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1.5. Enquadramento Macroeconómico

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e de 255 na área de seguros e saúde, num contexto marcado pela contenção de custos. o aumento traduziu, assim, a expansão registada na atividade internacional, com um reforço de 505 colaboradores, dos quais 359 com origem no Banco comercial e de investimentos (moçambique).

2010 2011

variação

absoluta relativa

nÚmero De empreGaDos CGD atividade Bancária (cGd Portugal) outros total 9 672 13 411 23 083 9 509 13 696 23 205 -163 285 122 -1,7% 2,1% 0,5% 9 672 13 411 13 696 9 509 2011 2010 2010 2011

nÚmero De empreGaDos Do Grupo CGD

actividade Bancária outros

1.5. enquadramento macroeconómico

1.5.1. evolução GloBal

em 2011, a economia mundial voltou a expandir-se, embora o crescimento económico tenha registado um abrandamento no segundo semestre do ano. depois de uma primeira metade em que a atividade económica registou um ritmo de crescimento forte, em particular nos países emergentes, o segundo semestre foi caracterizado por uma crescente preocupação com o abrandamento da economia.

ao contrário do ano anterior, a deterioração dos indicadores económicos em muitas regiões do globo levou a que as estimativas de crescimento para 2011, por parte de instituições internacionais como o fundo monetário internacional (fmi) e a ocde, entre outras, fossem sucessivamente re-vistas em baixa. Nas estimativas intermédias, de janeiro de 2012, o fmi estimou que o crescimento para a economia mundial ter-se-á cifrado, em 2011, em 3,8%, valor inferior aos 4,4% previstos em janeiro de 2011. o fmi voltou a alertar para o aumento de diversos riscos, nomeadamente de natureza orçamental e financeira.

o ano de 2011 ficou marcado pelo agravamento da crise da dívida soberana na europa. Numa primeira fase, acentuaram-se as preocupações com a situação da Grécia, devido aos receios de uma reestruturação da dívida helénica, e estas propagaram-se à situação das finanças públicas de outros estados da periferia europeia. durante este período, irlanda e Portugal recorreram aos mecanismos de ajuda conjunta da união europeia (ue) e do fmi.

Na segunda metade de 2011, assistiu-se a um agravamento do contágio da crise à espanha e à itália, enquanto economias denominadas do centro, como a frança, a Bélgica, a áustria ou mesmo a holanda e a finlândia, até então não afetadas, sofreram também os impactos desta crise.

assistiu-se, em consequência do agravamento da crise da dívida soberana, a um novo aumento da aversão ao risco por parte de diversos participantes nos mercados financeiros, sobretudo, duran-te o segundo semestre. tal traduziu-se, por um lado, numa nova fase de alargamento dos spreads das

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obrigações de governo, agora não só de economias periféricas. Por outro lado, o mesmo verificou--se nas obrigações de empresas, a par de uma mais acentuada redução de novas emissões de dívida privada em mercado, sendo o setor financeiro o mais penalizado. Neste, o alargamento dos spreads foi particularmente visível, chegando a atingir o valor mais elevado de sempre, superior, inclusive ao verificado no seguimento da falência do banco norte-americano lehman Brothers.

a crise da dívida soberana fez-se sentir também nos eua. obrigados a subir o limite da dívida pública, numa altura em que aumentava a dificuldade de financiamento dos estados soberanos, os eua viram a agência de notação de risco s&P reduzir o rating atribuído à dívida pública de aaa para aa+ em agosto.

os responsáveis governamentais e os bancos centrais implementaram medidas em 2011 para estabilizar os mercados financeiros e impulsionar a atividade económica.

