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PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 1

PLANO BÁSICO AMBIENTAL DO AHE CACHOEIRA CALDEIRÃO

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA

1. INTRODUÇÃO

O Programa de Monitoramento da Ictifauna do Plano Básico Ambiental (PBA) do Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Cachoeira Caldeirão visa atender à condicionante 2.2 da Licença Prévia 0112/2012 IMAP/SEMA e corresponde ao detalhamento do Programa 7 do Estudo de Impacto Ambiental.

2. JUSTIFICATIVA

A diversidade biológica de animais, plantas e microorganismos são de importância fundamental para a sobrevivência humana. Estima-se que atualmente existam no mundo 41.700 espécies de vertebrados, e destas, aproximadamente 25.000 são peixes (POUGH, 1999). Só na Região Norte, estão representadas mais de 3.000 espécies de peixes e, logicamente a bacia Amazônica contribui de forma decisiva para estes números. Licença Prévia 0112/2012 Condicionante Específica Nº 2.2

Detalhar todos os programas de prevenção, controle e monitoramento consignados no Estudo de Impacto Ambiental e demais documentos, no Plano Básico Ambiental-PBA, que, necessariamente incluirá: metodologia, cronograma físico de execução e responsável técnico, devendo ser apresentado em versões impressa e digital.

P7 EIA Programa de Monitoramento da Ictiofauna e Invertebrados Aquáticos

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 2 A dispersão destes peixes se processa em todas as direções possíveis, mas existem evidências que a calha do rio Amazonas serve como barreira ecológica, impedindo a passagem de muitas espécies de uma para outra vertente (PAIVA, 1999), além disso, a extensão geográfica de muitas espécies também é limitada por barreiras climáticas e ambientais à sua dispersão (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Em decorrência disso, algumas espécies são encontradas em apenas um ou alguns lugares dentro de uma área geográfica restrita, e se tal área é perturbada pela ação do homem, então podem tornar-se extintas (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). É o caso de algumas espécies de peixes confinadas a uma única bacia hidrográfica.

Os peixes são os organismos vertebrados mais abundantes nas águas amazônicas, e têm papel decisivo como mantenedores da riqueza e da estabilidade do sistema (CARAMASCHI et al. 2001). Estes, além de participarem da base da cadeia alimentar de predadores como jacarés, ariranhas, botos e de peixes carnívoros como tucunarés e piranhas, podem atuar como dispersores de sementes e como enriquecedores naturais do sistema aquático, convertendo a biomassa vegetal em matéria animal e vegetal (CARAMASCHI et al. 2001).

Apesar de muito diverso, o grupo dos peixes é um dos menos conhecidos entre os vertebrados existentes no país. Grande parte desta lacuna de conhecimento está na região Amazônica. Mesmo com o maior número conhecido de espécies de peixes, a ictiofauna Amazônia é ao mesmo tempo uma das menos estudadas do país. Estima se que o número de espécies de peixes na Amazônia Brasileira possa superar muito a marca dos 3000, e 9000 na Bacia Amazônica como um todo. Para o Escudo das Guianas são estimadas cerca de 2200 espécies de peixes, sendo que cerca de 700 são endêmicas a esta região (HUBBER & FOSTER, 2003).

Áreas com uma longa história de intenso uso antrópico têm sofrido profundas, mas pouco conhecidas perdas de biodiversidade em todos os níveis de organização (GORE, 1992 in BOYCE & HANEY, 1997). Estas perdas de biodiversidade ao nível de ecossistema ocorrem quando habitats distintos, assembleias de espécies e processos naturais são diminuídos ou degradados em qualidade e sabe-se hoje que em todo o mundo estamos perdendo ao menos 10.000 espécies a cada ano (BOYCE & HANEY, 1997).

