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Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN

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REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE: UM ESTUDO SOBRE A REALIDADE DO RECÔNCAVO BAIANO. Autores1: Heleni Ávila Bárbara Assunção Mayse Andrade Crislane Silva Najara Amaral Luciana Fernandes

Resumo: Este artigo é resultado de pesquisa acadêmica sobre a rede de serviços de saúde de 10 municípios situados na Região do Recôncavo Baiano, observando, em especial, aspectos ligados a forma de gestão, forma de contratação/qualificação dos profissionais, dentre outros. O ponto de partida é o cenário sócio econômico e político do Recôncavo, lócus da pesquisa e onde está localizada a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Serão apresentados aqui, dados preliminares, pois a pesquisa encontra-se em curso.

Palavras-chave: Serviços de saúde, Recôncavo, Saúde Pública.

INTRODUÇÃO

Este texto é fruto de pesquisa acadêmica que teve origem no projeto de pesquisa e extensão em políticas públicas de saúde, vinculado ao CAHL – Centro de Artes Humanidades e Letras – CAHL, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB2, realizada por discentes do curso de Serviço Social.

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Heleni de Ávila – Assistente Social, Advogada, Professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Conselheira do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, País – Brasil, e-mail – heleni@cfess.org.br, tel: 557192667986; Barbara Assunção – estudante do 4º período do curso de serviço social da UFRB, País – Brasil, e-mail – barbaraleela@hotmail.com, tel: 557592044395; Mayse Andrade – estudante do 2º período do curso de serviço social da UFRB, País – Brasil, e-mail – mayse_andrdade@hotmail.com, tel: 557592083035; Crislane Isabela da Silva – estudante do 4º período do curso de serviço social da UFRB, País – Brasil, e-mail – crislaneisabela@hotmail.com, tel: 557591103555; Najara Amaral – estudante do 4º período do curso de serviço social da UFRB, País – Brasil, e-mail – najaraseso@gmail.com, tel: 557591765257; Luciana Fernandes – estudante do 4º período do curso de serviço social da UFRB, País – Brasil, e-mail – luhseso@gmail.com, tel: 557591724428

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O curso de Serviço Social está no Centro de Artes Humanidades e Letras – CAHL, que fica localizado no município de Cachoeira.

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O artigo busca problematizar a situação da rede de serviços de saúde de 06 (seis) dos 10 (dez) municípios que compõem a pesquisa e que estão situados na região do Recôncavo3 baiano, bem como apontar possibilidades para os desafios identificados no presente estudo.

A abordagem parte das configurações do cenário da Região do Recôncavo, local onde está localizada a UFRB4 e lócus da pesquisa para em um segundo memento fazer algumas reflexões acerca da política nacional de saúde materializada através do SUS, em seguida análise dos dados da pesquisa e conclui com os desafios postos a consolidação do SUS.

A pesquisa encontra-se em fase de conclusão. Neste artigo se tomará como referência inicial seis (06) municípios, entretanto, vale salientar que o restante dos municípios que compõem a região será incluído em uma segunda etapa do trabalho. Para a sua execução optou-se por trabalhar a metodologia referenciada nas concepções da pesquisa qualitativa das Ciências Sociais, pautada em uma perspectiva crítico-analítica. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com liberdade de narrativas com seis (06) gestores municipais de saúde.

Assim, o presente estudo apresenta relevância, pois, pretende com a avaliação da rede de serviços de saúde dos municípios do Recôncavo, fornecer subsídios para aperfeiçoamento das gestões do SUS em cada um dos municípios que englobaram a pesquisa.

O RECÔNCAVO BAIANO E A UFRB

3 Compõem a região do Recôncavo os seguintes municípios: Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Castro Alves,

Conceição do Almeida, Cruz das Almas, Dom Macêdo Costa, Governador Mangabeira, Maragogipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Santo Amaro da Purificação, Santo Antonio de Jesus, São Felipe, São Félix, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Sapeaçu, Saubara e Varzedo. Esta região responde hoje por 12,67% do Produto Interno Bruto da Bahia. (SEPLAN, 2004).

