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Impacto da Penetração de Energia Eólica na definição da reserva girante e parada

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Impacto da Penetração de Energia Eólica na definição da

reserva girante e parada

Maria Inês Calheiros de Sousa dos Santos Pinto

Dissertação para a obtenção de Grau de Mestre em

Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Júri

Presidente: Prof.

a

Doutora Maria Eduarda de Sampaio Pinto de Almeida Pedro

Orientador: Prof. Doutor José Manuel Dias Ferreira de Jesus

Vogal: Prof. Doutor Pedro Manuel Santos de Carvalho

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Agradecimentos

Todo o meu percurso acad ´emico e em particular o desenvolvimento deste trabalho teve o contributo de muitas pessoas. Nesse sentido, gostaria de agradecer a todos os que, de forma directa ou indirecta, contribu´ıram para a elaborac¸ ˜ao desta tese.

Em primeiro lugar, queria agradecer ao meu orientador, Professor Jos ´e Ferreira de Jesus, pela sua enorme disponibilidade e paci ˆenica para me ajudar durante todo o trabalho.

Uma palavra de aprec¸o ´e devida `a minha amiga e colega de curso Maria In ˆes Verdelho por me ter acompanhado durante o meu percurso acad ´emico e por in ´umeras vezes me ter ajudado durante o mesmo e `a Catarina Oliveira por me ter feito companhia nesta fase final do curso.

Gostaria ainda de dedicar um agradecimento muito especial aos meus pais por todo o apoio que sempre me deram. A eles devo grande parte do meu sucesso.

Por ´ultimo, mas n ˜ao menos importante, quero deixar um agradecimento muito especial ao Andr ´e, por me ter ajudado, motivado e por ter estado sempre presente, n ˜ao s ´o durante a realizac¸ ˜ao deste trabalho, mas tamb ´em durante todo o meu percurso acad ´emico.

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Resumo

Fontes de energia renov ´aveis, em particular a energia e ´olica, s ˜ao consideradas importantes fontes alternativas de gerac¸ ˜ao de energia el ´ectrica. Com o crescente aumento da integrac¸ ˜ao da energia e ´olica no sistema el ´ectrico ´e necess ´ario avaliar a fiabilidade dos sistemas de energia convencionais com energia e ´olica, atrav ´es de ´ındices de risco como o LOLE e verificar que impacto provoca quer na reserva girante, quer na reserva parada.

Nos primeiros cap´ıtulos realiza-se, ent ˜ao, uma avaliac¸ ˜ao do sistema de energia com a integrac¸ ˜ao da energia e ´olica a longo e a curto prazo. A longo prazo modela-se, inicialmente, o sistema de energia atrav ´es das tabelas de probabilidades de pot ˆencias fora de servic¸o para unidades de pot ˆencia conven-cionais, juntando-se, de seguida, a energia e ´olica ao sistema e avalia-se a fiabilidade desse sistema conseguir ou n ˜ao fornecer a carga. Posteriormente, numa abordagem a curto prazo, introduz-se o m ´etodo PJM que permite estudar o risco operacional permitindo assim planear da melhor forma a re-serva operacional. Explica-se tamb ´em o m ´etodo PJM modificado, uma extens ˜ao do m ´etodo PJM que admite a inclus ˜ao de unidades de pot ˆencia que se encontrem em modo de espera.

Os resultados obtidos no estudo a longo e curto prazo permitem avaliar, at ´e que ponto ´e ben ´efico incluir energia e ´olica no sistema el ´ectrico.

Palavras-chave: Energia e ´olica, fiabilidade, LOLE, reserva, tabela de probabilidades de pot ˆencias fora de servic¸o, carga, m ´etodo PJM

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Abstract

Renewable energy sources, particularly wind energy, are considered important alternative sources of power generation. With the continuous increment of integration of wind power in electric system it becomes necessary to evaluate the reliability of the conventional electric systems with wind power trough loss of load indices, such as LOLE and to verify what kind of effect it causes either in spinning reserve, either operating reserve.

This dissertation begins by doing an assessment of a power system with wind power integrated both in long a short term. The long-term models, firstly, the system through the capacity outage probability tables known as COPT for conventional power units and then joins wind power to the system evaluating its reliability of being able or not to supply the demand. Subsequently, a short-term approach introduces the PJM method which allows studying the operational risk and consequently allows a better planning of the operatinal reserve. It is also explained the modified PJM method, an extension from the PJM method that admits the inclusion of power units that are in standby mode.

The results obtained in the long and short term study allows understanding and evaluating to what extent it is beneficial to include wind power in the electrical system.

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(9)

Conte ´

udo

Agradecimentos . . . iii

Resumo . . . v

Abstract . . . vii

Lista de Figuras . . . xiv

Lista de Tabelas . . . xv

Gloss ´ario . . . xviii

1 Introduc¸ ˜ao 1 1.1 Estado da Arte . . . 1

1.2 Motivac¸ ˜ao . . . 3

1.3 Objectivos da dissertac¸ ˜ao e estrutura . . . 3

2 Modelac¸ ˜ao de um sistema de gerac¸ ˜ao convencional 5 2.1 Introduc¸ ˜ao . . . 5

2.2 Fiabilidade de um sistema . . . 5

2.3 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o . . . 5

2.3.1 Indisponibilidade da unidade de pot ˆencia - Forced outage rate (FOR) [5] . . . 5

2.3.2 Distribuic¸ ˜ao exponencial [5] . . . 6

2.3.3 Algoritmo recursivo para a construc¸ ˜ao da tabela [6] . . . 8

2.4 Carga - Indices de medic¸ ˜ao da fiabilidade do sistema . . . 10

2.4.1 Diagrama de carga . . . 10

2.4.2 LOLE - Loss of load expectation [6] . . . 10

2.4.3 C ´alculo do LOLE . . . 14

2.4.4 Variac¸ ˜oes no c ´alculo do LOLE . . . 16

2.5 Inclus ˜ao da manutenc¸ ˜ao no c ´alculo do LOLE . . . 17

2.6 Incerteza na previs ˜ao da carga [7] . . . 17

2.6.1 Distribuic¸ ˜ao Normal [5] . . . 18

2.6.2 C ´alculo do LOLE com incerteza na previs ˜ao da carga [7] . . . 18

2.7 Indices de perda de energia . . . 19

(10)

3 Modelac¸ ˜ao da gerac¸ ˜ao e ´olica 23

3.1 Introduc¸ ˜ao . . . 23

3.2 Previs ˜ao da velocidade do vento . . . 23

3.3 Pot ˆencia de sa´ıda caracter´ıstica de uma turbina e ´olica . . . 24

3.3.1 Modelos individuais das turbinas e modelo equivalente para um parque e ´olico. . . 27

4 Aplicac¸ ˜oes do modelo de longo prazo 33 4.1 Resultados do modelo a longo prazo . . . 33

4.1.1 Pot ˆencia convencional constante e aumento da pot ˆencia e ´olica . . . 33

4.1.2 Pot ˆencia total instalada constante e aumento pot ˆencia e ´olica . . . 34

5 M ´etodo PJM - Penssylvania-New Jersey-Maryland 37 5.1 Introduc¸ ˜ao . . . 37

5.2 Conceitos . . . 37

5.3 ORR - Outage replacement rate . . . 38

5.4 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o . . . 38

5.5 UCR - Unit commitment risk . . . 39

5.6 Incerteza na previs ˜ao da carga . . . 39

5.7 Pot ˆencias com m ´ultiplos estados . . . 40

5.8 Modelo PJM modificado . . . 42

5.8.1 Conceitos . . . 42

5.8.2 Curvas de ´area de risco . . . 42

5.8.3 Modelac¸ ˜ao das unidades de arranque r ´apido - rapid start units (RSU) . . . 44

5.8.4 Modelac¸ ˜ao das unidades de reserva quente - hot reserve units (HRU) . . . 46

5.8.5 Risco da afectac¸ ˜ao de unidades - unit commitment risk (UCR) . . . 47

5.8.6 Exemplo pr ´atico da avaliac¸ ˜ao do UCR . . . 49

6 M ´etodo PJM aplicado `a modelac¸ ˜ao da pot ˆencia e ´olica 55 6.1 Introduc¸ ˜ao . . . 55

6.2 Cadeia de Markov para a pot ˆencia e ´olica [14] . . . 55

6.2.1 Modelo de Markov de um parque e ´olico . . . 55

6.2.2 C ´alculo das probabilidades . . . 57

6.2.3 Exemplo pr ´atico . . . 58

7 Aplicac¸ ˜oes do modelo de curto-prazo 65 7.1 Resultados do modelo a curto prazo . . . 65

7.1.1 Sistema de gerac¸ ˜ao base e adic¸ ˜ao de RSU e HRU . . . 65

7.1.2 Sistema de gerac¸ ˜ao base com pot ˆencia e ´olica e adic¸ ˜ao de RSU e HRU . . . 66 7.1.3 Sistema de gerac¸ ˜ao base com pot ˆencia e ´olica e determinac¸ ˜ao da reserva girante 68

(11)
(12)
(13)

Lista de Figuras

2.1 Dados do sistema. . . 9

2.2 Dados da pot ˆencia de tr ˆes estados de 50 M W . . . 10

2.3 Dados da carga usados para estudar o LOLE. . . 13

2.4 Dados do sistema usado para exemplificar o LOLE. . . 14

2.5 Tabela de probabilidade das pot ˆencias fora de servic¸o para o sistema da tabela 2.4. . . . 14

2.6 C ´alculo do LOLE usando as probabilidades individuais. . . 15

2.7 C ´alculo do LOLE usando as probabilidades acumuladas. . . 15

2.8 C ´alculo do LOLE variando os valores de pico de carga do sistema. . . 16

2.9 C ´alculo do LOLE variando os valores do FOR. . . 17

2.10 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o. . . 19

2.11 C ´alculo do LOLE inclu´ındo a incerteza na previs ˜ao da carga. . . 19

2.12 Dados do sistema. . . 21

2.13 ´Indice EIR em func¸ ˜ao do pico de carga do sistema. . . 21

3.1 Amostra da velocidades do vento para um per´ıodo de24 horas. . . 26

3.2 Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas estarem fora de servic¸o. . . 26

