An´alilse Est´atica de Sistemas de Energia El´etrica
Eduardo N. Asada
SEL-EESC-USP
1.o Sem 2008
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 1 / 53
Fluxo de Potˆencia
Introdu¸c˜ao Geral
Sistema de Energia El´etrica - SEE
Geradores Transformadores (345 kV, 500 kV) (138 kV, 69 kV) Consumidores Subtransmiss˜ao Transmiss˜ao Transmiss˜ao Transmiss˜ao Distribui¸c˜ao outros sistemas Interconex˜ao com
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 3 / 53 Introdu¸c˜ao Opera¸c˜ao em Tempo-Real de Sistemas de Potˆencia
Estados de Opera¸c˜ao do SEP
Ações de controle RESTAURATIVO NÃO CORRIGÍVEL EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA CORRIGÍVEL SEGURO CORRETIVAMENTE ALERTA SEGURO
Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Fun¸c˜oes de um COS - Fun¸c˜oes de An´alise
Fluxo de Carga
Análise de Segurança Estática Fluxo de Carga Ótimo
Modelo Tempo−Real
Funções de Análise
Aquisição de dados
Equivalente Externo
Figura: Fun¸c˜oes de an´alise de rede
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 5 / 53 Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Fun¸c˜oes de um COS - Modelagem em tempo real
Configurador da Rede Análise de Observabilidade Estimador de Estado Processamento de Erros
PROCESSO DE ESTIMAÇÃO DE ESTADO Modelo Tempo−Real
Funções de Análise
Aquisição de dados
Equivalente Externo
Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Esquema Geral de um Centro de Controle
A/D A/D Conversor Medidor Sistema de Potˆencia Centro de Controle P12 = 15, 45 MW P
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 7 / 53 Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Vis˜ao Geral
MODELAGEM DA REDE ON−LINE ESTIMADOR DE ESTADO ACÕES DE CONTROLE FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO MODELAGEM DA REDE EXTERNA FLUXO DE POTENCIA ANÁLISE DE SEGURANÇA SCADA BASE DE DADOS PREVISÃO DE CARGAFigura: Vis˜ao simplificada das fun¸c˜oes de an´alise envolvidas em um Centro de Controle
Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Diagrama unifilar
G G C C C 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 14 12 13Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 9 / 53 Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
SEE - Gera¸c˜ao e Transmiss˜ao
• Geradores transformam energia mecˆanica em energia el´etrica e injetam a
potˆencia el´etrica gerada na rede de transmiss˜ao.
• A energia mecˆanica ´e fornecida por turbinas hidr´aulicas ou a vapor. No caso de turbinas a vapor a energia t´ermica pode ter diversas origens: carv˜ao, g´as, nuclear, ´oleo, baga¸co de cana, entre outras.
• Por raz˜oes econˆomicas (minimiza¸c˜ao de perdas), a transmiss˜ao ´e
normalmente efetuada em tens˜oes elevadas (por exemplo, 345 kV, 500 kV
ou 750 kV).
• Devido a limita¸c˜oes f´ısicas e de isolamento el´etrico, os geradores (por enquanto) operam com tens˜oes na faixa de 10 kV a 30 kV. Geradores
afastados dos centros de carga injetam sua potˆencia gerada na rede atrav´es de transformadores elevadores com a conseq¨uente redu¸c˜ao dos n´ıveis de corrente e, portanto, das perdas de transmiss˜ao (perdas ˆohmicas).
Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
SEE - Distribui¸c˜ao
• Por raz˜oes pr´aticas, a potˆencia entregue aos centros de carga n˜ao pode, em geral, ser consumida nos n´ıveis de tens˜ao em que ´e feita a transmiss˜ao; transformadores abaixadores s˜ao utilizados para reduzir os n´ıveis de
tens˜ao. Isso acarreta um aumento correspondente dos n´ıveis de correntes (e perdas), mas isto normalmente ´e aceit´avel, pois ocorre j´a nas
proximidades das cargas.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 11 / 53 Introdu¸c˜ao Vis˜ao Geral
Hist´orico
Os sistemas de potˆencia, como hoje s˜ao conhecidos, tˆem pouco mais de
100 anos.