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A UFRB foi criada através da Lei nº 11.151, de 29 de julho de 2005, por desmembramento da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, tendo sede e foro na cidade de Cruz das Almas e unidades instaladas nos municípios de Cachoeira, Cruz das Almas, Santo Antonio de Jesus e Amargosa.

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O Recôncavo5, segundo Pedrão (2007) é uma região onde se concentram relações econômicas e políticas conflitivas, que surgem das novas formas de concentração de poder econômico: a predominância indiscutida da influência da produção de petróleo e derivados e a renovação da produção canavieira. Para Pedrão (1998), o Recôncavo baiano de meados do século XVI a ao início do século XVIII, atravessou ciclos de prosperidade e retração que sustentaram o sistema escravista colonial brasileiro. Acrescenta (2007), ainda, que essa região foi criada pelos interesses do capital mercantil já internacionalizado em busca de meios materiais para expandir-se, que se instalou em Salvador e que o bloco regional de poder foi formado de uma aliança entre os interesses mercantis de Salvador com os da oligarquia açucareira, com menor participação da oligarquia pastoril, cuja ligação com o controle das terras de cana-de-açúcar é um fato inquestionável.

Entre o final do século XIX e início do século XX, a economia do Recôncavo passa por um processo de desorganização de seus arranjos produtivos e uma conseqüente atrofia, sem condições de enfrentar a pobreza e estagnação na sua produção.

Segundo Nascimento (2010), o Recôncavo, segundo a nova territorialização proposta pelo Governo do Estado – Território de Identidade, é composto por 20 municípios e dentre estes destaca-se o município de Cachoeira, cidade onde se localiza um dos Campi da UFRB. O curso de Serviço Social está localizado nesse local, junto com outros cursos6 que fazem parte do Centro de Artes, Humanidades e Letras – CAHL.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

Nos anos 80, após quase duas décadas de Ditadura Militar, teve inicio no Brasil o processo de redemocratização. Este processo foi marcado na área de saúde por um grupo de militantes da saúde que lutavam pela implantação da Reforma Sanitária no

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O Recôncavo da Baía de Todos os Santos é uma região 9.800 km2 em forma de crescente em torno dessa baía, que foi a principal sede da produção açucareira na Bahia – conquanto certamente não a única – e sede exclusiva de uma produção fumageira especializada – do fumo Brasil-Bahia – além de sede, também, da primeira produção petroleira do país. Reconhecidamente uma região muito urbanizada no período colonial, o Recôncavo tem marcada presença nos planos cultural e político do país.

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O CAHL é composto pelos seguintes cursos: Cinema e Audiovisual; História Museologia, Comunicação e Jornalismo, Ciências Sociais, Gestão Pública e Serviço Social.

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país e pela luta de vários segmentos e setores da sociedade civil, que culminou com a promulgação da Constituição de 1988, considerada a “Constituição Cidadã) e na criação do Sistema Único de Saúde – SUS.

A saúde na Constituição Federal é vista como um Direito do cidadão e um Dever do Estado, sendo considerada um Direito Fundamental do ser humano, devendo o Estado dar condições ao seu pleno exercício. Neste sentido, ela é vista como um conjunto de fatores determinantes e condicionantes, tais como: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho e renda, educação, transporte, lazer, acesso aos bens e serviços essenciais, expressando assim, a organização social e econômica do país.

O SUS surge como estratégia descentralizada para a atenção e o cuidado a saúde, integrando a seguridade social, de caráter não contributivo e baseado nos princípios da universalidade, eqüidade, integralidade e participação da sociedade, o que abre a prerrogativa de que esta deve atuar na formulação e controle das políticas públicas de saúde.

