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4. RESULTADOS DA ANÁLISE DA EFETIVIDADE POTENCIAL DO AIRBAG NO BRASIL... 6

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Academic year: 2021

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2.1. Introdução ... 3

2.2. Objetivo ... 3

3.A FROTA EQUIPADA COM AIRBAG ... 4

3.1. Frota veicular brasileira e o airbag ... 4

3.2. Frota veicular do EUA e o airbag ... 4

3.3. Frota veicular da Europa e o airbag ... 5

4.RESULTADOS DA ANÁLISE DA EFETIVIDADE POTENCIAL DO AIRBAG NO BRASIL ... 6

4.1. Resultados da análise da efetividade potencial do airbag no Brasil, caso fosse adotado em larga escala ... 8

4.2. Observações sobre os resultados ... 11

5.DETALHAMENTO DA ANÁLISE DA EFETIVIDADE POTENCIAL DO AIRBAG NO BRASIL ... 12

5.1.Detalhamento da análise sobre a potencial redução de mortes de condutores de automóveis e camionetas ... 12

5.1.1.Fluxograma da análise. ... 12

5.1.2.Estatísticas e estimativas utilizadas para estimar o potencial de redução de condutores mortos e o impacto econômico associado... 13

5.2. Detalhamento da análise sobre a potencial redução de condutores de automóveis e camionetas feridos leves ... 22

5.2.1.Fluxograma da análise. ... 22

5.2.2.Estatísticas e estimativas utilizadas e calculadas para estimar o potencial de redução de condutores feridos leves e o impacto econômico associado. ... 23

6.O AIRBAG – TECNOLOGIA E RECOMENDAÇÕES DE USO ... 26

6.1. Tecnologia de segurança veicular ... 26

6.2. Sistema airbag ... 27

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7.1. Efetividade do airbag no Brasil ... 32

7.2. Efetividade do airbag nos EUA ... 32

7.3. Efetividade do airbag na Europa ... 34

7.4. Efetividade do airbag na AUSTRÁLIA ... 36

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1. O CESVI BRASIL

O CESVI BRASIL - Centro de Experimentação e Segurança Viária, fundado há 13 anos, é o único centro de pesquisa brasileiro dedicado à reparação automotiva e à segurança viária e membro de um conselho internacional de 26 instituições similares, chamado RCAR – Research Council for Automobile Repairs, de 19 países do mundo.

Os objetivos do Centro são: estudar, avaliar e oferecer soluções sobre reparação automotiva e segurança viária e veicular, contribuindo para a prevenção de acidentes e o desenvolvimento do setor, por meio de pesquisas, treinamento e publicações técnicas, dente outros.

2. PESQUISA CESVI BRASIL – EFETIVIDADE POTENCIAL DE AIRBAGS

2.1. Introdução

A segurança no trânsito tem sido tema de destaque em nosso país, em função da quantidade de vítimas fatais e não fatais decorrentes dos acidentes.

Dentre as diversas linhas de ação que contribuem para a promoção da segurança ou da atenuação dos efeitos que um acidente nas vias provoca, a segurança veicular ocupa lugar de destaque, junto com o aperfeiçoamento da infra-estrutura, da educação, das regras e das formas de fiscalização dos usuários nessas vias.

Este trabalho é sobre segurança veicular, mais especificamente sobre a efetividade potencial do sistema airbag, isto é, sobre a potencial contribuição desse sistema em atenuar fatalidades e lesões no caso da ocorrência de colisões.

Um aspecto importante a se destacar é o que o airbag é complementar ao cinto de segurança, ou seja, nos casos dos veículos equipados com esse recurso, é fundamental que o ocupante use sempre o cinto de segurança.

Como atua após a ocorrência de um acidente, o airbag e o cinto de segurança são chamados de itens de segurança passiva do veículo.

2.2. Objetivo

O objetivo deste trabalho é reunir informações disponíveis sobre a efetividade desse recurso e realizar, se possível e a partir de dados selecionados, uma avaliação do

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potencial impacto que teria a adoção em larga escala no país, desse recurso nos veículos.

Para isso, foi realizado um levantamento de documentos e artigos, nacionais e Internacionais, sobre a efetividade do sistema airbag em atenuar lesões e fatalidades de ocupantes de veículos. O resultado desse levantamento é apresentado neste relatório, na forma de resumos dos documentos pesquisados. Para avaliação da efetividade desse recurso, no caso de sua adoção em larga escala, foi realizada a análise do impacto potencial em termos de redução de fatalidades e feridos e do impacto econômico associado aos acidentados evitados. Neste trabalho também são abordados um breve resumo sobre as frotas desses veículos no Brasil, nos EUA e na Europa, os componentes que formam esse sistema e recomendações e cuidados sobre seu uso.

3. A FROTA EQUIPADA COM AIRBAG

3.1. Frota veicular brasileira e o airbag

Não há estimativa do DENATRAN da quantidade de veículos equipados com airbag. Entretanto, segundo um fabricante nacional, no ano de 2008, cerca de 25% dos veículos que estão sendo produzidos possuem o airbag. Destes 62% são “veículos de porte médio completos”, 20% são pick-ups e 18% veículos populares.

Os automóveis “populares” fabricados no Brasil em 1998 e 1999 já podiam ser equipados com airbag, mas como item opcional, conforme noticiou em 26/05/1999 a revista Veja, na matéria “O popular chique”, indicando modelos como o Gol 1.000, Fiesta Class 1.0, Palio 1.0 ELX.

O CESVI BRASIL, extrapolando os dados de uma pesquisa própria, realizada com veículos sinistrados, estima que em 2007, os veículos com airbag representavam entre 4,0 a 4,7% da frota brasileira de automóveis e camionetas.

3.2. Frota veicular do EUA e o airbag

Em 1966, o governo norte-americano estabeleceu que a segurança nas rodovias fosse uma prioridade nacional, por isso instituiu um conjunto de políticas públicas em que se destacaram os programas de informação pública, mudanças na legislação e avanços de engenharia e tecnologia relacionadas ao trânsito, assim como a promoção de mudanças comportamentais.

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Na década de 70, a indústria automobilística americana e o Governo começaram a intensificar as buscas por equipamentos de proteção que pudessem reduzir o número de fatalidades em acidentes de trânsito.

Em 1984, a norma FMVSS 208 (Federal Motor Vehicle Safety Standard - Occupant Crash Protection, da NHTSA – National Highway Traffic Safety Administration), estabeleceu que sistema de proteção dos ocupantes, como airbags e cintos automáticos, fossem gradualmente introduzidos nos automóveis durante o período de 1987 a 1990. Em 1991, essa exigência foi estendida para caminhões leves e vans, com a introdução planejada e realizada para o período de 1995 a 1998.

Uma lei federal de 1991 (ISTEA - Intermodal Surface Transportation Efficiency Act) estabeleceu a obrigatoriedade de airbags para condutores e o passageiro frontal, além do cinto de três pontos, para todos os automóveis fabricados após 1º de setembro de 1997 e para todos os caminhões leves fabricados após 1º de setembro de 1998.

Em relação ao cinto de segurança, em 1983, antes da norma do NHTSA, nenhum estado americano tinha lei sobre uso do cinto. Atualmente 40 estados e o distrito de Columbia (onde fica a capital), têm lei parcial ou total de uso do cinto. Nesse período, a adesão ao uso do cinto saltou de 14%, em 1983, a 81%, em 2006 [14] (Traffic Safety Facts, 2006, Occupant Protection).

Ainda quanto ao uso do cinto de segurança, as autoridades americanas inicialmente enfrentaram o problema da recusa de parte da sociedade civil em usar o dispositivo, pois alguns ativistas insistiam na tese de que ninguém deveria ser obrigado ao uso do cinto.

Nesse cenário, o airbag foi oferecido inicialmente como uma alternativa ao cinto de segurança. Como ocorreram algumas mortes associadas ao airbag, principalmente entre os que não usavam cinto ou estavam fora da posição segura no banco ou entre crianças sobre dispositivos montados no banco dianteiro, a NHTSA definiu a necessidade de uma nova geração de airbag, com menos potência de deflagração da bolsa, e tem destacado a importância do uso do cinto de segurança e do transporte de crianças no banco traseiro.

