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Objetivo. ciliares do Rio Grande. 1 Projeto :Resgate de plantas das famílias Orchidaceae, Cactaceae e Bromeliaceae em remanescentes de matas

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Academic year: 2021

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Seleção da Propriedade Rural Adequada ao Repovoamento com

Plantas da Família Orchidaceae em Fragmentos de Mata na Área

de Influência da Usina Hidrelétrica do Funil - UHE-Funil e

Reintrodução de Duas Espécies (Cattleya loddigesii e Vanilla sp.).

1

Breno José Oliveira Terra

Acadêmico de Agronomia – Universidade Federal de Lavras, MG Rua Dª Emerenciana 11 – Centro, Lavras, MG. CEP 37200.000

brenojterra@yahoo.com.br

Silvério José Coelho

Docente do Departamento de Agricultura -Universidade Federal de Lavras, MG Cx. Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras – Minas Gerais.

sjcoelho65@gmail.com

Objetivo

A preocupação com a preservação de habitats naturais e suas espécies endêmicas tem sido cada vez mais evidente, devido à devastação destes habitats, resultado da ocupação antrópica que aumenta continuamente em função da crescente demanda de recursos naturais pela sociedade moderna.

A construção de hidrelétricas provoca grande impacto ambiental na área onde se instala o experimento, com perdas consideráveis em relação à flora e fauna. Quando da construção da Hidrelétrica do Funil e na fase de enchimento do reservatório no ano de 2000, teve início o projeto “Resgate de plantas das famílias Orchidaceae e Bromeliaceae em remanescentes de matas ciliares do rio Grande”, com o propósito de minimizar os impactos negativos decorrentes do empreendimento. As plantas coletadas estão sendo cultivadas ex-sito em estufas no Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, MG, (UFLA-MG), e submetidas a processos de propagação vegetativa e micropropagação em laboratório, visando o repovoamento de matas na área de influência da UHE Funil.

1 Projeto :Resgate de plantas das famílias Orchidaceae, Cactaceae e Bromeliaceae em remanescentes de matas ciliares do Rio Grande.

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Objetivou-se com esse trabalho identificar matas em propriedades rurais na área de influência da UHE Funil, em condições de receber as mudas, tendo em vista que as espécies de orquídeas ocorriam originalmente nestas áreas, antes do empreendimento.

Referências teóricas

Com características ornamentais muito específicas, plantas da família orchidaceae são extremamente valorizadas. Ainda que cultivadas comercialmente, essas plantas têm sido alvo de do extrativismo ilegal em seus habitas naturais, comprometendo a biodiversidade dos ecossistemas e colocando algumas espécies em risco de extinção. Boa parte destas plantas chegam ao mercado e a coleções, de forma clandestina, retiradas dos ambientes naturais sem nenhum controle e pouco conhecimento ciêntifico sobre elas.

O extrativismo de orquídeas é uma fonte de renda para populações locais em algumas regiões de baixa renda, agravando as condições de sobrevivência de algumas espécies em seus habitats. Atualmente, algumas das espécies de orquídeas brasileiras mais admiradas são dificilmente encontradas em seus habitats originais, sendo, no entanto facilmente encontradas em coleções particulares.

A derrubada de matas, como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica e o desbravamento de novas áreas no cerrado são causadores da extinção de varias espécies de orquídeas (Rushi, 1986; Miller & Warren, 1996; Costa et al., 1998). Muitas destas espécies apresentam dificil cultivo “ex-sito”, pois apresentam baixo poder reprodutivo e habitat muito restrito(Mendonça & Lins, 2000). E mesmo espécies ainda não listadas, encontram-se ameaçadas, justificando trabalhos que visem à sua conservação e reintrodução em habitat nativo.

Segundo Orejuela (2005), a abordagem para a conservação de ecossistemas pode focar quatro temas interrelacionados, a saber: (1) A diversidade natural e a diversidade cultural são básicas e interdependentes para promover o desenvolvimento humano; (2) A ligação entre sistemas ecológicos e economia humana define o destino da população e a integridade de ambientes naturais; (3) Manter a vitalidade social e cultural de grupos humanos próximo a áreas de preservação apresenta desafios para programas de conservação de ecosistemas; (4) Organização e participação social são mecanismos para encarar desafios e manter a viabilidade economica, integridade cultural e a qualidade do meio ambiente.

