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Efeitos da crioterapia na recuperação das alterações na
performance física e de indicadores lesão muscular induzida
por um único jogo de futebol
Dissertação apresentada com vista à obtenção do 2º Ciclo em Desporto de Alto Rendimento da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Decreto de Lei nº. 74/2006 de 24 de Março)
Orientador. Prof. Doutor António Ascensão Co-Orientador. Prof. Doutor José Magalhães
Autor. Marco Alexandre de Oliveira Santo Tirso Leite
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FICHA DE CATALOGAÇÃO
Leite, M. A. (2009). Efeitos da crioterapia na recuperação das alterações na performance física e de indicadores lesão muscular induzida por um único jogo de futebol. Porto: M. A. Leite. Dissertação de 2º Ciclo apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
PALAVRAS-CHAVE:
FUTEBOL, EXERCÍCIO INTERMITENTE, CRIOTERAPIA, LESÃO MUSCULAR,
INFLAMAÇÃO, DOR
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AGRADECIMENTOS
A elaboração e consecução do presente trabalho foram realmente possíveis pela colaboração
de um conjunto de pessoas, instituições e entidades. Assim, gostaríamos de agradecer:
Aos Professores Doutores António Ascensão e José Magalhães, orientadores desta dissertação
pela forma como me ensinaram a estudar, a analisar a literatura com carácter científico e a
perceber os verdadeiros distanciamentos entre o conhecimento científico e a realidade prática.
Pelos ensinamentos e profundas correcções e sugestões na elaboração do trabalho e, em
particular, para o determinante auxílio na construção do artigo experimental.
Ao Professor Doutor António Natal pela colaboração na componente experimental do trabalho.
Por ao longo destes anos da minha vida, enquanto profissional de futebol, se ter constituído
como alguém a quem recorri com frequência, não só para me ajudar a esclarecer dúvidas
técnicas, mas também por me ajudar no campo pessoal a tomar determinadas decisões que,
em muito, foram determinantes para que hoje olhe para trás e não me arrependa nunca de as
ter tomado, e possa olhar para a frente com optimismo e seguro de daquilo que valho, bem
como daquilo que possa vir a fazer enquanto profissional desta riquíssima área. Conselheiro?
Referência? Fisicista? Chamem o que quiserem, muito obrigado Professor.
Ao Mestre Sérgio Rúben Magalhães pela sua preciosa colaboração na visualização das lâminas
para contagem de subpopulações de leucócitos.
Ao Manu pelo suporte prático que prestou ao nosso trabalho, sempre prestável e pronto a
ajudar. Grande enfermeiro e grande amigo que ali encontrei.
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Ao Luis Pinto, pelo grande sentido prático com que encara todos os processos, pelo rigor, pelo
profissionalismo, pelo grande conhecimento que possui dentro da sua área, pelo contributo
que deu ao nosso trabalho. Grande Pinto, obrigado.
Ao Doutor Pedro Santos, por mostrar sempre e em qualquer situação disponível para ajudar.
À Naval 1º de Maio por ter disponibilizado, dentro das suas possibilidades, todas as condições
necessárias a que o trabalho decorresse sempre sem qualquer tipo de limitações ou
sobressaltos.
Aos jogadores que participaram de forma empenhada e responsável no estudo.
Ao treinador destes jovens jogadores, um homem de inegável qualidade e de grande sentido
entreajuda, muitas vezes sacrificando o próprio treino para que todo o nosso trabalho, em
nenhuma circunstância, fosse posto em causa. Obrigado Verdete.
À família:
Ao Tone: Eu tinha sem dúvida alguma, muito para escrever, outra tese por ventura para
elaborar, onde provavelmente o título seria qualquer coisa do género como; “O verdadeiro
Amigo”; ou, “Ser amigo é ser….”, ou ainda, “ Valemos amizade dos amigos?. Seria sobre este
tipo de personagem que, por manifesta sorte, encontro em 1993 nos corredores da faculdade,
onde desde logo, vi a pureza do olhar trazido das beiras, a simpatia de um sorriso
desinteressado, a amizade no estado mais puro.”Segundo Deschamps, “ Amigos são familiares
que cada uma escolhe sozinho”, eu escolhi este para sempre, julgo que ele também me
escolheu a mim. Havia muito para escrever, obrigado Amigo.
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À Lígia por toda a tua compreensão. A ausência do marido em fases cruciais no dia-a-dia, com
prejuízo próprio, fez e faz de ti uma grande amiga. Obrigado Liginha.
A todos meus amigos.
Aos meus Pais, aos meus pilares, por tudo o que vocês sempre por mim e pelos meus fizeram e
fazem. Tenho um grande orgulho em ser vosso filho. Obrigado por tudo.
À Maria João pelo constante apoio e compreensão pelos momentos que te privei da minha
companhia, pela paciência que tens para lidar comigo em muitas situações, pelos conselhos
prudentes e pertinentes que me dás, por seres mãe e pai ao mesmo tempo na minha ausência.
Segundo Schopenhauer “ A mulher é um efeito deslumbrante da natureza”, tu és o expoente
máximo. Adoro-te
Aos meus filhos, e que forças da natureza são estes meus meninos, são neles que de uma forma
geral encontro forças para levar avante aquilo que quero. Nada me da mais satisfação do que
vos ver felizes, obrigado pelo vosso carinho, pureza, ingenuidade, obrigado pelo vosso sorriso
quando chego a casa depois de dias difíceis, enchem-me o coração de esperança. Aos melhores
filhos do mundo.
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Resumo
O objectivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de uma sessão de crioterapia (imersão em
água fria, IAF) ou imersão em água termoneutral (IAT) realizados imediatamente após um único
jogo de futebol na recuperação da funcionalidade neuromuscular, da lesão muscular e de
marcadores de inflamação em futebolistas juniores masculinos.
Dez futebolistas juniores masculinos completaram um jogo de futebol, previamente
demonstrado como indutor de disfunção neuromuscular, incrementando os níveis de lesão e
dor musculares, foram aleatoriamente divididos em grupo IAF (10 minutos de IAF a 10°C, n=10)
e grupo IAT (10 minutos de IAT a 35°C, n=10). Foram avaliadas alterações em marcadores de
lesão muscular (creatina quinase, CK; mioglobina, Mb), inflamação (proteína C reactiva, PCR e %
de subpopulações de leucócitos), na função neuromuscular (impulsão vertical, velocidade e
força máxima isométrica do quadriceps) e na sensação retardada de desconforto muscular
(SRDM) até aos 30 minutos, e às 24 e 48 horas após o jogo.
O jogo de futebol induziu um incremento na actividade plasmática da CK (30 minutos, 24 e
48h), nas concentrações de Mb (30 minutos) e de PCR (30 minutos e 24 horas) em ambos os
grupos. Resultou, igualmente, duma diminuição significativa da impulsão vertical e da força
máxima isométrica do quadriceps e no aumento da SRDM nos dois grupos. Contudo, foram
observadas diferenças significativas entre os grupos na actividade da CK (30 minutos, 24 e 48h),
Mb (30 minutos), PCR (30 minutos, 24 e 48h), força do quadriceps (24h, bem como na SRDM
(quadriceps 24h, gastrocnemius 24h, adutores 30 minutos).