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 3 Dentre as metas fundamentais da ecologia está a de fornecer informações que permitam predizer como a estrutura das comunidades responderá às mudanças ambientais (PERES NETO et al. 1995). Este entendimento pode contribuir a uma melhor utilização do ambiente minimizando o impacto causado principalmente pela ocupação antrópica nas margens dos rios. Nos rios, a vulnerabilidade dos peixes é muito grande. Isto se deve a várias atividades, derivadas da ocupação do meio pelo homem, que ocasionam problemas como: a interferência nas interações da fauna íctiica com a floresta, provocadas pelos desmatamentos para fins diversos; a interrupção do ciclo reprodutivo das espécies de piracema com a modificação de cursos de rios para a construção e barragens; e ainda dentre outros, a exploração excessiva de estoques com a utilização de equipamentos de pesca predatórios (LINHARES & REBELO, 1997).

O potencial hídrico do Brasil, distribuído em suas 8 bacias, é notoriamente imenso. A diversidade de espécies é diretamente proporcional ao tamanho dos rios e ao volume de água que comportam. A variedade climática e as características físico-geográficas contribuem para grandes diferenças ambientais e são também responsáveis pelo grau de especificidade das populações íctiicas (LINHARES & REBELO, 1997).

O represamento de corpos d´água para a construção de usinas geradoras de energia é considerada uma atividade antrópica de grande impacto para as populações naturais, pois modifica drasticamente os ambientes aquáticos pela conversão de áreas rápidas em lentas. Além da diminuição da velocidade, ocorre uma redução da turbulência e do escoamento do rio, promovendo mudanças na composição da fauna e prejudicando importantes serviços ambientais, tais como o transporte de materiais sólidos e a ciclagem de nutrientes.

Historicamente, o desenvolvimento industrial e o crescimento populacional estão associados a um aumento na demanda de água e energia. Uma das formas de atender a este crescente consumo é através do represamento de rios (BRANDIMARTE et al. 1999). Desde os anos 50, numerosas barragens hidrelétricas foram construídas em zonas tropicais e a experiência adquirida permite afirmar que o represamento de um rio afeta profundamente a ictiofauna da região, tanto no local da própria represa, quanto a jusante e a montante da barragem (LOWE MC CONNELL, 1966; OBENG, 1969; ACKERMANN et al. 1973; BALTON & COCHE, 1974), pois a conectividade montante-jusante, que é uma característica natural de rios (ARAÚJO-LIMA et al. 1995), é quebrada

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 4 formando ambientes ecologicamente heterogêneos e complexos, cuja estrutura e dinâmica são intermediárias entre aquelas de um rio e um lago (MARGALEF, 1983). Normalmente, hidrelétricas são construídas em locais de correnteza rápida, onde se oferecem as melhores condições para geração de energia elétrica. O reservatório torna esses lugares com correnteza bastante lenta, alterando o fluxo de sedimentos no rio, fazendo com que fiquem depositados mais no fundo do reservatório. A temperatura da água no fundo do reservatório é mais fria do que no rio inalterado.

Um efeito inevitável do represamento para a comunidade de peixes é a alteração na composição e abundância de espécies, com proliferação de algumas e redução ou até eliminação de outras (AGOSTINHO, 1992; AGOSTINHO et al. 1992; AGOSTINHO et al. 1999). Devido à rápida transformação na dinâmica da água, é esperada uma alteração na disponibilidade de recursos alimentares, que afetará as interações bióticas e levará os organismos a responderem de formas distintas às novas condições (HAHN et al. 1997). A importância do peixe em si como fonte de alimento é indiscutível. Quanto ao valor nutricional, o peixe é rico em proteínas, contém aminoácidos considerados essenciais e é também altamente digerível, sendo uma das mais nobres fontes de proteína animal (ISAAC et al. 1998). Esta importância torna-se ainda maior quando associada à Amazônia, que possui um dos maiores consumos per capta de peixe do mundo.

A importância do peixe para a população direta e indiretamente afetada pela construção do AHE Cachoeira Caldeirão também pode ser expressiva (Figura 01), pois além do consumo para subsistência dos ribeirinhos, o município de Porto Grande sedia a Colônia de Pescadores Z-16, que pratica pescaria de águas interiores, principalmente no rio Araguari.

