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MODELO BASEADO EM INDIVÍDUOS PARA ESTUDO DE PROPAGAÇÃO DE VÍRUS DE COMPUTADOR EM METAPOPULAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS

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MODELO BASEADO EM INDIV´IDUOS PARA ESTUDO DE PROPAGA ¸C ˜AO DE V´IRUS DE COMPUTADOR EM METAPOPULA ¸C ˜OES COM CARACTER´ISTICAS

HETEROG ˆENEAS

Jo˜ao Paulo Vieira∗, M´arcio J´unior Lacerda†, Samir Angelo Milani Martins∗, Erivelton Geraldo Nepomuceno∗

Grupo de Controle e Modelagem, Departamento de Engenharia El´etrica

Universidade Federal de S˜ao Jo˜ao del-Rei, Pra¸ca Frei Orlando 170 - Centro, 36307-352 S˜ao Jo˜ao del-Rei, Minas Gerais, Brasil

Faculdade de Engenharia El´etrica e de Computa¸ao,

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 13083-852, Campinas, SP, Brasil. Emails: jpvieira66@yahoo.com.br, marciojlacerda@yahoo.com.br,

milani.martins@gmail.com, nepomuceno@ufsj.edu.br

Abstract— This paper presents a new approach to mathematical modeling of virus propagation in a computer

network. In this sense, the Individual Based Model - IBM is used. The IBM is composed by four compartiments: Suscetible (S), Antidote (A), Infected(I) and Removed (R). It Is showed an equivalence of the model purposed with the differential equation model SAIR. Furthermore, it is implemented an approach where it is considered a population divided into n distincts group. Each group is located in a different virtual space, with specific features. This approach is not possible in the continuous model SAIR and is the main focus of this work. In the purposed model is also applied a control action by mean of isolation of the individuals in each metapopulation. This control is efficient to the virus propagation control. To conclude, is important ressalt that consider the population heterogeneous become the model more real and allow the application of distribuited control actions, based on the metapopulation characteristics.

Keywords— Individual based model, computer virus, computers networks, SAIR model.

Resumo— Este artigo apresenta um novo modelo para representar a dinˆamica da propaga¸c˜ao de v´ırus em

redes de computadores. O Modelo Baseado em Indiv´ıduos (MBI) foi utilizado. O MBI apresentado neste artigo ´e

composto por quatro compartimentos: Suscet´ıveis (S), Ant´ıdotos (A), Infectados (I) e Removidos (R). ´E mostrada

a equivalˆencia do modelo proposto com o modelo a equa¸c˜oes diferenciais SAIR. Al´em disso ´e implementada uma

abordagem que considera a popula¸c˜ao dividida em n grupos, cada grupo est´a localizado em um espa¸co virtual

diferente, com caracter´ısticas espec´ıficas. Esta abordagem n˜ao ´e poss´ıvel no modelo SAIR, sendo o principal

foco deste trabalho. No modelo proposto tamb´em ´e aplicada uma a¸c˜ao de controle por meio de isolamento de

indiv´ıduos de cada metapopula¸c˜ao, sendo a mesma eficiente para o controle da propaga¸c˜ao de v´ırus em uma

rede de computadores. Por fim, ressalta-se a importˆancia de considerar a popula¸c˜ao heterogˆenea, o que torna o

modelo mais real´ıstico e permite a aplica¸c˜ao de a¸c˜oes de controle distribu´ıdo, de acordo com as caracter´ısticas

da metapopula¸c˜ao.

Palavras-chave— Modelo baseado em indiv´ıduos, v´ırus de computador, redes de computadores, modelo

SAIR.

1 Introdu¸c˜ao

Um v´ırus de computador ´e definido como um software mintencionado capaz de danificar, al-terar o correto funcionamento do computador ou obter informa¸c˜oes de maneira ilegal (Cheng e Hong, 2008; Balthrop et al., 2004; Lloyd e May, 2001) explorando alguma vulnerabilidade em segmentos ou aplica¸c˜oes auxiliares do sistema ope-racional. Hoje com a existˆencia de redes tecnol´ o-gicas que possibilitam o acesso `a internet em n´ıvel global e a existˆencia de in´umeras redes sociais, os mecanismos de propaga¸c˜ao dos v´ırus tornaram-se cada vez mais complexos. O grande n´umero e a complexidade dos c´odigos dos v´ırus fazem que sua detec¸c˜ao e remo¸c˜ao por programas antiv´ırus seja cada vez mais problem´atica (Tippett, 1991).

