r
#
r
»DISSERTACAO
>4
Cadeira
de
medicina legal
c
toxicologia
POICTO
1ST
.
8
Do
envenenamento
pelo
fumo
e
pela
nicotina
¥ f
PROPOSIQOES
Tres sobre cada uma das cadeiras da faculdade
THESE
Al'RKSENTADA
A
FACULDADE
HE
MEDICINA
DO RIO
DE
JAfiMt
)
E M 2 2 D E
S E T E M B R O
D E1 8 8 8
P U t A S E I t SI STENTADA POIt
Braneiseo
faaiiam da lama lernandes
talurib JA provideis iff Hinas tai
AKIM DE OBTEH O IIRAO DE DOUTim EM MEDICINA
f
X.
RIO
DE
JANEIRO
Typ. Montenegro, rua Nova do Ouvidor
n
, 18’
W
.
yv
/
oG
^
4
FAC
0LDADB
DE
MEDICINA
DO
10
DE JAKEIRO
DfRECTOR ConwlMri) fir, Barilo de Sabota,
VICE
-
DIRECTi)It Oousullnriro Dr, Rarito do S. SaJv ulor tie CamposSECUETARIO Dr. Antonio doMetto teiinrt Maiu.
LENTES CATEEUUATICOS
Drs
.
-Joao Merlins TeUeira
Aliguu&i Ferreira dus Sutltow
Physiol Tiiec!ii ii+
Chiraieu mineral* mfld'kue minera
-lugia.
Jftdo ,Io:u|uiin PianiTo Botunica o jm
-
dicns.
Per iru Gutmariies.
.
, , Anatomia desciipttva.Antoutt) Cn^tauodo AImeld *+,< Hiat
-
lo^
ia LliFpiica »> pmllrti.
Dunlin"us JdMf I
^
jrelru,*>.
.^
Chimini Or^
tuika « bhdogiWLJorio Baptistn KosstitJj VliiqlJi
* *,*„ PliVMolagju LJuvricUeeapuri mental
.
Jose DUULCLO do Abren
.. .
. ,.* PiUlwln^
iu jjeml.Cyprisma de Sauza Freitas ,., .
..
ArMEunmiephy^idogiu pathologicus,Jorfo OiiiiiasrHiin LV
^
'imba daSilva, , PmJiofoghi medico*Redm AJftm&o da Carvalho Fjuiiru,.. Filfctldlngta uiriir
-
iirit.
Cuttft. Rardode S.Siiivadc*r de Campos MaLerin mi'dica e LlmnipeuticA. pftojalmente !>ra*J]eiru
.
Ohstetlioifl,
Amu uniu idrnr
^
jnu modicum ope-f&totfia e uppiindhoK.
Hv
^
iene o historic da medtrina,. . PliiirmncaiUi
^
iii r arte £l^ formul&r.
Medicitin It
^
nl e toxieoldgin.
*
os*
luii/ da (’mihii Fcijii Junior CuprUi fJih Multu Main
* 'B ' “ B A u n. *! n #
-
* *Born"
amiu Antonio da Itatiha Faria
Jofd Marla TIUXPIPJI
AFFOATIRTLIO Jos
-
- dr Sou/n LimaCrnisolhtdro Nurm dp Amirude
.
Domingos dr AlnumJlu Mftilins Costa Guns
.
HariO dr SftfroiiiJoitu In (:osf;k Ij'imt r i. JISC.T'M
ILLUCIO SanroS lia GmivAa
.
.Erico Murlnlio da Gntna Coedbo,.
Cultdido Carata Itiliriru Joao Pinswro Onldzo
Julio Curio* Tttiittini UmridilO
.
.I n **
l
duuca medica dr udukos
.
i Clinicu drUTgica do talnkas.
,. cJinlea cmhtalmrioidca*
Cllimu abslflirira a
^
yfiecolnfffrft.
Ctfn,tucflinie tlrmglca df cm*u;n»
Clin, ik* mol i nhiii'^aiic MV PLIIHJflens
CllniCA psJvcldatu^a
.
LENTKSSUflSTmn'OS SERVlN[>n DE \lOfNTOS
f ** * *» n * J f**I P V 1m m ¥ I P »+ «* P *
O-iriU1 AdolpHu da BiUjjjoe
^ Riheiro ArtutomiiL diLacn
^
Tva,A J f J U M u r i
Rhyaica lardirn ,
Ctiini.mineral, raadica n mitiarulosia Butaitlmt *t
^
0' 'logid mnillras,Histol'
^
ia iIjN 'uriru " [itfttlcnCliimirii oTKrtiiin n liiuLi
^
lcu,Pbyaialu
^
ln ilni< diai *lttti erlm+'Li il
Amdomla e idiysjnlogia [mtUologtous
AimLomiJL einirfiicH, m^dieina npta
-vatoiirt o.afiparfl]]jo»,
Matnia metlir.-t t; ilif!rA|)CUlicat w
-pacirtlinouce limneirn,
riltmitAculoj'iu " mlailft lpormulfl3r*
Modidna Irgal c
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ioUc; e hUtOtin -la Jirinu, V I4i9 "VIt^I4 I tI* *P* * *4 m.m m 9-a. l i
( H'liniuo Mtuques\\ujuebo
A M l m r FarrtaEidea Campos da Pnz
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-Emilio Arthur RLIJO!1 0 rln IUnseenr 9
Hanriqubo f,EMII^1i‘n> de Sijij?Pa [i0p«3
FmaciflitJo dt* Cuatro
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Eduardo Aujju.'ru de Monezas
Bernardo AIVI
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B PereiraCarlos Itorlii
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jes de VpSconrolJos, ,f+;rnent+i iln
PranelscO de Can la Vatlnd&r&s
|?IK|IVI Savoriano »lr Mo
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os de +i V ^rmurlli^ ,AugttALu dv* Sijjizu Rrumldo
Luii da Costa Chaves da Faria
Jnuqnuti Xavier Pereira da Cunha
Dmulh
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OH Jury Montidro Junior.
