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Ano 1 Edição 04 Setembro 2016 Nova geração do Senepol entra em campo

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Revista Senepol | 1 Ano 1 | Edição 04 | Setembro 2016

Nova

geração

do Senepol

entra em

(2)

| Revista Senepol

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| Revista Senepol

4 Revista Senepol | 5

A

migos associados e

aficionados pelo Senepol!

Chegamos ao último

semestre de 2016, data em que celebramos 16 anos da raça no Brasil e, mesmo com o cenário de crise econômica e política do País, uma coisa nós, senepoleiros, podemos comemorar, e muito: a força da nossa raça que, a cada dia, mostra ser uma das melhores opções para o desenvolvimento da sustentabilidade na pecuária nacional, garantindo ao Brasil um futuro auspicioso.

A quantidade de leilões e de novos criadores que aderiram ao Senepol durante esses últimos oito meses foi além das nossas expectativas. E isso nos faz ter a certeza de que estamos caminhando para novos tempos em que o Senepol estará presente dentro de cada porteira, mostrando todas as suas qualidades e auxiliando no desenvolvimento de nossa atividade.

E, para que isso aconteça, os esforços por parte da ABCB Senepol e de seus associados foram e continuam sendo constantes. Muitos eventos realizados, muitos cursos ministrados, muitos investimentos em melhoramento

genético, além da busca constante por informações que venham a contribuir ainda mais para a evolução do Senepol e daqueles que trabalham com esta raça.

A quarta edição da nossa revista chega junto com a Camaru, aqui em Uberlândia, uma feira na qual a Senepol é a grande estrela e onde todos se unem para trocar experiências, compartilhar conhecimentos, apresentar resultados e, acima de tudo, desfrutar daquela que é uma das grandes características dos criadores da raça: a confraternização da grande família de senepoleiros.

Como todos sabem, em janeiro de 2017, passaremos o bastão para um novo presidente e uma nova diretoria que, com toda certeza, continuarão os projetos em andamento e agregarão novas ideias que vão contribuir para a evolução do Senepol.

Agradeço, mais uma vez, a todos que acreditaram em nossa diretoria e em nosso trabalho e que nos apoiaram durante essas duas gestões.

Obrigado a todos vocês.

Gilmar Goudard

Presidente da ABCB Senepol

Senepol cada

vez mais forte

Palavra do Presidente

| Revista Senepol

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| Revista Senepol

6 Revista Senepol | 7

Palavra do Editor

C

aros amigos, criadores e apaixonados pela raça que a cada dia se

consolida como o futuro da pecuária nacional e vem invadindo as pastagens pelos quatro cantos do Brasil. É com muita satisfação que trago para vocês a quarta edição da minha, da sua, da nossa Revista Senepol que, mais uma vez, apresenta para vocês, leitores, o que de melhor acontece em relação a essa raça.

Os assuntos dessa edição foram cuidadosamente escolhidos com o objetivo de informar, da melhor forma possível, sobre as ações da associação, as novidades e os acontecimentos relacionados ao Senepol, raça que, a cada dia, conquista mais adeptos.

A matéria de capa mostra os jovens empresários do Senepol que estão ajudando e até mesmo assumido os negócios da família, demonstrando a importância da sucessão familiar para a continuidade da atividade e para assegurar o futuro dos filhos e da raça.

Ainda com o intuito de mostrar todos benefícios que o Senepol pode proporcionar àqueles que já trabalham no setor e também aos que pretendem virar novos senepoleiros, a seção Fomento traz uma matéria que aborda vários aspectos que apontam o porquê do Senepol ter se tornado um expoente dentro da cadeia produtiva de carne.

Para demonstrar os resultados conquistados pelo Senepol em 2016, temos as Curtas da ABCB Senepol e as ações realizadas pela associação nos últimos meses, a Raça no Martelo, com a movimentação de negócios nos leilões, o Mundo da Raça, com informações e eventos que giraram em torno do Senepol, além de outras seções com tudo aquilo que você quer e precisa saber sobre essa raça, que com certeza, será, ou melhor, já é muito importante na contribuição para a sustentabilidade da pecuária brasileira.

Boa Leitura!

Carlos Alberto da Silva

Editor e Presidente do Grupo Publique

Juventude a

serviço do Senepol

(5)

| Revista Senepol

8 Revista Senepol | 9

Expediente Sumário

Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol

Rua: Tupaciguara, 296 - Aparecida CEP: 38400-618 - Uberlândia-MG Fone: (34) 3210-2324 ou (34) 9 9962-4357 senepol@senepol.org.br / marketing@senepol.org.br www.senepol.org.br

Diretoria Executiva

Diretor Presidente: Gilmar Goudard - presidente@senepol.org.br Diretor Vice Presidente: Adilson Edson Reich - diretoria@senepol.org.br Diretor Administrativo: Itamar Netto - administrativo@senepol.org.br I Secretário: Arthur Euri dos Santos - diretoria@senepol.org.br II Secretário: Sebastião Garcia Neto - diretoria@senepol.org.br

Diretor Financeiro: José Alexandre de Melo Cunha - financeiro@senepol.org.br I Tesoureiro: José Wilson Rezende - diretoria@senepol.org.br

II Tesoureiro: Guilherme Rodolfo Reich - diretoria@senepol.org.br

Diretor de Marketing e Eventos: Ricardo César Crosara Magnino - eventosemercado@senepol.org.br Diretor Relações de Mercado: Jairo Ferreira Lima - eventosemercado@senepol.org.br

I Suplente: Leonardo Chaves Zapalá Sbrana Pimentel - diretoria@senepol.org.br II Suplente: Carlos Roberto Sorgi - diretoria@senepol.org.br

Conselho Deliberativo Técnico

Presidente: Pedro Crosara Gustin

João Carlos Ribeiro (Representante MAPA) Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes José Antonio Fernandes Júnior Leonardo Galvão Netto Luciano Miranda Rodrigo Ribeiro Cunha

Superintendente Técnico: Celso Menezes - superintendente@senepol.org.br Superintendente Técnico Substituto: Dulcimar Menezes - dulcimarvet@gmail.com

Técnicos

Alex T. Marconato - alextmarconato@yahoo.com.br Dulcimar Menezes - dulcimarvet@gmail.com Emerson Guimarães de Morais - em@qualitas.agr.br Júnior Fernandes - jr.fernandes@me.com Lucas N. Silva - lnszoo@hotmail.com Luiz Augusto Jacinto - luizaugustoj@gmail.com

Rafael Cotta Pacheco - rafaelpachecozootec@yahoo.com.com.br

Conselho Fiscal

Paulo Eduardo Garcia Ricardo Pereira Carneiro Eldino Zeli

Roberto Folley Coelho José Leonicio Gomes Humberto Reis

Conselho Editorial

Gilmar Goudard Pedro Crosara Gustin Celso Menezes Carlos Alberto da Silva Gutche Alborgheti André Casagrande Mylene Abud Paulo Bonanni

PUBLISHER: Carlos Alberto da Silva | MTb 20.330

PRESIDENTE E FUNDADOR: Carlos Alberto da Silva

EDITOR: REPORTAgENS: COLOBORARAM NESTA EDIÇÃO: COMERCIAL: PROJETO gRÁFICO, DIAgRAMAÇÃO E ARTE: REVISÃO: PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: ADMINISTRATIVO, FINANCEIRO E RH: CAPA: IMPRESSÃO E ACABAMENTO: TIRAgEM: ADMINISTRAÇÃO:

Carlos Alberto da Silva | MTb 20.330 André Casagrande

andre@publique.com

(11) 9.9105.1278 | Skype: andrecasagrande3 Daniel de Paula

Pedro Crossara Gustin

Carlos Alberto da Silva

carlos@publique.com

(11) 9.9105.2030 | Skype: carlaodapublique

Ana Cláudia Rocha

anaclaudia@publique.com (11) 9.7082.6508 | Skype: anac.rocha Paulo Bonanni porangaba@publique.com (11) 9.9402.7078 | Skype: paulohsbonanni Gutche Alborgheti gutche@publique.com (11) 9.9108.0856 | Skype: gutche.alborgheti Mylene Abud mylene@publique.com (11) 9.9595.3213 | Skype: mya_abud Paulo Bonanni porangaba@publique.com (11) 9.9402.7078 | Skype: paulohsbonanni Adriana Bonanni financeiro@publique.com (11) 9.9381.4488 | Skype: adrianagsbonanni Gutche Alborgheti