3.3 Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas estarem fora de servic¸o com um FOR de 0.05. . . 27

3.4 Tabela das probabilidades das disponibilidades das turbinas e ´olicas. . . 28

3.5 Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas de um parque e ´olico. . . 29

4.1 Dados tradicionais do teste RBTS. . . 33

4.2 Resultados obtidos considerando somente pot ˆencia convencional. . . 34

4.3 LOLE para um sistema com pot ˆencia convencional constante e pot ˆencia e ´olica acrescen-tada. . . 34

4.4 Sistema de 750 MW. . . 34

4.5 Pot ˆencia Total Instalada = 240 MW e FOR do vento 1%. . . 34

4.6 Pot ˆencia Total Instalada = 750 MW e FOR do vento 1%. . . 35

4.7 Pot ˆencia convencional acrescentada. . . 35

4.8 Pot ˆencia Convencional Acrescentada. . . 35

(14)

5.2 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o. . . 39

5.3 C ´alculo do UCR incluindo a incerteza na previs ˜ao da carga. . . 40

5.4 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o. . . 42

5.5 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o para um sistema de gerac¸ ˜ao com pot ˆencias com m ´ultiplos estados. . . 42

5.6 Taxas de falha e ORR. . . 49

5.7 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o. . . 49

5.8 ORR para t = 10 minutos. . . 50

5.9 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o no instante de tempo t = 10 minutos. . . 50

5.10 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o incluindo a turbina a g ´as no instante de tempo t = 10 mins. . . 51

5.11 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o incluindo a turbina a g ´as no instante de tempo t = 1 hora. . . 52

5.12 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o incluindo a turbina a g ´as e a HRU no instante de tempo t = 1 hora. . . 53

6.1 Constituic¸ ˜ao do sistema. . . 59

6.2 Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas estarem fora de servic¸o. . . 59

6.3 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o de um parque e ´olico. . . 60

6.4 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema em estudo. . . 60

6.5 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema em estudo. . . 60

6.6 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema em estudo para o instante t = 10 mins. . . 61

6.7 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema em estudo com RSU para o instante t = 10 mins. . . 62

6.8 Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema em estudo com RSU para o instante t = 1 hora. . . 62

7.1 Dados do sistema de gerac¸ ˜ao emestudo. . . 65

7.2 Resultados obtidos para o sistema de gerac¸ ˜ao base. . . 66

7.3 Resultados para o sistema base com adic¸ ˜ao de RSU e HRU. . . 66

7.4 Resultados para o sistema base com pot ˆencia e ´olica e com adic¸ ˜ao de RSU e HRU. . . . 67

7.5 Resultado para o sistema base com 240 MW de pot ˆencia e ´olica. . . 68

(15)

Lista de Tabelas

1.1 Evoluc¸ ˜ao da produc¸ ˜ao de electricidade a partir de fontes renov ´aveis em Portugal entre

1999 e 2012 [2] . . . 1

1.2 Percentagem da energia e ´olica na produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica . . . 2

2.1 Diagrama de carga di ´ario - 8/8/2013. . . 11

2.2 Diagrama de carga mensal - Julho de 2003. . . 11

2.3 Diagrama de carga mensal acumulado - Julho de 2003. . . 12

2.4 Relac¸ ˜ao entre a curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga a pot ˆencia instalada e a reserva. 13 2.5 Curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga simplificada. . . 15

2.6 Per´ıodos de tempo durante os quais ocorre perda de carga. . . 15

2.7 Per´ıodos de tempo durante os quais ocorre perda de carga. . . 16

2.8 Curva da distribuic¸ ˜ao normal dividida em 7 intervalo. . . 18

2.9 Energia n ˜ao fornecida devido a uma dada pot ˆencia se encontrar fora de servic¸o. . . 20

3.1 Distribuic¸ ˜ao de Weibull. . . 24

3.2 Curva caracter´ıstica da pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica. . . 25

3.3 Impacto do uso do modelo separado e junto no LOLE de um sistema. . . 30

3.4 Variac¸ ˜ao do LOLE para diferentes FOR. . . 31

5.1 Modelo de tr ˆes estados [7]. . . 40

5.2 Modelo de tr ˆes estados desprezando os reparos [7]. . . 41

5.3 Modelo de tr ˆes estados simplificado [7]. . . 41

5.4 Curva de risco para o m ´etodo PJM. . . 43

5.5 Curva de risco para o m ´etodo PJM modificado. . . 43

5.6 Modelo das rapid start units. . . 44

5.7 Modelo das hot reserve units. . . 47

6.1 Modelo de Markov para quatro estados de pot ˆencia de sa´ıda do vento. . . 56

6.2 Modelo de Markov para um parque e ´olico com n turbinas. . . 56

(16)
(17)

Lista de acr ´

onimos e s´ımbolos

LOLE Loss of load expectation

LOLP Loss of load probability

PJM Pennsylvania - New Jersey - Maryland

FOR Forced Outage Rate

pk Probabilidade individual

Pk Probabilidade acumulada

σ Desvio padr ˜ao µ M ´edia

EIR Energy index of reliability

Ok Valor de pot ˆencia fora de servic¸o

LOEE Loss of energy expectation

LOEEpu Loss of energy expectation em p.u.

Vci Velocidade de arranque

Vr Velocidade nominal

Vco Velocidade de paragem

Pr Pot ˆencia nominal

Xj Pot ˆencia de sa´ıda do parque eolico

K N ´umero de turbinas do parque e ´olico

C(Vi) Pot ˆencia de sa´ıda de umaturbina e ´olica em func¸ ˜ao da velocidade do vento

u Func¸ ˜ao Heaviside

RBTS Reliability Basic Test System

(18)

HRU Unidades de pot ˆencia de reserva quente

UCR Unit commitment risk

LT Lead time

λ Taxa de falha µ Taxa de reparo

ORR Outage Replacement Rate

λij Taxa de transic¸ ˜ao do estado i para o estado j

Nij N ´umero detrnasic¸ ˜oes do estado i para o estado j

Ti Durac¸ ˜ao do estado i

P(t) Vector de probabilidades

P(0) Vector de probabilidades iniciais

h P

i

Matriz de probabilidades de transic¸ ˜oes estoc ´asticas

CRU Unidades de pot ˆencia de reserva fria

(19)

Cap´ıtulo 1

Introduc¸ ˜ao

1.1

Estado da Arte

O consumo e a procura de energia el ´ectrica t ˆem vindo a crescer ao longo dos anos. At ´e `a data, as fontes de energia convencionais, como o petr ´oleo, o carv ˜ao e o g ´as natural t ˆem conseguido igualar a procura durante s ´eculos. Problemas como o aquecimento global, o aumento dos prec¸os dos combust´ıveis f ´osseis e o facto de estes serem fontes de energia n ˜ao-renov ´aveis obrigam a que novas soluc¸ ˜oes sejam encontradas. Desta forma, a produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica a partir de fontes renov ´aveis de energia tem vindo a ganhar cada vez mais import ˆancia.

As fontes de energia renov ´aveis, contrariamente `as fontes de energia n ˜ao-renov ´aveis (petr ´oleo, carv ˜ao e g ´as), s ˜ao recursos naturais como o sol, o vento, as ondas entre outros, que se renovam naturalmente, ou seja, n ˜ao se esgotam. Entre as v ´arias energias renov ´aveis, a energia e ´olica tem particular interesse, uma vez que ´e das energias renov ´aveis que mais tem crescido nos ´ultimos anos em Portugal, como se pode observar no gr ´afico da figura 1.1. Em 2012 a pot ˆencia e ´olica instalada cifrava-se em 4.525 MW. Em Portugal a energia e ´olica ´e respons ´avel por 17% da produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica como indica o gr ´afico da figura 1.2 [1].

Figura 1.1: Evoluc¸ ˜ao da produc¸ ˜ao de electricidade a partir de fontes renov ´aveis em Portugal entre 1999 e 2012 [2] .

(20)

Figura 1.2: Percentagem da energia e ´olica na produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica .

A energia e ´olica ´e a energia proveniente do vento. Apesar das vantagens associadas ao uso da energia e ´olica, como o reduzido impacto ambiental, uma elevada efici ˆencia de produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica, produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica a um custo conhecido e independente de variac¸ ˜oes futuras dos custos dos hidrocarbonetos, existe o inconveniente da intermit ˆencia do vento: o vento n ˜ao apresenta sempre a mesma velocidade e h ´a alturas em que pode nem existir vento [3].

Devido `a intermit ˆencia do vento e ao facto da energia e ´olica ter uma percentagem cada vez mais elevada na produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica torna-se necess ´ario definir e alocar reserva de pot ˆencia su-ficiente que permita manter um certo n´ıvel de fiabilidade do sistema de energia el ´ectrico, de forma a satisfazer a carga. A fiabilidade de um sistema ´e avaliada atrav ´es de indicadores probabil´ısticos que permitem analisar e melhor definir as reservas de um sistema de energia. De entre esses indicadores salientam-se:

• LOLE, Loss Of Load Expectation - n ´umero de horas ou dias num per´ıodo de um ano em que o pico da carga n ˜ao ´e correspondido por falta de gerac¸ ˜ao de energia;

• LOLP, Loss Of Load Probability - a probabilidade que a procura do sistema exceda a pot ˆencia gerada durante um per´ıodo de tempo.

Um valor aceit ´avel do ´ındice LOLE ´e, por exemplo, 0.05 horas/ano, valor correspondente ao ano de 2009 [4].

As reservas de um sistema podem ser girante ou parada:

• Reserva Girante - ´E a diferenc¸a entre a pot ˆencia activa que ´e poss´ıvel solicitar a um grupo e a pot ˆencia que ele est ´a a fornecer.

