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COM MENOS MIGRANTES NACIONAIS, CRESCE A PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

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SEADE

COM MENOS MIGRANTES

NACIONAIS, CRESCE

A PARTICIPAÇÃO DE

ESTRANGEIROS NA REGIÃO

METROPOLITANA DE SÃO PAULO

no 18 Setembro 2014

Autora deste número

Sonia Regina Perillo, pesquisadora da Fundação Seade.

Coordenação e edição

Edney Cielici Dias

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Diretora Executiva

Maria Helena Guimarães de Castro

Diretora Adjunta Administrativa e Financeira Silvia Anette Kneip

Diretor Adjunto de Análise e Disseminação de Informações Haroldo da Gama Torres

Diretora Adjunta de Metodologia e Produção de Dados Margareth Izumi Watanabe

Corpo editorial Maria Helena Guimarães de Castro; Silvia Anette Kneip; Haroldo da Gama Torres; Margareth Izumi Watanabe; Edney Cielici Dias e Osvaldo Guizzardi Filho

SEADE

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

Av. Cásper Líbero 464 CEP 01033-000 São Paulo SP Fone (11) 3324.7200 Fax (11) 3324.7324

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apresentação

PESQUISAS INSERIDAS NO DEBATE PÚBLICO

O Seade é uma instituição que remonta ao século 19, com o surgi-mento da Repartição da Estatística e do Arquivo do Estado, em 1892. Ao longo de mais de um século, tem contribuído para o conhecimento do Es-tado por meio de estatísticas, com um conjunto amplo de pesquisas sobre diversos aspectos da sociedade e do território de São Paulo. Levar parte importante desse volume de informação e suas interconexões ao público é, por sua vez, uma tarefa tão relevante quanto desafiadora.

O Projeto Primeira Análise visa divulgar parte do universo de conheci-mento da instituição, ao dialogar com temas de interesse social. Os artigos que compõem o projeto procuram sinalizar de forma concisa tendências e apresentar uma análise preliminar do tema tratado. Trata-se de texto au-toral, de caráter analítico e científico, com aval de qualidade do Seade.

Os textos são destinados a um público formado por gestores públi-cos, ao oferecer informação qualificada e de fácil compreensão; ao meio acadêmico e de pesquisa aplicada, por meio de abordagem analítica pre-liminar de temas de interesse científico; e para a mídia em geral, ao suscitar pautas sobre questões relevantes para a sociedade.

Os artigos do projeto têm periodicidade mensal e estão disponíveis na página do Seade na Internet. Os temas englobam aspectos econômicos, sociais e de interesse geral, abordados em perspectiva de auxiliar na formu-lação de políticas públicas.

Desta forma, o Seade mais uma vez se reafirma como uma instituição ímpar no fornecimento de informações de importância para o conhecimen-to do Estado de São Paulo e para a formulação de suas políticas públicas.

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MIGRANTES PROCURAM MENOS A

REGIÃO METROPOLITANA

DE SÃO PAULO COMO

LOCAL DE DESTINO

RESUMO: Este estudo analisa a migração na Região Metropolitana

de São Paulo (RMSP), no início do século XXI, e traça o perfil so-ciodemográfico dos migrantes recentes, com menos de três anos na região. Também são identificadas diferenças entre a população residente na Região Metropolitana desagregada em três grupos: migrantes recentes; migrantes residentes há mais de três anos e população não migrante. Para tal, tomou-se como base uma fonte alternativa de informação sobre migração, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese.

SUMÁRIO EXECUTIVO

• Os dados da PED mostram desaceleração na chegada de migran-tes recenmigran-tes para a RMSP, no período 2000-2013, principalmente entre aqueles com menos de um ano de residência.

• A participação dos migrantes recentes na principal área metropoli-tana do país vem se reduzindo paulatinamente, o que confirma as hipóteses das projeções populacionais elaboradas pela Fundação Seade.

• Jovens entre 15 e 24 anos, de ambos os sexos, procedentes de outros Estados brasileiros, principalmente da Região Nordeste, compõem o maior contingente de migrantes recentes da RMSP. • A participação dos migrantes de outros países no total dos

migran-tes recenmigran-tes elevou-se de 3,7% para 5,7%, entre 2000 e 2013. Houve também aumento de 12,3% no número absoluto destes migrantes, tendência contrária à verificada para os procedentes de outras localidades brasileiras.

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• A razão de sexos da população migrante recente (98,5 homens para cada 100 mulheres) é bastante superior à dos migrantes resi-dentes há mais de três anos (80,2 por 100), em 2013.

