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PEDRO MILANEZ DE REZENDE 1 ALESSANDRO GUERRA DA SILVA 2 EDIVANDRO CORTE 3 ÉLBERIS PEREIRA BOTREL 4

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FUNÇÃO DA REBROTA DE CULTIVARES DE SORGO E SOJA

CONSORCIADOS NA ENTRELINHA E EM MONOCULTIVO NO

RENDIMENTO DE FORRAGEM.

PEDRO MILANEZ DE REZENDE

1

ALESSANDRO GUERRA DA SILVA

2

EDIVANDRO CORTE

3

ÉLBERIS PEREIRA BOTREL

4

RESUMO - Com o objetivo de maximizar a produção

de forragens de cultivares de sorgo e soja consorciadas na entrelinha em dois cortes, foi conduzido, no ano agrícola 1996/97, um ensaio no Departamento de Agri-cultura no Campus da Universidade Federal de Lavras, em Lavras, MG, em um Latossolo Roxo distrófico. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ca-sualizados, em esquema fatorial 4x4+4 com três repeti-ções, sendo constituído por quatro híbridos de sorgo forrageiro (AG 2002, AG 2006, BR 601 e CMSXS 756) consorciado na entrelinha com quatro cultivares de soja (CAC-1, Doko RC, UFV-16 e UFV-17) e quatro trata-mentos adicionais, correspondentes aos respectivos monocultivos de sorgo. No consórcio, foram realizados dois cortes, sendo que o primeiro feito à altura de 30

cm, aos 60 dias após a emergência e o segundo, após a rebrota, rente ao solo, no estádio R5 da cultura da soja (início da formação das sementes). No monocultivo de sorgo, o corte foi realizado uma única vez, rente ao solo, no estádio de grãos farináceos. Em geral, a com-binação do híbrido AG 2002 com a cultivar UFV-16 foi a que mais se destacou no consórcio no rendimento de matéria seca e proteína bruta total. Dentre os híbridos de sorgo, o AG 2002 foi o que mais se destacou para o rendimento de massa verde e matéria seca total, acres-cido do AG 2006 e BR 601 para o rendimento de pro-teína bruta total. Em condição de monocultivo, o maior destaque foi para o híbrido AG 2002 em todas as caracte-rísticas analisadas. As cultivares de soja não proporciona-ram diferenças significativas no rendimento total.

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Consórcio, rebrota, sorgo, soja, forragem

SORGHUM – SOYBEAN INTERCROPPING. VI. EVALUATION IN

FUNCTION OF REGROWTH OF CULTIVARS OF SORGHUM AND

SOYBEAN INTERCROPPED IN THE BETWEEN ROWS AND

MONOCULTURE IN FORAGE PRODUCTION.

ABSTRACT - With the objective of maximizing the

forage production of sorghum and soybean intercropping in the between rows in two cuttings, a trial was conducted in the agricultural year of 1996/1997 at the Department of Agriculture on the campus of the Universidade Federal de Lavras, MG, in a dystrophic red dusky latosol. The experimental design

utilized was that of randomized blocks, in a 4 x 4 + 4 factorial scheme with three replications, being made up of four forage sorghum hybrids (AG-2002, AG-2006, BR-601 and CMSXS-756) mixed in the between rows with four soybean cultivars (CAC-1, Doko RC, UFV-16 and UFV-17) and four additional treatments corresponding to the respective monoculture of

1. Engenheiro Agrônomo, D. Sc., Professor Titular do Departamento de Agricultura da UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS(UFLA), Caixa Postal 37, 37200-000. Lavras - MG (Bolsista do CNPq).

2. Engenheiro Agrônomo, Pós graduando do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, Cai-xa Postal 37, 37200-000, Lavras - MG.

3. Acadêmico do 9.º período de agronomia da Universidade Federal de Lavras -MG (Bolsista do CNPq).

4. Pós-graduando do curso de Doutorado em Fitotecnia Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 37, 37200-000, Lavras - MG.

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of sorghum. In the intercropping, two cutting were performed, the first being done at the height of 30 cm, at 60 days after emergence and the second after regrowth, chose to the soil at R5 stage of soybean crop (onset of seed set). In the monoculture of sorghum, the cutting was performed only one time, chose to the soil, with grains in mealy stage. In general, the combination of the hybrid AG-2002 with the cultivar UFV-16 was the one, which stood out the most in the intercropping

in dry matter and total protein yield. Among the sorghum hybrids, AG-2002 was the one which stood out the most for green mass and total dry matter yield, added of both AG-2006 and BR-601 for total protein yield. In the monoculture conditions, the greatest distinction was the hybrid AG-2002 in all the characteristics analyzed. The soybean cultivars did not provide any significant differences in total yield.