O estudo da forma como estas epidemias se propagam ´e importante devido a necessidade de estabelecer estrat´egias que aumentem a seguran¸ca dos computadores e redes (Cheng e Hong, 2008;

Piqueira et al., 2005). A propaga¸c˜ao de v´ırus em redes de computadores pode ser estudada de forma an´aloga `as epidemias ocorridas em uma po-pula¸c˜ao de seres humanos, uma vez que ambos sistemas s˜ao compostos por indiv´ıduos (computa-dores e seres humanos, respectivamente) e inter-a¸c˜oes entre estes indiv´ıduos, compondo ent˜ao um sistema complexo (Alvarenga et al., 2006). Dentre os modelos matem´aticos desenvolvidos para repre-senta¸c˜ao da propaga¸c˜ao de epidemias, os mode-los compartimentais tem sido largamente utiliza-dos. No ˆambito de sistemas informatizados, temse o modelo compartimental SAIR (Suscet´ıvel -Ant´ıdoto - Infectado - Removido), proposto por Piqueira et al. (2005), que representa a dinˆamica da propaga¸c˜ao de v´ırus em redes de computa-dores considerando-se indiv´ıduos com caracter´ıs-ticas homogˆeneas. Essa premissa de homogenei-dade, entretanto, n˜ao ´e observada em v´arios ti-pos de popula¸c˜oes (Coutinho et al., 1999). Uma

(2)

abordagem para lidar com a quest˜ao de popula-¸

c˜oes heterogˆeneas, estudada em ecologia, os cha-mados Modelos Baseados em Indiv´ıduos, MBI (ou IBM, do inglˆes Individual Based Model ) (Grimm et al., 2006; Keeling e Grenfell, 2000; Grimm, 1999; Nepomuceno et al., 2006) est˜ao em crescente estudo. Nestes modelos segundo Grimm et al. (2006), “cada indiv´ıduo ´e tratado como uma enti-dade ´unica e discreta que possui idade e ao menos mais uma propriedade que muda ao longo do ci-clo da vida, tal como peso, posi¸c˜ao social, entre outras”.

Alvarenga et al. (2006) propuseram uma abor-dagem baseada em indiv´ıduos, ou seja, uma re-presenta¸c˜ao do modelo SAIR para o MBI, consi-derando cada indiv´ıduo como uma entidade ´unica e discreta no tempo. Neste trabalho, apenas uma popula¸c˜ao foi considerada. Esse ´e um outro pro-blema, pois as popula¸c˜oes s˜ao normalmente subdi-vididas. Dada a coexistˆencia de redes tecnol´ogicas e sociais (Cheng e Hong, 2008) a complexidade dos mecanismos de intera¸c˜ao entre os indiv´ıduos pre-sentes torna-se grande. O estudo de t´ecnicas que possibilitem a incorpora¸c˜ao de caracter´ısticas so-ciais e tecnol´ogicas nos modelos se torna evidente. A divis˜ao por grupos ´e uma forma de incorpo-rar as caracter´ısticas sociais. Esses grupos, tor-nam a popula¸c˜ao uma metapopula¸c˜ao (Alonso e McKane, 2002; Fulford et al., 2002; Keeling e Gil-ligan, 2000). Caracter´ısticas heterogˆeneas e meta-popula¸c˜ao s˜ao os principais problemas investiga-dos nesse artigo relativos a propaga¸c˜ao de v´ırus de computador.

O restante do artigo est´a organizado da se-guinte forma. Na se¸c˜ao 2 s˜ao abordados os concei-tos preliminares . A se¸c˜ao 3 apresenta a meto-dologia utilizada para a obten¸c˜ao dos resultados. A an´alise e discuss˜ao dos resultados s˜ao tratados pela se¸c˜ao 4. Na se¸c˜ao 5 temos a conclus˜ao e s˜ao apresentadas propostas para futuras pesquisas.

