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A IMPORTÂNCIA DO COLETIVO NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

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Academic year: 2021

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POLITICO PEDAGÓGICO

CARVALHO, Teresa Raquel Siqueira Soares1 - UFPI PINHEIRO, Priscilla Oliveira2- UFPI

GUEDES, Neide Cavalcante3- UFPI Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Agência Financiadora - não contou com financiamento

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo compreender a importância da construção do Projeto Político Pedagógico para gestão democrática da escola, buscando responder o seguinte questionamento: Qual a importância do Projeto Político Pedagógico - PPP na promoção do trabalho coletivo da escola? Partimos do pressuposto de que, enquanto documento, o Projeto Pedagógico da Escola deve expressar a importância da participação e da autonomia como princípios legais da Gestão democrática. Como procedimento metodológico utilizamos a pesquisa narrativa entendida por Josso (2004), como narrativa de história, que ajuda a compreender o processo de formação. Para a construção dos dados usamos a entrevista que conforme Bogdan e Biklen (1994) se constitui em estratégia utilizada para construir dados descritivos na linguagem do próprio sujeito. Dialogamos com Veiga (2003), Sousa e Corrêa (2002) e Libâneo (2008) quanto a importância da construção do projeto para as Instituições Escolares, ressaltando a relevância da participação da comunidade escolar para elaborar e executar uma proposta pedagógica que possibilite uma educação pública de qualidade. Os resultados evidenciaram a existência de situações que expressam a dificuldade que a escola enfrenta na construção do projeto, pois como ele destaca falta compromisso, e condições, conhecimento e experiências dos professores além do apoio da comunidade local. Tudo isso interfere direta e decisivamente na construção do projeto. Portanto, para que a construção do projeto político-pedagógico seja possível, é imprescindível propiciar momentos para que professores, equipe pedagógica, funcionários e a comunidade em geral sintam-se capazes de refletir sobre os problemas e necessidades que a escola enfrenta, pois assim haverá uma sintonia quanto ao seu papel na construção de cidadãos críticos e autônomos capazes de interagir em diferentes contextos sociais.

1 Aluna de Graduação em Pedagogia e Bolsista do Grupo PET de Pedagogia na Universidade Federal do Piauí.

E-mail: tehsiqueira@hotmail.com

2 Aluna de Graduação em Pedagogia e Bolsista do Grupo PET de Pedagogia na Universidade Federal do Piauí.

E-mail: pris.pop@hotmail.com

3 Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí na Área de Fundamentos Político-Administrativos da

Educação. Líder do Núcleo de Pesquisa em Gestão, Currículo e Avaliação de Políticas Públicas Educacionais. E-mail:neidecguedes@hotmail.com

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Palavras chave: Projeto Político Pedagógico. Participação. Gestão democrática.

Introdução

O Projeto Político Pedagógico é sem dúvida uma ferramenta que tem como principal objetivo melhor organizar a estrutura interior das escolas, auxiliando o trabalho da comunidade escolar em relação ao exercício do compromisso de todos, quanto às questões política e pedagógica. Este estudo objetiva compreender a importância do Projeto Político Pedagógico para a gestão democrática da escola buscando uma resposta para a seguinte indagação: Qual a importância do Projeto Político Pedagógico - PPP na promoção do trabalho coletivo da escola? Partimos do pressuposto de que, enquanto documento, o Projeto Pedagógico da Escola deve expressar a importância da participação e da autonomia como princípios legais da Gestão democrática.

Neste sentido torna-se relevante apresentar, em linhas gerais, os pressupostos que norteiam o Projeto Político Pedagógico-PPP enquanto instrumento ideológico e político, que visa, sobretudo, a gestão dos resultados de aprendizagem, através da projeção, organização, e acompanhamento de todo o universo escolar, garantindo a sistematização contínua do planejamento participativo da escola com vista a organização e integração da prática escolar que deve ser construída no coletivo articulando a escola com a comunidade.