Os resultados sugerem que a IAF imediatamente após um único jogo de futebol reduz os níveis
de lesão muscular e desconforto, contribuindo possivelmente para uma mais rápida
recuperação da funcionalidade neuromuscular em jogadores de futebol.
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Abstract
The aim of the present study was to assess the effects of a single session of cryotherapy (cold
water immersion, CWI) or control thermoneutral water immersion (TWI) immediately following
one-off soccer game on the recovery of muscle function, muscle damage and inflammation
markers in junior male soccer players.
Twenty male soccer players completed a soccer match previously demonstrated to induce
neuromuscular dysfunction, increased muscle damage and soreness, and were randomly
divided into cryotherapy (10 minutes of CWI at 10°C, n=10) and control thermoneutral (10
minutes of TWI at 35°C, n=10) groups. Alterations in muscle damage (creatine kinase, CK;
myoglobin, Mb) and inflammatory (C-reactive protein, CRP and % leukocyte subpopulations)
markers, in neuromuscular function (jump and sprint abilities and maximal isometric
quadriceps strength) and in the delayed muscle soreness (DOMS) were evaluated before, within
30 minutes, and at 24 and 48 h after the soccer match.
The soccer match induced an increase in plasma CK activity (30min, 24, 48h), myoglobin
(30min) and CRP (30min, 24h) concentrations in both treatment groups. It decreased peak jump
ability and maximal isometric quadriceps strength and increased DOMS in both groups.
However, differential alterations were observed between TWI and CWI groups in CK (30min, 24,
48h), Mb (30min), CRP (30min, 24, 48h), quadriceps strength (24h) and quadriceps (24h), calf
(24h) and adductor (30min) DOMS.
The present results suggest that CWI immediately after a one-off soccer match reduces the
levels of muscle damage and discomfort possibly contributing to a faster recovery of
neuromuscular function in soccer players.
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ÍNDICE
Agradecimentos
Resumo
Abstract
Introdução geral ---
13
Artigo experimental ---
27
Referências Tese ---
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17
O futebol é, indiscutivelmente, o desporto mais popular do mundo, o que pode ser ilustrado
pelas estimativas de cerca de 40 mil milhões de espectadores televisivos de finais dos
campeonatos do mundo da FIFA. O recente incremento rápido da indústria futebolística,
directa ou indirectamente implicada, tem aumentado a atractividade do desporto como
ocupação profissional para praticantes e não praticantes ao mais alto nível, nos quais o
investimento financeiro para o sucesso tem sido considerável. Por exemplo, a gestão e
orientação de equipas de alto nível contempla continuamente a prospecção de jogadores
emergentes, quer maturos desportivamente quer em desenvolvimento nos escalões mais
jovens tendo em vista o rendimento desportivo imediato e de médio prazo, mas também
perspectivando um benefício económico de futuro. Complementarmente, e em conjunto com
estas políticas, tem sido efectuado um investimento generalizado na melhoria de um conjunto
de condições que visam, em última instância, a sistematização de estratégias de melhoramento
da performance física dos jogadores.
As profundas e frequentes modificações na exigência imposta pelo futebol de hoje a diferentes
níveis levam-nos, à semelhança do que ocorre nas outras áreas de conhecimento das Ciências
do Desporto na especialidade do treino de atletas de alto rendimento, a uma série de
modificações, tanto nas suas bases e correntes teóricas, como nos seus procedimentos
metodológicos. Ainda assim, apesar dos inúmeros avanços no conhecimento apresentados nos
últimos anos, parece existir ainda um hiato entre o conhecimento teórico disponível, altamente
condicionado pelo necessário rigor metodológico nas abordagens experimentais, e a sua
aplicação prática.
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Esta modalidade tem sofrido alterações ao nível competitivo, devido ao constante aumento de
número de competições e subsequente número de jogos, encontrando-se os atletas
submetidos, invariavelmente, a um aumento da carga competitiva, com consequente
incremento da exigência física da modalidade.
As exigências do futebol dividem-se, habitualmente, em quatro componentes: Técnica, Táctica,
Social/Psicológica e Física. O futebolista ideal será aquele que consegue ter uma grande
compreensão táctica, boa habilidade técnica, ser mentalmente forte, e socialmente bem
integrado em equipa. A estas características soma-se, naturalmente, a importância da aptidão
física específica para cumprir os requisitos associados às acções para as quais os jogadores de
futebol são solicitados durante o treino e a competição. O futebol é uma modalidade
desportiva intermitente, com um perfil de actividade que contém constantes mudanças de
intensidade apresentando sem dúvida características particulares em cada movimento, sendo a
maioria das actividades composta de movimentos sem bola (Reilly, Bangsbo, & Franks, 2000). A
imprevisibilidade dos acontecimentos e acções durante uma partida exige que o atleta esteja
preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, da maneira mais eficiente possível.
A capacidade física do futebolista de alto nível poderá dar uma indicação sobre as exigências
fisiológicas do jogo. Estas exigências são frequentemente quantificadas ou estimadas através da
avaliação da resposta fisiológica dos jogadores durante o jogo, representando de uma forma
indirecta, a intensidade geral a que o jogo é jogado. É contudo possível que o sucesso nas
acções das equipas seja alcançado, apesar do nível moderado de prontidão dos jogadores,
nomeadamente aqueles com um sentido táctico e níveis técnicos elevados que os ajudem a
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fornecer uma contribuição significativa para o sucesso da equipa durante o jogo. Se, por um
lado, este pressuposto poderá sugerir que a capacidade física individual do jogador de elite não
é o único factor determinante no rendimento das equipas, por outro lado, se um elevado
número de jogadores numa equipa apresentar níveis físicos baixos, as suas eventuais
mais-valias do ponto de vista táctico e técnico poderão não ser suficientes para compensar o nível
competitivo geral da equipa (Reilly, Bangsbo, & Franks, 2000).
Para uma melhor e mais profunda compreensão do impacto do jogo nos jogadores, tem sido
realizado um número considerável de estudos com o objectivo de avaliar as suas exigências
físicas e fisiológicas globais (Bangsbo, 1994; Bangsbo, 1997; Bangsbo, Iaia, & Krustrup, 2007;
Bangsbo, Mohr, & Krustrup, 2006; Krustrup et al., 2006; Mohr, Krustrup, & Bangsbo, 2005). Esta
análise tem sido efectuada através de estudos que recorrem à análise de tempo e movimento,
bem como à avaliação de diferentes parâmetros de performance e marcadores bioquímicos
musculares e sanguíneos, sendo que alguns deles se centraram na resposta física e fisiológica
ao longo do jogo, com especial atenção aos períodos e acções mais intensos e decisivos
(Andersson et al., 2008; Ascensao et al., 2008; Bangsbo, 1994; Bangsbo, Mohr, & Krustrup,
2006; Bradley et al., 2009; Caldwell & Peters, 2009; Carling & Bloomfield, 2008; Greig & Siegler,
2009; Ispirlidis et al., 2008; Krustrup et al., 2006; Lyons, Al-Nakeeb, & Nevill, 2006; Mohr,
Krustrup, & Bangsbo, 2003, 2005; Oliver, Armstrong, & Williams, 2008; Rahnama, Lees, & Reilly,
2006; Rahnama, Reilly, Lees, & Graham-Smith, 2003; Rampinini et al., 2008; Small,
McNaughton, Greig, & Lovell, 2009; Thorlund, Aagaard, & Madsen, 2009).