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Capa

Páginas

Vermelhas

Pecuária Sustentável

Vera Reich, idealizadora do

grupo “Mulheres do Senepol”

Filhos e filhas dos senepoleiros estão se preparando para dar continuidade à atividade da família e muitos já têm seus próprios animais

Raça é uma alternativa para produção de carne, em especial no cruzamento industrial

Nova

geração

do Senepol

entra em

campo

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Curtas da ABCB Senepol

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Galeria Leilões | Leilão BrandaMundo

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Páginas Vermelhas

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Tá Todo Mundo Lendo

Pecuária Sustentável

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Pasto Técnico

24

Galeria Leilão | Genética Senepol MT, Esplendor Genetropic, Senepol JK

50

Mundo da Raça

44

A Raça no Martelo

52

Tá Todo Mundo Lendo | 2º Leilão Elite Divas Senepol CMI & Convidados

Papo de Cocheira

58

84

Capa

60

Recursos Humanos

74

Melhoramento Genético

78

Inovação

86

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| Revista Senepol

10 Revista Senepol | 11

Curtas da ABCB Senepol

“Esse código de ética é uma ferramenta que determina todos os procedimentos de forma isonômica para todo o trabalho realizado pelos técnicos credenciados da ABCB Senepol, com o objetivo de garantir aos associados a segurança plena de que o seu animal será avaliado dentro de princípios técnicos e éticos previamente estabelecidos por este manual recém-criado”, afirma Itamar Netto.

“Essa é mais uma conquista de ação da diretoria Executiva da ABCB Senepol na condução de uma gestão exercida em benefício de todos os associados”, acrescenta.

critério dos criadores e a irretocável gestão da associação. Uma raça só se mantém forte com pessoas sérias e comprometidas no comando. É este modelo de gerir que nós, criadores, esperamos e, graças a Deus, temos tido”, completou.

“Gilmar merece essa homenagem pelo excelente serviço prestado à frente da Associação. Ele inovou e modernizou ao possibilitar a realização de todos os serviços on-line e, também, deu uma nova cara para que tudo acontecesse da forma mais transparente possível. Nós, aqui do Mato Grosso, Senepol da Coroados e Senepol da Conquista, temos uma gratidão imensa pelo presidente e por toda a sua diretoria pelos serviços prestados”, declarou Jorge Basílio, selecionador da raça em Juína.

Com um público de 500 pessoas no recinto, o evento também foi transmitido pela TV através do Canal do Boi.

ABCB Senepol cria Código

de Ética do Técnico Inspetor

Presidente da ABCB Senepol

é homenageado em Cuiabá

N

o mês de agosto, os técnicos credenciados da

associação receberam o Código de Ética do Técnico Inspetor ABCB Senepol. O manual foi solicitado pela diretoria executiva da entidade ao superintendente técnico Celso Menezes, com ajuda de Pedro Crosara, presidente do CDT, em conjunto com sua equipe de conselheiros. Segundo o diretor administrativo, Itamar Netto, foram captadas várias sugestões de todos os elementos que compõem a equipe do CDT juntamente com o superintendente técnico para construir um Código de Ética em perfeita harmonia com as determinações do Estatuto e das Normas do Serviço de Registro Genealógico (SRG).

D

ia 5 de julho, o presidente da Associação Brasileira dos

Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Gilmar Goudard, recebeu homenagem pelo empenho, dedicação e profissionalismo na condução da entidade durante quase seis anos de gestão. A homenagem foi entregue por Fábio Mello (Senepol da Conquista) e Jorge Basílio (Senepol Coroados), promotores do Leilão Genética Senepol MT & Convidados, em Cuiabá, capital de Mato Grosso, durante a realização da segunda edição do remate.

“Receber este prêmio me enche de orgulho e responsabilidade. Nosso compromisso é com a consolidação da raça no Brasil”, disse Goudard.

“Respeito não se compra, conquista-se. Por isso, fizemos essa homenagem à diretoria”, comentou Fábio Mello, jovem criador que tem se destacado no setor. “A expansão do Senepol no mercado tem dois fatores importantíssimos, o

Divulgação

Fábio Mello entrega a placa de homenagem a Gilmar Goudard, presidente da ABCB Senepol

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| Revista Senepol

12 Revista Senepol |Revista Senepol | 1313

Curtas da ABCB Senepol

que você deu para construir esse legado genético que tem e terá reflexos muito positivos na pecuária de corte mundial”, disse o superintendente técnico da associação, Celso Menezes, em mensagem enviada por e-mail a Jr. Fernandes, consolidando a aposentadoria.

“Em nome do Serviço de Registro Genealógico da raça Senepol, só temos que agradecer, não apenas pelos ensinamentos que você nos transmitiu, mas também pelo companheirismo, apoio, incentivo e parceria, que conquistaram nosso respeito e admiração. Você sempre será o nosso mestre”, completou o superintendente. O adeus é apenas ao SRG, pois Jr. Fernandes prometeu não deixar de participar do CDT, órgão da associação que trata de todos os assuntos inerentes à raça, validar programas de avaliação, parametrizar índices de programas de melhoramento e discutir aspectos levantados por criadores com o objetivo de contribuir para a evolução e a expansão do Senepol, além de regular o próprio SRG. Desde a sua criação, Jr. Fernandes foi convidado por todas as gestões. “Quando for chamado, estarei sempre pronto para arregaçar as mangas e trabalhar em benefício do Senepol”, arremata.

Jr. Fernandes se aposenta

como técnico de registro

da Associação

ABCB Senepol tem

novo modelo de gestão

P

rimeiro técnico habilitado do Serviço de Registro

Genealógico (SGR) da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB-Senepol), o médico veterinário Júnior Fernandes se aposenta do cargo. Dentro da exposição Camaru Agronegócios 2016, em Uberlândia, MG, ele será homenageado pelos 16 anos de trabalhos de registro na raça que seu pai, o criador José Antônio Fernandes Netto, da Grama Senepol, ajudou a trazer para o Brasil, no ano 2000, tornando-se sócio número 1 da entidade.

“Meu compromisso era ajudar a expandir a raça no Brasil e hoje posso dizer, com orgulho, que dei a minha contribuição como técnico”, afirma Jr. Fernandes, que se formou em Medicina Veterinária pela Unesp de Jaboticabal em 1986. “Planejei trabalhar até quando surgissem novas equipes e estou ciente de que temos técnicos com competência para dar prosseguimento a esse processo, portanto, é hora de passar a batuta e dar oportunidade aos mais novos”, completa. Como primeiro superintendente-técnico da ABCB-Senepol, em 2002, ele participou da nacionalização de grandes animais importados e viu o desenvolvimento do Senepol no Brasil. “Trabalhar como técnico, foi um grande aprendizado na minha vida, rodei bastante, numa época em que a associação ainda era uma entidade pequena”, lembra. “A raça cresceu, pelo potencial que sempre enxergamos nela e pela consciência dos criadores em selecionar animais superiores, por isso, chegou onde está e ainda vai crescer muito mais”, prevê.

Em 2004, Jr Fernandes passou a membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da segunda diretoria da ABCB-Senepol, permanecendo até a atual gestão. “As palavras não conseguem traduzir a dimensão da colaboração

D

esenvolver uma cultura de melhoramento contínuo da

associação, que permita alcançar resultados satisfatórios, é um dos objetivos do novo modelo de gestão da diretoria da ABCB Senepol. Segundo Robert Macêdo, gerente geral da Associação, o novo modelo se baseia no método PDCA (Planejar, Realizar, Controlar e Atuar Corretivamente, em inglês), que permite o desenvolvimento contínuo dos processos, de forma a deixar os serviços sempre mais próximos da qualidade total. “Nessa metodologia são inseridos pontos de verificação ao longo de todos os processos de negócio, que permitem saber, com exatidão, quais os gargalos e problemas que precisam ser corrigidos para melhorar o resultado final (Custo, Prazo ou Qualidade)”, informa o gerente da ABCB Senepol. Macêdo explica, ainda, que os níveis de gestão (Presidência, Diretoria, Gerência) possuem atribuições e alçadas definidas.

“Dessa forma, todos possuem responsabilidades sobre os resultados e têm que definir prioridades de correção, analisar as causas dos problemas, sugerir ações corretivas, implementar soluções corretivas e conferir o impacto dessas ações”, sintetiza.

