), possibilitando o cancelamento e remoção da rota traçada previamente por ele. Esta ação não o impede de traçar novas rotas posteriormente, mesmo sendo sobre a mesma vaga selecionada ou a rota equivalente a alguma disponibilizada anteriormente. Ao detectar alterações na posição do dispositivo com a da rota concedida, o aplicativo traçará uma nova linha realçada na cor verde a partir da localização inicial do usuário até este novo ponto, removendo a linha previamente desenhada em caso de sobreposição, conforme exibido na Figura 12.c.

Observando pelas mudanças na localização enquanto a rota estiver traçada, a ferramenta emitirá uma nova mensagem ao usuário no instante que ele estiver em um raio inferior a 15 metros distante da vaga selecionada, demandando uma ação responsável por registrar seu uso e impedir que outros usuários possam requisitar uma rota sobre ela ou reservá-la por um determinado período. Para apresentar devida mensagem, é exibido um pop-up na parte inferior da tela, como ilustrado pela Figura 14.a, desempenhando sua função caso confirmada a reserva pelo toque no botão “Sim”.

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Figura 14. (a) Pop-up de confirmação de uso da vaga (b) Apresentação da vaga reservada sobre o mapa (c) Opção “Liberar vaga” e pop-up de confirmação.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Com a reserva efetuada, a renderização desta vaga no mapa é dada de forma distinta ao usual, sendo exibida na cor vermelha e com funções internas restritas ao usuário que a reservou. Além da mudança de cor, ao ser selecionada, esta vaga exibe uma janela dissemelhante de outras não reservadas (Figura 14.b), contendo um campo informando o usuário acerca de seu uso e permitindo apenas a função de denúncia até que seja realizada sua liberação.

Perante a apresentação das vagas ocupadas pelo mapa, a ferramenta verifica o usuário que a reservou e apresenta na caixa de itens um botão exclusivamente restrito a ele (Figura 14.c), permitindo a liberação desta vaga e retomando seu status inicial de exibição, o qual concede a função de traçar novas rotas mediante sua coordenada. Esta opção chamada “Liberar vaga” também apresenta um pop-up após sua seleção na parte inferior da tela, onde em caso de toque sobre a opção “Sim” (Figura 14.c), confirma a presente solicitação e comunica todos os demais usuários da aplicação.

Na hipótese de não ocorrer liberação manual por parte do usuário, o aplicativo acompanha a localização do dispositivo enquanto possui acesso e detecta sua distância até a vaga reservada, quando na condição do resultado ser maior que 400 metros em relação aos dois pontos, efetua sua liberação automaticamente no banco de dados (trecho do código disponível na Figura 15).

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Figura 15. Cálculo de distância após a vaga ser reservada. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Além de acompanhar a distância entre as coordenadas do usuário e a vaga ocupada por ele, ao ser efetivada a reserva em qualquer ponto disponibilizado, é comunicado o backend da aplicação a respeito da modificação. Com isso, após duas horas decorridas da ação será averiguado o estado atual da vaga, e porventura o responsável pela reserva tenha permanecido o mesmo durante este tempo limite, o sistema executará sua liberação sem a necessidade de quaisquer confirmações prévias (com uma margem de erro de 2 minutos para mais ou para menos), seguindo o regulamento imposto pela empresa responsável por controlar o estacionamento no centro da cidade de Marau — código referente à checagem do tempo de uso da vaga contido na Figura 16.

Figura 16. Checagem do status da vaga após duas horas. Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Embora o usuário esteja apto a navegar e traçar novas rotas com uma vaga já reservada, caso o mesmo venha por optar a reserva de uma nova vaga posteriormente, a liberação da anterior é feita de forma automática pela ferramenta, permitindo o uso de apenas um ponto por usuário ao mesmo tempo. Todas estas funções de liberação de vaga

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estão atreladas à atualização em tempo real para todos os demais usuários da aplicação, desde que estes possuam algum serviço de conexão com à internet ativado (Wi-Fi, 3G, 4G, entre outros).

Em meio à disponibilidade do aplicativo para uso, sua aplicação aos usuários testes se torna viável, oportunizando a geração de relatórios de usabilidade com gráficos, índices probabilísticos e escalas que remetem à sua aprovação e eficácia. Desta forma, todas as saídas geradas pela ferramenta e pelo questionário serão analisadas e debatidas na próxima sessão deste artigo.