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B n|-9 f n n P S- • F TCllnica m^dica do itilultD^.
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ndtus Crl^auinm .. . r »i
Cliaic'i drurgicn de adullos.
.1 r \ a r 4 B n C.liii ^a nbtttetrlL'u * pynecolo
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ica,Cltn
-
mediae rimrfrit'rt^ de I'ripinjas.
Clin* tit? inolicutaneas sypliililiras*
C|in Ira o|i!itali[ioli>
^
iru. Clmica psycUlStrica, 4T P ' 9> i * * N. lb—A Lai!11* i,ir11- IIL'IU u^
ravu luiu r^jirovii ne apiulOes umiVtiiSuHHie al- -y apnidcatadas
.
UlL'dtVi 14LJU
S
/
.
V
\
/
QOi
-PRIMEIRA
PARTE
Historico.—Parte chimica*—Partt? Uotauica.—Div^rais preparafdea ito fumut
—
Ac
^
ao physiologica V F+ 1 ft -±Kscolhcndo
para assumpto dcnossa
dissertacao—
o envenena-mcnto
pelo
fumo c pelanicotina
—
, nao temos aminima
preten^
o de apresentar um trabalho completo, pelo contrario,
o julgamosomisso cm
muitos
pontos, cpassive!
de muitas objeccoes ; entretanto,fizemos
o
quepudemos
,
para beindesempenhannos
onosso
devcr,
correndo as omissoes, ]k por fellta de
competencia nossa
, jd por ciefi-ciencia de
fontes,
onde pudessemos beber conhecimentos maiscom
-pletos
.
Dividireinos anossa
dissertacao
em duaspanes
distinctas :A primeira
,
onde trataremos da historia do fumo,
da parte bota*nica
,
Ja parte chi mica, das preparaedes do fumo usadas e da ac^
aophysiologica da nicotina ;
A
segunda,
onde trataremos do envenenamento pda nicotina,
do envenenamento agudo pelo fumo,
do envenenamento chronico,da intoxica
^
ao professional,
daanatomia
pathologica e do tratumento.
No Gabineie
de Toxicologia da Faculdaie,
realisamos algumas ex-periencias
,
tendentes acstudar
a accaophysiologica
da nicotina e dofumo
,
a tres dasquaes, assistio
o illustradopreparador
da Cadeira,o
Sr
.
Dr.
Maria Teixeira, sendo eu obsequiosamentc auxiliado pelotalentoso e applicaJo ajuJante de
preparador
, oagrsdeco
-
llies a extrem i bon taie.
que me dispensaram.
Deixo, porem.
de fazer constar
essas
experiences cm minhaThese
,
porqtianto,
naome
julgo deviJamcntehabilitado
i tirar dahi dados e conclusoes paratao melindroso assumpto
,
poisque
, nem tuio pude observar e inter-pretar
,
faltando
-
me alctn disso o mais importance e inHspensavel,
4
vcm a set o
verdadeiro criterio
scicntificopara
assumptosdesta or
-dem, tanto
mais
, quanto,
conhecemos,
e em nossa dtssertacao fazemosconatar
,
os resultadosa
quechegou YTulpian
, em muitas de suas expe-rieneias
, discordando
completamentc de todos os outrosobservado
-res
, tambem corao elle^
cimi de toda asuspeita ; entretanto,
ninguemousara negar a maxima competence
,
que
tinhaesse pranteado videoda scieneia experimental,
em
assumpto dessa ordem.
No excellente
diccionario
de Dechambre,
em um bem elaboradoartigo sobre o assumpto
,
vemconsignadas
muitas dasexperiences
dcGuinier
, pelasquaes
procuramos
nos guiar, nosestudos
que fizemos.
Dito isto
,
que parece justificarnossa
conductsaqui
,
entremosem
VAtyc
.
G<
r
r
CAPITULO
I
DA
HISTOKIA DO f U M O
Tandis que lii civilisation avance ' lemement unc herbe fetide a conquis le mondc en moins de deux sieclcs* J*
MICHEL LGVY
.
A hittorla Jo fumo nao cseapou a tegenda : c assim quo eMe era
considerado um presentc Jos deuses,
Os
inJios eontam que ofumo
foi dado pclo
Sot
aos Pawnes,
tribus est&
belecidas
as tnargens doMissuri
.
Porem como a litstoria permanece estranha aos factos sobre-naturaes
,
nao falla do fumo scnao depots da descoberta da America ;a sdencia considers o fumo como uma importacao americunu
-Foi
na
ilha de Cuba,
coincidindocom
achegada de
tLhristovao
Colombo a
essa
ilha,
queos
curopeus conhcceram n fumo. Eis comoum dos
melhores historiadores
do illustrcGenovez rcfere
o facto :*
Em
viagem de excursao, os hespanhoesavis
taram
alguns indiosqtie passeavam cm sens acampamentos
,
tendo na mao um ticaoacceso
;os
indios faziam seccar hervas
,
quccnrotavam
em seguida ; depoisacccndiam Lima das extremidades, punlmm aoutra nabocca, aspiravam
e
exbalavam
a fumacaM.