Na área euro (ae), após o Bce ter decretado, por duas vezes, o aumento da taxa diretora no pri-meiro semestre, elevando-a aos 1,50% em julho, o banco central fez regressar aquela taxa ao nível mínimo de 1,00% no final do ano, com a crise da dívida a intensificar-se e o crescimento a abrandar.

assistiu-se ao contínuo reforço das medidas não convencionais de política monetária, desde o regresso à compra de obrigações de dívida pública em mercado secundário, à reabertura do pro-grama de compra de obrigações hipotecárias e à reintrodução dos leilões de cedência ilimitada de liquidez por prazos a 6 e 12 meses. Já no final do ano, o Bce anunciaria ainda a realização de dois leilões de cedência de liquidez a 3 anos.

em termos da atuação dos Governos no seio da união europeia, no sentido de debelar os efeitos da crise da dívida, 2011 foi marcado pela realização de diversas cimeiras de chefes de estado e de Governo e de ministros das finanças, das quais resultaram compromissos no sentido de flexibilizar e aumentar o poder de intervenção dos mecanismos de estabilização financeira, como seja o de ad-quirir títulos de dívida soberana em mercado e financiar a recapitalização de instituições financeiras, bem como de reforçar a coordenação das políticas económicas e a de fiscalização orçamental.

fora da ae, a atuação dos restantes principais bancos centrais passou, igualmente, pela tomada de decisões para estabilizar os mercados financeiros, as quais se traduziram no aumento da dimen-são dos programas de compra de ativos. o Banco central do Japão, o Banco central de inglaterra e a reserva federal norte-americana mantiveram inalteradas as taxas de referência em níveis mínimos.

No que diz respeito ao crescimento económico, 2011 foi marcado por um diferente desempenho entre as duas maiores economias. enquanto os eua revelaram um início de ano fraco e uma

ace-2010 2010

2010 2011 2011 2011

Desemprego inflação

taxas (em %) taxas de variação (em %)

pib inDiCaDores eConómiCos união europeia área do euro alemanha frança reino unido espanha itália eua japão rússia China Índia brasil 2,1 1,6 2,2 1,7 3,3 2,0 1,6 1,6 -0,7 6,9 3,3 12,1 5,0 2,0 1,9 3,6 1,5 1,8 -0,1 1,5 3,0 4,0 4,0 10,4 10,1 7,6 3,1 2,7 2,5 2,3 4,5 3,1 2,9 3,2 -0,3 8,5 5,4 8,9 6,6 1,6 1,5 3,0 1,7 0,9 0,7 0,4 1,7 -0,7 4,3 9,2 8,4 2,7 9,7 10,1 7,1 9,8 7,8 20,1 8,4 9,6 5,1 7,5 4,1 n.d. 6,7 9,7 10,1 5,9 9,7 8,0 21,7 8,4 9,0 4,6 6,6 4,1 n.d. 6,0

fontes: eurostat, institutos de estatistica Nacionais. n.d. – não disponível.

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leração ao longo dos últimos meses, devido, sobretudo, à retoma do consumo e do investimento, na ae, passou-se o contrário, com os indicadores de confiança a encerrarem o ano em zona recessiva.

de acordo com o eurostat, o crescimento na ae em 2011 terá ascendido a 1,4%, ligeiramente inferior aos 1,9% do ano anterior. esta expansão assentou primordialmente no desempenho da pro-cura externa.

Pela negativa, sublinhe-se o desempenho das economias periféricas, sobretudo de Portugal e Grécia, que terão sido os únicos estados membros a averbar crescimentos negativos. Pela positiva, voltou a destacar-se a alemanha com um crescimento de 3,0%, num ano em que o mercado de trabalho continuou em evidência. em dezembro, a taxa de desemprego germânica atingiu os 6,8%, o nível mais baixo desde a reunificação. Na ae, pelo contrário, o desemprego voltou a aumentar em 2011, tendo a taxa de desemprego atingido no final do mesmo os 10,4%, o nível mais elevado desde a primavera de 1998.

o nível de inflação na ae, medido pelo Índice harmonizado de Preços no consumidor (ihPc), registou, em 2011, uma taxa de variação média de 2,7%, acima dos 1,6% de 2010, devido, maioritaria-mente, ao aumento dos preços energéticos.

2010 2011 2010 2011

área do euro união europeia

taxas de variação (em %)

taxas (em %) inDiCaDores eConómiCos Da união europeia

e área Do euro

produto interno bruto (pib) consumo privado consumo público fBcf Procura interna exportações importações

taxa de inflação (ihPc) taxa de desemprego

saldo do setor Púb. adm. (em % do PiB) (a)

2,0 1,0 0,7 -0,3 1,5 10,8 9,8 2,1 9,7 -6,6 1,6 0,2 0,1 1,3 0,5 6,3 4,0 3,1 9,7 -4,7 1,9 0,9 0,5 -0,5 1,1 11,3 9,6 1,6 10,1 -6,2 1,5 0,2 0,1 1,4 0,5 6,1 3,9 2,7 10,0 -4,1 fonte: eurostat.