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Por exemplo, o dispêndio energético associado à competição tem sido estimado em cerca de
5700kJ num futebolista masculino de 75 kg de peso e um consumo máximo de oxigénio
(VO
2máx) de 60 ml.kg
-1.min
-1. A taxa média de energia dispendida aproxima-se de um consumo
de oxigénio de cerca de 70% VO
2máx pelo que tem sido repetidamente acentuado que a via
metabólica predominante durante a competição de futebol é a aeróbia (para refs ver Bangsbo,
Mohr, & Krustrup, 2006; Reilly, Bangsbo, & Franks, 2000). De facto, durante a maior parte do
jogo, as acções realizadas são sem bola e em média em regime fundamentalmente aeróbio,
sendo contudo as acções individuais com bola acentuadamente com predominância anaeróbia.
Tipicamente, o jogo exige em média a cada jogador um sprint all-out a cada 90 segundos e um
esforço de elevada intensidade em cada 30 segundos (Bangsbo, Mohr, & Krustrup, 2006). Assim
sendo, as actividades suportadas preferencialmente pelos sistemas anaeróbios de produção de
energia estão associadas aos momentos cruciais do jogo, contribuindo decisiva e directamente
para a garantia da posse de bola, de marcação e/ou concessão de golos.
A densidade dos compromissos competitivos ao longo de uma época de futebol é bastante
elevada, sendo o tempo de recuperação entre jogos reduzido, conduzindo habitual e
progressivamente os jogadores a condições que comprometem os seus níveis de performance
(Reilly & Ekblom, 2005). Assim sendo, o desenvolvimento de estratégias que visem recuperar o
mais rápido possível tem sido uma preocupação da comunidade desportiva e científica do
treino e fisiologia aplicada ao exercício em geral e ao futebol em particular (Reilly, 1997; Reilly
& Ekblom, 2005). De facto, o treino exaustivo e a competição sistemática induzem uma
condição genericamente denominada de fadiga muscular esquelética, nervosa e dos sistemas
metabólicos.
21
O elevado número de contracções excêntricas associadas a uma forte exigência tensional e
contráctil de inúmeras acções durante o jogo, as quais resultam das permanentes travagens
para mudanças de direcção e sentido, dos saltos e recepções, remates, carrinhos e
desacelerações com alterações morfológicas, bioquímicas e funcionais que se manifestam
durante, imediatamente e no período de recuperação são demonstrativas da elevada exigência
metabólica e funcional do futebol. Este quadro parece agravado, em particular no futebol, por
este ser realizado em relva e os jogadores utilizarem um calçado bastante abrasivo e de elevada
capacidade de tracção por acção dos pitões. Estas alterações caracterizam um fenómeno
habitualmente designado por agressão-lesão muscular esquelética, o qual se encontra
associado à perda de funcionalidade neuromuscular, à ocorrência de alterações imunológicas,
alterações na homeostasia do ião cálcio, perda de integridade de membranas com consequente
libertação de proteínas citoplasmáticas, stress oxidativo, lesão muscular e sensação retardada
de desconforto ou dor musculares (Clarkson, 1992; Clarkson & Hubal, 2002; Clarkson & Sayers,
1999; Proske & Allen, 2005; Proske & Morgan, 2001). Efectivamente, as actividades com
predominância de contracções excêntricas promovem, pelos níveis de tensão a que estão
associados, micro lesões musculares com grande frequência (Armstrong, 1984, 1990;
Armstrong, Warren, & Warren, 1991). A sensação de desconforto muscular originada por este
tipo de actividades varia muito em função da intensidade e duração, podendo variar entre uma
fraqueza muscular que vai desaparecendo ao longo do dia com o desenrolar da nossa
actividade e uma severa dor que limita movimentos (Clarkson, 1992; Clarkson & Hubal, 2002).
As alterações do padrão, na sequência e recrutamento muscular podem também ocorrer,
causando stress nos tendões e ligamentos, levando a mecanismos compensatórios que estão
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associados ao aumento do risco de lesão em caso de um regresso prematuro à actividade. Esta
sensação aparece com grande incidência no inicio de época, quando os jogadores voltam de um
período de menor actividade. De salientar que, de entre os factores causadores de
comprometimento da performance física nos dias subsequentes à realização de
exercício-indutor de lesão muscular esquelética, a diminuição da amplitude articular do movimento, a
dificuldade de amortecimento do impacto no solo e a redução da força muscular têm sido os
mais considerados (Cheung, Hume, & Maxwell, 2003).
Algumas manifestações deste fenómeno, embora com uma exuberância menor
comparativamente com os exercícios de um só grupo muscular indutores de lesão muscular,
têm sido recentemente reportadas durante e após um jogo de futebol (Andersson et al., 2008;
Ascensao et al., 2008; Ispirlidis et al., 2008; Magalhaes et al., 2009; Malm, Ekblom, & Ekblom,
2004).
Assim, torna-se muito importante o período pós treino e competição, onde as estratégias e
métodos de recuperação assumem cada vez um papel mais imperativo. Uma vez que as
competições se sucedem, existe a necessidade ter todos os atletas bem recuperados para que
possam abordar os jogos/treinos seguintes o mais disponíveis possível.
Efectivamente, a maioria dos órgãos e sistemas apresentam alterações na homeostasia durante
e após o jogo de futebol. Estes incluem os sistemas de produção de energia (por exemplo,
diminuições significativas das concentrações de glicogénio muscular e hepático), no sistema
neuro-muscular esquelético, endócrino e nervoso.
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Existe, de facto, um considerável número de estratégias e mecanismos que tem vindo a ser
utilizados e estudados de forma a aliviar a severidade do desconforto muscular, bem como
restabelecer as funções musculares de uma forma rápida e eficaz. A recuperação activa, os
anti-inflamatórios não esteróides, a massagem, ultra-sons, alongamentos, dietas alimentares,
hidratação, banhos de imersão, como banhos de contraste e crioterapia são algumas técnicas
de recuperação pós exercício a que, treinadores e jogadores recorrem com alguma frequência
para atenuar o desconforto e restabelecer a performance de forma a, consequentemente,
reduzir o tempo de recuperação (Barnett, 2006; Cheung, Hume, & Maxwell, 2003; Reilly &
Ekblom, 2005; Wilcock, Cronin, & Hing, 2006).
Os métodos de recuperação activa, utilizando normalmente exercício de baixa intensidade
imediatamente após o exercício intenso, permitem remover o lactato do sangue de forma mais
rápida que os métodos de recuperação passiva (Reilly, 2005). Facilitam, também, o declínio da
temperatura corporal e da corrente sanguínea de uma forma gradual. A recuperação activa
promove uma diminuição significativa da actividade do sistema nervoso central atenuando
possíveis distúrbios no sono pós exercício (Smith & Reilly, 2004). Existe, contudo, uma sugestão
de que a recuperação activa pode beneficiar o sistema imunitário, pois a seguir a um exercício
extenuante o nosso organismo pode ficar sujeito a qualquer tipo de infecções menores, se a
temperatura corporal baixar de uma forma abrupta (Reilly,2005).