3.3. Frota veicular da Europa e o airbag

Os países europeus não possuem legislação específica que obriguem as montadoras a equipar os veículos com o airbag.

A “exigência” que os automóveis sejam equipamentos com itens de segurança como airbags frontal e lateral, sistema de controle de frenagem (ABS), programa eletrônico de estabilidade (ESP) e dispositivo anti-derrapante (ASR), decorre do mercado consumidor.

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Nas últimas décadas, entidades como ETSC e EURONCAP têm atuado sobre esse tema.

O ETSC - European Transport Safety Council (conselho europeu de segurança no transporte) é uma entidade não governamental, fundada em 1993, em resposta ao persistente e inaceitáveis altos índices de fatalidades e à preocupação do público com esses assuntos, sendo um fonte imparcial sobre segurança no transporte para a Comissão Européia, o Parlamento Europeu, governos nacionais e outras organizações. Além do trabalho de 2001, foram realizadas as análises em 1993, Reducing traffic injuries through vehicle safety improvements: the role of car design (reduzindo lesões no trânsito com o aperfeiçoamento da segurança dos veículos: regras para o projeto dos carros), e em 1995, Consumer information on the crash performance of cars (informação ao consumidor sobre o desempenho dos carros), ocorreu um desenvolvimento significativo na proteção disponível aos ocupantes dos carros.

Já EURONCAP – European New Car Assessement Programme (programa europeu de avaliação dos novos carros), que iniciou suas atividades em 1997, é apoiado hoje por diversas entidades públicas do setor de transportes, centros de pesquisa e órgãos de defesa do consumidor, dentre outros. Esse programa apresenta uma classificação dos veículos europeus quanto à proteção oferecida aos ocupantes e aos pedestres, em testes de colisão frontal, lateral e avaliação de ferimentos provocados em pedestres em atropelamentos frontais.

Esta cultura exigente dos consumidores europeus criou o hábito da segurança, razão que levou as empresas montadoras de veículos a incluir itens de segurança considerados indispensáveis nos modelos fabricados.

Portanto, se trata de uma “lei de mercado consumidor” atender essas pessoas. Além disso, países europeus adotaram políticas públicas para a redução de acidentes amparada em campanhas educacionais e equipamentos de proteção embarcados nos veículos.

Não foram encontradas estatísticas que identifiquem o número de veículos equipados com airbag na Europa.

4. RESULTADOS DA ANÁLISE DA EFETIVIDADE POTENCIAL DO

AIRBAG NO BRASIL

Como apresentado anteriormente, para avaliação da efetividade potencial do airbag, no caso de sua adoção em larga escala no Brasil, foram estimados as possíveis redução de fatalidades e feridos entre condutores e o impacto econômico associado.

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Para essa análise foram consideradas as informações disponíveis sobre a efetividade desse sistema, apresentada em uma pesquisa americana, as estatísticas nacionais sobre frotas de veículos, sobre os acidentes e acidentados, a frota de veículos segurados e as estimativas dos custos e do impacto econômico associados às vítimas fatais e não fatais de acidentes de trânsito. As fontes dessas informações são apresentadas ao longo do texto.

Deve ser observado que alguns dados específicos necessários à análise não são disponíveis no país e, por isso, foram utilizados os melhores dados disponíveis que permitissem estimar a estatística necessária. Por exemplo, não foi encontrada estatística do número de condutores de autos e camionetas mortos no Brasil, então, esse parâmetro foi estimado em função dos dados disponíveis sobre condutores mortos e sobre acidentes com vítimas envolvendo autos e camionetas. Destacamos que, quando mais dados oficiais estiverem disponíveis, melhores estimativas poderão ser feitas. Outro aspecto a se destacar é a utilização de dados de efetividade do airbag de um estudo de 2001 (o mais recente disponível), nos EUA, antes, portanto, da mudança proporcionada pela nova geração de airbags que foi introduzida nos anos seguintes.

As análises foram feitas para os anos de 2001 a 2007, ou seja, para avaliar o impacto que poderia ter ocorrido no Brasil, caso a decisão tivesse sido tomada no início deste século.

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4.1. Resultados da análise da efetividade potencial do airbag no Brasil, caso fosse adotado em larga escala

As estimativas do que poderia ter sido evitado, no período de 2001 a 2007, em fatalidades e feridos leves entre os condutores de automóveis e camionetas, caso o airbag estivesse presente na totalidade da frota brasileira desses veículos já em 2001, são apresentadas na tabela a seguir.

A explicação mais detalhada da análise é feita nos tópicos 4.2 e 4.3.

TABELA 01 – ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE REDUÇÃO DE MORTES E FERIDOS ENTRE CONDUTORES DE AUTOMÓVEIS E CAMIONETAS E O IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE,

EM FUNÇÃO DA EFETIVIDADE DO AIRBAG (valores corrigidos pelo IPCA até maio de 2008)

ANÁLISE POTENCIAL 2001 A 2007 MÉDIA POR ANO

Mortes de condutores que poderiam ter

sido evitadas 3.426 vidas salvas 489 vidas salvas

Impacto econômico decorrente dessas vidas salvas, em custos e perdas

evitadas R$ 630 milhões R$ 90 milhões

Condutores com ferimentos leves que poderiam ter sido evitados (obs.: desde que utilizassem cintos de segurança)

71.047 feridos

leves evitados leves evitados10.150 feridos

Impacto econômico decorrente desses ferimentos minimizados, em custos e

perdas evitadas R$ 1, 58 bilhões R$ 225 milhões

Impacto econômico total, decorrente

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Nas tabelas a seguir (02 a 04) são apresentados os valores estimados do potencial de redução de condutores mortos e feridos e o impacto econômico associado a essas reduções, ano a ano.

TABELA 02 – ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE REDUÇÃO DE MORTES DE CONDUTORES DE AUTOS E CAMIONETAS E O IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE, EM FUNÇÃO DA

EFETIVIDADE DO AIRBAG (valores corrigidos pelo IPCA até maio de 2008)

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (2001 a TOTAL 2007) MÉDIA ANUAL (2001 a 2007) REDUÇÃO POTENCIAL DE MORTES EM RODOVIAS 209 214 183 220 231 229 226 1.511 216 REDUÇÃO POTENCIAL DE MORTES EM CIDADES 264 271 232 278 293 290 286 1.915 274 REDUÇÃO POTENCIAL DE MORTES TOTAL 473 485 415 498 524 519 512 3.426 489 IMPACTO ECONÔMICO, RODOVIAS (milhões R$) 54,08 55,45 47,45 56,94 59,91 59,34 58,54 391,71 55,96 IMPACTO ECONÔMICO, CIDADES (milhões R$) 33,08 33,92 29,02 34,83 36,64 36,30 35,81 239,60 34,23 IMPACTO ECONÔMICO TOTAL (milhões R$) 87,16 89,37 76,47 91,77 96,55 95,64 94,35 631,31 90,19

Obs.: para as estimativas dos anos de 2006 e 2007 foram adotadas as mesmas estatísticas de

condutores mortos em 2005, já que não foram encontradas estatísticas do Ministério da Saúde para esses anos. Importante: no cálculo do impacto econômico, foi considerado que a morte evitada, do qual de descontou o respectivo custo associado, transformou-se numa vítima com ferimento, para a qual se adicionou o custo associado respectivo.

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TABELA 03 – ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE REDUÇÃO DE CONDUTORES DE AUTOS E CAMIONETAS FERIDOS LEVES E O IMPACTO ECONÔMICO DECORRENTE, EM FUNÇÃO DA

EFETIVIDADE DO AIRBAG (valores corrigidos pelo IPCA até maio de 2008)

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 TOTAL (2001 a 2007) MÉDIA ANUAL (2001 a 2007) REDUÇÃO POTENCIAL DE FERIDOS LEVES EM RODOVIAS 1.160 1.665 1.705 2.337 2.290 2.290 2.290 13.738 1.963 REDUÇÃO POTENCIAL DE FERIDOS LEVES EM CIDADES 4.904 5.050 7.173 9.154 10.343 10.343 10.343 57.309 8.187 REDUÇÃO POTENCIAL DE

FERIDOS LEVES TOTAL 6.064 6.715 8.878 11.491 12.633 12.633 12.633 71.047 10.150

IMPACTO ECONÔMICO, RODOVIAS (milhões R$) 45,34 65,09 66,64 91,36 89,52 89,52 89,52 536,99 76,71 IMPACTO ECONÔMICO, CIDADES (milhões R$) 88,85 91,49 129,96 165,86 187,39 187,39 187,39 1.038,33 148,33 IMPACTO ECONÔMICO TOTAL (milhões R$) 134,19 156,58 196,60 257,22 276,91 276,91 276,91 1.575,32 225,04

Obs.: para as estimativas dos anos de 2006 e 2007 foram adotadas as mesmas estatísticas de

condutores feridos leves em 2005, como feito na análise anterior. Importante: no cálculo do impacto econômico, foi considerado que o ferido leve evitado, do qual de descontou o respectivo custo associado, transformou-se numa vítima ilesa, para a qual se adicionou o respectivo custo associado.

