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Refletir sobre a formação dos professores acerca da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana, exigida pela Lei de 2003.

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Refletir sobre a formação dos professores acerca da História e

da Cultura Afro-Brasileira e Africana, exigida pela Lei 10.639 de

2003.

Priscila Lourenço Soares Santos

O trabalho de formação realizado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, através das suas Diretorias de Ensino Regionais, partindo deste recorte mais amplo, direcionarmos o nosso foco para analisar a Diretoria de Ensino Região Sul 1 (DER Sul 1) e as suas práticas de formação dos professores desta Diretoria, através do trabalho desenvolvidos pelos Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógicos (PCNPs) responsáveis pela formação dos professores e coordenadores pedagógicos das 90 escolas que fazem parte da jurisdição na Diretoria.

Neste trabalho estaremos realizando uma análise com o foco sobre a legislação educacional brasileira, especificamente sobre a Lei 10.639 de 2003 que alterou a Lei nº. 9394/96, a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a qual estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tornando obrigatória a Educação para as Relações Étnico-Raciais e o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, no ensino básico em todas as escolas em todo o território nacional, especialmente nas áreas de conhecimentos ligadas a Educação Artística, Literatura e História das escolas Brasileiras. Inicialmente no parecer de 2004, ele altera a lei 10.639, dizendo que a responsabilidade é de todas as matérias e não apenas da literatura, da arte e de história como está presente na lei.

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1º. O Conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da

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sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes á História do Brasil. §Os Conteúdos referentes á História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra'.

Ao observar a implementação da Lei 10.639 de 2003 percebemos a necessidade de pesquisar sobre ela quem são estes professores que estão procurando aprimorar a formação sobre a lei, como está sendo realizado o processo formativo na DER Sul 1, para desenvolver a temática, a qual segundo a lei citada, deve ser trabalhada no âmbito de todo o currículo escolar. Assim a referida pesquisa terá como foco os professores de História, Geografia, Sociologia, Filosofia, Arte, Língua Portuguesa e Professores de Educação Básica I que participaram do curso que fomenta formação sobre a lei citada.

A formação foi desenvolvida através de um curso com o nome

Lei: 10.639/2003 - Uma Reflexão sobre a História e Cultura da África e dos Afro descendentes”, com a carga horária de 60 horas anualmente oferecidos aos

professores da DER Sul 1.O curso foi oferecido gratuitamente no formato semipresencial, com encontros aos sábados, segundo a resolução Resolução SE 62, de 11-12-2017 Dispõe sobre o desenvolvimento e a oferta de cursos e orientações técnicas para os integrantes do Quadro do Magistério - QM, na conformidade das competências e atribuições estabelecidas para a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” - EFAP, pelo Decreto 57.141, de 18-7-2011, os cursos de formação complementar devem ser realizados fora do horário de trabalho dos professores público-alvo do curso no qual iremos analisar. O curso foi ofertado no segundo semestre de 2017, o processo de divulgação foi realizado via e-mail institucional das Unidades Escolares, e foram disponibilizadas 106 vagas.

A proposta de análise pretende pensar sobre a formação dos professores para a construção de práticas pedagógicas que venham a oferecer o empoderamento e maior conhecimento sobre os conteúdos do ensino de História

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africana e afro-brasileira para ministrarem suas aulas com os conhecimento obtidos nas formações e cursos.

A pesquisa utilizou como levantamento de dados um questionário encaminhado via Google Formulários, para professores inscritos, para realizarem curso. As perguntas realizadas aos professores buscavam traçar um perfil desses professores e quais suas expectativas e, seus objetivos em relação ao curso, além e questões referentes à formação sobre a lei 10.639 de 2003.