2 Conceitos Preliminares

Nesta se¸c˜ao s˜ao apresentados os conceitos funda-mentais do modelo SAIR e do MBI:

2.1 Descri¸c˜ao do SAIR

O modelo SAIR ´e uma modifica¸c˜ao do mo-delo epidemiol´ogico SIR (Suscet´ıvel - Infectado Recuperado) (Kermack e McKendrick, 1927), com a inclus˜ao de um novo compartimento: o Ant´ı-doto, representando os computadores da rede que est˜ao protegidos por um programa Antiv´ırus. O compartimento R do modelo SIR foi modificado para Removido, no caso do SAIR. No modelo SAIR, os quatro compartimentos considerados s˜ao:

• Suscet´ıveis: Computadores que n˜ao est˜ao in-fectados, mas podem sofrer infec¸c˜ao;

• Infectados: Computadores que est˜ao infecta-dos e podem transmitir para outros indiv´ı-duos;

• Removidos: Computadores removidos da rede devido infec¸c˜ao por v´ırus;

• Ant´ıdotos : Computadores com antiv´ırus que fornecem uma capacidade efetiva de prote¸c˜ao aos v´ırus existentes;

A Equa¸c˜ao (1) mostra o sistema de equa¸c˜oes diferenciais n˜ao-lineares que comp˜oem o modelo de propaga¸c˜ao de v´ırus de computadores SAIR:

dS dt = N − αSA − βSISI − µS + σIS+ σRSR dI dt = βSI+ βAIAI − σISI − δI − µI dR dt = δI − σRSR − µR (1) dA dt = αSA − µA − βAIAI ,

em que N representa a taxa de inclus˜ao de no-vos computadores na rede; δ representa a taxa com que computadores infectados s˜ao retirados da rede; µ ´e a taxa de computadores inutilizados de-vido a infec¸c˜ao por v´ırus; βSI ´e a taxa de

infec-¸

c˜ao de computadores suscept´ıveis; βAI ´e a taxa

de infec¸c˜ao de computadores com antiv´ırus de-vido a novos v´ırus; σRS´e a taxa com que

compu-tadores removidos s˜ao recuperados por interven-¸

c˜ao humana e tornam-se suscept´ıveis; σIS´e a taxa

com que computadores s˜ao recuperados e tornam-se suscept´ıveis; α ´e a taxa com que computadores suscept´ıveis tornam-se ant´ıdotos devido a instala-¸

c˜ao de anti-v´ırus.

Neste trabalho, ser´a desconsiderada a inser¸c˜ao de novos computadores na rede durante o processo de propaga¸c˜ao (N = 0) e a inutiliza¸c˜ao pela infec-¸

c˜ao (µ = 0), uma vez que estes processos s˜ao de uma constante de tempo extremamente elevada, em rela¸c˜ao ao tempo de propaga¸c˜ao de um v´ırus de computador (Piqueira et al., 2005).

2.2 Modelo Baseado em Indiv´ıduos

Nepomuceno e colaboradores (Nepomuceno et al., 2006) expressaram o modelo compartimental SIR utilizando o Modelo Baseado em Indiv´ıduos -MBI, no qual um indiv´ıduo ´e representado por:

Im,t= [C1 C2 · · · Cn], (2)

em que m ´e o tamanho da popula¸c˜ao, t ´e o ins-tante em que o indiv´ıduo apresenta um conjunto espec´ıfico de caracter´ısticas e Cn ´e uma

carac-ter´ıstica do indiv´ıduo. A primeira caraccarac-ter´ıstica ´e o seu estado do ponto de vista epidemiol´ogico, ou seja, suscet´ıvel, infectado, recuperado. Ou-tras caracter´ısticas podem ser a idade, o tempo