Elies
denotninaramesses
rolesasaim
feitos—
ttibaco. »
Os indios da America do Norte
fumavam habituate
elite o fumoem
folhas
euroladas
ou
cm cigarros ; poremnas
circu
matand
as so -»1
6
lenines, dies sc serviam do
each
i
nbo
(
calumet
)
* lira
urn
enunne ca-chimbo, CLI jo
reservatario media
Je Na i 5 cen tt metrosde
profundi-dadc
c 7 a 8 de diametro ; o tubo, Je qa
8 pcs, era ornado depennas
de passaros c de cabcllos de
mulheres entrclacados
,Nos
consellios,transimuia*se o eachimbo de mao cm mao, c era preciso ter
aspirado
diversas vezes sua fumaca, antes de
emittir qualqucr
juizo< Depois Jaguerra, as tribus troeavam os
cachimbos,
e fnmavamconjunctamente
:cm a
assignatura
dostrarados
, opactodcalliaoca
*Desgracado
daquelle
que
viotasse
afe
Jo eachini
bo 1Km
1 3 1 8, o fumo fez suaprimeiru
apparicao nilEuropu
,imro-duzido
,
diz
-
se ,por frei
Romano
Pane, missionaryhespanhol
, queenviou folhas e sememes desta
planta a Carlos
Vt
Em
Franfa
, foi 3c,viido
a prinieira vnz por AndreThe
vet, mongo, cm i556
*Joao
Nicot
-j lifhode urntabeIliaode
Nimes,
embaixador
de Franca
cm
Lisboa, tendo conliecimenco das propriciades desta planta, e dascuras a
ella
attribuidasF
[apresetitou-aaoGrao
Prior, cmLisboa
,donde
sen
nome
de
—
(tervado
(irao-Prior* Joao Nicot offercceu lambem aCatharina
deMedicis
sememes
c mesino o propriopd
da plants,
para
eurard
'tae
a ertxaqueca, pots cstapUina tambem
era conhecidacom
onomc de Panacea contra todos os males.
Mats
turde, o cardcal SantaCruz
eNicohio
Tornabon,legados
doPapa
, o primeiro, dm Por-tugal
coscgiibdo
, nu Franca,introduziram
no na Italia, ondc estaplamu
foi
chamada
—
hervi deTorna
-
Buona
. AInglaterra
seguio oevemplo das outras nafocs* John Makings, cm i
5
o3
, e Francis Drake,cm i
585
,tevaram
cstaplanta
a&
ri-Bretanha
,
onde Walter-Raleigh
comecou
a vulgarisaLa, pdo que foi condemnado a mortc por JamesSmart, rci da
Inglaterra
, como accusado de ter divulgado o uso deuma
planta
que,diverttndo
o povo, distrahia-o de suas occupacoes.Para
a Allcimnhj, c o fumo levado da Franea pclo physico da cidadcde
Augsburgo
,Adolpho
Occo, e para a Hollanda,pelos
jovensin-glezes,
estudantes
emLeyden
. Ejstaplanta
era conheeidapelos
na-turaes do Brazil com o nome de peintt
.
Os autores nao sc acliam de
acSrdo
sobre
a ongem do termo—
tabacq: Uns, querem que ellc seorigine de Tabasco, ciilade do Jucatan,
onde
os liespanhoes,commandados
por Grijalva,desombarcaram
emi n r8. Outros,
o
fazemderi
varJe
Tabago
, uma das pequenas antilhas.A
opiniao
maisprovavel
, e que o fumo deve seu nome a palavra—
rabaco* que
designava
entre os antigos habitants doMexico
e S,Dominica
,osbairnbusou
cameos cmque
elles
fum
\
JY
\
MS
7
ainda, de
Tabaco
, especie dc cigarrnempregado
pclos
indjosdeCuba
*Se
been
que
,a
descoberta
ca
yulgarisflcao
deumaplanta
tao nodva, eque
concern
um
principio
eminentememc toxico,qual
anicotina
, pa-recesse ser de geral acettacao,
calando
mesmo n > espirito de quasicodos,
como
um bem para ahuman
Ida
de, potsque
,como
dissemos
,tamberri era
conhecida
com o no
meJe
Panacea
contra todos os males, todavia, nao deixou dehaver
quern
contra ella se enfurcccsse, e seusinjconvenientes propakisse* Foi
assim
,
quetravaram-
se
polemicas entremedicos
csabios,
sobre
scus perigos c efficacm*Teve
mesmoinimigos
entre os monarchal :Assim
,Jacques I
, reida
Inglttterra
,nao
content*
cm
kincarimpostos
,e
deeretar
aprolubtcao
da
venda
euso
destaplanta,
con
feed
onou um
tratado
minuciososobre o fumo, onde mostra
a
seus subditosa
iautifidnde
e osgrandes
males Je tao
nociva
planta
* K estc o celebre efamoso
Misocapnos
^(
odio ao fumo).Schah
-
Arbbas
,rei
daPersia
, e sen neto^ Schah
-
Scphi , manJavam cortar o naru e o labio superior aosfumantes
.O SultSo Amurat IV , cm MttH, prohibio
cm
seus csindos o LISOdo fumo, e
seus successores
,Ibrahim I
e Mahomet IV contimiaramas
perseguiieoes
,dec
retandotambeni
penas severas epesados
impos-tor
Em
consequencia dc umgrande inccnJto
,em
Moscow
,attribuido
;1.
imprudencia
dc um fmmnte, Michel FeJerowich prohi be asens
vassal
Ios
o uso do fumo* sobpen
a tie receberetu bobastonaJas
asola dos pesf c
perderem
0 narizna
® reincldencias*No
rcinado
, poretu, JePedro
oGrande,
daRussia,
o uso dofumo
foi tolerado^cm
1698
, Apropria
Suissa
, tao colerante,pros
-crevcu o uso d o fumo com
severidade
; ate1670
, nos cantdes JeBerne e GEaris, os fumantes eram
multados
*O Papa
UrbanoVIII lancou
uma bulla dcexcomnumhao
contraaquelles,
queusassem
o fumo noslugarea
santos.
Acliqu o fumo aprin
cipio
defensores
entre os jesuitas,que escreverum
ocapnos,
para refutar
o livro dcJacques
I,
e depois,par
parte do PapaClemente
IX
, um dos successors dcUrbano
V I I I , cm que rc-vogava a
bulia
dcexcommunhao
.Emquamo
os monarchas e o clero a simprotegiam
on perse-guiam o
fumo
, ossabios
sobre cite discotiam. Entre os irvals Celebrisaccusadores Jo
fumo
, citaremos:medico do rei da Dimunarcn
,
e autor deum
tratado
sobre
o abuse Jofumo
,18
b
1* c Tagon, [Centre osdefences
,
citarernos
:Jacques
anu-imso
v
/
yj
/
o
&s
*
8
Gohorry,
que
publicou utntratado sobre
asvirtudes
e prnpriedade^
do fumo
,
entao chamadohem
da rainha ; Jo&o Neander,
Poirson*Em Franca
,
o fumo nao toi perscguido, porem scu uso seguiomarcha urn tamo lenta ; na regcneia, porcnv
,
de Maria deMedicis,
tomou grande incremento
,
ena
propria corte sefumava
tse
tomava rape.
