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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CRISTIANO BRUNO ROSSAROLLA MONOGRAFIA A GOVERNANÇA CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA A GESTÃO EMPRESARIAL

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CRISTIANO BRUNO ROSSAROLLA

MONOGRAFIA

A GOVERNANÇA CORPORATIVA COMO

ESTRATÉGIA PARA A GESTÃO

EMPRESARIAL

ITAJAÍ

2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CRISTIANO BRUNO ROSSAROLLA

Monografia

A GOVERNANÇA CORPORATIVA COMO

ESTRATÉGIA PARA A GESTÃO

EMPRESARIAL

Monografia desenvolvida para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. Orientadora: Profª Jocimari Tres Schroeder

ITAJAÍ

2009

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Aos meus pais e irmãos que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

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Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim (Chico Xavier).

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Cristiano Bruno Rossarolla

b) Área de estágio Mercado de Capitais

c) Orientadora de conteúdo Profª Jocimari Tres Schroeder

e) Responsável pelo Estágio Profª Natalí Nascimento

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RESUMO

A adoção de melhores práticas de governança corporativa por parte das companhias brasileiras é fundamental para o desenvolvimento do mercado de capitais nacional, que, por sua vez, é fundamental para o crescimento e competitividade internacional das próprias empresas. A governança corporativa é um modelo de gestão para empresas que buscam atingir um nível diferenciado de relação com os investidores e o mercado de capitais. Este estudo tem como objetivo geral conhecer as práticas de governança corporativa de empresas listadas na BM&FBOVESPA, no segmento especial de listagem Novo Mercado. Como objetivos específicos este estudo buscou: apresentar a estrutura do mercado de capitais brasileiro, mais especificamente o mercado de ações; caracterizar a governança corporativa e o Novo Mercado da BM&FBOVESPA; destacar o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA; apresentar o modelo de governança corporativa de empresas selecionadas, que compõem o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA. A pesquisa contempla elementos qualitativos e quantitativos, com fim exploratório e descritivo. Os dados utilizados foram coletados em fontes secundárias específicas, isto é, informações já existentes em livros, revistas, jornais, endereços eletrônicos. Os dados foram apresentados por meio de textos explicativos, além da utilização de ilustrações como tabelas, quadros e gráficos. Conclui-se que as empresas nãopodem se voltar somente para os interesses de seus acionistas, e sim vislumbrar uma ampla gama de relacionamentos que interferem nos seus negócios, procurando a melhoria da qualidade dessas relações, com transparência e responsabilidade social. Além disso, este estudo pode ser útil aos acadêmicos do Curso de Comércio Exterior, visto a importância do mercado de capitais para o financiamento das empresas, inclusive e principalmente para aquelas que atuam no comércio internacional.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Segmentos de listagem da BM&FBOVESPA... 28

Quadro 1 – Principais Exigências para a companhia no Novo Mercado... 29

Quadro 2 – Principais Exigências para a companhia no Nível 1 de Governança Corporativa... 30

Quadro 3 – Principais Exigências para a companhia no Nível 1 de Governança Corporativa ... 30

Quadro 4 – Exigências dos Segmentos de listagem... 31

Quadro 5 – Índice de Ações no mercado brasileiro... 32

Gráfico 2 – Número de empresas listadas no IGC... 34

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LISTA DE SIGLAS

ABRASCA - Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

APIMEC - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais BACEN – Banco Central do Brasil

BB – Banco do Brasil BM&FBOVESPA -

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo

CMN – Conselho Monetário Nacional

CODIM - Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado CVM – Comissão de Valores Mobiliários

DFPs – Demonstrações Financeiras Padronizadas EVA - Etileno Vinil Acetato

FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo GRI - Global Reporting Initiative

IANs – Informações Anuais

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IBOV - Índice Bovespa

IBRX - Índice Brasil

IBRX50 - Índice Brasil 50 IEE - Índice de Energia Elétrica

IFRS – International Financial Reporting Standards (Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros) IGC - Índice de Governança Corporativa

INDX - Índice do Setor Industrial

ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial ITAG - Índice de Tag Along

ITEL - Índice de Telefonia

ITRs – Informações Trimestrais IVBX - Índice Valor Bovespa

IVIG – Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais MIVB - Índice Bovespa Mini

N1 – Nível 1 N2 – Nível 2 NM – Novo Mercado ON – Ordinária Nominativa PN – Preferencial Nominativa PVC - Policloreto de Vinila S.A - Sociedade Anônima

SFN – Sistema Financeiro Nacional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...10

1.1 Objetivo geral ...11

1.2 Objetivos específicos...11

1.3 Justificativa ...11

1.4 Abordagem geral do problema ...12

1.5 Questões específicas ...13

1.6 Pressupostos...13

2 METODOLOGIA...14

2.1 Tipo de pesquisa ...14

2.2 Área de abrangência ...14

2.3 Coleta e tratamento dos dados...15

2.4 Apresentação e análise dos dados...15

3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL...16

3.1 Mercado de capitais...18

3.1.1 Companhias abertas...19

3.1.2 Ações...21

3.1.3 Mercado primário e secundário ...22

3.2 Bolsa de valores ...22

3.2.1 BMF&BOVESPA S.A...23

4 GOVERNANÇA CORPORATIVA ...25

4.1 Novo mercado ...27

4.2 Índices de ações...30

4.2.1 Índice de ações com governança corporativa ...32

4.2.2 IBOVESPA ...33

4.3 ICG X IBOVESPA...34

5 A GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS...36

5.1 Brasil Ecodiesel S.A ...36

5.2 Natura S.A ...37

5.3 Grendene S.A...38

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REFERÊNCIAS conferir se tudo que foi citado está aqui, está faltando por exemplo, o Pinheiro 2006...verifique bem tudo...41 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS...48

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1 INTRODUÇÃO

Um dos principais impactos da globalização e de todas as transformações do mercado é a necessidade de investimentos para aumentar a competitividade. E é por este motivo que muitas instituições utilizam o mercado de capitais como meio de captar recursos para investimentos. O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização (CAVALCANTE; MISUMI, 2002).

Foi em função da importância do mercado de capitais que surgiu uma questão bastante discutida atualmente: a Governança Corporativa. As empresas listadas no denominado Novo Mercado na BM&FBOVESPA adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira.

A combinação de uma administração responsável com informações mais abrangentes e transparentes contribui para a diminuição do risco dos negócios, aumento da liquidez das ações das companhias listadas na BMF&BOVESPA e ainda, as valoriza. Quanto mais eficiente a governança corporativa, mais interessante a empresa pode se tornar para o investidor, portanto mais facilmente a empresa pode captar recursos para realizar investimentos (BOVESPA, 2009).

