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1. Inconformados com a sentença de 1ª Instância, concluíram os Ap.os:

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Academic year: 2021

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(1)

________________________________________________________________________ PN. 100.011; AP.: Tc. Porto, 1ª Vara;

s2.: ; Ap.a3.: ________________________________________________________________________

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

1. Inconformados com a sentença de 1ª Instância, concluíram os Ap.os:

(a) A matéria de facto provada apresenta-se obscura (vd. 6. da matéria assente), contraditória (vd. 7. vs. 11. id.), sendo certo que foi dada como provada também matéria manifestamente conclusiva e, para mais, em

contradição com os factos aceites (vd. 8. id.);

(b) É assim manifesta a insuficiência e até oposição entre a matéria de facto e a decisão proferida, ferida por conseguinte de nulidade;

(c) De todo o modo, da análise da matéria assente parece manifesto que só se encontram em dívida as despesas resultantes do desconto das letras avalizadas e aceites pelo R. marido;

(d) Tal é a conclusão que se retira, sequer sem necessidade de aplicação do disposto no Artº 784 CC;

(e) Aliás, é manifesto, em face da matéria de facto provada, ter-se verificado entre a A. e o R. a substituição da obrigação deste pagar o preço dos fornecimentos, e pela obr igação de pagar as letras de câmbio;

1 Vistos:

Des. Ferreira de Sousa (231) Des. Paiva Gonçalves (1029) 2 Adv.: Dr. F

(2)

(f) Ou seja, a dívida contraída pelo R. marido (no exercício do comércio, e como tal da responsabilidade de ambos os conjuges) foi substituída pela obrigação cambiária (não contraída no exercício do comércio, e como tal da responsabilidade exclusiva do R. marido);

(g) Por fim, inexiste nos autos matéria de facto suficiente para fundamentar a decisão recorrida, que considerou da responsabilidade da R. mulher o

pagamento das dívidas resultantes dos encargos do desconto das letras aceites e avalizadas pelo R. marido;

(h) Bem antes pelo contrário, como é expressamente referido na decisão recorrida, e tal resulta ainda da matéria de facto provada, a A. não logrou comprovar que a obrigação cambiária foi contraída no exercício do comércio;

(i) Ora, as despesas com o desconto das letras são consequência das obrigações cambiárias;

(j) Acresce que do desconto das letras nenhum benefício directo ou indirecto poderia ou pode resultar para o casal;

(k) Pelo que a dívida das despesas e encargos com o desconto das letras aceites e avalizadas pelo R. marido não se comunica à R. mulher, violando assim a sentença recorrida o disposto no Artº 1691 CC;

(l) Deve ser revogada, com as legais consequências.

2. NÃO HOUVE CONTRA-ALEGAÇÕES.

3. MATÉRIA ASSENTE:

(1) A Ap.a exerce de forma habitual e lucrativa a actividade de comercialização de pneus, peças e acessórios para automóveis;

(2) O exerce de forma habitual e lucrativa a actividade de comercialização de artigos para automóveis;

(3)

16 176 530$00, a pagar no prazo de 30 dias, sendo a última das datas de vencimento: 95.09.08;

(4) Nos outros fornecimentos realizados, como é costume, e porque o não podia pagar pontualmente, entregava à Ap.a letras de câmbio, que ele declarava aceitar ou avalizar;

(5) As letras possibilitavam à Ap.a a obtenção de meios monetários, porque declarava descontá-las, tendo sido estipulado entre ela e o que, nestes casos, este suportava as despesas e encargos resultantes da declaração de desconto;

(6) Por ter declarado descontar várias letras de câmbio, que o declarara aceitar, e referentes a fornecimentos da Ap.a, derivaram despesas e encargos no montante de Pte.: 11 922 475$00, conforme os avisos de

lançamento e notas de débito remetidas ao primeiro;

(7) O entregou à Ap.a 4 cheques, cada um no montante de Pte.: 600 000$00, que não foram pagos, e 4 letras de câmbio no montante de Pte.: 1 783 135$00, que também não foram pagas;

(8) O tem a pagar à Ap.a, pelo menos, as quantias constantes dos referidos 4 cheques;

(9) A Ap.a sacou letra de câmbio, que o aceitou, no montante de Pte.: 160 000$00;

(10) Da quantia referida em 3,4,5,6 e 9, o pagou à Ap.a o montante de Pte.: 20 217 485$00;

(11) Os cheques e letras referidos em 8 foram igualmente entregues para pagamento daquela quantia;

(12) Os s são casados entre si.