Tomamos as ideias de Veiga (2003) para compreender que o Projeto Político pedagógico deve ser idealizado com base nas diferenças existentes entre os professores, os alunos, os funcionários e a comunidade local, sendo essa última, o lugar de interações que a escola deve promover.

É importante ressaltar que na construção do PPP a escola considere os ambientes interno e externo no sentido de não perder de vista a importância do planejamento das ações realizadas pelos sujeitos envolvidos que devem se originar a partir das necessidades de promover uma prática social que garanta uma ação consciente. Nessa perspectiva o conhecimento dessa realidade deverá contribuir no sentido de orientar o organismo escolar a considerar tais indícios com a devida relevância, transformando-os em currículo, objeto de planejamento e potencial de aprendizagem.

Neste sentido o papel da gestão democrática nas Instituições Escolares é fundamental no que se refere a organização de encontros e discussões como espaço aberto, crítico,

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reflexivo e autônomo que garanta a participação de todos os segmentos na definição das ideias educativas considerando o caráter democrático e ético na educação.

Este estudo se constituiu em dois momentos distintos e interligados. O primeiro se deu a partir das discussões acerca da construção coletiva do Projeto Político Pedagógico, em sala de aula na disciplina Organização e Coordenação do Trabalho Educativo. O segundo se consolidou na atividade de campo realizada na Escola Municipal Esther Couto na Cidade de Teresina, Estado do Piauí.

A inquietação sobre o estudo da construção coletiva do referido documento é relevante por oportunizar a reflexão das diferentes realidades encontradas na escola e fora dela, as diversas práticas pedagógicas e a articulação dos agentes no processo de busca da identidade da escola, considerando as suas dificuldades na construção e operacionalização do projeto.

O Projeto Político Pedagógico no contexto da Gestão Democrática

No Brasil, temas como democracia, autonomia e participação ganharam ênfase após a abertura política com o fim da Ditadura Militar que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Nela estão definidos os princípios e fins da Educação Nacional dos quais destacamos os incisos III e VI do artigo 206: a gestão democrática do ensino público; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.

A gestão democrática enquanto possibilidade de trabalhar no coletivo tem como suporte legal o Art.14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96 que estabelece as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Como está posto na LDB, participação dos profissionais na elaboração é um dos princípios, que possibilita a construção coletiva da gestão democrática, em que os elementos constituintes são: participação; transparência; autonomia e pluralismo. Diante disso, o papel

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da gestão democrática é defender a autonomia da escola, descentralizar o poder com a participação de todos da instituição escolar para um objetivo comum, lidar com os conflitos de ideias para o processo democrático e colocar o espaço escolar como lugar público e aberto para todos. Portanto, a escola tem autonomia para elaborar e executar sua proposta pedagógica devendo contar com a participação dos profissionais da educação.

Como reforço, o artigo 15 da Lei em referência, oferece uma pista sobre o processo de democratização da gestão ao afirmar que os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa de gestão financeira observada às normas gerais de direito financeiro público. Assim, a instituição que vive essa prática de gestão facilita a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico, assumindo o desafio do trabalho coletivo orientado pelo principio da participação e superando o individualismo para efetivar-se a gestão democrática no processo de construção do projeto.

Assim fica evidente que o PPP é a identidade da instituição escolar, documento que distingue uma escola de outra, pelo planejamento das ações com vistas a elaboração e execução de metas como compromisso de todos os atores envolvidos no trabalho educativo. Libâneo (2008, p.357) nos esclarece que o PPP, “é o documento que reflete as intenções, os objetivos, as aspirações e os ideais da equipe escolar, tendo em vista um processo de escolarização que atenda todos os alunos”.

Com base no autor referenciado compreendemos o Projeto Político Pedagógico como resultado do processo de sistematização do planejamento participativo que busca definir o tipo de ação educativa que se quer realizar a partir da leitura da realidade, embasada num referencial que expressa a intencionalidade quanto à forma de intervenção e de mudança desta realidade.