(a) valores de 2011: comissão europeia: European Economic Forecast – novembro de 2011.

o bloco asiático mostrou novamente um desempenho positivo, apesar dos impactos negativos re-sultantes das catástrofes ocorridas no 1º trimestre no Japão, e que levaram a que aquela economia permanecesse em contração durante toda a primeira metade de 2011. ainda relativamente à ásia, os indicadores económicos da china mantiveram-se robustos, sobretudo os respeitantes à atividade doméstica, apesar de terem também evidenciado algum abrandamento.

destaque ainda para o desempenho da atividade económica brasileira, cujo crescimento econó-mico arrefeceu substancialmente durante a segunda metade de 2011, tendo chegado a registar uma contração de 0,1% no 3º trimestre. o Banco central do Brasil destacou-se no bloco emergente, ao decretar por três vezes, durante o 2º semestre, reduções da taxa diretora, decisões decorrentes do impacto negativo que espera que as turbulências internacionais possam ter sobre a economia brasi-leira. No final do ano, o governo brasileiro anunciou um pacote de estímulo ao consumo destinado a acelerar a atividade económica e a garantir um crescimento de 5% em 2012.

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proDuto interno bruto 2010 2011 -4% 0% 4% 8% 12% união europeia área do euro eua japão rússia China Índia brasil

1.5.2. ecoNomia PortuGuesa

1.5.2.1. evolução Global

em Portugal, 2011 marcou o início do processo de ajustamento da economia. este é caracterizado por uma redução do défice orçamental, bem como por uma desalavancagem gradual do setor priva-do, incluindo do setor bancário.

a atividade económica em 2011 decresceu 1,6%, salientando-se o facto de se terem registado variações em cadeia negativas em cada um dos trimestres do ano. este desempenho resultou do contributo negativo do consumo privado, do consumo público e da forte queda do investimento, apesar do bom comportamento das exportações líquidas.

2010

2009 2011

taxas de variação (em %) inDiCaDores Da eConomia portuGuesa

produto interno bruto (pib) consumo privado 1,4 2,1 -2,9 -2,2 -1,6 -3.9

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2010

2009 2011

taxas de variação (em %)

taxas (em %) inDiCaDores Da eConomia portuGuesa (Cont.)

consumo público fBcf

Procura interna exportações importações

taxa de inflação (ihPc) taxa de desemprego défice do sPa (em % do PiB) (a) dívida Pública (em % do PiB) (a)

-0,8 9,5 -10,1 83,0 0,9 -4,1 0,8 8,8 5,4 4,7 -8,6 -3,3 -10,9 -10,0 1,4 10,8 -9,8 93,3 -3,9 -11,4 -5,7 7,4 -5,5 3,6 12,7 -5,9 100,3 fonte: iNe.

(a) oe: orçamento de estado para 2012, outubro de 2011.

durante o ano de 2011, quer o consumo privado, com um decréscimo de 3,9%, quer o consumo público, que contraiu igualmente 3,9%, contribuíram para o fraco desempenho económico. os desa-fios de redução do défice orçamental e a consequente aprovação e implementação de medidas de austeridade enquadradas no Programa de apoio económico e financeiro a Portugal induziram um contributo negativo destas componentes para o crescimento económico, tendo-se observado um agravamento da confiança dos consumidores ao longo de todo o ano.

Por outro lado, registou-se uma redução de 11,4% da formação Bruta de capital fixo, em parte, consequência do nível de atividade económica e das perspetivas para a procura interna, bem como do decréscimo do investimento público. a contração foi mais evidente no investimento em equipa-mento de transporte e em construção.

