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CONTROLE SOCIAL NA ÁREA DA EDUCAÇÃO: um estudo das unidades escolares de ensino fundamental do município de Sertanópolis-PR

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CONTROLE SOCIAL NA ÁREA DA EDUCAÇÃO: um estudo das unidades

escolares de ensino fundamental do município de Sertanópolis-PR

Laís de Oliveira Souza1 Loren Pelik Kempe Anhucci2 Maria Gorett Freire Vitiello3 Vera Lucia Tieko Suguihiro4

Resumo

O presente trabalho tem como escopo identificar e apresentar o custo dos alunos de cada unidade escolar do Ensino Fundamental (anos iniciais) do município de Sertanópolis-PR, no ano de 2011. A aproximação com o tema se deu por meio da participação no Projeto de Pesquisa “Custo e Desempenho das Unidades Escolares Municipais: Subsídios para um Sistema de Monitoramento e Avaliação de Escolas Municipais do Estado do Paraná”, realizado pela SETI, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina. O referencial teórico deste trabalho vislumbra a importância da transparência dos custos das unidades escolares, bem como o exercício do controle social na área da educação. Esta discussão ainda encontra-se em processo incipiente, portanto, torna-se mister promover o debate acerca do custo das escolas, bem como a importância de sua publicização na perspectiva de garantir ensino de qualidade na área da educação do ensino fundamental.

Palavras-chave: Controle Social; Ensino Fundamental;

Custos.

1

Mestranda em Serviço Social e Política Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). E-mail: laisoliveirasouza@gmail.com

2 Mestranda em Serviço Social e Política Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

E-mail: lorenkempe@yahoo.com.br

3

Assistente Social e Especialista em Direito de Família à Luz da Responsabilidade Civil, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). E-mail: gorettvitiello@gmail.com

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1 Introdução

O estudo das unidades escolares municipais do Ensino Fundamental (anos iniciais), tem como objetivo levantar e apresentar o custo dos alunos das unidades escolares do município de Sertanópolis-PR, no ano de 2011, bem como apresentar o perfil destas escolas.

Este trabalho se fundamentou na pesquisa qualiquantitava. Os dados quantitativos foram obtidos por meio do Projeto de Pesquisa “Custo e Desempenho das Unidades Escolares Municipais: Subsídios para um Sistema de Monitoramento e Avaliação de Escolas Municipais do Estado do Paraná”, apoiado pela SETI, e desenvolvida pela Universidade Estadual de Londrina. Este projeto tem como objetivo geral analisar comparativamente a relação entre os custos e o desempenho das unidades escolares dos municípios paranaenses, assim, foi realizado o levantamento do custo das unidades escolares de um município de pequeno porte do Estado do Paraná.

A pesquisa é “a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo” (MINAYO, 2010, p.16).

Em um primeiro momento, foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca da temática e, posteriormente, foi realizada a pesquisa de natureza quantitativa, a partir da metodologia do Projeto de Pesquisa: Programa Anual de Fiscalização (PAF Social), em parceria com o Tribunal de Contas do Estado do Paraná, e desenvolvida pela equipe interdisciplinar da Universidade Estadual de Londrina.

Os dados referentes aos custos das unidades escolares, no ano de 2011, foram fornecidos pela Secretaria da Educação do Município de Sertanópolis. E, também foram coletados dados do portal Todos Pela Educação, referentes à taxa de abandono, de aprovação e distorção idade-série das escolas de Ensino Fundamental (anos iniciais).

A contribuição deste artigo está em apresentar os custos dos alunos de cada unidade escolar do município de Sertanópolis-PR, no ano de 2011, bem como iniciar o debate e a reflexão acerca da publicização dos custos, e, a importância dos atores da política da educação e da sociedade civil organizada, em realizar o controle social da área da educação.