Nos reinados de Lniz XIII c Luiz XIV,
esse uso cominuou aindacom
proporcoes
crescentcs.Assim coiuinuou
o
fumo,
ora
perseguido
,ora protegido
,
ate que,
nos tempos hodieruos,
cm plcno seculo XIX,de todos os pontds do mundo civilis&do se ergucm Enimigos iiga
-dnes
,
verdttdeiros
sectaries dasdoutrinas
JeJacques I
,
da Inglaterra,
protestando
nltameme contra seu
uso
e i n m ainda contra o senabuso
.
E
1assim
,
que vemoslundada
uma sociedade intitukda Asso-ciacao fraticeza contra o
abuso
do tabneo, e que ternsua
s£de etuPark, mantendo uni
pequeno
jorrt&l bUmensal,
e que ja coma avuklado
numero
dc socios,
eiltre osquaes
inuitos monarches, professoresde Jiversas
Faculdades
estrangeiras, grandenumero de
medicos,
etc.,etc, Entre nos tambem, justica seja feita, muito se tem
falia
do e es-cripto contra o fumor
E
‘ assim, quevemos
o excelsochefe
do EstadoBraziletro
, inimigofigadal do luma, honnindo
sempre
com
sua augusra presenca todasas confere neks
,
que tfitn por liin fazer propaganda contra ofumo
,nconselhand
© ea
aim
an
do
a mukos illustres iribunosbrazileiros,
paraque insiscam nessa propaganda com
ardor
e perseverance ; Jentre al-guns
,
citaremos o iilustrado e joven medico,
Dr
,Feliciano Pinheiro
de Bittencourt
,
sempre tao apreriado cappkudido
natribuna
dasconferencing popukres da Gloria
,
Jc onde falloubrilhantemente
e emdiversas conlerencias contra o fumo, tendo para isso muito concornido
S
.
M* o Imperador,
ja foriiecendodSe grande cabedal scientifico,
comomemorias,
monographias,
livros e jormies sobre a abuao do fumo, jahonrando
com
auu augusta presenca a diversas dessas conferencias,
muiias das
quaes
seacham
impressas
, enos
foram obsequiosamente ronfiadas pelo iilustrado autor,
aquem
seremos
eteroamelite grata,pelos esckrecimentos e conselhos que sempre
nos
ministreu, quando u dierecorremos
; citaremos uinda, o iilustrado lentede medieina legale toxjcologia da FaculJade do Rio de Janeiro, que do alto de sua ea
-dcira se tem mostrado inimigo
irreconciltavel
do fumo ; o respeitaveloculidta Jesta
Corte
,
Sr*Dr
.
Moura Brazil, a quem igualmeme re-corremos para a confeccao do nosso modesto traballio, loruecendo
-\
\
j
.
Yt
/
0CiG
9
nos
com
a bondade
cprofisciencia
que ocuracterlsam
os
esclareci
-memos deque
necessitavamos ; o illustrado Dr.
ConstantinoMachado
Coelho
,
hoje fallecido,
quebrilharuemeute
discorreu sabre o uso e abuso do fumo cm sua These inaugural,
de1875
; o iliustrado par-teiro desta Corte
, Sr
.
Dr
.
Furquim Werneck,
que em suaThese
inau*gtirat
,
em )86
g.
tambem discorreu sobre ouso
e abuso do fumo ; osillustrados lentes
cathedraticos
da Faculdade daCorte, Srs
* Drs.
Pe-reira
Gtlim
antes eGaetano
de Almeida, aos
quaes se refere oDr
.
Bit-tcncourt em suas confcrencias
.
Poderiamos
ainda citar muitos outros,
que
com
maior ou menor perseveranfase
tem occupado Jo assumpto.
Depots
de tantos transes por que tem passado esta planta,
o quevemos hoje ?
Um dos productos
mais
conhecidos e espalhados, e aoqua
! quasininguem
Jeixa de prestardhe seu tributo ; todos Jelle se utilisam,nao
so o embrutecido africano
,
como o aristocratico curopeu, o Esquimao,como 0
habitantc
daPatagonia
.
Parserum
proJucrouniversal
,
asua
produccao deve ser espainosa
,
acarretando assimavultadas
sommas
para certos paizes
.
Para
Jisso fazermos uma idea approximada neces-sitamos aqui transcriber alguns dados e quadros estatisticos que cn
-contramos nos autores
.
Asstin,
o consunto geral do fumo e avaliadoem 2 milhoes de toneladas e calcula
-
se
que 2,
2i 5t6go hectares deterras fertcis sao neccssarias para
produzirem
esSa quantidade. A suaproduccao e dividida da seguinie forma :
America
,
comprehendendo os EstadosUnidos,
Cuba c PortoRico
,
143
milhoes de kilogrammas ;Kuropa
,
: i 5 milhoes ; que for-necem a seguinte renda liquida:
1 FIHUCOH 1 2 0 . 0 0 0
.
0 0 0 r> 3 . 3o o. 0 0 0 23.600 0 0 0 2 3.M O O .O O O 8 . 1 0 0.
0 0 07.600
.
0 0 0 19.
goo.
0 0 0 1 , 2 0 0 . 0 0 0 t.
700.000 ReinoUnido
Franca
.
,..
..
Hespanha-
,.
Austria Portugal.
.
..
Russia Italia PoioniaBelgica
A Hollanda
,
Dinamarca,
Suecia e Noruega apresentam rendainsignificance
.