Por volta de 1876, n˜ao se tinha claro qual a melhor maneira de, por
exemplo, transmitir a energia el´etrica gerada por uma queda de ´agua para um centro consumidor distante. Existiam d´uvidas se essa transmiss˜ao
deveria se dar mecanicamente (via tubula¸c˜ao de ar comprimido ou de ´oleo) ou eletricamente (em Corrente Cont´ınua [CC] ou em Corrente Alternada [CA]); no caso de ser em CA, n˜ao se tinha certeza em que freq¨uˆencia el´etrica, nem em que n´umero de fases etc.
Introdu¸c˜ao Hist´orico
Hist´orico
Analisador do sistema - d´ecada de 20 a 60
Blackout de 1965 em New York - An´alise de seguran¸ca
Centros computadorizados - Controle de autom´atico da gera¸c˜ao Centros de Supervis˜ao - SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition)
Centros de Controle - Controle em tempo-real
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 13 / 53 Introdu¸c˜ao Hist´orico
Cronologia
Uma seq¨uˆencia cronol´ogica (sem muito rigor) dos fatos desse per´ıodo ´e apresentada a seguir e voltada para o que aconteceu nos Estados Unidos.
1880 - Edison (Thomas Alva Edison) apresenta sua lˆampada incandescente
(em corrente cont´ınua), a mais eficiente desde ent˜ao. Nessa ´epoca, na Europa, j´a havia avan¸cos na utiliza¸c˜ao de corrente alternada.
1882 - Edison coloca em funcionamento um sistema de corrente cont´ınua em Nova York e funda a empresa Edison Electric Company.
Introdu¸c˜ao Hist´orico
Cronologia
CC versus CA
1885 - George Westinghouse Jr. compra os direitos da patente de Goulard–Gibbs para construir transformadores (corrente alternada) e encarrega William Stanley dessa tarefa.
1886 - J´a h´a cerca de 60 centrais de corrente cont´ınua (Edison) com cerca
de 150.000 lˆampadas. Stanley coloca em opera¸c˜ao a primeira central em
corrente alternada (Westinghouse) em Great Barrington, Massachusetts. 1887 - existiam cerca de 121 sistemas CA em funcionamento, com cerca de 325.000 lˆampadas. Entre as novas empresas, se destaca a empresa do pr´oprio Westinghouse que cresce muito e j´a conta cerca de 125.000
lˆampadas em corrente alternada.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 15 / 53 Introdu¸c˜ao Hist´orico
Hist´orico
CC versus CA
1888 - Edison, sentindo o peso da concorrˆencia, passa a atacar duramente os sistemas em corrente alternada. Esta ´e uma ´epoca na qual o pre¸co do cobre sobe muito. A medi¸c˜ao da energia el´etrica consumida come¸ca a ser um problema importante para os sistemas de corrente alternada. Para os sistemas de corrente cont´ınua, existia medidor do tipo eletroqu´ımico.
Assim, os sistemas em corrente alternada cobravam por “n´umero de
lˆampadas” – tinham de produzir de 40 a 80% a mais que os sistemas em
CC para o mesmo n´umero de consumidores. Shallenberger
(engenheiro-chefe de Westinghouse) coloca em funcionamento um medidor de energia em CA que dava uma leitura direta de quanta energia havia sido consumida e, portanto, superior ao medidor eletroqu´ımico de Edison.
Introdu¸c˜ao Hist´orico
Hist´orico
CC versus CA
1890 - a empresa de Edison e ele pr´oprio “baixam o n´ıvel da discuss˜ao”: animais (c˜aes e cavalos) s˜ao sacrificados para ilustrar os perigos da
corrente alternada. ´E dessa ´epoca tamb´em a primeira execu¸c˜ao na cadeira el´etrica (em 6/8/1890) na pris˜ao de Auburn, NY, em corrente alternada (gerador Westinghouse);
1892 - entra em funcionamento o primeiro motor de indu¸c˜ao de Nikola
Tesla (que trabalhava para Westinghouse). A comiss˜ao respons´avel pela concorrˆencia p´ublica para a licita¸c˜ao das obras de Niagara Falls decide que o sistema ser´a em corrente alternada. Enquanto isso, na Alemanha, ´e
colocado em funcionamento um sistema de 100 HP (74,6 kW) com transmiss˜ao de 160 km, em corrente alternada, 30.000 V.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 17 / 53 Introdu¸c˜ao Hist´orico
Hist´orico
CC versus CA
A empresa de Edison, a Edison General Electric Company, junta-se a outra, Thomson–Houston, formando a General Electric que passa a produzir em larga escala transformadores e alternadores, fato que
simboliza a vit´oria dos sistemas de corrente alternada na forma que os conhecemos hoje em dia.