• Reserva Parada - Reserva constitu´ıda pelos grupos geradores prontos a arrancar para serem ligados `a rede, fornecendo pot ˆencia activa (exemplos: turbinas a g ´as e grupos hidroel ´ectricos);

(21)

Numa abordagem da fiabilidade a longo prazo, na fase de planeamento, interessa determinar a pot ˆencia instalada de gerac¸ ˜ao que deve existir de forma a satisfazer a carga prevista. A pot ˆencia instalada deve ser tal que assegure um certo n´ıvel de fiabilidade do sistema, tendo em conta as falhas ou limitac¸ ˜oes na produc¸ ˜ao devido `a ocorr ˆencia de avarias e/ou a um repentino decrescimento da pot ˆencia e ´olica a ser produzida.

Na fase operacional, a curto prazo, o problema consiste em determinar qual o impacto que tem a integrac¸ ˜ao de pot ˆencia e ´olica no sistema de energia el ´ectrica tanto na reserva girante, como na reserva parada, de forma a garantir que a carga prevista seja satisfeita.

1.2

Motivac¸ ˜ao

Dado o contexto geral acerca da energia e ´olica exposto na secc¸ ˜ao 1.1, entende-se que as energias renov ´aveis ter ˜ao um papel cada vez mais significante na produc¸ ˜ao de energia el ´ectrica e a tend ˆencia ´e para que cada vez sejam mais utilizadas como fonte de energia.

Ao contr ´ario das fontes de energia convencionais, onde a pot ˆencia de sa´ıda ´e facilmente con-trol ´avel, as fontes de energia renov ´avel s ˜ao intermitentes, existindo assim uma incerteza associada `a sua pot ˆencia de sa´ıda. No caso da energia e ´olica, para al ´em da incerteza associada `a variac¸ ˜ao da velocidade do vento, existe tamb ´em o factor disponibilidade das turbinas e ´olicas.

Dadas as dificuldades apresentadas, ´e interessante verificar de que forma a fiabilidade da rede el ´ectrica ´e afectada atrav ´es do aumento da integrac¸ ˜ao e ´olica.

1.3

Objectivos da dissertac¸ ˜ao e estrutura

O objectivo deste trabalho ´e numa primeira fase estudar, numa an ´alise a longo prazo, de que forma a integrac¸ ˜ao e ´olica influ ˆencia a fiabilidade do sistema el ´ectrico e numa segunda fase estudar uma abordagem a curto prazo e perceber como ´e ent ˜ao afectada a operac¸ ˜ao do sistema el ´ectrico devido `a inclus ˜ao de pot ˆencia e ´olica.

Assim sendo, no cap´ıtulo 2 aborda-se a modelac¸ ˜ao de um sistema de energia constitu´ıdo somente por unidades convencionais e introduz-se o conceito de fiabilidade do sistema atrav ´es de ´ındices que quantificam a n ˜ao satisfac¸ ˜ao da carga por parte da gerac¸ ˜ao.

No cap´ıtulo 3 um estudo semelhante ao do cap´ıtulo 2 ´e realizado abordando a modelac¸ ˜ao das turbinas e ´olicas, como s ˜ao integradas no sistema de energia el ´ectrica e de que forma ´e que a sua integrac¸ ˜ao afecta a fiabilidade do sistema.

No cap´ıtulo 4 aplica-se o modelo apresentado nos cap´ıtulos 2 e 3 a um caso de estudo, por forma a determinar a pot ˆencia de gerc¸ ˜ao a instalar tal que garanta a satisfac¸ ˜ao da carga, respeitando determi-nados ´ındices de fiabilidade.

O quinto cap´ıtulo trata de uma abordagem `a modelac¸ ˜ao de um sistema de energia convencional a curto prazo, denominada por modelo PJM. Introduz-se o conceito de risco do sistema. Introduz-se ainda o modelo PJM modificado e como este modelo pode reduzir o risco do sistema com a introduc¸ ˜ao

(22)

de unidades de pot ˆencia de arranque r ´apido e por unidades de reserva quente, sendo este tipo de unidades conhecidas como reserva operacional.

No sexto cap´ıtulo, explica-se como ´e que a pot ˆencia e ´olica pode ser adaptada ao modelo PJM e como esta ´e integrada no sistema e que efeito provoca no risco do mesmo.

No cap´ıtulo 7 ´e aplicado a um caso de estudo o modelo apresentado nos cap´ıtulos 5 e 6, com o prop ´osito de determinar os montantes de reserva girante e parada necess ´arios que garantam a alimentac¸ ˜ao da carga, respeitando certos ´ındices de fiabilidade.

Finalmente, no cap´ıtulo 8, s ˜ao apresentadas as conclus ˜oes obtidas ap ´os o desenvolvimento deste trabalho.

(23)

Cap´ıtulo 2

Modelac¸ ˜ao de um sistema de gerac¸ ˜ao

convencional

2.1

Introduc¸ ˜ao

No presente cap´ıtulo, faz-se uma an ´alise a longo prazo de um sistema de energia el ´ectrica. ´E intro-duzido e exemplificado o modelo de um sistema de energia com gerac¸ ˜ao convencional para que seja poss´ıvel estudar a sua fiabilidade, por outras palavras, ´e constru´ıdo um sistema de energia composto apenas por unidades de pot ˆencia convencionais e determina-se a pot ˆencia instalada de que o sistema deve dispor de modo a garantir uma adequada qualidade e continuidade de servic¸o.

2.2

Fiabilidade de um sistema

Entende-se por fiabilidade de um sistema como a probabilidade de um dado sistema ser capaz de fornecer a carga prevista num dado per´ıodo de tempo.

Um sistema el ´ectrico por forma a garantir uma boa qualidade de servic¸o deve, a cada instante, igualar a produc¸ ˜ao e o consumo da energia el ´ectrica. Para tal, ´e indispens ´avel que o sistema el ´ectrico disponha de capacidade de produc¸ ˜ao, ou seja, ´e necess ´ario um planeamento da pot ˆencia total que ser ´a necess ´ario instalar que satisfac¸a a carga prevista a longo prazo. A determinac¸ ˜ao dessas margens de reserva ´e o foco do estudo da fiabilidade do sistema.

2.3

Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o

2.3.1

Indisponibilidade da unidade de pot ˆencia - Forced outage rate (FOR) [5]

A noc¸ ˜ao de probabilidade ´e importante para o estudo da fiabilidade. Uma probabilidade ´e um valor compreendido entre 0 e 1, onde 0 representa um acontecimento imposs´ıvel e 1 um acontecimento certo.

(24)

´

E poss´ıvel definir a probabilidade de ocorr ˆencia de um acontecimento favor ´avel (P) como:

P = Nf Np

(2.1) onde,

• Nf ´e o n ´umero de acontecimentos favor ´aveis;

• Np ´e o n ´umero de acontecimentos poss´ıveis.

Geralmente, o c ´alculo de probabilidades em sistemas de engenharia est ´a associado com a regula-ridade de comportamento, que se obt ´em de experi ˆencias repetitivas ou de um funcionamento cont´ınuo. Considere-se que n ´e o n ´umero de vezes que uma dada experi ˆencia ´e repetida e f ´e o n ´umero de ocorr ˆencias de um dado acontecimento. A probabilidade desse dado acontecimento, P, ´e ent ˜ao definida como:

P = lim

n→∞

f

n (2.2)

A determinac¸ ˜ao da probabilidade de indisponibilidade de uma pec¸a de equipamento, como um gera-dor, tem grande import ˆancia na an ´alise da fiabilidade de sistemas de energia el ´ectrica. A probabilidade de um gerador avariar, conhecida por forced outage rate (FOR), ´e ent ˜ao dada por:

F OR = Ta Tf+ Ta

(2.3) onde,

• Ta ´e o tempo de avaria;

• Tf ´e o tempo de funcionamento.

2.3.2

Distribuic¸ ˜ao exponencial [5]

Em estudos de fiabilidade a func¸ ˜ao probabilidade acumulada designa-se por func¸ ˜ao acumulada de ava-rias Q(t). No entanto, para estudar a fiabilidade de um sistema costuma-se determinar a probabilidade de sobreviv ˆencia durante um determinado per´ıodo de tempo, em vez de determinar a probabilidade de ocorr ˆencia de avarias. A func¸ ˜ao de sobreviv ˆencia relaciona-se com a func¸ ˜ao Q(t) da seguinte forma:

R(t) = 1 − Q(t) (2.4)

Sendo t uma vari ´avel aleat ´oria cont´ınua, a derivada da func¸ ˜ao probabilidade acumulada designa-se por func¸ ˜ao densidade probabilidade. No estudo da fiabilidade esta derivada ´e conhecida como a func¸ ˜ao densidade de avarias, f(t):

f (t) = dQ(t) dt = −

dR(t)

(25)

ou Q(t) = Z t 0 f (t)dt (2.6) e R(t) = 1 − Z t 0 f (t)dt (2.7)

Visto que a ´area debaixo da func¸ ˜ao densidade de avaria deve ser unit ´aria, a equac¸ ˜ao 2.7 pode-se reescrever da seguinte forma:

R(t) = Z ∞

t

f (t)dt (2.8)

´

E importante introduzir a func¸ ˜ao taxa de exposic¸ ˜ao, λ(t):

λ(t) = Na Nc

(2.9) onde,

• Na ´e o n ´umero de avarias por unidade de tempo;

• Nc ´e o n ´umero de componentes expostas `a avaria.

A func¸ ˜ao 2.9 indica qual a tend ˆencia para um dado componente ou equipamento avariar. Supondo um exemplo com N0componentes id ˆenticos, sendo Ns(t)o n ´umero de componentes que sobrevivem no

instante t e Nf(t)o n ´umero de componentes que avariam no instante t. Obt ´em-se N0= Ns(t) + Nf(t).