Dois segmentos intermediários (Nível 1 e Nível 2) entre o mercado tradicional ou básico da BM&FBOVESPA e o Novo Mercado foram criados com o intuito de facilitar a adaptação gradual das companhias nos casos em que a migração direta para o nível máximo não fosse considerada viável.

Ao abordar a governança corporativa como estratégica para a empresa, este trabalho é apresentado da seguinte forma: O primeiro capítulo com introdução, objetivos, abordagem geral do problema, questões específicas e pressupostos. O segundo capítulo demonstra a metodologia utilizada no trabalho.

O capítulo três ressalta as definições sobre sistema financeiro nacional, mercado de capitais, sociedade anônima, ações, mercado primário e secundário, mercado de bolsa, bolsa de valores e sociedades corretoras. O capítulo quatro apresenta discussões sobre governança corporativa, o novo mercado brasileiro e os seus níveis, bem como os índices de ações da bolsa. Em seguida, são apresentadas as empresas selecionadas para o estudo indicando quais as medidas ou normas de

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governança corporativa adotadas. Finalmente, nas considerações finais buscou-se resgatar os objetivos propostos por este trabalho.

1.1 Objetivo geral

Conhecer as práticas de governança corporativa de empresas listadas na BM&FBOVESPA, no segmento especial de listagem Novo Mercado.

1.2 Objetivos específicos

• Apresentar a estrutura do mercado de capitais brasileiro, mais especificamente o mercado de ações.

• Caracterizar a governança corporativa e o Novo Mercado da BM&FBOVESPA.

• Destacar o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA.

• Apresentar o modelo de governança corporativa de empresas selecionadas, que compõem o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA.

1.3 Justificativa

O tema abordado por este estudo é importante para compreender como funciona o mercado de capitais, especificamente o mercado de ações e, a importância da governança corporativa para as empresas e para os investidores.

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A governança corporativa é um importante fator para o sucesso de empresas, trazendo benefícios como melhoria da imagem da empresa, mais visibilidade e demanda por ações. Além disso, a governança corporativa pode facilitar o relacionamento entre a empresa e os investidores. E, conseqüentemente pode proporcionar menor custo de capital às empresas por estas utilizarem o mercado de capitais como um meio de captação de recursos.

No campo acadêmico é relevante, pois se trata de mais uma fonte de consulta sobre o tema ‘governança corporativa’, possibilitando reflexões para outras abordagens acerca do tema.

1.4 Abordagem geral do problema

Este trabalho foi realizado com o intuito de entender as bases do sistema financeiro com foco no mercado de capitais (segmento de ações), especificamente no que diz respeito à governança corporativa.

No que diz respeito ao investidor, o mercado de capitais é um mercado em que o recurso financeiro, quando bem aplicado, pode gerar bons frutos no futuro. Investindo neste mercado há um risco, porém existem inúmeras vantagens como, por exemplo, é um mercado de elevada liquidez, normatizado e regulamentado por normas estabelecidas pela Bolsa de Valores e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o investimento em ações poderá ajudar o país a crescer, a ser mais competitivo no mercado internacional e a gerar mais empregos.

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1.5 Questões específicas

• Como é a estrutura e o funcionamento do mercado de capitais brasileiro, mais especificamente o mercado de ações?

• Como se caracterizar a governança corporativa e o Novo Mercado da BM&FBOVESPA?

• Como é composto o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA?

• Quais são os modelos de governança corporativa das empresas que compõem o Índice de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA?

1.6 Pressupostos

• O mercado de ações é um excelente segmento do mercado de capitais para as empresas captarem recursos por meio de investidores. As empresas podem assim, financiar seu crescimento e expansão, pagar dívidas bancárias, desenvolver produtos, promover inovações tecnológicas, enfim, é uma fonte de captação de recursos financeiros para investimentos e/ou reestruturação de passivos.

• No Brasil a necessidade de investimentos visando o crescimento e desenvolvimento econômico é grande. Assim, o mercado de capitais é de grande importância para o país, uma vez que este necessita de condições favoráveis de financiamento e investimento privado.

• A governança corporativa é relevante tanto para as empresas como para os investidores. Com maior transparência as empresas podem facilitar seu acesso ao mercado de capitais, captando recursos. Para os investidores, a maior transparência nos negócios das empresas facilita as decisões de investimentos, gerando expectativas favoráveis de retornos sobre o capital investido.

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2 METODOLOGIA

Neste capítulo é apresentada a metodologia usada neste trabalho, identificando o tipo de pesquisa, área de abrangência, coleta e tratamento dos dados, bem como a apresentação e análise dos mesmos.

2.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa contempla elementos qualitativos e quantitativos, com fim exploratório e descritivo. Quanto aos meios de investigação, foi adotada a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema (CERVO; BERVIAN, 1983, p. 55).

2.2 Área de abrangência

Esta pesquisa se enquadra na área de economia, mais especificamente no que se refere ao mercado financeiro nacional, estudando o mercado de capitais com foco no tema, governança corporativa.

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2.3 Coleta e tratamento dos dados

Os dados utilizados foram coletados em fontes secundárias específicas, isto é, informações já existentes em livros, revistas, jornais, endereços eletrônicos.

2.4 Apresentação e análise dos dados

Os dados foram apresentados por meio de textos explicativos, além da utilização de ilustrações como tabelas, quadros e gráficos.

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3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilitam o direcionamento de recursos dos agentes econômicos superavitários ou tomadores para os deficitários, criando as condições necessárias para que os instrumentos financeiros (títulos) tenham liquidez no mercado (ASSAF NETO, 2000).

Assaf Neto (2000) apresenta e descreve o SFN dividido em dois subsistemas, o normativo e o operativo. Constituem o subsistema normativo: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN), e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Estes órgãos têm as funções de regular, controlar e exercer fiscalização sobre as instituições intermediadoras, disciplinar todas as modalidades de crédito, bem como emitir títulos e valores mobiliários (BERCHIELLI, 2003). O órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional é o CMN que é constituído pelo ministro do Estado da Fazenda (presidente), pelo ministro do Estado de Planejamento e Orçamento e pelo presidente do BACEN (CMN, 2009).

[...] O CMN é o órgão deliberativo de cúpula do Sistema Financeiro Nacional. As principais funções do CMN são estabelecer as diretrizes das políticas monetária, cambial e creditícia, regular e fiscalizar as instituições financeiras, e, disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. (BERCHIELLI, 2003, p.47)

O BACEN é o órgão executivo do subsistema normativo, “cabe a ele exercer, regulamentar e fiscalizar as disposições que lhe são atribuídas pela legislação e as normas das políticas traçadas pelo CMN” (LAMEIRA, 2003, p.17). É o órgão administrativo, responsável por disciplinar, fiscalizar e promover a expansão do mercado de títulos e valores mobiliários, devido a isso, seus atos se destinam às instituições de mercado, às companhias abertas e aos investidores.