Outra característica desse modelo de gestão, destacado por Macêdo, está relacionada à credibilidade que esse processo garante à ABCB Senepol. “A segurança que se obtém nos controles dos processos atribui à associação a confiança necessária exigida pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a gestão documental de toda a raça”, enfatiza e acrescenta que essa ação tem outros objetivos, como o de garantir aos criadores de bovinos Senepol serviços com mais agilidade e confiabilidade, a preços justos.

Daniel de Paula

O médico veterinário, Júnior Fernandes

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| Revista Senepol

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| Revista Senepol

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| Revista Senepol

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ão é novidade, que a cada dia, a evolução do Senepol fica ainda mais presente nos campos pelo Brasil afora, devido à sua eficiência nos sistemas de produção nacional, à precocidade e à adaptabilidade da raça ao clima tropical. Porém, não são só essas as características que fazem com que esse animal conquiste mais adeptos. A facilidade de manejo e docilidade do Senepol atraíram também as mulheres para o campo. E essa é uma prática que vem crescendo, juntamente com a evolução da raça.

A titular da CMI Senepol, Vera Reich, idealizadora do grupo Mulheres do Senepol e primeira mulher a participar diretamente da criação dessa raça a campo, conta a sua história, a entrada na raça e a presença cada vez mais frequente das mulheres nos negócios do campo.

Revista Senepol - Vera, conte-nos como surgiu o Senepol CMI.

Vera Reich - Bem, eu nasci na cidade de Concórdia, no estado de Santa Catarina. Depois, fui para Porto Alegre (RS), onde cursei direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS). Quando me casei com o Ivo (Ivo Reich, da CMI),

Vera Reich, idealizadora do grupo “Mulheres do Senepol” conta como o

envolvimento com a raça Senepol mudou a sua rotina ao decidir ir a campo

moramos em diversas cidades devido ao seu cargo de executivo. Antes de ser pecuarista e criadora de Senepol, fui dona de casa, mãe e comerciante. Há 14 anos, iniciamos nosso plantel de Senepol, sendo os pioneiros da raça no Mato Grosso do Sul.

Revista Senepol - Como foi a sua história até a entrada no Senepol?

Vera Reich - No começo, foi muito difícil pois, pelo fato de ser uma raça nova no Brasil, não tínhamos dados sobre o potencial da raça e buscávamos informações básicas no projeto Montana. Hoje, podemos dizer hoje que foi uma escolha correta, pois acreditamos e investimos na raça, buscando sempre genética de ponta no berço do Senepol e, assim, nos tornamos um criatório referência da raça no País.

Revista Senepol - Por que escolheu o Senepol?

Vera Reich - A escolha se deu através de vários cruzamentos que fizemos com o Nelore. A partir daí, observamos que quando o cruzamento era com um outro taurino, no caso, o Senepol, os resultados eram surpreendentes, produzindo animais precoces, pesados e muito produtivos. Essa constatação não nos deixou mais

Ela está

no comando

André Casagrande

| Revista Senepol

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Esse movimento feminino

no Senepol começou mais

recentemente, impulsionado

pelo crescimento da raça.

Hoje, com certeza, as

mulheres estão mais atuantes.

Revista Senepol | 19

Divulgação

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| Revista Senepol

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Páginas Vermelhas

dúvidas e, daí em diante, passamos a produzir e selecionar genética Senepol. Compramos as primeiras doadoras e importamos sêmen e embriões, sempre buscando fazer um trabalho criterioso na seleção e na avaliação genética, pois acreditamos que só assim uma raça pode crescer de forma sustentável, sólida e com credibilidade.

Revista Senepol - Como você vê hoje a atuação da mulher no meio rural?

Vera Reich - Eu sempre acompanhei o Ivo na criação e na formação de nosso

plantel, mas, no início, as mulheres não apareciam, era apenas EU e ELES. Na primeira edição da extinta Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Pecuária de Corte), em São Paulo, fiz a minha primeira amiga no Senepol, a Marina, do Senepol Soledade, até hoje uma grande parceira; temos muitas histórias juntas no Senepol. Na sequência, vieram outras, como a Sandra, do ITA Senepol, e a Neiva, do Senepol GOUD. Porém, isso demorou algum tempo. Esse movimento feminino no Senepol começou

mais recentemente,

impulsionado pelo crescimento da raça. Hoje, com certeza, as mulheres estão mais atuantes.

Revista Senepol - Como surgiu a ideia de criar o grupo “Mulheres do Senepol”?

Vera Reich - Em 2015, tive a ideia de fazer o Leilão Divas do Senepol, com o intuito de trazer as mulheres para venderem seus animais e, consequentemente, aumentar o seu envolvimento com o mercado do agronegócio. A proposta foi de um leilão totalmente rosa, até então virtual, especialmente direcionado para “elas”. Contei com grande apoio de minhas amigas mais próximas e, como todos já

Revista Senepol - Como você vê a evolução do Senepol nesses 16 anos de Brasil?

Vera Reich - A nossa raça tem crescido muito, por isso, sempre que me pedem conselhos, eu digo ao novo criador: “Estude a raça antes de qualquer coisa. Pergunte e tire todas as suas dúvidas”. Hoje, a nossa associação tem um site muito informativo e esclarecedor que pode ser consultado a qualquer momento. Outro conselho muito importante que aconselho é comprar sempre animais avaliados, oriundos de criatórios de confiança. Isso é fundamental. Esse é um dos diferenciais da CMI. Além disso, é essencial ter sempre um sistema de triagem rígido na fazenda. Tomadas essas providências, o sucesso é garantido.

Revista Senepol - A criação de Senepol é rentável?

Vera Reich - É extremamente rentável investir em Senepol. Produzimos muitos animais com genética diferenciada durante o ano todo. Em 2016, já participamos de nove leilões, promovemos outros três e faremos outros dois em parceria no Mato Grosso do Sul. Então, o resultado não poderia ser diferente: o Senepol é lucro mesmo. Porém, é preciso, como

disse anteriormente, criar animais de ponta e avaliados para que haja valor agregado e resultados satisfatórios.

Revista Senepol - Qual o seu recado para as “Mulheres do Senepol”?

Vera Reich - Para elas, gostaria de dizer que tudo na minha vida foi com conquistado com muita batalha e que, para quem está começando hoje, a facilidade é muito maior. Então, comecem a criar junto com seus companheiros, pois, por experiência própria, posso dizer que, sem a minha ajuda, o Ivo não conseguiria administrar tudo sozinho. Apesar de termos uma grande equipe nos ajudando, dar conta de lavoura e pecuária sozinho é muito complicado. Eu estudei muito, adquiri prática observando, com humildade e atenção, o trabalho na fazenda durante todos esses anos, para que hoje eu me sentisse totalmente segura para tomar decisões. Eu agradeço a Deus e à família que tenho. Agradeço ao trabalho que amo, aos clientes e aos nossos funcionários, que nos dão a sustentação necessária para realizarmos empreendimentos de sucesso para o bem da continuidade e da evolução do Senepol.

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sabem, o resultado foi maravilhoso. O crescimento foi tanto, de lá para cá, que tivemos que fazer um leilão presencial, que contou com a participação de 15 convidadas. Foi um sucesso sob vários aspectos: liquidez total e média de R$ 40 mil por animal. Exemplo disso foi a doadora Ígna, vendida por R$ 261 mil para o Senepol Leka. São resultados como esses que me levam a crer que as mulheres estão cada vez mais ativas na raça. Acredito que a tendência é que esse envolvimento com o Senepol por parte das mulheres aumente a cada dia.

Revista Senepol - A que você credita a aproximação e maior participação das mulheres na pecuária, em especial, na criação de Senepol?

Vera Reich - Ao potencial que essa raça tem e às suas características. É uma raça rústica, adaptada, precoce e extremamente lucrativa. Além disso, podemos somar a união e a amizade entre nós, mulheres e criadoras, e também o trabalho em família, a base de todo esse processo.

Revista Senepol - Em sua opinião, criar Senepol ajuda de alguma forma na sucessão familiar?

Vera Reich – Sim, claro. Os exemplos que deixamos para os nossos filhos refletem no futuro deles. Aqui na CMI, por exemplo, meu filho, Ivo Reich Filho, já está totalmente atuante como administrador de nosso criatório, além de ser um criador de Senepol e estar acompanhando de perto o lucro que essa raça pode proporcionar.