INDEX TERMS: consortium, regrowth, sorghum, soybean, forage.

INTRODUÇÃO

Os sistemas consorciados podem ser ótima opção de cultivo para produção de grãos ou até mesmo de for-ragens, principalmente nas áreas nas quais a mecaniza-ção é de difícil emprego ou nas pequenas propriedades agrícolas, onde os agricultores têm limitação no uso da área para o cultivo e têm a gramínea como cultura, tipi-camente de subsistência.

Dentre as inúmeras vantagens que estes sistemas apresentam, destacam-se a maior eficiência de utiliza-ção da terra (Orrego, 1981; Vieira, Ben e Marques, 1983 e Machado, Fleck e Souza, 1987), diminuição dos riscos de perdas totais e obtenção de maiores fontes de renda (Araújo, 1978; Silva, 1980 e Shan et al., 1991).

No Sul do Estado de Minas Gerais, localiza-se uma das mais importantes bacias leiteiras do país. Nes-sa região, o consórcio sorgo-soja pode ser muito pro-missor, pois permite que a produção seja utilizada tanto para grãos, como para forragens. Nesse contexto, a planta de soja aparece com destaque, uma vez que o grão é componente protéico das rações comerciais po-dendo fornecer ainda forragem na forma de feno e/ou massa verde (Lima et al., 1971; Rezende, 1984; Cardo-so, 1985 e Rezende, 1995).

A planta de soja de conhecida capacidade de rebrota (Rezende, 1984; Rezende e Takahashi, 1990; Pônzio, 1993 e Rezende, Carvalho e Rezende, 1997), aliada ao sorgo (Loureiro, Monks e Centeno, 1979; Seiffert, Barreto e Prates, 1979; Silva, 1990; Bezerra et al., 1991 e McCormick et al., 1995), poderão fornecer em conjunto, mais forragem por unidade de área do que em monocultivo. Com a utilização da técnica de corte, o agropecuarista poderá ter a opção de utilizar ainda as plantas de soja cortadas na forma de feno. Essas plantas cortadas, permanecendo no campo, irão rebrotar, forne-cendo massa que poderá ser utilizada novamente na forma de forragem ou de grãos, dependendo da

neces-sidade do agricultor, o mesmo se verificando em função das plantas de sorgo.

Nesse aspecto, como pesquisas com o corte das duas espécies em conjunto são escassos, propõe-se com este trabalho selecionar cultivares de sorgo e soja, ade-quadas para produção de forragem em consórcio com alta capacidade de rebrota.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi instalado em Lavras-MG (latitude de 21o14’S, longitude 45o00W e altitude de 918 m) em Latossolo Roxo distrófico de textura argilosa fase cer-rado (Tabela 1) no campo experimental do Departa-mento de Agricultura da UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA, ano agrícola 1996/97. As varia-ções diárias da temperatura média e da distribuição de chuvas durante a condução do ensaio encontram-se na Figura 1.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 4x4+4 com três repetições, constituído pelos quatro híbridos de sorgo forrageiro (AG 2002, AG 2006, BR 601 e CMSXS 756) consorciados na entrelinha com quatro cultivares de soja (CAC-1, Doko RC, 16 e UFV-17) acrescidos dos quatro híbridos de sorgo em mono-cultivo. Esses materiais foram avaliados em todas as combinações possíveis em consórcio, sendo as épocas de corte determinadas em função da planta de soja. Ambas as culturas foram cortadas duas vezes, sendo o primeiro corte realizado à altura de 30 cm do colo das plantas, aos 60 dias após a emergência das plântulas e o segundo corte, após a rebrota, rente ao solo, no estádio R5 (início da formação das sementes) da cultura da soja (Fehr e Caviness, 1977). No monocultivo de sorgo, o corte foi realizado uma única vez, rente ao solo, no es-tádio de grãos farináceos, que segundo Faria (1986),

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representa a melhor época de utilizar a cultura do sorgo como forragem.

As parcelas de sorgo, tanto em consórcio como em monocultivo, foram constituídas por três linhas es-paçadas de 0,8 m entre si com 5,0 m de comprimento, sendo considerada como área útil apenas a fileira cen-tral (4,0 m2 de área útil). Para a cultura da soja foi uti-lizado o sistema de consórcio na entrelinha do sorgo, utilizando também uma linha como área útil. O des-baste foi realizado aos 25 dias após a emergência das plântulas, procurando-se manter 12 plantas por metro linear para a cultura do sorgo e 24 plantas por metro li-near para a cultura da soja.