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2 A Política Social de Educação e a importância do controle social sobre os gastos públicos

De acordo com Pereira (2008) o termo público, associado à política, vai para além da referência apenas ao Estado. O mesmo vincula-se a “coisa pública”, ou seja, aquilo que é de todos e para todos. O que significa dizer que apesar da política pública ser inerente e promovida pelo Estado, o interesse na política pública, sendo de todos e para todos, passa também por escolhas que são individuais. Portanto, se as escolhas passam pelo indivíduo (cidadão), o controle também deve passar pelo crivo do cidadão, assim a autora ora citada, afirma ser isto o que é chamado de “controle social democrático” – as pessoas acompanhando de perto a implantação e implementação das políticas públicas.

Raichelis citada por Campos (2006) explica que o controle social é um componente essencial na legitimação de uma esfera pública democrática, contudo, para que ocorra de forma plena é preciso que os sujeitos coletivos sejam dotados de autonomia e representatividade nestes espaços.

Neste sentido é importante salientar uma das dimensões que o controle social assume – o processo técnico, ou seja,

[...] um conjunto de saberes, competências e habilidades para o exercício da fiscalização sobre as ações governamentais. Enquanto processo técnico, a fiscalização pode ocorrer em diferentes domínios, merecendo maior destaque para o acompanhamento da gestão dos recursos financeiros e a avaliação sobre a qualidade dos serviços prestados e sua efetividade na vista dos beneficiários (CAMPOS, 2006, p. 107).

Nesta perspectiva, torna-se um desafio romper com a tradicional prática de alijamento da população do direito de participar e acompanhar a gestão pública. É por meio da participação e do controle social que a população organizada tem a possibilidade de interferir nas decisões governamentais, na condição de mandatário de suas necessidades, incorporando o papel de protagonista na condução da gestão pública e, principalmente, sobre recursos públicos.

Portanto, não há controle social sem participação, o que implica na organização de um processo em que os diversos atores sociais e políticos se insiram na tomada das decisões de interesse público. Trata-se de uma relação contínua entre Estado e sociedade civil na construção de parâmetros para uma nova gestão pública. Tal relação é por vezes complexa e contraditória, o que demanda determinadas condições estruturais e uma cultura política que favoreça a

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participação da sociedade em compartilhar de decisões de interesse coletivo, com o poder constituído.

De acordo com Souza (2004, p.168), “[...] ao longo dos tempos, a expressão „controle social‟ foi entendida como controle do Estado ou do empresariado sobre a população”. Foi somente ao final do século XX, que no Brasil começa a se desenhar outra ideia de controle social, qual seja, o controle do Estado pela sociedade. Sendo assim, na concepção de Antônio Ivo de Carvalho, “[...] controle social é expressão de uso recente e corresponde a uma moderna compreensão da relação Estado e Sociedade, onde a esta cabe estabelecer práticas de vigilância e controle sobre aquele” (CARVALHO apud CORREIA, 2002, p.122).

O controle social – enquanto processo fiscalizatório da gestão dos recursos - implica necessariamente no conhecimento de um conjunto de saberes, tais como administrativos e contábeis, os quais permitirão, através de saberes, competências e habilidades específicas, o efetivo exercício da fiscalização das ações governamentais. Neste cenário ganha cada vez mais importância o necessário entendimento acerca dos custos de cada política social, no caso específico desta reflexão, da política educacional de um município de pequeno porte, do Estado do Paraná.

A política da educação no Brasil possui como marco a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Constituição Federal de 1988, a qual sofreu a interferência dos movimentos sociais e da sociedade civil, resultando em uma carta voltada ao Estado de bem estar social e de cunho democrático.

No que corresponde ao direito à educação, a CF 88 estabelece em seu art. 205: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).

Em relação ao direito ao Ensino Fundamental, o artigo 32 da LDB/96 foi modificado e, a partir do ano de 2006, este nível de ensino passou a ser obrigatório, com duração de nove anos, sendo gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade e, tem como escopo a formação básica do cidadão.

Assim, é preciso que o direito à educação para o segmento infantojuvenil seja efetivado e, para isto, é necessário que haja investimentos de recursos públicos nas políticas públicas da área da educação, garantindo assim, a qualidade do

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ensino. Para tanto, é necessário ter conhecimento do recurso que está sendo destinado para a área da educação, no caso deste estudo, no ensino fundamental (anos iniciais), e como estes recursos estão sendo aplicados nas unidades

escolares.