O fumo
e cultivado emquasi
todos,
senao em todosMM
/
u G t v
10
prizes
,
concorrcndo
oBrazil
com grande
contingente
; assuas
provincial muis productoras suo : Bahia
,
Minas,
S
.
Paulo
,
RioGrande do Sul
e
Pari
.
Para
comprovarmos
oque
fica dico, aqui transcreveremos os se-guintes
quadros extrahidos
dorelatorio
doministro
da Fazenda,
apreseniado
cm
1S74 ;i AsscmbleaGeral
: Deliesvemos que
de1870
a iSy3 a exporta^
ao e renda dofumo
tem sido :De
1870
a1871
exportaram-
se 16.615.
229
kilos,
no
valor de6*
529
:0045000
,
divididos doseguinte
modo :os
.
3
o-
2 *333 kilos
24*739
w 14,891
*546
» 3g6,604
» 1.177:384
^
00016
.- 3S0 5 0 0 0 5,190:041^
0 0 0 14S: i 6g
$oonvalor
Rio deJaneiro
.
.Pernambuco
,.
.
* BahiaRio Grande do Sul
. .
1
* * *
6.5
-
29 : 004^
00016.615* 229 »
Somma
. .
* » « * * »De
1871
a1872
deu
oseguinte
resuliado :i *8() j. 25'i kilos 27•4>
'
" 231 » valor 1.
660:5448000
24:0763000
4.923
:0423000
197:9145000
6563
ooo Rio Je JaneiroPernambuco
Bahia
Rio Grande do Sul,
.
Parana
<>
77502.217
» dm * . 204 1 t99.341
> 6.806:2345000
S omm 1 2. De 1872
a 1 8;3 : 236 kilos valor t.
043
:9813000
2943000
5.35s
:53igooo223
:O333
OOO4083000
810383000
2725000
2305000
Rio de Janeiro*.
.
.
Pernambuco.
.
.
.
. BahiaRio
Grande
do Sul Parana S.
Paulo (.
earaSanta
(Imharina*.
.
.
1.724.
1 1 ( 1 4 583408
570.507
n A 749 21 *403
» i> 1 1 1 » 33(i »6.834
:8075000
16.900
.
874
S o m m a.
- . , ¥ m * d » *N
/
.
V
*
|
OG>
I
k
11
I
)ctodas
asnossas provincias
,
vemos dos quadrosdcirna
*
que
ea da Bahia que dgura em primeiro lagar, scguindo
-
se
a deMinas
,pois a cxportacao feita pdo Rio consiste toda Jo fumo mineiro
,
cuja cultura c mais saliente em
sua
parte sul, do Rio Novo ateBaependy
,Dito isto que
julgamos
sufficientc para aboa
comprehcnsao donosso ponto
,
passemos aiiame. Estttdemos o capitulo segundo,
quevAl
/
oo
'
b
CAPITULO
II
BOTAN1
CA
DO
FUMO
O fumo, (nicotiana tabacum, dc Linneu
,
herva do Grao-
Prior,
herva da rainha, herva Catharinaria
,
herva nicotiana, tornabonna,caoba
,
panacea contra todos us males,
etc.
T etc.), e uma planta per-tcncentc ao genero nicotiana
,
da grande familia das solanaceas,
sobrea quaI, com grande brilhjntismo e proficicncia discorreu o iMustrado
lente dc botanica c zoologia de nossa Faculdade
,
o Sr.
Dr.
Pizarro,
em sua these de coueurso ao lugar de lenic oppositor ; mia poderemos
portamo andar mais accrtados
,
dn que nos guiando nestc assumpto,pelo que nos diz o inesmo illustrado professor
.
O gencro nicotiana c
constituido
por vegetacs herbaceos,
rara-mente subarbustivos
,
cujo caule e na maioria dasespedes
revestidode uma camada dc peltos glandulifcros, que tornaui a sua superficie
glutinosa
.
As folhas sao em geral grandes e inteiras,
sendo os cauli'neas
espalhadas
c as floraes aIternas.
A intloresccncia c uma cymeiraterminal
.
O calice e tubulo-
campanulado,e apresenta no terco superiordo tubo cinco dentes, ou c dividiJo ale o meio em cinco lacinias
,
nanbem iguaes em comprimento
.
A corolla, de cor variavel, branca,
cs-verdeada, amarella e vermelho rosea, c de tubo afuniiado e alongado
.
O androccu compoc-ae de cinco estames, longos
,
inclusos c adhe-rerites ao mein do tubo da corolla, on abaixo deste punto
,
c irregula-res
,
isto e, dedesigua
! comprimento; os tiletes saoglabros;as autherasmedii
-
fixas,
sao urn pouco erectas e profundamente bilobadas,
de dtiaslojas e de dehLscencia longitudinal *
O gvneceii e formado por uni cstiletc simples
,
terminado por umesiigma capitoso c um pouco chanfrado
,
e um ovario, de forma oval ebilocular c muttiovular* () frticlo e uma
eapsula
de dehiseencia septi-r
v
.
Woo
14
cicla, bivalvular ; as sementes sao cm grande
numero
e pcquenas ; oetribryao urn pouco curvo.
O
genero nicotiana apresenta um grandenumero de especies
,
cincoenta e tuntas,
porem fallarcmos tao somentede alguns caracteres da especie tabaccum
,
que c a que niais directa-mente interessa o
nosso
ponto.
K' herbacca c annual ; o caule e viscoso, tendo um metro
appro
-Jtimadamente deahura, udquirindo
,
porem
,
pela cultura maiores di-mensoes,
chegando
mesmo a attingir dous metros e mats de altura ;e recto, arredondado, espesso e
ramoso
na partesuperior
;as
folhissao inteiras
,
ovacs ou
ovo
-
lanceoladas
,
pubescences,
glutinosas
cmambas as
faces
, particularmentc nasuperior,
que e decor
verde matscarregada do que a inferior ; sao scsseis, semi
-
amplexicaules
e asvezes
decurrcntes ; observa
-
se
esta disposicao mais vexes nas folhas caulinasinferiocs
.