Os alongamentos são habitualmente uma modalidade utilizada durante, no pré e pós treino,
bem como durante os habituais períodos de recuperação. Tem sido recomendada como
medida preventiva do desconforto muscular, ajudando assim no alívio do espasmo muscular
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(Cheung, Hume, & Maxwell, 2003). A proposta de que os alongamentos pós exercício dos
músculos com desconforto e/ou dor podem conduzir à dispersão do edema que se encontra
acumulado junto do tecido lesionado.
Milhões de pessoas no mundo utilizam compostos anti-inflamatórios devido às suas
propriedades analgésicas na redução da dor bem como à acção anti-inflamatória, propriedades
que fizeram deles uma ferramenta atractiva no tratamento de atletas e na possível melhoria da
recuperação entre sessões de treino e competição. O seu efeito anti-inflamatório deve-se à
inibição da ciclo-oxigenase (COX), uma enzima envolvida na síntese de prostaglandinas,
potentes modeladores inflamatórios (Barnett, 2006; Cheung, Hume, & Maxwell, 2003). Apesar
de alguns trabalhos sugerirem benefícios da utilização de anti-inflamatórios na recuperação de
curto-termo da função muscular, parece não existir consenso relativamente aos seus efeitos na
força muscular e na taxa de recuperação da função muscular após exercício. O efeito analgésico
dos anti-inflamatórios na sensação dolorosa perece associado com o grau de desconforto. De
facto, a severidade do desconforto muscular encontra-se tipicamente associada ao grau de
habituação ao exercício, sendo que quanto mais inabitual, intenso e com uma incidência de
contracções excêntricas é o exercício para os sujeitos, mais elevado é o nível de desconforto.
Deste modo, parece ser sugerido que os benefícios analgésicos da utilização de
anti-inflamatórios em atletas de elite, altamente treinados e adaptados à intensidade e tipo de
contracções típicas da sua modalidade, poderão ser mínimos durante os períodos normais de
treino (Barnett, 2006).
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Uma outra modalidade de recuperação utilizada é o banho de imersão. Os banhos de imersão,
têm sido utilizados durante séculos em algumas culturas, como meio tratamento e recuperação
do bem-estar físico. Recentemente, os banhos de imersão têm ganho popularidade como meio
de recuperação após exercício. Algumas entidades médico-desportivas neozelandesas
recomendam que durante torneios com competições consecutivas em poucos dias, os
jogadores devem realizar um banho de contraste durante 5 minutos de forma diminuir o tempo
de recuperação e manter a performance (Barnett, 2006; Cheung, Hume, & Maxwell, 2003). As
alterações fisiológicas associadas aos banhos de imersão são atribuídas essencialmente aos
efeitos da pressão hidrostática e de temperatura (Wilcock, Cronin, & Hing, 2006). A pressão
hidrostática é a pressão que a água exerce no corpo quando este esta submergido. Esta pressão
leva a uma migração de fluidos das extremidades para a cavidade central. A migração destes
fluidos aumenta a movimentação de alguns substratos dos músculos, aumenta o débito
cardíaco, reduz as resistências periféricas e aumenta a habilidade de o corpo para transportar
substratos e remover produtos do metabolismo. Adicionalmente, a ausência de gravidade pode
reduzir a percepção de fadiga, bem como manter o nível de energia corporal (Wilcock, Cronin,
& Hing, 2006). Os pequenos e frequentes ciclos de acção muscular conducentes ao desconforto
muscular são tratados, frequentemente, com a utilização de deslocamentos subaquáticos
promovidos em programas de treino físico, particularmente durante reabilitação de lesões e
durante leves sessões de recuperação imediatamente após ou no dia seguinte à competição.
De entre as várias variantes dos banhos de imersão, compressão ou massagem, a imersão em
água fria, habitualmente designada por crioterapia, tem assumido um papel de destaque pela
sua utilização frequente como estratégia de recuperação pós exercício. A crioterapia, tem sido
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largamente utilizada no tratamento imediato de lesões traumáticas e pode ser apropriada
como modalidade de recuperação após treino e competição que promovam lesão muscular
(Banfi, Melegati, & Valentini, 2007; Barnett, 2006; Cheung, Hume, & Maxwell, 2003; Eston &
Peters, 1999; Fu, Cen, & Eston, 1997; Halson et al., 2008; Howatson, Gaze, & van Someren,
2005; Ingram, Dawson, Goodman, Wallman, & Beilby, 2009; Isabell, Durrant, Myrer, &
Anderson, 1992; Meeusen & Lievens, 1986; Merrick, Rankin, Andres, & Hinman, 1999;
Montgomery et al., 2008; Sellwood, Brukner, Williams, Nicol, & Hinman, 2007; Swenson, Sward,
& Karlsson, 1996; Vaile, Halson, Gill, & Dawson, 2008a, 2008b; Wilcock, Cronin, & Hing, 2006;
Yanagisawa et al., 2003a, 2003b). No terreno, esta consiste em colocar sacos de gelo numa tina
cheia de água, onde os atletas vão imergir os membros inferiores até à bacia. O tempo de
duração que cada atleta deve permanecer dentro da tina varia no terreno entre períodos de 30
segundos, até ao tempo em que o atleta aguentar (Wilcock, Cronin, & Hing, 2006). A sensação
de dor à água fria começa aos 15°C, sendo certo que em alguns estudos a temperatura da água
é <15°C. Esta modalidade de tratamento tem sido bem aceite durante a fase aguda, bem como
durante a reabilitação. No entanto, a efectividade e as linhas de orientação desta modalidade
de recuperação são ainda limitadas visto serem obtidas através de estudos clínicos e de
investigação básica ou aplicada com modelos laboratoriais de exercício e os estudos de carácter
experimental e com valor ecológico serem de facto muito escassos. Estudos de revisão
relacionados com estratégias de combate ao desconforto muscular após exercício físico tem
sido sugerido que a investigação não suporta de forma conclusiva a eficácia da crioterapia, com
excepção do seu efeito analgésico (Barnett, 2006; Cheung, Hume, & Maxwell, 2003). Contudo,
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importa salientar que o efeito analgésico pode permitir uma evolução na mobilização geral,
embora possa mascarar os sinais de alerta dados pela lesão muscular (Fu, Cen, & Eston, 1997).
No que diz respeito ao futebol em particular, e como foi referido anteriormente, a
predominância de contracções excêntricas em muitos dos seus movimentos, a crescente
densidade de treinos e competições bem como a intensidade dos jogos cada vez mais elevada,
justificam um investimento no estudo de estratégias adicionais de recuperação da
funcionalidade muscular, nas quais se inclui a crioterapia. Apesar das contradições na literatura
associadas a razões de carácter metodológico, nomeadamente aos indicadores e aos modelos
de exercício utilizados nos diferentes estudos, são escassos os estudos que analisam o efeito da
crioterapia na recuperação da função muscular e em indicadores de lesão muscular e
inflamação, utilizando como modelos de exercício o jogo de futebol. Alguns trabalhos recentes
têm utilizado modelos que pretendem simular o padrão de exercício típico de modalidades
intermitentes de equipa (Bailey et al., 2007; Ingram, Dawson, Goodman, Wallman, & Beilby,
2009) e muito recentemente, o efeito da imersão em água fria em marcadores de lesão
muscular, inflamação e parâmetros de percepção generalizada de fadiga foi estudado durante
um torneio de 4 jogos em 4 dias, em jogadores juniores australianos (Rowsell, Coutts, Reaburn,
& Hill-Haas, 2009). Contudo, pelo menos no contexto do futebol internacional, e na lógica
competitiva das principais competições na Europa e América do Sul, este modelo competitivo
de torneio não apresenta tanta validade ecológica, dada a “exagerada” densidade competitiva
que o caracteriza com um jogo por dia em 4 dias consecutivos. Deste modo, o efeito da
crioterapia, através de uma única imersão em água fria imediatamente após um único jogo de
futebol, na recuperação da função neuromuscular (força, velocidade e impulsão vertical), em
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marcadores de lesão muscular (actividade plasmática da enzima creatina quinase e conteúdo
de mioglobina) e inflamação (proteína C reactiva), bem como da sensação dolorosa, avaliados
até às 48 horas de recuperação, não foi ainda estudado, pelo que se constitui como o objectivo
do presente trabalho. Este será apresentado no formato de um artigo experimental que se
segue.