Revista Senepol - Podemos então dizer que, além de rentável, criar Senepol é benéfico para o convívio familiar?

Vera Reich - Acredito que trabalhar com amor, seriedade e dedicação ajuda em qualquer questão, inclusive no convívio familiar.

Eu estudei muito, adquiri

prática observando, com

humildade e atenção, o

trabalho na fazendo durante

todos esses anos, para

que hoje eu me sentisse

totalmente segura para

tomar decisões.

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Meio-sangue

Senepol é

sinônimo

de pecuária

comercial

moderna

e eficiente

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P

roduzir maior volume de alimentos, em especial

proteína de elevado valor agregado, com qualidade sanitária e nutricional com o menor impacto possível ao meio ambiente é prerrogativa para os tempos atuais e o futuro próximo do planeta. Atualmente, a cadeia produtiva agropecuária como um todo já supre a demanda mundial de alimentar 7,3 bilhões de habitantes, e caminhamos para um futuro com mais de 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Alimentar e vestir esta população crescente demanda equilíbrio entre a natureza, a produção agropecuária e as questões sociais nos centros urbanos.

De acordo com pesquisas demográficas, estima-se que, neste início do século 21, a terra receberá mais de 80 milhões de habitantes a cada ano, sendo que a maioria viverá na Ásia, na África e na América Latina. Países ricos tendem a diminuir suas médias de crescimento demográfico. No entanto,

vêm elevando a expectativa do tempo de vida de forma considerável, reflexo da evolução tecnológica das áreas da medicina, de maiores cuidados com a saúde e do saneamento básico, entre outros. Produzir mais é um grande desafio que a cada momento se amplia, dadas as limitações de terra e de água em muitos lugares do planeta. Os Estados Unidos e o Brasil tendem naturalmente a consolidarem suas posições de maiores players no comércio global, sendo que o nosso País, além de terra, água e sol, tem empreendedores rurais, boas escolas agropecuárias, excelente genética bovina e muita pesquisa. O Brasil é a nona economia do mundo, possui a quinta maior população, com mais de 200 milhões de habitantes, e conta com umas das maiores áreas superficiais onde é possível produzir alimentos. Estamos bem posicionados, o que nos faz ser considerados o principal exportador de alimentos do mundo na próxima década.

Carlão da Publique/Publique Banco de Imagens

Pedro Crosara Gustin

Médico veterinário e presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABCB Senepol

Pasto Técnico

Arquivo Senepol Paranoá

Essa eficiência é

reflexo da heterose

obtida com a

inclusão do touro PO

dessa raça na vacada

zebuína e/ou F1

taurina, nas fases

de recria e engorda

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Adoção de uma bovinocultura

mais sustentável para maior

produção de alimentos

Traduzindo de forma conceitual, sustentabilidade é a capacidade de estabelecer um sistema de produção equilibrado para suprir demandas de alimentos, de forma perene e sem esgotar as suas fontes, em um ciclo capaz de se manter por longo período com o uso responsável de recursos naturais, satisfazendo as necessidades atuais sem comprometer gerações futuras.

Aumentar a produção de alimentos, sem ampliar a área, com o uso racional de insumos, é o maior objetivo do produtor empresário rural. Sob essa realidade, a inclusão de sangue taurino, através do uso de touros Senepol PO na vacada zebuína e/ou meio-sangue taurino, é indissociável por traduzir o reflexo prático na pecuária bovina em termos de produtividade, eficiência (arroba/ hectare/ano), entrega de resultado, lucratividade, rentabilidade e sustentabilidade, de forma muito simples e sem muita complicação para os diferentes sistemas de produção pecuários existentes no Brasil. Somado à

touros demandados no País para a reposição anual de touros melhoradores. Isso mostra claramente, que temos muito ainda o que produzir e caminhar para a pecuária eficiente no Brasil.

Progênie do touro Senepol PO na vacada comercial é pré-requisito para uma pecuária mais eficiente, pois os atributos gerados pelo gado meio-sangue Senepol já são reconhecidos pela cadeia pecuária nacional como sinônimo de sustentabilidade econômica com oferta de carne nutritiva, saudável e de qualidade para o consumidor final.

Benefícios do choque sanguíneo

em Programas de Cruzamento

Industrial, especialmente com

a raça Senepol

Agregar valor ao plantel de fêmeas bovinas. Este é o objetivo dos programas de cruzamento industrial mais modernos. Fatores ligados diretamente ao caixa do pecuarista, como a redução do ciclo de vida dos animais na fazenda, aumentando o giro, maiores pesos dos animais vendidos à desmama, e, também, no momento do abate, item correlacionado à qualidade do produto

comercializado, elevam o valor para quem quer comprar animais diferenciados economicamente para o negócio de recria e engorda de bovinos.

Eficiência é a palavra que merece a maior atenção do pecuarista. Hoje, existem inúmeras tecnologias que podem ser utilizadas, de forma adequada e adaptada para cada diferente sistema de produção para melhorar resultados, no âmbito da genética, do manejo, da nutrição e da sanidade. Aqui neste artigo, tratamos do aspecto melhoramento genético que o pecuarista pode e deve utilizar para ganhar eficiência em seu sistema de produção de boi gordo ou produção de carcaça de elevado valor comercial.

A incorporação de genes de diferentes raças em um mesmo indivíduo, através de cruzamentos, promove ganhos por dominância, mas, também, provoca perdas por epistasia (interação gênica que acontece quando um par de genes alelos interage para alterar, de forma inibitória, a ação de outro par de genes alelos) no animal oriundo do cruzamento industrial. Portanto, todas as formas de ação gênica se manifestam e o balanço líquido entre os efeitos de dominância e de epistasia é o que normalmente estimado e interpretado como heterose (Fries et al., 2000).

A superioridade de animais produtos de cruzamentos está comprovada por inúmeros estudos disponíveis na literatura especializada, em que as estimativas de heterose mostram desempenho maior para os animais oriundos dos cruzamentos, em comparação com os das raças puras.

Barbosa & Alencar (1995), sintetizando resultados de estudos de cruzamentos conduzidos no Brasil, de 1934 a 1994, relataram o melhor desempenho dos animais mestiços obtidos do cruzamento entre raças taurinas e zebuínas, em relação aos zebuínos puros ou mesmo aos taurinos puros.

Em recente estudo feito pelo Departamento de Zootecnia da Universidade de Santa Maria (RS), conduzido por Rorato et al. 2008, foram estimados os valores de heterose variável tempo para se produzir, esse conjunto de fatores

passa a integrar os vetores necessários para a equação que resultará na disponibilidade de alimentos para atender a população humana nas próximas décadas. Utilização de programas de nutrição e arraçoamento, cuidados com a prevenção sanitária dos rebanhos e o uso de genética bovina adequada para a produção eficiente de carne em menores espaços de tempo serão o mote da próxima década.

O reflexo dessa afirmativa, no quesito genética, é a segunda revolução da pecuária brasileira com a inclusão do Senepol no cenário nacional, com pronto reconhecimento do mercado a esta raça, que, em pouco mais de 16 anos de Brasil, já possui um plantel de gado PO de 45.899 cabeças, posicionando-se, atualmente, como o maior plantel no mundo e já comercializando 3.949 lotes anuais em leilões. Isso significa uma participação de 51% no total de remates oficiais que disponibilizam genética taurina para que o pecuarista, atento às tendências e às exigências de mercado possa aplicar o cruzamento industrial como forma de ganho de produtividade reprodutiva, precocidade sexual e de acabamento de carcaças, entregando o boi de ciclo curto à cadeia de alimentos de elevado valor agregado. A principal vantagem do uso do meio-sangue Senepol nas fases de recria e engorda é a capacidade de adaptação a diferentes sistemas de manejo. Desde o sistema mais extensivo, no qual o pecuarista faz a opção por fornecer somente pasto e sal mineralizado, passando pelo sistema semi-extensivo até o intensivo, o sangue Senepol permite que seus produtos meio-sangue, resultantes do cruzamento com a vacada comercial, imprimam adaptação e rusticidade, ao mesmo tempo que possibilitam melhor resultado ao proverem esses indivíduos de elevado potencial para a redução do ciclo ou do tempo de abate com destacável qualidade de carcaça e carne.