1893 - a Westinghouse ganha a concorrˆencia para fornecer os alternadores e transformadores de Niagara Falls que entram em funcionamento em 1896, encerrando a discuss˜ao sobre CC/CA.
Introdu¸c˜ao Hist´orico
Hist´orico
Hoje
Hoje em dia, al´em da transmiss˜ao de energia a longas distˆancias, com a necessidade de se flexibilizar a opera¸c˜ao de sistemas interligados, existe um ressurgimento do interesse pelos sistemas de corrente cont´ınua, mas em uma forma complementar aos sistemas de corrente alternada: nesses
sistemas h´ıbridos, que tendem a se tornar cada vez mais comuns, teremos basicamente uma rede interligada em corrente alternada, dotada de um certo n´umero de links em corrente cont´ınua.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 19 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Fluxo de Carga ou Fluxo de Potˆencia
Defini¸c˜ao do Problema
Obten¸c˜ao das condi¸c˜oes de opera¸c˜ao (tens˜oes, fluxo de potˆencia) de uma rede el´etrica em fun¸c˜ao da sua topologia e dos n´ıveis de demanda e
gera¸c˜ao de potˆencia SISTEMA ELÉTRICO SUBESTAÇÃO USINA 15,9kV 138,4 kV 72,2 MW 42,7 MW 12,1 Mvar 15,4 Mvar INDÚSTRIA 1,0 Mvar 3,3 MW 13,4 kV
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Caracter´ısticas
Modelagem Est´atica → rede representada por um conjunto de equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes alg´ebricas.
An´alise Est´atica: obt´em-se o estado de opera¸c˜ao da rede em regime
permanente. Comportamento dinˆamico n˜ao ´e considerado
Fluxo de carga: Modelagem dos componentes → obten¸c˜ao do sistema de equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes alg´ebricas → m´etodo de solu¸c˜ao → estado de opera¸c˜ao da rede em regime permanente.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 21 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Aplica¸c˜oes
FC ´e utilizado tanto no planejamento como na opera¸c˜ao de redes el´etricas
Em geral ´e parte de um procedimento mais complexo Exemplos:
Opera¸c˜ao
An´alise de seguran¸ca: v´arias contingˆencias (acidentes) s˜ao simuladas e o estado de opera¸c˜ao da rede ap´os a contingˆencia deve ser obtido. Eventuais viola¸c˜oes dos limites de opera¸c˜ao s˜ao detectados e a¸c˜oes de controle corretivo e/ou preventivo s˜ao determinadas
Planejamento
Planejamento da expans˜ao: novas configura¸c˜oes da rede s˜ao determinadas para atender o aumento da demanda e o estado de opera¸c˜ao da rede para a nova configura¸c˜ao deve ser obtido.
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Desenvolvimento dos M´etodos de FC
Ao longo dos anos, v´arios m´etodos de solu¸c˜ao do FC foram
propostos. Para cada aplica¸c˜ao existem os m´etodos mais apropriados. Os fatores considerados na escolha s˜ao mostrados a seguir.