A CVM é o mais recente dos três órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional, porém, suas atribuições limitam-se ao mercado de capitais. A CVM tem como principais atribuições: estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários, assegura o funcionamento eficiente das bolsas de valores e das

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instituições auxiliares que atuam neste segmento, protege os titulares de valores mobiliários, fiscaliza as emissões e as negociações dos títulos emitidos pelas empresas de capital aberto.

O subsistema operativo é composto pelas instituições bancárias (como os bancos comerciais; as caixas econômicas; e os bancos múltiplos), instituições não – bancárias (como os bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades de crédito mobiliário; e as associações de poupança e empréstimo). Existe ainda o Sistema Distribuidor de Títulos e Valores Mobiliários (com as bolsas de valores; sociedades corretoras de cambio, títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários) e os Agentes Especiais (com os agentes autônomos de investimento, Banco do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Amazônia).

O mercado financeiro é subdividido em quatro grandes mercados, que são: mercado de câmbio, mercado de crédito, mercado monetário e mercado de capitais (ASSAF NETO, 2000, p. 85).

No mercado de câmbio é onde ocorrem as operações de compra e venda de moeda estrangeira entre os agentes autorizados pelo BACEN, no geral, são operações de curto prazo quando dizem respeito a adiantamento de crédito de exportações, financiamentos de exportadores, remessa de dividendos.

Em uma economia aberta, com livre trânsito de bens, serviços e capitais, a taxa de câmbio torna-se uma variável fora do controle dos Bancos Centrais, sendo a mesma definida em função do grau de confiança dos investidores estrangeiros e das variáveis estruturais de cada país. (CAVALCANTE; MISUMI, 2002, p.19)

O mercado de crédito é o segmento onde são negociadas operações de empréstimos, arrendamento e financiamento de consumo para os indivíduos e capital de giro para as empresas, através de intermediários financeiros bancários. As operações são de curto, médio ou longo prazo.

O mercado monetário é o segmento que permite ao governo federal controlar os meios de pagamento (depósitos à vista em bancos comerciais mais o volume de papel-moeda em poder do público), por exemplo, lançando títulos da dívida pública. Entre outros instrumentos, o governo se utiliza de medidas monetárias como o recolhimento de depósitos compulsórios nos bancos comerciais e redesconto

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bancário. Neste segmento as operações são de curto e curtíssimo prazo, e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias.

No mercado de capitais, as operações entre agentes poupadores e investidores são efetuadas através de intermediários financeiros e os financiamentos são de médio e longo prazo (títulos da dívida), ou de prazo indeterminado (títulos de propriedade – ações). É considerado um mercado de alto risco devido às fortes flutuações nos preços dos títulos. Para Pinheiro (2006, p.88) “este segmento supre as necessidades de financiamento de longo prazo, como por exemplo, investimentos para empresas [...]”.

3.1 Mercado de capitais

O mercado de capitais abrange o conjunto de transações para transferência de recursos financeiros entre agentes poupadores e investidores, com prazo médio, longo ou indeterminado. Ou seja, é uma relação financeira constituída por instituições e contratos, que permite que poupadores e empresas demandantes de capital de longo prazo realizem suas operações (ASSAF NETO, 2000). De acordo com Pinheiro (2006, p.135) “o mercado de capitais pode ser definido como um conjunto de instituições que negociam com títulos e valores mobiliários, que objetivam canalizar os recursos dos agentes superavitários para os agentes deficitários e dar liquidez aos títulos emitidos por elas”. O Mercado de Capitais é,

[...] onde se concentram operações de longo prazo ou de prazo indeterminado, com o objetivo de financiamento de um complexo industrial, da compra de máquinas e equipamentos, ou obtenção de sócios ou parcerias para capitalização de empresas já existentes no mercado ou que estejam se constituindo. (LAMEIRA, 2003, p.8).

O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de desenvolvimento econômico do país, pois segundo a Bovespa (2009):

• Facilita o fluxo de capital dos poupadores para o investimento em

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• Fornece maior agilidade às negociações para alteração de propriedade ou

controle da empresa.

• Facilita processos de privatização.

• Amplia a transparência das empresas participantes devido a busca por

informações e demonstrações financeiras por parte dos investidores do mercado, o que fornece maior credibilidade ao crescimento dessas organizações.

• Facilita a entrada e aplicação do capital externo na economia nacional,

auxiliando no equilíbrio das contas da balança de pagamento e ampliação do volume de investimentos no país.

• Permite aos poupadores a aplicação de seus recursos em diferentes

empresas ao mesmo tempo, com amplo acesso às informações sobre as companhias e alta liquidez do investimento.

• Incentiva a formação de poupança interna de longo prazo, promovendo o

crescimento auto-sustentado do país.

No mercado de capitais existem outras operações além da emissão de ações, como: debêntures, commercial paper, bônus, eurobônus, notas promissórias (PINHEIRO, 2006). Essas operações são realizadas com os títulos de dívida, ou seja, a empresa capta o recurso do investidor, devolvendo o principal mais os juros previamente acordados.

3.1.1 Companhias abertas

Um dos segmentos do mercado de capitais é o mercado de ações, que envolve mercado primário de ações emitidas pelas empresas, constituídas como sociedades anônimas. Para participar desse mercado, uma companhia sociedade anônima necessita realizar a abertura de seu capital, conseguindo assim, lançar títulos de capital/propriedade (ações) ou de dívidas (debêntures) para negociação pública (CASAGRANDE NETO; SOUZA; ROSSI, 2000).

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Companhias abertas são empresas que democratizam o seu capital, buscando novos acionistas junto ao público investidor. O grande envolvimento com o mercado de capitais exige o amadurecimento de sua gestão, sobretudo naquilo que se refere à capacidade e necessidade de prestar contas de sua evolução. Em conseqüência, a empresa de capital aberto passa a ter uma preocupação maior com o aperfeiçoamento da administração e isso se torna fundamental para a obtenção de melhores resultados, beneficiando toda a sua estrutura. (ABRASCA, 2009)

A empresa de capital aberto é aquela que tem valores mobiliários negociados pelo público na bolsa de valores (ZANCOPÉ, 1988, p.21). Uma empresa para iniciar um processo de abertura de capital deve estar organizada e constituída de acordo com as definições constantes na Lei nº 11638/07 que alterou e revogou os dispositivos da Lei no 6.404/76 que é a lei das sociedades por ações, e da Lei nº 6.385/76 que é a lei que cria a CVM e disciplina o mercado de capitais, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras (CVM, 2009).