Boa parte dos professores participam destes cursos e formações em função da ausência de práticas e espaços consistentes no âmbito escolar acerca do que prevê a Lei 10639/03, apesar dos seus 15 anos de promulgação. Nossa hipótese é de que a realização de atividades sobre o tema África fica atrelada, ainda a alguns atos isolados de militantes da causa negra, que no universo de 90 unidades escolares da DER Sul 1 não é suficiente para estabelecer a formação necessária para todos os professores e principalmente desenvolver situações de aprendizagem relevantes para os alunos.

Um outro trecho deste trabalho é compreender os processos de ensino aprendizagem que os professores desenvolvem nas escolas, acerca Lei 10.639/03, no decorrer do curso oferecido no âmbito da DER Sul 1. Além de analisar os perfis e as razões que levam os professores a participar de tal curso. Fechando o nosso recorte de análise buscaremos, também examinar se o curso, está atendendo ao que recomenda a Lei 10.639/03 para implementação nas escolas estaduais onde atuam estes profissionais.

A Lei 10.639 de 2003, que fez no último dia 9 de janeiro de 2018

aniversário de 15 anos, tornando obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira no Brasil. Que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para implantar a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental e Médio. Devemos refletir sobre esta implementação nas escolas, pois foi uma conquista de movimentos organizados da sociedade civil, principalmente do movimento negro, porém sua implementação está cercada de mistério, pois cada

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instituição terá que implementar ela sem uma diretriz. Com passar do tempo já encontramos professores formados pelas universidades para ministrar este conteúdo, porém mesmo após estes 15 anos um dos principais obstáculos que serão apresentados no texto na formação de quem deve passar esse conhecimento adiante. Devemos refletir sobre esta formação de professores para que os mesmos possam desenvolver estes conteúdos em suas aulas.

Segundo MUNANGA (2005), a formação continuada de professores para trabalhar na educação básica elaborando suas aulas com os temas da Lei 10.639 de 2003, oferecendo para aqueles que não possuem em sua base estudos e aprofundando para aqueles que já possuem uma base, a importância de realizar reflexões que contemplem a História da África, Cultura do Negro no Brasil. A própria história do negro, por exemplo, acaba sendo ensinada nas escolas apenas como a história de escravidão e da colonização da África; o grande problema colocado em evidência pela legislação que ampara a prática destes temas e reflexões na escola brasileira. Uma quantidade considerável de professores por não possuir a formação adequada tende a desenvolver um trabalho utilizando essa única perspectiva da história do povo negro, tende a reforçar a história e visão dos europeus. Tal trabalho, não ocorre exclusivamente pela falta de entendimento teórico em relação a questão, porém também porque o estudo sobre estas temáticas implica em um grande desafio de revelar o “mito da democracia racial”.

A lei é um marco importante para a história, e tem o propósito não apenas de mudar um foco etnocêntrico da educação brasileira marcada de raiz europeia de sua colonização, mas também para apresentar um olhar histórico africano dos negros os quais estão presentes no Brasil e auxiliaram e auxiliam na formação da identidade do povo brasileiro.

No contexto brasileiro atual cabe aos educadores e pesquisadores pensar e oferecer um olhar crítico aos currículos escolares onde o negro sempre foi apresentado como escravos, como também nos livros de História, que ao constituírem-se como críticos devem ser vistos por meio de um olhar capaz de apresentar a diversidade cultural dos povos negros presentes no Brasil, e ainda,

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a questão racial (racismo), social e a participação política e econômica dos negros para a formação do Brasil, desmistificando o “mito da democracia racial”, ainda muito presente na formação dos alunos. Por isso é necessário dar destaque a essa conquista referente a Lei 10.639 de 2003 para a educação brasileira, que inicialmente não foi aceita passivamente pela sociedade de maneira geral, pois passou por uma série de ações realizadas pelos movimentos negros que lutaram para que esta lei fosse sancionada.

Estes grupos acreditam que com esta lei na educação básica nas escolas será possível apresentar de outra forma a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos estabelecimentos de ensino.