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 5 FIGURA 1 - Área de estudo dos impactos diretos - Meio Socioeconômico

FONTE: Ecotumucumaque 2009.

Qualquer projeto ligado à conservação natural ou ao uso sustentável dos recursos requer conhecimentos mínimos de sistemática e ecologia dos organismos e um conhecimento prévio das variáveis ao nível de ecossistemas (SCOTT et al. 1987). Entretanto, o tempo disponível para a obtenção desses dados e, as limitações de recursos financeiros, contrapõem-se a uma grande diversidade de espécies comuns em

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 6 áreas tropicais. Diante dessas dificuldades, torna-se necessário desenvolver estratégias de inventário e monitoramento rápido da diversidade biológica. Além de serem eficientes e baratos, os levantamentos ecológicos rápidos são cada vez mais aplicados para desenvolver ações de conservação e auxiliar na proteção da biodiversidade (FONSECA, 2001).

A ictiofauna constitui um grupo taxonômico relevante para aplicação dessas metodologias de avaliação, pois, além de possuírem importância econômica, são considerados como indicadores da estabilidade e integridade dos ecossistemas aquáticos (KARR, 1981; KARR & CHU, 1998).

Os estudos conduzidos para compor o EIA do AHE Caldeirão mostraram que o empreendimento causará impactos diretos aos habitats naturais em termos de perda e modificações e, consequentemente, na ecologia e biologia das populações da fauna local. Esses impactos são especialmente intensos na fase de supressão da vegetação e enchimento do reservatório. Considerando o fato de que a bacia hidrográfica afetada é reconhecidamente importante para a conservação da fauna semi-aquática e aquática que, ainda são pouco conhecidas, os monitoramentos são essenciais para a agregação de dados locais que possam favorecer o melhor conhecimento das populações naturais, bem como a contenção da proliferação de espécies oportunistas e generalistas na área. 3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Proceder ao acompanhamento e avaliação da diversidade e estrutura da comunidade de peixes no trecho de influência direta do AHE Caldeirão durantes as fases de construção, enchimento e operação do empreendimento de modo a contribuir com medidas voltadas à conservação da ictiofauna local.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar e classificar as espécies encontradas

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 7  Determinar a dominância e a constância das espécies encontradas nas diferentes

épocas coletadas

 Estimar a diversidade e equitabilidade de peixes

 Estimar a Captura por Unidade de Esforço (CPUE) das pescarias experimentais  Determinar a época reprodutiva das principais espécies

 Comparar os parâmetros observados em cada coleta entre as mesmas 4. AÇÕES

4.1. DEFINIÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE PONTOS AMOSTRAIS

A partir de trabalhos em laboratório e visitas ao campo, referida atividade se destina a possibilitar precisão necessária à definição locacional dos pontos de monitoramento do estudo que ficarão devidamente georreferenciados para evitar descontroles nas amostragens.

4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE PEIXES

Para a coleta dos peixes deverão ser utilizadas baterias padronizadas de redes de emalhar (redes de espera) contendo no mínimo 9 malhas, (15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 e 60mm a distância entre nós adjacentes). As baterias deverão ser colocadas ao amanhecer e retiradas após o anoitecer. Apesar de a pescaria noturna propiciar a captura de espécies exclusivas desse período, é recomendado cuidado particular quanto ao acompanhamento constante do material na água para evitar o furto do material, pois a área está muito próxima de comunidades ribeirinhas. As redes deverão ser vistoriadas a cada 4 ou 6 horas e no intervalo dessas vistorias, outros métodos deverão ser empregados, como tarrafas, zagaias e linhas de mão, de acordo com as características ambientais, que podem possibilitar ou não esses outros métodos de captura. A utilização de diferentes métodos de amostragens em cada ponto possibilita a captura de espécies normalmente não capturadas nos métodos tradicionais de coleta (redes de espera). Nos pontos localizados no interior do reservatório, após seu enchimento, deverão ser utilizadas as mesmas baterias de redes de espera utilizadas nos demais pontos amostrais e deverão permanecer em água durante o mesmo tempo para efeitos comparativos.