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Effects of cold-water immersion on the recovery from alterations in physical performance and muscle damage induced by one-off soccer match in male players
Author: Marco Leite
Collaborators: António Natal2, Sérgio Magalhães1 Supervisors: António Ascensão1 , José Magalhães1
1
Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Faculty of Sport, University of Porto,
Portugal
2
Department of Soccer, Faculty of Sport, University of Porto
Corresponding author: António Ascensão
Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure Faculty of Sport Sciences, University of Porto
Rua Dr. Plácido Costa, 91, 4200-450 Porto, Portugal Phone: +351 225074774, Fax: +351 225500689 e-mail: aascensao@fade.up.pt
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AbstractThe aim of the present study was to assess the effects of a single session of cryotherapy (cold water immersion, CWI) or control thermoneutral water immersion (TWI) immediately following one-off soccer game on the recovery of muscle function, muscle damage and inflammation markers in junior male soccer players.
Twenty male soccer players completed a soccer match previously demonstrated to induce neuromuscular dysfunction, increased muscle damage and soreness, and were randomly divided into cryotherapy (10 minutes of CWI at 10°C, n=10) and control thermoneutral (10 minutes of TWI at 35°C, n=10) groups. Alterations in muscle damage (creatine kinase, CK; myoglobin, Mb) and inflammatory (C-reactive protein, CRP and % leukocyte subpopulations) markers, in neuromuscular function (jump and sprint abilities and maximal isometric quadriceps strength) and in the delayed muscle soreness (DOMS) were evaluated before, within 30 minutes, and at 24 and 48 h after the soccer match.
The soccer match induced an increase in plasma CK activity (30min, 24, 48h), myoglobin (30min) and CRP (30min, 24h) concentrations in both treatment groups. It decreased peak jump ability and maximal isometric quadriceps strength and increased DOMS in both groups. However, differential alterations were observed between TWI and CWI groups in CK (30min, 24, 48h), Mb (30min), CRP (30min, 24, 48h), quadriceps strength (24h) and quadriceps (24h), calf (24h) and adductor (30min) DOMS.
The present results suggest that CWI immediately after a one-off soccer match reduces the levels of muscle damage and discomfort possibly contributing to a faster recovery of neuromuscular function in soccer players.
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IntroductionThe activity of soccer players during the competitive season entails one week cycles of training,
taper, competition and recovery. At top level, this cycle is altered by several irregularities in the
competitive fixture list, being match day not necessarily the same from one week to another.
Moreover, players from top level teams may be involved in additional commitments such as
national cups and other knock-out matches, or representing their countries in international
championships. These competitive demands may impose strains to various physiological
systems, including musculoskeletal, nervous and immune, to a point where recovery strategies
post-exercise became influential in preparing the next match. In fact, when competitive
schedules are congested and/or there is a need of consecutively train both with high intensity
and volume as usually occur during more intense training camps and some pre-seasons, the
recovery process should be optimized for performance capabilities to be restored to normal as
soon as possible (Reilly and Ekblom 2005).
Despite some controversy on its effectiveness and the lack of evidence regarding the underlying
mechanisms, numerous recovery strategies have been proposed. These include, among others,
nutritional care pre, during and post-exercise, warm-down active recovery, deep-water running
and rehydration to recover body physiological homeostasis previously disturbed at various
levels by intense exercise (Reilly and Ekblom 2005). Moreover, as muscle damage is an
important limiting factor for muscle performance during the subsequent days after intense
exercise (Clarkson and Hubal 2002), different single and/or combination methods of alleviating
DOMS and associated muscle damage symptoms have been discussed, including stretching,
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massage, compression, anti-inflammatory drugs, antioxidants, exercise and cold-water
immersion (Cheung et al. 2003; Barnett 2006).
Post-exercise cold-water immersion (cryotherapy) is widely used to treat acute traumatic injury and may be appropriate as a recovery strategy after training and competition that cause some level of traumatic injury, although definitive support for its successful application against exercise-induced muscle damage remains scarce. As cold is widely accepted as an effective treatment for direct contact-induced muscle trauma (Swenson et al. 1996), it is possible that it might have some value as a recovery strategy in field settings where players experience acute soft-tissue injury as well as contraction-induced muscle disarrangements that typically result in delayed onset muscle damage (DOMS) (Eston and Peters 1999; Yanagisawa et al. 2003a; Bailey et al. 2007). Cryotherapy-induced decreased cellular, lymphatic and capillary permeability due to vasoconstriction is also thought to reduce inflammatory response of damaged muscle, oedema and pain perception. Actually, cold immersion has been shown to reduce cell necrosis, neutrophil migration, as well as slow cell metabolism and nerve conduction velocity, which in turn reduces secondary damage (Wilcock et al. 2006). There is little evidence about its effectiveness in counteracting symptoms of muscle damage and neuromuscular dysfunction particularly that resulting from severe eccentric exercise models used to induce DOMS (see Cheung et al. 2003; Barnett 2006). However, there are reasons to suspect that cryotherapy may be somewhat advantageous against muscle damage symptoms and biochemical markers when more ecological whole-body exercise models are used (Yanagisawa et al. 2003a, b; Bailey et al. 2007; Montgomery et al. 2008). Bailey et al., (2007) reported that a single session of cold-water immersion after the prolonged Loughborough Intermittent Shuttle Test (LIST), a field exercise that has been suggested to simulate the activity pattern and the workload imposed by soccer, i.e., was designed to mimic the activities performed and the distance covered in a typical soccer match (Bishop et al. 1999; Nicholas et al. 2000), reduced some indexes of exercise-induced muscle damage, including perceived soreness, maximal isometric voluntary
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contraction of knee flexor muscles and muscle myoglobin release to the plasma in healthy active male individuals. However, previous results from our group suggest some differential alterations in physical performance indices and in markers of muscle damage and inflammation between soccer and LIST (Magalhaes et al. 2009) and thus, an extrapolation for a more ecological approach should be carefully done. Very recently, Rowsell et al., (2009) analyzed the effect of cold-water immersion on physical test performance and perception of fatigue during a 4-day simulated soccer tournament in which the players performed 4 games in 4 days, suggesting that cryotherapy had only reduced the perception of general fatigue and muscle soreness, although no positive outcomes on neuromuscular parameters and on indices of muscle damage and inflammation were observed. However, no data analyzing the effect of a single session of cryotherapy treatment on the alterations of neuromuscular function, indices of muscle damage and inflammation during the recovery from a one-off soccer match have yet been published in soccer players, thus providing more ecologically valid information regarding the practical value of this therapy during the recovery period from a one-off soccer match.