Com base nesta apreensão Veiga (2003) reforça que a construção do projeto político-pedagógico parte dos seguintes princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita: princípios de igualdade, qualidade, gestão democrática, liberdade e valorização do magistério. Analisaremos cada um a seguir.

O princípio da igualdade se manifesta pelas condições de acesso e permanência na escola, tendo em vista que é responsabilidade dos sistemas garantir o acesso e a permanência do aluno na escola favorecendo as condições necessárias e suficientes para um aprendizado de qualidade para todos.

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A qualidade definida como um princípio necessário na construção do PPP deve realçar aspectos formais e políticos que garantam a formação dos sujeitos envolvidos no processo favorecendo o desenvolvimento de habilidades no uso de instrumentos e conteúdos que irão favorecer a construção de uma consciência crítica como condição de inserção desses cidadãos na sociedade.

O princípio da gestão democrática estabelecido na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, expressa a participação crítica e coletiva no planejamento e nas decisões de todos os que fazem a escola e também dos representantes dos diferentes segmentos, auxiliando no desenvolvimento pedagógico.

A Liberdade é outro princípio norteador do projeto político-pedagógico e está ligada a questão da autonomia da escola. Esse princípio se manifesta a partir da relação com os outros, considerando os direitos e deveres que cada um deve cumprir. Veigar (2003. p. 19) afirma que a liberdade “deve ser considerada, como liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados para uma intencionalidade definida coletivamente”.

No que se refere ao princípio da Valorização do Magistério, a autora destaca como o mais importante porque a qualidade do ensino está relacionada à formação, as condições de trabalho e a remuneração percebida por esses profissionais. A escola precisa oferecer espaços de formação continuada para seus profissionais e condições adequadas de trabalho. Quanto à remuneração adequada, esta passa pela valorização do trabalho pedagógico e demanda uma articulação entre instituições formadoras: de ensino superior e a Escola normal com as agências empregadoras (a própria rede de ensino). Esses conjuntos de princípios devem se fazer presentes na construção e na operacionalização do Projeto Político Pedagógico a partir das ações definidas e refletidas no coletivo pelos sujeitos que participam da escola.

Com base nesses princípios a escola será capaz de garantir um ensino de qualidade, contendo as expressões da sociedade, atentando para as vivencias e experiências dos alunos, suas histórias de vida, problemas, medos, sonhos e perspectivas para um futuro melhor e isso nos orienta a compreender que o projeto deve ser elaborado para ser vivenciado pelos atores da escola, sendo constantemente repensado para lidar com os desafios para atender as ações que devem ser reconstruídas e construídas efetivando uma educação de qualidade.

No entanto não devemos esquecer que, além de o projeto nortear as ações planejadas, é preciso ter clareza de que a escola é feita de pessoas que pensam, sentem, desejam, almejam. Desta maneira Sousa e Corrêa (2002, p.73) explicam que: “o projeto pedagógico

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constitui-se em um instrumento valioso de mediação entre as ansiedades, desejos e intenções dos sujeitos escolares e o planejamento de suas ações cotidianas.”

O Projeto Político Pedagógico com espaço de democracia: os que os dados revelaram?

A pesquisa narrativa caracteriza-se como inovadora nas Ciências Humanas por considerar como um de seus instrumentos a subjetividade individual, proporcionando a oportunidade de dar voz aos sujeitos que pouco era ouvido ou tinham um pequeno espaço para expor-se. No desenvolvimento do trabalho utilizamos como procedimento metodológico a pesquisa narrativa, entendida por Josso (2004, p.138), como narrativa da história em formação, “utilizada para compreender o processo de formação, o trabalho de elaboração e de interpretação apresenta-se como um processo de conhecimento especifico sobre um objetivo especifico: a sua formação, a formação”.