Pela positiva, saliente-se o contributo do comércio externo. Por um lado, as exportações apre-sentaram um crescimento significativo de 7,4%, por outro, as importações diminuíram 5,5%. este comportamento deveu-se, em parte, ao aumento da procura externa, apesar do abrandamento da economia mundial, tendo-se observado um aumento das novas encomendas provindas do exterior, em termos homólogos, de 16,4%. Por seu lado, a redução das importações explica-se, sobretudo, pela queda da procura interna.

inDiCaDores Da eConomia portuGuesa

inflação PiB -4% -2% 0% 2% 4% 2011 2010 2009

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em 2011, a inflação medida pelo Índice harmonizado de Preços do consumidor registou uma taxa de variação média de 3,6%, fruto, sobretudo, do aumento do preço dos bens energéticos e do acréscimo de diversos impostos indiretos, designadamente o iva. a taxa de inflação em Portugal foi superior em 0,9 pontos percentuais à registada na área euro.

quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego média, em 2011, cifrou-se em 12,7%, enquanto a população desempregada foi de 706 mil indivíduos, o que representou um aumento de 17,2% face a 2010.

1.5.2.2. agregados de depósitos e crédito

o agregado de liquidez m3, excluindo a circulação monetária, registou, em 2011, o terceiro ano con-secutivo de contração, desta feita, de 2,6%. os depósitos totais tiveram um acréscimo de 11,3%, o que representou uma aceleração em comparação com o verificado nos dois anos anteriores, para o que contribuiu, em especial, o comportamento dos depósitos de Particulares e emigrantes.

2010

2009 2011

taxas de variação anual aGreGaDos monetários em portuGal (a)

m3, excluindo Circulação monetária depósitos totais

depósitos de sociedades Não financeiras depósitos de Particulares e emigrantes Crédito interno total

crédito às administrações Públicas (b) crédito a sociedades Não financeiras crédito à habitação

crédito ao consumo e outros fins

-3,8% 5,7% 18,1% 2,0% 10,0% 107,7% 0,8% 2,4% -0,6% -3,3% 1,6% 5,3% 1,3% 6,4% 99,7% 2,6% 2,6% 0,9% -2,6% 11,3% -8,2% 9,8% -2,8% -31,1% -3,6% -1,6% -4,9%

fonte: Banco Portugal – Boletim Estatístico, fevereiro de 2012.

(a)  taxas de variação com base nos saldos de fim do mês. Nos agregados de depósitos, não estão incluídos os de ifNm e, nos de crédito, estão incluídos os créditos

titularizados.

(b) líquido dos Passivos face à administração central.

observou-se um decréscimo de 2,8% do crédito interno total. o crédito às administrações Públi-cas, líquido de Passivos face à administração central diminuiu 31,1%, enquanto o crédito a socieda-des Não financeiras contraiu 3,6% e o crédito a Particulares caiu 2,2%.

2011 2010 2009 -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% Crédito ao Consumo Crédito habitação C. soc. não Fin. C. admin. púb.

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1.5.2.3. taxas de Juro

como resposta aos sinais de retoma e de aceleração da atividade económica e do receio de aumento das pressões inflacionistas na área euro, o Banco central europeu (Bce) decretou dois aumentos da taxa de juro diretora em abril e julho de 2011, em ambos os casos de 25 p.b., para os 1,50%, nível que a autoridade monetária europeia caracterizou ainda como expansionista.

moeDa e CréDito (taxas de variação homóloGa)

crédito habitação m3, excluindo circulação monetária depósitos totais crédito interno total Jan 2008 2009 2010 2011 -10% -5% 0% 5% 10% 15% 20%

abr Jul out Jan abr Jul out Jan abr Jul out Jan abr Jul out

Dez.

Dez. mar. jun. set. Dez.

2009 2010 2011

(%)

taxas De juro (a) taxa dos FED Funds

taxa Diretora do bCe

Euribor overnight 1 mês 3 meses 6 meses 12 meses

novas operações de Crédito sociedades Não financeiras (b) Particulares – habitação

Depósitos a prazo e de poupança (c) sociedades Não financeiras Particulares 0 - 0,25 1,00   0,817 0,782 1,006 1,227 1,507   4,59 2,96   3,10 1,81 0 - 0,25 1,00   0,410 0,453 0,700 0,994 1,248   3,26 2,22   1,68 1,67 0 - 0,25 1,00   0,902 0,968 1,239 1,546 1,996   4,85 3,18   3,35 2,29 0 - 0,25 1,25   1,715 1,325 1,547 1,788 2,162   5,21 3,74   3,77 2,74 0 - 0,25 1,50   1,463 1,356 1,554 1,753 2,084   6,18 4,16   4,35 3,25 0 - 0,25 1,00   0,629 1,024 1,356 1,617 1,947   6,16 4,33   4,46 3,49

fonte: Banco de Portugal – Boletim Estatístico, janeiro de 2012.