Therefore, the aim of the present study was to assess the effects of a single bout of cryotherapy applied immediately following a one-off soccer game on the recovery of biochemical, neuromuscular and perceptual markers of muscle damage.
Methods
Subjects
Twenty male junior soccer players from two national level teams participated in this study after being informed about the aims, experimental protocol, procedures and after delivering writing consents. The experimental protocol was approved by the local Institutional Review Board and followed the Declaration of Helsinki of the World Medical Association for research with humans.
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Experimental design and procedures
The general picture of the protocol is summarized in figure 1. Briefly, the participants were randomly allocated in either thermoneutral (TWI) or cold water immersion (CWI) groups before the match. As detailed below, biochemical, neuromuscular performance and perceived measurements were obtained at baseline and at 30 min, 24 and 48 hours after one-off friendly soccer match.
For 2 weeks prior to data collection and during the protocol period, soccer players were instructed not to change their normal eating habits and to refrain from additional vitamin or antioxidant dietary supplementation. One week prior the beginning of experiments, the players, previously familiarized with the test, performed an intermittent endurance test to evaluate their endurance intermittent performance, the level 2 of the Yo-Yo Endurance Intermittent Test (Bangsbo 1994). Subjects were also instructed to abstain from exhaustive exercise during the 48-h pre- and post-match, with exception of the functional tests.
Blood samples, perceived muscle soreness and functional data (jump and 20 m sprint abilities, and muscle strength) were assessed pre-match and 30 min, 24, 48 h of the recovery period in response to a 2x45min soccer match. On the day of the game, players arrived at the club after an overnight fast of between 10 and 12 h. A resting blood sample was taken after subjects had been standing for at least 15 min, after which subjects consumed a light standardized meal and drink and rested for 2 h. The meal consisted of 1.7 g white bread and 0.3 g of low-fat spread; both values are per kilogram of body mass (Thompson et al. 2003a). Pre-match jump and sprint abilities, and muscle strength were assessed during the 2 h period between the consumption of pre-exercise meal and the start of the soccer match. Players were required to ingest water in a bolus equal to 5 ml. kg-1 immediately before the match and were allowed to ingest water ad libitum during the game when possible (match interruptions).
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For 2 days after the match, subjects returned to the club after an overnight fast and at approximately the same time of the morning (within 1 h). A blood sample was taken from the forearm vein after the subjects had been at complete rest for at least 15 min. Subsequently, perceived muscle soreness was assessed and the players performed the physical performance tests as outlined below.
Figure 1. Test schedule for the whole test period. Triangle denotes the time point (immediately
after the match) where cold-water or thermoneutral immersions occurred. Downward arrows
denote the time points when sprint and jump performance, maximal isometric strength were
measured. Drop marks denote the time points when blood samples were taken. DOMS –
delayed onset muscle soreness, Yo-Yo IE2 – Yo-Yo Endurance Intermittent Test, Level 2.
Endurance intermittent exercise performance (Yo-Yo test)
One week prior to data collection, the players undertook an incremental and intermittent shuttle running field test until exhaustion, the so-called Yo-Yo Endurance Intermittent Test - level 2 (Yo-Yo IE2), following the instructions of the test (Bangsbo 1994). The test was preceded by a 10 min warm-up. The Yo-Yo IE2 consisted of repeated 2x20 m runs with a progressively increased speed until exhaustion. The speed running is low in the beginning and progressively increases as dictated by an audible cue played
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from a CD. Subjects must be at one end of a 20-m base every time a cue is played. The test allows 5 s of recovery after every 20-m shuttle run. The second time that subjects are unable to maintain the speed running under the given signals the test is over, and the Yo-Yo IE2 test performance is considered as the total distance covered. The test was performed in running lanes 2 m wide and 20 m long, marked by cones.
Match time-motion analysis
For time motion analysis each player was video-filmed close up during the entire match in order to evaluate possible differences in the distance covered by the players from the different groups in each time motion category. The VHS-format movie cameras (NV-M50, Panasonic, Germany) were positioned at the side of the pitch at the level of the halfway line, at a height of about 15 m and at an approximate distance of 30-40 m of the touching line. The videotapes were later replayed for computerized time-motion analyses according to the procedures described by Mohr et al. (2003). The used motor pattern categories included standing (0 km.h-1), walking (6 km.h-1), jogging (8 km.h-1), low-speed running (12 km.h-1), moderate-speed running (15 km.h-1), high-speed running (18 km.h-1), sprinting (30 km.h-1), sideways, and backwards (10 km.h-1) running. The match activities were later analysed considering standing, walking, jogging, cruising, sprinting, backwards running and sideways running.
Cold-water and thermoneutral immersions
Immediately after the match, soccer players from the cryotherapy group fully submerged their lower limbs until iliac crest in a stirred cold-water bath for 10 min. The water was maintained at a mean temperature of 10°C by the addition of crushed ice. This cryotherapy treatment protocol was similar to
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that used by Bailey et al., (2007). During the time of cold-water immersion, soccer players from the control group remained at rest in the same long seated position as their cryotherapy counterparts, fully immersing their lower limbs in a water bath at a mean temperature of 35°C. Core body temperature was followed at regular intervals throughout the cryotherapy period. According to the same authors, ratings of perceived coldness were assessed during treatment using a visual scale that ranged from 0 (‘‘not cold’’) to 10 (‘‘very, very cold’’).
Delayed Onset muscle soreness (DOMS)
After the match (within 30 min after immersion) and at 24 and 48h recovery, each subject was asked to complete a muscle soreness questionnaire, in which they rated their perceived muscle soreness on a scale from 0 (normal absence of soreness) to 10 (very intense sore) previously used (Ascensao et al. 2008). They were instructed to rate the general soreness of the entire muscle area and were encouraged to palpate the muscle groups during assessment. The muscle groups included on the questionnaire were the quadriceps, harmstrings, calf and hip adductor muscles.
Blood sampling and preparations
All the venous blood samples were taken by conventional clinical procedures using EDTA as
anticoagulant.
An aliquot of the whole blood was used to perform relative counts of leukocyte
subpopulations. The remaining freshly withdrawn blood was immediately centrifuged at 3000
rpm during 10 minutes for careful removal of the plasma. Plasma was separated into several
aliquots and rapidly frozen at –80°C for later biochemical analysis of myoglobin (Mb), creatine
kinase (CK) and C-reactive protein (CRP).
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Biochemical Assays
Plasma creatine kinase (CK) activity was determined spectrophotometrically using a commercial test kit (ABX A11A01632, Mompelier, FR). Plasma myoglobin concentration was assessed using a commercial test kit (myoglobin bioMerieux 30446, Carnaxide, PT). CRP was spectrophotometrically measured according to the instructions of the manufacturer (Roche Diagnostics).
Samples were analysed in duplicate and the mean of the two values was used for statistical analysis. Whole blood smears on glass slides (VBS 655/A Microscope - Biosigma) were used for white blood cell differential analysis. Smears were stained using Wright coloring (Merck) and air-dried. Cell differentials were performed using an Olympus microscope equipped with 1000X oil immersion lens.