A autora observa a importância da biografia como instância formativa do sujeito, que consegue perceber mais claramente os mecanismos que o movem profissionalmente ao analisar mais de perto os processos de ensino-aprendizagem aos quais foi submetido durante todo seu período formativo.

Fizemos uso da entrevista, enquanto dispositivo para construção dos dados que de acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 134),

[...] podem ser utilizadas de duas formas. Podem constituir a estratégica dominante para a recolha de dados ou podem ser utilizadas em conjunto com a observação participante, analise de documentos e outras técnicas. Em todas estas situações, a entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira com o os sujeitos interpretam aspectos do mundo.

As etapas para operacionalização da pesquisa dividiu-se em dois momentos: primeiramente aprofundamos o estudo do referencial teórico sobre Projeto Político Pedagógico e em seguida fizemos a visita à escola lugar em que realizamos a entrevista.

Na visita realizada na escola Municipal Esther Couto, entrevistamos o Coordenador Pedagógico sobre questões relacionadas a construção e operacionalização do Projeto Político Pedagógico, a partir das seguintes questões: O que é Projeto Político Pedagógico? Quem participa da construção? Quais dificuldades encontradas na construção? Qual a importância do PPP para a escola? O Professor Carlos é graduado em Pedagogia e atua nesta função há

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um ano desenvolvendo um trabalho conjunto com a gestão da escola. Tanto o Coordenador quanto a escola nos autorizaram ser identificados.

Com relação ao que é Projeto Político Pedagógico, o professor Carlos começa explicando o significado pelas siglas. Na sua compreensão

“Projeto, por que ele visa organizar toda a estrutura da escola. Político abrange todas as ideias como a realidade da escola, a missão da escola, tudo que envolve as questões políticas e burocráticas. Pedagógico por que vai trabalhar com o processo de ensino e aprendizagem. Se você me perguntar qual é a palavra chave que resume o projeto político pedagógico, eu vou lhe dizer que é identidade da escola.”

A concepção do professor Carlos se apoia nas ideias de Veiga (2003, p.13) quando esclarece que

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.

Partindo das ideias da autora, as dimensões política e pedagógica presente no projeto são consideradas indissociáveis, ponderando que esse planeja as atividades a serem realizadas tendo como foco a reflexão das ações cotidianas das instituições para melhoria da organização do trabalho pedagógico cuja essência se traduz na formação do cidadão crítico, participativo e autônomo.

Outro elemento relevante nesta construção diz respeito ao envolvimento de todos os fazem a escola. Sobre esse aspecto o Professor Carlos destacou a necessidade deste envolvimento uma vez que

“a participação é desde a equipe pedagógica formada pelos professores, acompanhantes pedagógico, estagiários e também a equipe administrativa: secretária, diretores e a gestão em geral diretor adjunto e pedagogo”.

É possível perceber na fala, que Carlos expõe o modelo de construção do projeto que considera somente o envolvimento da equipe escolar, conforme estabelece o inciso I do Art.14 da Lei de Diretrizes e Bases, desconsiderando a importância da comunidade local nessa construção conforme posto no inciso II do artigo em referência.

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Ao ser indagado sobre as dificuldades enfrentadas pela escola na construção do PPP, Carlos evidencia que a situação vivenciada pela sua escola ainda necessita de mais envolvimento dos que fazem a escola, pois segundo ele

“A dificuldade principal diz respeito ao tempo, por que os professores tem que se sentarem para cada um dar sua contribuição, não vale ser uma pessoa que faça o projeto em nome de todos. Eu até sugiro que na graduação trabalhe em grupos para construção do projeto.”

Na fala de Carlos percebe-se que as dificuldades na construção do Projeto são frutos da falta de consciência de que todos devem participar dessa construção. No entanto, fica evidente que, apesar dos esforços, a escola não abre espaços de discussão para que os professores assumam o compromisso de participar não apenas da construção do PPP, mas de todas as atividades desenvolvidas pela escola.

