Antivirais
Andrêssa Silvino
Mestranda em Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/UFJF Orientadora: Maria Luzia da Rosa e SilvaHistórico
A busca
por
drogas
antivirais
teve início
há mais
de 50
anos:
• METISAZONA (1963)
• eficaz na prevenção da varíola
• êxito em epidemias no
passado, apesar dos efeitos
colaterais
• uso interrompido pelo sucesso
da vacina e consequente
erradicação da doença
OMS tem enfatizado o desenvolvimento de novas drogas
Antibióticos
• Disponíveis em 1940;
• Bactérias se multiplicam independente do
hospedeiro → alvos específicos;
• Muitos e altamente seletivos.
Antivirais
•1º foi licenciado apenas na década de 60;
•Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios
→ seletividade dificultada;
Antivirais
Alvos específicos para as drogas antivirais.
Transcriptase reversa -HIV Integrase - HIV Timidino-cinase - herpes vírus
O surgimento de novas drogas esbarrava na dificuldade de obter
substancias com baixa toxicidade, até:
Descoberta do aciclovir
Conhecimento sobre diferenças entre o metabolismo celular e o ciclo de
replicação de muitos vírus
Fármaco ideal
•Amplo espectro
•Inibição completa da replicação
•Toxicidade mínima
•Deve atingir o alvo sem
interferir com o sistema imune
do hospedeiro
•Atividade frente a mutantes
resistentes
Não deve ser:
• Tóxico
• Carcinogênico
• Alergênico
• Mutagênico
• Teratogênico
Antivirais
Combinada:
• 2 ou + drogas
que atuam em
estágios ≠ do
ciclo viral.
• HIV: ↓
toxicidade e
chance de
seleção de
mutantes.
Profilática:
• Impedir a
instalação de
uma infecção
viral.
• Acidente com
material
contaminado.
Terapêutica:
• Impedir ou
reduzir o
espalhamento
do vírus no
organismo.
• Após a
infecção.
Antivirais
Combinada:
• 2 ou + drogas
que atuam em
estágios ≠ do
ciclo viral.
• HIV: ↓
toxicidade e
chance de
seleção de
mutantes.
Profilática:
• Impedir a
instalação de
uma infecção
viral.
• Acidente com
material
contaminado.
Terapêutica:
• Impedir ou
reduzir o
espalhamento
do vírus no
organismo.
• Após a
infecção.
Atenção, até o momento, nenhum
antiviral é capaz de curar o paciente
da virose.
Eles podem atuar :
•
diminuindo sintomas;
•
reduzindo a duração da doença; ou
•
mesmo melhorando a qualidade de
vida do paciente!
Alvos para a terapia antiviral
Drogas que atuam
dentro da célula
Drogas que atuam
fora da célula
1 - DROGAS QUE ATUAM NA
PENETRAÇÃO E DESNUDAMENTO
NA: cliva ligações
glicosídicas (liberação).
se a resíduos de
HA: liga-se a resíduos de
ácido siálico (adsorção).
Vírus influenza
Ciclo de replicação do Influenza
Penetração e desnudamento
• Infecções por influenza A
• Eficaz quando administrada
profilaticamente.
• Efeitos adversos: SNC.
• Resistência:
• modificações na proteína M2;
• não foram recomendadas → epidemias
recentes de influenza.
AMANTADINA E RIMANTADINA
Penetração e desnudamento Penetração e desnudamentoMECANISMO DE AÇÃO
AMANTADINA E RIMANTADINA
MECANISMO DE AÇÃO
AMANTADINA E RIMANTADINA
Inibem a penetração:
• ↑[droga] no interior da vesícula endocítica;
• ↑pH: impede a mudança de conformação da hemagluOnina; • Não expõe o peptídeo de fusão → não ocorre a fusão do envelope com
a membrana do endossoma: material viral indisponível.
Bloqueiam o desnudamento:
• Impedimento estérico do canal iônico (M2);
• Sem a [H+] no interior do vírus, a proteína M1 não se dissocia dos nucleocapsídeos, impedindo que eles migrem para o núcleo da célula; • Ocorre bloqueio da transcrição e replicação viral.
• Atuam em vírus influenza A e B
• Análogos do ácido siálico
• Para tratamento:
• Administrar até 2 dias após o aparecimento dos
sintomas e continuar por 5 dias.
• Para prevenção:
• administrar a quem ainda não está doente, mas
entrou em contato com alguém gripado.