Mesmo com toda essa pujança que os números estatísticos de mercado demonstram, os reprodutores da raça Senepol ainda não representam 1% do total de

Pasto Técnico

Touro Senepol cobrindo vacada Nelore a campo na região Norte do País

Vacas F1 com bezerros filhos de touro Senepol ao pé na região centro-oeste do País

Divulgação

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| Revista Senepol

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para as características de peso à desmama ajustado para 205 dias de idade, ganho de peso médio diário do nascimento à desmama, ganho de peso diário da desmama ao sobreano, e peso ao sobreano ajustado para 550 dias de idade para diferentes genótipos que originam animais compostos por sangue 5/8 taurino sob zebuínos (Nelore). Os dados foram consistentes, uma vez que os pesquisadores trabalharam com uma base de dados de peso e de ganho de peso de 34.060 bezerros, filhos de 560 touros e de 28.409 vacas (pré-desmama), e de 14.370 animais, filhos de 281 touros e de 10.432 vacas (pós-desmama), de uma população multirracial formadora de animais 5/8 europeu e 3/8 Nelore, nascidos entre 1986 e 2002, em 37 fazendas em vários estados brasileiros. Nesse experimento, as menores médias foram observadas nas raças puras, tanto taurinas como zebuínas, e o maior desempenho dos produtos dos cruzamentos em relação às raças puras comprovaram o relatado por Paschal et al. (1994), os quais, para produtos do cruzamento entre vacas zebuínas e touros taurinos, na pós-desmama, apresentaram maiores pesos para os cruzados zebuínos e taurinos, demonstrando que as diferenças foram mais vantajosas para os cruzados com baixa disponibilidade e qualidade da forragem. Em cruzamentos zebuínos com

taurinos, qualquer raça que seja aplicada em fêmeas matrizes zebuínas sempre será melhor que zebu x zebu. A raça Senepol, nesse processo, é essencial para que o produto gerado pelo cruzamento com o zebu forneça a necessária rusticidade a campo, ao mesmo tempo que a progênie desfruta dos benefícios da heterose com a base genética taurina, já reconhecida tecnicamente.

Os ganhos de heterose refletidos na pós-desmama para o grupo genético meio-sangue taurino x zebuíno para 550 dias de idade são muito evidentes devido ao fato de estes animais possuírem heterozigose direta máxima e epistasia mínima, enquanto os grupos genéticos 3/4 taurino e 3/8 taurinos sofrem influência de certo grau de epistasia. Estimativas de heterose inferiores a essas foram relatadas por Perotto et al. (1998) e por Roso & Fries (2000), para GMD no pós-desmama, para produtos do cruzamento entre as raças Caracu, Charolês e Angus sob vacada zebuína. O Senepol foi uma das melhores opções entre muitas outras raças taurinas que trazem benefícios à progênie nos programas de cruzamento industrial dirigidos. A raça Senepol, neste processo, é essencial para que o produto gerado pelo cruzamento com o nelore ou a vacada zebuína forneça a necessária rusticidade a campo, com incremento de indicadores de

Pasto Técnico

produtividade como as características reprodutivas, de crescimento e qualidade de carcaça e carne.

O Senepol abranda e equilibra os reflexos secundários de outros taurinos que tradicionalmente apresentam pelo comprido, sofrem com o estresse calórico, têm problema de adaptabilidade e certa agressividade. A raça Senepol corrige isto tudo e, portanto, é muito recomendada para fechar nos cruzamentos industriais dirigidos às fêmeas F1 inclusive.

Estudos práticos feitos pela Agrocestalto comprovaram, após resultados compilados de campo, de cerca de 10 anos, a essencialidade revolucionária da raça Senepol ao retorno com sucesso dos programas de cruzamento industrial, em especial com monta exclusivamente a campo.

O Senepol corrige os problemas de epistasia advindos do emprego de raças taurinas retrocruzadas em programas absorventes de cruzamento industrial, o que faz com que esta raça seja muito recomendada para fechar nos cruzamentos industriais dirigidos às fêmeas F1, fazendo, assim, o tricross. Em qualquer filho (F2), deve ser verificado o tamanho do pelo, pois o taurino puro colocado sob as fêmeas F1 gerará prole com muito pelo. Controlar carrapato em F2 peludo é muito complicado nos cruzamentos industriais. A solução encontrada é a absorção obrigatória nos cruzamentos do Senepol, único taurino que retira o pelo denso de suas proles. Se não, a única opção é voltar com o zebu, perdendo a desejada heterose.

Medida de Heterose

Medida de Heterose

Bovino Taurino Senepol

x Nelore

Bovino Taurino

3/8 sangue

Taurino Boi Convencional

3/8 sangue Taurino 1/2 sangue Taurino 1/2 sangue Taurino 1/4 sangue Taurino 1/4 sangue Taurino Bovino Zebuíno Bovino Zebuíno Quantidade de análises Peso aos 250 dias - kg GMD na recria - g/dia Nascimento Desmama 12 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Quantidade de análises Peso aos 550 dias - kg GMD na recria - g/dia

10.800

164

647

36,4 247 361 401 476 479 479 486 501 521 552 601 ABATE

5043

305

401

4.713

179

726

39 185 210 240 255 270 285 300 325 345 355 370 386 415 430 456 492 500 528 564 600 ABATE

1635

322

413

17.883

178

721

7476

334

401

560

176

718

130

313

407

104

162

655

86

301

389

Curva de

crescimento que

o meio-sangue

Senepol com vaca

Nelore potencializa,

frente à curva

de crescimento

de bovinos de

uso comum ou

convencional no

mercado pecuário

Tabela 1 - Estudo da curva de crescimento de animais ½ Senepol com vaca Nelore comparado com bovino convencional utilizado no mercado pecuário:

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| Revista Senepol

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Com o Senepol, consegue-se manter sangue taurino acima de 75%, preservando os 25% de rusticidade. Se voltar o zebu nas F1, aumenta a rusticidade em 75% de forma desnecessária contra 25% de heterose, quando apenas 25% de rusticidade nos cruzamentos com taurinos já são suficientes para uma boa adaptabilidade.

Essas fêmeas F1 não podem ser perdidas, pois são excelentes matrizes (mães), muito precoces e produzem muito leite, o que contribui para o desempenho da progênie aos 205 dias, gerando filhos com peso à desmama com 50% a 60% do peso corporal de sua mãe. Geralmente, apresentam a primeira cria aos 24/26 meses de idade e fornecem ao criador pelo menos um bezerro a cada 12 a 13 meses de ciclo.

Estudos feitos pelo consultor em pecuária José Manuel Mesquita, em seus trabalhos práticos de cerca de 10 anos, colhendo dados de suas mensurações em Mato Grosso do Sul, na Agrocestalto, comprovaram a essencialidade revolucionária da raça Senepol ao retorno com sucesso dos programas de cruzamento industrial, em especial com monta exclusivamente a campo.

Meio-sangue Senepol

na fase de Recria

O meio-sangue Senepol é resultado de um fenômeno genético que expressa a superioridade de indivíduos cruzados em relação à média dos desempenhos de seus pais de raças puras, refletindo em várias características de importância econômica. É o que denominamos “choque de sangue” ou heterose que, pela adaptabilidade e rusticidade, aliadas ao aumento de produtividade adicional das características de eficiência alimentar e crescimento, resulta em lotes mais padronizados; animais mais dóceis; pelo menos 95% de animais mochos; pelo curto, resistentes a carrapatos e ectoparasitas. Além disso, destaca-se o potencial genético necessário para o encurtamento do tempo de abate ao se reduzir a fase de recria, reflexo dos aspectos de crescimento (peso à desmama, peso ao sobreano, ganho de peso diário), e eficiência alimentar obtidos através do ganho genético. A heterose obtida através do meio-sangue Senepol permite reduzir o tempo necessário para o abate de bois dos atuais 36 meses / 40 meses para os 21 meses / 24 meses, combinando genética que permite e potencializa o rápido ganho de peso bovino, com aplicações de técnicas adequadas de pastejo e manejo de pastagens e nutrição. A média nacional de produtividade da pecuária de corte é de 3,95 arrobas/hectare/ano. Já com o uso do meio-sangue Senepol, aliado a pasto bem manejado e suplementação alimentar adequada da ordem de 0,1% a

0,3% do peso vivo ao dia, possibilita ao pecuarista obter pelo menos 20 arrobas/hectare/ano.

Na fase de recria, no sistema convencional, o bovino demora cerca de 18 meses para atingir suas 14 arrobas e passar à fase de engorda, enquanto no sistema de ciclo curto, com a recria de bovinos meio-sangue Senepol, são gastos apenas 12 meses.