3 Análise dos Dados

De acordo com os dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, o município de Sertanópolis está situado no Norte Central Paranaense e, possui 15.638 habitantes, sendo que deste total, o número de crianças com faixa etária entre 06 e 10 anos de idade, correspondente a faixa etária do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, é de 1.057, conforme dados do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) 2010.

O município apresentou em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,723, índice considerado alto, pois, este apresenta a faixa entre 0,700 e 0,799. Ainda de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, no período de 2000 a 2010, dos três componentes do IDHM, a educação foi a dimensão que apresentou o maior crescimento, sendo este de 0,092, seguida pela longevidade e renda. Diante do exposto, seguem os dados levantados no município em questão, sobre os gastos em educação, em escolas de ensino fundamental.

4 Perfil das Escolas Fundamentais (anos iniciais)

O quadro 01 demonstra a categoria, o número de alunos que concluíram o ano e a representatividade, no ano de 2011. Assim, constata-se que no referido ano, no município de Sertanópolis, 756 alunos concluíram as séries, e o nível que possui a maior representatividade é o ensino fundamental (anos iniciais), apresentando 82,14%. CATEGORIA NÚMERO DE ALUNOS REPRESENTATIVIDADE (EM %) Educação Infantil 89 11,77%

Fundamental (Anos Iniciais - 1o ao 5o ano) 621 82,14%

Fundamental (Anos Finais - 6o ao 9o ano) rede estadual 0

EJA 13 1,72%

Outros alunos atendidos pelo município (Educação Especial)

DI - DA - 33 4,37%

TOTAL DE ALUNOS ATENDIDOS PELO

MUNICÍPIO 756 100%

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Quadro 01: Número de alunos e representatividade no ano de 2011.

O município de Sertanópolis possui quatro escolas de Ensino Fundamental (anos iniciais) e, apenas a Escola Santo Tomas de Aquino possui ensino integral. O quadro a seguir apresenta o número total de alunos que concluíram o ano em cada unidade escolar, em 2011.

NOME DA ESCOLA Total do nº de ALUNOS Ensino Fundamental

1

LUIZ DELIBERADOR E M ED INF ENS FUND 274 2

MARIA GOMES TEIXEIRA E M ED INF E FUND 162 3

SANTO TOMAS DE AQUINO E M ED INF E FUND 133 4

BENEDITO BIASI ZANIN E M ED INF E FUND 52

TOTAL DO Nº DE ALUNOS 621

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da pesquisa

Quadro 02: Número de alunos e representatividade nas escolas do ensino fundamental

Segundo os dados disponibilizados pela website Todos Pela Educação (2010), a infraestrutura é composta pelos seguintes dados: biblioteca, laboratório de informática, acesso à internet, energia elétrica, água e esgoto. Assim, considerando-se os referidos dados de cada escola, disponibilizados pela website, constata-considerando-se que todas as escolas possuíam no ano de 2010, biblioteca, energia elétrica, água e esgoto. No que diz respeito ao laboratório de informática e acesso à internet, apenas

a Escola Benedito Biasi Zanin não possuía no ano de 2010.

5 Taxas de abandono, aprovação e distorção idade-série no Ensino Fundamental (anos iniciais)

Partindo do pressuposto de que a Constituição Federal de 1988 assegura o direito à educação para o segmento infantojuvenil, torna-se necessário discutir se de fato este direito está sendo assegurado, bem como a permanência deste segmento nas escolas.

De acordo com os dados divulgados pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, referentes às escolas de ensino fundamental (1º ao 9º ano), do município de Sertanópolis, constata-se que no ano de 2010, aproximadamente 2,91% de crianças e adolescentes com a faixa etária entre 06 e 14 anos de idade, não frequentaram a escola. No que concerne à frequência no ensino fundamental sem atraso, identifica-se o percentual de 64,44 e, a frequência de alunos no ensino fundamental com um ano de atraso é equivalente a 15,98% e com dois anos de

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atraso 11,66%. Assim, o número de alunos que estavam cursando o ensino fundamental com atraso de um a dois anos, é referente a 27,64%.