• No período 2000-2013, aumentou a escolaridade dos migrantes, independentemente do tempo de residência.

A PED E O ESTUDO DAS MIGRAÇÕES

A PED, uma pesquisa por amostra domiciliar, tem como objetivo analisar o mercado de trabalho na RMSP. Mesmo não se tratando de levantamento voltado à avaliação das tendências migratórias, as informações coletadas em seu questionário permitem identificar alguns elementos de interesse re-lacionados aos movimentos migratórios, como local de residência anterior, tempo de residência, naturalidade, sexo, idade, condição de escolaridade, entre outros.

Segundo a metodologia da PED, são definidos como migrantes os in-divíduos que declararam como último local de residência outros municípios do Estado de São Paulo, exceto aqueles que integram a RMSP, outros Es-tados brasileiros e outros países. Por exclusão, os que sempre residiram na região e os que migraram de um município para outro dentro da própria RMSP (migrantes intrarregionais) são considerados não migrantes.

A condição migratória é reconstituída por meio da variável tempo de residência na RMSP, a partir de questão aplicada a todos os residentes nos domicílios amostrados (ver, p. ex., FUNDAÇÃO SEADE/DIEESE, 1995; ARA-NHA, 1996; DEDECCA; CUARA-NHA, 2002). As informações da PED devem ser analisadas dentro de certos limites metodológicos, pois se trata de pesquisa restrita à RMSP e reflete somente o comportamento da entrada de migran-tes na região, sem referir-se ao volume de saídas, ou seja, de emigração.

Vale destacar que podem ocorrer algumas restrições quando a fonte de dados é amostral, impedindo o aprofundamento da análise em razão da impossibilidade de maior desagregação da amostra.

TENDÊNCIAS MIGRATÓRIAS RECENTES NA RMSP

As informações dos Censos Demográficos do IBGE, combinadas com as Es-tatísticas Vitais produzidas pela Fundação Seade, com base nas informações enviadas pelos Cartórios do Registro Civil do Estado de São Paulo, mostram que, depois de se caracterizar durante várias décadas como o maior polo de atração populacional do Estado, a RMSP reverteu essa tendência e passou a

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registrar saldos migratórios negativos nos anos 1980. Na década seguinte, a região apresentou pequena recuperação migratória e, nos anos 2000, voltou a registrar perda líquida anual de 30 mil pessoas, indicativa de dimi-nuição do poder de atração ou de retenção populacional dessa área (ver, p. ex., PERILLO; PERDIGÃO, 2003; PERILLO et al., 2011; CUNHA, 2012).

As informações da PED parecem ratificar a tendência de redução da migração para a RMSP, mostrando queda contínua no ritmo de entrada de migrantes entre 2000 e 2013, independentemente do tempo de residência na região (Tabela 1).

Em 2000, a RMSP contava com 7,8 milhões de migrantes, que repre-sentavam 43,8% do total populacional, enquanto os não migrantes corres-pondiam a 56,2%. Treze anos depois, o volume de migrantes diminuiu para 7,4 milhões de pessoas, respondendo por 36,9% da população regional. Por outro lado, o contingente de não migrantes passou de 10 milhões de pessoas, em 2000, para 12,7 milhões, em 2013, ampliando para 63,1% sua participação no total populacional.

Os migrantes que residem há mais de dez anos na RMSP apresentaram tendência mais acentuada de redução a partir da segunda metade dos anos 2000, apesar de sua participação na população total quase não variar no pe-ríodo analisado: 31,0% em 2000 e 29,8% em 2013. Os migrantes que re-sidem entre 3 e 9 anos seguem tendência declinante, com sua participação relativa diminuindo pela metade: de 8,7% para 4,5%, entre 2000 e 2013. Os migrantes residentes há menos de três anos, denominados aqui como migrantes recentes, registraram retração ainda maior (27,3%), passando de 746 mil para 542 mil pessoas, neste período, e reduzindo seu peso relativo de 4,2% para 2,7% (Gráfico 1).

Os dados da PED para o Município de São Paulo (MSP) também re-velam as tendências assinaladas para a RMSP de redução na entrada de migrantes entre 2000 e 2013. Em 2000, o MSP contava com 4,6 milhões de migrantes, que representavam 44,1% do total populacional. Treze anos depois, o volume de migrantes diminuiu para 4,3 milhões de pessoas, que passaram a responder por 37,4% da população da capital. Nesse mesmo período também se observa redução de 34,1% no volume de migrantes residentes há menos de três anos no Município de São Paulo (de 478 mil para 315 mil pessoas), um decréscimo relativo ainda mais intenso do aquele observado na RMSP (27,3%). A participação dos migrantes recentes no total populacional do MSP caiu de 4,4% para 2,9%, entre 2000 e 2013.

