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A Internet e o sistema de justiça

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A questão da prova digital

17 de Maio de 2012

A Internet e o sistema de justiça

Docente: Doutora Maria Eduarda Gonçalves Discente: Edgar Rodrigues, n.º 001137 Direito da Comunicação

(2)

´(VWDPRV nos anos iniciais de um tempo que chamo de ´GpFDGD GLJLWDOµ ² uma era em que os computadores deixarão de ser meramente úteis para se tornar uma parte significativa e indispensável de nossa vida diária.µ

(3)

Plano de exposição

3

y As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC);

y Múltiplas formas de execução dos crimes informáticos:

¾ a informática como meio para a prática de crimes;

¾ a informática como elemento integrador do tipo legal.

y A prova digital (noção);

(4)

Plano de exposição

y Violação dos direitos fundamentais?

y Cibercrime, fontes:

¾internacionais; ¾nacionais.

y Cibercrime:

¾Lei n.º 32/2008, de 17 de Julho;

¾Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro (Lei do Cibercrime); ¾meios de obtenção da prova digital.

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As novas tecnologias da informação e da

comunicação

5

y As diferentes, vias utilizadas nas comunicações actualmente

resultam da enorme evolução técnica que se difundiu a partir da década de 80 do século passado.

y Deste modo, essa evolução trouxe modificações a nível do

próprio Direito enquanto sistema de regulação social.

y As NTIC têm apresentado enormes potencialidades que

concedem uma margem amplíssima à imaginação e, deste modo, à actuação dos agentes dos cibercrimes.

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Múltiplas formas de execução dos crimes

informáticos

y A informática como meio para a prática de crimes:

Spyware , vírus trojan horses, hackers

worms DoS- Denial of Service

mailbombing ** Logic bombs

y Neste sentido, as NTIC podem ser utilizadas enquanto

(7)

Múltiplas formas de execução dos crimes

informáticos

7

y Alguns exemplos:

¾ A generalidade dos crimes contra a honra (injúrias ou

difamação);

¾ As tecnologias da informação e comunicação podem ser

utilizadas para a cópia ilegal de obras protegidas por direitos de autor;

(8)

Múltiplas formas de execução dos crimes

informáticos

¾ Dano relativo a programas ou outros dados informáticos; ¾ Sabotagem informática;

¾ Acesso ilegítimo;

¾ Intercepção ilegítima;

(9)

Múltiplas formas de execução dos crimes

informáticos

9

y A informática como elemento integrador do tipo legal:

y O Estado passou a entender que determinados produtos ´LQIRUPiWLFRVµ mereciam

protecção equivalente à dada a bens corpóreos.

y Deste modo, protegem-se por Direitos de Autor quer os programas de computador, quer

as bases de dados electrónicas.

y A lei entendeu proteger estes bens imateriais tipicamente informáticos através de crimes

cujo tipo legal incide exclusivamente sobre um ´objecto LQIRUPiWLFRµ.

y Todavia o bem jurídico protegido não é exclusivo da realidade informática.

y Os crimes contra programas de computador ou bases de dados criativas visam proteger os

Direitos de Autor, enquanto direito fundamental do criador intelectual, tal como previsto no CDADC.

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Múltiplas formas de execução dos crimes

informáticos

y A própria segurança e liberdade de utilização das NTIC, enquanto meios de relacionamento económico e social caracterizador da Sociedade da Informação, passaram a integrar os fins de segurança, liberdade e bem estar protegidos pelo Estado.

y Neste sentido, a Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro (Lei do Cibercrime), tipifica uma série de crimes cujo bem jurídico protegido é claramente a segurança e liberdade de utilização das tecnologias da informação e comunicação.

(11)

O que é a prova digital?

11

y

A prova digital pode definir-se como «qualquer tipo de

informação, com

valor probatório

,

armazenada

[em

repositório electrónico-digitais de armazenamento]

ou

transmitida

[em sistemas e redes informáticas ou redes

de comunicações electrónicas, privadas ou publicamente

acessíveis], sob a

forma binária ou digital

».

(12)
(13)

Particularidades da prova digital

13 Não é física É volátil É facilmente adulterável Nem sempre se encontra no local da prática do crime Está frequentemente no domínio de terceiros A sua busca, preservação,

obtenção, análise, tratamento e apresentação implicam conhecimentos e meios técnico-informáticos. PROVA DIGITAL

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Violação dos direitos fundamentais?

Conquanto, a investigação criminal relativa à prova digital é profundamente agressiva de direitos fundamentais pessoalíssimos:

¾ direito à palavra; ¾ direito à imagem;

¾ direito à reserva da intimidade da vida privada e familiar; ¾ Art.34.º C.R.P.

(15)

Segurança da prova digital

15

¾ A prova digital é pouco segura quer quanto à autoria, quer quanto à genuinidade. ¾ O D.L. n.º 290-D/99, de 02 de Agosto, alterado pelo D.L. n.º 62/2003, de 03 de

Abril, regula:

¾ a validade;

¾ a eficácia e o valor probatório dos documentos electrónicos; ¾ a assinatura electrónica.

Contudo, as incertezas sobre a autoria e a genuinidade dos documentos digitais resultam de causas técnicas, não podendo ser colmatadas por lei, pelo que sempre permanecerão.

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Medidas de simplificação da investigação

criminal da prova digital

y Deste modo, qualquer limitação, feita por lei ou com base na

lei, deve ser adequada, necessária e proporcional.

Princípio da proibição do excesso

(17)

Cibercrime, fontes

17

y Internacionais:

¾ Convenção de Budapeste de 23 de Novembro de 2001

(convenção sobre o cibercrime do Conselho da Europa);

¾ Decisão-Quadro n.º 2005/222/JAI do Conselho, de 24 de

Fevereiro de 2005, atinente a ataques contra os sistemas de informação.