6. Conclusão

Este artigo procurou evidenciar algumas dificuldades enfrentadas por pessoas idosas e deficientes físicos no meio urbano, apresentando soluções e aprimorando a acessibilidade com o auxílio da tecnologia na cidade de Marau. Ao dar início na pesquisa, constatou-se a precariedade na divulgação acerca das vagas de estacionamento exclusivas juntamente com a sua localização geográfica, implicando diretamente na necessidade de estudar-se ferramentas e artefatos que contribuam no aperfeiçoamento da mobilidade no trânsito.

Devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) enfrentada durante o andamento deste trabalho, a aplicação em usuários testes para geração de dados e análise de seus resultados foi inviabilizada. Assim, impediu-se a verificação da usabilidade do aplicativo proposto, não sendo identificado seus resultados através dos objetivos impostos, além da não coleta de dados originados de entrevistas semiestruturadas disponibilizadas perante acesso à seção “Configurações” no menu lateral da aplicação (Figura 6.c).

Mesmo sem sua aplicabilidade aos usuários, a ferramenta construída foi testada e avaliada em ambiente de desenvolvimento, englobando registro de novas vagas e reservas atreladas a diferentes cadastros, conferência de rotas geradas em casos reais de uso, exclusão de pontos por meio de denúncias, e todos os demais aspectos relacionados ao uso do aplicativo, apontando sua alta performance aliada a um comportamento estável perante os dispositivos testados.

Suprindo todas as necessidades iniciais, o aplicativo possibilitou o mapeamento das vagas destinadas a deficientes e idosos em conjunto com suas ocupações, a exibição do ponto geolocalizado mais próximo e específico, e a disponibilização da menor rota possível, tendo em vista todas as circunstâncias impostas tanto pelo problema de pesquisa quando pelo objetivo geral.

Além da pandemia, algumas limitações dificultaram a execução deste estudo de uma forma mais eficaz, como a necessidade de recursos financeiros para disponibilização da ferramenta em lojas de aplicativos móveis, ademais de uma maior quantidade de dispositivos e computadores requeridos para aprimorar a compatibilidade de suas funcionalidades. Apesar de os resultados não terem sido obtidos de uma forma abrangente, o desenvolvimento do aplicativo auxiliou, mediante ponto de vista social, na otimização da mobilidade urbana da cidade, gerando um impacto positivo em relação aos problemas levantados para construção do trabalho.

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6.1. Trabalhos Futuros

Para não ter uma pretensão conclusiva, é definido alguns itens de pesquisa e desenvolvimento futuros, visando a complementação e a continuidade do presente trabalho. Dentre eles, pode-se destacar como foco principal o emprego das pesquisas referentes à usabilidade e a aplicabilidade da ferramenta, validando seus resultados juntamente com a análise e geração de gráficos informativos, índices e escalas, que em razão da indisponibilidade causada pela pandemia não puderam ser organizados e trabalhados conforme o devido planejamento.

Posteriormente, segure-se a geração de relatórios analíticos concernentes à quantificação de utilização de tais vagas, a fim de estabelecer estratégias de aumento ou redução de vagas em determinadas regiões. Tal ação pode ser direcionada à órgãos públicos, fornecendo os resultados obtidos e auxiliando no desenvolvimento da cidade e sua acessibilidade social.

Em manutenções subsequentes do aplicativo, é indicado algumas melhorias que possam trazer benefícios associados à integridade das informações contidas, como a análise prévia acerca da inclusão de novas vagas no mapa. Este aprimoramento pode levar em conta a automatização de tarefas, eliminando o processo manual de conferência sobre novas requisições de inserção.

Por fim, entende-se que além das mudanças já sugeridas, a compatibilidade da ferramenta pode ser trabalhada de forma mais ampla, possibilitando o atendimento a uma extensa gama de dispositivos e desencadeando uma melhor aceitação entre os usuários. Com isso, mediante obtenção de recursos financeiros, sua distribuição nas lojas de aplicativos da Apple e da Google torna-se possível, alavancando a publicidade da ferramenta e expandindo o número de usuários e informações coletadas.

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