A inflorescenda atfecta a forma de limapanicula
dc pedun-culos
em
forma
de cymcira.
O cal ice e gomiloso no tubo e dividido noapice cm cinco
dentes
,
triangulares
,
agucadus
noapicc
e desiguacs.
4
*
CAP
1
TUL
0
III
r
P A R T E
C H I M I C A
Tem
-
se procurado analysar todas as partes do fumo: eassim
queBerthier, tomando
a
raiz desia planta e insineiranJo-
a determine eml o o partes a porcentagem Jos principios ah!
comidos
,procedendo
domesmo modo sobre o tronco ; porem aqui nos interessa muito parti
-cularmenic n analyse das folhas, pois que c das folhas que
se
extraheprtncipalmentc a nicotina, e constituent \t unica parte do fumo ernpre
-gada
.
Posse It e Reiman dao*
nos
a composicao das folhas como scsegue : em 100 partes
:
Nicotina
Materia extractiva Comma Resina verde Album!na Acido mallico Malato d' ammofiea*.
* Sulphaio de potassio..
Chlorureto
depotassio
Nitrate e malato de
potassio
Phosphato de caldo
Malato
de calcio Silica fibraslenhosas
Agua 0,0 7 *> Xn *-
i 17 / 1-
74 0,
2 7 0,
31 o,
i 2 0)0? 0,00 0,
2 L o, 17 f\7 -0,Ot.) * 4*97 80,
«
4 L 14 f 1 « t i * * r*16
Vaucquelm
passapor
tersido
odescobridor
dankotina
,no anno
de i8o< h
em
experieneijs a que p/ocedeu, uUxiEiado por Warden eEtobiquet,
analysando
as folliasfrescas
do fumo.
O
Bar
£
o de Yvannao
confere
essa
gloriancm
aVaucquelm
,nena
a Posseh e Reimann e nem a
Barral
, comotambem
querem
alguns
mas sim aBaillard
, noanno
de1667
;conferiremos
, porem , essagloria
, com ainaioria
dos autores, aVaucquelin
, cm1809
,D’ahi em diante licou sendo
conhectdu
,pofdm
,
sempre
no
estado
impuro ; so mats tarde e que Possdt e
Reiman
ii aobuveram
no
es-[
ado
de pureza, tendo depois sido objecto dc cstudo por parte Jos chi-micos
Bautron
,Ortigosa
,Barral
,Melsens
,Scihkesing
, etc.Dito isto,
estudemos
anlcotina
,
vejamos qual o seu inodo depreparacao, quaes as suas
proprieJades
physicas e chimicas*Dentre os
numerosos
processor depreparacuo
Jeste alcalpide,apre-sentamos a
seguintc
, que encontramos nas licoes deChimka
Orga-rrica do
iliustrado
professorDoming
isFreire
, c quenos
parece
porsun vcz
uma
modificucao Jo processo deSchloesing
;Esgota
^
se o luma pela agiufervendo
,filtra
sc : concentra-sepelo
duplo
do seu volume de aI
cool
a 3Ggraos
.Formam-.se duas cjmadas :
uma
superior
e otnrainferior
; a su-perior e justamente a que contern a nlcotma # Decanta*sc essa camad:i c Jistilla-se.
0
cxtracco xaroposo que resta e outra vez tratado peloaleool
,que precipita
aiuda mnterias
estraniias ;addfeiona
-se a solucao alcoo -licafiltrada
umasolupao
concentrada deporassa
, que poe a nice*tina cm liberJade. .Agita-se com ether* que dissolve 0 alealoide ; de
-cania'Se a solucao
etherea
eagita
-se
comaciJo
oxalicocm po;
temosassim formudo oxalate de mcotma que sc reunc no lunlo do vaso. Agita- se de novo o oxulato com potassa e ether
,
que rcdissolve anicotinu
posra
cm liberdade. Distilla-se a solucao etherea iVuma cor-rente de
hydrogen
to c mamem-se o residua em uni ban ho deolco
a i qo*
durante
tim dia intciro, evitanJo senripre o'accesso do ar*Finalmente elcva-sc a temperatura ate i b o graos e a nkatina Jistilla.
PKOPRII:L)ADJ;S PHY$ICAS.
—
Assimobtida,
a nicotina
c um liqutdovolatil
, incolur, soluvelna
a g u i , alcool, ether e essentia de tereben-thina ; ao contacto do ur torna-sc escura ; sua
densidade
c dc 1,027 segundoBarral
c de a i ii grdos segundo Krexeilius c Scluesing,N
/
.
U
/
a
^
o
1
17
de platina
volatilisa
-
se
as
£
>o°;dissolve
a quente o enxofre,
porrSmnao o phosphoro* e congela
-
se a—
r 3* centigrados (Barral.
)Fossae
um saboracre,
extremamente eaustico ; seusvapores
saopor
tal formairrirantes
que
,
segundo Barral, com difficuldadep6de
-
se respirar cm am aposento em que se tenha derramado umaso gotta ; desvia para a esquerda o
piano
depolarisacao
da luz.
E
" uma baseque
secombina
energi* PltOPRIEDADES CUIMICAS »camente aos
acidos, formando saes,
pelamaior
parte deliquescentes ; restitue ao papd de tournesol, envermelhecido por um acido, a pri-rnitiva cor azul
.
EY
como aquinina, diacida
, pois que um seaequivalente exige
, para formar saes neutros,
dous de um acido mo-nobasico
.
Precipita quasi todas as solucoes salinas metalicas ; osublimado corrosivo
em
branco, bem como o acetato de chumbo eo chlorureto de antimonio ; o chlorureto de
platina
,
emamarello
-oca ; o acetato de cobre em azul gelatmoso
,
soluveln
'umexcesso
de nicotina ; os saea ferrjcos em amarello; cm branco
,
o sulfato demanganez1 pordm o precipitado fica logo
escuro
;precipita
em verdeos sacs dc chromo
.
