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Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Pedagogia UAB/UFJF. Atenor Ferreira Barbosa.

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Academic year: 2021

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Curso de Pedagogia – UAB/UFJF

Atenor Ferreira Barbosa

Memorial do Curso

Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Memorial do Curso ministrada pela Profª. Drª. Léa Stahlschmidt Pinto Silva para o 8º período de Pedagogia da UAB/UFJF.

Tutora a distância: Maria Leopoldina Pereira

Ilicínea 2011

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Minha Trajetória na Primeira Turma do Curso de Pedagogia a distância na UFJF

Em julho de 2007 preocupado com o meu futuro, pois estava desempregado, resolvi arriscar em três oportunidades: o concurso da Polícia Militar de Minas Gerais, o concurso para Auxiliar de Serviços Gerais da prefeitura de Ilicínea e o vestibular para o curso de Pedagogia da Universidade Federal de Juiz de Fora -UFJF na modalidade a distância. Em outubro desse mesmo ano, minha vida começou a melhorar: arrumei um trabalho na prefeitura e comecei a cursar uma faculdade, devido a isso, nem liguei de não ter passado no concurso para polícia militar.

O início do curso foi um pouco complicado. Não tinha computador em casa e os computadores do polo eram todos no Linux, um sistema operacional que não conhecia.

Já tinha ouvido falar em ensino a distância pela internet, mas tudo era novidade para mim. A coordenadora do polo me ajudou muito no início, pois não sabia mexer no editor de texto whriter e nem na plataforma do curso de Pedagogia. Depois de algumas semanas de haver começado o curso, apareceram as tutoras presenciais, elas contribuíram muito para meu domínio da informática e da plataforma.

Na primeira parte do primeiro módulo, a disciplina Tecnologia, Informação e Comunicação me chamou atenção, pois mesmo antes de entrar na faculdade já percebia o potencial dessas tecnologias para transmitir conhecimentos: a televisão, o videogame, a internet, o cinema, os documentários, entre outros recursos da mídia, podem ser usados como materiais pedagógicos, facilitando o ensino no século XXI.

Em Campo da Educação e da Pedagogia, recordamos a infância, a vida escolar, escrevemos um diário sobre como estava sendo o desenvolvimento no curso; eu estava achando tudo isso muito interessante. Também discutimos o texto “Saberes, tempo e aprendizagem no magistério”, de Maurice Tardif e Daniele Raymond, o qual nos levou a refletir sobre a experiência no magistério e a contribuição dessa experiência para a carreira do Pedagogo.

Já em Linguagem fizemos uma reflexão sobre o jeito de falar do brasileiro, a variedade lingüística, aspectos culturais, históricos, regionais e estilísticos; discutimos os conceitos de redação e texto, a linguagem utilizada pelo professor em sala de aula. Recordamos também como era o ensino de português nas antigas cartilhas, descobri o autor Carlos Magno e os Parâmetros Curriculares Nacionais. Como ainda não tinha pegado o ritmo de um curso a distância, fiquei em recuperação em Linguagem.

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Este curso de Pedagogia está sendo muito importante para minha vida, pois apesar das dificuldades de concluí-lo, como: pouco tempo para dormir, perda de momentos de lazer nos fins de semana, dificuldade para manter um relacionamento, enfim, a vida moderna exige muito da gente, e é preciso aproveitar a oportunidade de fazer uma faculdade, que no meu caso só possível, porque ser gratuita e a distância . Voltar a ser estudante está sendo muito bom, me despertou para o século XXI, no qual a pessoa precisa está preparada para as novidades que a tecnologia e os novos tempos preparam para a humanidade.

No polo de Ilicínea há muito movimento à noite, devido a isso fiz muitas amizades, conheci pessoas de outras cidades e me aproximei mais do mundo acadêmico.

Outra coisa muito legal, foi ter me aproximado da cibercultura, ficando íntimo do MSN, Orkut e Google, já que antes de começar a cursar uma faculdade a distância eu não tinha computador e estava fora dessa realidade.

A Pedagogia nos aproxima do universo infantil, mostra como se desenvolve a inteligência humana, as dificuldades que a criança encontra na construção da sua personalidade e no seu modo de entender o mundo. Atuar como professor nas séries iniciais é uma grande responsabilidade, séria e prazerosa ao mesmo tempo, pois o educador possui a capacidade de formar opiniões. É um trabalho diferente: a produção vem com o tempo, e seus frutos atuam na formação da sociedade humana.