Assim, trabalhos de concientização das populações regionais e principalmente com crianças são de fundamental importância para a conservação de orquídeas.

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Com a construção da Hidrelétrica do Funil, há um aumento de pressões no entorno do lago, seja devido ao incremento do turismo náutico com a construção de chácaras e condomínios, seja através das atividades agropecuárias que podem ameaçar os fragmentos de matas remanescentes.

Metodologia

A escolha da propriedade objetivou identificar aquela dentro da Área de Influência da UHE Funil, com fragmento de mata adequado a introdução das mudas de orquídeas. Em um levantamento prévio com o objetivo de diagnosticar prováveis áreas, foram visitados locais preestabelecidos pelo biólogo Wallisson de Souza, analista ambiental da UHE-Funil com base no programa de proteção de nascentes do consórcio FUNIL. Para a escolha da área foram estabelecidos padrões de avaliação como o interesse dos proprietários em preservar ambientes naturais, o estado de preservação destes ambientes, a condição de isolamento em relação a possíveis interferências antrópicas indesejadas e a facilidade de acesso para monitoramentos posteriores, dentre outros.

No dia 25/11/2008, uma equipe formada por técnicos da UFLA e da UHE Funil fez o reconhecimento de duas áreas disponíveis. Tais áreas são formadas por vegetação típica de floresta estacional semidecidual, em bom estado de preservação, estando localizadas em propriedades particulares, delimitadas e isoladas por cercas de arame, em função de terem sido incluídas no programa de proteção de nascentes. Os proprietários de tais áreas pretendem conservá-las intactas ou, no máximo, desenvolvendo apenas atividades de mínimo impacto, como por exemplo apicultura.

Na Fazenda Santinho, em Ijací-MG, propriedade do Sr. Ronaldo Santinho, identificou-se um fragmento com boas características para se fazer o repovoamento, pois foram encontradas algumas plantas de espécies catalogadas anteriormente no Projeto1: Oncidium pumillum,

Onceclades maculata, Vanilla sp., além de possuir fácil acesso, o que facilitará o

monitoramento regular das plantas reintroduzidas. Este fragmento localiza-se próximo a um pequeno lago (Foto 1), o que contribuirá muito nas condições ambientais como a luminosidade e a umidade apropriadas a adaptação das plantas.

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Foto 1- Fragmento de mata da Fazenda Santinho, Ijací-MG, repovoada com orquidáceas.

O segundo sítio avaliado foi uma mata com aproximadamente 20 hectares (ha) situada próximo ao antigo povoado de Pedra Negra, Lavras-MG, pertencente ao consórcio-FUNIL. De acordo com o levantamento feito determinou-se que um segundo trabalho de repovoamento com orquídeas, será feito posteriormente neste local, após obterem-se mais informações sobre este fragmento, além dos resultados do método adotado na fazenda Santinho.

Finalmente, decidiu-se introduzir as mudas apenas na propriedade do Sr.Santinho para facilitar monitoramentos bimestrais que determinarão a eficiência do método. Posteriormente, com base nos resultados obtidos, serão definidas as diretrizes para o trabalhos de reintrodução na segunda área.

O trabalho de propagação das mudas na Fazenda Santinho foi feito no dia 13 de janeiro de 2009, constando de :

Preparo do material:

• Placas de identificação em folhas de alumínio (corte e numeração de acordo com o tipo

de muda);

• Preparo dos materiais acessórios para a introdução e identificação das mudas (barbante,

martelo, pregos, fita identificadora, tesoura de poda, tesoura, canivete, escada, câmera fotográfica, perneiras e sacho).

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• Preparo das mudas: foram selecionadas 80 mudas de Cattleya lodgesii (40 provenientes

de propagação vegetativa a partir de plantas matrizes e 40 provenientes de micropropagação em laboratório) e 20 mudas de Vanilla sp, obtidas por propagação vegetativa.