O que resultados de eficiência do

meio-sangue Senepol representam

para o pecuarista recriador?

Rentabilidade obtida através da eficiência. Na fase de cria, o bezerro entra no sistema de produção com 7 arrobas e sai ao final do período de recria com 14 arrobas. Estamos, portanto, falando que o bezerro dobra de peso em um determinado espaço de tempo, e, quanto mais tempo se gasta para se chegar às 14

Pasto Técnico

Dentição de um macho meio-sangue Senepol com Nelore, aos 21 meses de idade, pesando 21 arrobas: pecuária de ciclo curto

Machos meio-sangue Senepol com Nelore criados a pasto e terminados por 90 dias em sistema de confinamento, pesando 21 arrobas aos 21 meses de idade e que, no abate, apresentaram rendimento de carcaça de 57%

Fêmeas meio-sangue Senepol com Nelore criadas a pasto, terminadas por 90 dias em sistema de confinamento, com 18 arrobas aos 21 meses de idade, e que, no abate, apresentaram rendimento de carcaça de 54%

Cruzamento:

Macho x Fêmea Eficiência do Macho GPD Macho Peso Desmama Macho

Nelore x Nelore Pardo Suíço x Nelore

Red Angus x Nelore Simental x Nelore Angus x Nelore Senepol x Nelore Blonde x cruzada Blonde x Nelore Piemontês x cruzada Piemontês x Nelore Bonsmara x cruzada Aquitânica x cruzada Wagyu Black x Nelore Santa Gertrudes x cruzada

Caracu Mocho x Nelore

Base 25,08 23,51 22,26 18,97 15,67 10,03 9,25 8,93 7,52 (8,62) (0,31) 1,88 (3,13) (8,31) 638 798 788 780 759 738 702 697 695 686 583 636 650 618 585 181,72 186,35 193,85 187,77 191,83 196,56 186,87 194,14 189,21 191,8 180,75 169,07 157,87 175,2 174,21 Divulgação Divulgação Divulgação

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| Revista Senepol

30 Revista Senepol | 31

dietas de alto grão com destacável eficiência alimentar, produzindo bois terminados ainda mais rapidamente (precoces), com excelente eficiência alimentar, em especial em tempos de preços de grãos elevados.

O que esse resultado de maior

engorda em menor tempo

pode refletir?

Novamente, a resposta é a mesma da fase de recria, ou seja, na terminação ou na engorda, a rentabilidade é maior ao se utilizar animais meio-sangue Senepol, em função da eficiência genética obtida.

Eficiência na pecuária, premissa

básica para a sobrevivência

A realidade de mercado atual exige do pecuarista competência para manter-se no negócio e visão estratégica para se perpetuar e crescer. Nesse cenário,

Meio-sangue Senepol na fase de

terminação / engorda

Partindo de um peso inicial de 14 arrobas obtido ao final do período de recria, o boi convencional gasta, pelo menos, 6 meses para atingir 21 arrobas de peso final de abate, durante o período de terminação ou engorda, considerando-se um ganho de peso diário de 1.166 g/dia. O meio-sangue Senepol, pelo seu potencial genético, leva apenas 4 meses para colocar essas mesmas 7 arrobas finais, considerando-se um ganho de peso de 1.750g/ dia, consumindo de 2,5 a 2,6% de MS/cabeça /dia. Nessas afirmações, não existe nada de excepcional ao se considerar que o uso da raça Senepol nos programas de cruzamento industrial chega a imprimir, facilmente, ganhos diários que variam de 1.850g a 2.300g, com elevada eficiência alimentar ao ingerirem apenas 2,25% a 2,3 % MS/cabeça/dia, considerando a participação de volumoso na dieta da ordem de 40% a 60%.

Pode-se afirmar que o emprego de bovinos meio-sangue Senepol permite, na etapa final de engorda, adotar arrobas, mais aumentam os custos para manter o animal

na propriedade. O inverso também é verdadeiro, ou seja, quanto menos tempo gasto no período de recria, menores serão os custos de produção. É só o produtor pegar o que gastou na recria em um mês e dividir pelo numero de cabeças da propriedade. Se ele sabe qual o ganho de peso médio dos animais, saberá quanto custa a arroba na fase de recria.

há muitas culturas, muitas condições diferentes de clima e solo que fazem com que, nas diversas realidades, inviabilize-se um único modelo de produção que seja responsável pela permanência e pelo crescimento do negócio. Mas números, todo mundo conhece, independentemente da realidade e do sistema de produção empregado. Baseado nesta máxima, avaliamos o impacto do resultado da inclusão do touro Senepol no rebanho de cria brasileiro, ao se produzir o meio-sangue para a eficiência nos sistemas de produção pecuário.

Pasto Técnico

Novilhas meio-sangue Senepol com Nelore na região sudeste do País

Peso Entrada Recria

Custo de Produção durante a Recria

Tempo Recria Garrote Convencional

Peso Saída Recria

Garrote Convencional

Tempo Recria Garrote Meio-Sangue Senepol Ganho no período Recria

Garrote Meio-Sangue Senepol

7 @

R$ por cabeça em recria R$ custo por @ ganha em recria

18 meses 14 @ R$ 720,00 R$ 115,71 12 meses 7 @ R$ 480,00 R$ 68,57 Análise comparativa do custo de produção da arroba engordada

em função do tempo do bovino na fase de recria:

Custo estimado de produção mensal na fase de recria = R$ 40,00 / cabeça / mês (aluguel/manutenção de pasto, mão de obra proporcional, suplementação, medicamentos e depreciação de cercas):

Tempo gasto em Recria em função do potencial genético do bovino:

Macho meio-sangue Senepol Nelore evidencia melhoria de carcaça, elevando a porção comestível, como o percentual de músculo, a 71,81% para machos, aos 21 meses de idade, AOL de 94,52cm2, atendendo

à relação ideal de carcaça de 17cm2 de carne para cada 100 kg de

peso vivo, e acabamento de carcaça de machos em média de 7,16 mm. Quanto aos cortes comerciais de carcaça, o Corte Serrote (lombo, garupa e perna) representou 49,31% nos machos, o Corte Dianteiro (peito, paleta, pescoço e as cinco primeiras costelas), 37,3% e o Corte Costilhar (que compreende 20 cm abaixo da coluna vertebral, mais os músculos peitorais) apresentou13,46%.

Fêmeas meio-sangue Senepol com Nelore evidenciando melhoria de carcaça, elevando a porção comestível, com o percentual de músculo para 69,20% nas fêmeas aos 21 meses de idade, AOL de 85,21cm2,

acabamento de carcaça dos machos em média de 4,16 mm. Quanto aos cortes comerciais de carcaça, nos machos, o Corte Serrote (lombo, garupa e perna) alcançou 49,01%, o Corte dianteiro (peito, paleta, pescoço e as 5 primeiras costelas) 34,47%, e o Corte Costilhar (compreende 20 cm abaixo da coluna vertebral, mais os músculos peitorais), 16,70%.

Divulgação Divulgação

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| Revista Senepol

32 Revista Senepol | 33

* Pedro Crosara Gustin é médico veterinário formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em 1990, com especialização em produção animal pela Universidade de Lavras (UFLA), finanças empresariais pela UFU, e MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atual presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABCB Senepol, produtor rural, multiplicador e selecionador de linhas puras Senepol.

produto gerado pelo cruzamento com o Nelore forneça a necessária rusticidade a campo. O Senepol abranda e equilibra os reflexos secundários de outros taurinos, que tradicionalmente apresentam pelo comprido, sofrem com o estresse calórico, têm problema de adaptabilidade e certa agressividade. A raça Senepol corrige isso tudo e, portanto, é muito recomendada para fechar nos cruzamentos industriais dirigidos às zebuínas e fêmeas F1.