A func¸ ˜ao de sobreviv ˆencia ´e dada por:

R(t) = Ns(t) N0

= 1 − Nf(t) N0

(2.10) Da mesma forma a func¸ ˜ao de avaria ´e dada por:

Q(t) =Nf(t) N0

(2.11) A partir da equac¸ ˜ao 2.9 obt ´em-se a equac¸ ˜ao da taxa de exposic¸ ˜ao em func¸ ˜ao do tempo:

λ(t) = 1 Ns(t) dNf(t) dt (2.12) =N0 N0 1 Ns(t) dNf(t) dt = N0 Ns(t) 1 N0 dNf(t) dt = 1 R(t) (2.13)

(26)

λ(t) = − 1 R(t)

dR(t)

dt (2.14)

Integrando 2.14 entre 0 e t tem-se:

Z R(t) 1 1 R(t) = Z t 0 −λ(t)dt ln R(t) = Z t 0 −λ(t)dt R(t) = e−R0tλ(t)dt (2.15)

Quando λ ´e constante e independente do tempo, a equac¸ ˜ao 2.15 pode-se escrever da seguinte forma:

R(t) = e−λt (2.16)

A equac¸ ˜ao 2.16 descreve uma func¸ ˜ao de distribuic¸ ˜ao exponencial, motivo pelo qual se usa a distribuic¸ ˜ao exponencial quando se estuda a fiabilidade, caso λ seja constante.

2.3.3

Algoritmo recursivo para a construc¸ ˜ao da tabela [6]

A tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o ´e uma tabela que cont ´em os diferentes n´ıveis de pot ˆencia e as probabilidades de estarem em cada um desses diferentes n´ıveis. Esta tabela pode ser constru´ıda usando um algoritmo, que permite tanto acrescentar unidades de pot ˆencia, como retirar. A utilizac¸ ˜ao deste algoritmo, permite tamb ´em a inclus ˜ao de unidades de pot ˆencia que possam estar em mais estados, para al ´em dos estados em que se encontra totalmente em funcionamento ou, simplesmente, avariado, chamadas pot ˆencias de multi-estados. O uso deste algoritmo ´e demonstrado abaixo para dois exemplos distintos. Um exemplo sem unidades de pot ˆencia com m ´ultiplos estados e outro exemplo que inclua unidades de pot ˆencias com m ´ultiplos estados.

Exemplo 1 - Sem pot ˆencias multi-estado

A probabilidade acumulada de um determinado estado de pot ˆencia de sa´ıda, X M W ´e dada por:

P (X) = (1 − U ) · P0(X) + (U ) · P0(X − C) (2.17) onde,

• P(X) - probabilidade de ter uma pot ˆencia de X M W ou superior fora de servic¸o ap ´os ser acres-centada uma nova unidade de pot ˆencia;

• P’(X) - probabilidade de ter uma pot ˆencia de X M W ou superior fora de servic¸o antes de uma nova unidade de pot ˆencia ser acrescentada;

(27)

• U - probabilidade da pot ˆencia a ser acrescentada estar fora de servic¸o, tamb ´em conhecido como (F OR).

A express ˜ao 2.17 ´e inicializada com P0(X) = 1para X <= 0 e P0(X) = 0caso contr ´ario.

Usando os dados da tabela 2.1 e a f ´ormula 2.17 a tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o ´e criada, sequencialmente, como se demonstra abaixo:

1. Acresecentar a 1aunidade de pot ˆencia P (0) = (1 − 0.02) · (1.0) + (0.02) · (1.0) = 1.0 P (2.5) = (1 − 0.02) · (0) + (0.02) · (1 − 0) = 0.02 2. Acresecentar a 2aunidade de pot ˆencia

P (0) = (1 − 0.02) · (1.0) + (0.02) · (1.0) = 1.0 P (25) = (1 − 0.02) · (0.02) + (0.02) · (1.0) = 0.0396 P (50) = (1 − 0.02) · (0) + (0.02) · (0.02) = 0.0004 3. Acrescentar a 3ae ´ultima unidade

P (0) = (1 − 0.02) · (1.0) + (0.02) · (1.0) = 1.0

P (25) = (1 − 0.02) · (0.0396) + (0.02) · (1.0) = 0.058808 P (50) = (1 − 0.02) · (0.0004) + (0.02) · (1.0) = 0.020392 P (75) = (1 − 0.02) · (0) + (0.02) · (0.0396) = 0.000792 P (100) = (1 − 0.02) · (0) + (0.02) · (0.0004) = 0.000008

Tabela 2.1: Dados do sistema.

Pot ˆencia(M W ) F OR(F orcedOutageRate) 1 − F OR

25 0.02 0.98

25 0.02 0.98

50 0.02 0.98

Exemplo 2 - Com pot ˆencias multi-estado [7]

Para que as pot ˆencias multi-estados sejam inclu´ıdas a equac¸ ˜ao 2.17 pode ser modificada e obt ´em-se a ´em-seguinte: P (X) = n X i=1 pi· P0(X − Ci) (2.18) onde,

• n - n ´umero de estados de pot ˆencia fora de servic¸o;

• Ci- estado i da pot ˆencia de sa´ıda para a unidade de pot ˆencia a ser acrescentada;

• pi- probabilidade de estar no estado de pot ˆencia i;

(28)

Tabela 2.2: Dados da pot ˆencia de tr ˆes estados de 50 M W . Estado Pot ˆencia fora de servic¸o(M W ) Probabilidade do estado (pi)

1 0 0.960

2 20 0.033

3 50 0.007

Usando a equac¸ ˜ao 2.18 e considerando a unidade de 50 M W do exemplo anterior, uma unidade de pot ˆencia com tr ˆes estados, como se encontra na tabela 2.2, a tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o ´e criada da seguinte forma:

P (0) = (0.96) · (1.0) + (0.033) · (1.0) + (0.007) · (1.0) = 1.0 P (20) = (0.96) · (0.0396) + (0.033) · (1.0) + (0.007) · (1.0) = 0.078016 P (25) = (0.96) · (0.0396) + (0.033) · (0.0396) + (0.007) · (1.0) = 0.0463228 P (45) = (0.96) · (0.0004) + (0.033) · (0.0396) + (0.007) · (1.0) = 0.0086908 P (50) = (0.96) · (0.0004) + (0.033) · (0.0004) + (0.007) · (1.0) = 0.0073972 P (70) = (0.96) · (0) + (0.033) · (0.0004) + (0.007) · (0.0396) = 0.0002904 P (75) = (0.96) · (0) + (0.033) · (0) + (0.007) · (0.0396) = 0.0002772 P (100) = (0.96) · (0) + (0.033) · (0) + (0.007) · (0.0004) = 0.0000028

2.4

Carga - Indices de medic¸ ˜ao da fiabilidade do sistema

2.4.1

Diagrama de carga

Com as tabelas de probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o constru´ıdas na secc¸ ˜ao anterior, torna-se poss´ıvel, utilizando tamb ´em um diagrama de cargas calcular um ´ındice de risco do sistema. Existem diferentes tipos de diagramas de carga, como os que se apresentam nas figuras 2.1 e 2.2 [8].

Nas figuras acima apresentadas, tem-se um diagrama de carga di ´ario, 2.1, que como o nome indica ´e um diagrama representativo da carga consumida ao longo de um dia. No segundo diagrama, figura 2.2, o diagrama de carga mensal indica o valor m ´aximo di ´ario da carga.

Por forma a que seja poss´ıvel estudar a fiabilidade do sistema, usa-se o digrama de carga mensal, figura 2.2, onde cada dia do m ˆes ´e representado pelo valor de carga m ´aximo desse dia. Este diagrama pode ser rearranjado e obt ´em-se uma diagrama de cargas acumulado, designado por curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario da carga, que se pode observar na figura 2.3.

O diagrama obtido na figura 2.3, se for obtido n ˜ao atrav ´es dos valores m ´aximos di ´arios da carga, mas sim dos valores de carga a cada hora, designa-se por curva de durac¸ ˜ao da carga e a ´area que se encontra por debaixo da curva representa a energia consumida naquele determinado per´ıodo de tempo. Tal n ˜ao acontece com a curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga.

2.4.2

LOLE - Loss of load expectation [6]

Combinando as tabelas de probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o da secc¸ ˜ao 2.3 com o diagrama de carga apresentadona secc¸ ˜ao anterior (2.4.1), obt ´em-se o risco expect ´avel de perda de carga. O

(29)

0 5 10 15 20 25 4000 4500 5000 5500 6000 6500

Figura 2.1: Diagrama de carga di ´ario - 8/8/2013.

0 5 10 15 20 25 30 35 5500 6000 6500 7000 7500 8000

(30)

0 5 10 15 20 25 30 35 5500 6000 6500 7000 7500 8000

Figura 2.3: Diagrama de carga mensal acumulado - Julho de 2003.

valor desse risco vem em dias, caso seja usada a curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario da carga (figura 2.3), ou em horas, caso seja usada a curva de durac¸ ˜ao de carga.

Para uma boa compreens ˜ao da definic¸ ˜ao do risco expect ´avel de perda de carga ´e importante per-ceber a diferenc¸a entre ’pot ˆencias fora de servic¸o’ e ’perda de carga’. O termo ’perdas de carga’ indica uma perda na gerac¸ ˜ao, que poder ´a ou n ˜ao resultar numa incapacidade de satisfazer a carga, depen-dendo da margem de gerac¸ ˜ao da pot ˆencia de reserva, assim como do n´ıvel de carga do sistema. Uma ’perda de carga’ ocorre somente quando pot ˆencia de carga do sistema excede a pot ˆencia de gerac¸ ˜ao dispon´ıvel.

O ´ındice estudado neste trabalho ´e o LOLE - Loss of load expectation. O LOLE indica o n ´umero de dias durante um determinado per´ıodo de tempo em que a carga m ´axima di ´aria excede a pot ˆencia dis-pon´ıvel. Usando as cargas m ´aximas di ´arias juntamente com as tabelas de probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o tem-se:

LOLE = n X i=1 Pi· (Ci− Li), dias/periodo (2.19) onde,

• Ci- pot ˆencia dispon´ıvel no dia i;

• Li- previs ˜ao da carga m ´axima no dia i;

• Pi· (Ci− Li)- probabilidade de perda de carga no dia i. Este valor obt ´em-se directamente da

(31)

Como forma de exemplo, usando a tabela 2.1 que representa um sistema de 100 M W e os dados da carga da tabela 2.3 para um per´ıodo de 365 dias e usando a equac¸ ˜ao 2.19 tem-se:

LOLE = 12 · (100 − 57) + 83 · (100 − 52) + 107 · (100 − 46) + 116 · (100 − 41) + 47 · (100 − 34) = 12 · (0.020392) + 83 · (0.20392) + 107 · (0.000792) + 116 · (0.000792) + 47 · (0.000792) = 2.15108dias/ano

Tabela 2.3: Dados da carga usados para estudar o LOLE. Carga m ´axima di ´aria (M W ) 57 52 46 41 34

N ´umero de ocorr ˆencias 12 83 107 116 47

Tamb ´em se pode calcular o LOLE atrav ´es da curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga. Por forma a facilitar os c ´alculos o modelo do sistema da carga assume-se linear e pode ent ˜ao ser representado plea curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga que se encontra na figura 2.4.