Este estudo concentra o foco de sua investigação nos migrantes re-centes pesquisados no período 2000-2013, dada a sua interação mais direta

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T A B E L A 1 Distribuição da população total, segundo condição de migração e tempo de residência Região Metropolitana de São Paulo – 2000-2013 Condição de migração e tempo de residência na RMSP

Números absolutos Números relativos (%) 2000 2005 2010 2013 2000 2005 2010 2013 População total 17.852.637 18.813.789 19.667.558 20.128.227 100,0 100,0 100,0 100,0 Não migrantes 10.033.566 11.006.108 12.012.976 12.694.300 56,2 58,5 61,1 63,1 Migrantes 7.819.222 7.807.681 7.654.582 7.433.927 43,8 41,5 38,9 36,9

Menos de 3 anos de residência

746.002 584.238 603.551 541.985 4,2 3,1 3,1 2,7

Até 1 ano de residência

315.360 249.475 258.244 220.118 1,8 1,3 1,3 1,1 1 a 2 anos de residência 199.015 163.090 172.864 149.590 1,1 0,9 0,9 0,7 2 a 3 anos de residência 231.476 171.674 172.443 172.276 1,3 0,9 0,9 0,9

3 anos e mais de residência

7.073.220 7.223.443 7.051.031 6.891.942 39,6 38,4 35,9 34,2 3 a 9 anos de residência 1.544.489 1.211.943 900.490 903.607 8,7 6,4 4,6 4,5

10 anos e mais de residência

5.528.731 6.011.500 6.150.541 5.988.335 31,0 32,0 31,3 29,8 Fonte:

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com a tendência de redução da migração observada na Região Metropoli-tana de São Paulo.

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DOS MIGRANTES RECENTES

As informações levantadas pela PED, como tempo de residência, local de residência anterior, naturalidade, idade, sexo e condição de escolaridade possibilitam traçar um rápido perfil sociodemográfico dos migrantes. Tempo de residência

Segundo os dados da PED referentes ao tempo de residência, a participação dos migrantes recentes vem diminuindo, principalmente entre aqueles com menos de um ano de residência na RMSP. Esses migrantes, que poderiam ser considerados recém-chegados à metrópole, representavam 1,8% do to-tal populacional em 2000 e aumentaram seu peso no ano seguinte, 2001, para 2,1%. A partir daí, sua participação seguiu tendência sempre decli-nante, até alcançar 1,1% no último ano analisado. Em termos absolutos, registrou-se decréscimo de 30,2%, ao passar de 315,4 mil para 220,1 mil pessoas, entre 2000 e 2013. G R Á F I C O 1

Distribuição relativa da população migrante, segundo tempo de residência

Região Metropolitana de São Paulo – 2000-2013

Fonte: SPDR. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. Em % 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Menos de 3 anos 3 a 9 anos 10 anos ou mais

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O Gráfico 2 mostra a diminuição do peso relativo dos migrantes re-centes na RMSP, segundo tempo de residência. Essa constatação tem um significado de destaque: a participação dos migrantes na principal área metropolitana do país vem se reduzindo paulatinamente, o que confirma as hipóteses das projeções populacionais elaboradas pela Fundação Seade (WALDVOGEL et al., 2012). G R Á F I C O 2

Distribuição dos migrantes recentes, segundo tempo de residência

Região Metropolitana de São Paulo – 2000-2013

Fonte: SPDR. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. 1,8 1,3 1,3 1,1 1,1 0,9 0,9 0,7 1,3 0,9 0,9 0,9 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2000 2005 2010 2013

Menos de 1 ano 1 a 2 anos 2 a 3 anos Em %

Local de residência anterior

As informações segundo local de residência anterior mostram predomínio de migrantes recentes com origem em outros Estados brasileiros, notada-mente da Região Nordeste.

Em 2000, a RMSP contava com 571,4 mil migrantes recentes de ou-tros Estados brasileiros, representando 76,6% dos deslocamentos para essa área, sendo que mais da metade (53,5%) provinha da Região Nordeste, 13,3% eram originários dos Estados do Sudeste (exceto São Paulo) e 9,8% das Regiões Norte, Sul e Centro-Oeste. Já aqueles provenientes dos muni-cípios do interior do Estado de São Paulo correspondiam a 19,7% e apenas 3,7% eram procedentes de outros países.