Deverá ser efetuado o registro da empresa junto à CVM para ser autorizada a negociação junto ao público tanto em bolsas de valores quanto no mercado de balcão.

A CVM que autoriza as companhias a abrirem seu capital, é responsável pela regulamentação e fomento do mercado de valores mobiliários. O mercado de capitais enquanto sistema de distribuição desses valores é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

São admitidos à negociação apenas os títulos e valores mobiliários registrados na bolsa: ações de sociedades anônimas devidamente registradas na CVM e com todas as condições legais e cujas empresas emissoras tenham cumprido as exigências da Bolsa de Valores, bônus de subscrição, debêntures, títulos públicos, entre outros (CASAGRANDE NETO; SOUZA; ROSSI, 2000).

Segundo Cavalcante e Misumi (2002) as bolsas ao fiscalizarem o mercado e, principalmente as corretoras, atuam como auxiliadoras do CVM e devido ao volume e transparência de suas negociações são os mais importantes centros de negociação de ações. As sociedades corretoras, além de intermediárias especializadas na negociação de valores mobiliários, elas têm exclusividade na negociação de valores mobiliários em pregão físico ou eletrônico das bolsas, podem

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também efetuar lançamentos públicos de ações, fornecerem diretrizes para escolha de investimentos a seus clientes, administrar carteiras e outros.

3.1.2 Ações

Ações são títulos de renda variável, que representam para quem as possui uma parte do capital social da empresa emissora. As ações podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor que possui ações é considerado sócio da sociedade anônima da qual é acionista, criando direitos e responsabilidades ao acionista. As ações são títulos nominativos negociáveis (CASAGRANDE NETO; SOUZA; ROSSI, 2000).

As ações são divididas quanto à sua espécie, sendo ordinárias ou preferenciais (RUDGE; CAVALCANTE, 1993). Ações ordinárias têm como principal característica o direito ao voto nas assembléias gerais de acionistas da empresa, concedido a seu titular, ou seja, concedem o poder de voto nas assembléias que determinam as principais destinações de recursos, elegem a junta de dirigentes, autorizam a fusão com outra companhia, entre outros. Portanto, as ações ordinárias dão o direito às participações nas mais importantes decisões da empresa.

Já as ações preferenciais geralmente não concedem o direito de voto ao seu titular, porém, têm como característica principal a preferência na distribuição de dividendos e no reembolso do capital em caso de dissolução da sociedade. A empresa deve ter claramente definida quais são as vantagens e preferências, e também as restrições que suas ações possuam, concedidas aos titulares das ações preferenciais. Caso não constem no estatuto da empresa estas definições, é garantido as ações preferenciais dividendos 10% maiores do que aos pagos as ações ordinárias.

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3.1.3 Mercado primário e secundário

O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição/venda de ações ao público (ASSAF NETO, 2000). Segundo Lameira (2003, p.121) “caracteriza a emissão primária o fato de as ações pertencerem à empresa até serem negociadas em bolsa ou em balcão”. É no mercado primário que a empresa obtém os recursos para suas necessidades. Essa operação é conhecida como underwriting, que quer dizer, subscrição e tem como objetivo a captação de recursos para a empresa.

De acordo com Andrezo e Lima (2006, p.327) “no mercado primário ocorrem a emissão de títulos e valores mobiliários e conseqüentemente ingresso de recursos na sociedade emissora, enquanto no mercado secundário há a transferência de propriedade de títulos e valores mobiliários anteriormente emitidos no mercado, sem afetar o fluxo de recurso do emissor”.

Já o mercado secundário de ações é onde os títulos que já estão no mercado, emitidos no mercado primário de ações, são transferidos entre investidores, ou seja, é a negociação na Bolsa de Valores.

É importante salientar que investimento em ações é um dos mais arriscados no mercado de capitais. E é justamente a remuneração de tal risco que torna esta modalidade de investimento a mais rentável no longo prazo. A natureza deste risco vem de diversos fatores ligados aos fundamentos de cada empresa e principalmente da volatilidade inerente ao mercado acionário, cujos preços estão em constante mudança (PINHEIRO, 2006).

3.2 Bolsa de valores

Pode-se entender a Bolsa de Valores como sendo o local de negociação, livre e aberto, de valores mobiliários, criado e mantido pelas Sociedades Corretoras, onde estas, em seu nome e representando seus clientes operam. Uma Bolsa de Valores

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pode ser uma associação civil sem fins lucrativos, ou uma empresa com fins lucrativos, com capital aberto. A Bolsa de Valores no Brasil é sujeita à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários, além de obedecerem às diretrizes e políticas emanadas do CMN. Algumas das principais atribuições de uma Bolsa são:

Manter local adequado à realização das operações com os valores mobiliários nela negociados; estabelecer um sistema de negociação que assegure a continuidade das cotações e a liquidez dos ativos; aperfeiçoar, organizar, administrar e controlar o sistema de registro e liquidação das operações realizadas; exercer outras atividades que se relacionem com a negociação de ativos que lhe seja permitida por lei (SANTOS, 1999, p.203).

Para operar na bolsa de valores, é preciso que o investidor registre-se, e se torne cliente de uma corretora de valores imobiliários. A corretora de valores imobiliários é um agente autorizado a operacionalizar as ordens de compra e venda dos investidores (PINHEIRO, 2006).

3.2.1 BMF&BOVESPA S.A

A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA) foi criada em 2008 - com o intuito de atrair novos investidores e em busca de maior transparência - com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) visando lucros sobre seus serviços tendo assim suas ações negociadas em sua própria Bolsa de Valores (BM&FBOVESPA, 2009).

Juntas, a BM&F e a BOVESPA formam uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado, sendo a segunda das Américas e líder no continente latino-americano. A BM&FBOVESPA oferece para negociação ações, títulos e contratos referenciados em ativos financeiros, índices, taxas, mercadorias e moedas nas modalidades a vista e de liquidação futura (BM&FBOVESPA, 2009).

O número de empresas listadas na BM&FBOVESPA, para negociação em mercado de bolsa, em abril de 2009 era de 430 empresas (BOVESPA, 2009). Na Tabela 1 apresenta-se a distribuição dessas empresas entre os quatro segmentos de listagem existentes na BM&FBOVESPA.