4. A sentença recorrida condenou os s a pagar à Ap.a o montante de Pte.: 3 858

385$00, com juros desde 96.07.18, à taxa de 10%, até 99.04.16 inclusive, e de 7% a partir dessa data.

(4)

4.1. Louvou-se, para concluir sobre a matéria de facto4, nos documentos

juntos, pois o único depoente não tinha conhecimento das questões que lhe foram postas durante a inquirição.

Assim, a resposta provado apenas que a Ap.a sacou letra de câmbio que o aceitou, no valor de Pte.: 160 000$00, fundou-se na letra junta, datada de 95.03.09, subscrita no lugar do aceite por assinatura que comparada, por semelhança, com a assinatura aposta na procuração passada ao advogado, fez concluir tratar-se da que usa o R. marido;

A resposta provado ao quesito da quantia referida [Pte.: 28 259 005$00, referente a fornecimentos, desconto bancário e letra de câmbio], o pagou à Ap.a o montante de Pte.: 20 217 485$00?, teve como base a circunstância de não ser matéria controvertida;

A resposta provado ao quesito os 4 cheques, cada um no valor de Pte.: 600 000$00, que não foram pagos, e a letra de câmbio no valor de Pte.: 1 783 135$00, que não o foi também, foram igualmente entregues para pagamento da referida quantia de Pte.: 20 217 485$00? teve como base a circunstância de os s não terem impugnado esta matéria articulada na p.i.;

A resposta provado apenas que os s são casados entre si, fundamentou-se na certidão de casamento.

5. O RECURSO ESTÁ PRONTO PARA JULGAMENTO.

6. As críticas dos s no sentido de porem em evidência obscuridade da matéria de facto assente, muito embora a formulação linguística da especificação, quesitos e respostas não seja talvez a mais habitual, não procedem todavia, porque se fica a compreender, sem dúvidas, o recorte do litígio: fornecimentos mercantis de preço aceite/satisfeito em numerário, letras de câmbio e 4 cheques/sem cobertura estes, incobradas algumas daquelas/em suma, incumprimento parcial.

(5)

E não existe contradição entre dizer-se que 1 letra e os 4 cheques não pagos foram entregues para satisfazer o preço dos fornecimentos, já a circunstância de não terem sido cobrados se situar num plano expressivo diferente e distinto do plano em que se escreveu pagamento, para que serviriam, e evidentemente apenas no caso de conseguida liquidez. Por outro lado, a formulação o tem a pagar à Ap.a, pelo menos, as quantias constantes dos referidos 4 cheques, em face do que já deixámos dito, embora conclusiva,

não perturba a inteligência do conflito, tratando-se de mera insistência e não estando de modo algum em oposição ao conjunto do provado: os montantes dos cheques não puderam ser efectivamente embolsados pelo portador.

Não procedendo pois os argumentos iniciais dos recorrentes, subsiste apenas a razão por que impugnam o benefício comum do casal, através das operações de desconto das letras.

Nem que estas tivessem tido origem em favor de crédito concedido pelo marido à Ap.a (posto que a actividade comercial, base da economia doméstica, se estrutura na reciprocidade do crédito concedido e recebido, e por isso mesmo), não estaria presente a infirmação do dado/fundamento da responsabilidade da mulher.

Mas o certo é que nada se provou mais além do casamento, do regime de bens supletivo à

data da contracção da dívida, e da qualidade de comerciante do marido, numa situação em que, tudo visto, se presume o benefício conjugal. Por fim, relembre-se, uma operação

de desconto bancário, entre comerciantes, tem sempre natureza comercial, não necessitando pois a Ap.a de provar a base de comunicabilidade da dívida.

Assim sendo não podem ter valimento as razões em contrário opostas pelos s à sentença de 1ª Instância.

7. Vistos os Arts. 406/1, 799/1, 1691/1 d. CC, decidem manter inteiramente a decisão recorrida.

Referências

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