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Em 2013, os migrantes recentes interestaduais reduziram-se e totali-zaram aproximadamente 427 mil pessoas, mantendo sua participação nos totais dos deslocamentos para a RMSP: 78,7%. Verifica-se que houve de-créscimo na participação relativa dos migrantes vindos de outras regiões brasileiras, com exceção daqueles procedentes do Nordeste (58%). A par-ticipação dos migrantes originários dos municípios do interior do Estado de São Paulo também diminuiu de 19,7% para 15,6%, entre 2000 e 2013.

Embora os migrantes de outros países não sejam tão representativos quanto os nacionais, os dados da PED mostram uma participação relativa ascendente desses migrantes na RMSP, elevando-se de 3,7% para 5,7% do total de migrantes recentes, entre 2000 e 2013. Observou-se, também, au-mento de 12,3% no número absoluto destes migrantes, tendência contrária à verificada para aqueles procedentes de outras localidades.

G R Á F I C O 3

Distribuição dos migrantes recentes, segundo local de residência anterior

Região Metropolitana de São Paulo – 2000-2013

Fonte: SPDR. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

19,7 20,7 14,8 15,6 53,5 52,8 58,3 58,0 23,0 22,4 21,0 20,7 3,7 4,1 6,0 5,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 2000 2005 2010 2013

Outros municípios do Estado de São Paulo (exceto RMSP) Região Nordeste Outras regiões Outros países Em %

Naturalidade

Outro aspecto de relevo refere-se à naturalidade dos migrantes recentes. Em 2000, entre os 746 mil migrantes recentes da RMSP, 26,4% corres-pondiam a pessoas nascidas no próprio Estado de São Paulo e 73,6% eram

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naturais de outros Estados brasileiros e outros países, dos quais 53,3% eram nascidos no Nordeste. Em 2013, 24,5% dos migrantes recentes da região eram naturais do próprio Estado e 75,5% de outros Estados brasileiros e outros países, com 56,4% de migrantes nascidos no Nordeste. Com menor expressão, mas não menos importante, têm-se os naturais dos Estados do Sudeste (exceto São Paulo), que representavam 11,2% dos migrantes re-centes da RMSP, em 2000, e 9,9%, em 2013.

Composição por idade

Em 2013, a RMSP contava com 542 mil migrantes recentes, dos quais 84,2% possuíam menos de 40 anos, indicativo de uma estrutura etária re-lativamente jovem. Entre esses, 34,9% estavam na faixa etária de 15 a 24 anos. Aproximadamente 77% encontram-se nas idades potencialmente ati-vas, entre 15 e 59 anos, o que referenda a hipótese de que, entre outros motivos, os deslocamentos populacionais acompanham as oportunidades de emprego e renda. Apenas 4,4% dos migrantes recentes integravam o grupo com idades superiores a 60 anos.

Já os migrantes residentes há mais de três anos apresentam compo-sição etária mais envelhecida se comparada à dos migrantes recentes. Em 2013, praticamente 66% dos primeiros concentravam-se nas idades supe-riores a 40 anos, enquanto entre os migrantes recentes essa participação era de 16%. Apenas 6,9% dos primeiros eram jovens, com idades entre 15 e 24 anos, proporção que se quintuplica entre os migrantes recentes. Por outro lado, 25,2% dos migrantes com mais de três anos de residência na RMSP tinham mais 60 anos e aproximadamente 72% apresentavam idades potencialmente ativas, entre 15 e 59 anos.

Em 2013, os não migrantes totalizam 12,7 milhões de pessoas, com 63,4% concentrando-se nos grupos em idade ativa (15 a 59 anos) e 21,3% nas faixas etárias de 15 a 24 anos. Sobressaem os menores de 14 anos, que concentravam 31,3% deste grupo populacional. Da mesma forma que os migrantes recentes, esse contingente conta com estrutura jovem, sobre-tudo em razão da participação dos menores de 14 anos, sendo que 78% concentravam-se nas idades inferiores a 40 anos.

Composição por sexo

A composição dos migrantes recentes segundo o sexo revela em 2013 equi-líbrio entre homens (49,6%) e mulheres (50,4%), correspondendo a uma razão de sexos de 98,5 homens para cada 100 mulheres.