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Tabela 1 - Número de empresas listadas por segmento e participação de cada segmento

MERCADO/ SEGMENTO ABR/2009 PART. %

NOVO MERCADO 99 23% NÍVEL 2 18 4,20% NÍVEL 1 40 9,30% BÁSICO E BDRS 273 63,50% TOTAL 430 100% Fonte: BOVESPA (2009)

A Tabela 2 apresenta a média diária de negociação na BM&FBOVESPA em abril de 2009, por segmento de listagem.

Tabela 2 – Média diária por segmento de listagem e participação de cada segmento

MERCADO/ SEGMENTO MERCADO ABR/09

Em milhões de reais PART. %

NOVO MERCADO NOVO MERCADO 1.067 24,6% NÍVEL 2 NÍVEL 2 154 3,6% NÍVEL 1 NÍVEL 1 1.827 42,0 % BÁSICO E BDRS BÁSICO E BDRS 1.297 29,8%

TOTAL TOTAL 4.346 100%

Fonte: BOVESPA (2009)

Pode-se perceber na Tabelas 1 e 2 que apesar da quantidade de empresas listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa terem participação inferior à listadas nos segmentos Básico e BDRS, os níveis diferenciados respondem, juntos, por mais da metade do volume financeiro total negociado em abril de 2009, ou seja, 70,20%. Ou seja, os números revelam a importância da governança corporativa na BM&FBOVESPA.

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4 GOVERNANÇA CORPORATIVA

A BM&FBOVESPA objetivando aprimorar e fortalecer o mercado de capitais brasileiro e evitar que ocorressem abusos de poder, erros estratégicos ou fraudes por parte da administração da empresa, fez com que surgisse, ou melhor, que a governança corporativa nas empresas que negociam ações fosse fortalecida. A governança corporativa foi criada para tais finalidades e para dar maior transparência ao mercado de capitais, se tornando fundamental para o sucesso de qualquer empresa inserida no mercado de ações.

A importância da governança corporativa é crescente. Seus princípios básicos são o respeito dos direitos dos acionistas, tratamento equânime de todos, disclosure e transparência nas informações e atos e definição clara da responsabilidade dos administradores (CAVALCANTE; MISUMI, 2002, p.19)

A boa prática da governança corporativa proporciona benefícios e vantagens, não apenas para os investidores trazendo um maior grau de transparência, como também para as empresas, que conseguem uma melhor precificação de suas ações, e com isso menores custos de captação, pois os investidores se disponibilizam a pagar um preço melhor nas ações de empresas que tenham maior transparência e melhor governança corporativa (BOVESPA, 2009).

Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, diretoria, auditores independentes e conselho fiscal. Os princípios básicos que norteiam esta prática são: (i) transparência; (ii) eqüidade; (iii) prestação de contas (accountability); e (iv) responsabilidade corporativa (IBGC, 2009).

Por transparência, entende-se que a administração deve cultivar o desejo de informar não só o desempenho econômico-financeiro da companhia, mas também todos os demais fatores empresariais. Por eqüidade se entende o tratamento justo e igualitário de todos os stakeholders (IBGC, 2009).

O accountability, por sua vez, caracteriza-se pela prestação de contas da atuação dos agentes de governança corporativa a quem os elegeu, com responsabilidade integral daqueles por todos os atos que praticarem. Por fim,

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responsabilidade corporativa representa uma visão mais ampla da estratégia empresarial, com a incorporação de considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações (IBGC, 2009).

Quanto à transparência, a Governança Corporativa apresenta-se como um novo modelo de gestão para empresas que buscam atingir um nível diferenciado de relação com os investidores e o mercado (IBGC, 2009).

Os benefícios que a governança corporativa proporciona para as empresas são segundo Santana (2002, p.7) “melhora da imagem institucional, maior visibilidade, maior demanda pelas ações, valorização das ações e menor custo de capital”. Já para os investidores, os benefícios são outros:

[...] maior precisão na precificação das ações, melhora do processo de acompanhamento e fiscalização, maior segurança quanto aos seus direitos societários, redução de risco para o país, canalização de mais poupança para a capitalização das companhias, investimentos mais seguros e diversificados, empresas mais fortes e competitivas e dinamização da economia (SANTANA, 2002, p.7).

Para tratamento das questões da governança corporativa foi criado no ano de 1999 o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). O IBGC desenvolveu o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa, objetivando melhorar o desempenho e facilitar o acesso das empresas ao capital. O instituto influencia de forma bastante positiva também as empresas que não estão listadas na bolsa (IBGC, 2009).

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e aperfeiçoar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 2009).

Além do IBGC existem outras organizações no Brasil que auxiliam as empresas de capital aberto adotarem melhores práticas, como a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), a Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (ABRASCA), o Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado (CODIM), o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e a Global Reporting Initiative (GRI).

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4.1 Novo mercado

O Novo Mercado foi criado pela então BOVESPA no ano de 2001. A entrada de uma companhia no Novo Mercado é voluntária, e ocorre por meio de um contrato que especificam quais são as regras societárias a serem adotadas pela empresa. Os níveis diferenciados de governança corporativa (Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado) são segmentos especiais do mercado de ações, desenvolvidos com o intuito de estimular os investidores, e a valoração de ações de companhias (SANTANA, 2002). As regras societárias do Novo Mercado são chamadas de boas práticas de governança corporativa, e conforme podemos perceber a seguir, são mais exigentes que as que constam na legislação brasileira de mercado de capitais. Pode-se diferenciar os segmentos de listagem da BM&FBOVESPA quanto as práticas de governança corporativa, de acordo com o Gráfico 1 a seguir.

Gráfico 1 – Segmentos de listagem da BMF&BOVESPA Fonte: Bovespa (2009)

Uma das principais inovações no segmento Novo Mercado, e principal diferença para com o Nível 2 é a exigência de que somente existam ações ordinárias integralizando o capital social da empresa. Porém, existem outras regras que serão apresentadas a seguir no Quadro 1.

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• Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia (tag along).

• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado.

• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.

• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa.

• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa.

• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP.

• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições.

• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano.

• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc.

• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas.

• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. • Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia. • Quando da realização de distribuições públicas de

ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital.

• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários.

Quadro 1 - Principais Exigências para Companhia no segmento Novo Mercado Fonte: Bovespa (2009)

As Companhias inseridas no segmento Nível 1 de governança corporativa se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária (BOVESPA, 2009). As obrigações adicionais do Nível 1, além das previstas na legislação são destacadas no Quadro 2 a seguir.

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• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa.

• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa.

• Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital. • Manutenção em circulação de uma parcela

mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia.

• Melhoria nas informações prestadas, no documento de Informações Anuais (IANs) - documento enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bolsa, disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições.

• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano.

• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados. • Divulgação dos termos dos contratos firmados

entre a companhia e partes relacionadas.

• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores.

Quadro 2 – Principais Exigências para companhia no segmento Nível 1 Fonte: Bovespa (2009)

As Companhias Nível 2 são as que se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 além de outras práticas de boa governança. O Quadro 3 apresenta as obrigações adicionais à legislação para a companhia aberta listada no Nível.

• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP.

• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.

• Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral.

• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along). • Realização de uma oferta pública de aquisição

de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste Nível;

• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários.

Quadro 3 – Principais Exigências para companhia no segmento Nível 2 Fonte: Bovespa (2009)

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O Quadro 4 apresenta as exigências para cada nível d governança corporativa de uma forma mais simplificada.

Exigência Novo

Mercado Nível 2 Nível 1

Percentual Mínimo de Ações em Circulação (free float) No mínimo 25% de free float No mínimo 25% de free float No mínimo 25% de free float Características das

Ações Emitidas somente de ações ON Permite a existência Permite a existência de ações ON e PN (com direitos adicionais)

Permite a existência de ações ON e PN Conselho de

Administração membros, dos quais pelo Mínimo de cinco menos 20% devem ser

independentes

Mínimo de cinco membros, dos quais pelo

menos 20% devem ser independentes Mínimo de três membros (conforme legislação) Demonstrações Financeiras Anuais em Padrão Internacional

US GAAP ou IFRS US GAAP ou IFRS Facultativo

Concessão de Tag

Along

100% para ações ON 100% para ações ON

80% para ações PN 80% para ações ON (conforme legislação) Adoção da Câmara de

Arbitragem do Mercado

Obrigatório Obrigatório Facultativo

Quadro 4 – Exigências dos segmentos de listagem Fonte: Bovespa (2009)

4.2 Índices de ações

Os índices representam um grupo ou conjunto de ações formados em função de características como número de negócios realizados, características de governança corporativa, características setoriais entre outras que serão vistas a seguir.

Índices de ações são indicadores de variação de preços de mercado utilizados para a avaliação comparada de performance dos preços das ações para administradores e investidores. É ainda poderoso instrumento de avaliação nas negociações a futuro. O critério de seleção das carteiras ideais faz com que a performance dos diferentes índices não seja a mesma (RUDGE; CAVALCANTE, 1993, p.164)

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No Brasil, existe uma série de índices que indicam o comportamento de ações no mercado, apresentados no Quadro 5.

• Índice Bovespa (IBOVESPA): é o mais importante indicador do desempenho dos principais papéis (ações) negociados no mercado de ações brasileiro.

• Índice Brasil (IBRX): é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa.

• Índice Brasil 50 (IBRX50): é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas em termo de liquidez na Bovespa.

• Índice Valor Bovespa (IVBX): este índice foi desenvolvido em conjunto pela Bovespa e pelo Jornal Valor Econômico, visando mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída exclusivamente por papéis emitidos por empresas de excedente conceito junto aos investidores. • Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC): este índice tem por objetivo

medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA.

• Índice de Energia Elétrica (IEE): este índice tem como objetivo medir o desempenho do setor de energia elétrica, constituindo em um instrumento que permite a avaliação da performance de carteiras especializadas nesse setor.

• Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL): é um índice representativo de um setor específico de um setor específico da economia brasileira.

• Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG): este índice tem como objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários.

• Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): este índice tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.

• Índice Bovespa Mini (MIBV): este índice é idêntico ao Índice Bovespa, sendo sua única diferença na quantidade teórica será sempre igual 1/10 (um décimo) do IBOV e utilizado para mercado de opções.

• Índice do Setor Industrial (INDX): este índice foi desenvolvido com o objetivo de medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial, importante segmento da economia brasileira. Fruto de um convênio entre a FIESP e a Bovespa.

Quadro 5 – Índice de Ações no mercado brasileiro Fonte: Bovespa (2009)

Para este estudo serão analisados e comparados apenas dois índices, pois são estes que tem relação mais direta com o tema de pesquisa. Os índices explicados a seguir são: o Índice de Governança Corporativa (IGC) e o IBOVESPA.

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4.2.1 Índice de ações com governança corporativa

O objetivo do índice o Índice de Governança Corporativa (IGC) desde a sua criação em 2001, é medir o desempenho carteira teórica composta por ações de companhias listadas nos segmentos especiais da BMF&BOVESPA. Os segmentos especiais destinam-se a listar ações de companhias com boas práticas de governança corporativa (BOVESPA, 2009).

Uma vez admitidas à negociação em um destes segmentos, as ações de novas empresas serão incluídas após o encerramento de seu primeiro pregão, contudo, as ações de empresas já negociadas na BMF&BOVESPA passam a participar do IGC após o encerramento do primeiro pregão anterior ao seu início de negociação no Novo Mercado, Nível 1 ou Nível 2 (BOVESPA, 2009).

Tabela 3 - Fechamento anual e variação anual do IGC

ANO ÍNDICE DE FECHAMENTO ANUAL VARIAÇÃO ANUAL NOMINAL

2001 1.010,98 1,09 2002 1.026,90 1,57 2003 1.845,41 79,7 2004 2.545,00 37,9 2005 3.568,81 43,76 2006 5.169,65 41,29 2007 6.800,59 31,54 2008 3.697,05 -45,63 2009 (*) 4.582,01 23,93 Fonte: Bovespa (2009)

(*) Dados até abril de 2009.

No que diz respeito ao comportamento do Índice de Governança Corporativa desde sua criação, pode-se observar o Gráfico 2 a seguir. Percebe-se que em 2001 e 2002 o índice teve variação próxima do zero. Já em 2003, houve uma melhora significativa no desempenho do mesmo chegando este, assim como o IBOVESPA, à sua máxima histórica. Este desempenho pode ser explicado pelo aumento do número de empresas que aderiram a práticas diferenciadas de Governança Corporativa.

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Gráfico 2 - Número de empresas listadas no IGC Fonte: Bovespa (2009)

(*) Dados até maio de 2009

Percebe-se no Gráfico 2 que de 2006 em diante a maioria das empresas listadas no IGC são pertencentes ao segmento mais elevado de governança corporativa, ou seja, o Novo Mercado.

Em maio de 2009, o segmento especial Nível 1 contava com 40 empresas, o Nível 2 com 18 e o Novo Mercado com 99, totalizando 157 empresas listadas no índice de governança corporativa, que são identificadas no Anexo I pelo nome, segmento (Bovespa, 2009).