TABELA 04 – ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE IMPACTO ECONÔMICO TOTAL, DE REDUÇÃO DE CONDUTORES MORTOS E DE FERIDOS LEVES NO BRASIL, EM FUNÇÃO DA EFETIVIDADE

DO AIRBAG (VALORES CORRIGIDOS PELO IPCA ATÉ MAIO DE 2008)

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (2001 a TOTAL 2007) MÉDIA ANUAL (2001 a 2007) IMPACTO ECONÔMICO TOTAL (milhões R$) 221,35 245,95 273,07 348,98 373,47 372,55 371,26 2.206,63 315,23

(12)

4.2. Observações sobre os resultados

Para efeito de comparação, resumimos a efetividade dos sistemas de segurança passiva destacada no estudo do NHTSA de 2001 [15] e nas estimativas que divulgam. No seu relatório anual de 2006, o NHTSA estima que de 1987 a 2006, os airbags contribuíram para salvar cerca de 22,5 mil vidas ou mais de 1, 1 mil vidas por ano, e o cinto de segurança, de 1975 a 2006, contribuiu para salvar mais de 226,6 mil vidas ou mais de 7 mil vidas por ano e, caso houvesse 100% de adesão do uso do cinto no país, poderia ter salvo mais 350 mil vidas. Nesse período, a frota de veículos americana variou de 180 a 250 milhões (de 130 a 135 milhões de veículos de passageiros).

Aqui no Brasil, considerando apenas os condutores de automóveis e camionetas, o potencial do airbag poderia contribuir para manter a vida cerca de 490 pessoas por ano, que hoje morrem no trânsito, ou evitar o ferimento de mais de 10 mil pessoas por ano, proporcionando um impacto econômico positivo de cerca de 315 milhões de reais por ano. Atualmente, a frota de veículos do Brasil é estimada em 49 milhões (DENATRAN [7] ou 36 milhões (SINDIPEÇAS [22]).

Novamente, observamos que a análise foi realizada com os melhores dados disponíveis, o que fez com que ficasse de fora, dentre outras coisas, o potencial efeito positivo em relação aos condutores de pick-ups e os passageiros frontais dos veículos que fossem equipados com os dois airbags frontais, do condutor e desse passageiro.

Também deve ser destacado que, considerando os índices médios de uso do cinto adotados nesta pesquisa, de 82,7% nas rodovias e 75,2% nas cidades, em 2007, a cada aumento de 10% de adesão ao uso do cinto, temos o potencial para salvar mais de 1.600 vidas, com um impacto econômico associado de 156,6 milhões de reais, por ano.

Portanto, esses são dois caminhos claros para evitar vítimas de trânsito e custos e gastos associados: realizar esforços para aumentar o uso do cinto e a fabricação de veículos com airbags de última geração.

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5. DETALHAMENTO DA ANÁLISE DA EFETIVIDADE POTENCIAL DO AIRBAG NO BRASIL

5.1. Detalhamento da análise sobre a potencial redução de mortes de condutores de automóveis e camionetas

Um esclarecimento inicial: a análise foi realizada apenas para condutores de automóveis e camionetas (utilitários esportivos e vans) porque as estimativas e os dados selecionados e/ou disponíveis, tanto de efetividade do airbag como de frotas, acidentes e acidentados, aplicavam-se somente a essa categoria.

Para obter os valores apresentados sobre a potencial redução de mortes de condutores, foi realizada a análise detalhada no fluxograma e tabelas a seguir.

5.1.1. Fluxograma da análise. MORTOS ACIDENTES

BRASIL (MS)

% CONDUTORES MORTOS, USANDO OU NÃO CINTO, EM ACIDENTES BRASIL (DENATRAN)

% AUTOS E CAMIONETAS EM ACIDENTES C/ VÍTIMAS (DENATRAN)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES MORTOS, USANDO OU NÃO

CINTO

ESTIMATIVA DE % AUTOS E CAMIONETAS SEM AIRBAG NO

BRASIL (CESVI BRASIL)

ESTIMATIVA DE % AUTOS E CAMIONETAS SEM AIRBAG EM

ACIDENTES C/ VÍTIMAS

ESTIMATIVA DE CONDUTORES MORTOS, USANDO OU NÃO

CINTO, DE AUTOS E CAMIONETAS SEM AIBAG

ESTIMATIVA DA REDUÇÃO DE CONDUTORES MORTOS, USANDO OU NÃO CINTO, DE AUTOS E CAMIONETAS,

EM QUALQUER TIPO DE ACIDENTE, PELA PRESENÇA DO AIRBAG (NHTSA)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES SALVOS DA

MORTE, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES

FOSSEM COM AIRBAG ESTIMATIVA DE PORCENTAGEM

DE MORTOS EM RODOVIAS (IPEA)

ESTIMATIVA DE PORCENTAGEM DE MORTOS EM VIAS URBANAS

(IPEA)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES SALVOS DA MORTE, EM RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DE CONDUTORES SALVOS DA

MORTE, EM CIDADES, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DE CUSTO MÉDIO ASSOCIADO À PESSOA, PARA MORTOS

EM RODOVIAS (IPEA)

ESTIMATIVA DE CUSTO MÉDIO ASSOCIADO À PESSOA, PARA MORTOS

EM VIAS URBANAS (IPEA) ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÔMICO DOS CONDUTORES SALVOS DA MORTE (SUPOSTOS FERIDOS), EM RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÔMICO DOS CONDUTORES SALVOS DA MORTE (SUPOSTOS FERIDOS),

EM CIDADES, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES

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5.1.2. Estatísticas e estimativas utilizadas para estimar o potencial de redução de condutores mortos e o impacto econômico associado. A. Estatísticas de mortos em acidentes de transportes no Brasil (SIM/MS –

2001 a 2005)

O Ministério da Saúde divulga estatísticas de mortalidade decorrentes de acidentes de transportes (trânsito), baseadas nos atestados de óbitos fornecidos pelos IML (Instituto Médico-Legais), coletados pelas Secretarias Municipais de Saúde de todo país e cadastrados no SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), gerido pelo ministério.

As estatísticas de fatalidades do MS foram adotadas para esta análise porque indicam as ocorridas a qualquer tempo após o acidente, diferentes das estatísticas do DENATRAN que indicam apenas as fatalidades ocorridas no local do acidente. Para os anos de 2006 e 2007 foram adotadas as mesmas de 2005, já que não foram encontradas estatísticas do Ministério da Saúde para esses anos, conforme apresentadas na tabela a seguir.

TABELA 05 - MORTES POR ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE – MS

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 = 2005 2007 = 2005

MORTOS 30.524 32.753 33.139 35.105 35.763 35.763 35.763

B. Porcentagens de condutores mortos em acidentes de trânsito no Brasil (DENATRAN – 2001 a 2005)

O DENATRAN é o órgão máximo executivo do trânsito do Governo Federal e tem, dentre outras, as atribuições de organizar a estatística de trânsito do território nacional e estabelecer o modelo padrão de coleta de informações sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas de trânsito.

As estatísticas apresentadas na tabela a seguir são dos anuários divulgados pelo órgão, exceto dos anos de 2006 e 2007 para os quais foram repetidos os valores de 2005.

Para o cálculo das porcentagens de condutores mortos foi usado o valor médio de duas porcentagens, uma calculada em relação ao total de vítimas fatais e a outra calculada em relação ao total de vítimas fatais subtraído do total de vítimas fatais cujo tipo não foi informado (indicados na tabela).