Tabela: Tipos de solu¸c˜ao
Precisa Aproximada
Sem controle de limites Com controle de limites
Off-line On-line
Caso simples Casos m´ultiplos
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 23 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Propriedades dos m´etodos de solu¸c˜ao do FC
Alta velocidade rede de grandes dimens˜oes aplica¸c˜oes em tempo-real casos m´ultiplos
aplica¸c˜oes interativas
Pequeno espa¸co redes de grandes dimens˜oes
de armazenamento computadores com pequena quantidade de mem´oria
Confiabilidade problemas mal-condicionados an´alise de contingˆencias
aplica¸c˜oes em tempo-real
Versatilidade habilidade para incorpora¸c˜ao de
caracter´ısticas especiais (controle de de limites
operacionais, representa¸c˜ao de diversos equipamentos, facilidade de ser usado como
parte de processos mais complexos
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Hist´oria
Network Analyzer - pain´eis em que os equipamentos do sistema eram emulados atrav´es de conjunto de fontes, resistores, capacitores e
indutores vari´aveis;
Primeiro m´etodo pr´atico de solu¸c˜ao do problema do FC atrav´es de um computador digital → Ward e Hale, 1956 (m´etodo baseado na matriz Y);
M´etodos baseados na matriz Y: espa¸co de armazenamento pequeno, convergˆencia lenta;
Come¸co da d´ecada de 60: m´etodos baseados na matriz Z(Gupta e Davies, 1961). Convergˆencia mais confi´avel, mais espa¸co de
armazenamento, mais lentos;
M´etodo de Newton (Van Ness, 1959). Convergˆencia excelente, mas
n˜ao competitivo computacionalmente;
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 25 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Hist´oria (2)
Meados da d´ecada de 60: t´ecnicas de armazenamento compacto e
ordenamento da fatora¸c˜ao (Tinney e Walker, 1967) tornaram o
m´etodo de Newton muito mais r´apido e exigindo pouco espa¸co de
mem´oria, mantendo a caracter´ıstica de ´otima convergˆencia →
m´etodo de Newton passou a ser considerado como o melhor m´etodo e foi adotado pela maioria das empresas de energia el´etrica;
D´ecada de 70: m´etodos desacoplados (Stott e Alsa¸c, 1974) baseados
no m´etodo de Newton foram propostos → ainda mais r´apidos,
mantendo precis˜ao e convergˆencia. Somente em 1990 foi apresentado
um estudo te´orico aprofundando das caracter´ısticas dos m´etodos desacoplados;
Foram propostos ainda: varia¸c˜oes dos m´etodos desacoplados b´asicos, m´etodos para redes mal-condicionadas, m´etodos para redes de
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Aspectos da an´alise de circuitos el´etricos
Exemplo
Considere um circuito RL alimentado por uma fonte de corrente cont´ınua
mostrado a seguir. + − + − + − i(t) V R L vR(t) vL(t) Chave
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 27 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Resolu¸c˜ao
Aplicando a lei das tens˜oes de Kirchhoff ao circuito tem-se:
+ − + − + − i(t) V R L vR(t) vL(t) Chave vL(t) + vR(t) = V L. d dti(t) + R.i (t) = V d dti(t) + R L.i (t) = V L
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Solu¸c˜ao
d dti(t) + R L.i (t) = V LA equa¸c˜ao anterior representa uma equa¸c˜ao diferencial ordin´aria de
primeira ordem. Considerando condi¸c˜ao inicial nula, ou seja, no momento em que a chave ´e fechada (t = 0) tem-se i (0) = 0, a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao ´e:
i(t) = V R . 1 − e−R L.t
e a tens˜ao sobre o indutor ´e: vL(t) = V .e−R
L.t
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 29 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Gr´aficos de i (t) e v (t)
R = 10Ω, L = 300 mH e V = 100 V 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0 2 4 6 8 10 12 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 Regime permanente Regime permanente τ 5τ τ 5τ i(t) v(t)Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
An´alise do comportamento
Imediatamente ap´os o fechamento da chave, ou seja, para t = 0+, os
valores de tens˜ao no indutor e de corrente pelo circuito s˜ao:
vL(0+) = V i(0+) = 0
indicando que neste instante o indutor se comporta como um circuito aberto. A tens˜ao no indutor e corrente pelo circuito na condi¸c˜ao de regime permanente podem ser obtidos calculando-se os limites dos mesmos quando o tempo tende a infinito:
vL(t → ∞) = 0 i(t → ∞) = VR
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 31 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Realizando apenas a an´alise em regime permanente
Do ponto de vista da an´alise de regime permanente, a corrente pelo
circuito ´e limitada somente pelo resistor e, neste exemplo, ´e igual a:
i(t → ∞) = VR = 10A
Para fins pr´aticos, diz-se que para t ≥ 5τ (em que τ ´e a constante de
tempo do circuito) o circuito est´a operando em regime permanente. No
caso do circuito do exemplo:
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Exemplo- Corrente alternada
+ − + − − + i(t) V R L vR(t) vL(t) Chave
A tens˜ao aplicada `a carga ´e:
v(t) = Vp. sen(ωt + θ)
em que Vp ´e o valor de pico, ω = 2πf ´e a freq¨uˆencia angular (f ´e a
freq¨uˆencia ) e θ ´e o ˆangulo de fase da tens˜ao.