Quando era adolescente não pensava que com 29 anos eu ainda estaria estudando. Em um cursinho sobre as responsabilidades do Conselho Tutelar, que participei em Campos Gerais, uma cidade vizinha a Ilicínea, conheci um senhor de mais de cinqüenta anos que estava cursando Pedagogia. Tê-lo conhecido me fez refletir sobre não haver idade para estudar e aprender, o aprendizado nos acompanha por toda vida. Fui educado por pessoas que não tiveram muito contato com os conhecimentos escolares, acostumadas com o trabalho braçal e com a dura realidade da sociedade capitalista brasileira, na qual por muito tempo, faculdade era um privilégio de poucos que tinham uma situação financeira favorável. Felizmente as coisas estão melhorando, com esforço e dedicação, muitos pobres estão entrando no ensino superior e melhorando a sua visão sobre o mundo.

Sociologia e Antropologia, quando criança não entendia essas ciências, ficava curioso sobre sua utilização: tinha idéia que Sociologia estava ligado a sociedade humana e que Antropologia estudava artefatos antigos sobre a história da humanidade. Como no ginásio e no colégio não estudei essas disciplinas, minha curiosidade se

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estendeu até pouco tempo atrás. Ao estudar a disciplina Sociologia da Educação, adquiri o hábito de olhar as várias sociedades humanas, com mais reflexão e respeitar a variedade de costumes presente nelas. Outra disciplina que me chamou a atenção foi Sistema Educacional no Brasil, pois através dessa disciplina comecei a me familiarizar com as leis do sistema educacional, especialmente a LDB, podendo perceber a falta de informação que a população tem sobre as leis dedicadas a educação escolar no Brasil. O país possui ótimas leis que regulamentam o ensino, mas a falta de informação da população e de compromisso de alguns políticos, acabam comprometendo o sistema público de educação do país, dificultando o trabalho na área.

Já Geografia me surpreendeu, pois trouxe uma visão nova da disciplina, levando-me a refletir sobre lugar, território, paisagem, enfim, a prestar mais atenção no cotidiano, nos fatos que acontecem e lugares que passamos. Ensinou-me também a separar o conhecimento popular (senso comum) do conhecimento científico, assim como Língua Portuguesa I, a qual me apresentou a resenha, uma novidade, pois não conhecia esse tipo de trabalho com o texto. Nessa disciplina o resumo, a coesão e coerência textual também foram muito debatidos, isso me auxiliou muito na produção e análise de textos.

Em Alfabetização e Letramento, me aprofundei nos textos de Magda Soares. Através dessa disciplina pude repensar o processo de aprendizado da escrita, da leitura, os vários métodos existentes atualmente, a dificuldade de muitos alunos de aprender a ler e escrever; relembrei o meu aprendizado nas séries iniciais, o quanto achei difícil aprender a ler e escrever, mas com calma, aos poucos as coisas foram acontecendo.

Na Matemática I, tenho boas recordações das oficinas, o bom entrosamento da turma, a descoberta de novas formas de ensinar Matemática nas séries iniciais e a turma se encontrando ao vivo, pois normalmente a gente se via apenas no espaço virtual da plataforma. Também Monografia I, teve oficinas muito produtivas e animadas, a turma gostou muito dessas matérias.

Estágio I foi a disciplina que mostrou na prática o trabalho do educador: o curso saiu da teoria e entrou um pouco na prática. Esse estágio me ajudou a estabelecer critérios sobre os métodos de alfabetização, que estávamos estudando em Alfabetização e Letramento II, assim como, presenciar as várias formações familiares que estão presentes em Ilicínea e que apareceram na classe onde estagiava, contribuindo para a minha compreensão das discussões em Educação, Família e Sociedade.Nos estágios

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observei novas práticas de aprendizagens, especialmente da Matemática: o ábaco, material dourado e diferentes jogos, que discutimos na disciplina Matemática II.

Em Monografia II, começávamos a escolher os temas para a realização do processo de pesquisa, a disciplina começava a ficar mais séria, muitos de nós já tinha em mente o que iria pesquisar.

Outra disciplina muito séria, e que achei difícil, foi Educação e Diversidade, nela discutimos o problema da inclusão nas escolas e sociedade, aprendi conhecimentos para toda a vida nessas matérias.

Geografia II, uma boa lembrança que tenho dessa disciplina, foi a discussão do filme Central do Brasil. Vi esse filme com outros olhos, um olhar mais crítico, ele nos ensina muito sobre a cultura brasileira. Assim como a discussão dos temas já escolhidos em Monografia: tecnologia, informação e comunicação, também tenho boas recordações, pois conheci colegas de diferentes lugares de Minas Gerais, o quais alguns me mandam e-mails até hoje. De História da Educação, guardo as reflexões sobre a docência no Brasil, sobre o ato de educar. Já Matemática III, me relembrou momentos difíceis, de quando estudava nas séries iniciais.