Para a sua maior eficácia e efetivação o Sistema Único de Saúde – SUS – segue algumas diretrizes e alguns objetivos, a saber: transparência nas ações; publicização da oferta de serviços em cada unidade de saúde; ações de promoção, proteção e recuperação da saúde; políticas transversais com outras áreas (educação, meio ambiente, emprego e renda, moradia, etc.); execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica; universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis; igualdade de assistência, sem preconceitos ou privilégios; direito a informação; descentralização político administrativa e participação da comunidade na formulação, deliberação da política de saúde e na aplicação dos recursos públicos.

A área de saúde foi pioneira na regulamentação e implementação da participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas e no controle social sobre a ação estatal, institucionalizado, por meio da Lei 8142/90, que criou os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde como foros de participação na gestão do Sistema Único de

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Saúde em todas as esferas de governo, instituindo, destarte, a participação da sociedade civil na esfera pública.

Esta Lei é de suam importância porque ela possibilita a construção de um novo paradigma, as ações coletivas são baseadas na categoria de cidadania e, consequentemente a construção de novos espaços de participação, lastreados não em estruturas físicas, mas em relações sociais novas que se colocam entre o público e o privado. O empoderamento de segmentos sociais até então não tinham acesso a coisa pública torna mais fácil o acesso a esses serviços, gerando uma maior difusão de informações.

Os atuais desafios para a consolidação do SUS como política de efetiva universalização do direito a saúde tornam necessários o aperfeiçoamento e fortalecimento do processo de controle social – entendido como uma das principais estratégias para a promoção da gestão participativa nas esferas de governo, valorização/qualificação dos recursos humanos, aperfeiçoamento e profissionalização da gestão, equipamento das unidades de saúde, dentre outros.

OS DADOS DA PESQUISA

De forma preliminar serão apresentados os resultados das entrevistas realizadas com os gestores da saúde de 06 (seis) municípios7 da Região do Recôncavo baiano. Vale salientar que dentre os 20 (vinte) municípios que compõem o Recôncavo, foram selecionados inicialmente 108, que são os que possuem unidades da UFRB nas suas sedes e os que estão mais próximos e que possuem relação/pactuação na atenção a saúde de suas populações.

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Cachoeira, São Félix, Muritiba, Maragogipe, Cruz das Almas e Sapeaçu.

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Cachoeira, São Félix, Muritiba, Maragogipe, Cruz das Almas, Sapeaçu, Cbaceiras do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Santo Amaro da Purificação e Santo Antonio de Jesus.

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Nas entrevistas foram abordados os seguintes aspectos: população, modelo de gestão, rede própria e conveniada dos serviços de saúde, valorização/qualificação de mão de obra, financiamento da saúde, dificuldades e desafios e sugestões.

Dentre os municípios onde a pesquisa já foi iniciada a população média é de 32 mil habitantes, sendo que o município que possui o menor quantitativo populacional é São Félix com 14.098 habitantes e o de maior contingente populacional é Cruz das Almas com 58.606 habitantes9 e onde fica situada a 31ª Diretoria Regional de Saúde (DIRES), que é um órgão de administração Regional da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).

Na região existe uma presença forte das Santas Casas de Misericórdia e na maioria dos municípios selecionados é a única opção de atenção hospitalar, o que se pode verificar através dos resultados da pesquisa – 70% dos municípios possuem as Santas Casas 9 instituições de caráter filantrópico e que funcionam em parceria com o sistema de saúde, atendendo uma média 80% de usuários do Sistema único de Saúde.

Com relação à gestão da saúde 100% aderiu ao pacto de gestão e dentre os 06 municípios onde foram aplicadas as entrevistas apenas São Félix possui 100% de cobertura da rede básica, os demais oscilam entre 70, 80 e 90 % de cobertura da rede básica, ficando uma parcela da população em situação de vulnerabilidade na atenção a saúde.