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Cibercrime, fontes

y Nacionais: ¾ Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro; ¾ Lei n.º 7/2004, de 07 de Janeiro; ¾ Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro; ¾ Lei n.º 41/2004, de 18 de Agosto; ¾ Lei n.º 176/2007, de 08 de Maio; ¾ Lei n.º 32/2008, de 17 de Julho;

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Lei n.º 32/2008, de 17 de Julho

19

y A Lei n.º 32/2008, de 17 de Julho, impõe aos fornecedores de

serviços de comunicações electrónicas, publicamente disponíveis ou de uma rede pública de comunicações, a obrigação de conservarem pelo período de um ano, os dados necessários para:

¾encontrar e identificar a fonte de uma comunicação;

¾encontrar e identificar o destino de uma comunicação;

¾identificar a data, a hora e a duração de uma comunicação;

¾identificar o tipo de comunicação;

¾identificar o equipamento de telecomunicações dos utilizadores, ou

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Lei do cibercrime: Lei n.º 109/2009, de 15

de Setembro

y A Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro, é cumulativa com a Lei n.º

32/2008, de 17 de Julho, e ambas são ainda cumulativas com o D.L. n.º 7/2004, de 07 de Janeiro;

y Introduziu e ampliou diversos conceitos jurídico-informáticos, não se

confinando a rever os tipos legais substantivos de crimes informáticos anteriormente previstos na Lei n.º 109/ 91, de 17 de Agosto;

y Alargou os tipos incriminadores dos cibercrimes que antes se encontravam

(21)

Lei do cibercrime: Lei n.º 109/2009, de

15 de Setembro

21

y Estabeleceu diversas medidas processuais de obtenção de prova

digital,assim como de combate ao cibercrime;

y Consagrou várias obrigações para terceiros, nomeadamente às

operadoras de comunicações, com intuito de preservar a apresentação de prova digital;

y Determinou diversas medidas de cooperação internacional no

que diz respeito à obtenção de prova digital e ao combate à criminalidade informática.

(22)

Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro ² regime

processual penal geral de obtenção de prova

digital

y No direito civil não existe um regime especial atinente à prova digital (excepção do D.L. n.º 290-D/99, de 02 de Agosto).

y No C.C. e no C.P.C. aplicam-se as normas do direito probatório geral, especificadamente as concernentes:

¾ à prova documental; ¾ à prova pericial.

y Integração das normas no C.P.P.:

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Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro ² regime

processual penal geral de obtenção de prova digital

23

Artigo11.º

Âmbito de aplicação das disposições processuais

1- Com excepção do disposto nos artigos 18.º e 19.º, as disposições processuais previstas no presente capítulo aplicam-se a processos relativos:

a) Previstos na presente lei;

b) Cometidos por meio de um sistema informático; ou

c) Em relação aos quais seja necessário proceder à recolha da prova em suporte electrónico.

2- As disposições processuais previstas no presente capítulo não

(24)

Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro ² regime

processual penal geral de obtenção de prova digital

y Algumas medidas de índole processual:

¾ Art. 12.º - ´3UHVHUYDomR expedita de GDGRVµ;

¾ Art. 13.º - ´5HYHODomR expedita de dados de WUiIHJRµ;

¾ Art. 14.º - ´,QMXQomR para apresentação ou concessão de acesso

(25)

Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro ² regime

processual penal geral de obtenção de prova digital

25

¾ Art. 15.º - ´3HVTXLVD de dados LQIRUPiWLFRVµ; ¾ Art. 16.º - ´$SUHHQVmR de dados LQIRUPiWLFRVµ;

¾ Art. 17.º - ´$SUHHQVmR de correio electrónico e registos de

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Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro ² regime

processual penal geral de obtenção de prova digital

y No que concerne às medidas de cooperação internacional, evidenciam-se:

¾ Art. 22.º- ´3UHVHUYDomR e revelação expeditas de dados informáticos em

cooperação LQWHUQDFLRQDOµ;

¾ Art. 24.º - ´$FHVVR a dados informáticos em cooperação LQWHUQDFLRQDOµ; ¾ Art. 25.º - ´$FHVVR transfronteiriço a dados informáticos armazenados

(27)

27

Embora esta miríade de diplomas assegurarem a sujeição das

medidas que prevêem os princípios da necessidade e da

proporcionalidade,

revelam-se muitíssimo securitários:

‡ pela extensão dessas medidas agressivas, intrusivas, secretistas e desleais;

‡ pela sua extensibilidade indiscriminada a ilícitos axiologicamente diferenciados;

(28)

Considerações finais

y As acções de investigação criminal relativas à prova digital

exigem aprofundados conhecimentos informáticos e, muitas vezes, meios técnicos e tecnológicos de ponta.

y Urge validar a autoria dos documentos electrónicos, pois só

assim será possível garantir (com maior segurança), que um determinado documento foi gerado e/ou alterado pelo utilizador em questão.

(29)

Considerações finais

29

x Traduzem-se em medidas agressivas, intrusivas, secretistas e

desleais relativamente aos Direitos Fundamentais das pessoas contra quem se pretende utilizar os dados em causa.

y Exige-se especial cautela por parte do julgador na apreciação

das provas digitais, nomeadamente as indiciárias, dada a fragilidade desta prova.

(30)

´«a justiça, uma vez que formulou a acusação, está firmemente

convencida da culpabilidade do acusado e que dificilmente se pode DOWHUDUµ.

Franz Kafka, O Processo

´ De que falarão o maior génio da informática do nosso tempo, Bill Gates e o seu pai advogado? Dos problemas que a informática coloca ao direito? Ou dos problemas que o Direito coloca à ,QIRUPiWLFD"µ

Referências

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