(a) taxas relativas ao último dia do mês. (b) operações acima de 1 milhão de euros. (c) depósitos com prazo acordado até 2 anos.

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a manutenção e intensificação das tensões no mercado da dívida pública e o abrandamento da atividade económica levou a que a segunda metade de 2011 tenha sido marcada pela inversão da política monetária. após ter alterado no 3º trimestre a aferição dos riscos no sentido negativo, o Bce decretou duas descidas da taxa diretora, cada uma de 25 p.b., durante o último trimestre do ano, fazendo-a regressar ao anterior nível mínimo de 1,00%. o Bce procedeu, ainda, ao reforço das medidas não convencionais ao anunciar novos leilões de cedência de liquidez a 6 e a 12 meses, bem como a realização de dois leilões a 36 meses.

durante a primeira metade de 2011, as taxas de juro utilizadas como indexantes das operações de crédito mantiveram a tendência de subida que apresentaram durante grande parte de 2010, che-gando mesmo a atingir, no início do verão, o nível mais elevado em dois anos. a alteração da política monetária levou à inversão daquela tendência de subida e as taxas de juro encetaram, a partir daí, uma tendência de descida que se acentuou no final do ano.

ainda assim, o ano de 2011 encerrou, de novo, com um aumento das taxas euribor. resultado do período de subidas observado durante o primeiro semestre, as variações obtidas em 2011 foram maiores do que as observadas no ano anterior, com exceção feita para o prazo a 1 mês, tendo osci-lado entre os +0,242 p.b. naquele prazo e os +0,44 p.b. a 12 meses.

euribor (*) 1m 3m 6m 12m J f m a m J J a s o N d J f m a m J J a s o N d J f m a m J J a s o N d 0,0% 2009 2010 2011 1,0% 2,0% 3,0%

a evolução das taxas euribor foi um dos determinantes que concorreram para o aumento, quer das taxas ativas, quer das taxas passivas, a par do contexto económico e financeiro prevalecente ao longo do ano de 2011, tendo as variações observadas tido magnitudes semelhantes. No caso das taxas ativas, a subida foi ligeiramente superior no segmento de sociedades não financeiras face ao de particulares, enquanto que, no caso das taxas passivas, a variação foi relativamente maior neste último segmento.

fonte: Banco de Portugal.

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taxas De Câmbio Do euro (valores médios meNsais)

1.5.2.5. mercado de caPitais

apesar das dúvidas relacionadas com a questão da dívida soberana herdadas do ano anterior, os primeiros meses de 2011 continuaram marcados pela confiança na retoma económica, com a divulgação de indicadores económicos positivos. os bancos centrais reviram em alta as estimativas de crescimento

1.5.2.4. evolução cambial

após ter beneficiado, nos primeiros meses de 2011, de melhores números económicos, e da ex-pectativa, posteriormente concretizada, de aumento da taxa de juro diretora do Bce, a moeda única europeia registou uma tendência de depreciação até ao final do ano. tal ficou a dever-se à situação da dívida pública na europa e ao seu impacto negativo sobre a confiança dos investidores na moeda única e em diversos ativos emitidos por entidades da área euro, bem como sobre o crescimento económico da região, que, conjugados, levaram o Bce a reverter na totalidade os aumentos da taxa direta anteriormente decretados, o que constituiu motivo adicional para a depreciação do euro.

em dezembro de 2011, a taxa de câmbio em termos médios do euro face ao dólar fixou-se em 1,318 usd, uma depreciação de 0,3%. após ter valorizado cerca de 11% até ao final de abril, a moeda única registou uma tendência de depreciação até ao final do ano.

a queda do euro também se registou face às outras principais moedas, nomeadamente contra a libra esterlina, perante a qual se depreciou 0,5%, e face ao iene contra o qual perdeu 6,9%.