0 50 100 150 200 250 300 350 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Percentagem de dias (%)

Pico da carga diário (MW)

Potência instalada (MW) Reserva O k t k

Figura 2.4: Relac¸ ˜ao entre a curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga a pot ˆencia instalada e a reserva. onde,

• Ok - ´e a pot ˆencia fora de servic¸o;

• tk- ´e o intervalo de tempo onde um valor de pot ˆencia fora de servic¸o Okresultaria numa perda de

carga.

Assim, verifica-se que qualquer valor de pot ˆencia fora deservic¸o, Okinferior `a reserva n ˜ao contribui

para o c ´alculo do LOLE. Por outro lado, pot ˆencias fora de servic¸o superiores ao valor da reserva resul-tam num per´ıodo de tempo vari ´avel, tk, onde pode ocorrer perda de carga. Em termos matem ´aticos, a

pot ˆencia fora de servic¸o, Ok, ´e representado por:

Ok = pk· tk

(32)

LOLE =

n

X

k=1

pk· tk (2.20)

O valor do LOLE vem expresso em unidades de tempo. A equac¸ ˜ao 2.20 usa as probabilidades individuais, pk, mas pode ser modificada para usar as probabilidades acumuladas das pot ˆencias fora

de servic¸o, Pk: LOLE = n X k=1 (tk− tk−1) · Pk (2.21)

Se a curva de carga usada na figura 2.4 ´e a curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga o valor do LOLE vem em dias por per´ıodo de tempo estudado. Se a curva de carga for a curva de durac¸ ˜ao de carga o valor do LOLE vem em horas por per´ıodo de tempo estudado.

2.4.3

C ´alculo do LOLE

Considere-se o sistema da tabela 2.4. A tabela de probabilidades das pot ˆencias fora de sevic¸o deste sistema encontra-se na tabela 2.10. Os valores inferiores a 10−6podem ser desprezados e de forma

a facilitar os c ´alculos o modelo do sistema da carga assume-se linear e ´e representado pela curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga que se encontra na figura 2.5

Tabela 2.4: Dados do sistema usado para exemplificar o LOLE.

N ´umero de unidades Pot ˆencia(M W ) F OR(F orcedOutageRate) 1 − F OR

5 40 M W 0.01 0.99

Tabela 2.5: Tabela de probabilidade das pot ˆencias fora de servic¸o para o sistema da tabela 2.4. Pot ˆencia fora de servic¸o (M W ) Probabilidade individual Probabilidade acumulada

0 0.95099 1

40 0.04803 0.04901

80 0.0009703 0.00098015

120 0.000009801 0.0000098506

O per´ıodo de estudo, neste exemplo, ´e de um ano, portanto, o valor de 100% no eixo das abcis-sas corresponde a 365 dias. O valor m ´aximo da carga ´e de 160 M W que corresponde no eixo das ordenadas ao valor de 100%.

Para o c ´alculo do LOLE ´e poss´ıvel usar tanto as probabilidades individuais, assim como as probabili-dades acumuladas. Ambos os m ´etodos s ˜ao aqui exemplificados. Recorrendo `a equac¸ ˜ao 2.20 obt ˆem-se os c ´alculos da tabela 2.6. O per´ıodo de tempo, tk, est ´a exemplificado na figura 2.6

Da mesma forma, mas usando as probabilidades acumuladas e recorrendo agora `a equac¸ ˜ao 2.21, demonstra-se na tabela 2.7 os c ´alculos efectuados para obter o LOLE.

(33)

0 20 40 60 80 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Percentagem de dias (%)

Pico da carga diário (%)

Figura 2.5: Curva de variac¸ ˜ao do pico di ´ario de carga simplificada.

Tabela 2.6: C ´alculo do LOLE usando as probabilidades individuais.

Pot ˆencia Pot ˆencia Probabilidade

fora de servic¸o (MW) dispon´ıvel (MW) individual Tempo tk (%) LOLE

0 200 0.950991 0 -40 160 0.048029 0 -80 120 0.000971 41.7 0.0404907 120 80 0.000009 83.4 0.0007506 1 0.0412413 % 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 Tempo (%)

Pico da carga diário (MW)

T 4 = 41.7% O 3 = 80 MW t 3 = T3 = 41.7% t 4 = 83.4% O 4 = 120 MW Potência instalada = 200 MW O 2 = 40 MW Reserva

Figura 2.6: Per´ıodos de tempo durante os quais ocorre perda de carga.

Tabela 2.7: C ´alculo do LOLE usando as probabilidades acumuladas.

Pot ˆencia Pot ˆencia Probabilidade

fora de servic¸o (MW) dispon´ıvel (MW) acumulada Tempo Tk (%) LOLE

0 200 1 0

-40 160 0.049009 0

-80 120 0.000980 41.7 0.0408660

120 80 0.000009 41.7 0.0003753

(34)

2.4.4

Variac¸ ˜

oes no c ´alculo do LOLE

Na secc¸ ˜ao anterior, secc¸ ˜ao 2.4.3, ´e exemplificado o c ´alculo do ´ındice de risco LOLE aplicado a um sistema cuja pot ˆencia total instalada ´e 200 M W e onde o valor m ´aximo observado no sistema da carga

´e 160 M W .

Para melhor compreender de que forma varia o ´ındice LOLE, este ´e tamb ´em estudado mantendo o sistema da tabela 2.4, mas variando o valor de pico do sistema de carga. Assim, continuando a usar o modelo de carga da figura 2.5, utilizando ou a equac¸ ˜ao 2.20 ou a equac¸ ˜ao 2.21, uma vez que o resultado obtido ´e o mesmo, e variando o valor de pico obt ˆem-se os resultados da tabela 2.8.

Tabela 2.8: C ´alculo do LOLE variando os valores de pico de carga do sistema. Pico de carga do sistema (M W ) LOLE (dias/ano)

200 6.0833 190 4.8343 180 3.4465 170 1.8955 160 0.15055 150 0.12084 140 0.086879 130 0.047698 120 0.0019874 110 0.0016261 100 0.0011925

Na figura 2.7, observa-se de que forma varia o LOLE com o aumento do pico de carga do sistema.

100 120 140 160 180 200 0 1 2 3 4 5 6 7

Pico de carga do sistema (MW)

LOLE (dias/ano)

Figura 2.7: Per´ıodos de tempo durante os quais ocorre perda de carga.

Outra forma de estudar a reacc¸ ˜ao do ´ındice de risco LOLE ´e variando a probabilidade de um valor de pot ˆencia estar fora de servic¸o, isto ´e, variando o FOR como se encontra na tabela 2.9.

(35)

Tabela 2.9: C ´alculo do LOLE variando os valores do FOR. LOLE (dias/ano)

FOR

Pico de carga do sistema (MW) 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05

200 6.0833 12.165 18.257 24.330 30.411 190 4.8343 9.727 14.683 19.696 24.764 180 3.4465 7.024 10.729 14.556 18.502 170 1.8955 3.998 6.304 8.804 11.494 160 0.15055 0.596 1.328 2.337 3.614 150 0.12084 0.480 1.073 1.894 2.939 140 0.086879 0.347 0.781 1.388 2.167 130 0.047698 0.194 0.445 0.805 1.279

Da tabela 2.9 verifica-se que, para uma pot ˆencia total instalada constante, `a medida que se aumenta o valor do pico de carga do sistema, o ´ındice LOLE vai aumentando. Tal acontece porque, ao se aumentar a carga e manter-se constante a pot ˆencia instalada est ´a-se a diminuir a reserva de pot ˆencia do sistema, tornando-o menos fi ´avel. Tamb ´em se pode constatar que, os valores tomados pelo LOLE aumentam com o aumento da probabilidade de uma unidade de pot ˆencia se encontrar fora de servic¸o, uma vez que, quanto maior ´e o FOR, maior a probabilidade de uma unidade se encontrar indipon´ıvel e, consequentemente, o sistema torna-se menos fi ´avel.

2.5

Inclus ˜ao da manutenc¸ ˜ao no c ´alculo do LOLE

O c ´alculo do LOLE, at ´e ao momento, tem considerado que a pot ˆencia instalada se mant ´em, durante o per´ıodo em estudo, sempre constante. Por ´em, tal facto n ˜ao ´e realista, visto que os geradores necessi-tam de ser retiradas de servic¸o para que seja feita a sua manutenc¸ ˜ao. Diversos m ´etodos s ˜ao usados para ter em considerac¸ ˜ao a manutenc¸ ˜ao dos geradores do sistema.

O m ´etodo mais exacto de incluir a manutenc¸ ˜ao no c ´alculo do LOLE implica modificar a tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o sempre que uma unidade de pot ˆencia estiver em manutenc¸ ˜ao. Esta modificac¸ ˜ao tem um sen ˜ao, uma vez que ´e um processo bastante demorado.

Contudo, existem processos mais simples e r ´apidos de incluir a manutenc¸ ˜ao no c ´alculo do LOLE. O primeiro m ´etodo consiste na subtrac¸ ˜ao da pot ˆencia em manutenc¸ ˜ao da pot ˆencia instalada, ficando o sistema, desta forma, com uma reserva menor e sem necessidade de alterar a tabela das probabil-dades das pot ˆencias fora de servic¸o. O segundo m ´etodo adiciona a pot ˆencia em manutenc¸ ˜ao `a carga. Dado que, em condic¸ ˜oes normais, a manuntenc¸ ˜ao apenas ´e realizada nos per´ıodos de menor carga, a pot ˆencia em manutenc¸ ˜ao so ´e adicionada durante estes per´ıodos.