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, também divulgou o número de alunos que estavam cursando a série correta para a idade, no ensino fundamental. E, dos alunos com a faixa etária entre 06 e 14 anos de idade, cerca de 64,44%, estavam cursando a série correta para a idade, no ano de 2010. No entanto, ao comparar com o dado do ano de 2000, nota-se que houve uma redução de 8,20%, pois em 2000, aproximadamente 72,64% estavam cursando a série correta para a idade.

Ao comparar a taxa de abandono, identifica-se que o município de Sertanópolis e o Estado do Paraná apresentaram no ano de 2010, a taxa de 0,2% e, o Brasil teve 1,8%. A taxa de aprovação do município de Sertanópolis foi mais alta que a média do Estado do Paraná e do Brasil, sendo estas taxas foram de 96,7%, 94,0% e 89,9%, respectivamente.

No que corresponde à taxa de distorção idade-série, o município de Sertanópolis também apresentou no ano de 2010, taxas inferiores às médias do Paraná e do Brasil. Assim, constata-se que o município teve a taxa de 4,7%, o Estado do PR teve 7,7% e o a média do Brasil foi de 18,7%, conforme apresenta o quadro abaixo.

Local Taxa de

abandono

Taxa de

aprovação Taxa de distorção idade-série

Sertanópolis 0,2% 96,7% 4,7%

Paraná 0,2% 94,0% 7,7%

Brasil 1,8% 89,9% 18,5%

Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados do portal Todos Pela Educação

Quadro 03: Taxas de abandono, aprovação, reprovação, idade-série, referentes ao ano de 2010.

Assim, conforme o estudo apresentado, nota-se que o município de Sertanópolis apresentou uma ínfima taxa de abandono, uma taxa de aprovação superior à do Paraná e do Brasil e, a distorção idade-série é inferior às referidas esferas.

6 Custos das unidades escolares do Ensino Fundamental

Para apurar o custo de cada unidade escolar municipal do Ensino Fundamental (anos iniciais), realizou-se o levantamento da representatividade de

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custo relacionado ao salário dos professores e de outros funcionários, mão de obra- cozinha, gêneros alimentícios e limpeza, conforme o quadro abaixo:

ITEM REPRESENTATIVIDADE

(EM %)

Professores 62,55%

Outros funcionários 12,32% Mão de obra- cozinha 3,64%

Gêneros alimentícios 12,58%

Limpeza 8,91%

Total 100,00%

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da pesquisa

Quadro 04: Representatividade de custos

Conforme os dados apresentados no quadro acima constata-se que o custo com professores possui maior representatividade, sendo esta de 62,55% e, o item que apresenta a menor representatividade é a mão de obra-cozinha, cerca de 3,64%.

Em relação ao levantamento dos custos indiretos, realizou-se a apuração do custo direto e o custo total da Administração da Secretaria da Educação, do município de Sertanópolis, no ano de 2011, dividindo este custo pelo número total de alunos atendidos pelo município. De acordo com os dados fornecidos pela referida Secretaria, em 2011 o custo da Administração foi referente à R$ 29.837,85, assim, dividiu-se este valor por 756, sendo este o número de alunos atendidos pelo município e, a partir do resultado dividiu-se por 12, para obter o custo mensal e, obteve-se o custo das atividades do departamento, referente à R$ 3,29 por aluno. Os referidos dados foram apresentados no quadro 05.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da pesquisa

Quadro 05: Custo Total por Aluno do Ensino Fundamental (anos iniciais) NOME DA ESCOLA C CUSTO DIRETO CUSTO DAS ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO CUSTO TOTAL (Custo direto + Custo indireto) 1 LUIZ DELIBERADOR E M ED INF ENS FUND