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TABELA 06 – PORCENTAGEM DE CONDUTORES MORTOS EM ACIDENTES, EM RELAÇÃO AO TOTAL - DENATRAN

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (=2005) 2007 (=2005)

Vítimas Fatais 20.039 18.877 22.629 25.526 26.409 26.409 26.409

Condutores Mortos 4.287 4.736 4.685 6.094 6.719 6.719 6.719

Tipos Não Informados

de Vítimas Fatais 5.262 595 2.307 2.913 2.228 2.228 2.228 Média das Porcentagens de Condutores Mortos (%) 25,20 25,50 21,88 25,41 26,61 26,61 26,61

C. Estimativas de condutores mortos em acidentes Brasil, usando ou não cinto de segurança

A partir das estatísticas de mortos do MS e das porcentagens de condutores mortos do DENATRAN, apresentadas anteriormente, foram calculadas estimativas de condutores mortos no Brasil.

Para esse cálculo, partiu-se da premissa que a porcentagem dos condutores mortos nos locais (DENARTAN [07]) é a mesma para aquelas ocorridas a qualquer tempo após o acidente (MS). Essa hipótese foi assumida pela indisponibilidade dessa informação nos dados do MS utilizados nesta pesquisa.

TABELAS 07 – ESTIMATIVAS DE CONDUTORES MORTOS EM ACIDENTES NO BRASIL

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 = 2005 2007 = 2005

CONDUTORES MORTOS 7.693 8.351 7.250 8.921 9.518 9.518 9.518

D. Porcentagens de automóveis e camionetas (utilitários esportivos e vans) em acidentes com vítimas no Brasil (DENATRAN – 2001 a 2005)

As estatísticas apresentadas na tabela a seguir são dos anuários divulgados pelo DENATRAN, exceto dos anos de 2006 e 2007 para os quais foram repetidos os valores de 2005.

(16)

TABELA 08 – PORCENTAGEM DE AUTOMÓVEIS E CAMIONETAS EM ACIDENTES COM VÍTIMAS, EM RELAÇÃO AO TOTAL - DENATRAN

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (=2005) 2007 (=2005) Veículos em acidentes com vítimas 362.095 346.082 456.223 466.856 530.534 530.534 530.534 Autos e Camionetas em acidentes com Vítimas 181.816 161.373 212.941 209.797 243.311 243.311 243.311 Veículos Não Informados em acidentes com vítimas 8.978 15.237 14.251 21.855 9.666 9.666 9.666 Porcentagem de Autos e Camionetas em acidentes com vítimas (%) 51,49 48,78 48,18 47,15 46,71 46,71 46,71

E. Estimativas de porcentagens de automóveis e camionetas sem airbag no Brasil (diversos)

As estatísticas apresentadas nas tabelas a seguir são dos anuários divulgados pelo DENATRAN, exceto dos anos de 2006 e 2007 para os quais foram repetidos os valores de 2005, de estatística da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) sobre veículos segurados no Brasil; de pesquisa do CESVI BRASIL sobre veículos com airbag; e de estatísticas do SINDIPEÇAS 2008 [22] (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), sobre estatísticas de veículos fabricados e importados no país.

TABELA 09 – ESTIMATIVA DA FROTA DE VEÍCULOS (AUTOMÓVEIS, CAMIONETAS E CAMINHONETES) SEGURADOS E NÃO SEGURADOS - 2005

FROTAS DE VEÍCULOS QUANTIDADE

Brasil (DENATRAN) 42.071.961

Autos + Camionetas + Caminhonetes do Brasil (DENATRAN) 30.425.646

Segurados (SUSEP) 14.467.211

Estimativa de Autos + Camionetas + Caminhonetes Segurados 10.462.413

Estimativa de Não segurados 27.604.750

(17)

Obs.: para os cálculos das estimativas indicadas na tabela, partiu-se da premissa que a porcentagem

de automóveis, camionetas e caminhonetes tanto na frota de veículo segurado (SUSEP) como na de não segurados é a mesma que a porcentagem de automóveis, camionetas e caminhonetes na frota do país (DENATRAN).

TABELA 10 – ESTIMATIVA DA PORCENTAGEM DE VEÍCULOS (AUTOMÓVEIS, CAMIONETAS E CAMINHOTES) SEM AIRBAG, EM RELAÇÃO AO TOTAL DESSES VEÍCULOS NO PAÍS – CESVI

BRASIL (2005)

VEÍCULOS PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO TOTAL (% - 2005) Segurados com airbag (pesquisa

CESVI BRASIL) 4,375

Não segurados com airbag 0,4375

Frota do país com airbag 1,791

Frota do país sem airbag 98,21

Para estimativa da frota de autos, camionetas e caminhonetes do país sem airbag, apresentada na tabela acima, partiu-se da porcentagem estimada com airbag obtida em pesquisa do CESVI BRASIL, com 320 veículos, em 2005. Então, considerou-se para porcentagem de autos, camionetas e caminhonetes não segurados com airbag, o valor de um décimo da porcentagem dos segurados. Considerou-se também que a frota dos outros tipos de veículos (caminhões, ônibus etc.) não tem ou apresenta uma quantidade ínfima de veículos com airbags.

Os cálculos das estimativas das porcentagens da frota com airbag e sem airbag foram feitos da seguinte forma:

a) Porcentagem Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes com airbag = [(estimativa de veículos segurados) x (veículos segurados com airbag)

+ (estimativa de não segurados) x (veículos não segurados com airbag)] / (frota desses

veículos no país)

b) Porcentagem Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes sem airbag = (1 - Porcentagem Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes com airbag)

(18)

TABELA 11 – ESTIMATIVA DAS PORCENTAGENS DE VEÍCULOS (AUTOMÓVEIS, CAMIONETAS E CAMINHOTES) SEM AIRBAG, EM RELAÇÃO AO TOTAL DESSES VEÍCULOS

NO PAÍS, NOS ANOS DE 2001 a 2007

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 (=2005) 2006 (=2005) 2007

Frota de Veículos do País

(DENATRAN) 31.913.003 34.284.967 36.658.501 39.240.875 - 49.644.025 49.644.025 Frota de Autos + Camionetas + Caminhonete, do País (DENATRAN) 24.554.949 26.658.680 27.339.739 28.816.987 - 32.233.190 34.290.496 Autos fabricados e importados (SINDIPEÇAS) 1.295.096 1.229.146 1.118.603 1.295.800 - 1.559.309 1.991.550 Porcentagem estimada da frota fabricada e importada de autos com airbag, em

relação ao total (%)

5,0 5,0 5,0 10,0 - 15,0 20,0

Relação (Frota de Autos + Camionetas + Caminhonete) / (Frota de Autos), segundo DENATRAN 1,156 1,157 1,155 1,156 - 1,157 1,149 Porcentagem estimada de autos, camioneta e caminhonetes fabricados e importados em relação à frota desses veículos segundo o DENATRAN (%)

6,10 5,34 4,73 5,20 - 5,60 6,67

Porcentagem da frota de autos, camioneta e caminhonetes do país, com

airbag (%) 0,46 0,77 1,04 1,27 1,79 2,63 3,96 Porcentagem da frota de autos, camioneta e caminhonetes do país, sem airbag (%) 99,54 99,23 98,96 98,73 98,21 97,37 96,04

Para estimativa das porcentagens da frota de autos, camionetas e caminhonetes do país sem airbag para os anos de 2001 a 2007, exceto 2005, apresentada na tabela acima, partiu-se da porcentagem estimada para o ano de 2005.