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 33 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Resolvendo o circuito
Aplicando a lei das tens˜oes de Kirchhoff ao circuito, tem-se:
d dti(t) + R L.i (t) = v(t) L
A solu¸c˜ao da equa¸c˜ao acima para i (0) = 0 ´e: i(t) = −Vp Z . sen(θ − φ).e −R Lt | {z } it(t) +Vp Z . sen(ωt + θ − φ | {z } ir(t) ) em que: Z = pR2 + (ωL)2 φ = tan−1 ωL R
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Resolu¸c˜ao no tempo
it = −VZp. sen(θ − φ).e−
R
Lt corresponde `a parcela transit´oria e tende a zero com o passar do tempo.
Vp
Z . sen(ωt + θ − φ) corresponde `a parcela de regime permanente. Matematicamente
limt→∞it(t) = 0
limt→∞i(t) = ir(t)
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 35 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Gr´afico de i (t) e i
t(t)
R = 10Ω, L = 300 mH, V = 100 V e f = 60 Hz 0,8807 −0,8807 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 5τFluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
An´alise final
Considera-se que para t ≥ 5τ = 0, 15s a corrente i (t) atinge seu valor de regime permanente, e a parcela transit´oria it vale praticamente zero.
O valor de pico da corrente de regime ´e:
Ip = Vp
Z =
Vp p
R2 + (ωL)2 = 0, 8807A
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 37 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Circuito Gen´erico
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Espa¸co de estado
O estado de opera¸c˜ao do circuito em regime permanente pode ser
representado pelo espa¸co de estado (tens˜oes nodais):
V0
Espa¸co de estado
Fluxo de carga
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 39 / 53 Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Altera¸c˜ao no circuito
O Circuito sofre uma altera¸c˜ao:
Fluxo de Carga - Caracter´ısticas B´asicas
Altera¸c˜ao No Espa¸co de Estado
Acontece uma altera¸c˜ao no estado de opera¸c˜ao do circuito em regime permanente:
V0 V1
Transit´orio Espa¸co de estado
Fluxo de carga
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 41 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Considera¸c˜oes Iniciais
A fun¸c˜ao do sistema de gera¸c˜ao ´e produzir a energia el´etrica
consumida → modelado como uma inje¸c˜ao de potˆencia no
barramento
A linha de transmiss˜ao ´e modelada como um circuito RL s´erie O sistema de distribui¸c˜ao consome a energia transportada pelo
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Diagrama Unifilar Correspondente
1 2 P1 + jQ1 E1 = V1∠θ1 E 2 = V2∠θ2 Gera¸c˜ao Gera¸c˜ao P2 + jQ2 r + jx Transmiss˜ao Transmiss˜ao Distribui¸c˜ao Distribui¸c˜ao
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 43 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Determina¸c˜ao do Estado do Sistema
Circuito por fase
+ − 1 2 P1 P1 Q1 Q1 E1 = V1∠θ1 E2 = V2∠θ2 Gera¸c˜ao r jx I Transmiss˜ao Distribui¸c˜ao Dados: S2 = P2 + jQ2 = 100 + j0 = 100∠0◦ MVA (100 MW, 0 Mvar) V2 = 500kV (linha) r = 25Ω / fase x = 125Ω /fase
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Determina¸c˜ao do Estado do Sistema
Circuito por fase
+ − 1 2 P1 P1 Q1 Q1 E1 = V1∠θ1 E2 = V2∠θ2 Gera¸c˜ao r jx I Transmiss˜ao Distribui¸c˜ao Pede-se: V1 S1 = P1 + jQ1
Conhecendo-se essas grandezas ´e poss´ıvel determinar por completo o estado do circuito. O c´alculo normalmente ´e realizado em p.u. (por unidade)
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 45 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Determina¸c˜ao do estado da rede
Valores de base:
Sb = 100 MVA Vb = 500kV
Convers˜ao para p.u.
S2 = 100 + j0 → 1∠0◦ p.u. V2 = 500 → 1∠0◦ r = (V225 b)/Sb = 0, 01 p.u. x = (V1252 b)/Sb = 0, 05 p.u.