us D e G bp jp Y 1,60 140 1,40 130 1,20 120 1,00 110 0,80 0,60 100 J f m a m J J a s o N d J f m a m J J a s o N d J f m a m J J a s o N d 2009 2010 2011 usd GBP JPY Gbp usD jpY

valores médios mensais taxas De Câmbio Do euro

Dez. 08 Dez. 09 Dez. 10 Dez. 11 0,904 0,900 0,848 0,844 1,345 1,461 1,322 1,318 122,51 131,21 110,11 102,55

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nessa altura, e, em alguns casos, decretaram aumentos de taxas, dado que também a inflação acelerou em diversos blocos. ao mesmo tempo, continuaram a ser cada vez mais visíveis sinais de estabilização dos mercados de capitais, com a diminuição da aversão ao risco por parte dos investidores.

as catástrofes naturais no Japão, os conflitos no Norte de áfrica e no médio oriente e a intensificação da crise soberana na área euro (ae), sobretudo após o aumento do receio de uma reestruturação da dívida pública da Grécia, levaram, a partir do 2º trimestre, a uma diminuição da confiança dos investido-res, patente na queda de preço dos ativos de risco, isto, também, após as principais economias terem arrefecido. os bancos centrais, inclusive o fed, reduziram as suas estimativas de crescimento, enquanto que, na ae, o então Governador do Bce, Jean-claude trichet, alertava para o aumento dos riscos com a estabilidade financeira devido à crise da dívida.

o 3º trimestre de 2011 foi marcado por uma forte deterioração da confiança dos investidores, com os sinais de arrefecimento do crescimento económico e a intensificação da crise da dívida soberana. Na ae, esta ganhou novos contornos, após se ter assistido a um contágio mais visível à itália e à espanha. em certa medida, a crise propagou-se aos eua, com a subsequente diminuição do rating atribuído pela s&P de aaa para aa+, embora tal não tenha tido reflexos duradouros na confiança dos investidores na dívida pública norte-americana. os índices acionistas nos eua e na europa registaram fortes descidas, fazendo com que o 3º trimestre tenha sido o mais negativo desde o colapso da lehman Brothers.

a par do agravamento da crise da dívida soberana em espanha e na itália, o 4º trimestre de 2011 foi marcado pelo contágio a outros países do centro da europa, como a frança, a Bélgica e a holanda. a divulgação de indicadores económicos positivos nos eua e na china contribuíram, contudo, para que o sentimento de mercado recuperasse nos últimos meses do ano.

o ano de 2011 pautou-se, assim, por um comportamento volátil, no qual, de uma forma geral, as clas-ses de ativos mais defensivas exibiram ganhos, por oposição aos percecionados com maior risco, que registaram perdas.

mercado acioNista

o mercado acionista manteve, na primeira metade de 2011, a tendência de subida observada nos últimos meses de 2010, após o que encetou, no 3º trimestre, uma inversão, consequência do agravamento da situação da dívida soberana na área euro, das incertezas quanto à situação das finanças públicas nos eua e dos indícios de uma fase de abrandamento da atividade económica a nível mundial.

a retoma a que se assistiu dos indicadores económicos norte-americanos e chineses e o reforço de medidas de estímulo económico por parte das autoridades monetárias de diversos países, levou a que o mercado retomasse a tendência de subida no último trimestre. apesar disso, e das surpresas positivas a que se foi assistindo em termos do crescimento dos lucros das empresas, não foi possível encerrar o ano com valorizações positivas dos principais índices.

durante o ano, assistiu-se a momentos muito díspares de valorização. após terem estado a valorizar mais de 5%, no caso dos eua, e de 7%, no caso da europa, no final do 1º semestre, três meses depois, e também face ao início do ano, os índices daquelas regiões registavam desvalorizações de 10% e de 18%, respetivamente, assistindo-se a retornos mais negativos nos casos, por exemplo, dos países periféricos europeus. Índice variação Índice variação 2010 2011 ÍnDiCes bolsistas Dow jones (nova iorque) nasdaq (nova iorque) Ftse (londres) niKKei (tóquio) CaC (paris) Dax (Frankfurt) ibex (madrid) psi-20 (lisboa) 12 218 2 606 5 572 8 455 3 160 5 898 8 566 5 494 11,0% 16,9% 9,0% -3,0% -3,3% 16,1% -17,4% -10,3% 11 578 2 653 5 900 10 229 3 805 6 914 9 859 7 588 5,5% -1,8% -5,6% -17,3% -17,0% -14,7% -13,1% -27,6%