(19)

O cálculo foi realizado da seguinte forma: a) Anos 2001 a 2004:

Porcentagem da Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes com airbag = [(porcentagem da frota de autos + camionetas + caminhonetes com airbag, iniciando em 2005 e retroagindo) - (porcentagem estimada da frota fabricada e importada de autos com airbag, em relação ao total, iniciando em 2004 e retroagindo) x (porcentagem estimada de autos, camioneta e caminhonetes fabricados e importados em relação à frota desses veículos segundo o DENATRAN, iniciando em 2004 e retroagindo)] b) Anos 2006 e 2007:

Porcentagem da Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes com airbag = [(porcentagem da frota de autos + camionetas + caminhonetes com airbag, iniciando em 2005 e avançando) + (porcentagem estimada da frota fabricada e importada de autos com airbag, em relação ao total, iniciando em 2006 e avançando) x (porcentagem estimada de autos, camioneta e caminhonetes fabricados e importados em relação à frota desses veículos segundo o DENATRAN, iniciando em 2006 e avançando)]

c) Porcentagem Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes sem airbag = (1 - Porcentagem Frota de Autos + Camionetas + Caminhonetes com airbag) F. Estimativas de porcentagens de automóveis e camionetas sem airbag, em

acidentes com vítimas no Brasil

Para os cálculos das estimativas indicadas na tabela a seguir, partiu-se da premissa que a porcentagem de automóveis e camionetas e caminhonetes sem airbag é se mantém a mesma entre os veículos em acidentes com vítimas. Essa premissa provavelmente fornece um valor maior dessas estimativas do que o esperado.

Os cálculos foram realizados utilizando-se os valores indicados nas tabelas 08 e 11, anteriores.

TABELA 12 – ESTIMATIVA DAS PORCENTAGENS DE AUTOMÓVEIS E CAMIONETAS, SEM AIRBAG, EM ACIDENTES COM VÍTIMAS

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Porcentagens estimadas de Autos e Camionetas sem airbag,

(20)

G. Estimativas de condutores mortos, usando ou não cinto, de autos e camionetas sem airbag, no Brasil

Para os cálculos das estimativas apresentadas na tabela 13, abaixo, foram utilizados os valores indicados nas tabelas 08 e 12, anteriores, e na tabela 13, a seguir.

TABELA 13 – MORTOS EM ACIDENTES NO BRASIL, EM RODOVIAS E VIAS URBANAS (IPEA – 2006)

MORTES EM ACIDENTES DE TRÂNSITO QUANTIDADE PORCENTAGEM

Em rodovias no país 15.517 44,11

Em vias urbanas 19.662 55,89

TABELA 14 – ESTIMATIVA DE CONDUTORES, USANDO OU NÃO CINTO, MORTOS EM ACIDENTES, DE AUTOMÓVEIS E CAMIONETAS SEM AIRBAG, NO BRASIL

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Estimativa do total de condutores, usando ou não cinto, mortos em acidentes, de autos e camionetas

sem airbag 3.942 4.042 3.457 4.152 4.366 4.329 4.270

Estimativa de condutores mortos em rodovias 1.739 1.783 1.525 1.831 1.926 1.909 1.883

Estimativa de condutores mortos em vias urbanas 2.203 2.259 1.932 2.321 2.440 2.420 2.387

H. Efetividade do airbag na redução de condutores mortos, usando ou não cinto, de autos e camionetas, em qualquer tipo de acidente (NHTSA - 2001) O NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration) é o órgão federal americano responsável por campanhas, pesquisas, normas de segurança e atividades de fiscalização visando salvar vidas, prevenir lesões e reduzir os custos econômicos relativos aos acidentes de trânsito.

Como não encontramos estudo comparável no Brasil sobre a efetividade do airbag, foi escolhido um relatório de uma pesquisa desse órgão americano chamada “Effectiness of Occupant Protection Systems and Their Use” (efetividade dos sistemas de proteção de ocupantes e seus usos), de 2001. Dessa pesquisa foram utilizadas as estimativas sobre a efetividade em prevenir fatalidades e lesões moderadas.

Segundo o trabalho do NHTSA, de 2001 [15], a efetividade do AIRBAG em proteger o condutor de veículos passageiros, resulta numa redução do risco de fatalidades de

(21)

12%, em acidentes potencialmente fatais de qualquer tipo, independente do uso ou não do cinto pelo condutor.

Outros dados importantes dessa pesquisa, apesar de não serem usados nesta pesquisa, destacam a importância dos sistemas de segurança passiva, cinto de segurança e airbag, indicando que somente o uso do cinto de segurança pelo condutor, quando comparado com outro condutor que não usa, proporciona uma redução de 45% no risco de fatalidade, e se o veículo for com airbag e o condutor usar o cinto, essa redução alcança 51%, ou seja, de cada 100 condutores mortos em acidentes, sem cinto de segurança, 45 se salvariam se usassem cintos ou 51 se salvariam se usassem cintos e o carro fosse com airbag.

Uma observação deve ser feita em relação à taxa de uso do cinto de segurança no mesmo ano dessa pesquisa. Segundo o próprio NHTSA, ela era de 73%. Essa adesão é conseqüência do fato que o uso do cinto não é obrigatório em todos os estados americanos, para todos os ocupantes. Isto deve ser observado porque a redução de fatalidades identificada também é função do uso do cinto, já que airbag é um sistema completar ao primeiro.

I. Custo médio associado à pessoa, para mortos em acidentes de trânsito (IPEA – 2003 e 2006)

As pesquisas Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas Brasileiras (2003) [12], e Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras (2006) [13] foram realizadas sob coordenação do IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada), por solicitação do DENATRAN, e com apoio gerencial da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e fornecem, pela primeira vez no país, estimativas dos custos associados aos acidentes de trânsito. Nesta última, o CESVI BRASIL participou como membro do CAP, Conselho de Acompanhamento do Projeto.

Delas foram extraídas estimativas do impacto econômicos associado às vítimas de acidentes de trânsito nas vias urbanas e nas rodovias e também estatísticas de acidentes fornecidas pelo DPRF (Departamento de Polícia Rodoviária Federal), órgão que apoiou a pesquisa nas rodovias.

Para análise realizada neste trabalho, além dos relatórios publicados, o CESVI BRASIL consultou os seguintes participantes dessas pesquisas, Dra. Júlia Maria D'Andrea Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, doutora em Clínica Médica (Reumatologia), e o pesquisador José Alex Sant’Anna, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), doutor em engenharia de transportes e especialista em segurança viária, para obter esclarecimentos sobre os resultados obtidos e a

(22)

metodologia aplicada. Salientamos que a análise realizada a partir dessas informações é de responsabilidade do CESVI BRASIL.

A seguir são indicadas as estimativas apresentadas em trabalhos do IPEA sobre os custos médios associados à pessoas, para mortos e feridos em rodovias e aglomerações urbanas.

O custo associado à pessoa inclui, na pesquisa das Rodovias, perda de produção, remoção/traslado e cuidados hospitalares (pré, hospitalar e pós), e na das Aglomerações Urbanas, perda de produção, cuidados médico/hospitalar e reabilitação, resgate e impacto familiar.

TABELA 15 – CUSTOS MÉDIOS ASSOCIADOS À PESSOA, PARA MORTOS E FERIDOS EM ACIDENTES DE TRÃNSITO, EM RODOVIAS (IPEA - 2006) E AGLOMERAÇÕES URBANAS (IPEA

- 2003), ATUALIZADOS PELO IPCA ATÉ MAIO DE 2008

LOCAL DO ACIDENTE CUSTO MÉDIO (reais de maio de 2008)

Mortos em acidentes em rodovias R$ 299.458,88

Feridos em acidentes em rodovias R$ 40.241,54

Mortos em acidentes em aglomerações urbanas R$ 143.773,45

(23)

5.2. Detalhamento da análise sobre a potencial redução de condutores de automóveis e camionetas feridos leves

Um esclarecimento inicial: a análise foi realizada para condutores feridos leves, de automóveis e camionetas (utilitários esportivos e vans), sempre usando cinto, porque as estimativas e os dados selecionados e/ou disponíveis, tanto de efetividade do airbag como de frotas, acidentes e acidentados, aplicam-se somente a essa categoria. Os feridos graves não foram incluídos nesta análise, pois a pesquisa sobre efetividade do airbag utilizada neste trabalho, não indica diferença significativa do efeito do airbag mais o cinto de segurança, para esse tipo de ferimento, em comparação ao uso do cinto em veículos sem airbag.

A análise é apresentada em detalhes no fluxograma e tabelas a seguir.