Referente a forma de contratação dos servidores da saúde e ao incentivo a qualificação/valorização profissional, foi identificado que apenas 30% dos trabalhadores da saúde são concursados, contrastando com 70% de trabalhadores em condições precárias de vínculos laborativos. Já no que diz respeito a qualificação 100% dos municípios informaram que possuíam setor específico de educação permanente e que através desse serviço são realizadas capacitações periódicas.

Todos os entrevistados referiram a necessidade de aumento do quantitativo de trabalhadores para a área da saúde, já que este é um serviço de extrema necessidade para a população, em especial a população carente.

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Um outro desafio apontado é o quantitativo de recursos repassados pelo governo Federal, que apesar de não possuir atraso, o valor é muito pouco para a demanda e a necessidade de serviços de maior complexidade na região.

Como sugestão de melhoria na gestão dos serviços foi apontado por 80% dos entrevistados a necessidade de qualificação dos conselhos de saúde e conseqüentemente uma fiscalização mais qualificada da execução da política de saúde por parte destes. Um outro ponto indicado, foi a necessidade de planejamento e maior envolvimento dos trabalhadores da saúde na gestão do SUS.

CONCLUSÕES PRELIMINARES

É inegável a necessidade da qualificação da gestão da saúde nos municípios pesquisados e, sobretudo, a necessidade de trabalhadores concursados e com vínculo efetivo com o Sistema Único de Saúde. A mão de obra precarizada, ou seja, contratada através da modalidade de prestação de serviços, não estabelece um vinculo com a comunidade e apresenta uma grande rotatividade de profissionais, o que poderia ser evitado através de concursos públicos.

Assim, a equipe que realizou a pesquisa concluiu que existe uma cobertura importante na atenção básica na região, porém no que diz respeito a atenção de média e alta complexidade a cobertura é insuficiente, com um déficit de leitos hospitalares e um predomínio das Santas Casas de Misericórdia neste tipo de atenção.

Neste sentido é de extrema necessidade uma mudança em aspectos centrais da gestão da política de saúde nos municípios entrevistados, com uma valorização de fato dos trabalhadores da saúde e uma maior qualificação dos gestores.

Considerando a política de saúde enquanto uma política social, pode-se, concordando com o pensamento de Fleury (2008) e concluir que:

Ao considerar a política de saúde como uma política social, uma das conseqüências imediatas é assumir que a saúde é um dos direitos inerentes a condição de cidadania, pois a plena participação dos indivíduos na sociedade política se realiza a partira da sua inserção como cidadãos.

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Desta forma, para que o direito de cidadania possa ser efetivado e a política de saúde enquanto uma política social possa ser de fato esse elemento que venha a respeitar esse direito deve ser efetivada na sua plenitude, o que não está ocorrendo na Região do Recôncavo e neste aspecto a Universidade pode ser um agente importante na qualificação da execução das políticas públicas sociais e em especial na política de saúde.

REFERÊNCIAS

BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

BRAVO, M. I. S. et. al. (orgs.). Saúde e Serviço Social. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2004.

FLEURY, Sonia; OUVERNEY, Assis Mafort. Política de saúde: uma política social. In: GIOVANELLA, Ligia, et al. (orgs.) Políticas e sistemas de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008.

NASCIMENTO, J. A trajetória do serviço social na Bahia: formação acadêmica e desafios no âmbito da primeira universidade pública no Recôncavo. Revista Temporalis. N.17. 2009.

PEDRÃO, F. Novos rumos, novas personagens. In: BRANDÃO, M. de A. (org.) Recôncavo da Bahia: sociedade e economia em transição. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado; Academia de Letras da Bahia; Universidade Federal da Bahia, 1998.

PEDRÃO, F. Novos e velhos elementos da formação social do Recôncavo da Bahia de Todos os Santos. Revista do Centro de Artes Humanidades e Letras. V. 1, 2007.

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