Reduz promptamente o permanganato depo
-tassio
.
A nicotina e
deslocada
desuas
combinacoes soluveia peloam
-nioniaco e pelos oxydos dos metaes alcalinos e alcalino
-
terrosos ; otannino a precipita em
branco
;com
atintura
de iodo daum pre
-cipitaJo amarello
-
oca,
se
a dose for maior temos a corcscara
dekcrmes
(Jullien )
•O
acido sulfuricopuro
econcentrado
a frio, acolore
em
vermelho-
escuro.
O
acidochlorhydrico
produz coma nicotina
fumafas
brancas ; aquecendo-
se a mistura,
ella torna-
sevioleta * O acido azotico a quente
,
da com a nicotina uma coramarella
-
alaranjada edesprende
vapores nitrosos,cotina com
o
acido stearicoforma
-
se um sabao,
que torna-
se com-pacto
pelo
resfriamento e soluvel no ether,Vejamos agora qual e a porcentagem dc nicotina
nos
difteren-tes fumos
,
quer
nacionacs, quer
estrangeiros.
Da
Historia
Natural e drogas simples do Sr,Guibourt
extra-himos o seguinte
quadro
dosSrs.
Boutron e O.
Henry,*
Para
quantidades
de nicotina retirada de 1.000grammas
defolhas
de differentesqualidades
,
comparadas & Jo fumopreparado
:Aquecida
a niI
^
Vl
/
Otov
18
1
Folhas
deCuba
.
* * , dttMaryland
de Virginie. . d’llle-
et-
Vilaine
da Lot »Nord
»
Lot
-
et-Garonnc
tabac
prepare
.-
* * * 8,
64
grammas, 5t28
m m k Si ! O 1 1,20 6)48
11,288
,
2 0 3,
86
u 3 # *1i i p- * » )> * * 3 * * * * » nDa these de doutoramerUo do iMustrado paneiro desta corte
Sr
.
Dr
. Furquim Werneck,
extrahimos
a seguinte analyse, feita
pelohabit chiinico
Sr
.
Peckolt :gr
.
Fumo dos Calvados (S
.
Paulo)»
Para
» Cantagallo.
* » Piclioa * Pomba 1,
06s
4/
o de nicotimu 0,8507
.
3> 0,474%
» 0,
6327
o * o,
6337
» 34 » J toApresentamos cm seguida o resumo das analyses que nos fo
-ram obsequiosamente ccdidas pelo illustrado e respettavel
oculista
destu
corre
,
Sr.
Dr, Moura Brazil,
feitas pelo babilPharmaceu
-tico Mdlo Moraes :
Porcentagem em
nicotina
Jas
differcntes
suitescommcrciaes
detubaco
.
sno
Riode Janeiro
:Caporal (
imitacfio
).
Borba
(alto
Amazonas)Pomba .
. .
4*Floresta (fabrica de cigarros dc papel pardo)
Goyano *
Barbacena
Rio Novo ( Daniel )
.
.
.
6.2
7
.
6,
87
.
8%
.
8,
5
7
.
7
» 99.3
%
9.
S
76
7
.
Analyse do PichO£S obtido de uma
fabrica
de cigar ros,
nestaxi
.
Yt
/
olV
t
19
3,
O5 L ot5go 5,042 tracos 2/268
0/
309
o,
153 0,
243
0 *075
o,
163 0,270 o,
t 3o T,
I 2ho
,
3So NicotinaNicocianina
Materiacxtractiva
Principios voluteis aromaticos
Resina Albumina Gomma Carbonato de calcio Malato de
calcio
Sulfa
to de calcio Chlorureto de calcio * Phusphato decalcio
Silica
Substancias empireumatieas* *Acido carbonico livrc
Agua
-
.
-
86, 1 So[ 00
,
000'
CAPITULO
IV
PREPARACOES
DO
FUMO
Iin-TEHISNTKS UANEMIAS b E fSAl.
-
OAs partes do fumo
empregadas
sao cxclusivamcnte
as
folhasque
quando comecam a perder a chlorophylls c tornar-
seamarelladas
,devem ser colhidas
afim
dcserem
submettidas
a diversasoperacoes
.
Assim
colhidas,
sao as folhas enfiadas cm varas ou cordas e pendu-radas sob urn telheiro
,
dc mode a recebercmuma
corrente de ar,
conatantemcnterenovada
* evitando-
se a accaodo
sol c dachuva
.
Depois de teccas as folhas
passam
por tresoperacoes
succcssivas:A
primeira
consistc em amarrar uma certaquantidade
,
consii-tuindo um
pequeno
feixe
(manoios
)
eattrital
-
o ctitreas maos
,
afim deamacial
-
o c livral-
o aomesmo
tempo dc materias extranhas, como
area
,
terra,
etc.
Em
Franca
da-
sc a csta opcracaoprcliminar
onome
de « epottlardagc* »
A segunda consistc cm
humedcccr
essespcquenos
feixescom
agua
,
tendo cm dissotucao chlorureto dcsodio
(sal decosinha
).
A
terceira
consistc
emtirar
-
se
anervura
mediana
,
desde o apiceate a base, sem lesar o limbo
da folha
.
Assimpreparado
c depois dcpassar por varias
fermentafocs
,
cm que elle perde grande parte danicotina, e o fumo aproveitado para sens variados fins*
Temos em
primeiro
logar ccomo
preparacao maisgcralmente
apreciada
,
o charuto,
quee
constituido pelas proprias folhas seccasenrotadas, tendo uma forma mais ou menos
cylindrica
c revestIdas
22
capa
ou
camisa
do charuto,
especialmente
preparada
paraesse
fim,
sobretudo
em
ccrtosdepartamentos
daFranfa
c naAJsacia
,
expor
-tando para
quasi
todos os outrospaizes
.