2.6

Incerteza na previs ˜ao da carga [7]

Na secc¸ ˜ao 2.4.3, aquando do c ´alculo do ´ındice de risco LOLE, considerou-se a previs ˜ao da carga sem-pre exacta, ou seja, n ˜ao se teve em considerac¸ ˜ao o erro que existe na sem-previs ˜ao da carga. Na realidade, a previs ˜ao da carga ´e feita atrav ´es da an ´alise da evoluc¸ ˜ao do consumo em per´ıodos anteriores, pelo

(36)

que h ´a sempre uma diferenc¸a entre o valor real e o valor previsto da carga. A incerteza associada `a carga pode ser descrita por uma distribuic¸ ˜ao probabil´ıstica, sendo usualmente utilizada a distribuic¸ ˜ao normal, onde a m ´edia da distribuic¸ ˜ao ´e o valor previsto do pico da carga.

2.6.1

Distribuic¸ ˜ao Normal [5]

A distribuic¸ ˜ao normal ´e caracterizada pela func¸ ˜ao densidade de probabilidade:

f (x) =√1 2πσ · e

−(x−µ)2

2σ2 , −∞ < x < ∞ (2.22)

em que,

• µ - ´e o valor m ´edio de x; • σ - ´e o desvio padr ˜ao de x.

A incerteza na previ ˜ao da carga pode ser inclu´ıda no c ´alculo do LOLE, representando a func¸ ˜ao de distribuic¸ ˜ao normal por intervalos, dependendo o n ´umero de intervalos da precis ˜ao pretendida para os resultados. Na figura 2.8 est ´a representada uma func¸ ˜ao de distribuic¸ ˜ao discretizada em 7 intervalos, com a probabilidade associada a cada um dos intervalos indicada.

Figura 2.8: Curva da distribuic¸ ˜ao normal dividida em 7 intervalo.

A probabilidade de ocorr ˆencia da carga prevista, ou seja, do valor m ´edio da distribuic¸ ˜ao normal, ´e de 0.382 o que significa que o risco calculado para o valor da carga prevista tem tamb ´em uma probabilidade de 0.382 associada.

2.6.2

C ´alculo do LOLE com incerteza na previs ˜ao da carga [7]

O LOLE com incerteza na previs ˜ao da carga ´e ent ˜ao calculado para cada carga representada por cada um dos 7 intervalos, multiplicados pela probabilidade de ocorr ˆencia dessa carga e no final todas as contribuic¸ ˜oes s ˜ao somadas.

(37)

Considerando um sistema pequeno como exemplo para exemplificar o c ´alculodo LOLE, constitu´ıdo por doze unidades de 5MW cada e cuja probabilidade de estar fora de servic¸o, FOR, ´e 0.01. A tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o deste sistema encontra-se na tabela 2.10. O modelo do sistema da carga ´e o mesmo usado na secc¸ ˜ao 2.4.3 da figura 2.5.

Tabela 2.10: Tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o. Pot ˆencias fora de servic¸o (MW) Probbabilidades acumuladas

0 1 5 0.11362 10 0.0061745 15 0.00020562 20 0.0000046423 25 0.0000000747

Neste exemplo, ´e considerado um per´ıodo de estudo de 1 m ˆes que equivale a 720 horas, uma carga prevista de 50 MW, que corresponde `a m ´edia da dsitribuic¸ ˜ao normal, µ = 50, e um desvio padr ˜ao de 2% que corresponde a 1 MW de desvio da carga prevista. Desta forma, o c ´alculo do LOLE incluindo a incerteza na previs ˜ao da carga ´e demonstrado na tabela 2.11.

Tabela 2.11: C ´alculo do LOLE inclu´ındo a incerteza na previs ˜ao da carga.

(1) (2) (3) (4)

N ´umero de desvios Probabilidadade LOLE (horas/m ˆes)

padr ˜ao da m ´edia Carga (MW) da carga da carga em (2) (3) ∗ (4)

−3σ = 0.06 50 − (50 · 0.06) = 47 0.006 0.011079 0.0000491 −2σ = 0.04 48 0.061 0.015987 0.00086313 −σ = 0.02 49 0.242 0.020694 0.0050073 0.00 50 0.382 0.025213 0.010059 +σ = 0.02 50 + (50 · 0.02) = 51 0.242 0.1700 0.041135 +2σ = 0.04 52 0.061 0.30922 0.016695 +3σ = 0.06 53 0.006 0.44318 0.0019641 Total 0.075772

O valor do LOLE, com a inclus ˜ao da incerteza na previs ˜ao da carga, aumenta de 0.025213 para 0.075772 com 2% de incerteza.

2.7

Indices de perda de energia

2.7.1

EIR - Energy index of reliability

Na abordagem usada para se obter o ´ındice de risco LOLE, ´e utilizada a curva de variac¸ ˜ao do pico de carga di ´ario para calcular o n ´umero expect ´avel de dias, durante um determinado per´ıodo, em que o valor da carga excede o total de pot ˆencia instalada. O ´ındice LOLE pode tamb ´em ser calculado atrav ´es da curva de durac¸ ˜ao da carga. A ´area por debaixo dessa curva representa a energia que ´e necess ´ario fornecer naquele determinado per´ıodo de tempo e pode ser ´util no c ´alculo da previs ˜ao de energia n ˜ao fornecida devido `a insufici ˆencia de pot ˆencia instalada.

Para al ´em da previs ˜ao de energia n ˜ao fornecida, pode-se, tamb ´em, obter o r ´acio entre a energia n ˜ao fornecida `a carga devido a insufici ˆencia na gerac¸ ˜ao e o da energia total que ´e necess ´ario fornecer

(38)

`a carga. Para uma dada curva de durac¸ ˜ao de carga, o r ´acio ´e independente do per´ıodo de tempo considerado. O r ´acio ´e, por norma, um valor bastante pequeno, menor do que um e designa-se por ´ındice da n ˜ao fiabilidade de energia, energy index of unreliability. No entanto, ´e costume subtrair este valor `a unidade, obtendo-se assim o r ´acio entre a energia que ser ´a fornecida `a carga e a energia total que ´e necess ´aria fornecer `a carga. Este r ´acio ´e conhecido como ´ındice da fiabilidade da energia, energy index of reliability (EIR).

Na figura 2.9 demonstra-se um exemplo de energia que n ˜ao ´e fornecida `a carga devido a uma dada pot ˆencia se encontrar fora de servic¸o. A ´area a sombreado da figura 2.9 representa a energia n ˜ao fornecida. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Tempo (%) em que a carga não é fornecida pela potência

Pico da carga diário (MW)

Potência fora de serviço, O

k

Potência total instalada Reserva

E

k

Figura 2.9: Energia n ˜ao fornecida devido a uma dada pot ˆencia se encontrar fora de servic¸o.

Sendo:

• Ok - valor da pot ˆencia fora de servic¸o;

• Pk - probabilidade da pot ˆencia Okse encontrar fora de servic¸o;

• Ekenergia n ˜ao fornecida por uma pot ˆencia de valor Ok.

A probabilidade de um dado valor de energia n ˜ao ser fornecido ´e dado pelo produto Ek· Pk. A soma

de todos estes produtos resulta no ´ındice expectativa de perda de energia, loss of energy expectation (LOEE): LOEE = n X k=1 Ek· Pk (2.23)

A equac¸ ˜ao 2.23 pode ser normalizada se se utilizar a energia total representada por debaixo da curva de durac¸ ˜ao de carga, E, obtendo-se assim:

LOEEp.u. = n X k=1 Ek· Pk E (2.24)

(39)

O valor de LOEE normalizado, equac¸ ˜ao 2.24, representa o r ´acio entre a energia prov ´avel de n ˜ao ser fornecida `a carga devido `a falta de pot ˆencia dispon´ıvel e a energia total que ´e necess ´aria fornecer

`a carga. O ´ındice EIR,energy indexof reliability ´e dado por:

EIR = 1 − LOEEp.u. (2.25)

Este m ´etodo ´e aplicado ao sistema da tabela 2.12, por forma a exemplificar o c ´alculo do ´ındice EIR. Utilizou-se a curva de carga simplificada da figura 2.5. Assim, na tabela 2.13 apresentam-se os valores do ´ındice EIR em func¸ ˜ao do pico de carga do sistema.

Tabela 2.12: Dados do sistema. N ´umero de Unidades Pot ˆencia (MW) FOR

2 5 0.01 1 10 0.02 4 20 0.015 1 20 0.025 1 40 0.02 3 40 0.03 2 60 0.02

Tabela 2.13: ´Indice EIR em func¸ ˜ao do pico de carga do sistema.

Pico de carga (MW) LOEE LOEEp.u. EIR

390 58.406 0.0021394 0.99786 380 36.303 0.0013648 0.99864 370 21.056 0.00081297 0.99919 360 11.639 0.00046186 0.99954 350 6.4064 0.00026148 0.99974 340 3.4619 0.00014546 0.00085 330 1.9816 0.00008579 0.99991 320 1.0527 0.00004699 0.99995 310 0.52474 0.0000242 0.0.99998 300 0.24709 0.0000118 0.99999 290 0.12787 0.0000063 0.99999

(40)
(41)

Cap´ıtulo 3

Modelac¸ ˜ao da gerac¸ ˜ao e ´

olica

3.1

Introduc¸ ˜ao

Actualmente, o recurso `as energias renov ´aveis est ´a em crescimento, em particular, o recurso `a energia e ´olica, uma vez que, de entre as energias renov ´aveis, ´e aquela que tem um investimento por unidade de pot ˆencia instalado menor.

O estudo do impacto da integrac¸ ˜ao da energia e ´olica no sistema el ´ectrico implica o estabelecimento de modelos para a velocidade do vento e para a turbina e ´olica.

O objectivo deste cap´ıtulo ´e o estabelecimento deste modelo e integrac¸ ˜ao deste com o modelo da gerac¸ ˜ao convencional.