4.2.2 IBOVESPA

Criado em 1968 o IBOVESPA é o indicador mais importante do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. O índice é revisado quadrimestralmente, sendo sua vigência de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro (BOVESPA, 2009). 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 10 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009(*) 19 24 31 33 37 36 44 44 40 0 3 3 7 10 14 20 19 18 0 2 2 7 18 44 92 100 99

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O IBOVESPA é constituído pelas ações que representarem em conjunto do volume transacionados à vista nos doze meses anteriores à formação da carteira. Além de atender aos seguintes critérios: apresentaram liquidez em pelo menos 80% dos pregões e movimentaram pelo menos 0,1% do volume total da Bovespa. (BOVESPA, 2009).

No Tabela 4 a seguir será apresentado a variação anual nominal e o índice de fechamento anual do IBOVESPA:

Tabela 4 - Fechamento anual e variação anual do Ibovespa

ANO ÍNDICE DE FECHAMENTO ANUAL VARIAÇÃO ANUAL NOMINAL

2001 13.577,50 -11,02 2002 11.268,40 -17 2003 22.236,30 97,33 2004 26.196,25 17,81 2005 33.455,94 27,71 2006 44.473,71 32,93 2007 63.886,10 43,65 2008 37.550,31 -41,22 2009 (*) 47.289,53 25,94 Fonte: Bovespa (2009)

(*) Dados até abril de 2009.

4.3 ICG X IBOVESPA

Comparando-se graficamente os dois índices mais relevantes ao estudo da governança corporativa, pode-se verificar o desempenho na Tabela 5.

Tabela 5 – Rentabilidade acumulada (%)

Índice jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 Desde 25/06/01 IGC 1,30% -3,90% 7,70% 18,20% 358,20%

Ibovespa 4,70% -2,80% 7,20% 15,60% 225,70%

Fonte: Bovespa (2009)

Desde 25 de março de 2001, quando passou a existir, o IGC se valorizou em 358,2%, enquanto o IBOVESPA se valorizou em 225,7%, isso demonstra que os

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investidores têm respondido de forma muito positiva à criação dos segmentos diferenciados, cuja valorização a maior em relação a outras ações tem sido apreciável. O Gráfico 3 apresenta a evolução de índices entre 2001 e 2008.

Gráfico 3 - Evolução dos índices (desde jun/2001 até abr/2009) Fonte: BOVESPA (2009)

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5 A GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS

Para ilustrar este estudo sobre as práticas de governança corporativa, foram selecionadas aleatoriamente três empresas que têm suas ações negociadas na BM&FBOVESPA. As três empresas estão enquadradas no segmento ou nível, Novo Mercado. São elas: a Brasil Ecodiesel S.A, a Grendene s.a e a Natura S.A. Todas as informações sobre as empresas e suas práticas de governança corporativa foram retiradas dos endereços eletrônicos da BM&FBOVESPA e das empresas.

5.1 Brasil Ecodiesel S.A

A Brasil Ecodiesel é o maior produtora de biodiesel do Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP). A companhia conta com seis unidades de produção em operação, com um total de 640 mil m3 por ano de capacidade instalada de produção de biodiesel.

O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, utilizado em motores diesel, como substituto parcial ou integral de óleo diesel mineral. Por ser um combustível de queima limpa, a utilização integral do biodiesel em motores diesel permite uma redução de ate 78% nas emissões de dióxido de carbono, comparado ao óleo diesel mineral, segundo o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG).

A Brasil Ecodiesel iniciou a elaboração de seu projeto para a produção do biodiesel em março de 2003 e, em 18 de julho de 2003, a Companhia foi constituída sob a forma de sociedade limitada. Em 14 de agosto de 2006, a Companhia foi transformada em sociedade por ações, tornando-se empresa de capital aberto.

É uma companhia comprometida a atingir e manter altos padrões de governança corporativa. Em 12 de setembro de 2006, incorporou ao seu Estatuto Social as cláusulas mínimas exigidas pelo Regulamento do Novo Mercado da BOVESPA e, em 16 de outubro de 2006, foi celebrado com a Bolsa o Contrato de

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Participação no Novo Mercado. E em novembro de 2006, a companhia realizou sua oferta pública inicial de ações.

A Brasil Ecodiesel obedece as regras dispostas nos termos previstos no Regulamento do Novo Mercado da Bovespa, no Estatuto Social da Brasil Ecodiesel e na Lei das Sociedades por Ações. E, além de adotar estas regras a empresa também adota algumas das práticas de governança corporativa recomendadas pelo IBGC em seu código das Melhores Práticas de Governança Corporativa.

5.2 Natura S.A

A empresa foi criada em 1969. A Natura é uma das empresas mais admiradas do Brasil, líder no mercado nacional de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal e a marca está entre as mais valorizadas do país.

No Brasil, as operações estão concentradas no Espaço Natura em Cajamar, São Paulo, que abriga um importante e moderno centro integrado de pesquisa, produção e logística. Possuí ainda unidades comerciais e de distribuição em Itapecerica da Serra, também em São Paulo, e Uberlândia e Mathias Barbosa, em Minas Gerais. Em setembro de 2006, inaugurou a primeira Casa Natura no Brasil, na cidade de Campinas, Estado de São Paulo.

As ações Natura estão listadas no segmento do Novo Mercado da BOVESPA desde maio de 2004. Porém, mesmo antes de se tornar uma empresa de capital aberto, a Natura já vinha adotando melhores práticas de governança corporativa, mostrando sua preocupação com o tema.

A política de dividendos prevista no Estatuto Social estabelece o dividendo mínimo obrigatório de 30% do lucro líquido anual. O Conselho de Administração recomenda que esse percentual não seja inferior a 45% do lucro líquido do ano. Como prática, contudo, a empresa tem distribuído dividendos em valores superiores à totalidade da sua Geração Livre de Caixa.

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Do Conselho de Administração emanam as orientações que levam a Natura a pautar ativamente a relação com seus diferentes públicos, com base nos mais elevados padrões de transparência, responsabilidade e comprometimento.

A qualidade das informações divulgadas aos diversos públicos interessados na Empresa segue e por vezes supera as exigências legais para companhias abertas, atendendo recomendações da APIMEC, da ABRASCA, do CODIM, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, da GRI, e do - IBGC.

5.3 Grendene S.A

Fundada em 1971, a Grendene e é uma das maiores produtoras mundiais de calçados sintéticos e líder em vários segmentos no mercado brasileiro. A empresa possui tecnologia proprietária e exclusiva na produção de calçados à base de Policloreto de Vinila (PVC) e Etileno Vinil Acetato (EVA), denominados termoplásticos injetados, totalmente verticalizada, a partir de matrizaria e fábricas próprias, com uma logística de distribuição que atinge desde distribuidores a varejista tradicionais e não-tradicionais em todo o território nacional e no exterior.