R R$ 243,75 R$ 3,29 R$ 247,04 2 MARIA GOMES TEIXEIRA E M ED INF E FUND R R$ 211,87 R$ 3,29 R$ 215,16 3 SANTO TOMAS DE AQUINO E M ED INF E FUND R R$ 302,72 R$ 3,29 R$ 306,01 4

BENEDITO BIASI ZANIN E M ED INF E FUND

R

R$ 459,52 R$ 3,29 R$ 462,81

CUSTO MÉDIO R

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Diante dos dados expostos no quadro acima, observa-se que a Escola Beneditto Biasi Zanin apresentou o maior custo total por aluno, sendo o valor de R$ 462,81. Vale ressaltar que a referida escola é a que apresentou o menor número de alunos que concluíram o ensino fundamental (anos iniciais). A Escola Santo Tomas de Aquino, possui ensino integral e teve o segundo maior custo total por aluno, R$ 306,01. Já a escola Luiz Deliberador, que apresentou o maior número de alunos que concluíram o ensino fundamental (anos iniciais), teve o custo total de R$ 247,04 e, a escola Maria Gomes Teixeira, apresentou R$ 215,16.

Também foi analisado o custo total dividindo este em custos pedagógicos, custos sociais e custos administrativos, conforme apresenta o quadro abaixo.

CLASSIFICAÇÃO MÉDIA DO CUSTO/ ALUNO (R$) REPRESENTATIVIDADE MÉDIA Custos Pedagógicos R$ 184,04 60,45% Custos Sociais R$ 53,36 17,52% Custos Administrativos R$ 67,07 22,03% Total R$ 304,47 100,00%

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da pesquisa

Quadro 06: Média dos Custos Pedagógicos, Sociais e Administrativos

De acordo com os dados apresentados, nota-se que os custos pedagógicos, sendo estes referentes ao salário dos professores, tiveram a representatividade de 60,45%, seguido pelos custos administrativos com 22,03%, os quais são considerados os custos dos outros funcionários e limpeza. Já os custos sociais referentes aos custos com mão de obra-cozinha e gêneros alimentícios, teve a menor representatividade 17,52%.

Considerações finais

A ideia de controle social está associada a participação popular no controle sobre a administração pública – sendo esta uma das condições para a existência e consolidação do Estado Democrático de Direito, o qual foi implantado no Brasil, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. É a partir deste marco na história brasileira que o país buscou romper com uma cultura política autoritária existente até então.

Neste novo cenário, a sociedade civil passa a ser executora do controle social, tendo em suas mãos a possibilidade de verificar, acompanhar e fiscalizar a gestão administrativa das politicas públicas. Para tanto se faz necessário, como já salientado ao longo desta reflexão, o conhecimento dos princípios que fundamentam

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a gestão pública, dentre as quais a transparência dos custos de uma política pública. Assim, buscou-se ao longo deste estudo conhecer e analisar, descritivamente, os custos de uma dada politica social (a de educação) do munícipio de Sertanópolis, priorizando a análise dos custos dos alunos por unidades escolares, do ensino fundamental (anos iniciais), a qual é de responsabilidade do município.

Com estes dados é possível acompanhar e avaliar sobre os investimentos efetivados pelo município com a política educacional, garantindo a informação e a publicização dos gastos efetivados. Isto significa instrumentalizar a sociedade civil organizada para o controle das ações do Estado, no sentido de assegurar a aplicação dos recursos públicos para a melhoria da qualidade do ensino e, consequentemente, melhorar o desempenho escolar da população infanto- juvenil.

É fato que o controle social ainda precisa avançar muito. O que se tem ainda hoje são ações de natureza fragmentadas, principalmente em se tratando de municípios de pequeno porte. Portanto, considerando que a grande maioria dos municípios do Estado do Paraná, são constituídos de municípios de pequeno porte, conhecer e analisar a dinâmica da gestão pública no âmbito das políticas públicas na área da educação, torna-se algo urgente. É pelo acesso às informações que se cria espaço de debate crítico, com a finalidade de concretizar a participação da população na luta pela qualidade de ensino por meio do controle social.

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Referências

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MINAYO. M. C. de S.. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social.

Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1994

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