Em Política Educacional discutimos o direito da educação no Brasil, algo muito sério, nessa disciplina li um pouco sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), pude perceber a evolução dos direitos da criança e do adolescente com o passar dos anos; apesar de ainda em muitos lugares do Brasil, eles ainda serem explorados, mesmo o país tendo ótimas leis que os protegem, sendo essas leis até copiadas por alguns países africanos que ficaram independentes.

Agora, Lúdico e Educação foi uma disciplina suave, refletimos sobre as brincadeiras da infância, a cultura da criança, os jogos que podem ser usados na educação infantil, recordamos a nossa infância. Em estágio II observei muito o comportamento das crianças no recreio, as brincadeiras, características do universo infantil, o desenvolvimento da inteligência nas crianças.

Na disciplina Língua Portuguesa II, estudamos os gêneros textuais, analisamos o impacto que eles causam nos nossos diálogos do dia a dia; recordamos Machado de Assis, Adélia Prado, Cecília Benevides, Fernando Sabino, entre outros escritores. Fizemos uma reflexão sobre a linguagem, poemas e ficamos mais próximos da literatura brasileira.

Uma das matérias que mais me comoveu foi a EJA (Educação de Jovens e Adultos). Através dessa disciplina observei melhor as pessoas que me cercam e pude

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perceber que ainda há muitas pessoas, analfabetas, ou analfabetos funcionais. Na minha infância conheci muitas pessoas que não sabiam ler, eram pais de família; pessoas que, na maioria das vezes, tinham vergonha desse fato chato em suas vidas. No Estágio III, pude perceber essa realidade em Ilicínea, pois estagiei em uma classe da EJA, achei muito legal, mas ainda faltam professores preparados para lecionar com esses alunos. Se puder escolher uma turma para lecionar quando me formar, escolherei uma classe da EJA.

Em Filosofia pude estudar alguns filósofos gregos que tinha curiosidade, como Aristóteles, Platão, Sócrates, Comenius; assim como em História II, compreendi o valor da reflexão na vida do ser humano. Na seqüência, em Currículo e Organização da Prática Pedagógica, o foco do estudo foi a organização escolar, ou seja, como a escola se organiza para educar várias pessoas com orçamentos apertados, e como será o norte dessa educação, ou seja, o cidadão que se deseja ter com a formação escolar.

Na disciplina Ciências I, me marcou a discussão sobre o uso das tecnologias com racionalidade, com o objetivo de preservar o meio ambiente; em Ciências II, achei muito importante o debate sobre sexualidade. Com o mesmo entusiasmo, na matéria Planejamento e Avaliação da Educação, comecei entender a dinâmica do trabalho de um professor, e em Estágio IV pude observar como o planejamento de aula, se sai na prática, e que às vezes é preciso fazer atividades que não estavam planejadas.

Em Psicologia da Educação I, Jean Piaget me impressionou com os seus estudos. Também fiquei muito impressionado com a seriedade do trabalho na educação infantil, e a quantidade de intelectuais que discute esse tema, como: Comenius, Rosseau, Pestalozzi, Montessori, entre outros. Já em História II, achei muito interessante o relato da vida do tropeiro baiano Germano Araujo, em entrevista feita pelo Museu da Pessoa.

Na Psicologia II, conheci um grande ser humano que enriqueceu esse curso, Lev Semynovich Vygotsky; em outra disciplina, Arte e Educação I, o ensino de história da arte relembrou importantes momentos da história da humanidade, fazendo que os estudantes relembrassem fatos históricos muito importantes; essa disciplina contribuiu muito para o enriquecimento desse curso de Pedagogia.

Não podia deixar de mencionar Monografia VI, quando chegou a hora de apresentar a pesquisa científica realizada, muito de nós estávamos apreensivos, nervosos, mas no final deu tudo certo. Foi um dos grandes momentos do curso, pois concluímos um trabalho que trouxe muitos benefícios para nós futuros pedagogos, já

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que nesta disciplina aprendemos o hábito de pesquisar para se chegar a algumas considerações.

Todas as matérias desse curso, incluindo algumas não citadas nesse texto, contribuíram para a minha formação de Pedagogo e, além disso, também me ajudaram a ter uma visão mais racional da sociedade humana atual. Ao estudar sozinho, com a presença dos colegas, professores e tutores virtualmente, pude sentir na pele a vivência em um mundo globalizado, onde não há fronteiras para o saber e nem limite nas atualizações. Ser um professor no Século XXI é ser um educador que está sempre aprendendo, inovando, se reciclando, pois as novas gerações sempre possuem algumas diferenças das anteriores, e isso se reflete em sala de aula, dinamizando o trabalho do professor; exigindo dele um trabalho sempre atualizado, que envolva os alunos, fazendo-os gostar da escola, de ler, de pesquisar.

Referências

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