5.2.1. Fluxograma da análise.

CONDUTORES VÍTIMAS NÃO FATAIS EM ACIDENTES NO BRASIL

(DENATRAN)

ESTIMATIVA DA REDUÇÃO DE CONDUTORES FERIDOS MODERADOS, USANDO CINTO, DE AUTOS E CAMIONETAS, EM QUALQUER TIPO DE ACIDENTE, PELA PRESENÇA DO AIRBAG (NHTSA)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES ILESOS, EM

RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DE CONDUTORES ILESOS, EM VIAS URBANAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES

FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DE CONDUTORES FERIDOS

LEVES

ESTIMATIVA PORCENTAGEM DE AUTOS E CAMIONETA SEM AIRBAG, EM ACIDENTES

COM VÍTIMAS (DENATRAN E CESVI BRASIL) % FERIDOS LEVES (PMRv/SP) ESTIMATIVA DE CONDUTORES FERIDOS LEVES EM RODOVIAS

% USO DO CINTO (DPRF) % USO DO CINTO (CET/SP)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES USANDO CINTO, FERIDOS LEVES EM VIAS URBANAS, DE AUTOS E

CAMIONETAS SEM AIRBAG % ACIDENTES COM VÍTIMAS, EM

ÁREAS URBANAS (DENATRAN) % ACIDENTES COM VÍTIMAS, EM

ÁREAS RURAIS (DENATRAN)

ESTIMATIVA DE CONDUTORES USANDO CINTO, FERIDOS LEVES EM

RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SEM AIRBAG

ESTIMATIVA DE CONDUTORES FERIDOS

LEVES EM CIDADES

ESTIMATIVA DE CONDUTORES FERIDOS LEVES EM VIAS

URBANAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SEM AIRBAG ESTIMATIVA DE CONDUTORES

FERIDOS LEVES EM RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SEM

AIRBAG

ESTIMATIVA DE CUSTO MÉDIO ASSOCIADO À PESSOA, PARA FERIDOS

EM RODOVIAS (IPEA)

ESTIMATIVA DE CUSTO MÉDIO ASSOCIADO À PESSOA, PARA FERIDOS

EM VIAS URBANAS (IPEA)

ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÔMICO DOS CONDUTORES NÃO FERIDOS, EM ACIDENTES EM RODOVIAS, DE AUTOS E CAMIONETAS SE

ESTES FOSSEM COM AIRBAG

ESTIMATIVA DO IMPACTO ECONÔMICO DOS CONDUTORES NÃO FERIDOS, EM ACIDENTES

EM CIDADES, DE AUTOS E CAMIONETAS SE ESTES FOSSEM COM AIRBAG

(24)

5.2.2. Estatísticas e estimativas utilizadas e calculadas para estimar o potencial de redução de condutores feridos leves e o impacto econômico associado.

A. Estimativa de condutor usando cinto, de automóvel ou camioneta sem airbag, ferido leve em rodovias e vias urbanas

A tabela 16, abaixo, apresenta a estimativa de condutores usando cinto, de automóvel ou camioneta sem airbag, ferido leve em rodovias ou vias urbanas.

Os dados necessários para o cálculo dessa estimativa são apresentados na própria tabela 16 ou nas seguintes (17 a 19).

TABELA 16 – ESTIMATIVA DE CONDUTOR USANDO CINTO, DE AUTOMÓVEL OU CAMIONETA SEM AIRBAG, FERIDO LEVE EM RODOVIAS OU EM VIAS URBANAS

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 (=2005) 2006 (=2005) 2007 Condutor vítima não fatal de

acidentes (DENATRAN) 64.797 73.767 103.127 133.482 145.218 145.218 145.218

Estimativa de condutor ferido leve (a

partir de dado PMRv/SP) 50.524 57.518 80.410 104.079 113.230 113.230 113.230

Porcentagem acidentes com vítimas, na área rural – rodovias

(DENATRAN) - % 17,22 22,49 17,29 18,34 16,76 16,76 16,76

Porcentagem acidentes com vítimas,

na área urbana (DENATRAN) - % 82,78 77,51 82,71 81,66 83,24 83,24 83,24

Estimativa de condutor ferido leve em rodovias (a partir de dado

DENATRAN) 41.822 44.585 66.506 84.992 94.254 94.254 94.254

Estimativa de condutor ferido leve em vias urbanas (a partir de dado

DENATRAN) 8.701 12.933 13.905 19.087 18.976 18.976 18.976

Estimativa da porcentagem de autos e camioneta sem airbag, em acidentes com vítimas (DENATRAN e

CESVI BRASIL) - %

51,25 48,40 47,68 46,55 45,88 45,48 44,86

Estimativa de condutor de auto e camioneta sem airbag, ferido leve em

rodovias (a partir de dado DENATRAN e CESVI BRASIL)

21.434 21.579 31.711 39.560 43.240 42.870 42.283

Estimativa de condutor de auto e

(25)

vias urbanas (a partir de dado DENATRAN e CESVI BRASIL) Estimativa de condutor usando cinto, de auto e camioneta sem airbag, ferido leve em rodovias (a

partir de dado da DPRF)

15.089 15.537 22.071 28.167 31.824 31.895 31.796

Estimativa de condutor usando cinto, de auto e camioneta sem airbag, ferido leve em vias urbanas

(a partir de dado da CET/SP)

3.569 5.124 5.246 7.191 7.047 7.062 7.040

Para estimativas de condutores feridos leves apresentadas na tabela 16, acima, foram utilizados os dados apresentados nas tabelas 17 a 19, abaixo.

TABELA 17 – PORCENTAGEM MÉDIA DE FERIDOS GRAVES E LEVES DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES NO ESTADO DE SÃO PAULO, DOS ANOS DE 2001 A 2005 (PMRv/SP)

GRAVIDADE LEVE GRAVE

Porcentagem média (%) 77,97 22,03

Obs.: o uso de uma porcentagem de acidentes em rodovias resulta em uma estimativa de feridos

leves menores do que o esperado, já que espera-se que esse tipo de feridos apresentem uma porcentagem maior para acidentes em vias urbanas.

TABELA 18 – PORCENTAGENS ESTIMADAS DE USO DO CINTO DE SEGURANÇA ENTRE CONDUTORES DE AUTOMÓVEIS ENTRE CONDUTORES ACIDENTADOS EM RODOVIAS, DE

2001 A 2007

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Porcentagem do uso do cinto,

com fator (%), 80,0 81,8 79,1 80,9 80,9 81,8 82,7

Obs.: para calcular as estimativas dos condutores acidentados usando cinto nas rodovias, para os

anos de 2001 a 2007, foram utilizados a variação ano a ano em relação a 2004 e 2005, da variação do uso do cinto indicado pela CET/SP (tabela 17, a seguir) e a porcentagem de 95,2% (obtida a partir dos dados da DPRF de 2004 e 2005, apresentada na pesquisa IPEA – 2006), sobre a qual foi aplicado um fator redutor de 0,85 para compensar as taxas de usos de cinto menores em rodovias estaduais e municipais.

(26)

TABELA 19 – PORCENTAGEM DE USO DO CINTO DE SEGURANÇA ENTRE CONDUTORES DE AUTOMÓVEIS NA CIDADE DE SÃO PAULO, DE 2001 A 2007 (CET/SP)

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Porcentagem do uso do cinto (%) 88 90 87 89 92 93 94

Com fator de 0,8 (%) 70,4 72,0 69,6 71,2 73,6 74,4 75,2

Obs.: para as estimativas dos condutores usando cinto, ferido leve nas vias urbanas, foi aplicado um fator redutor de 0,80, para compensar taxas de usos de cinto menores em outros municípios e

também o fato que a estatística da CET não ser de vítimas de acidentes.

B. Efetividade do airbag na redução de condutores usando cinto, feridos moderados, de automóveis e camionetas, em qualquer tipo de acidente (NHTSA - 2001)

O NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration) é o órgão federal americano responsável por campanhas, pesquisas, normas de segurança e atividades de fiscalização visando salvar vidas, prevenir lesões e reduzir os custos econômicos relativos aos acidentes de trânsito.

Como não encontramos estudo comparável no Brasil sobre a efetividade do airbag, foi escolhido um relatório da pesquisa do NHTSA, de 2001, citada anteriormente, chamada “Effectiness of Occupant Protection Systems and Their Use” (efetividade dos sistemas de proteção de ocupantes e seus usos).