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR:
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR:
Penetração e desnudamentoMECANISMO DE AÇÃO
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR
MECANISMO DE AÇÃO
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR
Inibem a liberação de novas partículas virais:
• Bloqueiam o sítio ativo da neuraminidade (NA);
• Deixando resíduos de ácido siálico não clivados na
superfície das células e no envelope viral;
• Hemaglutinina viral (HA) liga-se a estes resíduos →
agregação das partículas virais na superfície da célula.
Penetração e desnudamento2 - DROGAS QUE ATUAM NA
SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLÉICOS
Revisão:
Nucleotídeos: incorporados à nova fita pela polimerase.
Quinases virais Quinases celulares
Nucleosídeos
Polimerase: associa-se ao grupamento fosfato do nucleotídeo e incorpora o mesmo a nova fita, ligando-o na OH 3’ do último nucleotídeo.
Síntese de ácidos nucléicos
Nucleosídeos de DNA
Nucleosídeos de RNA
DNA
RNA
Síntese de ácidos nucléicos
Inibição da síntese de AN por análogos
nucleosídicos:
Nucleosídeos Análogos
nucleotídeos competem com os
nucleotídeos “verdadeiros”;
Inibição competitiva pela polimerase e
incorporação no DNA ;
Bloqueio da síntese de DNA ou gerar
DNA “defeituoso”.
quinase NUCLEOSÍDEO 3’ OH ANÁLOGO NUCLEOSÍDEO POLIMERASE QUINASE P P P QUINASE QUINASE QUINASE P QUINASE P QUINASE P NUCLEOTÍDEO ANÁLOGO NUCLEOTÍDEO P P P P P P POLIMERASE ANÁLOGO NUCLEOTÍDEO P P PAnálogos da timidina
M e ca n is m o d e a çã o : Análogos de nucleosídeosIododesoxiuridina (pomada)
Trifluridina (colírio)
Ceratite herpética
Análogos da guanosina
Convertida a trifosfato pela quinase celular
Hepatite C (com interferon); Vírus Sincicial Respiratório;
Diferentes modos de atuação:
• Inibe a síntese de ácidos nucléicos;
• Inibe o capeamento do RNAm;
• ↓ reservas de guanina;. Análogos de nucleosídeos
Análogo da adenosina
Vidarabina
Encefalites
herpéticas
Via
intravenosa
Pouco
seletiva:
toxica
Quinases
celulares
Inibe a síntese
viral, mas tb a
celular.
Análogos de nucleosídeosAciclovir
Análogo da guanosina ↑ seleƟvidade e ↓ toxicidadeVírus herpes simplex (HSV 1 e 2) e varicela-zoster (VZV). Oral, intravenosa e tópica
Aciclovir
2’ desoxiguanosina
Mecanismo de ação :
• Incorporação: interrompe a síntese
• Ligação irreversível : inativação da polimerase Mutantes: quinase e DNA polimerase viral
Análogos de nucleosídeos
Análogos do aciclovir
• pró-fármaco (valina) • maior absorção V.O.
• mais tóxico
• mais ativo frente ao citomegalovírus (HCMV) em pacientes HIV+ e transplantados
Valganciclovir Análogos de nucleosídeos
Inibição da síntese de AN por
inibidores da polimerase
Análogos
nucleotídicos e
nucleosídicos:
Inibidores
competitivos
(sítio ativo)
Análogos
não-nucleosídicos:
Inibidores
alostéricos (sítio
alostérico)
Te
n
o
fo
v
ir
:
• Análogo da guanosina
• Pode ser associado:
• Entricitabina e/ou efavirenze
• Inibidor competitivo
• Ao ser adicionado ao DNA pela TR
interrompe a síntese.
Inibidores nucleotídicos da
Transcriptase reversa (TR)
Ciclo de replicação do HIV
Inibidores nucleosídicos da TR
Inibidores nucleosídicos da TR
• Zidovudina (AZT, azidotimidina)
• Didanosina (ddI, dideoxiinosina)
• Zalcitabina (ddC, dideoxicitidina)
• Estavudina (d4T)
• Lamivudina (3TC) → tb usado para Hepatite B crônica
• Abacavir (ABC)
• Entricitabina
Existem 7 disponíveis para tratamento de HIV:
Mesmo mecanismo Efeitos tóxicos variados Resistência
Mecanismo de ação
Análogos nucleosídicos → nucleotídeos por quinases celulares Forma ativa (5’ trifosfatado) atua como inibidor competitivo Quando incorporados → interrompem a síntese de DNA (nãoapresentam OH na posição 3’) Análogos de nucleosídeos da TR
Inibidores não-nucleosídicos da TR
• Nevirapina → transmissão verƟcal • Delavirdina
• Efavirenze • Etravirina
Disponíveis para tratamento de HIV:
• Não são incorporados ao DNA
• Ligam no sítio alostérico da TR (não competitivo)→ modificação e inativação
• Mecanismos de resistência ≠ dos análogos nucleosídicos • Associação destas drogas
Mecanismo de ação:
Inibidores da DNA Polimerase
Fo
sc
a
rn
e
t
(f
o
sf
o
n
o
fo
rm
a
to
)
Análogo do
pirofosfato
Retinite por HCMV
em imunodeprimidos
• Menos tóxico do que o
ganciclovir
• Pode ser associado ao
AZT
HSV e VZV resistentes
ao aciclovir
M
e
ca
n
is
m
o
d
e
a
çã
o
:
Não precisa ser
fosforilado ou ativado
por enzimas;
Liga-se a DNA
polimerase no sítio de
ligação do
pirofosfato;
Inibindo, de forma
não competitiva, a
ligação de
nucleotídeos à
enzima.