A Grendene é totalmente integrada, com capacidade instalada em suas seis unidades industriais, compostas por 12 fábricas de calçados, com capacidade instalada total de 176 milhões de pares/ano, além de uma matrizaria e uma fábrica de PVC com capacidade de produção de 51 mil toneladas por ano para consumo próprio na produção de calçados. (GRENDENE, 2009)

A Grendene S.A. passou a ter suas ações listadas em bolsa de valores em 29 de outubro de 2004, com registro no Novo Mercado da BOVESPA, que caracteriza o mais alto nível de Governança Corporativa no Mercado de Capitais Brasileiro. São 100 milhões de ações ordinárias em circulação, onde uma ação é igual a um voto.

A empresa se encontra adequada a todas as regras previstas nos regulamentos do Novo Mercado, no Estatuto Social da companhia e na Lei das Sociedades por Ações.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoção de melhores práticas de governança corporativa por parte das companhias brasileiras é fundamental para o desenvolvimento do mercado de capitais nacional, que, por sua vez, é fundamental para o crescimento e competitividade internacional das próprias empresas. Como o desenvolvimento econômico do Brasil depende da competitividade das suas empresas, o aprimoramento das práticas de governança corporativa deve ser visto como tema obrigatório entre as políticas privadas e públicas.

Tem-se a percepção de que a empresa não pode voltar-se somente para os interesses de seus acionistas, e sim vislumbrar uma ampla gama de relacionamentos que interferem nos seus negócios, procurando melhoria da qualidade dessas relações, com transparência e responsabilidade social. Foi com essa premissa que a Bolsa lançou os segmentos de listagem especial – Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2 de Governança Corporativa. Logo que surgiu, o Novo Mercado tornou-se o padrão demandado pelos investidores para as novas aberturas de capital.

Confrontando o comportamento dos índices IGC e Ibovespa, foi constatado que o IGC apresentou um desempenho melhor. Isso indica que empresas com uma estrutura de governança corporativa adequada às práticas recomendadas pelos agentes de mercado tendem a obter melhores resultados e também sejam mais bem avaliadas, onde os investidores cada vez mais buscam a garantia de que os gestores da empresa agirão sempre de acordo com seus interesses.

Analisando as empresas selecionadas, pode-se verificar que, mesmo antes de aderirem ao Novo Mercado, elas já prezavam pela governança corporativa. Após aderirem a esse mercado, assumiram todas as responsabilidades e se adequaram as regras dispostas na Lei 11638/07 e as exigências do segmento de listagem diferenciado, sendo que elas, além de seguirem as regras, por vezes superam as exigências legais para companhias abertas.

Por fim, pode-se constatar que o caminho a ser seguido é o da auto-regulação, através da adoção voluntária de regras de governança corporativa. A

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criação do Novo Mercado pela Bovespa é o grande exemplo de iniciativa que aponta o caminho certo a ser perseguido.

O presente estudo foi de grande proveito ao acadêmico, pois este pôde ampliar seus conhecimentos relacionados ao mercado financeiro e de capitais, especialmente quanto à governança corporativa das empresas. No entanto, devido à importância da governança corporativa para as empresas e para o Brasil, recomenda-se que o tema seja abordado de forma sistemática. Outras abordagens podem ser úteis aos acadêmicos do Curso de Comércio Exterior, visto a importância do mercado de capitais para o financiamento das empresas, inclusive e principalmente para aquelas que atuam no comércio internacional.

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REFERÊNCIAS

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RUDGE, Luiz Fernando; CAVALCANTE, Francisco. Mercado de Capitais. Belo Horizonte: Ação, 1993.

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SANTANA, Maria Helena. O Novo Mercado e a Governança Corporativa. Revista da CVM, nº 34, janeiro de 2002.

SANTOS, José Evaristo dos. Mercado Financeiro Brasileiro: instituições e instrumentos. São Paulo: Atlas, 1999.

ZANCOPÉ, Gilberto Junqueira. O que é Bolsa de Valores. São Paulo: Brasiliense, 1988.

(44)

ANEXO I - EMPRESAS LISTADAS NOVO MERCADO – MAIO/2009

Empresas / Nível de Governança

NM = Novo Mercado N2 = Nível 2

N1 = Nível 1

Código Negociação

Na Bolsa Início da Data Listagem 1 ABYARA PLANEJ.IMOB NM ABYA3 27/7/2006

2 AÇÚCAR GUARANI NM ACGU3 23/7/2007

3 AGRA EMPREENDIMENTOS IMOB NM AGIN3 25/4/2007

4 ALL AMERICA LATINA LOG. N2 ALLL11 25/6/2004

5 AMERICAN BANKNOTE NM ABNB3 27/4/2006

6 AMIL PARTICIPAÇÕES NM AMIL3 29/10/2007

7 ANHANGUERA EDUCACIONAL PART N2 AEDU11 12/3/2007

8 ARACRUZ CELULOSE N1 ARCZ6 16/4/2002

9 B2W CIA GLOBAL DO VAREJO NM BTOW3 30/3/2005

10 BANCO ABC BRASIL N2 ABCB4 25/7/2007

11 BANCO BRADESCO N1 BBDC4 26/6/2001

12 BANCO CRUZEIRO DO SUL N1 CZRS4 26/6/2007

13 BANCO DAYCOVAL N1 DAYC4 29/6/2007

14 BANCO DO BRASIL NM BBAS3. 28/6/2006

15 BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL N1 BRSR6 31/7/2007

16 BANCO IND. E COM S.A.BICBANCO N1 BICB4 15/10/2007

17 BANCO INDUSVAL N1 IDVL4 12/7/2007

18 BANCO ITAU-UNIBANCO N1 ITAU4 26/6/2001

19 BANCO NOSSA CAIXA NM BNCA3 28/10/2005

20 BANCO PANAMERICANO N1 BPNM4 19/11/2007

21 BANCO PINE N1 PINE4 2/4/2007

22 BANCO SOFISA N2 SFSA4 2/5/2007

23 BEMATECH IND.COM.EQUIP.ELETR. NM BEMA3 19/4/2007

24 BM&F BOVESPA NM BVMF3 20/8/2008

25 BR MALLS PART. NM BRML3 5/4/2007

26 BRADESPAR-BRADESCO PARTICIPAÇÕES N1 BRAP4 26/6/2001

27 BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES NM BISA3. 23/10/2006

28 BRASIL BROKERS PART. NM BBRK3 29/10/2007

29 BRASIL ECODIESEL BIOCOMBUSTÍVEIS NM ECOD3 22/11/2006

30 BRASIL TELECOM PARTICIPAÇÕES S.A N1 BRTP4 9/5/2002

Referências

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