Segundo esse trabalho do NHTSA, a efetividade do airbag em proteger o condutor

de veículos passageiros, resulta numa redução do risco de lesão até moderada (AIS 2, da escala AIS - Abbreviated Injury Scale, da Association for the Advancement of Automotive Medicine, que varia de 1 a 6) de 73%, em acidentes com danos em qualquer área do veículo, quando comparado com um condutor que não esteja usando o cinto, num veículo sem airbag. O trabalho também indica que o condutor com cinto, num veículo sem airbag, se expõe a um risco 60% menor de sofrer o mesmo tipo de lesão indicada antes (AIS 2), também em relação ao condutor sem cinto.

C. Custo médio associado à pessoa, para feridos em acidentes de trânsito (IPEA – 2003 e 2006)

As pesquisas Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas Brasileiras (2003) e Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras (2006), citadas anteriormente, foram utilizadas para obtenção dos custos médios associado à pessoa, para feridos em acidentes de trânsito, apresentadas a seguir.

(27)

Para análise realizada neste trabalho, além dos relatórios publicados, o CESVI BRASIL consultou os seguintes participantes dessas pesquisas, Dra. Júlia Maria D'Andrea Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, doutora em Clínica Médica (Reumatologia), e o pesquisador José Alex Sant’Anna, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), doutor em engenharia de transportes e especialista em segurança viária, para obter esclarecimentos sobre os resultados obtidos e a metodologia aplicada. Salientamos que a análise realizada a partir dessas informações é de responsabilidade do CESVI BRASIL.

O custo associado à pessoa inclui, na pesquisa das Rodovias, perda de produção, remoção/traslado e cuidados hospitalares (pré, hospitalar e pós), e na das Aglomerações Urbanas, perda de produção, cuidados médico/hospitalar e reabilitação, resgate e impacto familiar.

TABELA 20 – CUSTO MÉDIO ASSOCIADO À PESSOA, PARA FERIDOS E ILESOS EM ACIDENTES, EM RODOVIAS (IPEA - 2006) E AGLOMERAÇÕES URBANAS (IPEA - 2003)

LOCAL DO ACIDENTE CUSTO MÉDIO (atualizado pelo IPCA até maio/2008)

Feridos em acidentes em rodovias R$ 40.241,54

Ilesos em acidentes em rodovias R$ 1.152,77

Feridos em acidentes em aglomerações urbanas R$ 18.652,32

Ilesos em acidentes em aglomerações urbanas R$ 534,32

Obs.: como a pesquisa nas aglomerações urbanas não inclui o valor dos ilesos, para esta pesquisa, ele foi

estimado a partir da relação ileso e ferido da pesquisa nas rodovias.

6. O AIRBAG – TECNOLOGIA E RECOMENDAÇÕES DE USO

A descrição a seguir é baseada, além das informações do CESVI BRASIL, nos trabalhos do CESVIMAP [06] e da Universidade de Navarra [08], ambos da Espanha, no citado relatório da NHTSA [15], dos EUA, no relatório da Menash University [04], da Austrália, e nas referências da Renault [19], da Bosch [05] e da The Blue Ribbon Panel for the evaluation of advanced technology [23], citadas na bibliografia.

6.1. Tecnologia de segurança veicular

Os airbags se enquadram nos sistemas de segurança passiva, ou seja, nos que oferecem proteção ao ocupante do veículo depois da ocorrência da colisão, e que diferem dos sistemas de segurança ativa, que auxiliam o condutor a evitar a perda de controle ou até um acidente, em situações limites de condução.

(28)

Exemplos de dois sistemas de segurança ativa são o ABS, sistema anti-bloqueio das rodas, que atua sobre os freios e evita o travamento das rodas em frenagens de emergência, e o ESC/ESP, programa ou controle eletrônico de estabilidade, que identifica condições de direção instável e atua sobre os freios de rodas específicas para corrigir a trajetória do veículo.

Em segurança passiva, os mais aplicados são o cinto de segurança e o sistema airbag, este último complementar ao primeiro.

Os cintos de segurança foram os primeiros elementos de segurança passiva utilizados em larga escala nos veículos. Foram instalados a primeira vez em 1952, em um automóvel dos EUA. Sua função é evitar que o ocupante seja lançado contra partes rígidas de dentro do próprio veículo ou até para fora do veículo, numa colisão ou capotamento.

O cinto de segurança de três pontos é um dos mecanismos mais conhecidos e universais de proteção aos ocupantes de veículos. É inquestionável o poder que esse mecanismo possui de reduzir a probabilidade de mortes e de lesões graves dos ocupantes do veículo. Segundo o NHTSA, no seu relatório de 2001, quando comparamos um condutor com cinto com outro sem cinto, em automóvel sem airbag, o cinto de segurança sozinho resulta numa redução do risco de fatalidades de 45%, numa redução de lesões até AIS 2 (moderada) de 60% e numa redução de lesões até AIS 3 (séria) de 69%.

Para aumentar a eficiência dos cintos de segurança, temos atualmente os pré-tensionadores de cinto que, numa colisão, diminuem a folga existente entre o ocupante e o cinto, mantendo-o mais firmemente no lugar, tornando menos provável a ocorrência de um choque contra as partes internas do veículo, como a direção ou o painel frontal. Em geral, os cintos com pré-tensionadores são utilizados com o sistema airbag.

6.2. Sistema airbag

O primeiro aparato inflável, para proteção de ocupantes de veículos, foi patenteado em 1950. Em pequena escala, o airbag veicular foi vendido à primeira vez em 1971 e 1972, nos EUA.

Os tipos mais comuns atualmente são os sistemas airbag frontais, para motoristas e passageiros, projetados para evitar ou minimizar lesões na cabeça e tórax, em caso de colisões frontais ou quase frontais. Esse tipo é apresentado em mais detalhe, abaixo.

Existem também os airbags laterais, projetados para proteger o tórax e o quadril, em caso de colisões laterais e que são instalados nos bancos ou nas portas. Esse tipo é

(29)

complementado pelo airbag de cabeça, que é acionado simultaneamente com o primeiro.

6.3. Sistema de airbags frontais

O sistema do airbags frontais consiste de três partes básicas – o módulo do airbag, a unidade eletrônica de diagnóstico e os sensores de colisão.

a) O módulo do airbag contém uma unidade de disparo da bolsa e a bolsa propriamente dita, que é feita de um tecido leve e tem a dimensão de uma pequena bóia, o caso do motorista (variando de 35 a 60 litros), e maior, o caso do passageiro frontal (variando de 65 a 170 litros). O módulo do airbag do motorista se localiza no centro do volante e o airbag do passageiro está localizado no painel de instrumentos.

b) A unidade eletrônica de diagnóstico monitora a prontidão do sistema. A unidade é ativada quando a ignição do veiculo é acionada. A maioria das unidades de diagnóstico contém um mecanismo que armazena energia elétrica suficiente para acionar o airbag caso a bateria do veículo seja destruída imediatamente na seqüência da colisão. A unidade usa uma luz de alerta para indicar se o sistema está inoperante ou precisa de manutenção. Além da severidade da colisão, indicada pelos sensores, nas gerações mais recentes de alguns tipos de veículos, essa unidade também leva em conta o uso do cinto de segurança, a posição do banco, o tamanho e a posição do ocupante para definir se irá deflagrar ou não o airbag. Outra novidade na chamada 3ª geração, é a redução da potência de deflagração da bolsa. Essa geração com módulos que deflagram a bolsa em potências menores foram introduzidas gradualmente nos EUA a partir de 2003 (20%), alcançando toda produção de automóveis e caminhões leves em 2006.

c) Os sensores de colisão estão localizados na frente do veículo ou no compartimento dos ocupantes. Em geral, os veículos podem ter um ou mais sensores que são ativados em razão da repentina desaceleração causada pelas forças geradas em colisões frontais ou quase-frontais. Os airbags não foram desenvolvidos para ativar durante frenagens bruscas, tráfego em terrenos irregulares, colisões traseiras ou laterais e capotamentos. O ajuste dos sinais que indicam que ocorreu um evento que deve provocar a deflagração da bolsa depende também dos equipamentos do veículo e das características de deformação de cada veículo.

Após uma colisão, as partes de um sistema airbag precisam ser trocadas, não só a bolsa deflagrada.