POLIMERASE NUCLEOTÍDEO COFATOR POLIMERASE COFATOR COFATOR POLIMERASE P P P NUCLEOTÍDEO COFATOR POLIMERASE DROGA POLIMERASE DROGA P P P DROGA POLIMERASE
3- DROGAS QUE ATUAM NA INIBIÇÃO
DA INTEGRAÇÃO DO DNA VIRAL
(INTEGRASE) NO DNA CELULAR
Inibidores da integrase
Inibidor da Integrase
• Deve ser usado em associação com outras
drogas, podendo reduzir a carga viral e
aumentar o número de linfócitos TCD4+;
• Inibe a atividade catalítica da integrase do HIV
• Impedindo a inserção do DNA proviral
(transcrito pela TR) no DNA celular
• Bloqueando o ciclo replicativo
Raltegravir:
4 - DROGAS QUE ATUAM NA
SÍNTESE DE PROTEÍNAS
Inibidores da síntese de proteínas
Formivirsen sódico
HCMV:
HCMV:
Gene IE2 (imediatamente inicial 2):transcrito e traduzido;
proteínas essenciais para a regulação da expressão gênica do
vírus.
Fármaco:
Fármaco:
Inibe a replicação do HCMV;
apresenta uma sequência complementar à sequência de um
RNAm codificado por este gene. Liga-se ao RNAm → fita dupla →
inibe a síntese de proteínas, inibindo a replicação viral.
• Glicoproteína produzida por quase todas
as células em resposta a infecção viral
• Portadores do vírus da hepatite B (HBV)
a mais de 6 meses
• Portadores do vírus da hepatite C (HCV)
no estágio agudo ou crônico
• Papiloma vírus humanos (HPVs)
• Vírus do sarcoma de Kaposi (HHV-8)
INTERFERON
Inibidores da síntese de proteínas
• Liga-se a receptores de membrana celulares
• Ativando casacatas de sinalização que
ativam a transcrição de genes especificos
• Transcrição em RNAm
• Tradução de proteínas antivirais
• Estado “antiviral”:
• Degradação de RNAs virais e inibição da
síntese de proteínas.
Mecanismo de ação do interferon:
5 - DROGAS QUE ATUAM NA
MATURAÇÃO DA PARTÍCULA VIRAL
protease
Poliproteína p160
Meio extracelular auto- ativação Protease ativa Protease ativaPoliproteína p55
Protease ativaInibidor peptídicos da protease
• Saquinavir • Indinavir • Ritonavir • Nelfinavir • Lopinavir • Atazanavir • FosamprenavirExistem 8 disponíveis para tratamento de HIV:
Possuem estrutura Possuem estrutura ≈ à região de clivagem presente na poliproteína do HIV Capazes de se ligar Capazes de se ligar ao sítio ativo da protease, impedido a clivagem das poliproteínas virais Inibindo a maturação.
Pertencem à classe das
sulfonamidas
Indicada em casos de
resistência a vários
inibidores da protease
Reduz drasticamente a
carga viral
Mecanismo
semelhante aos outros
inibidores da protease
Darunavir e tipranavir
Inibidor não-peptídicos da protease
DROGAS QUE ATUAM FORA DA
CÉLULA
Inibidores da adsorção
Adsorção e fusão
Inibidor da adsorção do HIV
• Antagonista do co-receptor CCR-5
• Recomendado para pacientes infectados por
vírus com ↑ tropismo para linfócitos
• Bloqueia a interação deste co-receptor com
a glicoproteína gp120 do envelope do HIV;
• Impede a entrada do vírus em células não
infectadas
MARAVIROC
Inibidores da fusão