Esta inclusão que está acontecendo pela educação e modificações nos seus currículos escolares, e estes conteúdos têm sido alvo de estudo de muitos autores que estão analisando está inclusão dentre eles Bernard (2005) menciona da necessidade de diretrizes que orientem a formulação de projetos empenhados na valorização da história e cultura dos afros brasileiros e dos africanos, e também comprometidos com a educação de relações étnico raciais positivas, que tais conteúdos devem produzir.1

Por este motivo devemos sempre refletir sobre essa inclusão, pois a autonomia dos estabelecimentos de educação permitida a Lei 10.639 de 2003 em relação à formação e matérias didáticos como livros, filmes, revistas e apostilas para ser desenvolvido os conteúdos da Lei. Assim devemos pensar como está sendo ampliadas tais temáticas nos projetos pedagógicos das unidades escolares e pelos governos estaduais e municipais pelo Brasil.

De acordo com a Lei que altera as Diretrizes, o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e a educação das relações étnico-raciais. Para ministrar os conteúdos que são previstos pela Lei nas unidades escolares

1 BERNARD, François. Por uma redefinição do conceito de diversidade cultural. In: BRANT, Leonardo.

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espera-se os professores realizem atividades utilizando o currículo oficial ou não da unidade escolar, pois existem muitos resquícios da cultura negra em nossa sociedade e principalmente na cultura popular.

O professor deve possuir o domínio do conteúdo para ministrar as aulas sobre esta temática com metodologias de ensino e estratégias diferenciadas como, por exemplo, a capacidade de ministrar as aulas em salas de informática, brinquedotecas e salas de leitura ou bibliotecas das escolas para a partir do conteúdo que o professor conhece, seja possível elaborar um plano de aula para melhor desenvolver seu trabalho com os alunos e eles por sua vez possam adquirir um maior conhecimento por meio desse processo de aprendizagem. Assim a formação e capacitação do professor para trabalhar com a referida lei foi desenvolvida autonomamente por cada estado ou município do Brasil, com conteúdo capaz de construir uma reflexão de acordo com a necessidade da sua região.

Os currículos anteriores a Lei necessitam ser revistos, principalmente os currículos das faculdades de Licenciaturas e da Pedagogia, para desenvolver outro olhar nos novos professores sobre a temática que irão trabalhar com a educação básica como Gomes (2012) menciona:

A implementação da Lei nº 10.639/03 depende não apenas de ações e políticas intersetoriais, articulação com a comunidade e com os movimentos sociais, mudança nos currículos das Licenciaturas e da Pedagogia, mas também de regulamentação e normatização no âmbito estadual e municipal, de formação inicial, continuada e em serviço dos profissionais da educação e gestores(as) do sistema de ensino e das escolas. (GOMES, 2012, p. 24 e 25)2

No Estado de São Paulo a Secretaria de Educação (SEE-SP), possui em sua estrutura organizacional um órgão responsável pela formação dos docentes, a chamada Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP), que

2GOMES, Nilma Lino. (Org) Práticas pedagógicas de trabalho com relações étnicoraciais na escola na

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vigorou de 1976 até 2010, atualmente este órgão foi reestruturado e dividido em duas novas Coordenadorias: Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores (EFAP) e Coordenadoria de Gestão do Ensino Básico (CGEB) que a partir de 2010, assumirão a formação dos professores e gestores das escolas estaduais. 3

Estas Coordenadorias têm como objetivo a formação continuada dos docentes da rede, porém diretamente a SEE-SP nunca realizou uma formação sobre a temática observada na Lei 10.639 de 2003, direta para os professores. Essas coordenadorias apenas realizaram formações para os Professores Coordenadores da Oficina Pedagógica de História (PCOPs), das 91 Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo, em 2010, um curso de 32 horas presenciais e para os PCOPs responsáveis pela Educação Étnico Racial e, no ano de 2013 para os Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico (PCNPs) foi realizado um novo curso a distância com carga horária de 60 horas.