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Já entre os migrantes com mais de três anos de residência, há maior presença de mulheres em relação aos homens: 55,5% contra 44,5%, res-pectivamente, indicando uma razão de sexos de 80,2 homens para cada 100 mulheres, bem inferior à observada para os migrantes recentes.

No contingente populacional não migrante, existe maior presença de mulheres (51,7%), apesar de as diferenças não serem tão expressivas quan-to as observadas para os migrantes com mais de três anos de residência. A razão de sexos registrada em 2013 foi de 93,3 homens para cada 100 mulheres.

Condição de escolaridade

Para a avaliação do perfil da população segundo escolaridade, considerou--se o contingente populacional de 20 anos e mais, pois acreditaconsiderou--se que este recorte etário permita melhor avaliação deste atributo na população. Em 2013, a RMSP contava com 14,3 milhões de pessoas com 20 anos e mais de idade.

As informações sobre condição de escolaridade indicam que, em 2013, apenas 5,2% dos migrantes recentes eram analfabetos e sem escola-ridade; entre os migrantes residentes há mais de três anos, essa participação é de 7,3%, enquanto para os não migrantes apenas 1,1% encontravam-se nesta condição (Gráfico 4).

Quando se analisa o grupo que não concluiu o ensino fundamental, encontraram-se diferenças que merecem ser destacadas. Entre os migrantes recentes, 26,6% estavam nesta condição de escolaridade, proporção que aumenta substancialmente entre os migrantes residentes há mais de três anos (40,2%) e diminui entre os não migrantes (14,4%).

Por outro lado, para o contingente com ensinos fundamental comple-to e médio incomplecomple-to, não se evidenciaram diferenças acentuadas entre os migrantes segundo tempo de residência – 17,1% para os recentes e 16% para os residentes há mais de três anos – e os não migrantes (13,5%).

Parcela importante dos migrantes concluiu o ensino médio, mas não chegou ao final do ensino superior. Entre os migrantes recentes, 38,4% apresentavam essa condição de escolaridade, proporção que atinge 28,1% entre os migrantes há mais de três anos e 49,4% para os não migrantes.

Em 2013, os que possuíam curso superior completo correspondiam a 12,6% entre os migrantes recentes e 8,4% entre os residentes há mais de três anos. Entre os não migrantes, praticamente 1,6 milhão tinham esse ní-vel de escolaridade, o que corresponde a 21,7% desse contingente popula-cional. Vale destacar que, entre os não migrantes, 71% contavam com pelo

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menos curso médio completo. Entre os migrantes recentes, essa proporção diminui para 51,1% e, entre aqueles residentes há mais de três anos, para 37,3%. Ao que parece, os não migrantes são, em média, mais instruídos do que os migrantes, independentemente do tempo de residência.

Destaca-se o aumento da escolaridade dos migrantes ao longo do período analisado, independentemente do tempo de residência. Em 2000, 11,0% dos migrantes recentes eram analfabetos e sem escolaridade, pro-porção que diminuiu para 5,2%, em 2013. Relação semelhante pode ser observada no grupo desses migrantes que não concluíram o ensino funda-mental: de 45,3% para 26,6%, entre 2000 e 2013. Entre os não migrantes, a queda na participação relativa nesse grau de instrução também é relevan-te, de 26,3% para 14,4% no período analisado.

Nos grupos com maior escolaridade, a relação é inversa, ocorrendo aumento da participação entre 2000 e 2013. A participação dos migrantes recentes que concluíram o ensino médio, mas não chegaram ao final do ensino superior, ampliou-se de 19,7% para 38,4% nesse período. Entre os migrantes residentes há mais de 3 anos, a participação aumentou de 15,2% G R Á F I C O 4

Distribuição da população, por grau de escolaridade, segundo condição de migração e tempo de residência

Região Metropolitana de São Paulo – 2013

Fonte: SPDR. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. 1,1 14,4 13,5 49,4 21,7 5,2 26,6 17,1 38,4 12,6 7,3 40,2 16,0 28,1 8,4 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 Analfabeto e

sem escolaridade Fundamentalincompleto

Fundamental completo + médio

incompleto superior incompletoMédio completo + completoSuperior Não migrante Migrante recente Migrante há mais de três anos Em %

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para 28,1% entre 2000 e 2013; entre os não-migrantes, a participação ele-vou-se de 36,3% para 49,4%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Semelhante às tendências assinaladas para a migração até o final do século XX, por meio das informações do Registro Civil do Estado de São Paulo e dos Censos Demográficos, os dados da PED mostram desaceleração na chegada dos migrantes recentes para a região, entre 2000 e 2013, princi-palmente daqueles com menos de um ano de residência.