Para ambas as culturas, a calagem e a aduba-ção seguiram as recomendações feitas pela Comissão... (1989). Na cultura do sorgo, tanto em consórcio como em monocultivo, empregou-se por ocasião da semeadu-ra, o equivalente a 20 kg de N, 120 kg de P2O5 e 120 kg de K2O/ha, sendo que aos 30 e 45 dias após a emergên-cia das plântulas, aplicou-se em cobertura, 60 kg de N/ha. Para a cultura da soja, em consórcio, aplicou-se por ocasião da semeadura, o correspondente a 80 kg de P2O5 e 40 kg de K2O/ha. Sessenta dias antes da instala-ção do ensaio, aplicou-se o equivalente a 2,4 t de calcá-rio calcítico/ha, utilizando-se o método de saturação de bases, V = 60%.

TABELA 1 - Resultados das análises químicas da amostra de solo coletada na profundidade de 0-20cm na área

experimental, UFLA, Lavras (MG), 1996.*

Determinações Valores Classificação**

PH em água 5,1 Médio P (mg/dm3) 11 Alto K (mg/dm3) 58 Médio Ca (cmolc/dm3) 2,8 Médio Mg (cmolc/dm3) 0,9 Médio Al (cmolc/dm3) 0,2 Baixo H + Al (cmolc/dm3) 5,0 Médio S (cmolc/dm3) 3,8 Médio t (cmolc/dm3) 4,0 Médio T (cmolc/dm3) 8,8 Médio M (%) 5 Baixo v (%) 43 Baixo

Mat. Org. (dag/dm3) 3,1 Alto

Areia (%) 30

Limo (%) 26

Argila (%) 44

*Análises realizadas no Instituto de Química “John H. Wheelock” do Departamento de Ciências do Solo da Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG).

**Interpretação dos resultados de acordo com a Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (1989).

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0 10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 28 10 20 30 10 20 30 Precipitação (mm) 0 20 40 60 80 100 Temperatura média ( 0C) 14 16 18 20 22 24 26

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr

FIGURA 1 - Variação diária da temperatura média do ar e precipitação pluvial de outubro de 1996 a abril de

1997, UFLA, Lavras (MG) - (Fonte: Estação Climatológica de Lavras - MG). Antes da semeadura realizada em 23/10/96 foi

feita a inoculação das sementes de soja com Bradyrhizo-bium japonicum, utilizando o inoculante turfoso Nitral, na proporção de 200 g de inoculante para 40 kg de sementes. As semeaduras de ambas as culturas foram feitas manual-mente na mesma profundidade, em sulcos de 2-3 cm.

Para se efetuar o corte das plantas, foi utilizada uma roçadeira costal motorizada, sendo a altura de-terminada com auxílio de um cavalete de 30 cm. Efetu-ou-se o somatório dos rendimentos de cada cultura, ob-tendo os rendimentos de massa verde (kg/ha), matéria seca (determinado a partir de amostra de 200g de mas-sa verde em estufa a 65oC até peso constante e conver-tido em kg/ha) e de proteína bruta determinada na mesma amostra usada na matéria seca, utilizando-se o método Kjeldahl e transformando posteriormente os dados para kg/ha.

As análises estatísticas foram realizadas para as características citadas anteriormente, utilizando-se o somatório das duas culturas (sorgo + soja). Para dife-renciação das médias, foi utilizado o teste de Duncan a 5% e os resultados obtidos foram comparados com os respectivos monocultivos de sorgo, através do teste “t” de contraste.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Rendimento de massa verde e matéria seca total

Os híbridos de sorgo em consórcio com a soja mostraram resposta diferenciada no rendimento de

massa verde e matéria seca total, sendo que o híbri-do AG 2002 apresentou o mais alto valor (73865 e 16510 kg/ha) diferindo-se dos demais. O pior ren-dimento foi obtido com o híbrido CMSXS 756 (25094 e 7342 kg/ha) não apresentando uma boa adaptação na região de instalação do ensaio (Tabela 2). Em função dos seus rendimentos, as cultivares de soja consorciadas puderam expressar todo o seu potencial de produção, ocorrendo uma complemen-tação entre as culturas considerada como uma das principais vantagens do consórcio (Araújo, 1978; Silva, 1980 e Chagas, Araújo e Vieira, 1984). Mes-mo ocorrendo um maior rendimento da leguminosa nessa situação, o rendimento total (sorgo + soja) com o híbrido CMSXS 756 não assemelhou-se aos do AG 2006 e BR 601.