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 8 Os peixes coletados deverão ser acondicionados em sacos plásticos e devidamente etiquetados quanto ao seu método e local de captura de captura e então fixados em formol a 10%. Depois de terminada a coleta e em laboratório, os peixes deverão ser lavados com água e submersos em álcool a 70% para sua identificação e conservação. Cada indivíduo deverá ser classificado ao menor nível taxonômico possível e, depois de identificado deverá ser medido quanto ao seu comprimento padrão, pesado e dissecado para a identificação de seu sexo e estádio de maturação gonadal através de inspeção macroscópica, sempre que possível.

Testemunhos das espécies coletadas em todos os períodos amostrais deverão ser depositados na Coleção Científica Fauna do Amapá, seguindo os protocolos de tombamento fornecidos pela Curadoria dessa Coleção.

4.3. ANÁLISE DE DADOS

Os dados de abundância e biomassa serão expressos em CPUE, sendo o esforço expresso em m²/hora de pesca de redes (redes de espera). Os peixes capturados por outros medos não entrarão neste cálculo, apenas os peixes capturados por métodos padronizados.

Assim, os dados de captura com redes de espera serão expressos em número e peso totais de indivíduos por m² de rede, utilizando-se para o cálculo a seguinte expressão: CPUE = N / (A*T) sendo:

CPUE = Captura por Unidade de Esforço (nº de indivíduos ou peso por m² de rede e por hora de pescaria)

N = número de indivíduos

A = Soma das áreas de todas as redes que compõe uma bateria T = tempo de pescaria

A diversidade ictiofaunística, estimada para cada estação, será baseada no Índice de Shannon (H') (KREBS 1998), a partir da seguinte equação: H’ = - Σ (ni ∕ N) x Log2 (ni ∕ N) sendo:

Ni = número de indivíduos da espécie i N = número total de indivíduos capturados.

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 9 A uniformidade ou equitabilidade na distribuição das espécies e a riqueza de espécies, ambas componentes da diversidade, foram determinadas utilizando-se a razão entre o índice de diversidade calculado e o máximo esperado, ou seja, aquele obtido quando o número de indivíduos é o mesmo para todas as espécies. Assim: E = H’ / H’max sendo:

H’ = diversidade de Shannon H’max = log2 S

S = número de espécies

Deverá ser calculada a constância (C) das diferentes espécies entre as coletas e entre os pontos amostrais, baseada nos percentuais que ocorreram, tendo sido calculada de acordo com o modelo a seguir (Dajoz 1983): C= (pi X 100)/P sendo:

pi= número de locais/coletas contendo a espécie i P= total de pontos amostrados ou coletas realizadas.

A estrutura em comprimento dos espécimes amostrados, avaliada pela distribuição de freqüência de comprimento, deverá ser realizada por espécie para cada sexo e estação de amostragem demonstrando seu peso médio, comprimento padrão médio e número de machos, fêmeas e jovens. A relação entre o peso total e o comprimento padrão deverá ser estabelecida por espécie para os sexos agrupados para toda a amostragem, ou seja, para todos os pontos agrupados e quando cada espécie apresentar 10 ou mais indivíduos amostrados, pelo ajuste aos dados de comprimento e peso total, da seguinte equação (VAZZOLER, 1996): Wt = a . Ltb onde:

Wt = peso total

Lt = comprimento total

a e b = constantes da regressão

Os dados referentes à qualidade da água em cada coleta e ao longo dos pontos amostrais deverão ser representados graficamente e correlacionados à possíveis mudanças na composição da ictiofauna.

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4.4. ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS

Atividade obrigatória que deve ocorrer a cada campanha de monitoramento da ictiofauna e ao término do período total previsto para o referido monitoramento.

A partir das análises particulares de dados referentes à campanha de monitoramento já descritas no item anterior deverá ser elaborada análise mais geral dos resultados obtidos de modo a reorientar possíveis estratégias de monitoramento e a definir parâmetros que Possam originar medidas voltadas a conservação e ao equilíbrio da ictiofauna do reservatório.