Na prática, a SEE-SP abordou em documento que busca oferecer e nortear a formação aos PCNPs sobre a Lei 10.639 de 2003, pois eles devem repassar estas formações, através de cursos e orientações técnicas para os professores e gestores das unidades escolares de suas respectivas Diretorias de Ensino.

Os PCNPs têm autonomia para decidir se vão realizar ou não estas formações para os professores em sua Diretoria de Ensino, pois os mesmo tem que atender outras demandas da Diretoria de Ensino e da SEE-SP além de responder também as questões étnicos raciais.

Para desenvolver as formações junto aos docentes das Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo existe uma legislação vigente que regulamenta a quantidade e período de realização dessas formações. Na resolução SE 61,

3 SÂO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. A nova estrutura administrativa da Secretaria da Educação

do Estado de São Paulo: por uma gestão de resultado com foco no desempenho do aluno / Secretaria da Educação; coordenação e execução, Sebastião Aguiar; edição final, Cesar Mucio Silva. - São Paulo: SE,

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de 6-6-2012, que dispõe sobre Orientações Técnicas realizadas pelos órgãos centrais e regionais, de que trata da Resolução SE 58, de 23.8.2011, conforme:

Resolução SE 61, de 6-6-2012

O SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO, à vista do que lhe representaram os Coordenadores da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo – EFAP e das Coordenadorias de Gestão da Educação Básica - CGEB, de Gestão de Recursos Humanos - CGRH, de Infraestrutura e Serviços Escolares - CISE, de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional – CIMA e de Orçamento e Finanças - COFI, e considerando a necessidade de uniformizar os procedimentos de implementação de Orientações Técnicas, realizadas no âmbito de atuação dos órgãos centrais ou regionais da Pasta, de que trata o artigo 8º da Resolução SE 58, de 23.8.2011.

Resolve:

Artigo 1º - Todas as Orientações Técnicas programadas pelos órgãos centrais ou regionais desta Pasta, que visam a subsidiar a atuação de servidores na implementação de diretrizes, metodologias, procedimentos e/ou práticas técnico-pedagógicas, curriculares e administrativas da educação básica, deverão ser organizadas e implementadas na conformidade do disposto na presente resolução. Artigo 2º - Para fins do que dispõe esta resolução, entende-se por Orientação Técnica todo e qualquer espaço de reuniões de caráter pontual, sistemático ou circunstancial, que objetive o aprimoramento da prática profissional do servidor, com vistas a subsidiá-lo com informações específicas que aperfeiçoem seu desempenho.

Artigo 3º - As atividades propostas para cada Orientação Técnica deverão totalizar, no mínimo, 4 (quatro) e, no máximo, 8 (oito) horas diárias, podendo ser realizadas em horário regular de trabalho dos servidores envolvidos, sendo que, no caso de Orientação Técnica destinada a docentes em sala de aula, seu desenvolvimento não poderá exceder a 1 (um) dia de atividades por trimestre.

Artigo 4º - A participação do servidor em Orientação Técnica, organizada por órgão central ou por Diretoria de Ensino e que, em função de sua especificidade, demandar mais de 1 (um) dia de atividades, dentro do prazo de 1 (uma) semana, deverá ser previamente autorizada pelo superior imediato do servidor.

Parágrafo único – A prévia autorização do superior imediato do servidor será igualmente necessária no caso de a Orientação Técnica estar sendo programada para se realizar em local diverso daquele que abriga o órgão/unidade que a promoverá.

Nesta resolução são apresentados os órgãos responsáveis pelas formações dos professores da Rede Estadual de Ensino de São Paulo, os órgãos são: Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores "Paulo Renato Costa Souza" (EFAP) e as Diretoria de Ensino Regionais(DER) que são órgãos

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descentralizados de formação. Ambos órgãos citados, enfrentam os problemas dos quais ficam evidentes para quem realiza a leitura desta resolução no que se refere às formações aos professores. No artigo 3º apresentado na referida resolução, os horários e quantidade de formações que o servidor pode realizar por ano, apenas 3 por trimestre, outro problema que cabe destaque está no artigo 4º, fica a cabo da (o) superior do professor autorizar à participar da formação na DER no horário de trabalho dele, mesmo o professor sendo convocado para participar da formação, pode ser que não tenha autorização para participar na mesma.

