9717- APLICAÇÃO DO MÉTODO DA ELETRORRESISTIVIDADE NA
PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA DOS AQUÍFEROS METASSEDIMENTARES DA
CHAPADA DIAMANTINA CENTROSETENTRIONAL, BAHIA
Hernan Sales Barreiro¹
Dr. Natanael Barbosa² & MSc. João Batista Andrade³ ¹Universidade Federal da Bahia. Rua Barão de Jeremoabo, s/n. Salvador (BA). hernan.sales@ufba.br
² Universidade Federal da Bahia. Rua Barão de Jeremoabo, s/n. Salvador (BA). ndbarbosa@ufba.br
³Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia. Av. Luiz Viana Filho, 300, 3ª Avenida - CAB. Salvador (BA). hidroexplorer@gmail.com Campinas, 08 de novembro de 2018
A área de estudo corresponde ao domínio hidrogeológico das rochas
metassedimentares da região centro-setentrional da Chapada Diamantina. Em termos
geológicos são representados por unidades litoestratigráficas mesoproterozoicas (e.g.,
Formações Tombador, Caboclo, Morro do Chapéu) e neoproterozoicas (e.g., Formação
Bebedouro). Ambos constituem aquíferos heterogêneos e de dupla porosidade, com
grande relevância para o abastecimento humano e irrigação.
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
▪ Localizada no centro norte do estado da Bahia, na região Centro Setentrional da Chapada Diamantina
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1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO
Figura 1: Mapa de situação e localização da área de estudo.
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
OBJETIVOS
i) julgar os métodos de prospecção de águas subterrâneas atualmente empregados na
região centro-setentrional da Chapada Diamantina;
ii) analisar o padrão dos perfis de eletrorresistividade para as diferentes unidades
metassedimentares aquíferas atravessadas e, consequentemente, as locações propostas
na área de estudo.
iii) contribuir com o estado da arte do conhecimento acerca da hidrogeologia na
A região centro-setentrional da Chapada Diamantina apresenta alta relevância no
contexto hidrogeológico do semiárido baiano, entretanto, é carente de estudos
acadêmicos nessa temática.
Nos últimos anos, a macrorregião de Morro do Chapéu se consolidou como um polo
agrícola na Chapada Diamantina, propiciando uma grande demanda pelo recurso hídrico
subterrâneo e novos investimentos na perfuração de poços.
A utilização de métodos de locação não tradicionais e a aplicação inadequada dos
métodos de prospecção convencionais podem resultar em prejuízos ao sistema
produtivo.
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1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Análise e tratamento de dados geofísicos
Reconhecimento geológico regional em campo
Levantamento bibliográfico
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Segundo Jewell et al. (1993):
Técnicas indiretas de investigação;
Métodos não destrutivos;
Permite avaliar as condições geológicas
locais através dos contrastes das
propriedades físicas > resistividade elétrica, magnetismo, densidade
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2. REVISÃO TEÓRICA
PROSPECÇÃO GEOFÍSICA
Segundo Gandolfo (2007):
Resistividade elétrica: Dificuldade que a corrente elétrica encontra para passar em um material;
Nas rochas e solos relaciona-se à porosidade, composição, saturação e características do
fluido;
Mecanismos de condução:
Eletrônica- Matriz da rocha ~ maioria dos minerais não são bons condutores Eletrolítica- Íons existentes na água
Granulometrias mais finas tendem a ser melhores condutores (argila > areia)
2. REVISÃO TEÓRICA
9 Fonte: Porciúncula & Andrade (2017)
O método consiste em injetar uma corrente elétrica (I) através de dois eletrodos denominados
eletrodos de corrente (A e B) e medir a diferença de potencial (ΔV), entre outros dois eletrodos denominados eletrodos de potencial (M e N) (Porcincúla & Andrade, 2017).
- resistividade aparente
K- fator geométrico ~ configuração do arranjo
Figura 2: Aplicação do método de eletrorresistividade
2. REVISÃO TEÓRICA
2. REVISÃO TEÓRICA
PROSPECÇÃO GEOFÍSICA- ELETRORRESISTIVIDADE
Figura 4: Aplicação do arranjo dipolo-dipolo, da técnica caminhamento elétrico do método de eletrorresistividade
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2. REVISÃO TEÓRICA
PROSPECÇÃO GEOFÍSICA- ELETRORRESISTIVIDADE
Figura 3: Aplicação do arranjo dipolo-dipolo, da técnica caminhamento elétrico do método de eletrorresistividade
O clima da região varia de tropical semiárido a úmido, com ocorrência de tropical semiúmido
(IBGE, 2002). A região faz parte do conhecido “Polígono das Secas” devido aos prolongados períodos de estiagem. Ocorrem os seguintes tipos climáticos:
CwB (>1.000 m) e Cwa (800-1.000 m): Tropical de altitude com verão brando.
Aw’: Subúmido, com índices pluviométricos anuais entre 800 e 1.200mm. Ocorrência de "chuvas
orográficas" que conferem a essas áreas um elevado potencial para o uso agrícola.