3.2

Previs ˜ao da velocidade do vento

Uma das dificuldades da integrac¸ ˜ao da energia e ´olica no sistema el ´ectrico, deve-se ao facto da veloci-dade do vento ser intermitente e inconstante e n ˜ao ser facilmente previs´ıvel.A variac¸ ˜ao de velociveloci-dade do vento pode ser modelada atrav ´es de registos das medidas da velocidade do vento. Contudo, estas me-didas s ˜ao v ´alidas para uma localizac¸ ˜ao em particular e n ˜ao descrevem a variac¸ ˜ao global da velocidade do vento.

Uma forma poss´ıvel de obviar esta dificuldade consiste em utilizar a distribuic¸ ˜ao de Weibull. A determinac¸ ˜ao da func¸ ˜ao densidade de probabilidade de Weibull exige o conhecimento de dois par ˆametros: o factor de forma, k, e o factor de escala, c. Estes par ˆametros podem ser calculados com base no co-nhecimento do valor m ´edio e do desvio padr ˜ao da velocidade do vento. A figura 3.1 ilustra a func¸ ˜ao den-sidade de probabilidade de ocorr ˆencia de uma determinada velocidade de vento e func¸ ˜ao de denden-sidade de probabilidade de Weibull obtida com base no valor m ´edio e vari ˆancia deste registo de velocidades de vento [9].

(42)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 0 200 400 600 800 1000 1200

Figura 3.1: Distribuic¸ ˜ao de Weibull.

3.3

Pot ˆencia de sa´ıda caracter´ıstica de uma turbina e ´

olica

Ao contr ´ario das unidades de pot ˆencia convencionais onde, usualmente, existem dois valores de pot ˆencia poss´ıveis, pot ˆencia nominal ou zero, as turbinas e ´olicas exibem valores de pot ˆencia que dependem da velocidade do vento. O n ´umero de valores de pot ˆencia considerados depende da precis ˜ao que se estabelecer.

A pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica depende n ˜ao s ´o da velocidade do vento, mas tamb ´em das caracter´ısticas da pr ´opria turbina. Na figura 3.2 encontra-se a curva caracter´ıstica da pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica.

Uma turbina e ´olica comec¸a a gerar pot ˆencia quando a velocidade do vento ultrapassa a velocidade de arranque, Vci. `A velocidade nominal, Vr, a pot ˆencia de sa´ıda da turbina e ´olica permanece constante

no valor da pot ˆencia nominal da turbina e caso a velocidade do vento ultrapase a velocidade de pa-ragem, Vco, a turbina desliga. Entre a velocidade de arranque e a velocidade nominal a relac¸ ˜ao entre

a pot ˆencia e as velocidades do vento n ˜ao ´e linear. Devido `as constantes variac¸ ˜oes da velocidade do vento a pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica varia entre 0 e a pot ˆencia nominal, Pr.s

Desta forma, a pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica pode ent ˜ao ser calculada da seguinte ma-neira [10]:

(43)

Figura 3.2: Curva caracter´ıstica da pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica.                    0 , 0 ≤ V < Vci (A + B · V + C · V2) · P r , Vci≤ V < Vr Pr , Vr≤ V < Vco 0 , V ≥ Vco (3.1)

As constantes A, B e C s ˜ao obtidas em func¸ ˜ao das velocidades de arranque Vci e nominal Vr, a

partir de: A = 1 (Vci− Vr)2 · " Vci· (Vci+ Vr) − 4(Vci· Vr) ·  Vci+ Vr 2Vr 3# (3.2) B = 1 (Vci− Vr)2 · " 4(Vci+ Vr) ·  Vci+ Vr 2Vr 3 − (3Vci+ Vr) # (3.3) C = 1 (Vci− Vr)2 · " 2 − 4 Vci+ Vr 2Vr 3# (3.4)

Com o prop ´osito de estudar o impacto que a integrac¸ ˜ao da energia e ´olica tem no sistema el ´ectrico, ´e essencial criar um modelo de probabilidades. Enquanto as unidades de pot ˆencia convencional podem-se encontrar em dois ou tr ˆes n´ıveis de pot ˆecnia, cada turbina e ´olica ´e reprepodem-sentada por um modelo de m ´ultiplos n´ıveis de pot ˆencia.

Assim sendo, e uma vez que a distribuic¸ ˜ao que melhor representa as velocidades do vento ´e a distribuic¸ ˜ao de Weibull, usando como ferramente o programa Matlab, cria-se uma s ´erie de ventos que s ˜ao gerados de forma aleat ´oria pela func¸ ˜ao wblrnd e que representam a velocidade m ´edia do vento a cada hora. Assim, na tabela 3.1 apresenta-se uma s ´erie de velocidades de vento geradas num per´ıodo de 24 horas.

(44)

Tabela 3.1: Amostra da velocidades do vento para um per´ıodo de24 horas. Hora(h) 1 2 3 4 5 6 7 8 Velocidade vento (m/s) 5.9481 3.5561 4.6397 6.4122 5.1287 5.7979 6.7606 5.4208 Hora(h) 9 10 11 12 13 14 15 16 Velocidade vento (m/s) 6.5339 5.5494 8.1587 4.1393 6.6235 5.9357 5.5319 8.1095 Hora 17 18 19 20 21 22 23 24 Velocidade vento 5.6595 5.4578 4.8931 6.7487 6.7801 4.3595 5.0836 5.7136

A partir das velocidades m ´edias de cada hora pode-se construir uma tabela com as probabilida-des associadas a cada n´ıvel de pot ˆencia. Para tal, calculam-se as pot ˆencias correspondentes a cada velocidade m ´edia hor ´aria. Uma vez que, como j ´a foi dito anteriormente, a pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica pode tomar diversos valores, definem-se n´ıveis de sa´ıda de pot ˆencia por forma a facilitar o c ´alculo das probabilidades associadas a cada um desses n´ıveis de pot ˆencia. As probabilidades obt ˆem-se dividindo o n ´umero de ocorr ˆencias de pot ˆencias de sa´ıda compreendidas num dado n´ıvel de sa´ıda pelo n ´umero total de amostras de pot ˆencias de sa´ıda. Na tabela 3.2 encontram-se as probabilidades associadas a uma turbina e ´olica com as seguintes caracter´ısitcas:

                     Pr= 2 MW F OR = 0.05 Vci= 5 m/s Vr= 14 m/s Vco= 25 m/s .

Tabela 3.2: Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas estarem fora de servic¸o. Pot ˆencia dispon´ıvel (MW) Pot ˆencia fora de servic¸o (MW) Probabilidade

2.0 0.0 0.36062 1.8 0.2 0.27603 1.6 0.4 0.14075 1.4 0.6 0.081507 1.2 0.8 0.053196 1.0 1.0 0.032991 0.8 1.2 0.019635 0.6 1.4 0.011986 0.4 1.6 0.0094749 0.2 1.8 0.0047945 0.0 2.0 0.0090183

A tabela 3.2 n ˜ao inclui a probabilidade de falha ou de reparac¸ ˜ao da turbina e ´olica. As probabilidades apresentadas na tabela 3.2 mostram apenas o efeito da variac¸ ˜ao da velocidade do vento na pot ˆencia de sa´ıda das turbinas e ´olicas. A inclus ˜ao da probabilidade de falha ou de reparac¸ ˜ao da turbina e ´olica encontra-se na tabela 3.3, considerando uma probabilidade de encontrar a turbina fora de servic¸o (FOR) de 0.05.

A integrac¸ ˜ao da energia e ´olica na rede el ´ectrica pode ser feita de duas maneiras diferentes. Mo-delando cada turbina individualmente, ou moMo-delando o conjunto de turbinas atrav ´es de uma turbina

(45)

Tabela 3.3: Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas estarem fora de servic¸o com um FOR de 0.05.

Pot ˆencia dispon´ıvel (MW) Pot ˆencia fora de servic¸o (MW) Probabilidade

2.0 0.0 0.36062 · (1 − 0.05) = 0.34259 1.8 0.2 0.26223 1.6 0.4 0.13372 1.4 0.6 0.077432 1.2 0.8 0.050537 1.0 1.0 0.031341 0.8 1.2 0.018653 0.6 1.4 0.011387 0.4 1.6 0.0090011 0.2 1.8 0.0045548 0.0 2.0 0.0085674 equivalente.

3.3.1

Modelos individuais das turbinas e modelo equivalente para um parque

e ´

olico.

Assim como nas unidades de pot ˆencia convencional estas s ˜ao conjugadas de forma a criar a tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o que ´e depois combinada com o modelo da carga para se obterem os ´ındices de fiabilidade do sistema, tamb ´em a energia e ´olica pode ser combinada com o mo-delo de carga para que se obtenham os ´ındices de fiabilidade do sistema. Para tal, pode-se considerar o parque modelado por uma turbina equivalente, caso as unidades do sistema ou de um subsistema em particular s ˜ao conjugados por forma a dar uma tabela das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o do sistema ou subsistema em particular, ou modelar as turbinas do parque individualmente, quando as tabelas das probabilidades das pot ˆencias fora de servic¸o de cada unidade, tabela 3.3, s ˜ao usadas.

Um parque e ´olico ´e, normalmente, constitu´ıdo por diversas turbinas e ´olicas. Um dos problemas no estudo da integrac¸ ˜ao da energia e ´olica na rede el ´ectrica, ´e o facto da pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica n ˜ao poder ser caracterizada por uma ditribuic¸ ˜ao, dado que esta depende da velocidade do vento e que este pode tomar um determinado valor para uma turbina em particular e um outro valor para uma outra turbina, obtendo-se desta maneira pot ˆencias de sa´ıda diferentes para turbinas e ´olicas iguais, pertencentes ao mesmo parque e ´olico.

Uma vez que, a pot ˆencia de sa´ıda da uma turbina e ´olica depende do vento implica que n ˜ao existe depend ˆencia estat´ıstica, e como tal, a forma recursiva que foi utilizada na secc¸ ˜ao 2.3.3 para as unidades de pot ˆencia convencionais n ˜ao pode ser utilizada para a energia e ´olica.