Estes são os principais entraves para realizar formação dos professores na Educação do Estado de São Paulo, as quantidades de formações são insuficientes para realizar uma formação sobre a Lei 10.639 de 2003 pela equipe de Orientação Técnica (OT). A formação dos professores é extremamente essencial para que esta lei seja implementada nas escolas brasileiras segundo Arroyo (2007):

É dever do Estado, através de políticas de Estado garantir o direito à cultura, identidade, diversidade dos coletivos étnico-raciais. É dever do Estado eliminar toda forma de racismos instituídos. Insistir numa espécie de conversão dos educadores, limpando de sua mente todo tipo de resquício de racismo sem elevar esses processos ao nível de políticas de Estado pode revelar uma visão do racismo apenas personalizado nos agentes escolares, nos produtores de material ou nas editoras, perdendo de vista os perversos processos estruturais que o produzem e reproduzem, nas estruturas de poder, nas políticas, nas estruturas da sociedade, no sistema normativo e legal. (ARROYO, 2007, p. 115)4

Quando o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2009), foi estabelecido, ele trouxe as atribuições para os sistemas de ensino tanto no âmbito financeiro e também no

4 ARROYO, Miguel. A pedagogia multirracial popular e o sistema escolar. In: GOMES, Nilma Lino

(Org.) Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p.115.

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fornecimento de materiais às escolas, aos professores e aos alunos para trabalharem com as relações étnico raciais, uma questão recorrentemente especial levantada na formação dos professores, a escassez de materiais adequados para desenvolver atividades necessárias nas unidades escolares.

Pensando nisso, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo criou no ano 2012 o Núcleo de Inclusão Educacional (NINC), responsável pelos outros grupos de alunos que necessitem de atenção e recursos didáticos específicos, como Educação Quilombola ou alunos em privação de liberdade e em cumprimento de medida socioeducativa, além de cuidar das questões étnico raciais e educação indígena.

Este Núcleo iniciou uma formação com os PCNPs interlocutores e supervisores responsáveis pelo trabalho sobre as questões Étnico Raciais das Diretoria de Ensino e elaboração de materiais para implementar a Lei nas escolas estaduais de São Paulo, porém da mesma forma que os outros órgãos de formação também realizam formação apenas à distância por videoconferências para estes interlocutores. Assim, esta formação dos professores fica cada vez mais sob a responsabilidade dos PCNPs e dos supervisores de ensino das Diretorias de Ensino.

A formação inicial dos professores realizada pelas universidades muitos professores realizaram esta formação antes da obrigatoriedade do ensino de cultura e história Africana e Afro-brasileira então não tiveram este conteúdo na universidade, assim essencial a continuada promovida pela Secretaria de Educação para preparar esses professores. Quando pensamos na formação realizada pela Secretaria de Educação podemos verificar não resolve os problemas de formação do professor, para os professores da rede pública estadual, assim os professores procuram formação externas sobre a temática em outras instituições, pois é muito limitado esta formação realizada pela Secretaria de Educação.

A Diretoria de Ensino Região Sul 1, realiza anualmente no segundo semestre um curso sobre a lei 10.639 de 2003, para a formação continuada dos

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professores da Diretoria e esta formação é realizada fora do horário de trabalho dos professores e por adesão do professor.

Assim, ao verificar se os professores sentiam-se preparados para abordar os conteúdos voltados para a temática étnico-racial, se possuem a formação para desenvolver o conteúdo nas suas aulas, é importante esta pesquisa com os professores para estabelecer um olhar sobre estas aulas e sobre a formação que está sendo ministrada aos professores da Diretoria de Ensino.