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em 2011, voltou a observar-se diferentes desempenhos entre regiões. entre os países desenvolvidos, a europa registou um ano de forte desvalorização dos respetivos índices acionistas, com o agravamento da crise da dívida soberana. evidenciaram-se, uma vez mais, pela negativa o ase da Grécia com uma queda de 51,9%, seguido do Psi20 em Portugal e do índice de itália, com descidas de 27,6% e 25,2%, respetiva-mente. os índices japoneses caíram 17,4%, afetados pelas catástrofes naturais que assolaram o país. Nos eua, destaque para a variação nula no ano, algo que não acontecia desde 1947.

o desempenho dos mercados acionistas emergentes em 2011 foi negativo e inferior ao das praças acionistas dos mercados desenvolvidos devido aos receios de abrandamento económico. o índice da morgan stanley para os mercados emergentes desceu 20,4%, tendo-se assistido a um comportamento uniforme, já que enquanto, na china, o índice shangai retrocedeu 21,7%, na Índia, o sensex desceu 24,6%. No Brasil, o Bovespa caiu 18,1%, e na rússia a descida do índice respetivo foi de 16,9%.

mercado oBriGacioNista

o alargamento dos spreads da dívida soberana voltou a condicionar o desempenho do mercado obrigacio-nista em 2011, afetando, igualmente, o segmento de obrigações de empresas, o qual também sofreu um aumento significativo dos spreads, em particular o setor financeiro.

as taxas de rendibilidade da dívida soberana dos países europeus mais afetados pela crise esboçaram ao longo de todo o ano, uma tendência de subida, registando sucessivos máximos históricos. a trajetória de aumento de taxas agravou-se a partir do início do segundo semestre devido à agudização da crise financeira e política na Grécia, após se ter acentuado o receio de uma reestruturação da dívida helénica.

Nos últimos meses do ano, o contágio da crise da dívida a países de maior relevância, como espanha e itália, e, posteriormente, frança, áustria, Bélgica e holanda, fizeram com que também as taxas de rendi-bilidade de longo prazo destes países averbassem registos máximos desde a criação da união económica e monetária. a subida destas taxas foi, ainda assim, atenuada pela ação do Banco central europeu (Bce), que respondeu adquirindo títulos de dívida pública através do seu programa de compra de obrigações em mercado secundário.

a reação positiva às decisões das diversas cimeiras de chefes de estado e de Governo da união europeia e da área euro revelaram-se sempre de curta duração, com a incerteza e a aversão ao risco a regressarem rapidamente.

as taxas de rendibilidade dos eua e da alemanha desceram em 2011, nos vários prazos da curva de rendimentos, algo que se verificou, também, nos países do centro da europa. a tendência de queda, por efeito de refúgio, levou a que, no final do 3º trimestre, tenham sido atingidos novos mínimos no caso das taxas norte-americanas e germânicas. a diminuição das mesmas foi muito mais acentuada na segunda metade do ano, em consequência do abrandamento da atividade económica, da agudização da crise da dívida soberana e da própria alteração de direção da política monetária por parte de diversos bancos centrais, ao adotarem, no segundo semestre, ou reforçarem, noutros casos, medidas de suporte ao crescimento económico.

as taxas de curto prazo nos eua beneficiaram, ainda, da manutenção da taxa diretora da reserva federal num nível mínimo e da expectativa de que assim permanecerá durante um prolongado período de tempo dada a indicação do fed nesse sentido. assim, após um período inicial de alguma subida, desceram para patamares historicamente baixos. Na área euro, registou-se um aumento muito mais significativo durante os primeiros três meses do ano, em consequência do aumento das expectativas de agravamento de taxas pelo Bce, que, efetivamente, se veio a materializar. No entanto, as taxas de juro de curto prazo germânicas convergiram no final do ano para um nível, inclusive, inferior às dos eua, encer-rando num mínimo histórico, beneficiando da conjuntura económica e financeira na região e, também, da atuação do banco central, que reverteu as subidas de taxas decretadas anteriormente.

as taxas de rendibilidade das maturidades longas, quer norte-americanas, quer germânicas, tiveram, ao longo de todo o ano de 2011, um desempenho sincronizado entre si. após manterem nos primeiros meses a toada de aumento que se verificava desde o verão do ano anterior, inverteram, a partir da pri-mavera, antes de estabilizarem em valores mínimos no outono. Para além de outros fatores já referidos, que condicionaram o comportamento dos mercados, beneficiaram, também, da diminuição das pressões inflacionistas, a par da incerteza quanto ao grau do arrefecimento económico.