(3)

de dura¸c˜ao da infec¸c˜ao, o sexo, a localiza¸c˜ao es-pacial ou quaisquer outras caracter´ısticas do in-div´ıduo consideradas relevantes. Mais detalhes acerca das caracter´ısticas podem ser encontrados em (Nepomuceno et al., 2006). Por sua vez, uma popula¸c˜ao de indiv´ıduos ´e representada por:

Pt= [I1,t I2,t I3,t · · · Im,t]T, (3)

em que Im,t ´e um indiv´ıduo no instante t e P ´e

uma matriz m × n. Para a condu¸c˜ao adequada do MBI, ´e necess´ario adotar algumas premissas listadas a seguir:

1. Popula¸c˜ao constante. Neste trabalho, optou-se por utilizar a popula¸c˜ao constante, uma vez que o per´ıodo de propaga¸c˜ao de um v´ı-rus ´e extremamente r´apido em compara¸c˜ao a inser¸c˜ao de novos computadores na rede. 2. Caracter´ısticas do indiv´ıduo. Um indiv´ıduo

´e caracterizado por um conjunto de n carac-ter´ısticas.

3. Categorias de indiv´ıduos. Existem quatro ca-tegorias para um indiv´ıduo: 0 (suscet´ıvel), 1 (infectado) e 2 (removido) e 3(ant´ıdoto). 4. Mudan¸ca de categoria. Uma vez em uma

ca-tegoria, o indiv´ıduo pode mudar para uma outra categoria em cada instante de tempo, de acordo com os parˆametros e distribui¸c˜oes estoc´asticas.

5. Processo de infec¸c˜ao. Adotou-se que cada contato entre um indiv´ıduo suscet´ıvel e um infectado pode provocar um novo indiv´ı-duo infectado seguindo uma distribui¸c˜ao uni-forme. Isso significa dizer que β% dos conta-tos tornar˜ao os indiv´ıduos suscet´ıveis em in-fectados. A ado¸c˜ao dessa premissa baseia-se no princ´ıpio da homogeneidade da popula-¸

c˜ao (Hethcote, 2000). O processo de transi-¸

c˜ao dos indiv´ıduos, de suscet´ıvel para infec-tado, ´e estoc´astico ao inv´es de determin´ıstico, o que acredita-se ser mais adequado para o es-tudo da propaga¸c˜ao de v´ırus de computador e doen¸cas infecciosas.

3 Metodologia

Dividiu-se a popula¸c˜ao em n grupos, sendo estes grupos compostos por indiv´ıduos que possuem in-teresses em comum. Esta divis˜ao pode ser feita de diversas maneiras, de acordo com as caracter´ıs-ticas do indiv´ıduo presentes no MBI. A escolha de quais individuos pertencem a quais grupos de-pende do v´ırus em estudo e ´e uma escolha subje-tiva, sendo que a mesma n˜ao ´e o objetivo de estudo deste artigo.

Dentro de uma popula¸c˜ao, tem-se n grupos, a seguir descritos: G1t = [I1,t1 I2,t1 I3,t1 · · · Im,t1 ]T G2t = [I 2 1,t I 2 2,t I 2 3,t · · · I 2 m,t] T .. . Gnt = [I1,tn I2,tn I3,tn · · · Im,tn ]T (4) A taxa de infec¸c˜ao, fator de suma importˆancia na transmiss˜ao de uma epidemia, pode ser distinta entre os grupos, uma vez que a intera¸c˜ao inter-grupos se d´a de maneira distintas. Al´em da taxa de infec¸c˜ao, outros parˆametros podem ser distin-tos, por se tratar de uma popula¸c˜ao heterogˆenea. Dessa forma, ´e clara a importˆancia da divis˜ao por grupos na propaga¸c˜ao de virus de computadores, bem como em epidemias, em geral.

No presente trabalho, a intera¸c˜ao entre grupos distintos ´e dada pelo parˆametro χyz (taxa de

in-tera¸c˜ao entre dois grupos distintos). Vale ressaltar que todos os grupos interagem entre si. Adotou-se uma popula¸c˜ao de 100 computadores, divididos em dois grupos de 50 computadores cada. Como taxa de infec¸c˜ao intra-grupos, adotou-se β1= 0.4

para o grupo 1 e β2= 0.25 para o grupo 2.