Formação da equipe:

• Antônio Carlos de Lima (Orquidófilo de Lavras)

• Antônio Clarete de Oliverira (Laboratorista Laboratório de Biotecnologia – UFLA) • Breno José Oliveira Terra (discente em Agronomia UFLA)

• Wallisson de Souza Soares (analista ambiental da UHE-Funil)

• Márcia Eugênia Amaral de Carvalho (discente em ciências Biológicas UFLA) • Ronaldo Santinho (Proprietário da área)

• Silvério José Coelho (Professor DAG – UFLA)

• Vantuil Antônio Rodrigues (Laboratorista Laboratório de Biotecnologia – UFLA) • José Heitor (motorista da UFLA)

A reprodução das plantas foi feita por propagação vegetativa e por micro-propagação usando-se sementes de plantas matrizes, resgatadas previamente e aclimatadas nas estufa destinadas ao projeto.

As 80 mudas de Cattleya loddigesii, espécie epífita, foram retiradas dos vasos de plástico para então, serem amarradas nos troncos das árvores escolhidas (Foto 2). As mudas foram divididas em 3 lotes (Foto 3) com o objetivo de comparar a adaptação dos três padrões estabelecidos: 20 mudas obtidas em laboratório, 20 propagadas vegetativamente a partir de plantas matrizes e 40 formando pares constituídos de 20 mudas de laboratório + 20 de propagação vegetativa. Optou-se por árvores com cascas grossas e próximas ao lago, que posteriormente serão identificadas quanto à espécie.

As 20 mudas de Vanilla sp, plantas terrestre-epifitas, foram plantadas junto ao substrato, no chão próximo a árvores, a aproximadamente 15 metros umas das outras.

Três meses após o repovoamento, as mudas introduzidas serão avaliadas quanto ao enraizamento e brotamento. Os resultados servirão para o planejamento da reintrodução a ser realizada no segundo semestre de 2009.

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Foto 3- lotes de plantas introdusinas na mata da Fazenda Santinho,Ijací-MG. Resultados

O diagnóstico ambiental no na área de influencia da UHE Funil, permitiu identificar duas áreas aptas a receberem as plantas cultivadas ex-sito.

Até janeiro de 2009 foram introduzidas no fragmento de mata protegido na Fazenda Santinho 100 mudas de orquídeas. 80 da espécie Cattleya loddigesii e 20 exemplares de Vanilla

sp.

Considerações finais

Existe uma grande controvérsia quanto a reitrodução de plantas da família Orchidaceae em ambientes naturais como forma de conservação “in situ”, sendo que não se sabe a resposta de ecossistemas quanto à adapatação de espécies desta família. Estudos comprovam a necessidade da interação de organismos vivos com orquídeas em seus habitats de origem, para que estas obtenham sucesso no seu desenvolvimento e reprodução. Contudo, é importante a necessidade de trabalhos minuciosos de conservação “ex situ” para o sucesso de reintroduções em ambientes a serem recuperados.

Foto 2- Árvore escolhida para receberem mudas de C. loddgesii, com identificação.

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Referencias bibliograficas

COSTA, C.M.R.; HERMANN, G.; MARTINS, C.S.; LINS, L.V. & LAMAS, I.R.

Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas, 1998. 94p.

MENDONÇA, M.P. & LINS, L.V. Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas & Fundação ZôoBotânica de Belo Horizonte, 2000. 157p.

MILLER, D. & WARREN, R. Orquídeas do Alto da Serra – da mata atlântica pluvial do sudeste do Brasil. Rio de Janeiro, Salamandra, 1996. 256p.

RUSCHI, A. Orquídeas do estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro, Expressão e Cultura, 1986. 278p.

OREJUELA, J, An Integrated Approach to Orchid Conservation in Colombia: What Do

Orchids, Hummingbirds, Bears, Potable Water, and Indigenous Land Rights have in Common? In: Selbyana 26(1,2): 32-45. 2005. 38p.

Referências

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