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No cômputo do ano, e ao contrário do que sucedeu no ano anterior, assistiu-se a uma queda maior das maturidades mais longas do que nas mais curtas. Nos eua, a taxa a 2 anos averbou uma descida de 36 p.b., e a taxa a 10 anos de 142 p.b., enquanto, na alemanha, a queda de 72 p.b. nos 2 anos foi igualmente inferior aos 114 p.b. nos 10 anos.

as obrigações da dívida pública portuguesa, à semelhança do que aconteceu noutros países da pe-riferia da área euro, divergiram da evolução das taxas alemãs. assistiu-se a uma ininterrupta tendência de aumento, registando-se sucessivos máximos históricos, sobretudo, após o pedido de ajuda financeira endereçado à união europeia e ao fmi.

o alargamento dos spreads das taxas de rendibilidade dos países da periferia, e posteriormente de alguns países do centro, face às alemãs, foi função quer do aumento das taxas na periferia, que atingiram níveis máximos, quer da descida das taxas germânicas para níveis mínimos, consequência do aumento da procura por ativos de menor risco. este alargamento foi mais notório na segunda metade do ano devido à evolução da crise.

o contexto adverso teve reflexos no mercado de dívida privada, que continuou a ser afetado pelo fluxo de notícias oriundo da evolução da dívida soberana. tal foi visível quer através de um alargamento dos spreads observados nos mercados primário e secundário, quer pela maior dificuldade de acesso ao mercado por parte das empresas, em particular as emitentes de países periféricos. esta conjuntura foi especialmente visível no último trimestre, quando os spreads atingiram novos máximos e o volume de novas emissões se reduziu substancialmente.

o setor financeiro foi mais penalizado, registando um alargamento de spreads mais pronunciado do que as empresas não financeiras, tendo, inclusive, atingido no final de novembro níveis superiores aos verificados aquando da falência da lehman Brothers.

1.6. estratégia e modelo de Negócio

1.6.1. oBJetivos estratéGicos

o Grupo cGd tem mantido e, inclusivamente, reforçado a sua posição de liderança no mercado fi-nanceiro português, apresentando, em algumas variáveis, uma situação mais sustentada que os prin-cipais concorrentes para fazer face aos desafios que o atual contexto socioeconómico irá colocar à atividade financeira em Portugal. o Grupo cGd apresenta um balanço mais equilibrado do ponto de vista de transformação, um mix de funding mais estável e dependente de recursos de clientes em detrimento de recursos do mercado interbancário ou do Bce e uma melhor e mais eficaz gestão da sua carteira de ativos do ponto de vista do risco.

contudo, o Grupo cGd tem consciência de que existe um conjunto de fatores que poderão agra-var no próximo triénio as condições da atividade bancária em Portugal, como:

> a conjuntura económica recessiva em virtude do programa de ajustamento das finanças

pú-blicas;

> o aumento do nível de risco e incumprimento de dívida particular e corporativa;

> o risco de agravamento das dificuldades de acesso a funding, decorrentes de uma possível

não reabertura dos mercados de dívida internacionais e de novos downgrades das notações de

rating nacionais;

> o aumento da agressividade concorrencial dos participantes no mercado, nomeadamente, se

ocorrer a entrada de grandes bancos europeus;

> o agravamento das exigências regulatórias de capital, nomeadamente as decorrentes das

exi-gências europeias quanto à capitalização dos bancos da zona euro.

Neste contexto, e tendo presente os objetivos relativos ao Grupo cGd, definidos e inscritos no memo-rando de entendimento com a Troika, no Plano de capital e financiamento apresentado e no Programa

Referências

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