Para todas as simula¸c˜oes, tanto para o SAIR, como para o MBI, foram utilizados os parˆametros adotados em (Piqueira et al., 2005), sendo que para o SAIR adotou-se a taxa de infec¸c˜ao como β = 0,50.

• N = 0 - taxa de inclus˜ao de novos computa-dores na rede;

• δ = 0,50 - taxa com que computadores infec-tados s˜ao removidos da rede;

• µ = 0 - taxa de inutiliza¸c˜ao de computadores n˜ao causada por v´ırus;

• βAI = 0,002 - taxa de infec¸c˜ao de

computa-dores com antiv´ırus devido a novos v´ırus; • σRS = 0,50 - taxa com que computadores

re-movidos s˜ao recuperados por interven¸c˜ao hu-mana e tornam-se suscept´ıveis;

• σIS = 0,50 - taxa com que computadores s˜ao

recuperados e tornan-se suscept´ıveis;

• α = 0,10 - taxa com que computadores sus-cept´ıveis tornan-se ant´ıdotos devido a insta-la¸c˜ao de anti-v´ırus

• χ = 0,5 - taxa de infec¸c˜ao inter-grupos. Na Figura 1 ´e apresentado um diagrama em blocos que descreve a metodologia apresentada no modelo cont´ınuo SAIR. Estas mesmas regras fo-ram utilizadas para a constru¸cao do Modelo Ba-seado em Indiv´ıduos que tem como compartimen-tos indiv´ıduos suscet´ıveis, infectados, removidos e ant´ıdotos.

(4)

I

S

A

R

RSIS  SIAI     N

Figura 1: Diagrama em blocos da abordagem pro-posta.

Nas Figuras 2 e 3, ´e apresentada a aborda-gem para popula¸c˜oes heterogˆeneas, principal foco deste artigo. Neste caso, cada indiv´ıduo do grupo ´e tratado como uma entidade ´unica, sendo que s˜ao consideradas a intera¸c˜ao entre indiv´ıduos do mesmo grupo (ver Figura 2) e a intera¸c˜ao entre div´ıduos de grupos distintos (ver Figura 3). A in-tera¸c˜ao entre grupos distintos ´e quantificada pelo parˆametro χ, formando a heterogeneidade da po-pula¸c˜ao como um todo.

POPULAÇÃO INICIAL GRUPO 1 + GRUPO 2 t >t f FIM POPULAÇÃO INDIVÍDUO(m) S A I ESTADO=3 ESTADO=1 A I ESTADO=1 R S ESTADO=0 I R S ESTADO=0 ESTADO=2 INTER-GRUPOS m = 1 SIM t = t + Δt

SIM SIM NÃO

NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM m = m + 1 m = m + 1 SIM SIM

Figura 2: Diagrama em blocos da intera¸c˜ao intra-grupos INTER-GRUPOS INDIVÍDUO “M” GRUPO “N” INFECTADO? INDIVÍDUO “P” GRUPO “K” S I ESTADO=1 A I ESTADO=1 R SIM NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM FIM I NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM

Figura 3: Diagrama em blocos da intera¸c˜ao inter-grupos

Como grupos heterogˆeneos, no caso da pro-paga¸c˜ao virtual de v´ırus de computadores, pode-se ter, por exemplos, indiv´ıduos adolescentes for-mando um grupo, adultos forfor-mando outro, ao passo que idosos podem formar um terceiro grupo. A quantidade de grupos presentes ´e um objeto que depende do sistema e do v´ırus a ser modelado, e n˜ao ´e alvo deste trabalho. Como foco, tem-se a modelagem de v´ırus de computadores, utilizando o MBI, sendo considerada heterogˆenea a popula-¸

c˜ao.