Um ponto importante quando se trata de consór-cio é o desempenho desse sistema em relação ao mono-cultivo da gramínea. Neste estudo, verifica-se uma su-perioridade em relação à massa verde do consórcio na ordem de 69,38% (22.338 kg/ha) em comparação ao monocultivo dos híbridos de sorgo. Todas as combina-ções apresentaram rendimentos superiores em relação ao monocultivo, entretanto diferença significativa so-mente foi observada com o híbrido AG 2006 consorcia-do com as cultivares CAC-1 e UFV-17. Esses resulta-dos evidenciaram que as cultivares de soja, quando consorciadas na entrelinha, contribuíram de maneira expressiva para o rendimento final, visto que a cultura do sorgo não proporcionou sombreamento na cultura da soja por ocasião da rebrota, o que ocasionaria queda no rendimento.

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TABELA 2 - Resultados médios de massa verde (MVT), matéria seca (MST) e proteína bruta total (PBT) de sorgo

e soja (kg/ha) obtidos no ensaio de avaliação de cultivares de sorgo e soja em consórcio e monocultivo visando à produção de forragem, ano agrícola 1996/97, Lavras (MG).*

Tratamento MVT (kg/ha) MST (kg/ha) PBT (kg/ha)

CAC-1 + AG 2002 62583 NS 13819 NS 1571 NS CAC-1 + AG 2006 62625* 16221 NS 2036** CAC-1 + BR 601 64875NS 14443 NS 1899** CAC-1 + CMSXS 756 24625 NS 7022 NS 1091* Doko RC + AG 2002 72958 NS 15982 NS 1876* Doko RC + AG 2006 54875NS 14457 NS 1880** Doko RC + BR 601 60958NS 14112 NS 1785** Doko RC + CMSXS 756 28958NS 8360 NS 1418** UFV-16 + AG 2002 84125NS 18859 NS 2136** UFV-16 + AG 2006 56542NS 14272 NS 1865** UFV-16 + BR 601 59542NS 13509 NS 1721** UFV-16 + CMSXS 756 24833NS 7346 NS 1144* UFV-17 + AG 2002 75792NS 17382 NS 1948** UFV-17 + AG 2006 62625* 16495 NS 1992** UFV-17 + BR 601 54708 NS 12124 NS 1522* UFV-17 + CMSXS 756 21958 NS 6638 NS 1041* CAC-1 + SORGO 53677 12876 1649 Doko RC + SORGO 54437 13228 1739 UFV-16 +SORGO 56260 13497 1717 UFV-17 + SORGO 53771 13160 1626 AG 2002 + SOJA 73865 a 16510 a 1883 a AG 2006 + SOJA 59167 b 15361 ab 1943 a BR 601 + SOJA 60021 b 13547 b 1732 a CMSXS 756 + SOJA 25094 c 7342 c 1174 b Média 54536 13190 1683 Monocultivo AG 2002 56500 a 17943 a 1021 a AG 2006 31083 b 13871 b 885 ab BR 601 35500 b 12186 b 649 b CMSXS 756 5708 c 3176 c 227 c Média 32198 11794 695 CV% 23,19 17,95 16,11

*Médias com mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de proba-bilidade.** Significativo a 1%; Significativo a 5%; NS Não significativo.

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Em relação à matéria seca total verifica-se que o sistema consorciado proporcionou rendimentos de 11,83% ( 1396 kg/ha) a mais quando comparado ao monocultivo. Este aumento, quando comparado com o obtido no rendimento de massa verde, é menor, por causa do alto grau de umidade presente na forragem dos híbridos de sorgo em ambos os cortes do consórcio, visto que essa gramínea contribuiu em maior proporção para o rendimento total. Apesar de não ter sido consta-tada significância em nenhuma das combinações no consórcio, a associação do híbrido AG 2002 com as cultivares CAC-1, Doko RC e UFV-17 acrescida desta última cultivar de soja com o híbrido BR 601, apresen-taram rendimento inferior em relação aos respectivos monocultivos de sorgo. O maior rendimento foi obser-vado com a cultivar UFV-16 consorciada com o híbrido AG 2002 (18.859 kg/ha).

Em condição de monocultivo, o híbrido AG 2002 se destacou apresentando maiores rendimentos de massa verde (56500 kg/ha) e massa seca (17943 kg/ha) distinguindo-se dos demais e a pior performance foi ve-rificada com o híbrido CMSXS 756 que atingiu (5708 e 3176 kg/ha),conforme indica a (Tabela 2). Os resulta-dos observaresulta-dos nessa condição de cultivo assemelham-se com os de vários autores (Cummins, McCullough e Dobson, 1970; Liseu,1981; Casela et al., 1986; Pereira et al., 1993 e Costa e Azevedo, 1996).