Temos cm segundo logar o cigarro, modo este dc usar o
fumo
omais espalhado c conhecido
,
sobrctuJo entre nos, cpara
cuja con-feccao e usado, no
Brazil
,
pelo monos, o fumo cm corda que scapresenta no mercado sob a forma do rolos
cylindricos
onde o fumosc acha em longa corda
enrolada cm
cspiral em torno do um cylindrodc
madeira
; este todoe
depois
envolvido cm pallia dc milho, para
protegel
-
o c melhor conservar-
lhc o aroma.
Pois bem
,
este fumopicado
c desfiado,
cnrolado cmpapcl ou
pallia
,
constitue o cigarro.
O fumo pode deixar de scr desfiado csim
reduzidoa pequenissimos fragmentos por meio dc machtnas cspeciaes
constituindo o
scaferlati
,
que
comprehenJc oCaporal
, Wcrwicq,
Bird'seyc
,
Canaster,
Vurinos e outros; entre nosultimamente
in-troduzio
-
sc
um systemapouco
maisou menos
semelhante ; consistccm
pcquenas
machinas,
que cm gcral existemcm
todas ascharutarias
,tendo quutro on cinco pequenos oriticios cm
uma
das extremidades,por ondc sc introduz a pontn do charuto c fazcndo
-
sc
uma ligeirapressao
,
desprendc
-
se uma pequena lamina,
que secciona a extremisdade do charuto, e quando ja existc um grande numero de pontas
,
alguns
charuteiros
reduzem-
nas a mcnorcs fragmentos,
envolvemcm papcl e submettem
ao
consummo,
com o nomc de superiorescigarros dc ha vana; comprehende
-
se, porem,
que essa superior!Jadeso existc,
in
nomine
,
visto como o cigarroe constituido
por umagrande
variedadc,
occupandocm
gcral o primeiro logar justamente ocharuto de inferior qua!i dade
.
O fumocm
corda c tarn bem o maisprocuraJo
para
o tcrrivcl habito damasca
, ou entao a quelle que empcquenas tijollos
,
ondc o fumo sc acha fortemente comprimido,
depois dc competcntcmente adocado com melaco ouxaropc
, c consumido evendido
com
o titulo dc Cavendish.Temos
linalmentc orape
,
que ci m
geralmcntc preparado da seguintc maneira :
As
fofhas
,
depois
dc regains comagua
, tendo cm dissoluefto salJe cosinha
,
sao cortadas e amontoadas cm grandes massas : isto feito,sao
guardadas
por cinco ou scismezes
,
em cujo Jecurso devc fazer-
seuma fcrmentacao
primeira
,
em que a materia albuminosacontiJa
nas lolhas do fumo tem
que
separur-
se
c forma r ammonea, que
reagindo sobre o citrato ou malato dc nicotina,
poe
o alcatoidc cmlibcrJade
,
dunJo logar a formaeao Je outrosproductos
sccundarios,\
i
.
V
\
jQ
\
h
23
Apos
essa
fermentafao
e o fumo submctcido araspagem
e pissa porLima
peneirafao
.
O producto assim obtido,
sendo moido e secco,constitue o fumo em p6 ou a cangicu
,
por
muitos usada
depreference
ao rape. A
differenca que
ha cntre uni e outro, entrc o pb c o rape,
consists
naferinentacao
por que tem de passar o fumo depois de moido e peneirado: esta fermetitacao deve conferir-lSie qualidadestaes como o
aroma,
pelo oleo essencialque
desenvolve omonlant
ou propriedade
titilante fornedJa pda ammonea.
Aldm
Jissoo rapd p6de
corner
baunilha, benjoin, eic.
,
conforme o capricho dofabricante
ou do tabaquista.
novas
r
s
/
.
VWO
^
t
CAPITULO
V
ACQAO
PHYSIOLOGICA
DA
NICOTINA
A
nicotina
c oprincipio
active
d o fumo mais important^
e in-con
testa
velmentcde
umpoder
toxicn intensissimo, sobem
que aliiencomremos
tambem irmitbsouems
principios
,
porfrU dc combustaomais adiantada
quaes
os divLTsos cornponentesda
chainaia
serie
pyridka
,
pytfdma, collidina
,lutidim
, etc.
,sobre
OS quaeso
Sr
.
Le
Bon eraprehendeu
expericnciasp
que
autorisaram
-
no a chegar ds ijic-guintes
conehisoes; n Nant
s6 a mcotinaque
a fumacadofuino
devesuas propriedadcs
toxicis, c siintambem
aoacido
prussico
e a diversosprinciples nromaticos,
naturaUfteiUe
a uniulcaloiie
particular,
acolliding que e
um
corpo liquido,
de cheiro agrtdavd e rmiito peine-trance
,
e quocotitribuc
cm grande partepara
J ir ocheiro
afnimca
*A collidina e tab roxica quanto a nicotina : A parte de
uma gotta mata rapiJamente uma ra
, proJuzin
loa prtneipin
symptomas Jeparalysis
Anicotina
c, pois
*
como
dissemos,
euvemos
occasiao de
observar
cm
experiencesfcttas
no gabinetc de toxicn*logia
daFaculdade
,
um
vSolento
venetio,
c quep-rla rapidez do senseffeitos
so pdde sercomparada
ao acidoprussico,
Aacouitina
e a atropina.
Seja qual for aviapor
onde se administre,mjeccSo
hypo
-dermica ou
intra
venosa
,
instillacao
no globo ocular,absnrpcao
pe
!
otubo gastro
-
incestinal
,
uma
ou Juas gottas s>tosufficients
para
lul-minar animaes, tacs como cac^, gatos ( Blatim ) Este veneiio rtflo
poqpa nenhtima especie ioologica
,
pirem nuo actua sobre tod.is damesma mancira
e com ams
!tn:iintenstdais
;asdni
.
nos nnimaesquetem uma circukicao activa,
como
ospassaros
,
m
ml Peros ere* a martee quasi in starttanea, sobretii lo nos passiros