4 Resultados e Discuss˜ao

A seguir apresentam-se os resultados obtidos pela simula¸c˜ao do MBI, considerando-se a popula-¸

c˜ao heterogˆenea. Para todos os casos do MBI, considerou-se a popula¸c˜ao dividida em 2 grupos, e al´em disso como o MBI ´e uma abordagem es-toc´astica, realizou-se um total de 200 simula¸c˜oes para cada caso. Os resultados apresentados consi-deram a m´edia e o desvio padr˜ao das simula¸c˜oes realizadas.

Exemplo 1

Seja o grupo 1, com taxa de infec¸c˜ao β = 0.5 e as seguintes condi¸c˜oes iniciais: S = 23, A = 25, I = 2 e R = 0. Seja o grupo 2, com taxa de infec¸c˜ao

(5)

β = 0 e as seguintes condi¸c˜oes iniciais:S = 25, A = 25, I = 0 e R = 0.

As Figuras 4 e 5 apresentam o comportamento dos grupos, considerando-se χ = 0,5.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Suscetiveis 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Infectados 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Removidos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Antídotos

Figura 4: Taxa de infec¸c˜ao intergrupos χ = 0,5, comportamento dinˆamico do grupo 1.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Suscetiveis 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 2 4 6 8 10 12 Infectados 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Removidos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 10 15 20 25 30 35 tempo Antídotos . Figura 5: Taxa de infec¸c˜ao intergrupos χ = 0,5, comportamento dinˆamico do grupo 2.

Percebe-se neste caso que o contato entre os dois grupos, fez com que os individuos do grupo 2 se tornassem infectados, mesmo que a taxa de in-fec¸c˜ao entre os integrantes seja igual a zero. Esse fato mostra que mesmo indiv´ıduos que participam de redes ”seguras”, est˜ao sujeitos a interferˆencias de outros grupos. O decaimento do n´umero de ant´ıdotos quando χ = 0,5, como mostrado nas Figuras 4 e 5 , se deve ao contato entre grupos distintos, j´a que um ant´ıdoto pertencente a deter-minado grupo, n˜ao est´a imune a v´ırus de outros grupos.

Com as mesmas condi¸c˜os iniciais, a simula¸c˜ao

foi realizada, considerando-se χ = 0, o que ´e equi-valente a isolar os indiv´ıduos do grupo 1. O com-portamento dos grupos sob esta a¸c˜ao de controle, ´e apresentada nas Figuras 6 e 7.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 25 Suscetiveis 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Infectados 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 Removidos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 25 30 35 40 45 50 Antídotos

Figura 6: Taxa de infec¸c˜ao intergrupos χ = 0, comportamento dinˆamico do grupo 1.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 25 tempo Suscetiveis 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Infectados 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Removidos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 25 30 35 40 45 50 tempo Antídotos . Figura 7: Taxa de infec¸c˜ao intergrupos χ = 0, comportamento dinˆamico do grupo 2.

Fica claro, que uma a¸c˜ao simples como o iso-lamento produz um resultado satisfat´orio, na me-dida em que os indiv´ıduos do grupo 2 deixaram de ser infectados, e al´em disso os indiv´ıduos infecta-dos do grupo 1 diminuiram consideravelmente em rela¸c˜ao ao caso anterior.

Exemplo 2

Na Figura 8, tem-se a modelagem cont´ınua no tempo, considerando popula¸c˜oes homogˆeneas, apresentada em (Piqueira et al., 2005), neste caso foram adotados os mesmos parˆametros do MBI.

(6)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Suscetiveis 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 5 10 15 20 25 Infectados 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Recuperados 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 Antídotos . Figura 8: Modelo SAIR com os mesmos parˆ ame-tros do MBI.

As Figuras 6 e 7 apresentam a mesma dinˆ a-mica do modelo cont´ınuo SAIR, ou seja, quando n˜ao existe intera¸c˜ao entre os grupos, a dinˆamica de cada grupo, tende `a dinˆamica do modelo cont´ınuo (Piqueira et al., 2005). As Figuras 4 e 5, apresen-tam uma dinˆamica distinta do modelo cont´ınuo, justamente pela considera¸c˜ao de χ 6= 0.