Rendimento de proteína bruta total

As cultivares de soja utilizadas, apesar de con-tribuírem de maneira efetiva no rendimento dessa ca-racterística, não apresentaram diferenças significativas entre si. Por outro lado, esses mesmos resultados não foram observados com os híbridos de sorgo. Verifica-se na Tabela 2 que os híbridos AG 2002, AG 2006 e BR 601 não apresentaram diferenças significativas entre si e o híbrido CMSXS 756 foi o que teve o menor rendi-mento (1174 kg/ha). Os híbridos AG 2006 e BR 601, em relação ao AG 2002 , permitiu que as cultivares de soja pudessem proporcionar maior rendimento de for-ragem, possibilitando assim maior rendimento de pro-teína bruta. O primeiro corte imposto às culturas no es-tádio vegetativo também pode ter permitido um ambi-ente adequado para o melhor desempenho das cultiva-res de soja por ocasião da rebrota.

O desempenho médio do sistema consorciado em relação ao monocultivo foi diferenciado para o ren-dimento de proteína bruta total. Na condição de consór-cio, todas as combinações apresentaram rendimentos

significativamente superiores em relação aos respecti-vos monocultirespecti-vos de sorgo, a exceção do híbrido AG 2002 consorciado com a cultivar CAC-1. Na média ge-ral, houve um acréscimo de 142,16% (988 kg/ha) no rendimento total a favor do consórcio, sendo que o maior rendimento foi observado com a cultivar UFV-16 consorciada com o híbrido AG 2002 (2136 kg/ha), valor este que representa 109,21% ao do monocultivo deste hí-brido. Esses resultados concordam com os obtidos por (Carneiro e Rodriguez, 1980; Evangelista, 1986; Oliveira, 1986; Oliveira, 1989; Lima,1992; Sood e Sharma, 1992 e Rezende, 1995), que também evidenciaram a vantagem do sistema consorciado sobre o monocultivo.

Em monocultivo, o híbrido AG 2002 se desta-cou com rendimento de 1021 kg/ha, de proteína bruta seguidos pelo AG 2006  (885 kg/ha), BR 601 (649 kg/ha) e pelo CMSXS 756  (227 kg/ha), de pior de-sempenho (Tabela 2). Os resultados obtidos neste en-saio para o AG 2002 , são semelhantes aos de Pereira et al. (1993), que obtiveram rendimentos de 1,08t/ha de proteína bruta para o híbrido AG 2002 a 1,34 t/ha para o AG 2004 .

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Esse estudo teve como principal objetivo procu-rar combinação das duas espécies que apresentasse melhor complementação no sentido de se conseguirem os maiores rendimentos por unidade de área. Dos re-sultados obtidos verifica-se que apesar de o sistema consorciado ter superado o monocultivo em todas ca-racterísticas analisadas, resultados significativos so-mente foram observados com a massa verde e proteína total, que se constitui na característica mais importante. Nessa condição, verifica-se que todas as combinações consorciadas superaram estatisticamente o monocultivo do sorgo, exceto a combinação CAC-1 x AG 2002  que apesar de maior rendimento no consórcio (1571 kg/ha) não superou o monocultivo que apresentou ren-dimento de (1021 kg/ha) .

Diante do exposto, verifica-se que o maior ren-dimento dessa característica foi observada na combina-ção UFV-16  x AG 2002  com 2136 kg/ha a que co-incidentemente foi a maior matéria seca (18859 kg/ha) e massa verde total (84125 kg/ha)

Outro ponto a considerar refere-se à época de corte das espécies consorciadas. No presente trabalho, a época de corte foi determinada em função da soja, com a hipótese de que se poderia obter maior rendimentos de proteína bruta total, o que realmente ocorreu.

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CONCLUSÕES

a) A combinação do híbrido AG 2002 com a cultivar UFV-16 foi a que mais se destacou no consór-cio no rendimento de massa verde, matéria seca e pro-teína bruta total.

b) No consórcio, os híbridos de sorgo alteraram todas as características analisadas. No rendimento de massa verde e matéria seca total, o híbrido AG 2002 foi o que mais se destacou, acrescido do AG 2006  e BR 601  para o rendimento de proteína bruta total.

c) Em condição de monocultivo, o maior desta-que foi para o híbrido AG 2002 em todas as caracterís-ticas analisadas.

d) As cultivares de soja não proporcionaram di-ferenças no rendimento total.

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