Os n´ıveis de pot ˆencia e as respectivas probabilidades de uma parque e ´olico, no caso do parque e ´olico ser modelado por uma turbina equivalente, obt ˆem-se a partir das seguintes equac¸ ˜oes:

Xj= K · C(Vi) (3.5)

onde,

(46)

• K - ´e o n ´umero de turbinas e ´olicas que existem no parque e ´olico;

• C(Vi)- ´e a pot ˆencia de sa´ıda de uma turbina e ´olica como func¸ ˜ao da velocidade do vento.

Antes de se poder calcular as probabilidades correspondentes aos n´ıveis de pot ˆencia, Xj, ´e

ne-cess ´ario calcular as probabilidades da disponibilidade das turbinas e ´olicas. Essas probabilidades s ˜ao obtidas atrav ´es da equac¸ ˜ao 3.6 [11]:

Pi= K! K! · (K − n)· (1 − F OR) n · F ORK−n (3.6) onde,

• K - ´e o n ´umero de turbinas do parque e ´olico; • n - n ´umero de turbinas dispon´ıveis;

A t´ıtulo de exemplo, na tabela 3.4 encontram-se as probabilidades de disponibilidade para um parque e ´olico com:          K = 18 F OR = 0.1 Pr= 2 MW .

Tabela 3.4: Tabela das probabilidades das disponibilidades das turbinas e ´olicas. Estado Turbinas dispon´ıveis (i) Probabilidade (Pi)

0 0 0 1 1 0 2 2 0 3 3 0 4 4 0 5 5 0 6 6 0.00000001 7 7 0.00000015 8 8 0.00000189 9 9 0.00001884 10 10 0.00015258 11 11 0.00099867 12 12 0.00524302 13 13 0.02177871 14 14 0.07000298 15 15 0.16800717 16 16 0.28351206 17 17 0.30018932 18 18 0.15009463

Com as probabilidades das disponibilidades obtidas a partir da express ˜ao 3.6, as probabilidades do parque ´eolico obt ˆem-se a partir da equac¸ ˜ao 3.7 [12]:

(47)

P (Xj) = K X i=0 ( S X j=0 qj· ( x i − Cj)) · Pi (3.7) onde,

• P (Xj)- ´e a probabilidade da pot ˆencia de sa´ıda do parque e ´olico;

• S - ´e o n ´umero de n´ıveis da pot ˆencia e ´olica; • Cj - jon´ıvel de pot ˆencia;

• Pi- ´e a probabilidade de i turbinas se encontrarem dispon´ıveis;

• qj - probabilidade de uma turbina e ´olica estar a operar no n´ıvel de pot ˆencia de sa´ıda Cj;

• u · (x

i − Cj) ´e a func¸ ˜ao heaviside que toma os valores:

– 1 quando i=0 e qualquer j ou quando i≥1 e j=0; – 0 caso contr ´ario;

Na tabela 3.5 encontram-se as probabilidades do parque e ´olico combinando as probabilidades da tabela 3.2 e 3.4 com o aux´ılio da equac¸ ˜ao 3.7.

Tabela 3.5: Tabela das probabilidades das pot ˆencias e ´olicas de um parque e ´olico. Pot ˆencia dispon´ıvel (MW) Pot ˆencia fora de servic¸o (MW) Probabilidade

36 0.0 0.0081164 32.4 3.6 0.0043152 28.8 7.2 0.0085274 25.2 10.8 0.010788 21.6 14.4 0.017671 18 18 0.029692 14.4 21.6 0.047877 10.8 25.2 0.073356 7.2 28.8 0.12668 3.6 32.6 0.24842 0.0 36 0.42455

Por forma a estudar o impacto de modelar individualmente cada turbina de um parque e ´olico ou de modelar o parque e ´olico por uma turbina equivalente, analisa-se a variac¸ ˜ao do ´ındice de risco LOLE para um valor fixo de penetrac¸ ˜ao de pot ˆencia e ´olica na rede el ´ectrica. Assim, para uma penetrac¸ ˜ao de 5% de pot ˆencia e ´olica num sistema cuja pot ˆencia total instalada ´e de 240 MW, sendo a pot ˆencia nomi-nal de cada turbina e ´olica igual a 2 MW e com umFOR de 10%, obt ˆem-se os resultados apresentados na figura 3.3. Como ´e poss´ıvel observar, apesar de n ˜ao ser grande a diferenc¸a, quando se considera o caso do parque modelado por uma turbina equivalente os valores do LOLE s ˜ao ligeiramente superiores aos que se obt ˆem com cada turbina modelada individualmente.

Na figura 3.4 apresenta-se o impacto no LOLE da variac¸ ˜ao da penetrac¸ ˜ao de pot ˆencia e ´olica na rede el ´ectrica para diferentes valores de FOR. Pode-se concluir que, com o aumento do FOR aumenta tamb ´em o LOLE, uma vez que se a probabilidade de falha ou de reparac¸ ˜ao da turbina e ´olica ´e maior, ´e expect ´avel que o risco do sistema n ˜ao conseguir satisfazer a carga seja tamb ´em maior.

(48)

150 155 160 165 170 175 180 185 190 195 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Pico de carga (MW)

LOLE com normal(horas/ano)

Comparação entre junto e separado para FOR=10% e 5% de vento junto separado

(49)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 15 20 25 30 35 40 45 50 % de vento

LOLE com normal(horas/ano)

FOR=1% FOR=10% FOR=20% FOR=30%

(50)
(51)

Cap´ıtulo 4

Aplicac¸ ˜

oes do modelo de longo prazo

Neste cap´ıtulo ´e aplicado a um caso de estudo o modelo de longo prazo, apresentado nos cap´ıtulos 2 e 3. Pretende-se determinar a pot ˆencia de gerac¸ ˜ao a instalar de forma a garantir que a carga seja satisfeita, respeitando determinados ´ındices de fiabilidade para duas situac¸ ˜oes distintas:

1. um sistema de gerac¸ ˜ao convencional constante ao qual vai sendo acrescentada pot ˆencia e ´olica; 2. um sistema de gerac¸ ˜ao com uma pot ˆencia total instalada constante, onde unidades de pot ˆencia

convencionais s ˜ao substitu´ıdas por pot ˆencia e ´olica.

4.1

Resultados do modelo a longo prazo

De forma a estudar o impacto que a integrac¸ ˜ao da energia e ´olica tem na determinac¸ ˜ao da pot ˆencia de gerac¸ ˜ao a instalar, ´e necess ´ario definir um sistema de gerac¸ ˜ao. O sistema da tabela 4.1 ´e um sistema simples que ´e normalmente usado para testar a fiabilidade do sistema de gerac¸ ˜ao[13].

Tabela 4.1: Dados tradicionais do teste RBTS.

Tamanho da Unidade (MW) Tipo N ´umero de Unidades Forced Outage Rate (FOR)

5 H´ıdrica 2 0.010 10 T ´ermica 1 0.020 20 H´ıdrica 4 0.015 20 T ´ermica 1 0.025 40 H´ıdrica 1 0.020 40 T ´ermica 2 0.030

4.1.1

Pot ˆencia convencional constante e aumento da pot ˆencia e ´

olica

Avaliando unicamente o sistema da tabela 4.1, assumindo um pico de carga de 185 MW para o modelo de carga apresentado na figura 2.5, obt ´em-se os resultados da tabela 4.2.

Na tabela 4.3, encontram-se os resultados obtidos quando, ao sistema descrito na tabela 4.1, ´e acrescentada pot ˆencia e ´olica, aumentando assim a pot ˆencia total instalada.

(52)

Tabela 4.2: Resultados obtidos considerando somente pot ˆencia convencional. Pot ˆencia Convencional

N ´umero de

Geradores Pot ˆencia (MW) FOR LOLE (horas/ano)

2 5 0.01 1 10 0.02 4 20 0.015 1 20 0.025 7.456 1 40 0.02 2 40 0.03 Total 240

-Tabela 4.3: LOLE para um sistema com pot ˆencia convencional constante e pot ˆencia e ´olica acrescen-tada.

N ´umero de Pot ˆencia total % de vento FOR LOLE

Turbinas Pot ˆencia (MW) instalada (MW) no sistema vento (horas/ano)

1 2 242 0.8 0.01 7.2078 5 10 240 4 0.01 6.5407 15 30 270 11.1 0.01 5.4023 30 60 300 20 0.01 4.4347 45 90 330 27.3 0.01 3.8922 80 160 400 40 0.01 3.2964

Verifica-se que, os valores obtidos para o LOLE com a integrac¸ ˜ao de pot ˆencia e ´olica no sistema s ˜ao menores do que o valor obtido para o sistema de gerac¸ ˜ao composto apenas por unidades de pot ˆencia convencionais. O LOLE diminui apesar de se estar a integrar no sistema de gerac¸ ˜ao da tabela 4.1 uma forma de pot ˆencia que depende de uma vari ´avel imprevis´ıvel como o vento. A diminuic¸ ˜ao do LOLE deve-se ao facto da pot ˆencia de gerac¸ ˜ao total instalada n ˜ao deve-ser constante, visto que deve-se est ´a a acrescentar ao sistema pot ˆencia e ´olica e tamb ´em porque o valor do pico de carga mant ´em-se constante.

4.1.2

Pot ˆencia total instalada constante e aumento pot ˆencia e ´

olica

Nas tabelas 4.5 e 4.6 encontram-se os resultados obtidos quando se substituem unidades de pot ˆencia convencionais por pot ˆencia e ´olica, para dois sitemas diferentes. O primeiro sistema estudado ´e o da tabela 4.2 com uma pot ˆencia total instalada de 240 MW e um pico de carga de 185 MW. O segundo sistema estudado, que se encontra na tabela 4.4, tem uma pot ˆencia total instalada de 750 MW e um pico de carga de 600 MW.

Tabela 4.4: Sistema de 750 MW.

N ´umero de unidades Pot ˆencia (MW) LOLE(horas/ano)

15 50 0.056442

Tabela 4.5: Pot ˆencia Total Instalada = 240 MW e FOR do vento 1%. %de ´eolica no sistema LOLE (horas/ano)

10 27.808

20 174.44

30 552.17

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