Jumping performance
Conventional squat and counter-movement vertical jumps were evaluated on a Bosco’s jumping mat (Ergojump, Globus, Italy). The depth of the counter-movement was self-selected and represented each players’ optimal depth for maximal jump. Each athlete performed three jumps and the best result expressed as jump height was recorded.
20m sprint ability
Sprint ability measurements were carried out using telemetric photoelectriccells placed at 0 and 20m (Brower Timing System, IRD-T175, Utah, USA). The players stood1m behind the starting line, started on a verbal signal being time activated when players cross the first pair of photocells, andthen ran as fast as
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they could to complete the 20m distance. Players completed two runs interspersed by 1 min recovery period and the best time at each distance was registered.
Strength assessment
In order to evaluate muscle function, maximal voluntary isometric torque of quadriceps
muscles was measured using an isometric loading cell (Tempo Technologies, Globus
Ergometer). Soccer players were familiarized with the device and protocol on at least two
separate occasions before the match. They were seated on the chair at 85º inclination (external
angle from the horizontal) with stabilization straps at the trunk, abdomen and thigh to prevent
inaccurate joint movements. The knees were positioned at 90º of flexion and the axis of the
strength machine lever arm was aligned with the distal point of the lateral femoral condyle.
Subjects were also instructed to hold their arms comfortably across their chest to further
isolate knee joint flexion and extension movements. After a warm-up set of 5 sub-maximal
repetitions of knee extension at the referred angle, players completed two maximal isometric
repetitions for 5 s. Maximal voluntary contractions were separated by 60-s rest periods.
Participants were verbally encouraged and the highest performed value of both repetitions was
recorded.
Fluid loss and intake
To determine sweat loss during the soccer match, the players were weighted wearing dry
shorts immediately before and after the match using a digital weight (Tanita Scale InnerScan
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Model BC533). The subjects were allowed to drink water ad libitum during the match, and their
water intake was recorded.
Statistics
Mean, standard deviation and standard error mean were calculated for all variables in each of the experimental groups. A two-way repeated measure (ANOVA) was used to establish if differences exist between treatment conditions over time. When significant F values were observed the Bonfferoni adjustment was used for post-hoc comparisons. When there were only single comparisons, a paired sample t-test was used to determine whether any differences between groups existed. The Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Inc, version 17.0) was used for all analysis. The significance level was set at 5%.
Results
The main anthropometric and physical performance characteristics of soccer players from the two groups are presented in table 1. No significant differences were found between groups regarding the observed variables.
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Table 1. Anthropometric and physical performance characteristics of soccer players from the two groups
TWI CWI
Age (years) 18.3±0.8 18.1±1.8
Height (cm) 180.2±0.03 181.6±0.4
Weight (kg) 70.6±5.2 68.4±3.8
Fat mass (%) 9.6±2.5 8.9±1.8
Training sessions per week (n) 6 6
Yo-Yo IE2(m) 1217.1±409.1 1321.3±224.8
Note: Values are mean and SD; TWI (thermoneutral water immersion) group, CWI (cold water immersion) group.
In order to ascertain whether differences between groups exist regarding motor pattern categories, time motion analysis was performed for each player. As seen in table 2, there were no significant differences between TWI and CWI groups either with respect to low or high intensity activities analysed by the frequency, duration and the percentage of match covered in each category.
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Table 2. Frequency, mean duration and percent of match time spent on the considered motor categories for each treatment group.
Standing Walking Jogging Cruising Sprinting Backwards running Sideways running TWI Frequency (n) 100.2 32.8 245.6 75.2 162.7 50.4 77.6 14.1 79.7 15.0 83.5 18.6 80.5 16.8 Mean duration (min) 4.5 3.2 31.5 3.6 39.8 9.4 3.2 1.5 3.8 1.7 5.3 2.4 1.8 0.7 % total time 5.0 2.3 35.0 8.9 44.2 6.1 3.5 1.3 4.2 1.9 5.8 1.7 2.0 0.8 CWI Frequency (n) 130.1 24.8 262.4 76.1 148.9 66.2 69.7 13.4 68.7 18.0 98.1 16.6 79.9 7.8 Mean duration (min) 5.0 2.5 32.1 3.6 40.8 7.4 2.9 2.5 3.6 1.5 4.3 1.3 1.6 0.2 % total time 5.5 3.4 35.6 9.9 45.3 7.6 3.2 2.3 4.0 2.4 4.7 1.9 1.7 1.2
Note: Values are mean and SD; TWI (thermoneutral water immersion) group, CWI (cold water immersion) group.
During immersions, perception of coldness was higher during CWI (mean 7) than during TWI (mean 0.5) and remained elevated during the 30 minutes recovery (p<0.05).
As can be depicted from figure 2, the soccer match caused a significant increase in the plasma activity of CK at 30 min, 24 and 48 h for both groups (p<0.05). However, the increases at 24 and 48 h were higher in TWI than in the CWI group (2A). The levels of Mb in plasma increased in both treatment groups at 30 min, although higher in TWI than in CWI (2B). CRP levels also increased in both groups in response to soccer match at 30 min and 24 h, and the increase was higher in TWI than in CWI (p<0.05) (2C).
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Figure 2. Plasma creatine kinase (CK) activity (A) myoglobin (Mb) (B) and C-reactive protein (CRP) contents (C) following one-off soccer match for thermoneutral water immersion (TWI, broken line) and cold water immersion (CWI, solid line) groups. Values are mean and SD. * vs. baseline for both groups (p<0.05); # vs. TWI group (p<0.05).
The relative counts of leukocyte subpopulations were also evaluated. As seen in figure 3, a significant reduction of the % neutrophils occurred in the CWI group from 30 min to 24 and 48 h post-match (3A). Cryotherapy induced a significant increase in the % of lymphocytes from 30 min to 24 and 48 h. A significant reduction was observed in the % of lymphocytes of the CWI when compared to TWI at 30 min recovery (p<0.05) (3C). No differences were observed in % monocytes between moments and groups (3B).
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Figure 3. Percentage of whole blood neutrophils (A), monocytes (B) and lymphocytes (C) following one-off soccer match for thermoneutral water immersion (TWI, black squares) and cold water immersion (CWI, white squares) groups. Values are mean and SD. * vs. baseline (p<0.05); † vs. 30 min (p<0.05); # vs. TWI group (p<0.05).
Neuromuscular function during the recovery of soccer match was assessed in both groups through the ability to jump and sprint as well as through the maximal isometric strength of the quadriceps muscle group at 90º knee flexion (Figure 4). Significant decrease in squat jump was observed at 24h (4A) and in countermovement jump performance at 24 and 48h in the TWI group (p<0.05) (4B). Only a significant decrease was found in countermovement jump at 24 h in the CWI group (p<0.05) (4B). No significant differences were observed between groups regarding jump ability in each analysed time point. Also,
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soccer match did not alter sprint ability during the recovery and no differences were found between treatment groups (4C).
The soccer game induced significant decrease in the peak quadriceps isometric strength in the TWI group at 24 and 48 h and at 48 h in the CWI group (4D). However, strength levels at 24 h were significantly higher in the CWI than in the TWI group (p<0.05).
Figure 4. Maximal squat (A) and countermovement (B) jump performance, sprint ability (C) and isometric voluntary contraction (D) following one-off soccer match for thermoneutral water immersion (TWI, broken line) and cold water immersion (CWI, solid line) groups. Values are mean and SD. * vs. baseline for both groups (p<0.05); # vs. TWI group (p<0.05).