Nesta perspectiva, Veiga (2003, p. 15) nos diz:

Para que a construção do projeto político pedagógico seja possível, não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais ou mobilizá-los de forma espontânea, mas propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente.

Ainda sobre as dificuldades o Coordenador destaca a necessidade de adequação do projeto à realidade da comunidade local, conforme sua fala:

“O professor quando vai fazer ele tem aquele projeto como sonho, onde o aluno seja um transformador, político, interventor, de certa maneira ele quer que seu aluno seja assim, mas todos são, a gente coloca no sentindo em que aconteça, para atingir essa meta para que o aluno seja politizado, independente.”

Com base na fala de Carlos, convém lembrar que o projeto político pedagógico é um documento inacabado e que necessita ser refletido e repensado todos os dias, no sentido de redefinir metas e objetivos, rever as características dos alunos, buscando alternativas a partir das vivencias, ou seja, estreitando a relação do projeto com a realidade escolar.

Sobre a importância do Projeto Político Pedagógico para a qualidade das ações desenvolvidas pela escola, Carlos se manifesta

“é um documento que orienta por onde a escola deve trilhar, servindo de ajuda para professor de como deve trabalhar na escola, cabe ao professor observar o projeto da escola. Mas, às vezes o projeto pode está um pouco longe da realidade o correto é que o projeto de fato mostre a realidade, pois ele é a identidade, quem vai fazer o projeto não pode omitir ou inventar coisas e que de preferência o projeto fique exposto na sala dos professores para que eles possam visualizá-lo.”

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Na compreensão de Carlos, o Projeto Político Pedagógico deve se constituir a partir da realidade de cada escola. Nessa perspectiva vale ressaltar que os sujeitos que compõem a escola precisam se posicionar quanto aos desejos, anseios, e dúvidas pertinentes a adequação do projeto à realidade escolar e que essas sejam refletidas e compartilhadas, indicando alternativas capazes de garantir uma relação harmoniosa da comunidade escolar e a realidade local.

Considerações finais

Considerando o objetivo inicial do estudo que foi compreender a importância do Projeto Político Pedagógico para a gestão democrática da escola, foi possível compreender que esse instrumento deve, além de capturar a realidade na qual a escola está inserida, refletir as necessidades das comunidades escolar e local, promovendo sua atualização de acordo com as exigências e situações que possam surgir no decorrer de sua operacionalização, pois, colocando em prática o que foi construído e está proposto no PPP, a escola terá as condições favoráveis para cumprir seu papel na formação do cidadão.

Nas colocações feitas pelo coordenador ficou evidente a existência de situações que expressam a dificuldade que a escola enfrenta na construção do projeto, pois como ele destaca falta compromisso, e condições, conhecimento e experiências dos professores além do apoio da comunidade local. Tudo isso interfere direta e decisivamente na construção do projeto.

Portanto, para que a construção do projeto político-pedagógico seja possível, é imprescindível propiciar momentos para que professores, equipe pedagógica, funcionários e a comunidade em geral sintam-se capazes de refletir sobre os problemas e necessidades que a escola enfrenta, pois assim haverá uma sintonia quanto ao seu papel na construção de cidadãos críticos e autônomos capazes de interagir em diferentes contextos sociais.

REFERÊNCIAS

BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto/Portugal: Porto, 1994.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br.. Acesso em: 23 abril 2013.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional. Disponível em: www.mec.gov.br.

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JOSSO, M. C. Experiências de vida e formação. São Paulo, Cortez, 2004.

LIBÂNEO, José Carlos; et al. Educação escolar: politicas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2008.

SOUSA, J. V.; CORREA. J. Projeto pedagógico: a autonomia construída no cotidiano da escola. In: Sofia Lerche Vieira, (org). Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. P. 47-75.

VEIGA, I P A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva In: VEIGA, Ilma Passos A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: São Paulo: Papirus, 2003.

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