Corrente pelo circuito I = S2 E2 ∗ = 1∠01∠0◦◦ ∗ = 1∠0◦ p.u. Tens˜ao na fonte E1 = E2 + I (r + jx) = 1∠0◦ + 1∠0◦ (0, 01 + j0, 05) = 1, 0112∠2, 8◦ p.u.
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Determina¸c˜ao do estado
Potˆencia fornecida pela fonte: S1 = E1I∗ = 1, 0112∠2, 8◦ = 1, 01 + j0, 05 p.u. (101 MW, 5 Mvar) 101 MW 5 Mvar 100 MW 0 Mvar 1 MW 5 Mvar perdas na transmiss˜ao 1 2 V1 V 2
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 47 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Problema Real
Na pr´atica, os dados e inc´ognitas n˜ao s˜ao os especificados anteriormente Dados:
S2 = P2 + jQ2 = 100 + j0 = 100∠0◦ MVA (100 MW, 0 Mvar)
V1 = 1, 0112 (*) pu (linha) r = 25Ω / fase
x = 125Ω /fase
(*) Tens˜ao na sa´ıda do transformador elevador na subesta¸c˜ao da usina, mantida constante atrav´es de um sistema de controle. Pede-se:
V2
S1 = P1 + jQ1
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Resolu¸c˜ao Anal´ıtica
Lei das tens˜oes de Kirchhoff:
E1 = E2 + ZI = E2 + Z (S2/E2)∗ (×E∗ 2) E1E∗ 2 = V22 + ZS ∗ 2 Considerando E1 = V1∠0◦ e E2 = V2∠θ2: V1V2∠ − θ2 = V22 + (r + jx)(P2 − jQ2) Separando as partes real e imagin´aria:
V1V2cos θ2 = V22 + (rP2 + xQ2) V1V2senθ2 = (rQ2 − xP2)
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 49 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Resolu¸c˜ao
Elevando as duas equa¸c˜oes ao quadrado e somando-as, elimina-se θ2: V12V22 = V24 + (rP2 + xQ2)2 + 2V22(rP2 + xQ2) + (rQ2 − xP2)2 V24 + V22[2(rP2 + xQ2) − V12] +(rQ2 − xP2)2 + (rP2 + xQ2)2] = 0 Que pode ser reescrita como:
V24 +bV22 + c
onde
∆ = b2 − 4c
y1 = (−b + ∆1/2)/2
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Solu¸c˜ao
De acordo com os dados fornecidos: V2 = {±1, ±0, 05} pu.
A resposta esperada ´e V2 = 1 p.u. Ent˜ao: θ2 = sen−1 [(rQ2 − xP2)/V1V2] = −2, 8◦ I = S2 E2 ∗ = 1∠ − 2, 8◦ S1 = E1I∗ = 1, 0112∠2, 8◦ = 1, 01 + j0, 05 = 101 MW, 5 Mvar Mesma solu¸c˜ao!
Eduardo N. Asada (SEL-EESC-USP) M´odulo 1 1.o Sem 2008 51 / 53 Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Interpreta¸c˜ao
As duas solu¸c˜oes negativas n˜ao tem significado f´ısico → s˜ao desprezadas
Supor que a potˆencia ativa da carga no barramento 2 seja vari´avel e que a potˆencia reativa seja nula:
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 V2[p.u.] Caso base Vcr 2 P2cr Opera¸c˜ao inst´avel
Opera¸c˜ao Est´avel
Formula¸c˜ao do fluxo de potˆencia Motiva¸c˜ao
Exerc´ıcio
Sendo P2cr o m´aximo carregamento da rede para as condi¸c˜oes especificadas e V2cr a tens˜ao para a qual ocorre o m´aximo carregamento, obtenha:
Apresentar a curva [V2 × P2] completa para o circuito exemplo
considerando Q2 = 0
Obter P2cr e V2cr analiticamente e comparar com os valores obtidos atrav´es da an´alise da curva PV.
Apresentar a curva [V2 × Q2] considerando P2 = 0 no mesmo gr´afico de (1). Obter Q2cr e V2cr analiticamente e comparar com os valores obtidos atrav´es da an´alise da curva PV.