Um aspecto importante levantado pelas informações da PED diz res-peito às características demográficas da população. Entre os migrantes re-centes, 76,7% concentravam-se nas idades potencialmente ativas, o que referenda a hipótese de que, entre outros motivos, os deslocamentos po-pulacionais acompanham as oportunidades econômicas e de emprego. Os jovens de 15 a 24 anos, de ambos os sexos, procedentes de outros Estados brasileiros, principalmente da Região Nordeste, compõem o contingente majoritário de migrantes recentes da RMSP. Em 2013, mais da metade des-se contingente (58%) era procedente do Nordeste.

Em 2013, a população não migrante apresentava, em média, nível de instrução mais elevado do que os migrantes, independentemente do tempo de residência.

Por fim, vale destacar a relevância na utilização das informações da PED para avaliar a imigração na Região Metropolitana de São Paulo, mesmo não permitindo conhecer a emigração, uma vez que as evidências empíricas abrem novas possibilidades de interpretação da dinâmica migratória recente na RMSP. Os resultados da PED mostram cenário de continuidade da dimi-nuição do poder de atração populacional da RMSP, que muito provavelmen-te será confirmado no próximo Censo Demográfico.

As possibilidades de exploração dos dados da PED, sem dúvida, não se esgotam nas informações aqui apresentadas e este estudo reflete, princi-palmente, uma nova abordagem desta linha de trabalho. Tais informações, tratadas de forma integrada aos dados censitários e às estimativas da migra-ção elaboradas pelo Seade, também representam importante subsídio na construção de hipóteses futuras desse componente demográfico considera-das nas projeções populacionais.

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REFERÊNCIAS

ARANHA, V. Migração na metrópole paulista. São Paulo em Perspectiva, v.10, n.2,

abr./jun. 1996.

ARANHA, V.; JANNUZZI, P.M. Migração em São Paulo: evidências e hipóteses da redução da intensidade migratória. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS (Abep), 16., 2008, Caxambu. Anais... Caxambu, set./

out. 2008.

CUNHA, A.S. A migração no cenário da RMSP. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS (Abep), 18., 2012, Águas de Lindóia.

Anais... Águas de Lindóia, nov. 2012.

DEDECCA, C.S.; CUNHA, J.M.P. da. Migração, trabalho e renda nos anos 90: o caso da Região Metropolitana de São Paulo. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS (Abep), 13., 2002, Ouro Preto. Anais...

Ouro Preto, nov. 2002.

FUNDAÇÃO SEADE/DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego PED: conceitos,

metodologia e operacionalização. São Paulo, dez. 1995.

PERILLO, S.R. Novos caminhos da migração no Estado de São Paulo. São Paulo em Perspectiva, v. 10, n. 2, abr./jun.1996.

PERILLO, S.R; ARANHA, V.; CAPASSI, R.; PERDIGÃO, M

.

Informações recentes revelam redução da migração no Estado de São Paulo e suas metrópoles. SP Demográfico, ano 11, n. 3, abr. 2011.

PERILLO, S.R.; PERDIGÃO, M. O Estado de São Paulo continua sendo o principal polo de migrantes do país. SP Demográfico, ano 4, n. 5, set. 2013.

WALDVOGEL, B.C. et al. Mudanças nos componentes da dinâmica demográfica paulista. SP Demográfico, ano 12, n. 3, out. 2012.

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NOTA AOS COLABORADORES

Os artigos publicados pelo Primeira Análise devem ser relacionados a pesquisas da Fundação Seade. As colaborações podem ser tanto de integrantes da Fundação como de analistas externos.

A publicação não remunera os autores por trabalhos publicados. A remessa dos originais para apreciação implica autorização para publicação pela revista, embora não haja obrigação de publicação. A editoria do boletim poderá contatar o autor para eventuais dúvidas e/ou alterações nos originais, visando manter a homogeneidade e a qualidade da publicação, bem como adequar o texto original ao formato dos artigos do Primeira Análise – e para isso podem ser realizadas reuniões de ajuste de conteúdo editorial com os autores. É permitida sua reprodução total ou parcial, desde que seja citada a fonte.

E-mail de contato: edneydias@seade.gov.br NORMAS EDITORIAIS

O artigo deverá ser digitado em Word (fonte TIMES NEW ROMAN, corpo 12), contendo no mínimo 15 e no máximo 30 páginas, em espaço duplo.

Referências

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