Exemplo 3

Na Figura 9 tem-se os valores para os quais conver-gem o n´umero de ant´ıdotos em fun¸c˜ao da varia¸c˜ao da taxa de infec¸c˜ao intergrupos χ.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 30 40 50 60 70 80 90 100

Taxa de interação intergrupos

Antídotos

Figura 9: Convergˆencia do n´umero de ant´ıdotos em fun¸c˜ao do parˆametro χ.

Como a taxa de infe¸c˜ao χ torna-se um pa-rˆametro de controle da propaga¸c˜ao, a¸c˜oes de controle simples que atuem de forma indireta sobre esse parˆametro podem ser elaboradas de modo que se limite os danos provocados pelos v´ı-rus. Leis de controle baseadas na limita¸c˜ao de contato entre grupos, condicionadas por informa-¸

c˜oes como n´umero de infectados e de ant´ıdotos em cada grupo refletem condi¸c˜oes reais de opera¸c˜ao

de uma rede de computadores, uma vez que infor-ma¸c˜oes como n´umero de infectados ou de conte´ u-dos maliciosos provinu-dos de determinau-dos dom´ı-nios podem estar dispon´ıveis. A a¸c˜ao de controle proposta baseia-se no seguinte algoritmo:

in´ıcio t ← 0 se I(t) < 10%N ou A(t) > 70%N Comunica¸c˜ao liberada sen˜ao Bloqueia Comunica¸c˜ao fim t ← t + 1 fim 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15 20 25 30 35 40 45 50 Suscetiveis 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 15 20 Infectados 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Removidos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 Antídotos

Figura 10: Atua¸c˜ao do controle por isolamento para χ = 0.5

Sendo que h´a um compromisso m´utuo entre a confiabilidade dada pela atua¸c˜ao do controle e os custos relativo `as limita¸c˜oes de comunica¸c˜ao entre as redes. Na Figura 10 tem-se a atua¸c˜ao do controle para caso em que χ = 0.5. A a¸c˜ao de controle limita o n´umero de infec¸c˜oes m´edio em 11 e o n´umero de ant´ıdotos em 63. O n´umero de intera¸c˜oes entre os grupos foi quantificado de forma a verificar os custos da a¸c˜ao de controle im-plementada relativo `as limita¸c˜oes de comunica¸c˜ao impostas, o n´umero de intera¸c˜oes entre os grupos feitas com sucesso foi de 1675 e o n´umero total de bloqueios de comunica¸c˜ao foi de 4275. Estra-t´egias de controle menos agressivas, (permitindo maior n´umero de infectados por grupo para efe-tuar contato) levam a um aumento do n´umero de infectados.

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5 Conclus˜oes

Foi proposta uma nova t´ecnica para a represen-ta¸c˜ao da dinˆamica da propaga¸c˜ao de v´ırus em redes de computadores, que permite que os in-div´ıduos sejam classificados em grupos de usu´ a-rios, de modo a facilitar o controle da propaga¸c˜ao de um v´ırus. Observa-se que o modelo proposto cont´em a dinˆamica do modelo cont´ınuo como um caso particular, bastando para isso fazer χ = 0. Isso confirma a potencialidade do modelo SAIR em representar a propaga¸c˜ao de epidemias em gru-pos homogˆeneos. Quando χ 6= 0 observamos que a dinˆamica da propaga¸c˜ao ´e alterada e o modelo SAIR n˜ao ´e capaz de simular esse tipo de com-portamento, assim podemos dizer que o modelo aqui proposto ´e capaz de simular situa¸c˜oes mais real´ısticas.

O modelo apresentado pode ser utilizado para estudo da propaga¸c˜ao de apenas um v´ırus, bas-tando para isso fazer βAI = 0.

Informa¸c˜oes provenientes de reports de pro-gramas antiv´ırus e servidores podem possibilitar a aplica¸c˜ao de t´ecnicas de controle como a des-crita.

Pretende-se em trabalhos futuros, utilizar t´ ec-nicas de controle distribu´ıdo, fazendo uso das in-forma¸c˜oes dispon´ıveis no modelo.

Agradecimentos

Ao CNPq, Capes, Fapemig, UFSJ e Unicamp pelo apoio.

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