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As can be observed in figure 5, the soccer match resulted in increased muscle soreness that peaked at 30 min and again at 24 h for some muscle groups such as quadriceps, hamstrings and calf. Cryotherapy only reduced the ratings of perceived soreness at 24 h in the quadriceps and calf, and at 30 min in the adductor muscle groups.
Figure 5. Perceived muscle soreness in quadriceps (A), hamstrings (B), calf (C) and hip adductor (D) muscle groups following one-off soccer match for thermoneutral water immersion (TWI, black squares) and cold water immersion (CWI, white squares) groups. Values are mean and SD. * vs. baseline for both groups (p<0.05); † vs. 24 h (p<0.05); # vs. TWI group (p<0.05).
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The fluid loss during the game was 0.89 ± 0.18 L vs. 0.92 ± 0.3 L, or 1.3 ± 0.4 % vs. 1.3 ± 0.3 % of the body mass for TWI and CWI groups, respectively. The fluid intake was 0.75 ± 0.2 L vs. 0.67 ± 0.3 L. Thus, the total fluid loss was similar between the two group treatments, respectively 1.64 ± 0.3 L vs. 1.59 ± 0.3 L, corresponding to 2.3 ± 0.3 % vs. 2.3 ± 0.4 % of the body mass.
Discussion
Overview of principal findings
The present study was designed to examine the effect of immediate post-exercise CWI (using TWI as control) on biomarkers of muscle damage, neuromuscular performance and on perceptual measures of muscle soreness during the recovery period until 48 h after a one-off soccer match. The main findings of this work were that the soccer players who underwent CWI immediately after the match reported lower perception of quadriceps and calf DOMS at 24h, hip adductor at 30 minutes, demonstrated a temporary recovery of MIVC at 24 h and a diminished increase in plasma CK activity up to 48 h, Mb at 30 minutes and CRP levels up to 24 h than soccer players who were submitted to TWI. Despite the large controversy concerning the efficacy of cryotherapy treatment against neuromuscular disturbances caused by exercise, particularly eccentric-based exercise, these results are in the same line of similar studies using this method to attenuate the neuromuscular and biochemical signs of muscle damage in exercise models that are close to the specific demands of intermittent team sports such as basketball or soccer (Bailey et al. 2007; Montgomery et al. 2008; Ingram et al. 2009; Rowsell et al. 2009). Of much consensus is the effect of immediate cooling in the reduction of the levels of perceived soreness and general
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fatigue after and throughout recovery from exercise (Bailey et al. 2007; Rowsell et al. 2009), which corroborates the present data.
The compressive effects of hydrostatic pressure exerted on body during water immersion are thought to create a displacement of fluids from periphery to the central cavity, resulting in multiple physiological changes (Wilcock et al. 2006). These include increased central blood volume and extracellular fluid volume via intracellular-intravascular osmotic gradients, and decreased peripheral resistance, contributing to increase the removal of metabolic by-products with the potential of enhancing recovery from exercise (Wilcock et al. 2006). However, the recovery benefits from cold observed here are most likely due to water temperature rather than hydrostatic pressure, given that a group of TWI was used as control.
Specific endurance of the players and match intensity
Two important factors that could influence the results in these kind of studies might be associated with (i) the possible distinct specific physical endurance ability of the players to intermittently exercise and the also, (ii) potentially different distance covered by the players from the two groups in the different locomotive categories during the match. In fact, it is well described that the ability to perform high intensity activities during soccer match is significantly correlated with the endurance intermittent performance, evaluated for instance by Yo-Yo tests, being the differences in the response to this test sensitive to playing positions, i.e., defenders and forwards vs. fullbacks and midfielders (Krustrup et al. 2003). Moreover, the players’ level is also known to determine the match performance with respect to the different locomotive categories of analysis. Top-class players cover higher total distance as well as higher distances in elevated intensity activities (sprinting, backwards and high speed running) known to be closely related to muscle damage, than moderate soccer players and thus, are less susceptible to
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fatigue (Mohr et al. 2003). In the present study, we therefore determined the endurance intermittent capacity of the players from the two groups through the Yo-Yo Endurance Intermittent Test and also analyzed the activity profile of the players during the game using time motion methodology. As there were no significant differences between groups regarding both Yo-Yo performance and locomotive categories during the match, it is likely that these two factors did not contribute to the observed differences during the recovery from one-off soccer match, being the effects attributed to a great extent to the cryotherapy treatment.
Apart from some physical performance indices such as sprint ability that did not reach statistical significance, the present match induced a decline in physical performance that was accompanied by increased levels of muscle damage and perceived soreness. These data are consistent with those reported in recent studies that analyzed the response of performance indices, muscle damage, inflammation as well as oxidative stress and damage markers of male and female soccer players during the recovery from a match (Andersson et al. 2008; Ascensao et al. 2008; Ispirlidis et al. 2008; Magalhaes et al. 2009).
Biochemical markers
The levels of both CK and Mb in plasma have been reported to characterize muscle membrane disruption and have also been extensively used within the literature as biomarkers of myofibrillar damage (Clarkson and Sayers 1999; Clarkson and Hubal 2002). The effectiveness of cold water therapies on the appearance of intracellular proteins in plasma during the recovery from exercise-induced muscle damage are still a matter of controversy with data evidencing beneficial and no effect of these treatments when both conventional severe single muscle groups or overall body are used as exercise models (Isabell et al. 1992; Eston and Peters 1999; Howatson et al. 2005; Bailey et al. 2007; Banfi et al.
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2007; Sellwood et al. 2007; Halson et al. 2008; Montgomery et al. 2008; Vaile et al. 2008a, b; Ingram et al. 2009; Rowsell et al. 2009).
Probably due to the different blood kinetics and to inter-individual variability of some of these proteins, it is suggested that the release in response to exercise is protein-specific (Lee and Clarkson 2003; Bailey et al. 2007). Moreover, due to its referred inter-subjects variation, caution in the interpretation of plasma CK activity as a marker of muscle damage is advised. For instance, Lee and Clarkson (2003) reported an association between the plasma glutathione content of the subjects and the variation of CK activity in response to eccentric exercise. It is however worth noting that this widely described inter-individual variation in response of CK activity was not observed in the players of the present study during the recovery following the match.
Our data demonstrated that CWI was able to significantly attenuate the increased levels of plasma CK and Mb observed after a one-off soccer match (Fig 2A and 2B). These results are in agreement with those from Bailey et al., (2007) for Mb but not for CK after a prolonged shuttle test designed to simulate a soccer game. On the other hand, Banfi et al., (2007) suggested that CWI accompanied by active recovery stabilises CK activity in top-level rugby players and can be effective for improving recovery. Very recently, others have reported no effect of CWI in the response of muscle damage and inflammation markers throughout a simulated tournament composed of 4 competitive soccer matches in 4 consecutive days or during the recovery following exhaustive simulated team sports exercise (Ingram et al. 2009; Rowsell et al. 2009).
It is still unclear what is/are the mechanism(s) responsible for the lower exercise-induced intracellular protein release to the plasma following CWI treatment. It has been suggested that cryotherapy might reduce the post-exercise protein efflux from the muscle into the lymphatic system or a reduction in the amount of post-exercise damage. It is likely that this indirect indication of lower muscle damage could