O curso realizado pela Diretoria de Ensino denominação do curso: “Lei: 10.639/2003 - Uma Reflexão sobre a História e Cultura da África e dos Afro descendentes”. - Semipresencial - Carga Horária: EAD: 45 Hora(s) Presencial: 15 Hora(s) Total: 60 Hora(s). Publicação em Diário Oficial do Estado de São Paulo de Portaria de autorização da realização do curso 06/09/2016 data da publicação D.O.E.: 07/09/2016 teve com inscrito 196 professores, porém apenas 60 professores realizaram o curso conforme o regulamento do curso. período de realização do curso de 24/09/2016 até 10/11/2016.

Os conteúdos dos módulos do curso unidade 1 - Lei 10.639/03 História e Cultura da África e dos Afro descendentes e materiais sobre esta temática nas unidades escolares. Unidade 2 -Descobrindo Identidade negra através da música. Unidade 3 - História do negro no Brasil e trabalho com o museu. Unidade 4 - Territórios negros na cidade de São Paulo e Religiões Afro brasileiras. Cada professor com atividade final deve realizar um plano de aula sobre um dos tema desenvolvidos no curso.

Os conteúdos ministradas na formação em questão tem como objetivo realizar uma preparação do professor um novo olhar sobre as questões da cultura Africana e afro brasileira com o foco no trabalho sobre a Lei 10.639 de 2003, porém verificamos que curso com poucas vagas não soluciona os problemas da formação e do trabalho de desenvolver o conteúdo.

O enfoque foi sobre a preparação dos professores para trabalhar com as questões étnico racial é um fator importante principalmente diante das mudanças que surgiram à partir da aprovação da lei 10.639 de 2003, o desafio

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para esta formação dos professores estaduais pela legislação que eles são submetidos para obter uma formação.

O fato é que a lei 10.639 de 2003 que, estabelece a obrigatoriedade do ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira nos estabelecimentos da educação básica no Brasil, não e trouxe para os professores que iram ministrar este conteúdo uma formação adequada ou obrigatoriedade dos professores que já são formados participaram de um curso de formação para trabalhar desta forma.

A Secretaria de Educacao do Estado de São Paulo e as Diretoria de Ensino Região Sul 1, não realizaram formação para os seus formadores de professores para desenvolver este trabalho sobre a lei, e com as resoluções atuais sobre formação de professores limita esta formação continuada dos mesmo em pouca formação sobre a temática, foi observado a necessidade formações a respeito da lei, pois os professores não se sentem preparados para ministrar este conteúdo em suas disciplinas, além de manifestarem o desejo que realizar um curso pela Secretaria de Educação sobre o temática.

Para combater isso, o elemento chave é a formação do professor que ministra suas aulas e ainda, a conscientização do mesmo em relação a necessidade de educar gerações críticas e conscientes do preconceito. Para isso, os professores devem conhecer a lei pra ministrar conteúdos referentes a mesma legitimando-a.

Assim, fica cada vez mais evidente que a base de tudo deve ser a formação do professor com a legislação da Secretaria de Educação de São Paulo como do poder públicos para capacitar os professores e profissionais da educação, de modo que, esses possam vivenciar junto à suas escolas da lei 10.639/200 e do respeito às diferenças, possibilitando o desmonte histórico das estratégias discriminatórias e disseminadas na escola.

Por fim, cabe ressaltar, e mais uma vez, a importância da lei 10.639 de 2003 para a valorização da cultura afrodescendente por meio de uma

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representação e prática positivas. Esta forma de se transmitir a cultura só será possível se os professores realizarem capacitações com o foco na valorização da cultura afrodescendente dissolvendo o “mito da democracia racial” que os professores foram formados na sua face.

A legislação vigente de formação no Estado de São Paulo não auxilia nesta formação da lei 10.639/03 sendo assim necessária alteração na legislação para a formação dos professores estaduais, para que estes professores que durante a pesquisa manifestaram o desejo de realizar mais formação para trabalhar com esta temática.

Referências

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