Em geral, os airbags frontais são projetados para deflagar a bolsa em colisões frontais ou quase frontais a velocidades maiores do que 28 a 30 km/h, quando

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temos colisão com outro automóvel similar, ou maiores do que 16 a 24 km/h, quando o choque ocorreu contra algo rígido como um muro.

Entre o início do choque e a volta do ocupante à posição original, depois de se chocar contra a bolsa do airbag, transcorre cerca de 150 ms (milisegundos), conforme pode ser visto na ilustração abaixo (fonte: CESVIMAP).

Airbags devem inflar rapidamente para serem eficazes, e, portanto saem do centro do volante ou do painel de instrumento com força considerável, geralmente com velocidade superior a 250 km/h.

Conforme é mostrado na figura acima, a bolsa estará totalmente inflada entre 45 (airbag motorista) a 50 ms (airbag passageiro), depois da colisão. Uma vez inflado o balão do airbag, seu esvaziamento começa imediatamente na medida em que o gás escapa através da trama ou das aberturas do tecido do airbag.

6.4. Recomendações sobre uso do cinto de segurança

Para o condutor, a recomendação básica é ajustar o banco o mais afastado possível da direção, de forma que se consiga realizar os acionamentos dos pedais, sem precisar tirar os pés do piso, e da direção e dos demais controles do veículo com os braços levemente flexionados, mantendo as costas apoiadas.

Depois do banco, o ajuste do cinto deve ser tal que a faixa sub-abdominal fique a mais baixa possível, não sobre o abdômen, segurando pelos ossos do quadril, e a faixa diagonal, passando o mais possível no meio do ombro, nunca encostada ao pescoço e nem para fora do ombro.

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6.5. Recomendações sobre uso do airbag

As recomendações a seguir são baseadas, além das informações do CESVI BRASIL, nas informações da Fundação PROCON-SP [17], do site Safecar.gov [21], dos EUA, e em relatórios da NHTSA [15] e EURONCAP/Europa [10], de 2001.

Para que os airbags frontais cumpram adequadamente e com melhor eficiência sua finalidade de aumentar a proteção do ocupante em caso de colisões frontais ou quase frontais, alguns cuidados são necessários. Esses cuidados levam em consideração o fato que o maior “amortecimento” da colisão será alcançado se o ocupante entrar em contato com a bolsa depois que ela atingiu o volume máximo e está iniciando a desinflar.

Cuidados básicos necessários:

a) Os cintos de segurança devem ser sempre usados em veículos com airbag, pois o conjunto oferece uma melhor proteção e o cinto evita que o contato do ocupante com a bolsa ocorra antes do ideal, ou seja, enquanto ela está inflando, o que poderia provocar ferimentos graves ou até fatalidades. A maioria das mortes causadas por airbags, detectadas nos EUA, envolvia pessoas que não estavam usando cinto de segurança, usavam o cinto incorretamente ou estavam posicionadas inapropriadamente no assento.

b) Condutor deve manter o banco afastado de onde o airbag sairá (o volante de direção, no caso dos motoristas, e o painel, no caso dos passageiros dianteiros - ver recomendação feita no tópico 6.4, sobre cinto), evitando que o corpo fique na região até onde a bolsa alcançará quando inflada. A distância do tórax à direção deve ser maior do que 25 cm (um airbag frontal de motorista inflará 25 cm ou mais para fora do compartimento da direção). A posição em relação ao airbag é que determina os riscos de ferimentos. No caso do airbag frontal de passageiros deve ser observado que eles são maiores do que o de motoristas, podendo inflar a distância de 40 cm ou mais a partir do painel.

c) Nunca coloque uma criança num dispositivo de transporte de crianças fixado no banco da frente, num veículo com airbag, pois além de ser proibido no Brasil, no caso de acionamento do airbag, este pode provocar ferimento ou até a morte da criança, principalmente no caso do dispositivo do tipo bebê conforto que são fixados virados para trás do veículo. Crianças sempre no banco traseiro, com dispositivo adequado para seu transporte (de acordo com seu tamanho e peso).

d) Nunca mantenha objetos (no veículo ou nas mãos e bocas) entre o airbag e o motorista ou passageiro.

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e) Passageiro não deve apoiar mãos ou pés no painel, pois podem ter um ferimento grave no caso do airbag inflar e também porque ficará numa posição inadequada para que o cinto o proteja no caso de acidente.

f) No caso de pessoas que não conseguem ajustar o banco de forma a ficarem a uma distância segura do volante, por exemplo, pessoas de baixa estatura ou mulheres grávidas no final da gestação, deve ser considerada a opção de se desligar o airbag (veja a recomendação do fabricante). Há necessidade de estabelecer critérios para os poucos casos em que um mecanismo de desligamento do airbag pode ser necessário para evitar o risco de lesões, como por exemplo, detectores de crianças e passageiros ou passageiros fora de posição ou chaves de acionamento. Esses mecanismos somente fazem sentido quando alguém – por exemplo, uma pessoa de baixa estatura – tentou varias posições e não pôde confortavelmente dirigir sentando-se a uma distância segura mínima do airbag. Seria também o caso de mulheres grávidas, em final de gestação, que não consigam manter o abdômen longe do volante. É bom lembrar que, nesses casos, em uma colisão grave sem um airbag, sentar-se muito próximo do volante significa, ainda assim, um alto risco de choque do abdome contra o volante. A maior causa de morte fetal é a morte da mãe. A proteção da mulher gestante com o cinto de segurança de três pontos é vital.

Nos EUA, o seguinte selo deve ser colocado no lado do motorista e do passageiro frontal, alertando sobre os cuidados para evitar ferimentos com o airbag. O selo diz: “Cuidado, mesmo com airbag avançados.” “Crianças podem ser mortas ou seriamente feridas por airbag.” “O assento traseiro é o mais seguro para crianças.” “Nunca coloque o bebê conforto (que fica virado para trás) no banco dianteiro.” “Sempre use cinto de segurança e dispositivo de transporte adequado de crianças.” “Veja o manual do proprietário para mais informações sobre o airbag.”

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7. RESUMOS DOS DOCUMENTOS SELECIONADOS

Apresentamos neste tópico sumário dos documentos pesquisados e as regiões de estudo.

7.1. Efetividade do airbag no Brasil

O Brasil não possui dados estatísticos que ofereçam informações pertinentes, razão pela qual adotamos parâmetros comparativos de efetividade do airbag derivados de estudo americano.

A Rede Sarah de Hospitais de reabilitação [18] fez estudo, amparado nas informações do NHTSA, quanto ao uso do airbag e as reduções de mortalidade e lesões graves que poderiam ser evitadas com o uso do equipamento.

Alerta a Rede Sarah que os acidentes de trânsito e a violência, denominadas causas externas, são responsáveis pela morte de quase a totalidade de jovens entre 15 e 24 anos. No conjunto de internações por causas externas, os acidentes de trânsito ocupam o primeiro lugar, destacando-se como eventos que geram o maior número de lesões medular e cerebral.

Apontam que os airbags podem reduzir significativamente o número destas lesões, mas chama a atenção para os cuidados necessários à utilização do airbag de modo geral e principalmente em razão da falta de utilização do cinto de segurança pela população.

7.2. Efetividade do airbag nos EUA

a) NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration) por seu relatório “Effectiness of Occupant Protection Systems and Their Use” (efetividade dos sistemas de proteção aos ocupantes e seu uso)”, de 2001 [15].

A lei federal americana de 1991 (ISTEA) que estabeleceu a obrigatoriedade de toda produção de automóveis (a partir de 1997) e caminhões leves (1998) serem com airbag, estabeleceu que o NHTSA fizesse relatórios periódicos sobre a efetividade dos sistemas de proteção dos ocupantes, incluindo o airbag. O de 2001 era o 5º e 6º relatório enviado ao Congresso. Esse relatório foi um dos fundamentos para aperfeiçoamentos nos sistemas airbag que foram introduzidas nos anos seguintes (sobre isso, veja resumo do relatório do IIHS, a seguir).

Este estudo apresenta estimativas da efetividade dos sistemas de proteção de ocupantes, as fatalidades relacionadas com airbags, as principais ações regulatórias e anúncios públicos dos governos dos EUA e análise do uso do cinto no território americano.

Referências

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