5. METODOLOGIA

As amostragens da ictiofauna deverão ser realizadas trimestralmente, nos períodos de enchente, cheia, vazante e seca, em pelo menos seis áreas de amostragem na área de influência direta do empreendimento, que serão definidas de acordo com a localização do empreendimento. Essa periodicidade deverá permanecer constante no decorrer das mudanças de fases do empreendimento (e.g. construção, enchimento, operação) para preservar o caráter comparativo das unidades amostrais.

Deverão ser utilizados 5 pontos amostrais, 1 a jusante da represa e 4 a montante, preferencialmente coincidentes com os pontos de amostragem de qualidade da água. As áreas a montante deverão contemplar pelo menos uma área próxima à barragem e também contemplar os igarapés que deságuam no canal principal do rio.

Os pontos de coleta de peixes deverão ser caracterizados quanto ao tipo de habitat, profundidade, distância da margem, tipo de vegetação marginal e presença de macrófitas aquáticas. Todos os pontos deverão ser georreferenciados. O monitoramento da água deverá ocorrer juntamente com as amostragens de peixes, através de medidor multiparâmetro de qualidade de água, facilitando a compreensão dos prováveis fatores que atuam na distribuição das espécies de peixes.

A localização dos pontos de coleta deverá permanecer constante ao longo das diferentes fases do empreendimento, acompanhando, durante a fase de enchimento do reservatório, o avanço das margens.

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 11 As campanhas de amostragens devem ser realizadas a cada trimestre, devendo iniciar antes do empreendimento iniciar sua operação e se prolongar por mais dois anos. De acordo com os resultados obtidos, poderão ser propostos novos estudos e metodologias adicionais àquelas apresentadas neste programa.

6. PÚBLICO ALVO

Empreendedor, pescadores e comunidades ribeirinhas da área de influência direta do AUHE Cachoeira Caldeirão constituem o público mais próximo dos resultados a serem obtidos pelo citado monitoramento.

7. AGENTE EXECUTOR

O Programa é de responsabilidade direta do empreendedor, no sentido de garantir contratação de empresa especializada e/ou profissionais habilitados para a implantação e desenvolvimento das atividades previstas.

8. POTENCIAIS PARCEIROS

Parcerias importantes a serem buscadas para o Programa são, em primeiro lugar, as instituições ambientais do Estado e instituições de ensino e pesquisa, como Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá – IEPA e Universidades Federal e Estadual e, em condição particular, as Colônias de Pescadores Z-16 e Z-7, dos municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes, além da Superintendência de Pesca do Amapá e a Agência de Pesca do Amapá - PESCAP

9. ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS

Instrução Normativa nº 146, IBAMA, de 10 de janeiro de 2007 – com critérios para o manejo de fauna silvestre;

Portaria IBAMA nº 1.522/1989. Reconhece a Lista Oficial de Espécies de Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção (alterada pelas Portarias IBAMA 45-N/92, 62/97, 28/98 e Instrução Normativa MMA 03/03).

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10. INTERFACE COM OUTROS PROGRAMAS Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico Programa de Monitoramento de Macrófitas Aquáticas Programa de Monitoramento da Vegetação da APP

11. CRONOGRAMA (ANEXO)

12. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA Cecile de Souza Gama

Bióloga, Mestre em Zoologia e Comportamento Animal. 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AGOSTINHO, A.A.; MIRANDA, L.E.; BINI, L.M.; GOMES, L.C.; THOMAZ, S.M. & SUZUKI, H.I. (1999). Patterns of colonization in neotropical reservoir, and prognoses on aging. In: TUNDISI, J. G. & STRASKRABA, M. eds. Theoretical reservoir ecology and its applications. São Carlos, Brazilian Academic of Science and Backhuy. 592p.

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PBA – Plano Básico Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão 13 C.E.M. & MATSUMURA- TUNDISI, T. eds. Limnology in Brazil. Rio de Janeiro, ABC/ SBL. p.105-136.

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