O reflexo do efeito da heterose e o impacto econômico que o touro Senepol sob a vacada zebu ou taurina F1 traz ao plantel, aumentando a receita, elevando o giro do capital empregado na atividade, resulta em uma rentabilidade bem mais atrativa ao se reduzir o custo de produção. O animal oriundo do cruzamento industrial, é superior aos animais convencionais das raças puras nos sistemas de recria e engorda bovina. A raça Senepol, neste processo, é essencial para que o

Pasto Técnico

Peso Entrada Terminação

Custo de Produção durante a Terminação Boi magro Convencional

Peso Saída Terminação

Boi magro Convencional

Boi magro Meio-Sangue Senepol Ganho no período Terminação

Boi magro Meio-Sangue Senepol

14 @

R$ por cabeça na terminação/engorda R$ custo por @ ganha na terminação/engorda

6 meses 21 @ R$ 1.710,00 R$ 244,28 4 meses 7 @ R$ 1.140,00 R$ 162,85 Análise comparativa do custo de produção da arroba engordada

em função do tempo do bovino na fase de terminação/engorda:

Custo estimado da diária em regimes de terminação confinada = R$ 9,50 / cabeça / dia: Tempo gasto em terminação/engorda em função do potencial genético do bovino:

Arquivo Senepol Paranoá

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| Revista Senepol

34 | Revista Senepol Revista Senepol | 35

34

Tá Todo Mundo Lendo

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| Revista Senepol 36 Revista Senepol | 37 André Casagrande Pecuária Sustentável

Senepol,

opção para a

pecuária sustentável

Boy

É

inegável a contribuição do Senepol para a

sustentabilidade da pecuária brasileira, traduzida em rentabilidade econômica para o criador, as centrais de genética e os outros elos da cadeia produtiva.

“A atividade pecuária está cada dia mais desafiadora e competitiva e os mercados consumidores mais exigentes. Em função dessa conjuntura, não resta alternativa ao pecuarista senão ser cada vez mais eficiente. E nós encontramos no Senepol o pilar de sustentação para atingir esse objetivo”, afirma Estevão Barra Bernardes, proprietário do Senepol Constelação, localizado em Uberlândia, MG. Em sua opinião, o Senepol reúne inúmeras características desejáveis e necessárias para o modelo de pecuária do Brasil (extensiva e a pasto), que visa melhorar a qualidade do rebanho de corte predominantemente zebuíno através do cruzamento com raças taurinas. “A única raça capaz de fazer isso com eficiência nos trópicos por monta natural é o Senepol, cujo reprodutor é o mais indicado para programas de cruzamento por agregar precocidade tanto sexual, quanto de acabamento de carcaça, com qualidade de carne e melhora nos índices zootécnicos da fazenda”, enumera algumas qualidades.

Segundo Bernardes, as condições adversas, como o clima tropical e os ambientes algumas vezes quase inóspitos, desde o início da formação da raça, contribuíram para a grande pressão de seleção e, nesse contexto, somente indivíduos com grande rusticidade e adaptabilidade sobressaiam. “Essas características foram fundamentais para o sucesso e a disseminação do Senepol por todo o Brasil”, afirma.

“É comum escutar que o Senepol foi feito para o Brasil e eu só posso concordar e me orgulhar de ter participado de boa parte desses 16 anos da raça no País. Nossa experiência, desde 2007, só confirma que a raça preenche todos os requisitos para continuar se expandindo por todo território nacional e com grandes ganhos genéticos, através das provas de performance e dos programas de melhoramento genético”, salienta.

Na visão de Bernardes, o principal motivo para essa grande evolução é a sinergia perfeita que existe entre a competência

dos pecuaristas e selecionadores e as qualidades como rusticidade, precocidade, adaptabilidade e docilidade, entre outras, que o Senepol apresenta. “Acredito que o Senepol tornará os campos do nosso Brasil cada vez mais vermelhos, enquanto as contas bancárias dos pecuaristas que se valerem dessa ferramenta fantástica estarão cada vez mais azuis.”

Raça é uma alternativa para a produção de

carne, em especial no cruzamento industrial

Estevão Barra Bernardes, proprietário do Senepol Constelação

Divulgação

Acredito que o Senepol tornará os

campos do nosso Brasil cada vez

mais vermelhos, enquanto as contas

bancárias dos pecuaristas que se

valerem dessa ferramenta fantástica

estarão cada vez mais azuis.

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| Revista Senepol

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acabadas e mais pesadas, resultando em maior produção de arrobas por área”, detalha.

Para Bernardes, utilizar o Senepol em programas de cruzamento industrial garante a rentabilidade e a sustentabilidade de toda a cadeia da pecuária de corte, além de contribuir com o meio ambiente, pelo fato de aumentar a eficiência do rebanho, melhorar os índices zootécnicos, encurtar o ciclo até o abate e contribuir com matrizes mais precoces e férteis, parindo mais cedo e com menores intervalos entre partos. “Dessa forma, teremos animais mais produtivos, o que significa melhores resultados financeiros com menor impacto ao meio ambiente”, argumenta e completa: “Já o consumidor final, encontrará uma carne de melhor qualidade, com custo competitivo.”

Para concluir, ele afirma que o Brasil dispõe de uma moderna, eficiente e competitiva ferramenta para o cruzamento industrial a campo, que é o touro Senepol. “É o único capaz de desempenhar a tarefa de cobrir as matrizes zebuínas a campo, devido à sua capacidade de se adaptar em diferentes sistemas de produção, clima e, ao mesmo tempo, apresentar resultados pelo fato de ser um animal que transmite à sua progênie qualidade de carne e carcaça, precocidade de acabamento e sexual, docilidade e padronização, além de ser mocho por natureza, sem perder a rusticidade”, enfatiza.

Multiplicação da genética

Desde o início da multiplicação da genética Senepol na Tecgen Embriões, Luiz Fernando Pauperio Junior, médico veterinário e diretor proprietário da empresa, conta que observou uma demanda muito grande por animais dessa raça, principalmente por touros, que já começavam a mostrar os resultados nas suas progênies. “A rusticidade, a padronização das crias e a capacidade do touro de trabalhar nas condições tropicais foram fatores determinantes para a sustentação da raça”, enfatiza.

De acordo com Pauperio Junior, na época, o rebanho de matrizes puras, oriundo de animais importados e de alguns embriões, era muito pequeno, e a demanda já estava em crescimento franco. “Não tínhamos outra alternativa; era uma necessidade intensificar a multiplicação dessas poucas matrizes.”

Bernardes aponta a vantagem da raça para uma fazenda de cria, onde, por exemplo, no período compreendido entre o pré-parto e os primeiros dias de vida do bezerro, ocorrem os maiores prejuízos. “O Senepol tem as principais características para minimizar esses problemas; os bezerros nascem pequenos, o que facilita o parto e diminui drasticamente as perdas por partos distócicos (problemáticos), associado ao excelente vigor que o bezerro meio-sangue dessa raça apresenta, o que facilita a mamada do colostro, etapa fundamental para todo o desenvolvimento e o futuro do animal”, pondera.

Segundo ele, além de desmamar animais mais pesados e padronizados, o criador consegue ótima valorização com o bezerro de cruzamento industrial. “Já para o recriador, as vantagens são a grande adaptabilidade e o desempenho superior na recria a pasto. E, para o invernista, os ganhos são o encurtamento do tempo para o abate e carcaças bem

Pecuária Sustentável

Ele lembra que, na época (2003 / 2004), a técnica de Fertilização in Vitro (FIV) começava a ganhar espaço entre as raças zebuínas, mas ainda era pouco trabalhada com as taurinas. “Isso refletia em uma baixa conversão oócito/ embrião, o tempo estava correndo, e o mercado mostrava segurança”, diz.

Por este motivo, a coleta convencional (TE), foi largamente utilizada na raça Senepol. “Durante 2 anos, coletávamos de 30 a 40 doadoras semanalmente e, através do congelamento desses embriões, conseguimos levar a genética Senepol para os quatro cantos do Brasil”, conta. “A raça crescia exponencialmente e tínhamos que produzir mais embriões para atender a esse mercado, mas somente a FIV conseguiria suprir a demanda.”

Segundo Pauperio Junior, ao perceberem o momento em que o Senepol se encontrava, os laboratórios de FIV começaram a aprimorar as pesquisas, os meios e os protocolos, consequentemente melhorando os resultados de produção para atender os criadores e o mercado. “A partir desse momento, a FIV passou a tomar conta do mercado de embriões da raça Senepol”, afirma.

Conforme explica, já se passaram 11 anos da multiplicação incansável da genética Senepol e os números mostram que, ano a ano, vem aumentando o volume de doadoras aspiradas e, consequentemente, a produção de embriões. Em 2015, a Tecgen aspirou cerca de 1.500 doadoras Senepol, com a produção total de 44 mil oócitos. “No primeiro semestre de 2016, fechamos com mais de 30 mil oócitos e 980 aspirações; mas vale lembrar que a temporada começa mesmo em setembro, quando estabilizam as chuvas e começa a parição das receptoras”, argumenta. E acrescenta que isso comprova o quanto a raça vem crescendo durante os 14 anos que a empresa trabalha com o Senepol.