Bsh: Clima semiárido quente (< 800mm anuais)
3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
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3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
PEDOLOGIA
Figura 5: Mapa de Solos na Chapada Diamantina
Centro-Setentrional
3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
GEOMORFOLOGIA
Figura 6: Mapa de Unidades Morfoestruturais da Chapada Diamantina Centro-Setentrional
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3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
VEGETAÇÃO E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Figura 7: Mapa de Vegetação e Uso e Ocupação do Solo na Chapada
Diamantina Centro-Setentrional.
3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
HIDROGRAFIA
Figura 8: Mapa das bacias hidrográficas da Chapada Diamantina Centro-Setentrional.
O Domínio dos Metassedimentos é caracterizado, de
acordo com Oliveira et al. (2003), pelas formações que compõem o Supergrupo Espinhaço.
A Formação Tombador é a unidade basal do Grupo
Chapada Diamantina. É constituída, de acordo com
Pedreira (1994), por arenitos e conglomerados, com fácies argilosas subordinadas.
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Figura 9: Carta cronoestratigráfica dos Supergrupos Espinhaço e São Francisco. Fonte: Spohr (2014)
A Formação Caboclo é composta essencialmente pela
intercalação de pelitos com arenitos, com carbonatos e conglomerados subordinados.
Segundo Pedreira (1994) a Formação Morro do Chapéu é
composta por arenitos e conglomerados com estratificação cruzada sigmoidal, acanalada e tabular.
A Formação Bebedouro é a unidade basal do Grupo Una.
Figura 9: Carta cronoestratigráfica dos Supergrupos Espinhaço e São Francisco. Fonte: Spohr (2014)
147 poços tubulares cadastrados/
0,028 poços tubulares por km²;
93% possuem dados hidrodinâmicos e
hidrogeológicos completos e 73%
apresentam dados físico-químicos;
As principais captações de água
subterrânea estão relacionadas às
Formações Tombador, Caboclo, Morro
do Chapéu e Bebedouro e, alguns
compreendem poços tubulares mistos.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
HIDROGEOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
HIDROGEOLOGIA Profundidade (m) Nível Estático (m) Nível Dinâmico (m) Rebaixamento (m) Vazão (m³/h) Média 106,27 32,47 60,53 29,87 12,27Gráfico 1: Litotipos descritos na perfuração dos poços
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
HIDROGEOLOGIA
Gráfico 4: Gráfico de vazão dos poços tubulares da área de estudo.
Apresenta elevado coeficiente de
variação (166,53%);
Apenas 3 poços possuem vazão
insuficiente;
A vazão de 203 m³/h, possivelmente
está associada a fácies carbonáticas
da base da Formação Caboclo.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO
Predominância da prospecção geológica > Assertividade das locações Na etapa de escritórios os hidrogeólogos realizam:
Reconhecimento geológico regional;
Compreensão do contexto geotectônico;
Identificação do arranjo estrutural associado, reconhecendo também drenagens características do modelo
riacho-fenda (SIQUEIRA, 1967);
Consulta ao banco de dados de poços da Cerb e/ou SIAGAS (CPRM), para obter informações
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Observou-se que atualmente a utilização da prospecção geológica apresenta alta assertibilidade na
locação de poços na região;
A análise de perfis de caminhamento elétrico possibilitou a compreensão da geologia local, através da
variação de resistividade exibidas nos perfis, sendo possível identificar litotipos previstos na geologia regional e verificados durante o reconhecimento de campo;
Foi priorizada a locação de poços associados a anomalias verticalizadas (possíveis falhas, fraturas e
fendas), haja vista que estas apresentam maior probabilidade de conter água e dispor-se interconectadas em profundidade com outras estruturas geológicas.
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A análise dos perfis geoelétricos corroborou com o modelo de dupla porosidade que foi inferido
nos aquíferos avaliados, principalmente a partir de anomalias horizontais nos perfis utilizados, possivelmente relacionadas à presença da porosidade intergranular em uma menor coesão das rochas.
Por fim, espera-se que esse trabalho venha a contribuir com as técnicas de prospecção de águas
subterrâneas atualmente utilizadas e com o estado de conhecimento sobre a hidrogeologia da Chapada Diamantina Centro-Setentrional.
9717- APLICAÇÃO DO MÉTODO DA ELETRORRESISTIVIDADE NA
PROSPECÇÃO HIDROGEOLÓGICA DOS AQUÍFEROS METASSEDIMENTARES DA
CHAPADA DIAMANTINA CENTROSETENTRIONAL, BAHIA
Hernan Sales Barreiro¹
Dr. Natanael Barbosa² & MSc. João Batista Andrade³ ¹Universidade Federal da Bahia. Rua Barão de Jeremoabo, s/n. Salvador (BA). hernan.sales@ufba.br
² Universidade Federal da Bahia. Rua Barão de Jeremoabo, s/n. Salvador (BA). ndbarbosa@ufba.br
³Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia. Av. Luiz Viana Filho, 300, 3ª Avenida - CAB. Salvador (BA). hidroexplorer@gmail.com Campinas, 08 de novembro de 2018