Pauperio Junior afirma que as técnicas de FIV e TE atendem pequenos, médios e grandes criadores, suprindo a demanda e a necessidade de cada projeto estabelecido pelo criador. “As biotécnicas de reprodução, com certeza, foram fundamentais para a raça Senepol ganhar a amplitude que alcançou, e, associadas à visão

empreendedora dos criadores, fizeram com que as poucas doadoras do início se transformassem na raça que mais cresce no Brasil hoje”, ressalta.

Luiz Fernando Pauperio Junior, médico veterinário e diretor proprietário da Tecgen Embriões

Jorge Carlos Dias de Souza, zootecnista e professor aposentado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

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A rusticidade, a padronização

das crias e a capacidade

do touro de trabalhar nas

condições tropicais foram

fatores determinantes para a

sustentação da raça.

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“Esses índices de produtividade sofrem ação direta do nível de estresse oriundo da carga genética e que pode interferir no manejo do animal na fazenda, no transporte para o frigorífico, no comportamento nos currais de espera e no momento de abate”, esclarece e acrescenta que o temperamento dócil também contribui para a manutenção das atividades fisiológicas ideais, o que favorece o aumento da eficiência animal.

Na opinião do professor, a raça Senepol se constitui em opção viável aos nossos sistemas de produção em bovinos de corte, não só em relação aos benefícios já relatados acima, oriundos dos abates técnicos realizados, como também por sua capacidade de adaptação e pelo bom desempenho sob nossas condições climáticas.

“Cobrir a campo tem sido o grande diferencial; produzir carcaça e carne de qualidade, um bom resultado; interferir e agregar valor inicial na comercialização dos produtos oriundos da fase de cria, boas iniciativas; produzir fêmeas F1, filhas de touros Senepol como unidade básica do rebanho com precocidade sexual ainda muito jovem, boa habilidade leiteira e longevidade reprodutiva, com custo de manutenção menor em função do porte, parece-nos uma boa solução, dentre outras”, explana.

Qualidade da carne

O zootecnista Jorge Carlos Dias de Souza, professor aposentado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), considera o Senepol uma raça produtora de carne muito macia, tanto pura quanto em programas de cruzamento. Sua afirmação é balizada nos resultados obtidos no Laboratório de Carne do Instituto de Zootecnia do Km 47, sob a coordenação e orientação da professora Sabrina Luzia Gregio de Sousa.

- Para machos PO precoces, a maciez foi de 2,10Kg/Força; - Para Machos F1 superprecoces, filhos de Touro Senepol x Vacas Zebu, a maciez foi 2,29Kg/Força;

- Para Fêmeas F2 precoces, filhas de Touro Senepol x Vacas ½ Aberdeen Angus/Zebu, a maciez foi 2,26Kg /Força; - Para machos F2 superprecoces, filhos de Touro Senepol x Vacas ½ Aberdeen Angus/Zebu, a maciez foi 2,15Kg/Força; - Para Fêmeas F2 superprecoces, filhas de Touro Senepol x Vacas ½ Aberdeen Angus/Zebu, a maciez foi 2,10Kg/Força. “Esses resultados demonstram o potencial desejável de difusão da característica genética à maciez, através da raça Senepol, nas avaliações realizadas no estudo solicitado pela ABCB Senepol à UFRRJ / IZ do km 47”, atesta.

O professor Jorge aponta como principais vantagens do Senepol o temperamento dócil e o caráter mocho, ambos genéticos. “São evidências desejáveis para a pecuária do terceiro milênio, de ciclo curto, gerando uma resposta favorável para o consumo alimentar, ganho de peso e produção de carne de qualidade, decorrente, dentre outros fatores, da diminuição de sequelas nas carcaças causadas por traumatismos comuns em animais de temperamento mais ativo e de chifres, levando à diminuição do percentual de músculo e da qualidade da carne e couro produzidos”, analisa.

Segundo Jorge, o temperamento dócil interfere diretamente nos índices de produtividade em um sistema de produção de carne, favorecendo índices quantitativos (conversão alimentar, ganho de peso, rendimento de carcaça e da porção comestível) e qualitativos (maciez, sabor, suculência, coloração e pH da carne).

Pecuária Sustentável

As principais vantagens do

Senepol: o temperamento dócil e

o caráter mocho, ambos genéticos.

São evidências desejáveis para

a pecuária do terceiro milênio,

de ciclo curto, gerando uma

resposta favorável para o consumo

alimentar, ganho de peso e

produção de carne de qualidade.

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A

té dia 7 de setembro, a Associação Brasileira dos

Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) participa da 53ª Exposição Agropecuária, no Parque de Exposições Camaru, em Uberlândia, MG. Marco para o Senepol desde 2014, todos os anos, a mostra organizada pelo Sindicato Rural da cidade, iniciada dia 26 de agosto, reúne a maior exposição de animais Senepol do mundo. Na opinião de Gilmar Goudard, presidente diretor da ABCB Senepol, o Camaru é mais que uma feira, é um momento singular para conhecer a raça, seus representantes e criadores. “O Camaru 2016 confirma o título de Uberlândia como a capital do Senepol e o Brasil como o celeiro do Senepol, no mundo”, atesta.

“Este ano, temos uma programação especial direcionada ao criador, com atrações como exposição de animais, palestras técnicas, cursos, assembleia geral da ABCB Senepol e ambientes para negócios”, relata Goudard. “A expectativa em relação ao Camaru é sempre boa, esperamos um grande volume de negócios”, prevê Ricardo Magnino, diretor de Marketing e Eventos da associação. Segundo ele, ao todo, são mais de 312 animais, de cerca de 40 criatórios diferentes, em exposição, além de leilões, dias de campo e shopping de animais.

Magnino aponta como diferencial dessa edição o Curso de Cortes Nobres Argentinos, com carne de Senepol, dia 3 de setembro, das 14h00 às 17h00, no Espaço do Produtor Rural. O mestre parrillero Daniel Mansour, que já passou por vários restaurantes do mundo, traz para o Camaru essa arte. Mantendo os princípios argentinos que fundamentam não existir carnes de primeira e de segunda, mas sim cortes de maneira errada, Mansour fará uma demonstração de alguns cortes do dianteiro e do traseiro de meio-sangue Senepol e mostrará como agregar valor, proporcionando maior margem de lucro e qualidade, já que com o método brasileiro se obtém, em média, 24 variedades de cortes e, com o argentino, chega-se a 52 cortes e subcortes. Outro destaque do Camaru é a Assembleia Geral da ABCB Senepol, dia 3 de setembro, das 8h00 às 12h00, no auditório do Sindicato Rural de Uberlândia.

Negócios

Para quem quer investir no Senepol, o Camaru tem várias oportunidades de negócios. Uma delas é o 1º Leilão União Senepol, dia 1º de setembro, a partir das 21 horas, no auditório do Sindicato Rural de Uberlândia, marcando a abertura da agenda de comercialização de animais da mostra mineira. Serão ofertadas 40 doadoras Senepol PO. A organização é da Programa Leilões e a transmissão, do Canal Rural.

Dia 2, ocorrerá o 2º Canaã Day, a partir das 9h00, na BR 365, sentido Ituiutaba (próximo ao Posto Parada Bonita), com a oferta de mais de 80 animais e 600 embriões. Por sua vez, o Shopping Senepol Belo, dia 4, das 9h00 às 16h00, na Fazenda Monte Belo, em Uberlândia, colocará à venda mais de 50 animais.

Encerrando a agenda de negócios, o Leilão Virtual Arenas Soledade, dia 5 de setembro, às 21h00, com transmissão pelo Canal Rural Horário e organização da Programa Leilões, colocará à venda 26 lotes Senepol PO.

Mundo da Raça

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Camaru 2016

reúne 312 animais

André Casagrande

Mostra consolida Uberlândia como a capital do Senepol

e o Brasil como o celeiro da raça

A expectativa em relação ao

Camaru é sempre boa. Segundo

Ricardo Magnino, diretor de

Marketing e Eventos da ABCB

Senepol, ao todo, são mais de 312

animais, de cerca de 40 criatórios

diferentes, em exposição, além de

leilões, dia de campo e shopping

de animais.

Referências

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